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FACULDADE DO GUARUJÁ

ALESSANDRO FRANCISCO DOS SANTOS; RA.: 2019328985.

WELLINGTON ELLER CHULAPA; R.A.: 2018024868.

OS DESAFIOS DA TRIBUTAÇÃO NA ERA DIGITAL

Guarujá

2021
FACULDADE DO GUARUJÁ

ALESSANDRO FRANCISCO DOS SANTOS; RA.: 2019328985.

WELLINGTON ELLER CHULAPA; R.A.: 2018024868.

OS DESAFIOS DA TRIBUTAÇÃO NA ERA DIGITAL

Artigo científico apresentado para a


matéria de Direito Financeiro e
Tributário para o Professor Mestre
Gustavo Abrahão dos Santos

Guarujá

2021
RESUMO

Este artigo tem por objetivo contar a história dos impostos e as transformações
sofridas ao longo dos anos, trazendo a importância da tributação de um país
para a evolução de uma nação e a transformação de toda a sociedade e suas
classes operárias. Após uma sucinta pesquisa sobre o nascimento dos
impostos e sua aplicação, abordando-se histórias e construções de impérios
através dos povos que pagavam altos impostos, que por muitas vezes custava
a vida. Por fim, traz a aplicação tributária em conformidade com os direitos
assegurados aos contribuintes, bem como a transformação digital nos dias
atuais e os desafios no cotidiano pós era digital.

Palavras Chaves: Tributação, Digital, Transformação.

ABSTRACT

This article aims to tell the history of taxes and the changes undergone over the
years, highlighting the importance of taxing a country for the evolution of a
nation and the transformation of the whole of society and its working classes.
After a succinct research on the birth of taxes and their application, approaching
histories and building of empires through the people who paid high taxes, which
often cost their lives. Finally, it brings the tax application in accordance with the
rights guaranteed to taxpayers, as well as the digital transformation today and
the challenges in daily life after the digital era.
1 – Introdução

O artigo em estudo analisa a revolução digital que se faz


presente, e com isso exige constante atualizações de todos em sua volta, seja
do comércio em geral, do cliente ou contribuinte, bem como dos sistemas
operacionais difundidos pela transformação digital, apesar das dificuldades
encontradas no meio digital para a cobrança de tributos é plenamente possível
encontrar alternativas que solucione, haja vista da sua importância e
praticidade, diante de um cenário em que aproximadamente 60% das pessoas
usam aparelhos celulares para compras, pagamentos, acessar bancos e outras
atividades.

Após uma profunda pesquisa de artigos sobre o tema, o


trabalho descreve os desafios, soluções e benefícios que esta transformação
trará, os desafios dizem respeito a segurança no meio digital, problema crônico
enfrentados por todos os países desenvolvidos e subdesenvolvidos, embora
não ameaça sua aplicação, tendo em vista as constantes atualizações de
programas e sistemas eficientemente capazes de evitar ou bloquear possíveis
ameaças aos seus usuários.

A tributação por meio digital mudara a forma de fazer


negócios, criará empregos, estimulará a economia nacional, além de aproximar
o Poder Público com a sociedade, principais responsáveis por este avanço,
sendo integrante desta cadeia consumerista.
2 - Contexto histórico da Tributação

A história da tributação teve início ainda no Egito, em que


agricultores em geral eram encarregados de pagar um dízimo, que era a
décima parte paga ao príncipe pela colheita. Por outro lado, a civilização
romana tinha uma política fiscal complexa, apesar de toda a dificuldade
existentes da época, sua importância nos serviu de parâmetros para a atual
evolução tributária.
Na Grécia antiga, meados 477 a.C., também teve grande
importância, sendo uma das pioneiras quanto a história da tributação,
responsável pela cobrança dos impostos destinados aos fins sociais em
benefício da população, para os gregos os impostos eram utilizados em prol do
bem coletivo, devendo a cobrança apenas para os que ali não residiam, tais
como, imigrantes, estrangeiros, forasteiros, aqueles nascidos na Grécia eram
isentos.
Na Grécia o tributo era utilizado como meio de defesa do
bem coletivo, nessa época, pagavam tributos apenas os estrangeiros,
imigrantes, forasteiros etc., sendo isentos do pagamento os cidadãos gregos
homens, adultos, livres e nascidos na Grécia. Há quem acredite que os
impostos nasceram em Roma, que tributava de forma pesada aqueles que não
fossem cidadãos romanos, fato que a tornou rica à custa dos povos.
Estima-se que menos de 10% do PIB era retirados de
impostos, sendo certo que os gastos do Império eram controlados e bem
administrados, tendo em vista a grandiosidade do império, que dedicava por
volta de 40% do orçamento ao Exército. O restante ficava responsável por
bancar despesas com construções de estradas, portos e despesas do
governante e outros. Isso mostra a congruência dos impostos ao longo da
história.
O imposto recolhido destinava-se ao uso do governo, de
maneira consciente e justa a cada cidadão.
Já na Idade Média, após a queda do grande império
romano seu território fora fracionado em partes de terra, chamados de feudos,
cada feudo possuía um senhor feudal, que era responsável pela cobrança de
tributos como obrigações ou dádivas aos senhores.
Neste período as famílias retiravam suas riquezas dos
campos, e assim eram chamados de camponeses, pagavam-se com suas
colheitas os tributos destinados aos senhores feudais, sobrando apenas o
suficiente para a sobrevivência de sua família. A vida dos camponeses e suas
famílias eram restritas, suas liberdades e proteção ficavam condicionadas aos
senhores, e que cobrava pelo trabalho ou impostos, essa relação de
dependência era transmitida de geração para geração, conhecida como
vassalagem. Aqueles que se recusa-se a pagar o tributo poderiam ser presos e
em alguns casos, mortos.
A submissão dos camponeses para com os seus
senhores arrastou-se por anos, os camponeses viviam unicamente para
atender as vontades dos senhores.
3 – As Dificuldades da Modernização do Sistema Tributário Brasileiro

O Brasil ocupa uma posição nada agradável quando se


fala em carga tributária, atualmente uma das mais altas do mundo, porém
ocupa a 16° posição, com o Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente
32%, e elevando, dessa forma, o custo dos produtos e serviços nele
produzidos.

Imprescindível para a análise do crescimento de


determinada região ou país, sua aplicação é destinada ao uso de toda a
sociedade em diversas áreas. Assegurados pela Constituição Federal de 1988,
que busca por meio de seus objetivos fundamentais o pleno e justo
desenvolvimento do país, através dos direitos sociais, direitos como; a
educação, segurança, saúde, trabalho, lazer, moradia, entres outros, previsto
no art. 6° da Constituição Federal de 1988.

Os direitos sociais alhures supracitados nasceram após


os tratamentos desumanos que toda classe operária sofreu durante a
Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX.

Contudo, o Estado democrático de direito tem por dever,


promover o bem-estar de toda a sociedade, atendendo as necessidades gerais
de toda a coletividade, retribuindo com a arrecadação dos impostos e
destinando suas verbas às necessidades básicas para o alcance dos objetivos
públicos.

Diante das inovações e transformações advindas da


revolução digital surgem desafios para o sistema tributário brasileiro, refletindo
diretamente no cotidiano dos órgãos responsáveis e aos contribuintes de modo
geral.

Entretanto, no ano de 1992, a empresa Softplan


desenvolvia o (SAJ), Sistema de Automação da Justiça, que anos mais tarde
passaria a ser usado por diversos tribunais espalhados pelo Brasil, apresentou
assim uma solução plausível para as necessidades dos tribunais.

A Lei 11.419 de 2006, que estabeleceu o processo


eletrônico, trouxe uma mudança significativa para todo o poder Judiciário e a
sociedade, buscando resolver o problema crônico dos processos físicos dos
tribunais e demais órgãos, permitindo assim a otimização dos espaços,
redução de custos com a armazenagem, reduziu o deslocamento de processos
físicos entre as varas, além de um melhor resultado na leitura dos processos
pelos serventuários para emitir uma sentença, despachos e outros, tendo em
vista as inúmeras pilhas de processos que se acumulavam e que piorava com
a escassez de servidores, tecnicamente seria impossível ler e analisar as
milhares páginas dos processos para emitir uma sentença, e assim era
considerado sinônimo de improdutividade.

Para se ter uma ideia da quantidade de processos físicos


na Vara da Fazenda Pública de Guarujá, que trata das Execuções Fiscais do
município, a comarca no ano de 2015 já contava com 300.511 ações em
andamento, das quais 242.924 eram execuções fiscal, enquanto que a
população neste mesmo ano era de 290.752, segundo dados do IBGE,
ocupando o quarto lugar no ranking em quantidade de processos, atrás de
Campinas e a Grande São Paulo.

Este mesmo município arrecadou de empresas um


montante de 95,3 milhões entre os anos de 2018 e 2019, oriundos do Imposto
Sobre Serviços (ISS) do setor portuário e retroportuário, embora o setor
retroportuário represente um crescimento de 102%, este resultado é devido a
uma série de fatores que têm contribuído para o desenvolvimento do setor na
Cidade na medida em que a economia nacional vai reagindo, a tendência é que
nos próximos anos resultados semelhantes se multipliquem na Cidade,
atraindo novos investidores.
Empresas e contribuintes ouvidos pelo estudo veem a
necessidade de habilitar processos mais simples, integrados, claros e seguros,
além de contar com ferramentas que lhes permitam automatizar algumas
interações com as agências arrecadadoras. Uma das principais necessidades
apontadas na arrecadação de impostos para as empresas (45%) é um
processo tributário claro, seguro e simplificado.
Já os contribuintes querem ferramentas que automatizem
o processo de interação, enquanto as 38% das agências reguladoras procuram
maior clareza no marco regulatório e de competências. No campo das agências
arrecadadoras, há um empate na necessidade de ferramentas de automação,
clareza do marco regulatório e competências e transparência em processos
operacionais do projeto de investimento (22%).
Junto com tais desafios, ressalta-se também, dentro da
esfera de competência, a necessidade de se regulamentar objetivamente no
que tange a territorialidade do fato gerador do tributo – um dos princípios
basilares no sistema normativo tributário –, que por conseguinte, pode nesse
sentido, criar obstáculos quanto ao dever do contribuinte, como por exemplo,
onde se origina o imposto quando a aquisição é de um bem intangível.
Sabemos que há casos semelhantes julgados, mas a questão é que de fato
isso fique bem claro em nossa legislação, a fim de se evitar interpretações
equivocadas.
4 - Análise jurisprudencial ou estudo de casos aplicados.

No município de Caruaru, Estado de Pernambuco, o


município conta com o uso da Inteligência artificial para a arrecadação
tributária, utilizando uma plataforma conhecida como MAiS Partners, sediada
no Estado de São Paulo é Líder em serviços de Auditoria, Consultoria,
Impostos, Estratégia e Transações. Através de sua grande capacidade
comparou e cruzou dados de aproximadamente 100 ações para aumentar sua
arrecadação, por meio da retroalimentação do banco de dados, tendo em vista
iniciativas aplicadas em outras cidades que deram certo. Em fase de execução
da plataforma, embora poderá trazer uma arrecadação de R$ 6 Milhões.

Utilizando-se da nuvem para uma maior armazenagem e


eficiência, bem como da Big data e do aprendizado da máquina para criação de
modelos de arrecadação tributária, realizando ajustes necessários para uma
melhor arrecadação dos municípios, sem representar aumentos de alíquotas
ou criação de outros novos impostos, isso devido a organização e controle das
informações dos contribuintes cadastradas no banco de dados do sistema.

Embora seja um grande avanço o uso desta tecnologia,


figuramos entre os países da América Latina que não possuem uma plataforma
multicanal que seria ideal para os contribuintes; com o uso de portal web e
aplicativos de celulares.
5 - Considerações finais

O trabalho abordado traz brevemente a transformação


digital tributária e sua aplicação no cotidiano, bem como o nascimento dos
impostos e suas transformações ao longo dos anos.
As mudanças trazidas pelo avanço da internet,
principalmente pós o advento da lei 11.419 de 2006, que estabeleceu o
processo eletrônico e contribui para a transformação processual digital em toda
a sociedade e órgãos que compõem a administração pública, trazendo
reduções consideráveis de gastos processuais dos tribunais, e que também
possibilitou as partes o peticionamento remoto, otimizou espaços antes
destinados a pilhas e pilhas de processos, bem como aluguéis de espaços
destinado ao trabalho e o armazenamento desses processos.
Contudo, por mais que evoluímos, faz-se necessário a
implementação de sistema voltado aos contribuintes, tendo em vista sua
importância na arrecadação tributária. Como também o aperfeiçoamento no
uso de sistemas do banco de dados, uma vez que carregam informações dos
contribuintes.
Diante dessa já consolidada realidade chamada de
Transformação Digital, nota-se que o atual sistema tributário em vigor no Brasil
não acompanhou os avanços tecnológicos trazidos pela economia digital e que
alterou de forma significativa o comportamento das relações de consumo em
nossa sociedade.
Portanto, chegamos ao ponto mais antagônico dessa
nossa breve síntese sobre o objeto em questão. Como demonstrado
anteriormente, podemos afirmar de forma empírica, que o Direito evolui com as
mudanças de comportamento de uma sociedade.
Porém vimos que, no que diz respeito ao Sistema
Tributário Brasileiro há uma lacuna a ser preenchida, pois a velocidade em que
a Era Digital e, consequentemente a Economia Digital avançam
exorbitantemente, não é a mesma que, em tese, o Direito em suas diversas
vertentes, deveria acompanhar.
Por fim, demostra-se que após o advento da lei
11.419/2006 mostrou bons resultados no tocante aos atos processuais, torna-
se um exemplo a ser seguido para que tenhamos um Sistema Tributário mais
justo em sua arrecadação e sua distribuição de recursos destinados a bem da
sociedade.
6 - Referências Bibliográficas

https://seer.imed.edu.br/index.php/revistadedireito/article/view/3356/2344

A Tributação na Era Digital e os Desafios do Sistema Tributário no Brasil

Taxation in the Digital Era and the Challenges of the Brazilian Legal System

Celso de Barros Correia Neto(1); José Roberto Rodrigues Afonso(2);


Luciano Felício Fuck(3)

https://educacao.ibpt.com.br/blog/origem-da-tributacao-no-brasil/#:~:text=A
%20exist%C3%AAncia%20da%20tributa%C3%A7%C3%A3o%20no,import
%C3%A2ncia%20para%20a%20evolu%C3%A7%C3%A3o%20tribut
%C3%A1ria.

IBPT Educação.

Você sabe como se deu a origem da tributação no Brasil? 5 DE OUTUBRO


DE 2018

https://jus.com.br/artigos/75811/a-origem-da-tributacao

A Origem da Tributação.

Ramirhis Laura Xavier Alves


Publicado em 08/2019. Elaborado em 08/2019.
https://super.abril.com.br/historia/por-que-pagamos-impostos/#:~:text=Em
%20167%20a.C.%2C%20Roma%20se,terceirizaram%20a%20coleta%20de
%20impostos.

Uma breve história dos impostos

Conheça a movimentada e curiosa trajetória do instrumento de poder que


determinou o curso da história

Por Rodrigo Velloso Atualizado em 11 abr 2018, 19h01 - Publicado e...

Leia mais em: https://super.abril.com.br/historia/por-que-pagamos-impostos/

https://jus.com.br/artigos/56221/o-processo-eletronico-no-judiciario-
brasileiro#:~:text=Em%2019%20de%20mar%C3%A7o%20de,passaram
%20a%20desenvolver%20seus%20sistemas.

O processo eletrônico no judiciário brasileiro

Samia Maluf Publicado em 03/2017. Elaborado em 03/2017.

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