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HISTÓRIA DO BRASIL – PROF NEWTON

01 - A questão da consciência ou autopercepção nacional nas colônias da América tem


sido frequentemente tratada de forma desligada do seu contexto político e social.
Podemos, todavia, pensar em um sentimento de distinção e diferença, uma falta de
identificação com a Europa e uma consciência da realidade colonial que teria existido
entre populações mestiças.
(Adaptado de Stuart B Schwartz, “A formação de uma identidade colonial no Brasil”, em
Da América Portuguesa ao Brasil. Lisboa: Difel, 2003, p. 218.)
Um elemento histórico que favoreceu a autopercepção nacional das colônias
americanas, foi o processo de
a) exploração implementado pelas metrópoles ibéricas.
b) equiparação da população colonial à do velho mundo.
c) ascensão dos colonos aos cargos de comando nas colônias.
d) evasão dos colonos para a Europa a fim de conseguir trabalho.
e) laicização das instituições americanas, entre as quais, as universidades.

02 -

A observação das imagens anteriores indica que a (o)


a) absolutismo monárquico foi evidenciado somente na França do soberano
Bourbon Luís XIV.
b) rei lusitano possuía adereços mais luxuosos, o que demonstra a supremacia
portuguesa na época.
c) distância temporal é evidenciada pela significativa diferença na composição da
imagem dos reis retratados.
d) pose dos reis português e francês apresenta similaridade e indica que ambos
estão inseridos no contexto político semelhante.
e) ambos os monarcas foram retratados por artistas franceses, o que demonstra a
superioridade estética destes últimos.

03 - “O que é então o verossímil? Para encurtar: tudo aquilo em que a confiança é

presumida. Por exemplo, os juízes nem sempre são independentes, os médicos nem
sempre capazes, os oradores nem sempre sinceros. Mas presume-se que o sejam; e, se

alguém afirmar o contrário, cabe-lhe o ônus da prova. Sem esse tipo de presunção, a

vida seria impossível; e é a própria vida que rejeita o ceticismo.”

(Olivier Reboul, Introdução à retórica. São Paulo: Martins Fontes, 1998, p. 97-98.)
O texto foi extraído do segundo “Sermão da Quarta-feira de Cinza”, de 1673, de
jesuíta Antônio Vieira. Tendo em vista que os argumentos sobre a presunção
utilizados por Vieira, o crente católico deveria
a) rejeitar os dogmas religiosos cuja veracidade ele duvidasse.
b) Contrapor suas ideias aos princípios postulados pelo Papa.
c) opor-se aos julgamentos injustos da Inquisição Romana.
d) apoiar a livre interpretação das Sagradas Escrituras.
e) aceitar os conceitos impostos pela Igreja aos fiéis.

04 - Entre os séculos XVII e XVIII, o nheengatu se tornou a língua de comunicação


interétnica falada por diversos povos da Amazônia. Em 1722, a Coroa exortou os
carmelitas e os franciscanos a capacitarem seus missionários a falarem esta língua geral
amazônica tão fluentemente como os jesuítas, já que em 1689 havia determinado seu
ensino aos filhos de colonos.
(Adaptado de José Bessa Freire, Da “fala boa” ao português na Amazônia brasileira.
Ameríndia, Paris, n. 8, 1983, p.25.)
Tendo em vista aos interesses lusitanos no Brasil, o aprendizado do Nhengatu
associava-se aos
a) projetos de colonização, visando ao controle da mão de obra indígena pelos
missionários, colonos e autoridades.
b) interesses da Coroa em proteger os nativos da costumeira perseguição
praticada pelos homens bons dedicados à preação.
c) ideais iluministas que almejavam a missão civilizadora que pudesse introduzir
os povos indígenas à cultura dos brancos.
d) pressupostos sugeridos pelo Tribunal do Santo Ofício que, em geral,
consideravam os ameríndios dotados de santidade.
e) Fundamentos do exclusivo português que exigiam o conhecimento da língua
nativa a fim de “conhecer para proteger”.

05 -O documento seguinte foi redigido pelo governador de Pernambuco, Caetano de

Melo e Castro, em agosto de 1694, para comunicar ao Rei de Portugal a tomada da

Serra da Barriga.
“ (...) Não me parece dilatar a Vossa Majestade da gloriosa restauração dos Palmares,
cuja feliz vitória senão avalia por menos que a expulsão dos holandeses, e assim foi
festejada por todos estes povos com seis dias de luminárias. (...) Os negros se achando
de modo poderosos que esperavam o nosso exército metidos na serra (....), fiando-se
na aspereza do sítio, na multidão dos defensores. (...) Temeu-se muito a ruína destas
Capitanias quando à vista de tamanho exército e repetidos socorros como haviam ido
para aquela campanha deixassem de ser vencidos aqueles rebeldes pois
imbativelmente se lhes unir-se os escravos todos destes moradores (....)”.
(Décio Freitas, República de Palmares – pesquisa e comentários em documentos
históricos do século XVII. Maceió: UFAL, 2004, p. 129.)

O documento indica que

a) as tropas portuguesas não encontraram dificuldades para destruir o quilombo


de Palmares.
b) os holandeses estimularam as revoltas dos escravizados a fim de enfraquecer as
fortalezas lusas.
c) as relações entre escravizados e colonos eram de aliança, uma vez que havia
necessidade de derrotar o inimigo comum: os flamengos.
d) a resistência coletiva dos escravizados foi considerada uma ameaça ao sistema
implementado pela Coroa no Brasil.
e) o conflito entre tropas portuguesas e escravizados indígenas era mais violento
do que aquele relatado contra os holandeses.
06 - Leia o trecho:
Nessa época não era incomum assistir a procissões, participar de rituais, cerimônias
emocionais nos teatros das cortes ou de manifestações pelo fim da escravidão, que
perdia em eficácia e aceitação. Por mais que o governo tentasse recorrer a táticas
“reformistas” — como a promulgação da Lei dos Sexagenários —, o resultado
começava a ser o oposto. E os ataques vinham de todo lado, isso sem falar das
rebeliões escravas que estouravam nos quatro cantos do país.
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo:
Companhia das Letras, 2015. p. 307.
A respeito desse trecho, ele:
a) evidencia a grande pressão social que a monarquia enfrentou, na década de 1880,
pelo fim da escravidão, inclusive com a importância da luta dos escravos contra o
sistema.
b) sugere que as propostas reformistas da monarquia conseguiram enfraquecer o
abolicionismo e pacificar a nação.
c) ressalta que, embora as revoltas dos escravos fossem frequentes, a população seguia
apoiando em massa a manutenção da escravidão.
d) afirma que as disputas políticas entre liberais e conservadores eram o grande fator
que motivava a causa abolicionista.
e) demonstra que, apesar do apoio à abolição da escravatura, a classe política percebia
o trabalho compulsório como eficiente.

07 - A casa de morar nas fazendas ou o palacete foram em geral construídos a partir de


1870. Representavam o poderio econômico e político do proprietário, assim como o
gênero da pintura de paisagem que, segundo o historiador Rafael Marquese, foi
mobilizado pela classe senhorial do Vale do Paraíba como uma resposta direta à crise
da escravidão negra no Império do Brasil.
(Adaptado de Ana Luiza Martins, “Representações da economia cafeeira: dos barões
aos ‘Reis do café’, em Wilma Peres Costa e Ana Betraiz Demarchi Barel (orgs.), Cultura e
Poder entre o Império e a República. São Paulo: Alameda, 2018, p. 195.)
O produto fornecido pelas fazendas indicadas no texto era o
a) café.
b) açúcar.
c) algodão.
d) tabaco.
e) látex.
08 - O pastor norte-americano Pat Robertson, dono do canal de comunicação Christian

Broadcasting Network, afirmou que a tragédia provocada pelo terremoto no Haiti, em

janeiro de 2010, foi decorrente do “pacto com o diabo” que setores da população

haitiana teriam feito para que o país se tornasse independente. Nas palavras do

Pastor, "Os haitianos estavam sob o jugo da França. Eles se uniram e fizeram um pacto

com o diabo. Disseram: 'Serviremos a ti caso nos liberte da França'".

A postura do pastor Pat Robertson

a) contradiz a história, uma vez que o Haiti ainda é uma colônia francesa.

b) mostra uma percepção etnocêntrica e equivocada sobre os fatos indicados.

c) sugere que, por serem pagãos, os haitianos venceram as tropas napoleônicas.

d) desvincula a Revolução de São Domingos de uma visão fundamentalista cristã.

e) apoia ações humanitárias com a finalidade de retirar o povo haitiano da

pobreza.

09 - A política do Império do Brasil em relação ao Paraguai buscou alcançar três


objetivos. O primeiro deles foi o de obter a livre navegação do rio Paraguai, de modo a
garantir a comunicação marítimo-fluvial da província de Mato Grosso com o restante
do Brasil. O segundo objetivo foi o de buscar estabelecer um tratado delimitando as
fronteiras com o país guarani. Por último, um objetivo permanente do Império, até o
seu fim em 1889, foi o de procurar conter a influência argentina sobre o Paraguai,
convencido de que Buenos Aires ambicionava ser o centro de um Estado que
abrangesse o antigo vice-reino do Rio da Prata, incorporando o Paraguai.
(Adaptado de Francisco Doratioto, Maldita Guerra: nova história da Guerra do
Paraguai. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 471.)

A preocupação do Brasil com a suposta ameaça paraguaia indicava, também,


a) interesse na indústria bélica brasileira.
b) temor diante do expansionismo argentino.
c) projeto de expandir as fronteiras da nação.
d) submissão à hegemonia britânica na região.
e) desejo de reconstruir o Vice-Reino do Prata.
10 – A comparação entre as duas ilustrações de Ângelo Agostini (1843-1910) sobre o
reconhecimento da República brasileira pela Argentina (fig.1) e pela França (fig.2),
indica que o autor
a) considera que o reconhecimento argentino não foi confirmado pela realidade
dos fatos.
b) indica o Brasil como nação superior à Argentina em função de seu território
gigantesco.
c) demonstra a República francesa como superior à República brasileira.
d) destaca a tradicional rivalidade entre argentinos e brasileiros pela posse do Rio
da Prata.
e) afirma que o conceito de república iguala as nações que adotaram essa forma
de governo.
11 - A denominação de república oligárquica é frequentemente atribuída aos primeiros
40 anos da República no Brasil. Coronelismo, oligarquia e política dos governadores
fazem parte do vocabulário político necessário ao entendimento desse período.
(Adaptado de Maria Efigênia Lage de Resende, “O processo político na Primeira
República e o liberalismo oligárquico”)
A Constituição de 1891, que vigorou na Primeira República, favorecia o cenário
mostrado no texto, na medida em que
a) estabelecia o unitarismo e o voto de cabresto.
b) consagrava o federalismo e o voto não secreto.
c) instituía a laicização do estado e o pacto federativo.
d) reafirmava o poder moderador do Judiciário.
e) Efetivava princípios republicanos e igualitários.

12 - Na Lei Orgânica do Ensino Secundário de 9 de abril de 1942, podemos ler:


1. É recomendável que a educação secundária das mulheres se faça em estabelecimentos de
ensino de exclusiva presença feminina.

2. Incluir-se-á nas terceira e quarta séries do curso ginasial e em todas as séries dos cursos
clássico e científico a disciplina de economia doméstica.

3. A orientação metodológica dos programas terá em mira a natureza da personalidade


feminina, bem como a missão da mulher dentro do lar.

(Adaptado de Carla Bassanezi Pinsky e Joana Maria Pedro (orgs.), Nova História das Mulheres.
São Paulo: Contexto, 2012, p. 337.)

O objetivo dos artigos da Lei Orgânica do Ensino Secundário, indicados no texto, em relação à
educação para as mulheres, era

a) Livrar a mulher da submissão às atividades domésticas.


b) Incentivar a formação de uma sociedade pluralista e justa.
c) Consolidar a posição feminina no âmbito do patriarcalismo.
d) Oportunizar espaços de isonomia das mulheres no trabalho.
e) Estimular oportunidades nos vários espaços de emprego e renda.

13 - O historiador Daniel Aarão Reis tem defendido que o regime instaurado em 1964
não seja conhecido apenas como “ditadura militar”, mas como “ditadura civil-militar”,
pois contou com a participação civil.
Indique o fato que corrobora a afirmativa do autor do texto.

a) Apoio dos Estados Unidos à ditadura, fato confirmado pela Operação Brother
Sam.
b) Presença maciça das Forças Armadas na derrubada de João Goulart em 1964.
c) Envolvimento da UDN e de setores da Igreja Católica no apoio ao novo regime.
d) Mobilização de parte da sociedade na Marcha dos Cem Mil, no Rio de Janeiro.
e) Surgimento dos movimentos de luta armada contra o Estado do Arbítrio.

14 - A crise levaria o último governo da ditadura, chefiado pelo general João Figueiredo
(1979 – 1985), a tomar medidas drásticas. O objetivo inicial era deter a depreciação da
moeda nacional, incentivar as exportações e fazer frente ao aumento do déficit em
conta corrente. Assim, a moeda foi desvalorizada em 30% no final de 1979. A medida
acentuou a desaceleração econômica, o descontrole inflacionário e o desarranjo nas
contas públicas. Em 1980, a inflação batia a simbólica marca de 100% ao ano e em
1981 o país entrava em uma recessão.

(Adaptado de Gilberto Marangoni, Anos 1980, década perdida ou ganha? Revista


Desafios do Desenvolvimento, São Paulo, Ano 9, Edição 72, 2012.)
A crise econômica indicada no texto
a) acentuou a mobilização da sociedade contra a ditadura militar.
b) reduziu o movimento das oposições diante da apatia da sociedade.
c) deteve o processo inflacionário, apesar de não conseguir impedir a recessão.
d) aumentou o poder de compra do povo por meio da elevação das exportações.
e) diminuiu a campanha ufanista de apoio à presença do Brasil na Copa do
México.

15 - O SUS (Sistema Único de Saúde) foi definido a partir de princípios universalistas e


igualitários, quer dizer, para todos e de forma igual, embasado na concepção de saúde
como direito de todos e dever do Estado. Essa construção do SUS rompeu com o
caráter meritocrático que caracterizava a assistência à saúde no Brasil até a
Constituição de 1988. Os seus princípios, presentes no artigo 196 da Constituição de
1988, foram implementados gradualmente. Um de seus marcos é a Lei Orgânica da
Saúde (nº 8.080) de 19 de setembro de 1990, que fundou e operacionalizou o SUS.

De acordo com o texto, o SUS (Sistema Único de Saúde), está em


a) harmonia com as bases estruturais do Estado do Arbítrio.
b) sintonia com os fundamentos da Constituição vigente no País.
c) desacordo com os elementos vinculados à equidade na sociedade brasileira.
d) rota de colisão com os valores da Declaração dos Direitos Humanos da ONU.
e) consonância com o princípio da meritocracia instituído na atual Carta Magna.

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