Você está na página 1de 21

PROCESSOS BIOTECNOLÓGICOS NA PRODUÇÃO DE

BIOINSETICIDAS

Erlon Lopes PEREIRA1

Bruna Amaral MARTINS2

1
Departamento de Química. Setor de Engenharia Química. Universidade Federal de Viçosa. Campus: Viçosa-MG. CEP:
36570-900. e-mail: erlon.pereira@ufv.br/erlonlopes@gmail.com

2
Universidade Federal de Viçosa/ Departamento de Química. bruna.a.martins@ufv.br

Recebido em: 05/07/2016 - Aprovado em: 15/09/2016 - Disponibilizado em: 18/12/2016

RESUMO:
O controle de insetos é feito, geralmente, empregando produtos químicos, cujos danos ao ambiente e à saúde humana
são preocupantes. O controle biológico por entomopatógenos é uma alternativa eficiente, principalmente dada à alta
especificidade, ausência de resistência nos insetos alvos e não acumulam no ambiente. Os principais microrganismos
entomopatógenos incluem bactérias (Bacillus thuringiensis, Bacillus sphaericus), fungos (Beauveria bassiana,
Metharizium anisopliae) e vírus (Baculovirus). Dentre estes, o mais empregado é o Bacillus thuringiensis, cujo gene
responsável pela síntese das toxinas por meio da Engenharia Genética permite obter plantas transgênicas. Com exceção
dos vírus, os demais são produzidos em processos fermentativos. A produção industrial é atingida se houver
conhecimento de processos de ampliação de escala, fundamentados pela engenharia. Esta revisão teve por objetivo
reunir informações gerais sobre tais microrganismos e suas produções em meios de cultivo.
Palavras-chave: Biotecnologia. Inseticidas. Controle biológico. Entomopatógeno. Fermentação.

ABSTRACT:
Usually, the insect control is done with chemicals, which environmental impacts and human health effects are worrying.
The biocontrol by entomopathogenic is an effective alternative, due to the high specificity, absence of resistance in
target insects and because it do not accumulate in the environment. The main entomopathogenic microorganisms
include bacteria (Bacillus thuringiensis, Bacillus sphaericus), fungi (Beauveria bassiana, Metarhizium Metharizium)
and virus (baculovirus). Among these, the most used is Bacillus thuringiensis, whose gene is responsible for the
synthesis of toxins through genetic engineering that results in transgenic plants. With the exception of viruses, the
others are produced in fermentative processes. Industrial production is reached if there is knowledge of range expansion
process, based on engineering. This paper aims to review the literature about the subject and to reunite the general
information about such microorganisms and their production in culture media.
Keywords: Biotechnology. Insecticide. Biological control. Entomopathogenic. Fermentation.

1. INTRODUÇÃO
Os insetos que causam danos ao ser geralmente, por produtos químicos,
humano devido às perdas econômicas na constituídos, em sua maioria de
pecuária e na agricultura ou promovendo organoclorados (como DDT, Endri, etc.) e
vetores de doenças (malária, dengue, febre organofosforados (monocrotofos, paration
amarela, doença de Chagas) são um metílico, etc), cujos efeitos cumulativos
problema. O controle destes é realizado, levam a grandes prejuízos ambientais e à

714
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016
saúde humana, bem como a rápida seleção de menor de aplicações o que junto com sua
insetos resistentes. Esses produtos químicos composição natural promovem impacto
problemáticos são denominados de ambiental nulo ou insignificante. Porém,
inseticidas. Sua função diversificada vem demandam estudos mais aprofundados no
estimulando a produção de defensivos isolamento de novos microrganismos, testes
agrícolas e seu uso indiscriminado mostra-se de seleção de isolados, processos eficientes de
como um problema para o agronegócio e de produção e formulação do produto.
saúde pública (ALMEIDA e BATISTA Almeida et al. (2001) afirma que os
FILHO, 2001; ÂNGELO et al, 2010; bioinseticidas participavam apenas com 1%
THOMAZONI et al., 2014). do montante do mercado de defensivo
Almeida e Batista Filho (2001) agrícolas. Já Brar et al. (2006), apresenta um
descrevem que nesse ano o mercado mundial valor corresponde a cerca de 5% do mercado
de defensivos agrícolas atingiu US$ 1,8 mundial de pesticidas, evidenciando assim
bilhões, sendo os inseticidas e os acaricidas que o uso destes produtos vem crescendo. De
responsáveis por 30% do total. E de acordo acordo com Ângelo et al., (2010) as possíveis
com dados consolidados do Sindicato causas do crescimento de 4% de 2001 a 2006
Nacional da Indústria de Produtos para foram os elevados custos de produção, ao
Defesa Vegetal (SINDIVEG), no ano de 2012 caráter específico, o que para a preservação
foram vendidos no Brasil 823 mil toneladas do meio ambiente é uma grande vantagem. Já
de agrotóxicos, o que movimentou um valor para o agricultor pode ser um sério problema,
de US$ 9,7 bilhões. Todavia, devido aos devido à necessidade da utilização de outros
problemas ambientais e de saúde publica produtos contra as pragas não controladas
provocados pela sua utilização, o novo pelos BI e a baixa persistência do efeito
panorama industrial vem buscando larvicida quando aplicados em campo
alternativas que substituam, de forma (FISCHER, 2014).
eficiente, tal defensivo. Segundo Angelo et al. (2010) a
De acordo com Ângelo et al. (2010) o aplicação de BI requer grandes quantidades
controle por entomopatógenos, também do agente ativo. Capalbo et al. (2001)
conhecidos como bioinseticidas, é uma descreve que no processo de produção do BI
alternativa eficiente a substituição dos priorizava-se o desenvolvimento em meio
inseticidas. Os bioinseticidas (BI) possuem artificial (in vitro) que garantia a produção em
alta especificidade, ausência de resistência larga escala. De acordo com os autores agente
nos insetos alvos, requerem um número biológico vírus, bactérias e fungos podem ser
715
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016
utilizados para produção dos BI. Os autores outras bactérias consideradas de fácil cultivo
mencionam como dificuldade o BI viral visto possibilitando a síntese das toxinas
que vírus tinham que ser produzidos em empacotadas. Outros exemplos da utilização
células animais viáveis, já os fungos e de Bt para modificação genética de vegetais
bactérias poderiam ser produzidos em tornando-os resistentes a pragas foram
processos fermentativos. Atualmente, estudados por Serafini et al. (2002);
Gusmão (2013) explica que a para produzir Bobrowski et al. (2003); Knaak e Fiuza
BI em escala industrial deve-se utilizar (2006); Pinto e Fiuza (2008); Zancanaro et
processos fermentativos, os quais facilitam a al. (2012).
produção e estocagem do BI o que se Visto o exposto, a produção de BI
priorizava até agora a produção com fungos e utilizando processos fermentativos vem se
bactérias. Todavia, Almeida (2010) e Dantas tornando predominante o que estimula o seu
et al. (2014) afirmam que é possível a estudo devido sua importância econômica,
produção de BI virais através de processos industrial e ambiental. Este trabalho teve
fermentativos sendo esta a nova expectativa como objetivo apresentar uma revisão sobre
para pesquisas posteriores. os aspectos biotecnológicos que envolvem os
De acordo com Dias (1992) as bactérias processos fermentativos utilizados na
utilizadas na produção de BI podem além de produção de BI.
atuarem como agente biológico na
2. ASPECTOS GERAIS DA PRODUÇÃO
fermentação serem utilizadas como agente
DE BI
fornecedor do gene de modificação para Segundo Capalbo et al. (2001) as
outras bactérias ou vegetais. Os autores condições de assepsia durante todo o
descrevem o caso da utilização das bactérias procedimento devem ser observadas para
Bacillus thuringiensis (Bt) na produção de BI evitar contaminações por outros
por meio da engenharia genética onde os microrganismos, todo o equipamento e meios
genes do Bt foram inseridos em vegetais e de cultivo devem ser esterilizados em
bactérias. No primeiro caso, os genes que autoclave ou por vapor, de forma a manter as
codificam as proteínas responsáveis pela condições de assepsia necessárias, exigidas
síntese das toxinas do BI foram inseridos em pelos processos biológicos.
vegetais modificando sua cadeia genética o O Quadro 1 mostra informações
que resultou na produção de plantas provenientes do Banco de Microrganismos
transgênicas. No segundo caso, a Entomopatogênicos “Oldemar Cardim
transferência dos genes foi realizada para Abreu”, do Instituto Biológico de Campinas,
716
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016
São Paulo sobre os microrganismos que internacional, mesmo tendo um custo superior
podem ser utilizados para produção de BI e ao do Baculovírus.
número de representantes dos mesmos. Silva et al. (2012) utiliza isolados
provenientes do banco de microrganismos
Quadro 1 - Microrganismos entomopatogênicos
Oldemar Cardim Abreu em seus bioensaios
Número de
Microrganismos com o objetivo de avaliar e comparar a
Isolados
Bactérias eficiência dos fungos S. insectorum, M.
Bacillus thuringiensis 3 anisopliae, Isaria fumosorosea, Isaria
Bacillus sphaericus 2
Fungos farinosa e S. insectorum no controle de
Arthrobotrys SP. 1 Leptopharsa heveae. Isso mostra que o
Aschersonia aleyrodis 1
Beauveria bassiana 197 referido banco citado no Quadro 1 possui
Beauveria broghniartti 6 importância internacional e nacional devido a
Beauveria amorpha 1
Cladosporium sp. 3 qualidade dos isolados.
Cordycipes sp. 1
Hirsutella thompsonii 2
3. BIOINSETICIDAS BACTERIANOS
Metarhizium anisopliae 61
As bactérias formadoras de endósporos
Nomuraea rileyi 9
Isaria fumosoroseus 21 apesar de gerarem problemas à indústria de
Isaria farinosus 15 alimentos são importantes agentes biológicos
Isaria lillacinus 2
Sporothrix insectorum 7 na obtenção de BI. Seus principais
Verticilium lecanii 2 representantes pertencem em sua maioria à
Vírus
Família Baculoviridae 5 família Bacillacea, incluindo cinco gêneros:
Nematóides Bacillus, Sporolactobacillus, Clostridium,
Steinernema carpocapsae 8
Fonte: Almeida e Batista Filho (2001). Desulfotomaculum e Sporosarcina. Dentre os
gêneros mencionados apenas Bacillus é capaz
O Quadro 1 mostra o potencial
de produzir a toxina utilizada na fabricação de
biológico das variedades de microrganismos
BI. Este gênero possui metabolismo
que atuam como BI, tais com bactérias,
facultativo e em termos de quantidade possui
fungos, vírus e nematelmintos. Pode se
o maior número de representantes seguido
observar que os fungos apresentam o maior
pelo Clostridium de metabolismo anaeróbio
número de representante, contudo as bactérias
(LIU et al., 1994).
dominam o setor de produção de BI., segundo
Serafini et al. (2002) caracterizam
Fischer (2014), o Bacillus thuringiensis é
Bacillus thuringiensis (Bt) como bactéria
responsável por mais de 90% dos
Gram-positiva, anaeróbia facultativa,
bioinseticidas disponíveis no mercado
717
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016
mesófila, quimioheterotrófica, com forma de Btum evento adicional, que não ocorre
bastonetes e o principal agente normalmente em outros bacilos, é a formação
endopatogênico. Os autores mencionam que de um cristal parasporal proteico, que é
em condições adversas esta desenvolve um visível na fase de esporulação. O endósporo e
ciclo de esporulação característico de gênero a formação dos cristais são análogos às fases
Bacillus, com endósporo. de esporulação convencionais. O processo
Bechtel et. al (1976) apresenta que para está ilustrado na Figura 1.

Figura 1. Diagrama esquemático da esporulação em Bacillus thuringiensis.


Fonte: Bechtel et al., (1976).
Legenda: I - formação do filamento axial. II - formação do septo do pré-esporo. III – invaginação da membrana e
citoplasma e formação do pré-esporo. IV a VI - formação de exoesporo, parede celular primordial, córtex, capa dos
esporos acompanhadas da transformação do nucleóide. VII - maturação de esporos e lise dos esporângios.

O evento apresentado por Bechtel et al. genes que em geral se localizam em


(1976), que se inicia na Fase III (Figura 1) plasmídios e, em menor fração no
durando até a conclusão da esporulação, é o cromossomo bacteriano.
responsável pela atividade entomopatogênica Os cristais quando ingeridos pelas
do Bt. As inclusões cristalinas denominadas larvas dos insetos são solubilizados em pH
delta-endotoxinas ou proteínas Cry alcalino, característico do intestino do
constituem o princípio ativo tóxico aos artrópode, liberando as pró-toxinas que são
insetos. O cristal é identificadono clivadas por proteases do próprio inseto,
compartimento da célula mãe, e segundo resultando em toxinas ativas. Fischer
Adams et. al (2002), corresponde a (2014)apresenta a ação das toxinas na
aproximadamente 25% do peso seco da paralisia do aparelho digestor, ocasionando
célula. Tais proteínas são codificadas por morte por inanição e paralisia geral dos
718
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016
músculos. Se o endósporo também é ingerido, podem ser armazenadas em tubos de cultura
este pode germinar no interior do inseto com óleo mineral sob ± 10°C, em galão de
ocasionando septicemia ou, potencializando o nitrogênio ou forma liofilizada.
efeito das toxinas em ação conjunta.
Adams et al. (2002) descreve que 3.1. Meio de cultura
durante a fase de esporulação há também a As matérias-primas utilizadas segundo
produção Thuringiensia, essa substância é estudo de Dias (1992) diferem um pouco, no
uma α e β- exotoxina, caracterizada por ser caso de B. thuringiensis e de B. sphaericus,
termoestável e tóxica para alguns insetos e, uma vez que este último não consome
diferente das endotoxinas esta pode ocasionar açúcares, sendo aminoácidos e proteínas as
efeitos adversos em organismos não alvos. suas principais fontes de carbono e
Segundo Ângelo et al., (2010), além desta nitrogênio. Bt consome açucares e amido,
exotoxina, muitos tipos de Bt produzem além de aminoácidos e proteínas, sendo assim
proteínas denominadas Vip (vegetative mais simples a escolha de seus substratos.
insecticidal proteins) que são sintetizadas ao A fonte de carbono para cultivo de Bt
longo da Fase vegetativa de crescimento. As varia muito conforme o objetivo da
proteínas Vip não integram o cristal proteico, fermentação, bem como da linhagem
mas contribuem para a toxicidade global cultivada. O trabalho de Öskan et al. (2003)
intensificando a ação das proteínas Cry. revela que a melhor fonte para crescimento
Segundo Almeida et al. (2001) o vegetativo não corresponde à melhor fonte
isolamento de bactérias do gênero Bacillus para esporulação e formação dos cristais, e
normalmente é realizado a partir de amostras que glicose amido e melaço tem efeito
de solo e de lagartas infectadas, utilizando-se repressor no na produção de proteínas Cry. E
o método de Travers et al.(1987). Neste, segundo os autores, as melhores fontes de
emprega-se um tratamento térmico com pH carbono para produção de cristais tóxicos e
de 6,8, eliminando grande parte das bactérias esporulação são lactose, sacarose, dextrina,
não-esporulantes, restando apenas os esporos. aveia, maltose, glicerol e insulina.
Os esporos são então cultivados em meio com Na obtenção de bioinseticida a partir de
extrato de levedura e, posteriormente as Bacillus thuringiensisvar.israelensis (Bti),
bactérias do gênero Bacillus em estado Ernandes (2004) empregou como meio de
vegetativo são isoladas por métodos de cultivo resíduos e subprodutos tais como água
coloração de Gramm ou coloração de maceração de milho (“milhocina”), um
diferencial. Por fim as bactérias isoladas subproduto do processamento industrial do
719
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016
milho, (“manipueira”), um subproduto do de estações de tratamento de água, sendo
processamento da farinha de mandioca e alcançados bons resultados.
sangue bovino oriundo de abatedouros. Foi As fontes de nitrogênio são tanto
verificado que a concentração de orgânicas quanto inorgânicas, e ambas são
“manipueira” não influencia tanto no utilizadas em conjunto. Ângelo et al. (2010)
processo, mas foi evidenciada a necessidade afirmam que não é aconselhável o uso apenas
de esterilização do meio, e que a adição do de nitrogênio inorgânicos, pois há diminuição
sangue bovino também promove maior do crescimento e da esporulação em relação
eficiência. ao que emprega ambas as fontes. Entre as
A otimização realizada por Pessanha fontes orgânicas de nitrogênio, o extrato de
(2008) demonstrou o efeito da composição de levedura é bastante utilizado, assim como
meios formulados com caldo de cana, extrato peptona e derivados de soja apresentam bons
de levedura e sulfato de amônio, sendo que resultados. Alternativamente, destacam-se:
elevadas concentrações residuais de sacarose farinhas derivadas de proteína animal (farinha
foram observadas nos meios com caldo de de peixe e de crisálida) e alguns cereais
cana ou sacarose P.A, indicando baixa (cevada e trigo).
capacidade do (Bti) para metabolizar este A utilização da cama de frango em
dissacarídeo. meio de cultivo de Btipara controle do vetor
Rodrigues (2009) avaliou a viabilidade da dengue foi estudada por Melo et al. (2011)
de emprego do xarope residual da e o bioinseticida obtido possibilitou uma
desidratação de abacaxi para o cultivo de maior mortalidade de larvas em comparação
(Bti), para o controle de Aedes aegypti com os bioinseticidas produzidos com bagaço
obtendo um ótimo de substrato açúcares de mandioca e polpa cítrica.
redutores correspondentes a 30g L-1. Segundo Rossi (2012) a glicerina
Ângelo et al. (2010) apresentam os residual da produção de biodiesel (GR)
principais ingredientes utilizados em meios de propicia um meio fermentado mais potente do
cultivo de bactérias entomopatogânicas e suas que o mesmo produzido empregando
concentrações empregadas no cultivo de Bt glicerina purificada (GP), demonstrando que
na América do Norte. Além disso, mostra a GR é uma fonte de carbono mais viável
também os diversos meios alternativos economicamente. O autor concluiu que a
estudados, tais como: à base de batata, extrato melhor composição de meio de cultura foi
de soja suplementado com cistina, à base de utilizando a concentração de 10 g L-1 de GR,
água de coco, águas residuais de indústrias e 6 g L-1 de extrato de levedura, 3 g L-1 de
720
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016
(NH4)2SO4, 0,12 g L-1 de CaCl2.2H2O, 1,5 g pode ser cultivado em meios de culturas
L-1 de MgSO4.72H2O, 0,009 g L-1 de MnSO4, provenientes de diversos tipos de matéria
1,5 g L-1 de K2HPO4 e 1,5g L-1 de KH2PO4 prima. Neste contexto os resíduos
com condição de aeração otimizada em 45% agroindustriais com destaque para a glicerina
de oxigênio em relação ao valor de saturação. proveniente da produção do biodiesel. Além
Esse resultado permitiu produzir um meio disso, o B. thuringiensisvar.israelensis é a
fermentado 583 vezes mais potente que subespécie mais estudada devido ao problema
utilizando GP nas mesmas condições. social de controle da dengue.
Chagas (2012) além da produção de
bioinseticida por Bt a partir de glicerol 3.2 Processos de fermentação
proveniente do biodiesel, avaliou o efeito do Dias (1992) afirma que a produção,
pH e do ácido acético no processo. tanto de Bt quanto de Bacillus sphaericus
Empregou-se concentrações de 1 g L-1, 3 g L-1 (Bs), é bastante simples. Isso porque os
e 5 g L-1 de ácido acético, sendo comparada substratos passam por pré-tratamentos e são
as adições no início, no ponto de menor pH e transformados em meios de cultura pela
no de desaceleração do aumento do pH. E o adição de sais minerais. A fermentação deve
resultado mais expressivo de produção de ser conduzida em temperaturas entre 28 e
toxinas foi obtido com adição de 5 g L-1 no 32°C, havendo necessidade, em alguns casos
início da fermentação. de controle de pH em torno de 7. O tempo de
Gusmão (2013) cita que as matérias- processo, dependendo das condições pode
primas mais empregadas como subtrato para demorar de 24 a 72 horas, e ocorrem em
o crescimento de Bt são farelo de soja, água tanque de 2 a 500 mil litros. Em seguida, o
de maceração de milho, melaço, farelo de caldo fermentado passa por operações de
semente de algodão, farelo de feijão, caseína separação (precipitação, centrifugação,
e farinha de peixe. Perini (2014) acrescenta filtração tangencial, ultrafiltração, etc.) e a
que o leite UHT pode ser utilizado como biomassa concentrada é formulada.
matéria prima para crescimento de Bt, pois os Capalbo et al. (2001) descrevem as
autores observaram desenvolvimento de etapas da fermentação industrial de Bt
bacterias gênero Bacillus spp ao realizar realizada em reatores com controle,
estudos microbiologia preditiva descritos monitoramento e registro das condições
através de modelagem matemática. (temperatura, aeração, e outras) da
Com base no exposto em relação aos fermentação submersa descontínua. As etapas
meios de cultura, o Bacillus thuringiensis preliminares são realizadas em pequenos
721
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016
reatores de 1 a 5 litros, seguidas de etapas afetada até 75g L-1, sendo observada inibição
intermediárias em reatores entre 10 e 20 do crescimento e retardo da esporulação para
litros, sendo que as etapas posteriores atingem valores superiores. O valor máximo de
até 10.000 litros ou mais por reator. rendimento Y x/s obtido foi de 0,83g g-1, para
Ângelo et al. (2010) citam que a forma concentração inicial de glicose de 10 g L-1.
mais comum de produção de Bt, é por A cinética de crescimento, esporulação,
fermentação submersa descontínua, processo e toxicidade de Bti foram avaliados por
em batelada, realizada em tanques agitados. O Boniolo et al. (2012) em diferentes
pré inóculo, geralmente feito em frascos concentrações de oxigênio. Realizaram
pequenos, pré-fermentador, com 1/5 do experimentos a 5%, 20% e 50% de oxigênio
volume do fermentador final. Em geral, as dissolvido, sendo obtidos melhor rendimento
proteínas Cry são formadas no fim da celular e concentração de biomassa com 50%,
fermentação, quando as condições do meio além de maior número de esporos com
ficam desfavoráveis, e como o produto é aumento da atividade tóxica do caldo nove
retirado apenas ao fim do processo, em que vezes superior à obtida com 5% (DL50 de 39 e
cerca de 6 a 8% da cultura é de sólidos, e os 329mg L-1). Subsequentemente, depois de
esporos e cristais chegam a representar 50% atingida a concentração celular máxima,
dessa fração. O cultivo de Bt é feito em torno alterou-se o teor de oxigênio, para 0, 5, 20 e
de 30°C e o pH constante é comumente 100%. A interrupção do fornecimento de
empregado, havendo controvérsias dada a oxigênio reduziu fortemente a produção de
variação na faixa de pH proporcionar esporos e a saturação de 100% favoreceu o
melhorias na produção enquanto outros aumento da atividade tóxica cerca de quatro
consideram tais variações prejudiciais. Por vezes (DL50 de 8,2 mg L-1). Com a utilização
fim indica que a melhor produção de toxinas de oxigênio puro foi obtido 70% da
se dá com teor de oxigênio em torno de 26%, concentração de biomassa em relação aos
alcançado com agitação de 300 rpm e aeração ensaios com ar, não há esporulação nem
de 1 vvm ou 500 rpm e 0.6 vvm, para Btiem síntese de toxinas.
um fermentador de 5 litros. Segundo Gusmão (2013), a produção de
Berbert-Molina (2008) avaliou a Bt é em sua maioria por fermentação
concentração de glicose na cinética de submersa descontínua, sendo que seu
crescimento de Bti. A concentração inicial de crescimento ocorre na faixa ótima de pH entre
glicose variou de 10 a 152 gL-1. A velocidade 6,5 e 7,5. E a temperatura ideal é entre 26 e
de crescimento específica máxima μ não foi 37°C. E na separação e recuperação das
722
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016
toxinas os métodos citados são a contínua.
centrifugação e micro-filtração, mais comuns,
e em desenvolvimento destacam-se a 3.3 Transgenia
liofilização e a flotação. No final do século XX, a engenharia
Dias (1992) apresenta um estudo muito Genética permitiu a obtenção de produtos
importante na otimização do processo biotecnológicos pela inserção de genes de
fermentativo realizado na Argentina, onde interesses em plantas, englobadas pelas
foram comparados parâmetros de produção de plantas transgênicas. O Bacillus thuringiensis
Btem processo descontínuo e descontínuo é um importante fornecedor de genes na
alimentado, em que em ambos a toxidade criação das plantas-Bt, as quais produzem
microbiana foi diretamente proporcional à suas próprias proteínas Cry, ficando
concentração celular. Sendo que o processo resistentes e protegidas do ataque de insetos
descontínuo alimentado mostrou-se mais susceptíveis (SERAFINI et al., 2002;
vantajoso, obtendo-se produtividades BOBROWSKI et al., 2003; CAPALBO et al.
celulares e de toxinas cerca de 90% 2005).
superiores ao descontínuo. Contudo, como apresentado por Moraes
Segundo Dias (1992) e Moraes et al. et al. (2001) e Bobrowski et al. (2003), tal
(2001) é raro o uso da fermentação contínua prática possui limitações, dada a dificuldade
para microrganismos esporuláveis. O das células vegetais em produzir o cristal em
crescimento em processo contínuo favorece a níveis que rapidamente matem as larvas ou,
formação de colônias distintas da colônia podendo também expô-las a doses muito altas
mãe, e em condições laboratoriais o processo de toxina, induzindo assim à resistência
contínuo com Bt é bem sucedido para toxina.
sistemas com mais de um estágio, uma vez Trata-se de um tema que envolve
que variações na velocidade de crescimento e produção agropecuária e de alimentos, assim
no teor de carboidratos do meio aceleram a a seleção de novos genes responsáveis pela
esporulação. resistência aos insetos é recorrente em
Os resultados analisados mostraram que pesquisas desenvolvidas por Serafini et al.,
os trabalhos realizados atualmente utilizam o (2002); Bobrowski et al. (2003);Knaak e
processo descontínuo. O processo Fiuza (2006); Pinto e Fiuza (2008);
descontinuo alimentado foi avaliado apenas Zancanaro et al. (2012); Bedin et al. (2015).
por Dias (1992). Não foram encontrados
exemplos de cultivo em fermentação 3.4. Toxinas empacotadas
723
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016
Em seu estudo, Dias (1992) relata que com ciclo de vida mais explorado é o
através da transferência de genes que anamórfico, antes chamados de hifomicetos
codificam a endotoxina Bt para Pseudomonas ou fungos mitospóricos. Esses fungos agem
fluorescens, esta passa a produzir o cristal por contato sobre seus hospedeiros, os
proteico ao final da fase exponencial de conídios ou esporos são “sementes” do fungo
crescimento, mas ao contrário do bacilo, não que funcionam como unidades infectivas e
sofre a lise celular, não há a formação de constituem o ingrediente ativo dos
endósporo. Industrialmente, esta característica micoinseticidas.
permite obter a toxina encapsulada, cuja ação De acordo com Dalzoto e Uhry (2009)
aparecerá apenas no intestino das lagartas, os conídios podem penetrar em qualquer parte
onde a alcalinidade e as proteases degradam a da cutícula do inseto, e tal penetração é
parede celular. mediada por enzimas líticas, podendo também
Essa estratégia pode ser empregada para ocorrer pelos aparelhos respiratório e
outras bactérias receptoras de genes, de modo digestório. Como exposto por Junges (2010),
a obter cápsulas de toxinas específicas para o biocontrole mais eficiente, por meio do
diversos insetos. Sendo dois aspectos melhoramento genético, é promovido pela
relacionados a esta alternativa: a seleção de linhagens com expressão
biossegurança e a indução de resistência. aumentada de enzimas hidrolíticas, como as
Como este bioinseticida não contém nem quitanases, que são fundamentais na
microrganismos vivos, nem esporos, sua penetração através do hospedeiro e da
utilização não acarreta problemas de superexpressão de toxinas inseticidas na
biossegurança. Por outro lado, por conter hemolinfa.
apenas a toxina como principio ativo, pode Os fungos comumente utilizados em
levar à resistência pelos insetos, com maior bioinseticidas no Brasil, de acordo com
rapidez do que o complexo microrganismo- Pacheco (2015), são Bauveria bassiana e
esporo-toxina poderia levar. Metarhizium anisopliae, sendo
comercializados como uma suspensão de
esporos e o melhor desempenho dos produtos
são dependentes das condições ambientais
4. BIOINSETICIDAS FÚNGICOS ótimas.
Segundo Junges (2010) os principais Segundo Almeida et al. (2001) os
fungos utilizados para controle de pragas fungos, dentre os entomopatogênicos, são os
pertencem ao grupo Hypocreales dentre eles o mais fáceis de ser isolados, tanto de insetos,
724
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016
quanto de partes de plantas ou do solo. E os 108conídios.g-1 de substrato, sem perda na
procedimentos de isolamento variam com a atividade inseticida e com redução em 50%
Ordem do fungo envolvido, já que os fungos nos custos de produção do fungo.
apresentam o maior número de representantes A proporção carbono e nitrogênio (C:N)
entomopatógenos. A seleção de isolados de do meio é um importante fator a ser
Beauveria bassiana patogênicos ao bicudo do considerado no desenvolvimento de meios de
algodoeiro foi realizada por Silva (2001) em cultura, sendo sua composição estreitamente
diferentes regiões geográficas brasileiras e o relacionada ao custo e qualidade do fungo,
isolado CG138 de B. bassiana destacou-se sendo que meios ricos em C, mas deficientes
como um dos mais virulentos. em N, tendem a produzir maior quantidade de
conídios (LEITE, et al., 2003).
4.1. Meio de cultura Silva et al. (2012) realizaram o cultivo
No Brasil, segundo Faria e Magalhães de isolados de fungos entomomatógenos. As
(2001), a produção massal de fungos se dava pré-matrizes em placas de Petri foram
à base de cereais, os quais fornecem preparadas com meio de cultura BDA (Ágar,
condições nutricionais e físicas necessárias ao dextrose e batata), a partir destas placas,
crescimento do microrganismo, como arroz matrizes foram preparadas contendo arroz
cozido como substrato. Após a colonização do como meio de cultura e, canjica de milho
arroz pelo microrganismo, a mistura como meio de cultura foi empregada na
“arroz+fungo” é triturada e comercializada na preparação das sacolas.
forma de pó molhavel.
Sene et al. (2010) averiguou a produção 4.2 Processos de fermentação
de conídios de M. anisopliae à base de arroz Em seus experimentos, Sene et al.
polido (meio padrão), arroz vermelho, arroz (2010) utilizaram erlernmeyer de 250 mL com
polido suplementado com melaço (2,5; 5 e 30g do substrato e umidade de 70 ± 10%. Os
10)%, e resíduos agroindustriais, tais como: frascos foram inoculados com 0,5 mL da
da cervejeira (farelo ou bagaço de cevada) e suspensão de conídios (1 x 108 conídios mL-1)
da fecularia (farelo ou bagaço de mandioca), e incubados em BOD (25 ± 1°C, fosfatase por
arroz polido+resíduo de cervejaria (1:1) e 12 horas, num período de 7 dias).
arroz polido + resíduo de fecularia (1:1). De acordo com Silva et al. (2012) a
Dentre os testados, o meio composto por produção em sacolas é a empregada em escala
arroz+resíduo de cervejaria foi verificado a industrial para tais tipos de fungos. Em suas
mais elevada produção de 11,3 x análises de isolados de fungos
725
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016
entomopatogênicos, utilizaram sacos plásticos conídios. Os sacos foram incubados a 26 ±1°c
de polipropileno e como meio de cultura 400g e 12 horas de fotofase por sete dias.
canjica de milho e 200 mL de solução aquosa Posteriormente o seu conteúdo ficou exposto
de ácido cítrico a 0,3gL-1. Após esterilização a um fluxo de ar em bandejas de plástico em
por 40 minutos a 120°C em autoclave, foram câmara asséptica por quatro dias, sob
inoculadas com 40 mL da suspensão obtida temperatura de 25 ±1°c e 24 horas de
das matrizes e, mantidas na sala de fotofase.
germinação climatizada a 26 ± 2°C e fotofase A partir do exposto, a fermentação
de 12 foras por 15 dias. semi-sólida é a mais empregada, sendo o
Mascarin e Quintela (2013) apresentam arroz, o cereal predominante na produção de
uma técnica de produção do fungo M. micoinseticidas. As sacolas plásticas são os
anisopliae com todas as etapas e condições locais utilizados para germinação e condições
para o cultivo de tal fungo. Neste trabalho é ambientais amenas são necessárias a
fornecido metodologias para o preparo do manutenção do cultivo.
inoculo inicial, a produção do fungo em arroz, Michereff Filho et al. (2007)
a secagem em estufa elétrica, a extração dos apresentam um panorama do emprego de
conídios secos, a secagem final e o modo de micoinseticidas no Brasil e afirmam que, são
armazenamento. A produção se dá vendidos tal como são produzidos, não há
basicamente por fermentação semi-sólida, em uma formulação, ou seja, não há adição de
que o fungo coloniza o cereal e são realizadas substâncias que lhe assegurem melhorias na
em sacos plásticos, sob temperatura ambiente eficiência de controle, conservação ao
de 25°C, com um tempo de fermentação de 7 armazenamento ou praticidade de manuseio,
a 8 dias, após esse período a viabilidade dos que resulte em vantagens em relação do
conídios pode ser comprometida, pois sofrem produto bruto. São comercializados como pó-
estímulo para germinar. molhável ou mistura “arroz+fungo”.
Thomazoni et al. (2014) realizaram a
produção de conídios de M. anisopliae e B.
bassiana em arroz. Para tal, sacos de 5. BIOINSETICIDAS VIRAIS
polipropileno contendo 200g de arroz polido e Castro et al. (1999) afirma ser o
pré-cozido por 3 minutos em água fervente Baculovírus é o mais estudado dentre os
foram autoclavados por 15 minutos a 120°C. agentes entomopatogênicos virais. Esse vírus
Após o resfriamento, foi realizada a é composto por uma fita dupla de DNA e
inoculação de 10 mL da suspensão de pertence à família Baculoviridae que é
726
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016
taxonomicamente dividida em dois gêneros: replicação, já que são hospedeiros
Nucleopolyhedrovirus e Granulovirus, que obrigatórios.
diferem pela morfologia do corpo de Moscardi e Souza (2002) apresenta uma
oclusão.Os nucleopoliedrovírus (NPV) lista os insetos alvo por baculovirus e os
possuem corpos de inclusão poliédrica (PIB), respectivos países que utilizam a prática em
contendo múltiplas partículas virais, enquanto determinadas culturas. Mostra o caso de
os granulovírus (GV) contêm, em geral, sucesso do seu emprego no controle da lagarta
partículas únicas, ocluídas em corpos da soja. Apresenta ainda, que o emprego de
proteicos de forma ovoide. baculovírus é realizado apenas uma única vez
Segundo Dantas (2010) a infecção do durante a safra, contra uma média de duas
inseto ocorre por ingestão dos poliedros virais aplicações com inseticidas químicos,
e a penetração ocorre nas células epiteliais do resultando em benefício econômico da ordem
intestino médio. Os nucleocapsídeos são de cerca de R$ 10,00 por alqueire.
transportados para o núcleo das células, logo
após a penetração, liberando o seu DNA e 5.1. Produção comercial
iniciando o processo de replicação viral. Nos Segundo Alcântara e Martins (2014) a
estágios finais da infecção na lagarta, ocorre a produção de baculovírus é feita in vivo,
ruptura das células, seguida da morte do através de lagartas infectadas no campo. As
inseto e oclusão de novos vírus. Atua lagartas passam por um processamento para
principalmente no controle da lagarta-do- purificação do vírus em laboratório. Assim,
cartucho do milho Spodoptera frugiperda, este processo rústico, possui algumas
que causa danos consideráveis as culturas de limitações, pois a produção depende da
milho. presença das lagartas, ou seja, só pode ser
De acordo com Almeida e Batista Filho feita durante a época da produção da cultura
(2001) o isolamento de vírus da família infectada.
Baculoviridae, principal representante dos Valicente et al.(2010) fornecem as
vírus entomatógenos, também é possível a etapas e condições do processo em grande
partir de amostras de solo, assim como fungos escala de baculovírus, que envolve
e bactérias, porém exige mais tempo para a basicamente a criação massal do hospedeiro
purificação em relação às bactérias e aos sadio, seguida da infecção do hospedeiro com
fungos e, de insetos suscetíveis a fim de que o agente de controle biológico e coleta e
se possa testar a patogenicidade e obter a armazenamento do hospedeiro após a morte.

727
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016
Primeiramente realiza-se a produção isolados conseguem se multiplicam sem
massal do hospedeiro alternativo liquefazer as larvas, assim as lagartas mortas
artificialmente em salas de criações podem ir para o processamento e formulação,
aclimatizadas, em condições assépticas e ou serem congeladas em freezer para posterior
controladas. A sala de criação do hospedeiro processamento. As lagartas mortas infectadas
sadio fique separada fisicamente do local com baculovírus permanecem viáveis por
onde se faz a infecção, a coleta e o mais de 1 ano quando congeladas a -20°C.
armazenamento do hospedeiro infectado. No De acordo com Almeida et al. (2001) a
caso de contaminação da colônia, esta deve purificação é realizada através da maceração
ser reiniciada com lagartas sadias. A das lagartas mortas, filtragem e centrifugação
temperatura ideal para a criação da lagarta-do- da suspensão para retirada de resíduos.
cartucho é de 25°C. A umidade relativa do ar Afirma ainda que dentre os microrganismos,
deve ser mantida em torno de 70±10% para os vírus são os mais fácies de ser
que não haja ressecamento da epiderme dos armazenados, podendo-se utilizar uma
insetos, e mesmo a proliferação de suspensão aquosa em geladeira (±10°C).
contaminantes no recinto. Cria-se os adultos A produção de baculovírus como BI de
(mariposas) em gaiolas sob uma dieta de acordo com o exposto acima se dá ainda in
água, mel e ácido ascórbico (10%). vivo, em que lagartas do cartucho do milho
A etapa seguinte, de infecção, é são empregadas para replicação do vírus.
realizada no 7° dia de idade as lagartas, que Havendo o modo de produção por coleta de
são submetidas à exposição ao baculovírus, lagartas em campo e o de criação das lagartas
produto comercializado, por 24 a 48 horas, a sadias em laboratório para posterior
temperatura do laboratório de incubação contaminação.
também deve permanecer em 25°C. Lagartas
cujo ponto ideal de infecção foi monitorado 6. NOVAS PERSPECTIVAS
produzem uma maior quantidade de Dantas (2010) apresenta perspectivas ao
poliedros/lagarta aumentando o rendimento e uso de BI virais. Segundo o autor um fator
diminuindo o custo de produção. limitante ao emprego de vírus é a
Quando produzido em larga escala, o impossibilidade (técnica e econômica) de se
fator limitante é o rompimento do tegumento produzir Baculovírus in vitro, com o emprego
após a morte, fazendo com que o líquido de células de insetos em biorreatores de
interno extravase e dificulte a coleta e grande porte, sendo que o maior desafio
armazenamento do material. E alguns apresentado é a instabilidade genética gerada
728
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016
pela passagem seriada em cultivo nas células submersos em um curto intervalo de tempo.
de insetos. Além disso, a fermentação submersa requer
Almeida (2010) estudou estratégias de menor espaço físico e pouca dependência de
produção in vitro de BI viral selvagem e mão-de-obra em relação ao método de
recombinante, realizando os experimentos fermentação sólida. Entretanto os resultados
laboratoriais em batelada e batelada desta pesquisa ainda não estão disponíveis.
alimentada. No processo produtivo foram Silveira (2016) relata estudos
empregadas células do inseto Spodoptera desenvolvidos pelo engenheiro agrônomo e
frugiperda, e constatou-se que a batelada entomologista Luís Garrigós Leite sobre a
alimentada permitiu aumento de três vezes na produção de BI por nematelmintos em
produção de corpos de oclusão (OB) quando simbiose com bactérias e prevê a
comparada à produção em cultivo em batelada comercialização do produto no Brasil entre
(5,3x107 e 1,8x107 OBmL-1, respectivamente). 2017 e 2018. Acredita-se que este produto
Já Dantas (2010) avaliou o efeito da adição de atue por contato no controle dos insetos, sem
colesterol e ecdisona na produção in vitro do causar danos a cultura vegetal. O mecanismo
baculovírus, também em células de de ação do BI se baseia na penetração do
Spodoptera frugiperda, sendo observada uma nematoide por orifícios presentes no corpo
queda na produção de OB de 170 para 92 da dos insetos e, uma vez dentro do organismo,
terceira para a quarta passagem e indicou liberam as bactérias que causam septicemia,
influência negativa da adição do colesterol e matando-os em 48 horas. Os vermes
positiva na adição do hormônio. estudados são dos gêneros Steinerma e
Duarte (2015) afirma que atualmente as Heterorhabditis que estabelecem simbiose
biofábricas que comercializam micoinsetcidas natural com as bactérias dos gêneros
o fazem na forma de conídios aéreos Xenorhabdus e Photorhabdus,
produzidos por método de fermentação semi- respectivamente. O meio de cultura usado é
sólida, empregando substratos à base de composto por gema de ovo, óleo vegetal e
cereais, tal como exposto na seção 3 de extrato de levedura. A comercialização
Fungos Entomopatogênicos. O autor propõe produto BI é realizada com os vermes
que o cultivo de fungos através da envoltos em diatomita, um pó de origem
fermentação submersa. A expectativa é que mineral, capaz de conservar os vermes
por meio desta seja possível produzir grandes úmidos e em estado de latência, sendo
quantidades de blastosporos, fases ativados quando diluídos em água.
leveduriformes, microescleródios ou conídios
729
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016
7. CONCLUSÕES Os processos fermentativos envolvidos
Os bioinseticidas constituem uma na produção industrial são
alternativa aos inseticidas químicos, com predominantemente descontínuos, ou seja, em
menores dados ao meio ambiente e ao batelada que propicia melhores condições
consumidor possibilitando o controle de para que ocorra a esporulação, fase em que se
insetos nas lavouras. produzem as toxinas. Os processos
Devido às características biológicas, o envolvendo bactérias são em geral submersos,
B. thuringiensis (Bt) destacou-se como a enquanto que na produção dos fungos os
principal bactéria utilizada no controle meios semi-sólidos se mostram os mais
biológico de insetos. A prática do emprego de indicados.
plantas trangenicas modificadas com genes de O Brasil ainda não é um grande
Bt tem permitido reduzir efetivamente os produtor de BI devido ao elevado custo de
danos causados por insetos-pragas e, produção, a concorrência com os inseticidas
consequentemente, redução do uso de químicos e a escassez de incentivo ao
inseticidas químicos, sem causar danos aos desenvolvimento de formulações e novos
inimigos naturais e demais seres presentes no produtos.
meio ambiente. A integração do uso de plantas capazes
Os entomopatógenos independente da de expressar as toxinas de Bt e a
origem (bacteriana, fúngica ou viral) conscientização do produtor perante o uso de
demandam de estudos a cerca do melhor bioinseticidas consiste em um dos principais
modo de produção como seleção do desafios apresentados para sucesso da
microrganismo ideal, otimização dos alternativa ecologicamente correta.
processos fermentativos, emprego de matérias
primas de baixo valor comercial. Os resíduos 8. REFERÊNCIAS
agroindustriais que viabilizam os processos já ADAMS, T. T.; EITENAN, M. A.; HANEL,
B. M. Solid state fermentation of broiler
estão sendo avaliados como matérias primas
litter for production of biocontrol
alternativas para produção de BI. agents.Bioresource Technology, New York,
v. 82, n. 1, p. 33-41, 2002.
O emprego de fungos e vírus necessita
de maior estudo em relação aos processos ALCÂNTARA, L. T. A.; MARTINS, L. S.
Utilização do Baculovírus como ferramenta
produtivos, formulação e a quantia aplicada
biotecnológica para controle biológico de
para controle dos insetos em campo. Em pragas. Brasília, DF: Núcleo interdisciplinar
de pesquisa, 2014.
especial aos fungos que possuem um grande
número de representantes. ALMEIDA, A. F. Estratégias de Produção
730
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016
in vitro de Bioinseticida Viral: Influências JACINTO, T.; SILVEIRA, M. M.;
do Isolado, da Cinética e do Modo de BERBERT-MOLINA, M. A. Oxygen supply
Operação. Natal:Tese (Doutorado em in Bacillus thuringiensisfermentations:
Engenharia Química). Universidade Federal bringing new insights on their impact on
do Rio Grande do Norte, 2010. sporulation and δ-endotoxin production.
Biotechnological Products and process
ALMEIDA, J. E. M.; BATISTA FILHO, A. engineering. Vol.94,pp625-636, 2012.
Banco de Microrganismos
Entomopatogênicos. Biotecnologia Ciência BRAR, S. K.; VERMA, M.; TYAGI, R. D.;
& Desenvolvimento – n°20- maio/junho, VALÉRO J. R.Recent advances in
2001. downstream processing and formulations
of Bacillus thuringiensis based
ÂNGELO, E. A.; VILAS_BÔAS, G. T.; biopesticides. Process Biochemistry, New
CASTRO-GÓMEZ, R. J. H. Bacillus York, v. 41, n. 2, p. 323-342, 2006.
thuringiensis: características gerais e
fermentação.Londrina:Semina: Ciências CAPALBO, D. M. F.; MORAES, I. O.;
Agrárias, v.31, n.4, p.945-958, out./dez. 2010. ARRUDA, R. O. M.; MORAES, R. O.
Aplicação da Engenharia a processos
BECHTEL, D.B., BULLA, L.A. Jr.Electron Biotecnológicos: O caso dos Biopesticidas.
Microscope Study of Sporulation and Cobenge, EMA- 34 a 38, 2001.
Parasporal Crystal Formation in Bacillus
thuringiensis.Journal of bacteriology. v 127, CAPALBO, D. M. F.; VILAS-BÔAS, G. T.;
p. 1472 – 1481, 1976. ARANTES, O. M. N.; SUZUKI, M. T.
Bacillus thuringiensis – Formulações e
BEDIN, F. A.; ASSMANN, E. J.; POLO, L. Plantas Transgênicas. Biotecnologia Ciência
R. T.; SCHUSTER, I. Eficiência de eventos & Desenvolvimento n.34, p.78 a 85-
transgênicos de resistência a insetos em janeiro/junho, 2005.
soja e milho. Revista Cultivando o Saber.
ISSN 2175-2214. Vol.8-n2,p.201-214, abril a CASTRO, M. E. B.; SOUZA, M. L.;
junho, 2015. SIHLER, W.; RODRIGUES, J. C. M.;
RIBEIRO, B. M. Biologia molecular de
BERBERT-MOLINA, M. A.; PRATA, A. M. baculovírus e seu uso no controle biológico
R.; PESSANHA, L. G.; SILVEIRA, M. M. de pragas no Brasil. Pesquisa agropecuária
Kinetics of Bacillus brasileira. Brasília, v.34, n.10, p.1733-1761,
thuringiensis var.israelensis growth on high out. 1999.
glucose concentrations. Journal of Industrial
Microbiology & Biotechnology.Vol. 35.Pp CHAGAS, M. H. R. Efeito do pH e do ácido
1397-1404, 2008. acético sobre a produção de bioinseticidas
por Bacillus thuringiensis a partir de
BOBROWSKI, V. L.; FIUZA, L. M.; glicerol provenientes da fabricação de
PASQUALI, G.; BODANESE- biodiesel.Lorena:Dissertação (Mestrado em
ZANETTINI.Genes de Bacillus Ciências)- Escola de Engenharia de Lorena,
thuringiensis: uma estratégia para conferir Universidade de São Paulo, 2012.
resistência a insetos em plantas. Santa
Maria:Ciência Rural, , v.34,n1,p.843-850, set- DALZOTO, P. R.; UHURY, K. F. Controle
out, 2003. biológico de pragas no Brasil por meio de
Beauveria bassiana (Bals.) vuill. São
BONIOLO, F. S.; RODRIGUES, R. C.; Paulo:Biológico, v.71, n.1, p.37-41, jan./jun.,
PRATA, A. M. R.; LÓPEZ, M. L.; 2009.
731
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016
FISCHER, T. D. Avaliação do inseticida
DANTAS, G. C. Efeito da adição de biológico (Bacillus thuringiensis) no manejo
colesterol e ecdisona na produção in vitro de pragas em cultivares de soja (Glycine
do Baculovírus spodoptera frugiperda Max L.) modificadas geneticamente.
MNPV. Natal:Dissertação (Mestrado em Ijuí:Universidade Regional do Noroeste do
Engenharia Química). Universidade Federal Estado do Rio Grande do Sul, 2014.
do Rio Grande do Norte, 2010.
GUSMÃO, F. P. Bioinseticida à base de
DANTAS, G. C.; ALMEIDA, A. F. de; REIS, Bacillus thuringiensis.Lorena:Monografia
A. R. A.; SOUZA, G. R. de MACEDO M. L.; apresentada à Escola de Engenharia de Lorena
PEDRINI, M. R. S.; "DETERMINAÇÃO da Universidade de São Paulo, como requisito
DA QUANTIDADE DE INÓCULO para a conclusão do curso de graduação de
VIRAL PARA O PROCESSO DE Engenharia Bioquímica, 2013.
PRODUÇÃO EM BATELADA-
ALIMENTADA DE BACULOVÍRUS JUNGES, A. Metarhizium anisopliae:
SPODOPTERA", p. 1936-1943 . In: Anais expressão de proteína tóxica de origem
do XX Congresso Brasileiro de Engenharia vegetal e análise genômica de
Química - COBEQ 2014 [= Blucher Chemical quitinases.Porto Alegre: Dissertação
Engineering Proceedings, v.1, n.2]. São (Mestrado em Biologia Celular e Molecular)-
Paulo: Blucher, 2015. Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
ISSN 2359-1757, DOI 10.5151/chemeng- 2010.
cobeq2014-1345-19742-162179.
KNAAK, N.; FIUZA, L. M. Genes cry1Ab e
DIAS, J. M. C. S. Produção e utilização de cry1Ac de Bacillus thuringiensis.
bioinseticidas bacterianos. Pesquisa Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento
agropecuária brasileira. Brasília, 27, S/N:59- ano IX – n°36- janeiro/junho, 2006.
76, abr.1992.
LEITE, L.G.; BATISTA FILHO, A.;
DUARTE, V. S. Desenvolvimento de ALMEIDA, J.E.M; ALVES, S.B. (Ed.).
biopesticida a base de fungos por Produção de fungos entomopatogênicos.
fermentação líquida. Universidade de São Ribeirão Preto: A.S. Pinto, 2003. 92p.
Paulo, Piracicaba, 2015. Disponível em:
<http://bvs.fapesp.br/pt/bolsas/153695/desenv LIU, W. M.; BAJPAI, R.; BIHARI, V. High
olvimento-de-biopesticida-a-base-de-fungos- density cultivation of sporeformers.Ann.
por-fermentacao-liquida/ > Acesso em: julho N.Y. Acad. Sci., v.72, p. 310-325, 1994.
de 2016.
MASCARIN, G. M., QUINTELA, E. D.
ERNANDES, S. Obtenção de bioinseticida Técnica de produção do Fungo
a partir de Bacillus thuringiensis Entomopatogênico Metarhizium anisopliae
var.israelensis e aplicação de bioensaios em para Uso em Controle Biológico.Santo
culicídeos. Tese (Doutorado em Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão,
Biotecnologia). Universidade Estadual 2013.
Paulita, Araraquara, 2004.
MELO, A. L. A.; SANCHUKL, C. E.;
FARIA, M. R.; MAGALHÃES, B. P. Uso de WOLCLECHOWSKL, A. L.; THOMAZ-
fungos entomopatogênicos no Brasil. SOCCOL, V.; SOCOOL, C. R. Utilização da
Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento - cama de frango em meio de cultivo de
n°22 –setembro/ outubro, 2001. Bacillus thuringiensis var. israelensis
berliner para o controle de Aedes aegypti
732
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016
Linnaeus. Journal of Biotechnology and por Bacillus thuringiesnsis var. israelensis.
Biodiversity. Vol.2, n.4, PP. 1-2, Novembro, Campo dos Goytacazes:Tese (Mestrado em
2011. Biociência e Biotecnologia)- Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro,
MORAES, I. O.; CAPALBO, D. M. F.; 2008.
ARRUDA, R. O. M. Produção de
bioinseticidas.In: LIMA. U.A.; PINTO, L. M. N.; FIUZA, L. M. Genes cry
AQUARONE, E.; BORZANI; W.; de Bacillus thuringiensis aplicados na
SCHMIDELL, W. (Coord.).Biotecnologia engenharia genética de plantas, conferindo
industrial: processos fermentativos e resistência a insetos-praga. Neotropical
enzimáticos. Porto Alegre: Edgar Blücher, v. Biology and Conservation. 3(3):159-168,
3, 2001. p. 245-265. setembro/dezembro, 2008.

MICHEREFF FILHO, M.; FARIA, M. R.; RODRIGUES, R. C. Aproveitamento de


WRAIGHT, S. P. Micoinseticidas e xarope residual da desidratação osmótica
micoacaricidas no Brasil: Como de abacaxi para o cultivo de Bacillus
estamos?Brasília:Embrapa Recursos thuringiesnsis var. israelensis. Campo dos
Genéticos e Biotecnologia, 2007. Goytacazes:Disertação (Mestrado em
Produção vegetal)- Universidade Estadual do
MOSCARDI, F; SOUZA, M. L. Baculovírus Norte Fluminense Darcy Ribeiro, 2009.
para o CONTROLE DE PRAGAS.
Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento – ROSSI, A. A. Obtenção de bioinseticida de
n° 24- janeiro/fevereiro, p. 22-29, 2002. Bacillus thuringiensis a partir de resíduos
da fabricação de biodiesel.Lorena: Tese
ÖSKAN, M.; DILEK, F. B.; YETIS, U.; (Doutorado em Biotecnologia Industrial) -
ÖZCENGIZ, O. Nutritional and cultural Universidade de São Paulo, 2012.
parameters influencing antidpteran delta-
endotoxin production. Research in SENE, L.; ALVES, L. F. A.; LOBRIGATTE,
Microbiology, Paris, v. 154, n. 1, p. 49-53, M. F. P.; THOMAZONI, D. Produção de
2003. Conídios de Metarhizium anisopliae em
meio sólido à base de resíduos
PACHECO, J. L. C. Potencial agroindustriais. São Paulo:Arquivo do
entomopatogênico de fungos e Instituto de Biologia, v. 77, n.3, p.449-456,
actinobactérias marinhas no controle de jul./set., 2010.
Brevicoryne brassicae (Hemiptera:
Aphididae).Curitiba:Dissertação (mestrado SERAFINI, L. A.; BARROS, N. M.,
em Microbiologia, Parasitologia e Patologia). AZEVEDO, J.L., Biotecnologia: avanços na
Universidade Federal do Paraná, 2015. agricultura e na agroindústria. Caxias do
Sul: EDUCS, 2002.
PERINI, F. O. Avaliação da multiplicação
da Bacillus thuringiensis no leite UHT por SILVA, C. A. D. Seleção de isolados de
meio de modelagem matemática e Beauveria bassiana patogÊnicos ao bicudo-
microbiologia preditiva.Porto do-algodoeiro. Brasília:Pesquisa
Alegre:Universidade Federal do Rio Grande Agropecuária brasileira,v.36, n.2, p.243-247,
do Sul, 2014. fevereiro, 2001

PESSANHA, L. G. Otimização da SILVA, E. A. R.; BATISTA FILHO, A.;


composição do meio de cultivo na WENZEL, I. M.; FURTADO, E. L.;
fermentação de caldo de cana-de açúcar ALMEIDA, J. E. M. Seleção de isolados de
733
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016
fungos entomopatogênicos para o controle ALVES, L. F. A. Patogenicidade de isolados
de Leptopharsa heveae (hemiptera: de fungos entomopatogênicos à Spodoptera
heteroptera, tingidae). São Paulo:Arquivo frugiperda (Smith) (Lepidoptera:
Instituto de Biologia, v.79, n.4, p.549-556, Noctuidae).Arquivo do Instituto de Biologia.,
out./dez., 2012. São Paulo, v.81, n.2, p. 126-133, 2014.

SILVEIRA, E. Bioinseticida feito de TRAVERS R. S, MARTIN P. A. W,


microrganismos – Vermes e bactérias REICHELDERFER C.F. Selective isolation
atuando juntos são matérias-primas de of soil Bacillus spp. Appl Environ Microbiol
produto para uso comercial na lavoura. 53: 1263-1266, 1987.
São Paulo: FAPESP,Ed.243, 2016.
Disponível em: VALICENTE, F. H; TUELHER, E. S;
<http://revistapesquisa.fapesp.br/2016/05/19/ BARROS, E. C. Processo de Produção
bioinseticida-feito-de-microrganismos/ > Comercial de Baculovírus em Grane
Acesso em: junho de 2016. Escala. Sete Lagoas: 157 Circular Técnica
Embrapa Milho e Sorgo, 2010.
SINDIVEG –SINDICATO NACIONAL DAS
INDÚSTRIAS DE DEFENSIVOS ZANCANARO, P. O.; BUCHWEITZ, E. D.;
AGRÍCOLAS. Dados de produção e BOIÇA JUNIOR, A. L.; MORO, F. R.
consumo de agrotóxicos. Disponível Avaliação de tecnologias de refúgio no
em:<http://sindiveg.org.br/ >. Acesso em: cultivo de milho transgênico. Pesquisa
julho de 2016. agropecuária brasileira, Braília, v.47, n.7,
p.886-891, julho 2012.
THOMAZONI, D.; FORMENTINII, M. A.;

734
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 2, p. 714-734, ago./dez. 2016

Você também pode gostar