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A poesia lírica era usada para ser cantada ou acompanhada por
instrumentos musicais. O melhor exemplo desse tipo de poesia é o livro
dos Salmos. Esse é um elemento comum entre a poesia bíblica e a
grega. Havia uma relação íntima entre a poética e a música, as duas
eram importantes para que o povo se expressasse religiosamente. Essa
é a razão pela qual a música e a poesia são tão marcantes na Bíblia.
A poesia didática consiste em ditos e frases, por meio dos quais se
comunica a sabedoria voltada para os assuntos do cotidiano. É a poesia
da reflexão sobre si, sobre a vida, sobre Deus e as fronteiras de todas
essas dimensões da experiência da vida. Eclesiastes e Provérbios são
os melhores representantes desse tipo de poesia.
A poesia dramática é composta por diálogos, em que diferentes
personagens interagem entre si, argumentam, contra argumentam,
complementam-se. É o que encontramos em Jó e Cântico dos
Cânticos.
O paralelismo tem sido considerado como um elemento característico da
poesia hebraica. Ele consiste na correspondência de um verso com
outro, ou de uma linha com outra. Essa equivalência pode ser uma
reafirmação pelo uso de sinônimos, por exemplo, ou também pode ser
um contraste. Existem três tipos de paralelismo:
Paralelismo sinonímico. Quando a segunda linha repete o que foi
dito na primeira usando palavras que não adicionam nem subtraem
o significado da primeira linha. Basicamente, a segunda linha
funciona como um sinônimo da primeira. Nesse caso, as palavras,
os conceitos e as ideias principais são relevantes para a
interpretação. Exemplo:[1]
Paralelismo antitético. Quando segunda linha afirma o contrário da
primeira, criando um contraste ou uma negação. Exemplo[2]:
Paralelismo sintético. Quando uma frase resume ou completa o
sentido da outra. Esse tipo de paralelismo é menos comum que os
anteriores, o que impede um consenso entre os especialistas quanto
a ele. Mesmo assim, o encontramos em alguns textos. Exemplo[3]:
[2] Veja mais exemplos de paralelismo antitético em: 1Sm 15.22; Sl 32.10; Pv
10.1,2, 11.19, 13.7, 30.21-23.
[3] Veja mais exemplos de paralelismo sintético em: Sl 1.3, 19.8-10, 148.7-12;
Pv 14.27. 21.28.
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dos Sabedoria lírica e dramática acerca do sexo
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1.
2. Os provérbios são frequentemente parabólicos.
3.
4.
5. Os provérbios são intensamente práticos, não teoricamente teológicos.
6.
7.
8. Os provérbios têm uma redação memorável, mas não tecnicamente
precisa.
9.
10.
11. Os provérbios não objetivam apoiar o comportamento egoísta – muito
pelo contrário!
12.
13.
14. Os provérbios que refletem fortemente a cultura antiga podem precisar
de uma “tradução” sensata, para que sua relevância não se perca.
15.
16.
17. Os provérbios não são garantias da parte de Deus, mas sim diretrizes
poéticas para o bom comportamento.
18.
19.
20. Os provérbios podem empregar linguagem altamente específica,
exagero ou qualquer uma das variedades de técnicas literárias para
transmitir sua mensagem.
21.
22.
23. Os provérbios dão bons conselhos para abordagens sábias de certos
aspectos da vida, mas não são exaustivos naquilo que abrangem.
24.
25.
26. Empregados de forma errada, os provérbios podem justificar um estilo
de vida estúpido e materialista. Empregados de forma correta, os
provérbios fornecerão conselhos práticos para a vida diária.
a.
b. A profecia pré-exílica, que data de 750 a 586 a.C. No século VIII a.C.
estão os profetas Amós e Oseias (Israel), e Isaías e Miqueias (Judá). No
século VII a.C. estão os profetas Naum, Sofonias, Habacuque e
Jeremias.
c.
d.
e. A profecia exílica, que data de 586 a 538 a.C., período de atividade do
profeta Ezequiel.
f.
g.
h. A profecia pós-exílica, que data de 538 a 460 a.C., período de atividade
dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias (SAYÃO, 2012, p.138,139).
i.
2. O significado da profecia
A reafirmação do monoteísmo javista
A universalidade de Deus
A relação transcendência/imanência de Deus
A santidade de Deus
Arrependimento/perdão
O dia do Senhor
A justiça social
O formalismo religioso
O Messias
“Ai daquele que constrói o seu palácio por meios corruptos, seus
aposentos, pela injustiça, fazendo os seus compatriotas trabalharem
por nada, sem pagar-lhes o devido salário (Jr 22.13).
1.
2. A profecia bíblica prevê de maneira clara as coisas que estão por vir,
sem envolvê-las em ambiguidades como faziam os oráculos das nações
pagãs.
3.
4.
5. A profecia bíblica é planejada para ser uma previsão e não uma
declaração retrospectiva, uma profecia não-intencional, ou uma
adivinhação que por um acaso acabou acontecendo.
6.
7.
8. Ela é escrita, publicada ou proclamada antes da ocorrência do
acontecimento a que se refere e de um modo que não poderia ter sido
previsto pela simples sagacidade humana.
9.
10.
11. Ela é cumprida subsequentemente, de acordo com as palavras da
previsão original.
12.
13.
14. Ela não causa o seu cumprimento, porém mantém-se como testemunha
até que o acontecimento tenha ocorrido.
15.
16.
17. Uma profecia bíblica não é uma previsão isolada, mas pode estar
relacionada a outras profecias, formando, portanto, uma longa série de
previsões (apud KAISER, 2002, p.136).
18.
4. Diretrizes hermenêuticas
4.1. Contextos
Por isso, o que aprendemos sobre contexto histórico e contexto literário
se aplicam aqui como um primeiro passo necessário. Pois somente depois de
escutar a mensagem dos profetas no seu tempo e para o seu tempo é que
seremos capazes de aplicá-la hoje. Esse é um princípio simples e elementar
que, se for desconsiderado, incorremos no erro hermenêutico: dizer hoje o que
o texto não disse no seu contexto de origem. É por desconsiderar esse
princípio hermenêutico que encontramos tantas aplicações precipitadas e
irrealistas de profecias do passado a eventos históricos de hoje.
Esse é um caso em que precisamos de ajuda das obras de introdução
ao Antigo Testamento e de comentários bíblicos especializados. Geralmente,
as obras introdutórias já nos fornecem dados necessários para entrarmos nos
livros dos profetas com segurança. Dentre elas, destaco duas sobre esse
assunto:
LASOR, William S.; HUBBARD, David; BUSH, Frederic W. Introdução
ao Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2012.
LONGMANN III, Tremper; DILLARD, Raymond B. Introdução ao Antigo
Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2001.
Amplo uso de imagens e símbolos;
Representavam uma “sabedoria secreta”, acessível a poucos;
Atribuição de visões a personagens históricos destacados da história de
Israel, como Esdras ou Enoque;
Pensavam a vida de maneira universal e abrangente e não de pessoas
isoladas, isto é, o objeto da reflexão da apocalíptica era a perdição ou
salvação dos povos e do mundo;
Tendência ao pessimismo, encarando o mundo e o futuro como
separados de Deus e para além da possibilidade de recuperação;
Subdividir a história em etapas para sinalizar quando Deus haveria de
intervir, e geralmente a intervenção divina seria em breve.
[2] Conforme WEGNER, Uwe; VOIGT, Emilio. Apocalipse: manual de estudo.
São Leopoldo: Sinodal/EST, 2013. P.10.