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Série Orações e Bênçãos Judaicas – Adon Olam

Por Sha’ ul Bentsion

Adon Olam

Adon Olam asher malach, beterem kol yetzir nivra.


Senhor do Universo, Que reinou antes de qualquer forma ser criada.

Le-et na-asah vecheftzo kol, azai melech shemo nikra.


No momento em que a Sua vontade trouxe tudo à existência, então como ‘ Rei’ o Seu Nome foi
proclamado

Ve-achare kichlot hakol, levado yimloch nora.


Depois de tudo ter deixado de existir, Ele, o Temido, reinará sozinho.

Vehu hayah, vehu hoveh, vehu yih-yeh betifarah.


É Ele que era, que é, e que permanecerá, em esplendor.

Vehu echad, ve-eyn sheni, lehamshil lo lehachbirah.


Ele é Único, não existe segundo que se compare a Ele para se declarar Seu igual.

Beli reishit, beli tachlit, velo ha-oz vehamisrah.


Sem princípio e sem fim, dEle é o poder e o domínio.

Vehu Eli, vechai go-ali, vetzur chevli be-et tzara.


Ele é o meu D-us e meu Redentor vivo, a Rocha para a qual eu fujo em tempos de tribulação.

Vehu nisi u-manos li, menat kosi beyom ekra.


Ele é o meu estandarte e o meu refúgio, que me responde no dia que eu clamo a Ele.

Beyado afkid ruchi, be-et ishan ve-airah.


Nas Suas mãos eu confiarei o meu espírito quando eu adormecer - e eu acordarei!

Ve-im ruchi geviyati, ADONAI li, velo ira.


E mesmo que meu espírito se vá, o S-NHOR é comigo, e eu não temerei.
Entendendo a T’ filah

Uma belíssima t’ filah (oração), Adon Olam é um hino poético a D-us cujo autor acredita-se ter sido
Solomon ibn Gabirol (1021-1058), um poeta e filósofo que viveu na Espanha. Esta t’ filah (oração)
consiste em dez linhas: as seis primeiras expressam o conceito judaico de D-us, e as últimas quatro
falam de como as pessoas de fé se relacionam com D-us, e a confiança que depositam nEle. As
últimas palavras deste hino “ S-NHOR é comigo, e eu não temerei” foram extraídas de Tehilim
(Salmos) 118:6, uma das passagens de Hallel (louvor).

Esta t’ filah (oração) é recitada no início do serviço de Shacharit (manhã) e também é recitada à noite,
antes de irmos para nossas casas. Ao longo do tempo, muitas melodias foram compostas para esta
t’ filah (oração).

O motivo do serviço de Shacharit se iniciar com Adon Olam está na palavra Adon (Senhor), em
memória de Avraham Avinu (Abraão, nosso pai), que foi o primeiro a chamar ao Eterno de ‘ Adon’
(vide Bereshit), e também ao fato de que, segundo a tradição judaica, foi Avraham (Abraão) que
instituiu a prática das orações matinais:

"Foi ensinado de acordo com o Rabino Jose b. Hanina: Avraham instruiu a T'filah matinal, conforme
está escrito: E Avraham se levantou cedo de manhã no local onde havia estado de pé, e 'de pé'
significa apenas oração, conforme diz, Então se levantou Finéias e orou." (Berachot 26b - Talmud)

Segundo a tradição judaica, ora-se três vezes ao dia: a prática da oração matinal teria sido instituida
por Avraham (Abraão), a da oração da tarde teria sido instituida por Yitzchak (Isaque) e a da oração
vespertina por Ya'akov (Jacó).

A t'filah (oração) 'Adon Olam' ressalta o fato de que D-us é atemporal, infinito e onipotente. A
humanidade só tem uma coisa a oferecer a Ele: proclamá-Lo como Rei, ao louvá-Lo e ao fazer a Sua
vontade. Mas o aspecto interessante demonstrado por 'Adon Olam' é o de que, apesar da grandeza de
D-us, Ele contudo Se involve com as necessidades do homem, e o socorre em tempos de tribulação.
Esta t'filah (oração) é concluida com um pensamento que nunca devemos esquecer: apesar dEle ser
exaltado, "o S-NHOR é comigo, e [por isso] eu não temerei"... Baruch Hu (Bendito seja Ele)!

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