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Disciplina: História / Grupo de Estudos 3ª.

Série
Trabalho de Revisão para o Enem 2019
Profa. Ana M. C. Ribas

1. O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos do
poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo
intelectual, assim como do jogo político.
VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado).
Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a ágora tinha por função
(A) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade.
(B) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados.
(C) congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias.
(D) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da comunidade.
(E) reunir os exércitos para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso de guerra.

2. Neste tempo revoltaram-se os Jacques em Beauvoisin. Entre eles estava um homem muito sabedor e bem-falante, de
bela figura e forma, chamado Guilherme Carlos. Os camponeses fizeram-no seu chefe e este lhes dizia que se
mantivessem unidos. E quando os camponeses se viram em grande número, perseguiram os homens nobres,
mataram vários.
Crônica dos quatro primeiros Valois,1327-1393. Apud ESPINOSA, Fernanda. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa:
Sá da Costa, 1971 (adaptado).
O acontecimento descrito relaciona-se à crise do feudalismo no Ocidente europeu, uma vez que resultou na / no
(A) desorganização da produção agrícola. (D) cercamento das terras comunais.
(B) dissolução das práticas costumeiras. (E) restrição dos espaços cultivados.
(C) reordenação do regime fundiário.

3. Tendo por epígrafe uma frase tirada do Esmeraldo de Situ Orbis, de Duarte Pacheco Pereira (“A experiência é a madre
das coisas, e por ela soubemos radicalmente a verdade”.), escrevi, há mais de 15 anos, uma breve nota sobre a
origem do frevo. Nela manifestava a minha discordância de Pereira da Costa e Valdemar de Oliveira quanto a ser o
frevo uma invenção pernambucana. O meu argumento era um só, e muito simples: eu ouvi tocar e vi dançar o frevo,
em outubro de 1972, em Yamoussoukro, na Costa do Marfim. O frevo surgira no Recife, na passagem do século XIX
para o século XX, e sua história era bem conhecida. Eu tinha ouvido e visto mal. Ou fora traído pela mania de andar
atrás de raízes africanas.
SILVA, Alberto da Costa e. A propósito do frevo. In: Um rio chamado Atlântico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003 (adaptado).
A análise do autor sobre a origem da festa no Brasil aponta para a
(A) expansão de valores campestres. (D) afirmação da unidade social.
(B) fusão de costumes religiosos. (E) elaboração da mestiçagem cultural.
(C) divulgação de tradições nativas.

4. Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado porque padeceis em um modo muito semelhante ao que o
mesmo Senhor padeceu na sua cruz e em toda a sua paixão. A sua cruz foi composta de dois madeiros, e a vossa
em um engenho é de três. Também ali não faltaram as canas, porque duas vezes entraram na Paixão: uma vez
servindo para o cetro de escárnio, e outra vez para a esponja em que lhe deram o fel. A Paixão de Cristo parte foi de
noite sem dormir, parte foi de dia sem descansar, e tais são as vossas noites e os vossos dias. Cristo despido, e vós
despidos; Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados em tudo. Os ferros, as
prisões, os açoites, as chagas, os nomes afrontosos, de tudo isto se compõe a vossa imitação, que, se for
acompanhada de paciência, também terá merecimento de martírio.
VIEIRA, A. Sermões. Tomo XI. Porto: Lello & Irmão, 1951 (adaptado).
O trecho do sermão do jesuíta Antonio Vieira estabelece uma relação entre a Paixão de Cristo e
(A) o sofrimento dos jesuítas na conversão dos ameríndios.
(B) o papel dos senhores na administração dos engenhos.
(C) a atividade dos comerciantes nos portos americanos.
(D) a função dos mestres de açúcar no período da safra.
(E) o trabalho dos escravos na agromanufatura colonial.
Exercício de História – Grupo de Estudo 3ª série
Ana M. Ribas

5. Meu Senhor, nós queremos paz e não queremos guerra; se, meu senhor, também quiser nossa paz há de ser nessa
conformidade, se quiser estar pelo que nós quisermos a saber. Em cada semana nos há de dar os dias de sexta-feira
e de sábado para trabalharmos para nós não tirando um destes dias por causa de dia santo. Os atuais feitores não os
queremos, faça eleição de outros com a nossa aprovação. Poderemos brincar, folgar, e cantar em todos os tempos
que quisermos sem que nos empeça e nem seja preciso licença.
Tratado proposto a Manuel da Silva Ferreira pelos seus escravos durante o tempo em que se conservaram levantados
(c.1789).Engenho de Santana, Recôncavo da Bahia, séc. XVIII. APUD SCHWARTZ, Stuart B. Trabalho e cultura: vida nos
engenhos e vida dos escravos. In: Escravos, roceiros e rebeldes. Bauru: EDUSC, 2001 (adaptado).
O texto aborda uma estratégia de resistência posta em prática na América Portuguesa, tendo em vista
(A) definir áreas de lazer para a manutenção da família.
(B) oficializar rituais religiosos para a proteção da identidade.
(C) assegurar práticas comunitárias para a aquisição da liberdade.
(D) promover atividades culturais para a difusão da herança ancestral.
(E) flexibilizar mecanismos coercitivos para a obtenção de relativa autonomia.

6. ’Não há remédio, e os índios estão se acabando’. Esta frase, proferida por Dom Felipe Huaman Poma de Ayala em
1615, reflete a ideia, a imagem, que permeou o pensamento sobre os efeitos da conquista espanhola sobre índios
desde o século XVI até há pouco tempo. Ao longo dos séculos, imaginou-se que os povos nativos da América sofreriam
uma inevitável derrocada, chegando à inércia e à imobilidade. Trata-se, isso sim, de recusar uma “visão dos vencidos”
na historiografia, através da qual as culturas dos indígenas teriam sido reduzidas a pó.
Schell, D. C. Os índios na conquista espanhola da América: leyes nuevas e representações à época da jornada de Omagua y
Dorad. Disponível em:<http://www.revistahistoria.ufba.br/2010_1/a02.pdf>
O texto critica uma interpretação historiográfica sobre a colonização espanhola na América que enfatiza a ideia de
(A) conformação de espaços comunitários. (D) adequação de instituições nativas.
(B) assimilação de práticas ritualísticas. (E) acomodação de modos de vida.
(C) subordinação de etnicidades locais.

7. Eu, o Príncipe Regente, faço saber aos que o presente alvará virem: que desejando promover e adiantar a riqueza
nacional, e sendo um dos mananciais dela as manufaturas e a indústria, sou servido abolir e revogar toda e qualquer
proibição que haja nesse respeito no Estado do Brasil. Alvará de liberdade para as indústrias (1º de abril de 1808).
BONAVIDES. P., AMARAL, R. Textos políticos da História do Brasil. Vol. I, Brasília: Senado Federal, 2002 (adaptado).
O projeto industrializante de D. João, conforme expresso no alvará, não se concretizou. Duas características que
explicam esse fato são
(A) o atraso industrial da colônia e a competitividade das indústrias europeias.
(B) o confronto franco-inglês e a passividade lusa no comércio internacional.
(C) a dependência econômica e o controle econômico inglês no mercado.
(D) a ocupação local pelas tropas francesas e o fechamento das oficinas.
(E) a desconfiança da elite colonial e o domínio do exclusivo mercantil.

8. Finalmente: todos os brasileiros, e sobretudo os brancos, não percebem suficientemente que é tempo de se fechar a
porta aos debates políticos, às discussões constitucionais? Se se continua a falar dos direitos dos homens, de
igualdade, terminar-se-á por pronunciar a palavra fatal: liberdade, palavra terrível e que tem muito mais força num país
de escravos do que em qualquer outra parte. Então toda a revolução acabará no Brasil com o levante de escravos,
fazendo deste magnífico império uma deplorável réplica da brilhante colônia de São Domingos.
REIS, João José & SILVA, Eduardo. Negociação e Conflito: a resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Companhia das
Letras, 1989.
Tendo como referência a construção do Estado Nacional Monárquico no Brasil, a advertência do viajante francês
diz respeito à garantia do/da
(A) consenso nacional. (D) vigilância policial.
(B) administração real. (E) ordem social.
(C) cidadania política.

9. Os malês encontraram na Bahia de 1835 um campo fértil onde semear a rebeldia escrava e tentar mudar a sociedade
em favor dos africanos. Fundada na desigualdade étnico-racial e social, a Bahia vivia uma profunda crise econômica
e política, que ameaçava a hegemonia dos senhores da Bahia e a ordem escravocrata.
REIS, J. J. Rebelião escrava no Brasil — a história do levante dos malês (1835). São Paulo: Brasiliense, 1986.

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Exercício de História – Grupo de Estudo 3ª série
Ana M. Ribas

Esse movimento social, ocorrido na Regência, representou uma tática de luta, porque utilizou o/a
(A) ritual guerreiro como suporte da ação. (D) prática religiosa como base de identificação.
(B) conduta moral como eixo de libertação. (E) modelo tribal como alicerce da organização.
(C) código familiar como arcabouço da união.

10. Os direitos civis, surgidos na luta contra o Absolutismo real, ao se inscreverem nas primeiras constituições modernas,
aparecem como se fossem conquistas definitivas de toda a humanidade. Por isso, ainda hoje invocamos esses velhos
“direitos naturais” nas batalhas contra os regimes autoritários que subsistem.
QUIRINO, C. G.; MONTES, M. L. Constituições. São Paulo: Ática, 1992 (adaptado).
O conjunto de direitos ao qual o texto se refere inclui
(A) voto secreto e candidatura em eleições. (D) igualdade jurídica e liberdade de expressão.
(B) moradia digna e vagas em universidade. (E) filiação partidária e participação em sindicatos.
(C) previdência social e saúde de qualidade.

11. O trabalhador brasileiro nunca me decepcionou. O Governo responde com uma política que não divide, não discrimina,
mas, ao contrário, congrega a todos, conciliando interesses no plano superior do engrandecimento nacional. À medida
que impulsionamos as forças da produção para favorecer o progresso geral e unificar economicamente o país,
organizamos o trabalho, afastando a luta de classes.
BRASIL. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Discurso pronunciado no Estádio do Vasco da Gama, por ocasião das
comemorações de 1º de maio de 1943. Disponível: http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/ex-presidentes/getulio-
vargas/discursos-1/1943/01.pdf/download
Uma característica do projeto de desenvolvimento enunciado no trecho do discurso presidencial encontra-se
expresso na
(A) divulgação da educação cívica. (D) defesa da negociação cultural.
(B) promoção da equidade material. (E) afirmação da harmonia social.
(C) garantia da política distributiva.

12. Um país que exclui, que não se organiza para propiciar trabalho, emprego, renda para todos os seus habitantes, não
é ético; é perverso. Uma economia que não integra todas as pessoas não é ética. Uma sociedade que só oferece
possibilidades de trabalho normal, regular, remuneração para uma minoria e que deixa a maioria à margem, à míngua,
não é democrática; é imoral.
RODRIGUES, Carla. Herbert de Souza: ética e cidadania. São Paulo: Moderna, 1994.
Considerando os impasses do Brasil na contemporaneidade, a perspectiva de trabalho exposta no texto está
identificada em:
(A) Garantia do progresso nacional.
(B) Direito fundamental da coletividade.
(C) Fonte emancipatória do ser humano.
(D) Instrumento de acumulação econômica.
(E) Mecanismo legítimo de ascensão social.

13. A favela é vista como um lugar sem ordem, capaz de ameaçar os que nela não se incluem. Atribuir-lhe a ideia de
perigo é o mesmo que reafirmar os valores e estruturas da sociedade que busca viver diferentemente do que se
considera viver na favela. Alguns oficiantes do direito, ao defenderem ou acusarem réus moradores de favelas, usam
em seus discursos representações previamente formuladas pela sociedade e incorporadas nesse campo profissional.
Suas falas se fundamentam mas representações inventadas a respeito da favela e que acabam por marcar a
identidade dos indivíduos que nela residem.
RINALDI, A. Marginais, delinquentes e vítimas: um estudo sobre a representação da categoria favelado no tribunal do júri da
cidade do Rio de Janeiro. In: ZALUAR, A.; ALVITO, M. (Org.). Um século de favela. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1998.
O estigma apontado no texto tem como consequência o (a)
(A) crescimento dos índices de criminalidade.
(B) aumento da impunidade criminal.
(C) enfraquecimento dos direitos civis.
(D) distorção na representação política.
(E) ineficiência das medidas socioeducativas.

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Exercício de História – Grupo de Estudo 3ª série
Ana M. Ribas

14. As primeiras ações acerca do patrimônio histórico no Brasil datam da década de 1930, com a criação do Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), em 1937. Nesse período, o conceito que norteou a política de
patrimônio limitou-se aos monumentos arquitetônicos relacionados ao passado brasileiro e vinculava-se aos ideais
modernistas de conhecer, compreender e recriar o Brasil por meio da valorização da tradição.
SANTOS, G. Poder e patrimônio histórico: possibilidades de diálogo entre educação histórica e educação patrimonial no ensino
médio. EntreVer, n. 2, jan.-jun. 2012.
Considerando o contexto mencionado, a criação dessa política patrimonial objetivou a
(A) definição do mercado cultural.
(B) afirmação da identidade nacional.
(C) divulgação de sítios arqueológicos.
(D) consolidação da historiografia oficial.
(E) universalização de saberes museológicos.

15.

JK — Você agora tem automóvel brasileiro, para correr em estradas pavimentadas com asfalto brasileiro, com
gazolina brasileira. Que mais quer? JECA — Um prato de feijão brasileiro, seu doutô!
THÉO. In: LEMOS, R. (Org.). Uma história do Brasil através da caricatura (1840-2001). Rio de Janeiro: Bom Texto; Letras
& Expressões, 2001.
A charge ironiza o modelo desenvolvimentista adotado no governo Juscelino Kubitschek, ao enfatizar que
(A) o crescimento econômico implicou o aumento das contradições sociais no país.
(B) a ocupação das regiões interioranas ampliou a oferta de empregos para a população.
(C) o investimento no setor de duráveis incrementou a qualificação técnica de trabalhadores.
(D) o incremento da malha viária permitiu o barateamento do transporte de bens de consumo.
(E) a modernização das indústrias dinamizou a produção de alimentos para o mercado interno.

16. Muitas partes da África tornaram-se áreas de colônias de povoamento de brancos. Isso significava que os
colonizadores tiveram de definir-se como os senhores naturais e incontestáveis de uma grande população africana.
(...). Na África, portanto, todo o aparelho composto pelas tradições escolares, profissionais e regimentais veio a ser
um papel de comando e controle muito maior do que na própria Europa.
RANGER, T. A invenção da tradição na África colonial. In: HOBSBAWM, Eric; RANGER Terence. A invenção das tradições. 2
ed. São Paulo/Rio de Janeiro: Paz & Terra, 1997 (adaptado).
Considerando a internacionalização da ordem capitalista e burguesa desde a segunda metade do século XIX, a
intervenção europeia no continente implicou a
(A) formulação da prática comunitária de educação.
(B) adaptação do modelo corporativista de governo.
(C) organização da estrutura hierárquica de domínio.
(D) apropriação do princípio teocrático de autoridade.
(E) implantação da ética empresarial de administração.

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Exercício de História – Grupo de Estudo 3ª série
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17. Democratas do Brasil, não desconfiem das gloriosas Forças Armadas de nossa pátria”, dizia Auro de Moura Andrade,
presidente do Senado, para a multidão que marchava em São Paulo “com Deus pela liberdade” dias antes do fadado
golpe. Naquele 1 de abril de 1964, quando militares e seus tanques avançaram pelas principais cidades do Brasil,
foram saudados por muitos como verdadeiros defensores da ordem nacional frente à ameaça comunista. E como o
criador batiza sua criatura como bem entende, chamaram de Revolução Democrática a deposição sumária do
presidente eleito.
GARCIA, Bruno. Nós, os golpistas. Revista de História da Biblioteca Nacional. Ano 7, n. 83.
Considerando as condições políticas e institucionais do Brasil no início dos anos 1960, o texto ressalta a
(A) Abolição de garantias coletivas.
(B) Violação de princípios constitucionais.
(C) Alteração de normas presidencialistas.
(D) Anulação de medidas governamentais.
(E) Desobediência de regras parlamentares.

18.

Tô enfiado na lama
É um bairro sujo
Onde os urubus têm casas
E eu não tenho asas (...)
Vou sonhando com a mulher que talvez eu possa
encontrar
E ela também vai andar
Na lama do meu quintal
Manguetown (...).
Andando por entre os becos, andando em coletivos.
Ninguém foge à vida suja dos dias da Manguetown.

Banda Chico Science & Nação Zumbi. Manguetown. In: Portal MultiRio. Disponível em:
Afrociberdelia. São Paulo: Chaos, 1996, faixa 12 Cd <Http://www.multirio.rj.gov.br/images/img_2013_04/bota-
(adaptado). abaixo-02.jpg>

Considerando a longa duração do tempo histórico, o fenômeno que conecta letra da música e imagem
reside em:
(A) Intervenção sanitária em áreas de moradias insalubres.
(B) Marginalização cultural de jovens negros da periferia.
(C) Remodelação arquitetônica de locais nobres da cidade.
(D) Segregação socioespacial da população de baixa renda.
(E) Recuperação ambiental de paisagens urbanas degradadas.

19. Os 45 anos que vão do lançamento das bombas atômicas até o fim da União Soviética não foram um período
homogêneo único na história do mundo. Dividem-se em duas metades, tendo como divisor de águas o início da década
de 70. Apesar disso, a história deste período foi reunida sob um padrão único pela situação internacional peculiar que
o dominou até a queda da União Soviética.
HOBSBAWM, Eric J. A era dos extremos. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
O período citado no texto e conhecido por Guerra Fria pode ser definido como aquele momento histórico em que
ocorreu:
(A) Corrida armamentista entre as potências imperialistas europeias ocasionando a Primeira Guerra Mundial.
(B) Domínio dos países socialistas do Sul do globo pelos países capitalistas do Norte.
(C) Choque ideológico entre a Alemanha Nazista/União Soviética Stalinista, durante os anos 1930.
(D) Disputa pela supremacia da economia mundial entre o Ocidente e as potências orientais, como a China e o Japão.
(E) Constante confronto das duas superpotências que emergiram da Segunda Guerra Mundial.

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20.

Cartilha do DIP
Disponível em:
http://voltempramim.files.wordpress.com/2012/11/cartilha-getulio.jpg Acesso em: março de 2017
As representações imagéticas fazem referência a um aspecto do projeto autoritário que está evidenciado em:
(A) Valorização da pedagogia cívica.
(B) Legitimação da cidadania social.
(C) Afirmação do modelo corporativo.
(D) Organização da educação pública.
(E) Exaltação da disciplina do trabalho.

21.
Texto I
Para converter e civilizar os índios é preciso saber-lhes a língua, os costumes e caráter; e adquirir a sua confiança e
amizade. Isto só o podem fazer missionários como os jesuítas. (...). Acabar nas aldeias com a língua da terra, e
ensinar aos rapazes o português, para acabar com a separação e isolamento, banir a ignorância e a antiga barbárie
de costumes.
CALDEIRA, J. (org.). José Bonifácio de Andrada e Silva. Coleção Formadores do Brasil. São Paulo: Ed. 34, p. 230-231.
Texto II
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório
o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.
§ 1º O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que
caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como estudo da história da
África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o
negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e
política, pertinentes à história do Brasil.
BRASIL. PODER EXECUTIVO. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm Acesso em: 10 de abril de 2013.
A diretriz legal aprovada no Governo Lula contrapõe-se à visão do pensador português, porque
(A) reconhece a diversidade cultural brasileira.
(B) padroniza o ensino básico nos aldeamentos.
(C) hierarquiza o sistema de crenças dos nativos.
(D) aceita a livre determinação das comunidades.
(E) ameniza as diferenças etnicorraciais vigentes.

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22.
Texto I
O presidente do jornal de maior circulação de país destacava também os avanços econômicos obtidos naqueles vinte anos,
mas, ao justificar sua adesão aos militares em 1964, deixava clara sua crença de que a intervenção fora imprescindível
para a manutenção da democracia.
Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 1 set. 2013 (Adaptado).
Texto II
Nada pode ser colocado em compensação à perda das liberdades individuais. Não existe nada de bom quando se aceita
uma solução autoritária.
FICO, C. A educação e o golpe de 1964. Disponível em: www.brasilrecente.com. Acesso em: 4 abr. 2014 (adaptado).
Embora enfatizem a defesa da democracia, as visões do movimento político-militar de 1964 divergem ao focarem
respectivamente:
(A) Contestação do sistema de governo – Tradições culturais.
(B) Normatização do Poder Judiciário – Regras Morais.
(C) Imposição das Forças Armadas – Deveres Sociais.
(D) Ordenação da Nação – Prerrogativas religiosas.
(E) Razões de Estado – Soberania popular.

23. PSD - PTB - UDN


PSP - PDC - MTR
PTN - PST - PSB
PRP - PR - PL – PRT
Finados
FORTUNA. Correio da Manhã, ano 65. n. 22 264, 2 nov. 1965.
A imagem foi publicada no jornal Correio da Manhã, no dia de Finados de 1965. Sua relação com os direitos políticos
existentes no período revela a
(A) afirmação dos partidos estaduais.
(B) extinção das agremiações nanicas.
(C) adoção do bipartidarismo regulado.
(D) superação do fisiologismo tradicional.
(E) promoção da representação parlamentar.

24. Com a Guerra Fria extinta, as máscaras podem ser removidas pelo menos levemente, e as verdades elementares
podem ser publicamente cogitadas. Entre elas, está o fato de que a estrutura da Guerra Fria foi empregada como um
artifício para justificar a supressão do nacionalismo independente - seja na Europa e no Japão, seja no Terceiro Mundo.
A confrontação da Guerra Fria forneceu fórmulas fáceis para justificar ações criminosas ao nível externo e o
entrincheiramento do privilégio e do poder do Estado em casa. O inimigo, no caso específico a União Soviética, serviria
como desculpa para derrubar políticas de caráter nacionalista ou simplesmente diferentes daquelas pregadas por
Washington.
CHOMSKY, Noam. Novas e velhas ordens mundiais. São Paulo: Scritta, 1996 (adaptado).
A partir do texto, uma consequência da situação internacional foi a erradicação no chamado Terceiro Mundo de
(A) movimentos culturais que rejeitavam o modelo da educação pública.
(B) projetos reformistas que criticavam o domínio do capital estrangeiro.
(C) mobilizações sociais que negavam a validade do modelo neoliberal.
(D) organizações partidárias que contestavam o regime parlamentar.
(E) pautas sindicais que reprovavam o corporativismo trabalhista.

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25. No Congo, os belgas continuaram a mandar, a partir de Bruxelas, numa colônia que ia ficando independente, e só a
Igreja conseguiu se dissociar do antigo poder colonial. Em 1960, não havia mais Estado, e também não havia nada
em seu lugar. Inaugurava-se um período de conflitos, de violências inacreditáveis, contra os funcionários belgas,
primeiro; essa fase prolongou-se com os inúmeros confrontos entre o governo de Joseph Kasavubu e seu primeiro-
ministro, Patrice Lumumba, revolucionário e marxista; e depois com a secessão do Katanga, que passou a ser um
Estado à parte, sob o comando de Moise Tshombe.
FERRO, M. História das colonizações – das conquistas às independências, séculos XIII a XX. São Paulo: Companhia das Letras,
2008 (adaptado).
Qual o fator responsável pelo processo histórico abordado no texto?
(A) A proposta política associada à resistência islâmica.
(B) O projeto ideológico articulado à luta anti-imperialista.
(C) O compromisso cristão ligado à destruição do racismo.
(D) O acordo partidário relacionado ao fim do patrimonialismo.
(E) O movimento pan-africano vinculado à cessação da guerrilha.

26.

Os imperialismos do final do século XIX e do século XX diferiam tanto do espírito de conquista ou de dominação das épocas
passadas quanto da expansão colonial dos séculos anteriores pela seguinte característica: estavam, mais que os outros,
ligados ao capital financeiro, e a colonização ou a conquista não eram as únicas expressões de sua existência.
(FERRO, Marc. História das colonizações: das conquistas às independências - séculos XIII a XX. Trad. Rosa Freire. São Paulo:
Companhia das Letras, 1996, p. 34.)
A relação entre a representação cartográfica e o texto evidenciou o objetivo das potências europeias em
(A) gerenciar riquezas minerais para garantir a produção de artefatos de luxo exóticos.
(B) fundar entrepostos de comércio para escoar os artigos manufaturados excedentes.
(C) explorar matérias-primas nativas para controlar os custos da agricultura de alimentos.
(D) estabelecer áreas de investimento para atender as demandas da acumulação econômica.
(E) instalar indústrias de bens não duráveis para corrigir os efeitos da crise de superprodução.

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Exercício de História – Grupo de Estudo 3ª série
Ana M. Ribas

27. Caiu o muro. Na noite de 9 de novembro de 1989, uma quinta-feira cinzenta de outono, m esta notícia se espalhou
pelas duas Berlim, Ocidental e Oriental. Milhares de pessoas foram fazer o teste, foram ver para crer e passaram sem
controle por uma das fronteiras mais sensíveis e bem defendidas do mundo, o muro de Berlim, que separou duas
partes de uma cidade de mais de três milhões de habitantes e, mais do que isso, limitou dois mundos, dois sistemas
políticos e econômicos antagônicos.
RAMALHO, L. A. “Caiu o muro, viva Gorbatchov”. In: Tempo e presença. Rio de Janeiro: CEDI, 1990.
Entrecruzando presente e passado, o fato histórico abordado no texto remonta ao objetivo de
(A) resguardar acordos bilaterais.
(B) salvaguardar projetos autoritários.
(C) controlar movimentos migratórios.
(D) delimitar zonas de segurança geopolítica.
(E) definir espaços de integração econômica.

28. Quando ocorrem as greves dos metalúrgicos do ABC paulista em 1978, 1979 e 1980, dez anos depois de Contagem
e Osasco, o movimento teve características que rompiam com uma tradição sindical corporativa instituída, a partir dos
anos 1930, sob tutela do Estado. Por essa razão foi denominado “novo sindicalismo” e desafiou o regime ditatorial ao
descumprir publicamente a legislação sindical e antigreve vigente à época, e ao questionar a dependência dos
dirigentes sindicais com relação ao Ministério do Trabalho.
RAMALHO, José Ricardo. Sinais de mudança no sindicalismo brasileiro: o significado das greves de 1968 em Contagem e
Osasco. In: FICO, Carlos e ARAUJO, Maria Paula. (Org.). 1968 - 40 anos depois: história e memória. Rio de Janeiro: 7Letras,
2009.
No contexto de crise da ditadura militar, o movimento retratado no texto contribuiu ao avanço das lutas sociais
porque
(A) enfrentou a subordinação estatal das agremiações operárias.
(B) consolidou a mobilização política setorizada dos funcionários.
(C) garantiu a inserção institucional dos representantes da categoria.
(D) favoreceu a emancipação profissional dos empregados da indústria.
(E) possibilitou a concessão legal de benefícios sociais aos trabalhadores.

29. ‘Boicote ao militarismo’, propôs o deputado federal Márcio Moreira Alves, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB),
em 2 de setembro de 1968, conclamando o povo a reagir contra a ditadura. O clima vinha tenso desde o ano anterior,
com forte repressão ao movimento estudantil e à primeira greve operária do regime militar. O discurso do deputado foi
a ‘gota d’água’. A resposta veio no dia 13 de dezembro com a promulgação do Ato Institucional nº 5 (AI5).
Ditadura descarada. In: Revista de História da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, ano 4, n 39, dez. 2008. (adaptado)
Na conjuntura histórica dos anos 1960, dois aspectos correlacionados à situação descrita no texto são:
(A) Reinstitucionalização da ordem autoritária e segurança da ordem interna.
(B) Adoção do sistema bipartidário e defesa da normalidade representativa.
(C) Restauração do aparato policial e vigilância da organização sindical.
(D) Afirmação do poder central e salvaguarda da harmonia social.
(E) Definição da imprensa estatal e garantia da lealdade política.

30. Judiciário contribuiu com ditadura no Chile, diz Juiz Guzmán Tapia
As cortes de apelação rejeitaram mais de 10 mil habeas corpus nos casos das pessoas desaparecidas. Nos tribunais
militares, todas as causas foram concluídas com suspensões temporárias ou definitivas, e os desaparecimentos políticos
tiveram apenas trâmite formal na Justiça. Assim, o Poder Judiciário contribuiu para que os agentes estatais ficassem
impunes.
Disponível em: http://www.cartamaior.com.br. Acesso em: 20 jul. 2010 (adaptado)
Segundo o texto, durante a ditadura chilena na década de 1970, a relação entre os poderes Executivo e Judiciário
caracterizava-se pela
(A) preservação da autonomia institucional entre os poderes.
(B) valorização da atuação independente de alguns juízes.
(C) manutenção da interferência jurídica nos atos executivos.
(D) transferência das funções dos juízes para o chefe de Estado.
(E) subordinação do poder judiciário aos interesses políticos dominantes.
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