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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE PEDAGOGIA

TÂNIA LIMA SOUSA


201701045842

PESQUISA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PRÉ-PROJETO

A importância da fluência em leitura oral para a formação de leitores competentes.

FORTALEZA - CE

2019

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
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TÂNIA LIMA SOUSA


201701045842

PESQUISA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PRÉ-PROJETO

A importância da fluência em leitura oral para a formação de leitores competentes.

Trabalho de Pré-Projeto apresentado como


exigência da disciplina PPE – Pré-Projeto
(CEL1338), do curso de Pedagogia sob
orientação da Professora MONICA SILVA
FERREIRA.

FORTALEZA - CE

2019
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 3

APRESENTAÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA 3

LEVANTAMENTO DO REFERENCIAL DA PESQUISA 5

REFERÊNCIAS 8
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LINHA DE PESQUISA: PRÁTICAS EDUCATIVAS.

TEMA: Alfabetização, leitura e escrita.

TÍTULO: A importância da fluência em leitura oral para a formação de leitores competentes.

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho fará uma reflexão sobre a importância da adoção de práticas


pedagógicas adequadas, por docentes e equipe gestora, no que se refere à formação de leitores
competentes e autônomos através da estimulação da fluência em leitura oral.

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

Em uma sociedade cada vez mais voltada para produção elementos grafocêntricos,
faz-se urgente a necessidade de formação de indivíduos capazes de ler e escrever com
autonomia e competências. A leitura e a escrita são essenciais para integração plena das
pessoas com a sociedade, garantem uma maior chance de desenvolvimento de suas aptidões e
ampliam os horizontes da aquisição de conhecimento. Todos os países desenvolvidos presam
pelo aperfeiçoamento dessas habilidades em sua população como garantia de um acesso
sempre crescente à prosperidade.

O Brasil vem lutado por décadas para aumentar seus níveis de alfabetização, contudo,
diversos relatórios e pesquisas têm apontado que caminhamos em um sentido oposto: temos
falhado na formação de leitores e escritores competentes já nas séries iniciais do Ensino
Fundamental. Dados do Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (Inaf) de 2018,
revelam que uma parcela considerável daqueles que concluem o Ensino Médio conseguem
fazer uso competente das habilidades de leitura e escrita nas mais diversas situações
cotidianas. Ao analisar o Ensino Superior essa perspectiva assustadora se mantém quando
conclui que poucos são os proficientes em tais habilidades. Quando nos deparamos com tão
vergonhosos números, chegamos à conclusão de que é urgente a necessidade de políticas
públicas que incentivem e garantam a alfabetização plena e na idade adequada.
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Ler e escrever são produtos culturais da sociedade, portanto, não nos sãos inatos,
precisam ser adquiridos no convívio dos espaços formais e não-formais de educação e
desenvolvidas através da prática constante. Em abril de 2019, o Governo Federal, através do
Ministério da Educação, decretou as diretrizes para a Política Nacional de Alfabetização que
por meio da aliança entre federação, estados e municípios possa-se garantir às nossas crianças
níveis satisfatórios de leitura e escrita com autonomia e compreensão através de estudos
fundamentados em ciências da cognição.

Para as ciências cognitivas, existem um conjunto de componentes essências para a


alfabetização, entre elas há um componente pouco estudado nacionacionalmente, mas que
vem ganhando destaque no cenário internacional quando pensamos na formação de leitores,
por consequência, de escritores competentes: a fluência em leitura oral. Por sua vez, a fluência
possui um conjunto de parcelas e outras capacidades como a prosódia e a leitura precisa e
veloz. O leitor fluente, geralmente, é dotado de uma boa consciência fonêmica, domina as
relações entre grafemas e fonemas, compreende e interpreta com mais eficiência as produções
escritas com as quais entra em contato. Ler com autonomia exige treino por parte dos
discentes e ensinar a ler, preparo dos docentes. Devem-se ser desenvolvidas práticas
pedagógicas que permitam a aplicação de programas e estratégias adequadas para a
estimulação da fluência em leitura oral. Ser fluente em leitura envolve a capacidade de
decodificar, entender e compreender prontamente aquilo que está sendo lido. Todavia, o que
se tem observado, inclusive, em políticas públicas anteriores é um abando do trabalho da
estimulação da fluência em leitura e detrimento da valorização do uso social de nossa língua.

O presente trabalho propõe-se a fazer uma reflexão sobre a relevância da aquisição do


componente defluência em leitura oral para a formação de cidadãos-leitores competentes e
quais as metodologias pedagógicas podemos usar para fomentar a aquisição de tal
componente. Sendo assim, minha pesquisa possui o seguinte problema: qual a importância
da fluência em leitura oral para a formação de leitores competentes e quais práticas
pedagógicas podem ser adotadas para a estimulação dessa habilidade?

2. LEVANTAMENTO DO REFERENCIAL DA PESQUISA


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A leitura e a escrita são atos que garantem aos indivíduos ampla participação na vida
social, desenvolvimento de suas aptidões e aprofundamento dos conhecimentos adquiridos
nos espaços formais e não-formais de educação. Na sociedade do séc. XXI, para uma
comunicação efetiva, faz-se, cada vez mais, uso de recursos gráficos, portanto, ampliar os
índices de alfabetização é um imperativo para as autoridades públicas para garantia completa
dos cidadãos do direito à participação social. Contudo, relatórios e pesquisas relacionadas ao
grau de alfabetismo da população brasileira apresentam dados que nos revela um país que
ainda não consegue garantir a plena participação social aos seus cidadãos através de um nível
adequado de alfabetismo. Através de dados apresentados pelo Indicador Alfabetismo
Funcional no Brasil (INAF) de 2018, pode-se chegar à conclusão de que as políticas públicas
têm falhado na instrução de brasileiros alfabetizados.

Ao longo dos anos, verificou-se um lento crescimento e uma estagnação a


partir de 2009 do crescimento da população que poderia ser considerada
Funcionalmente Alfabetizada. No estudo de 2001-2002, 61% dos entrevistados
foram considerados Funcionalmente Alfabetizados; em 2007, 66%; e, nos três
estudos realizados entre 2009 e 2015, o percentual de Funcionalmente Alfabetizados
ficou estável em 73% para, em 2018, apresentar uma pequena oscilação negativa.
Em síntese, apenas 7 entre 10 brasileiros e brasileiras entre 15 e 64 anos podem ser
considerados Funcionalmente Alfabetizados conforme a metodologia do Inaf pela
estimativa de 2018 (INAF, 2018, p. 9).

Os dados tornam-se ainda mais alarmantes quando o mesmo relatório faz relação entre
os índices de escolarização e o analfabetismo funcional.

Entre as pessoas que possuem os anos iniciais do Ensino Fundamental, mais de dois
terços (70%) permanecem na condição de Analfabetismo Funcional, sendo que 54%
chegam ao nível Rudimentar. Aproximadamente 1 em cada 3 pessoas (29%) desse
nível de escolaridade podem ser consideradas Funcionalmente Alfabetizadas, sendo
que 21% chegam ao nível Elementar, 7% ao nível Intermediário e 1% ao nível
Proficiente (Tabela 3).

Quase metade (45%) dos indivíduos que ingressaram ou concluíram os anos finais
do Ensino Fundamental atinge o nível Elementar da escala (Tabela 3). Nesse nível,
entretanto, chama a atenção que o grupo proporcionalmente maior (49%) representa
o conjunto dos indivíduos que ingressaram ou concluíram o Ensino Médio (Tabela
3a).

Apenas 45% dos entrevistados que chegaram ao Ensino Médio situam-se nos dois
níveis mais altos das escalas de Alfabetismo do Inaf (Tabela 3), mostrando que o
fato de terem frequentado escola não assegura que tenham suficientes habilidades
para fazer uso da leitura e da escrita em diferentes contextos da vida cotidiana.

Quanto aos que ingressaram ou concluíram o Ensino Superior, 96% são


considerados funcionalmente Alfabetizados, mas apenas 34% alcançaram o nível
Proficiente (Tabela 3). (INAF, 2018, p.12)
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Mesmos dos indivíduos que tiveram acesso à educação formal, não ficam imunes à
fragilidade da má qualidade do ensino e projetos de alfabetização espalhados pelo país. De um
modo particular, observa-se uma ineficiência relacionadas alfabetização das crianças no 1º
ano do Ensino Fundamental onde se dá ênfase em assuntos secundários como os usos sociais
da língua em detrimento do estudo da estrutura de nossa língua materna (OLIVEIRA, 2015).
Atento a essa realidade, em abril de 2019, o Governo Federal, através do Decreto Nº 9.765
estabeleceu as diretrizes iniciais da Política Nacional da Alfabetização onde a federação
define conceitos, objetivos e metas para a alfabetização plena no Brasil. Alfabetização, na
perspectiva governamental, é “ensino das habilidades de leitura e de escrita em um sistema
alfabético, a fim de que o alfabetizando se torne capaz de ler e escrever palavras e textos com
autonomia e compreensão.” (BRASIL, 2019, p. 1).

Contudo, é sabido que a aquisição de autonomia em leitura e níveis adequados de


compreensão de texto, passa por um processo complexo, carregado de etapas e que poderá ser
alcançado com o auxílio das teorias das ciências cognitivas e pela

ênfase no ensino de seis componentes essenciais para a alfabetização:

a) consciência fonêmica;

b) instrução fônica sistemática;

c) fluência em leitura oral;

d) desenvolvimento de vocabulário;

e) compreensão de textos; e

f) produção de escrita; (BRASIL, 2019, p.2)

A presente pesquisa pretende refletir sobre a importância do componente: fluência em


leitura oral para a formação de leitores competentes. Segundo Pulieze (2014, p. 3), a fluência
em leitura oral se revela na “capacidade de ler com precisão, velocidade e prosódia”. Embora,
seja um tema pouco abordado por pesquisas nacionais, esse componente da alfabetização vem
ganhando cada vez mais espaços em no debate internacional. Muitos estudiosos chegaram à
conclusão de que a fluência em leitura por si só não garante a formação de um leitor
completo, contudo, é um componente que está intimamente ligado à compreensão textual, por
tanto, é uma ponte que termina na construção de um leitor competente (PULIEZE, 2014).
Dessa forma, forma-se leitores que adquiriram a habilidade de leitura para ter acesso a um
aprendizado efetivo e não apenas aprenderam a ler (MORAIS, 2014).
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Pulieze (2014, p. 2) afirma que “os pesquisadores parecem concordar que existem três
componentes-chave da fluência: precisão na decodificação da palavra, automaticidade no
reconhecimento das palavras e uso apropriado da prosódia. ” Conforme o progresso das
crianças na aquisição da leitura ocorre, elas aprimoram o uso das correlações entre as letras e
seus sons, além de se tornarem mais capazes de decodificar e identificar palavras não
conhecidas de uma forma cada vez mais autônoma (MALUF e CARDOSO-MARTINS,
2013).

"O desenvolvimento da habilidade específica da leitura é crucial para a aquisição de


conhecimento e para o desenvolvimento cognitivo de maneira geral." (MORAIS, 2014, p. 40).
Ao trabalharmos a leitura, percebe-se que uma fluência limitada no processo de identificação
das palavras, restringe as possibilidades de compreensão, por isso, defende-se a prática
constante de leitura em sala de aula para uma melhor observação do professor das dualidades
de seus alunos para uma melhor instrução dos mesmos.

Para se desenvolver a fluência em leitura oral, algumas práticas pedagógicas como


“estimular a leitura em voz alta, considerando que isso contribui para a ativação da área
cerebral relacionada ao processamento auditivo, favorecendo o desenvolvimento da
capacidade da associação fonemagrafema” (MORAIS, 2014, p. 69) podem ser adotadas bem
como:

a) promover um modelo de leitura oral fluente através de um professor que leia em


voz alta e com repetidas intervenções de leitura;

b) fornecer instrução direta e devolutivas para ensinar a decodificação de palavras


desconhecidas, ensinar expressões corretas e fraseamento adequado, o movimento
de varredura dos olhos e outras estratégias que leitores fluentes usam;

c) fornecer apoio oral e modelos para os leitores usando leitura assistida, leitura de
poemas, leitura emparelhada, fitas de áudio e programas de computador;

d) Proporcionar aos alunos uma abundância de materiais apropriados ao seu nível de


leitura para que eles leiam de forma independente;

e) Oferecer muitas oportunidades para a prática de leituras repetidas de textos


progressivamente mais difíceis;

f) Estimular o desenvolvimento da prosódia através de pistas dos limites das


expressões ou frases. (PULIEZE, 2014, p. 6)

3. REFERÊNCIAS
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MALUF, Maria Regina, CARDOSO-MARTINS, Cláudia. Alfabetização no Século XXI:


Como se Aprende a Ler e a Escrever. Porto Alegre: Penso, 2013.

MORAIS, José. Alfabetizar para a Democracia. São Paulo: Penso, 2014.

BRASIL, Decreto nº 9.765, de 11 de abril de 2019. Diário Oficial da República Federativa


do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 11 abr. 2019. Seção: 1 - Extra, p. 15.

INAF. (Indicador de alfabetismo funcional). Instituto Paulo Montenegro divulga


Resultados preliminares do Indicador de Alfabetismo Funcional - Brasil 2018
<https://drive.google.com/file/d/1ez-6jrlrRRUm9JJ3MkwxEUffltjCTEI6/view> acessado em
15/05/2019.

PULIEZI, Sandra. A fluência e sua importância para a compreensão da leitura. Bragança


Paulista: Psico-USF, 2014.

OLIVEIRA, João Batista. Alfabetização: em que consiste e como avaliar. Brasília: Instituto
Alfa e Beto, 2015.

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