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Resumos: Laboratórios de Representação de Conteúdos

Trabalho: apresentações até dia 26 de março; entrega até dia 2 de abril

“Estamos a afogar-nos em informações e famintos de conhecimento” (Naisbitt, 2000)

Cenário

 Tratamento de informação (representação descritiva e temática)


 Revoluções: documental e tecnológica
 Revolução tecnológica: prodição e acesso/disseminação de informação

Tipologia dos documentos

 Analógico
 Convertido
 Nato-digital

Bases de dados

 De referência
 Resumos Representações
 Full text

Representações

1. Ser a imagem ou a reprodução de…fazer presente…desempenhar o papel, as


atribuições, a função de… (Aurélio)
2. Estar em lugar de..substituir… (Luft)

Representar…através de metadados

Metadados

 “Dados sobre dados” (uso generalizado)


 “Linguagem que descreve outra linguagem ou qualquer sistema de significado”
 “É o resumo de informação sobre a forma e conteúdo de um recurso” (Sousa,
2001)
 Procuram representar informação para padronização e recuperação de
informação
 Bibliotecários/Gestores de Informação trabalham há séculos
Exemplo: “canos”, aparece várias informações com vários significados

Metadados=Representação

Biblioteca X Acesso á informação

 Mais informação, mais lugares para depositá-la, mais dificuldades de localizá-la


(acesso de recursos)
 Internet disputa espaço com as bibliotecas físicas
 Necessidade de mudanças para continuar a ser utilizada!

Utilizadores

 Áreas que utilizam obras impressas


 Áreas que utilizam obras em meio digital
 Público heterogéneo!
 Postura que obrigue fazeres e saberes
Gestores de Informação

 Organizam a memória documental com a intenção dos utilizadores a


recuperarem, encontrem o que desejam

 Documentos publicados diretamente no meio digital (cada vez mais)


 Métodos e técnicas tradicionais da CI para tratar este perfil de informação?
 Gestor de Informação único sujeito?
o Autor/Editor

Desafios para Organização do Conhecimento – Século XXI

 Máquinas indexadoras e de pesquisa


 Tecnologias de aplicação
o Metadados (descrevem)
o Ontologias(classificam)
 Web semântica

Para que aconteça…

 Áreas com terminologia definida


 Envolvimento da Ciência da Informação com as TI
 Gestores de Informação com novas aptidões/habilidades
Transdisciplinaridade = utilizador satisfeito

Política de Indexação
Ação administrativa que tem como objetivos harmonizar o acesso por assunto num
catálogo/base de dados e tornar claras as decisões da indexação para os bibliotecários,
para os profissionais que importam registos e para os utilizadores que fazem pesquisas
por assunto.
“Diretrizes para uma política de indexação”:

 Na implantação de um serviço de indexação há que se levar em conta um


grande número de variáveis que irão afetar consideravelmente o desempenho
de um serviço.
Objetivos de uma Política de Indexação
Definir essas variáveis, estabelecer princípios e critérios que servirão de guia na
tomada de decisões para:

 Otimização do serviço;
 Racionalização dos processos;
 Consistência das operações nele envolvidas

Revocação: número de documentos recuperados com menor precisão; é uma


consequência da exaustividade.

Requisitos para a implantação de uma Política de Indexação:

 Identificação da instituição á qual esta vinculado o sistema de indexação –


Contexto
 Identificação dos utilizadores a que se destina o sistema – Destinatário
o Área de interesse, nível de experiência, atividades que exercem
o Volume e características das questões propostas pelos utilizadores
o Ex.: estudos de perfil de utilizador
 Recursos Humanos, materiais e financeiros - Infraestrutura
o Qualidade dos indexadores
o Domínio tratado
o Volume e características de literatura a ser integrada no sistema
o Produtos e serviços
o Relação custo/desempenho

Resumindo:
A) A identificação da organização á qual estará vinculado o sistema de indexação;
B) A identificação dos utilizadores a que se destina o sistema;
C) Os recursos humanos, materiais e financeiros.

Está inserida em dois contextos complementares:

 Sociocognitivo do indexador: a política de indexação, as regras e


procedimentos do manual de indexação, a linguagem documental para a
representação e mediação da linguagem do utilizador e os interesses de
pesquisa dos utilizadores;
 Físico: de trabalho do indexador e dos gestores: o sistema de informação.

Elementos para a elaboração de uma política de indexação (década de 80):


1. Cobertura de assuntos (centrais e periféricos);
2. Seleção e aquisição de documentos fonte (extensão de cobertura e qualidade
dos documentos)
3. Processo de indexação
a. Nível de exaustividade
LANCASTE (1993)
“Exaustividade como uma medida de extensão em que todos os assuntos discutidos
num certo documento são reconhecidos na operação de indexação e traduzidos na
linguagem do sistema”
- O nível de exaustividade da indexação é uma decisão política estabelecida pela
administração do sistema de recuperação, de acordo com o mesmo.
b. Nível de especificidade
FOSKETT (1973)
“A extensão em que o sistema nos permite ser precisos ao especificarmos o assunto de
um documento que estejamos a processar”.
- Há uma relação entre especificidade e a capacidade de precisão de um sistema. - Um
maior grau de especificidade aumenta a taxa de precisão e diminui a revocação. Uma
importante decisão política na indexação refere-se ao nível da especificidade.
Ex.: uma biblioteca geral optará por um nível de especificidade menor do que o exigido
por uma biblioteca especializada.
c. Escolha de linguagem documental (livre ou controlada: pré-coordenada
ou pós-coordenada)
LANCASTER (1979)
“A linguagem de indexação afeta o desempenho de um sistema de recuperação de
informação em dois pontos: na estratégia de busca, estabelecendo a precisão com que
o técnico de busca pode descrever os interesses do utilizador e na indexação,
estabelecendo a precisão com que o indexador pode descrever o assunto dos
documentos”.
Se o sistema é automatizado e a sua área de assunto é bastantes específica, poderá ser
escolhida uma linguagem livre cuja maior rapidez na operação de indexação e a
possibilidade de se utilizara recursos humanos menos qualificados.
No entanto, o uso de linguagem livre requer um maior esforço na etapa de pesquisa,
pois as palavras usadas como termos de indexação são as próprias palavras dos
autores, tanto nos títulos como nos textos, assegurar uma recuperação adequada, o
pesquisador precisa de pensar em todas as alternativas de grafia possíveis, singulares e
plurais, sinónimos e quais-sinónimos até chegar ao documento procurado.
Com a linguagem controlada, operação de indexação é mais lenta, mas o esforço
despendido na pesquisa é reduzido. Linguagem controlada permite uma maior
consistência na indexação, o que a torna mais indicada a um sistema de recuperação
que atua cooperativamente.
d. Capacidade de revocação e precisão do sistema
A revocação relaciona-se com a capacidade do sistema em assegurar a recuperação de
um número desejável de documentos relevantes e a precisão relaciona-se com a
capacidade do sistema em impedir a recuperação de documentos não relevantes.
Segundo LANCASTER (1979), a taxa de precisão e de revocação expressa a capacidade
de filtragem do sistema - a sua habilidade em deixar passar o que é solicitado e
impedir o que não é pedido.
Nota: há uma relação inversa entre revocação e precisão. Quando ampliamos uma
pesquisa de modo a obtermos uma maior revocação, a precisão tende a diminuir e,
inversamente, quando restringimos o alcance de uma pesquisa para aumentar a sua
precisão, a revocação tende a diminuir.

e. Estratégia de pesquisa/busca (delegada ou não)


Uma importante decisão a ser tomada na etapa de pesquisa é se ela é delegada ou
não. Na pesquisa delegada o utilizador transfere a responsabilidade da pesquisa a um
especialista da informação. Na pesquisa não delegada o processo é mais simples, uma
vez que o utilizador vai diretamente à base de dados.
f. Tempo de resposta do sistema
O tempo de resposta de um sistema de recuperação, i.e., o tempo gasto entre a
receção de um pedido de informação e o fornecimento de uma resposta satisfatória
será determinado em função das necessidades da comunidade de utilizadores a que o
sistema se destina.
Se o utilizador que exige uma máxima revocação de um sistema estiver disposto a
aceitar uma demora maior na resposta visto estar interessado no receção de
informação completas.
Se o utilizador estiver interessado numa pesquisa com alta precisão, exigirá uma
resposta mais rápida.
O fator TEMPO DE RESPOSTA é secundário em relação ao fator precisão, uma vez que
será inútil a recuperação rápida de documentos completamente irrelevantes à
resposta da questão formulada.
g. Forma de saída (formato dos resultados de pesquisa/busca)
Um importante fator a ser considerado num sistema de recuperação é o formato em
que os resultados da pesquisa são apresentados.
Um sistema pode apresentar como resposta a uma pesquisa: números de acesso
referentes aos documentos, referências bibliográficas, resumos ou o texto completo
dos documentos.
O formato tem grande influência sobre tolerância do utilizador quanto à precisão dos
resultados.
h. Avaliação do sistema (satisfação dos utilizadores)
A avaliação do sistema determinará até que ponto o sistema está a satisfazer as
necessidades dos seus utilizadores, que falhas estão a ocorrer e de que forma poderão
ser corrigidas.
LANCASTER (1973) afirma que, embora um programa de avaliação possa concentrar-se
sobre um determinado subsistema do sistema de indexação, como por exemplo,
política e procedimentos de indexação, este subsistema não pode ser avaliado
isoladamente.
NOTA: Não será possível avaliar significativamente um sistema como um todo, sem se
considerar o efeito da política e procedimentos de indexação sobre o subsistema de
pesquisa. Da mesma forma, uma mudança de vocabulário afetará tanto a operação de
indexação como a de pesquisa.

Principais conclusões:

 Os elementos a serem considerados no estabelecimento de uma política de


indexação, analisados, estão intimamente relacionados.
 Qualquer decisão referente a um elemento afetará, de alguma forma, os
demais e consequentemente, o desempenho do sistema como um todo.
 Qualquer unidade de informação poderá, a partir dos elementos definidos,
estabelecer a sua política de indexação, adaptando-a às suas necessidades.
 Uma avaliação constante do desempenho do sistema irá determinar uma
revisão contínua das decisões tomadas com relação a cada elemento do serviço
 Vale lembrar, a necessidade de se documentarem as decisões tomadas. A
maior parte das unidades de informação não possui políticas escritas para os
seus diversos serviços, o que acarreta problemas de inconsistência e
descontinuidade das operações.

Outros Elementos a Serem Considerados:


Capacidade de consulta (browsing): necessidade de pensar a respeito do interface dos
sistemas de pesquisa, revelando de maneira mais fácil e direta, a estrutura temática
que os organiza. Visualização da linguagem documental
Garantia literária (literary warranty): capacidade de o sistema refletir o conteúdo da
documentação, devendo ter no documento o seu ponto de apoio.
Formação do indexador: em termos de conhecimento das áreas de assuntos dos
documentos; da metodologia de indexação; das c características da linguagem
documental e das suas habilidades práticas.

Indexação = Equação de Busca

Depende das decisões da política de indexação:

 ADEQUAÇÃO: habilidade do indicador em determinar o assunto do documento


e traduzi-lo adequadamente para vocabulário controlado.
 EXAUSTIVIDADE: número de conceitos representados no registo bibliográfico;
está condicionada à etapa de análise de assunto.
 ESPECIFICIDADE: relacionado com a etapa de tradução do conceito para o
termo, diz respeito ao nível hierárquico do assunto.
 CONSISTÊNCIA: itens sobre um mesmo assunto analisados conceitualmente e
traduzidos da mesma maneira.

Princípios de Cutter
Princípio do uso: as descrições devem ser feitas da forma usada pelo utilizador;
Princípio da entrada específica: as entradas devem ser pelos assuntos mais específicos
e não pela classe a que estão subordinados;
Princípio da estrutura sintética: estabelece os mecanismos para relacionamentos entre
assuntos (relação de equivalência, hierárquica e associativa).

Elementos a serem considerados na elaboração da Política de Indexação

 Avaliação do sistema
 Capacidade de consulta (browsing)
 Capacidade de revocação e precisão do sistema
 Cobertura dos assuntos
 Consistência e uniformidade
 Detalhe nos procedimentos da leitura documental
 Economia
 Escolha da Linguagem
 Especificidade
 Estratégia de busca/pesquisa
 Adequação
 Exaustividade
 Forma de saída dps resultados
 Manual de indexação (elaboração/utilização)
 Seleção e aquisição de documentos
 Síntese
 Uso (pelo utilizador)

Implantação da Política de Indexação


PREPARAÇÃO:

 Elaboração do organograma da instituição;


 Identificação dos utilizadores;
 Áreas de interesse;
 Infraestrutura;
 Recursos Financeiros, materiais, físicos e humanos.

DESENVOLVIMENTO:

 Indexação
o Capacidade de revocação e precisão do sistema
o Especificidade
o Exaustividade
o Formação do indexador
o Procedimentos de leitura e análise documental
o Manual de indexação (elaboração/uso)
 Linguagem Documental
o Escolha da linguagem
o Adequação
o Consistência e uniformidade
 Sistema de pesquisa e recuperação por assunto
o Avaliação
o Campos MARC
o Capacidade de consulta (browsing)
o Estratégia de pesquisa
o Forma de saída dos dados
 Avaliação

Web 2.0
“web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, é um entendimento das
regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regras mais
importantes é desenvolver aplicativos que aproveitam os efeitos de rede para se
tornarem melhores quanto usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência artificial”
(Tim O’Reilly, 2004)

Web 3.0
A sobrecarga de informação apresentada por bilhões de páginas da internet forçor o
desenvolvimento de novas ferramentas para administar essa saturação, instrumentos
que eliminam a necessidade de editores ou arquivos centralizados, ferramentas que se
apoiam em toda a comunidade de utilizadores. – Jahnson (2003)

Folksonomia (flickr)
Thomas Vander Wal (2004) = Folk (povo) + Taxonomy (Taxonomia) -> dois conceitos
“Folksonomia é o resultado de etiquetagem [tagging] livre e pessoal de informações e
objetos […] para a recuperação. A etiquetagem é feita num ambiente social
(normalmente partilhada e aberta para outras pessoas). A Folksonomia é criada do ato
de etiquetar pela pessoa consumidora da informação”. (Wal, 2007)

#Folksonomia
“Folksonomia é o resultado de etiquetagem [tagging] livre e pessoal de informações e
objetos […] para a recuperação. A etiquetagem é feita num ambiente social
(normalmente partilhada e aberta para outras pessoas). A Folksonomia é criada do ato
de etiquetar pela pessoa consumidora da informação”. (Wal, 2007)
Triângulo da Folksonomia:

Palavras Pessoas

Recursos

Indexação Social (Hassan-Montero, 2006)


Indexação Democrática (Rafferty & Hidderley, 2007)
Etiquetagem Colaborativa (Voss, 2007)
Classificação Social (Voss, 2007)

Indexação/Classificação Social: Folksonomia

 Metadados adicionais por utilizadores (classificar, comentar, associar tags).


Escolhe palavras-chave (conhecidas como “tags” – etiqueta) para classificar a
informação ou partes de informação;
 Partilha de recursos (música, urls, fotografias);
 Software social, colaborativo;
 Forma relacional (criar relações entre coisas) de categorizar na web;
 Retroalimentação social;
 Linguagem natural;
 Não utiliza uma forma hierárquica e centralizada de categorização.

Etiquetas/Tags
As tags (etiquetas) são palavras-chave associadas a um determinado recurso de
informação. Através das tags, os recursos são classificados e partilhados em ambiente
sociais na web.

O que são Tags?


Tagging (etiquetagem) significa atribuir etiquetas aos recursos da web.
Trata-se de uma indexação livre orientada para os utilizadores.

Tags
públicas

Minhas Coisas dos


coisas outros

Tags
privadas

Folksonomias: Quem se interessa?


Cientistas da informação: bibliotecários, arquitetos da informação, jornalistas, web
designers, designers da informação e cientistas da computação.

Tendências nos estudos em CI?

 Atualização/melhoria dos instrumentos de representação da


informação/tesauros, ontologias, etc.);
 Taxonomias/Folksonomias corporativas;
 Tagging Literacy.

Folksonomias: Representação de Conteúdo


Vantagens

 Vocabulário que reflete forma verdadeira a linguagem dos utilizadores;


 Formação de comunidades;
 Filosofia colaborativa/social;
 Feedback imediato;
 Inexistência de regras e padrões de vocabulários;
 Baixo custo;
 Navegabilidade/Browsing;
 O utilizador como figura importante no controlo de qualidade dos recursos
informacionais.
Desvantagens

 Estrutura não hierarquizada;  Estrutura plana


 Inexistência de regras e padrões de vocabulários;
 Sem controlo de sinónimos, plurais, grafia, etc;
 Polissemia;
 Baixa precisão;
 Reunião de diferentes níveis de representação da informação (generalidades
versus especificidade; de diferentes tipos de palavras-chave (desde palavras-
chave subjetivos a palavras-chave que representa conteúdos)

Folksonomias: Recuperação da informação


Pela perspetiva da recuperação de informação é a dimensão social das folksonomias,
que oferece maiores expectativas:

 Descrições intersubjetivas;
 Maior abrangências e consistência da indexação;
 A possibilidade de extrair as relações semânticas subjacentes. – Hassan-
Montero, 2006

Folksonomias
As Folksonomias não são a solução para todos os problemas de classificação e não são
alternativas para os sistemas de classificação tradicionais que os gestores de
informação têm planeado nas últimas décadas.
Elas são apenas uma ferramenta poderosa e inovadora que deve ser aplicado somente
em certas circunstâncias, e assim, tendo em atenção as suas propriedades específicas e
as diferenças relativamente aos sistemas de classificação tradicionais. – Emanuele
Quintarelli, 2005

Recursos  Etiquetas UtilizadoresRecursos…


Avaliação da Qualidade da Indexação

Pergunta para o teste sobre este tema: articular política de indexação (várias diretrizes
e várias variantes) com a qualidade da indexação (recuperação da informação)

Qualidade da Indexação

 A qualidade da indexação é definida em função da eficácia da recuperação, ou


seja, a capacidade de um sistema em recuperar a informação desejada e de
evitar o que não é desejado;
 É um assunto estudado na CI e diversos autores têm apontado elementos
condicionados dessa propriedade no processo de indexação;
 Dificilmente encontramos bibliografia e estudos que liguem a qualidade da
indexação às políticas de indexação dos diferentes serviços;
 A inexistência de estudos deve-se, sobretudo, á ausência das políticas de
indexação formalmente estabelecidas pelos serviços.

 A prática de formalizar o conjunto de indexação e as suas respetivas


justificações por parte dos diversos serviços é inexistente
 A ausência de manuais de procedimentos que possibilitam avaliaçãoes,
comparações e estudo das diferentes políticas de indexação realizadas
impossibilita práticas partilhadas, impedindo a reflexão sobre as diretrizes dos
diferentes serviços relativos ao processo de indexação que realizam.
 Salienta-se que muitos serviços não realizam qualquer processo de indexação e
a grande maioria dos que a realizam, não têm o hábito de registar as diferentes
tomadas de decisão que vão ocorrendo.
“Vale dizer, políticas de indexação são praticadas intuitiva e informalmente, motivo
pelo qual são desconhecidas na literatura. A propósito, a progressiva implantação de
sistemas informatizados deveria atuar como fator de formalização de tais
procedimentos. Mercê desse facto, continuam escassas as referências ao tema da
literatura biblioteconómica” (NUNES, 2004)
A qualidade da indexação é definida em função da eficácia da recuperação, i.e., a
capacidade de um sistema em recuperar a informação desejada e de evitar o que não
é desejado.
A qualidade da indexação é condicionada por múltiplos fatores:
1. Fatores ligados ao Indexador:
 Formação do indexador (conhecimento das áreas de assunto dos
documentos a indexar);
 Conhecimento das necessidades dos utilizadores;
 Domínio dos instrumentos de indexação e aplicação da política de
indexação;
 Características pessoais como concentração, capacidade de compreensão
do que lê, domínio da língua, conhecimentos de linguagens estrangeiras,
curiosidade; capacidade de ajuizar, coerência, precisão e pertinência.
2. Fatores ligados ao documento:
 Conteúdo temático;
 Complexidade da abordagem;
 Apresentação e sumarização.
3. Fatores ligados aos instrumentos de indexação:
 Qualidade do vocabulário (mede-se pelo nº de relações semânticas e pela
sua atualização);
 Nível de especificidade e sintaxe;
 Ambiguidade e precisão.
4. Fatores ligados aos instrumentos auxiliares:
 Sistema de gestão de base de dados (capacidade, tempo de resposta);
 Interface dos sistemas de pesquisa.
5. Fatores ambientais:
 Iluminação (espaços onde o sol incide diretamente sobre o ecrã, luz
demasiado fraca, luz demasiado intensa, perturbam a leitura e a introdução
aos dados na base);
 Ruído;
 Temperatura;
 Condições de trabalho em geral
Fatores ligados ao processo de indexação:
Como refere NUNES (2004), “Todas as decisões relativas ao processo de indexação
imputam diretamente sobre os níveis de exaustividade, especificidade, revocação e
precisão do sistema de informação. Estas são os princípios variáveis que permitem
aferir a qualidade de indexação realizada”

Avaliação da Qualidade

As quatro variáveis que permitem aferir a qualidade da indexação:


1. A exaustividade refere-se á quantidade de pontos de acesso que o profissional
da informação deve atribuir a cada documento indexado.
2. A especificidade refere-se á obrigatoriedade de o indexador selecionar sempre
o termo de indexação mais específico que esteja disponível na linguagem de
indexação adotada.
3. A revogação ou a quantidade de documentos pertinentes que são recuperados
numa pesquisa.
4. A precisão designa a capacidade do sistema em evitar a reparação de
informação relevante.
1. a) Dois sinónimos que representam o mesmo conceito. O enfarto do miocárdio
é o termo preferencial, apesar de terem o mesmo significado.
Ataque Cardíaco
USE Enfarte do Miocárdio
Enfarte do Miocárdio
UP Ataque Cardíaco

b)

2. .

3. Bibliotecas
UP Centro de documentação
Bibliotecas
UP Centro de informação
TG Unidades de Informação
TE Bibliotecas Escolares
TE Bibliotecas Especializadas
TE Bibliotecas Públicas
TE Bibliotecas Universitárias

Controlo do ficheiro de autoridade e a qualidade de indexação

O que é o controlo de autoridade?


“O conceito controlo de autoridade, não significa apenas a gestão de formas
autorizadas, mas entende-se também á identificação das entidades que estão
representadas por esses pontos de acesso” (Galvão e Cordeiro, 2010)

O controlo de autoridade é, cada vez mais, uma prática de consistência no que diz
respeito à criação fiável dos pontos de acesso à informação, através da relação entre
um ficheiro de autoridade e o conjunto de registos de autoridade que a si dizem
respeito.

O que é um registo de autoridade?


Um registo de autoridade tem por função fixar de forma normalizada critérios
uniformes de controlo de autoridade sobre a base bibliográfica, nomeadamente de
Autor Pessoa Física; Coletividade, Família e Assunto.
Uma interação do ficheiro de autoridade (constituído pelo conjunto de registos de
autoridade da base) com o ficheiro bibliográfico garante a aplicação uniforme da
linguagem documental, quer na indexação quer na pesquisa.
É no ficheiro de autoridade que o indexador pode estabelecer o controlo do
vocabulário documental, face à linguagem natural, em dois aspetos essenciais:
1. a forma dos termos
2. o seu significado
Este controlo realiza-se de acordo com as normas e diretrizes definidas pelo
serviço para o estabelecimento de referências de equivalência de modo a evitar a
sinonímia, pelo estabelecimento de Notas Explicativas, destinadas a limitar o âmbito
de aplicação de um termo e o estabelecimento das relações hierárquicas e associativas
para cada termo de indexação.
Este processo de normalização e controlo do vocabulário realiza-se no Ficheiro
de Autoridade de Assuntos utilizando as regras para o seu preenchimento prescrita no
Manual de UNIMARC/Formato Autoridades. Lisboa, BPN. 2008.
Os procedimentos para o correto preenchimento dos registos de autoridades
de assunto encontram-se prescritos a partir dos slides mencionados mais à frente
deste PowerPoint.
A título de exemplo, foram inseridas algumas cópias de registos bibliográficos
com os respetivos cabeçalhos de assunto.
Apresenta-se um exemplo para cada tipo de assunto e junta-se o registo de
autoridade correspondente.
Aconselha-se, também, a consulta do pdf “Nota Técnica”, que permite
visualizar, a título exemplificativo, uma nota técnica que estabelece as diretrizes para o
preenchimento dos campos mínimos obrigatórios para um registo de autoridade de
um serviço de informação. Este documento exemplifica, ainda o modo como devem
ser formalizadas as diferentes diretrizes que normalizam os procedimentos técnicos de
cada serviço de informação.
O registo de autoridade assume-se como sendo constituído por seis componentes
(objetivos), designadamente:

 o registo normalizado de cada um dos pontos de acesso;


 a possibilidade de aglomerar todos os registos de cada um dos pontos de
acesso;
 a normalização no catálogo de cada um dos registos;
 a documentação das decisões e das fontes usadas na criação dos pontos de
acesso;
 o registo de cada uma das formas do ponto de acesso que não a que foi
selecionada como a normativa;
 documenta as restantes formas que foram utilizadas para o ponto de acesso e
que será útil para o técnico enquanto orientação.

Catalogação  descrição formal de um documento e estabelecimento de pontos de


acesso com o objetivo de permitir:

 Encontrar
 Identificar
 Selecionar
 Obter informação
Controlo de autoridade  A criação e manutenção de registos de autoridade que
validam o trabalho do catalogado e a qualidade do catálogo e a provisão de um acesso
à informação fiável e consistente.
Objetivos:

 Regista a forma normalizada de cada ponto de acesso.


 Possibilita o agrupamento de todos os registos com o mesmo ponto de acesso
 Garante a normalização dos registos no catálogo.
 Documenta as decisões tomadas e as fontes utilizadas para estabelecer os
pontos de acesso.
 Regista as formas do ponto de acesso que não a escolhida como normativa.
 Documenta outras formas usadas para o ponto de acesso (como formas
anteriores do nome) de modo a servir de orientação para o catalogado.
Elementos básicos:

 O ponto de acesso normalizado


 Todas as formas remissivas “VEJA”
 Relação (ou entrada remissiva “VEJA TAMBÉM”) com registos de autoridade
aos quais está ligado
 As fontes usadas para estabelecer o ponto de acesso
 Listagem de formas anteriores e de outros usos de forma normalizada
Problemas de Normalização
Diferenças resultantes de usos linguísticos diversos, sobretudo em autores clássicos ou
personalidades com formas vernáculas consagradas pelo uso:

 LUCIANUS (IT)
o LUCIEN DE SAMOSATE (FR)

Práticas diferentes quanto ao uso de indicativos geográficos e/ou elementos


identificação ou distinção:

 CATHOLIC CHURCH. ARCHIODESE OF MILAN (ITALY) (UK)


o ÉGLISE CATHOLIQUE. DIOCÉSE (MILAN) (FR)
o MILANO (ARCIDIOCESE) (IT)
o MILÃO, DIOCESE (PT)
 AUGUSTINUS, AURELIUS (DE)
o AUGUSTUNE, SAINT, BISHOP OF HIPPON (UK)
o AGOSTINHO, SANTO, 354-430 (PT)

Esquemas diversos de transliteração e romanização:

 EHOV, ANTON PAVLOVIC (IT)


 CHEHOV, ANTON (PT)
 CHEKHOV, ANTON PAVLOVICH (US)
 TCHEKHOV, ANTON PAVLOVITCH (FR)
Formatos MARC diferentes que podem não ter os elementos suficientes para uma
correta conversão.
Diferenças na grafia da mesma língua quando utilizada por países diferentes.

Controlo de autoridade (IFLA)


GARE (1984) e GARR (2001) apresentam novas propostas

 Cabeçalho autorizado E NÃO cabeçalho uniforme


 Importância do uso local
 Consagração de múltiplas formas nacionais
 Objeto principal: a conveniência do utilizador
IME ICC (2003): à procura de um código único de catalogação

 Revisão dos Princípios de Paris (1961)


 Implementação do modelo FRBR
 Consagração da ISBD Consolidada
 Elaboração de uma declaração de princípios e de um glossário
VIAF (VIRTUAL INTERNATIONAL AUTHORITY FILE): um ficheiro de autoridade
internacional e partilhado, parte integrante da web semântica (em construção). AS
Ficheiro de Autoridade
O ficheiro de autoridade de assunto é constituído pelas entradas de assunto (ex.:
autor, termo, nomes geográficos, títulos uniformes, etc.), de acordo com as Regras
Portuguesas de Catalogação e/ou com os termos preferenciais já estabelecidos em
tesauros temáticos.
Dependendo da capacidade de cada organismo, poderá ter, à semelhança dos
tesauros, associações semânticas a outros termos (sinónimos/antónimos, termos
relacionados/gerais/específicos).
Ex.: A Biblioteca do Congresso (Library of Congress) elabora registos de autoridade
baseados em diversos tesauros e possibilita a pesquisa nas diferentes tipologias de
registos (ex.: autor, assunto). É ainda possível a respetiva importação para sistemas de
gestão de bibliotecas.
O Virtual International Authority File é um agregador de vários ficheiros de autoridade
de bibliotecas nacionais, agências culturais e de algumas instituições de 30 países.

O Sistema de Indexação em Português SIPORBase (1ª ed.do manual, 1988 e 3ª ed.


1998)
O sistema SIPORbase - um projeto (1988) que nasceu com o propósito de desenvolver
um catálogo alfabético de assuntos na Biblioteca Nacional de Portugal, para facilitar o
acesso por assunto aos utilizadores sem um perfil comum, possibilitando a pesquisa
através de uma linguagem terminológica e ultrapassar as insuficiências da CDU
(Classificação Decimal Universal), anteriormente estabelecida como linguagem de
recuperação de informação. De acordo com a informação disponível nos manuais
SIPORbase, o sistema foi concebido com base na lista de cabeçalhos de assunto da
LCSH, que serviu de base às próprias obras a indexar.
Revisões…
1º deve evitar-se a prática de atribuir número excessivo de descritores a um
documento, da mesma forma que se deve evitar a indexação por meio de termos
genéricos;
2º é importante notar que a exaustividade promove o mesmo efeito da indexação
genérica: a revocação;
3º assim, não se deve fazer a descrição em termos muito genéricos; estas duas formas
de indexar promovem ruídos na recuperação.4º a indexação é regida por diretrizes
definidas pela missão institucional, pela natureza da coleção tratada, pelas
necessidades dos utilizadores, pelos produtos e serviços a serem implementados e
pelos recursos

“Política de indexação”
A política de indexação estabelece os parâmetros necessários para que o indexador
tenha segurança para:

 escolher descritores que expressem adequada e especificamente o conteúdo


do documento analisada;
 utilizar os descritores de modo consistente, respeitando o seu significado
dentro do vocabulário;
 atribuir a cada documento a quantidade de descritores necessários para
descrevê-lo adequadamente.

O resultado ideal é aquele que não apresenta ruído (documentos não pertinentes à
necessidade de informação não são recuperados) nem silêncio (sem recuperação), e
todos os documentos pertinentes são recuperados.
Para atingir resultados ideais, formulam-se equações de pesquisa constituídos pelos
termos utilizados na indexação dos documentos registados no sistema, mais os
operadores booleanos AND, OR e NOT, além de sinais para a delimitação da sintaxe.

2º Teste
Exemplos de registos bibliográficos e respetivos cabeçalhos de assunto e registos de
autoridade dos respetivos cabeçalhos de assunto:
Registo bibliográfico de nome de pessoa como assunto:

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