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VOLUME 3

Estudo de Caso
Gestão de Contratos

Elaborador:
Rogério José dos
Santos(Dezembro/21)
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 2

SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO-------------------------------------------------------------------------------------------------- 3
II. TEORIA DOS CONTRATOS-------------------------------------------------------------------------------- 5
2.1. Definição de Refratários ------------------------------------------------------------------------------ 7
2.2. Principais Usos dos Materiais Refratários em Siderurgia --------------------------------- 9
2.2.1. Transporte de Gusa Líquido ----------------------------------------------------------------------- 12
a) Carro Torpedo ------------------------------------------------------------------------------------------12
b) Panela de Gusa ----------------------------------------------------------------------------------------- 14
2.2.2. Aciaria – Refino do Aço ------------------------------------------------------------------------------ 15
a) Convertedor LD -----------------------------------------------------------------------------------------16
b) Panela de Aço -------------------------------------------------------------------------------------------20
c) Distribuidor ou Tundish -----------------------------------------------------------------------------22
III. EVOLUÇÃO CONTRATUAL NA GESTÃO DE REFRATÁRIOS PARA A ACIARIA ----- 25
3.1. Critérios para o Novo Contrato ------------------------------------------------------------------- 27
3.2. Demonstrativo do Desempenho da Negocição ---------------------------------------------- 27
3.3. Critérios para Avaliação e Prêmio de Performance ---------------------------------------- 28
3.4. Custo Específico de Refratários na Siderúrgica 1 – 1998 – 2004 ---------------------- 28
IV. GERÊNCIA/CÉLULA DE GESTÃO DE CONTRATOS -------------------------------------------- 30
4.1. Papeis e Responsabilidades ----------------------------------------------------------------------- 30
4.1.1. Papeis da Célula/Gerência de Gestão de Contratos – CGC ----------------------------- 30
4.1.2. Papel do Gestor de Contrato ----------------------------------------------------------------------- 31
4.1.3. Papel do Operador/Fiscal do Contrato --------------------------------------------------------- 32
V. PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE CONTRATOS NA SIDERURGIA 2 -------------- 33
5.1. KPI’s de Gerenciamento de Desempenho dos Contratos ------------------------------- 33
5.2. Mapeamento das Oportunidades ----------------------------------------------------------------- 33
5.3. Papeis e Responsabilidades do Gestor e Operador/Fiscal do Contrato ------------ 34
5.4. Objetivos da Gerência de Gestão de Contratos --------------------------------------------- 35
VI. GESTÃO DE CONTRATO DE REFRATÁRIOS ----------------------------------------------------- 37
6.1. Gestão do Contrato de Refratário ---------------------------------------------------------------- 37
6.2. Operação do Contrato de Refratário ------------------------------------------------------------ 37
6.3. Tecnologia e Controle de Refratários ----------------------------------------------------------- 38
6.4. Dimensões de Verificação na Gestão Operacional do Contrato de Refratário --- 39
VII. INTERFACES DO PROCESSO DE GESTÃO DE CONTRATOS ------------------------------ 40
7.1. Responsabilidades ------------------------------------------------------------------------------------ 40
VIII. LOGÍSTICA REVERSA - RECICLAGEM DE REFRATÁRIOS ---------------------------------- 43
IX. CICLO DE VIDA DO CONTRATO DE REFRATÁRIO DA ACIARIA – SIDERÚRGICA 2---- 47
9.1. KPI’s – Operação de Contratos de Refratário ------------------------------------------------ 47
9.2. Etapas do Processo de Gestão Operacional do Contrato de Refratário ------------ 47
9.3. Etapas do Processo Operacional do Contrato de Refratário --------------------------- 50
X. CONCLUSÃO ------------------------------------------------------------------------------------------------ 52
XI. BIBLIOGRAFIA ---------------------------------------------------------------------------------------------- 53
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 3

INTRODUÇÃO

A medida que em um mundo onde custos de transação existem e não podem ser ignorados, as
partes a fim de se proteger de comportamentos oportunistas, e por conseqüência de
minimizarem os custos de transação, normalmente formalizam suas obrigações por meio de um
documento que expressa os termos negociados, denominado contrato. Neste sentido a aciaria da
Siderúrgica1, a partir de 1992 iniciou um contrato de fornecimento de refratários aplicados e
manutenção de equipamentos relacionados com a Empresa de RefratáriosA, tendo como
filosofia o fornecimento, a aplicação e a garantia de performance de cada equipamento
estabelecendo-se a cada ano metas arrojadas, tendo apoio de toda a assistência técnica
disponível, assim como, toda a tecnologia desenvolvida no mercado com constantes trocas de
Know How.

Importante ressalta a diferença entre Refratário Produto de Refratário Serviço, como segue:
 Refratário (Produto): Materiais capazes de manter sua resistência a altas temperaturas. São
utilizados em revestimentos de fornos, incineradores e reatores;
 Refratário (Serviço): Serviço de instalação, demolição e controle
térmicodosequipamentossiderúrgicos.

Esta parceria foi firmada com a Empresa de Refratários A, por ser esta referência no mercado de
refratários para siderurgia e principalmente pela sua eficiência através da sinergia das atividades
de coordenação e integração vertical, que favorece o acesso a componentes ou materiais
essenciais ao processo de produção de aço.

A introdução do conceito de parceria para o fornecimento aplicado de refratários na Siderúrgica1,


visa em última análise, reduzir custos, sem reduzir a qualidade em todas as várias fases do
processo, com o acesso das partes a todas as informações e contatos necessários com
transparência e sem burocracia.

Para Zylbersztajn (1995), o conceito de parceria ou sociedades podem ser vistas como uma
extensão da firma individual, onde um pequeno grupo de pessoas ira dividir riscos e resíduos
associados à atividade produtiva. A ação de monitoramento também poderá ser dividida e
alguma especialização pode emergir entre os sócios.

Influenciados pelos principais passos dados por Oliver Williamson nos trabalhos de econômica
de custos de transação (ECT), que no Brasil encontra-se bem avançada na pesquisa da cadeira
de agrobusiness, aceitou-se o desafio de adaptá-lo a cadeia siderúrgica brasileira.

Diante do cenário pós-privatização da Siderúrgica1 em meados de 1994, reduzir os custos,


promover a focalização da organização sobre sua atividade fim e operar de forma otimizada ao
longo de toda a cadeia de produção, constituem-se fatores imperativos para a sua sobrevivência.

Entretanto, a terceirização desta atividade de revestimento refratário, que pertence ao grupo de


atividades ligadas ao core bussiness da Siderúrgica1, foi apresentada como uma situação não
adequada por uma série de situações enfrentadas pelas empresas siderúrgicas brasileiras,
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apesar da afirmação contrária (Rezende, 1997), pois ela é mais eficaz quando alcança
maçicamente os processos satélites da organização.

Neste contexto, verificou-se que está parceria contratual foi realizada baseada no fornecimento
exclusivo de refratários e tecnologia a longo prazo e na redução dos custos da Siderúrgica1 com
incremento na sua performance.

Com a evolução “constante” do contrato ao longo dos últimos 10 anos e a análise desta estrutura
contratual na luz da ECT, identifica-se a ausência da determinação da especificidade dos ativos
envolvidos, onde dá brechas para oportunistas, que fazem existir os conflitos de agências e da
assimetria informacional entre as empresas, portanto, “não se pode ambicionar a um estudo sério
das organizações modernas sem a consideração desses dois fatores” (Lopes, 2004).

Até o 1ª semestre de 1992, a Siderúrgica A adquiria o revestimento refratário diretamente no


mercado spot, mas a partir do 2º semestre de 1992, com a sua privatização, o desenvolvimento,
fornecimento eaplicação do revestimento refratário em seus equipamentos ficou sob a
responsabilidade exclusiva da Empresa RefratáriaA. Na época essa empresa tinha a Empresa
SubcontratadaB para efetuar a aplicação do revestimento refratário nos equipamento da aciaria
e a Empresa SubcontradaC para dar manutenção nas válvulas gavetas das panelas de aço.

Constata-se que o complexo industrial da aciaria da Siderúrgica A apresenta a predominância da


forma híbrida como modo de governança da cadeia, onde esta estrutura de domínio deve-se a
especificidade dos ativos (assume o papel de variável-chave ao modelo). Os ativos são
específicos se o retorno associado a eles depender da continuidade (freqüência recorrente) de
uma transação especifica dedicados à transação entre ambas as empresas. Portanto, para que
ocorra a entrada de produtores refratários nesta atividade são necessários investimentos em tais
ativos, mas a presença de um instrumento contratual (barreira de entrada) impede esta entrada.

Os contratos entre a Siderúrgica1 e a Empresa Refratária (contratada) A, conduz a algumas


vantagens, tais como:
 ganho de qualidade na matéria prima,
 abastecimento constante,
 redução dos custos industriais nas operações,
 padronização,
 dentre outras.

Contudo ao retomar os estudos contratuais na gestão de desempenho do Processo Refratário de


produção de aço em outra Siderúrgica 2 deparou-se com alguns obstáculos, quando
daconstrução do Mapeamento dos Contratos, que obrigou a equipe multidisciplinar a alinhar,
principalmente, alguns conceitos referente a essa metodologia para a Gestão de Contratos de
prestação de serviços e inserir também a nova gerencia de Gestão de Contratos, que foi criada
durante a vigência do contrato encerrado no 2º semestre de 2020.
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I. TEORIA DOS CONTRATOS

Sob a ótica da Economia das Organizações, um contrato, como aquele estabelecido entre a
empresa A e B, significa uma maneira de coordenar as transações, provendo incentivos para os
agentes atuarem de maneira coordenada na produção, o que permite planejamento de longo
prazo e, em especial, permitindo que agentes independentes tenham incentivos para engajarem
em esforços conjuntos de produção. A teoria da escolha contratual prevê que os contratos
poderão variar em termos de eficiência, conforme o seu modelo defina incentivos para os
agentes atingirem objetivos predefinidos. Os arranjos contratuais (contratos) somados ao
ambiente institucional definirão as diferentes variáveis de incentivos, assim como os remédios
(sanções) para o caso do não cumprimento das promessas.

Assim, são três as razões apontadas por Masten para a existência dos contratos, a saber:
 Prover a alocação eficiente do risco (teoria de agência),
 Prover incentivos eficientes (teoria dos incentivos) e
 Economizar em custos de transação ex-post (Economia dos Custos de Transação).

A teoria com base na Nova economia Institucional (ou teoria com base nos direitos de
propriedade), ou ainda classificadas como teorias de contratos relacionais, focaliza
intrinsecamente o contrato existente entre a empresa A e B, pois revela e dá destaque aos
custos pós-contratuais decorrentes de problemas de oportunismo e de mensuração. Conforme
afirma Cheung (1990), os custos de transação são típicos do universo não-walrasiano, onde o
delineamento de direitos de propriedade e a existência de mecanismos de solução de disputas
serão requisitos para a redução nos custos de transação e para o funcionamento do mercado.

Em relações econômicas, o custo decorrente de uma contratação cresce fortemente na presença


de dependência econômica entre as partes. Para conferir maior objetividade ao conceito de
dependência econômica, Williamson (1979) e Klein (1978) introduziram a variável “especificidade
de ativos" ao mundo da análise dos contratos. Um ativo é considerado específico se uma fração
relevante de seu retorno depende, para a sua realização, da continuidade de uma transação
específica, conforme o quadro 1, que apresenta a relação entre a freqüência e o tipo de
investimento das transações. Nos casos em que ativos são específicos, as partes dependem de
suas contrapartes para obter os ganhos que imaginavam por ocasião da realização do
investimento. Configura-se, portanto, uma relação de dependência econômica, sendo a
especificidade dos ativos a magnitude dessa dependência.
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Quadro 1: Estruturas de Governança e Transações Comerciais

Tipos de Investimentos
Idiossincrático
Não-específico Misto
(específico)
Trilateral
Ocasional
(Contrato Neoclássico)
Mercado
Freqüência Bilateral Unilateral
(Contrato Clássico)
Recorrente
(Contrato Relacional)

Fonte: Williamson (1996a)

O contrato clássico é definido por relações discretas de troca, que podem ser ocasionais ou
recorrentes, e pela autonomia das partes, cujas identidades não são relevantes. É o caso de
transações de material ou de equipamento padronizados que não requerem por parte do
fornecedor investimentos específicos. Atribui-se a estas transações o conceito legal de venda, e
não o de contrato propriamente, já que este exige a criação de padrões de comportamento
confiáveis em que as partes possam apoiar as relações futuras (Williamson, 1996a).

Nos contratos neoclássico e relacional, o fornecedor precisa realizar investimentos destinados


exclusivamente a atender demandas específicas do cliente. O contrato relacional é o caso da
transação contratual existente entre a empresa A e B. O contrato neoclássico aplica-se a
transações ocasionais, como a construção de uma fábrica, que demanda investimentos
idiossincráticos por parte do fornecedor ou a aquisições de equipamento sob encomenda, que
envolve investimentos de caráter misto.

Nas transações específicas e recorrentes passa a vigorar o contrato relacional, pois o ponto de
referência principal não são mais as bases do acordo original e sim, a própria relação das partes,
tomada no seu todo, ou seja, a relevância está no relacionamento. Neste tipo de contrato
relacional, as partes mantêm a autonomia e a coordenação é exercida por estruturas bilaterais
(híbridas) especializadas. É o que pode ocorrer com a compra habitual de revestimento refratário
produzido especialmente para atender às especificações do cliente (aciaria da empresa A). Um
único contrato grande, de longa duração, também pode ter natureza relacional, exigindo
estruturas dedicadas à sua coordenação (Williamson, 1996a). Nos contratos relacionais muitas
coisas são deixadas "em aberto" ou estabelecidas com cláusulas flexíveis, sendo os conflitos
resolvidos através de mecanismos endógenos construídos com base na confiança (Ring e Van
de Ven, 1992).

Se as relações são tão específicas, a ponto de os recursos humanos e materiais especializados


terem uso exclusivo para o cliente, eliminando, assim, oportunidades para economia de escala
advindas da contratação, a organização interna, considerada por Williamson (1996a) uma
variante de contrato relacional, desponta como melhor solução, pois propicia maior adaptação às
incertezas. Neste caso, a coordenação passa a ser exercida mediante relações de autoridade e
controles administrativos em uma estrutura unificada (integração vertical ou hierarquia). Ring e
Van de Ven (1992),
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Ring e Van de Ven (1992) ressaltam que "os contratos relacionais requerem uma estrutura
interna de governança mais elaborada que os contratos de mercado ou recorrentes, porém
menos elaborada do que a da governança unificada."

Os ativos podem ser específicos a uma transação por diversas razões. Algumas vezes pela
especificidade física (atributo do produto ou equipamento), pela especificidade temporal
(perecibilidade ou ociosidade), pela especificidade locacional (localização)e finalmente pela
especificidade humana (capital humano), sendo esta a especificidade mais relevante no contrato
entre a empresa 1 e , pois no desenho do referido contrato consta à necessidade da empresa A
em apresentar projetos e propostas de desenvolvimento de produtos e técnicas, que visem
aumentar a vida útil dos revestimentos refratários e reduzir os custos, mas em contrapartida a
empresa 1 mantém equipes de inspetores e técnicos que acompanham o desempenho, analisa
as propostas e propõem melhorias, de forma que venham a trabalharem juntas para corrigir
eventuais distorções e desenvolver novos produtos e técnicas.

A teoria dos contratos relacionais, que é a teoria contratual entre a empresa A e B, enfatiza o
processo de ajuste dos acordos em substituição ao detalhamento dos mesmos. Segundo os
autores, os contratos apenas colocam em marcha um processo de negociação de longo prazo
que é custoso, entretanto mais eficiente do que o ônus de desenhar contratos pretensamente
completos. Na verdade, essa teoria considera que as formas de governança surgem de modo a
priorizar os mecanismos de ajuste e relevam desde o papel das cortes até outros aspectos como
os elementos reputacionais, que dão suporte aos acordos contratuais. Em tal vertente, o conceito
de contrato utilizado extrapola aquele afirmado por Masten, no qual apenas acordos apoiados
pelo ambiente legal são relevantes e vistos como contratos.

II. REFRATÁRIOS PARA A SIDERÚRGIA –ACIARIA

O entrelaçamento histórico entre os processos térmicos de manufatura e a tecnologia dos


refratários começa com a descoberta do fogo. A natureza forneceu os primeiros refratários,
cadinhos de rocha onde metais eram amolecidos para a confecção das primeiras ferramentas
primitivas. Quando o homem começou a dominar o fogo logo descobriu que a queima de argilas
permitia que formas estáveis fossem obtidas com essa matéria-prima, caracterizada por elevada
resistência mecânica. Objetos de formas variadas com diversas finalidades foram obtidos.
Estava-se registrando o nascimento dos ancestrais dos refratários. Estes materiais realmente
nasceram com a metalurgia, tendo acompanhado passo a passo a evolução do seu ramo
siderúrgico. Hoje, cinco mil anos mais tarde, os refratários são manufaturados a partir de variado
elenco de matérias-primas, em centenas de formatos e composições químicas, viabilizando desta
forma os processos de manufatura que utilizam altas temperaturas como os que praticamente
envolvem a produção de todos os tipos de metais, aços, vidros, químicos, petroquímicos e
cerâmicos.

Os refratários são produtos fundamentais para uma vasta gama de indústrias, principalmente a
siderúrgica. De modo geral, qualquer processo que envolva altas temperaturas depende do
desempenho de refratários. A necessidade de uma melhoria dos processos, aumento da
eficiência e de produtividade, resultam em contínuos investimentos para incrementar o nível dos
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produtos refratários.

Os refratários são utilizados na indústria siderúrgica, do cimento, do vidro, petroquímica e outras


onde são necessárias excelentes propriedades térmicas e outras mais específicas como
resistência à corrosão, abrasão e choque térmico.

Os refratários estão divididos quimicamente em 5 categorias distintas:


 Silicosos,
 Silico-aluminosos,
 Aluminosos,
 Básicos e
 Especiais.

Dependendo do seu estado físico são classificados em moldados e monolíticos e conforme sua
massa específica em densos e isolantes.

A seleção do refratário ideal para cada aplicação depende, entre outros faores, da temperatura
do processo, da agressividade química do meio, das ações físicas, enfim de qual mecanismo
físico-químico é mais predominante.

O processo de fabricação de aço por convertedor LD foi introduzido no Brasil em 1957 e devido
às suas inúmeras vantagens técnicas e econômicas, constitui hoje o processo mais utilizado,
representando cerca de 75% do aço produzido.

Nos últimos anos, desenvolvimentos marcantes nas práticas operacionais dos convertedores LD
têm provocado solicitações mais severas aos refratários. O aumento da produção de aço por
lingotamento contínuo e de aços de melhor qualidade tem exigido temperaturas de vazamento
mais altas. Condições de refino mais eficientes, decorrentes da introdução dos processos de
sopro combinado, têm acarretado condições de trabalho mais agressivas aos refratários, o que
tem alterado significativamente o perfil do revestimento dos convertedores LD.

Os refratários são materiais constituídos por uma vasta gama de óxidos, ou mistura de óxidos, e
demais substâncias como: carbono, carbetos, nitretos, boretos, etc. Esses materiais devem
apresentar propriedades físicas, químicas, mecânicas e estruturais superiores em elevadas
temperaturas, tais como: elevado ponto de fusão ou refratariedade, resistência à corrosão
química em meios agressivos (metais e/ou escórias), resistência mecânica, resistência às
variações térmicas e estabilidade estrutural, etc.
1) De modo geral, pode-se afirmar que fornos, reatores metalúrgicos e inúmeros outros
equipamentos que trabalham com temperaturas acima de 500°C devem ser revestidos com
materiais refratários para operarem com segurança e economia.
2) Acredita-se que o nascimento dos ancestrais dos materiais cerâmicos, ou materiais
refratários modernos, ocorreu quando o homem, por volta de cinco mil anos atrás, descobriu
que a queima de argilas permitia obter formas estáveis caracterizadas por elevada
resistência mecânica. Entretanto, pode-se afirmar que os produtos refratários de interesse
para a indústria surgiram e se desenvolveram realmente com o crescimento da metalurgia
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moderna, tendo acompanhado passo a passo a sua evolução. Para efeito de classificação,
os materiais refratários pertencem ao grupo dos materiais cerâmicos. Os demais materiais
estão classificados em outros dois grupos, o grupo dos metais e grupo dos polímeros.
3) Nas últimas décadas ocorreram grandes avanços tecnológicos em vários campos da ciência
e tecnologia,decorrentes de pesquisa e desenvolvimento. Estes avanços permitiram a
engenharia de manufatura e aplicação transformaros materiais refratários em produtos
altamente especializados, inovadores e de elevado grau de sofisticação. As inovações
implementadas pelos Refrataristas vão desde a melhoria das microestruturas até a utilização
de novas matérias-primas sintéticas, polímeros e ou compósitos de alto desempenho,
sistemas dispersantes especializados, projetos assistidos por computador (CAD), simulação
computacional por elementos finitos (FEM), fluidodinâmica computacional (CFD),
equipamentos de aplicação robotizados etc. Estas novas tecnologias visam garantir uma
operação segura, ambientalmente amigável, com uma relação custo/benefício satisfatória
entre as cadeias de produção e utilização, construídas a partir de relacionamentos de longa
duração, baseado em parcerias de fornecimento dos materiais refratários e/ou serviços de
aplicação, manutenção e assistência técnica.

O desenvolvimento científico dos materiais refratários deu os primeiros passos a partir da


segunda metade do século XIX devido, principalmente, à evolução das indústrias de base onde
eles são aplicados, em especial, a indústria siderúrgica, química, petroquímica, a própria
indústria de materiais cerâmicos, cimento e vidro. Após a segunda Guerra Mundial, novos
desenvolvimentos ocorridos em áreas de alto cunho tecnológico, como na indústria espacial e
nuclear, adicionaram contribuições relevantes no campo dos materiais refratários. Pode se
afirmar que a indústria de materiais refratários é: “a base da indústria de base”.

2.1. Definição de Refratários

Materiais refratários são todos os materiais naturais ou manufaturados que durante o trabalho
resistem a altas temperaturas sem se fundir ou deformar e mantém suas características físicas e
identidade química, os refratários também podem apresentar outras características como
resistência mecânica, resistência a choque térmico, condutibilidade térmica, permeabilidade
dentre outras (DUARTE et.al., 2010). Os materiais refratários têm diferentes aplicações em
diversos segmentos em que se envolvem altas temperaturas, porém cada aplicação envolve um
tipo de material refratário específico.

Esses materiais podem ser apresentados de duas formas principais: Conformados e não
conformados. Os materiais refratários conformados apresentam-se em forma definida como, por
exemplo, tijolos paralelos, tijolos de arcos, válvulas, cones, placas, barragens, sedes, blocos,
bicas entre outros. Os materiais refratários não moldados apresentam-se em formas que
aceitam conformação como, por exemplo, massas de projeção, cimento refratário, massas de
sola, massas plásticas e argamassas (DUARTE et. al., 2010). Os materiais refratários
conformados são fabricados através do processo de queima, quimicamente ligados e resinados
e os não conformados através de pega hidráulica, pega a quente, ao ar e pegaquímica.

Os materiais refratários podem ser classificados quanto à forma física como conformados ou
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não conformados, quanto ao grau de porosidade como densos ou isolantes, quanto a


condutibilidade térmica, resistência a pressão, resistência a frio e choque térmico, dilatação,
porosidade, abrasão e refratariedade. Os materiais refratários são qualificados quanto sua
matéria prima entre básicos e não básicos, o principal componente dos refratários básicos é a
magnésia sinterizada que é obtida através de calcinação e sinterização da Magnesita a 2000°C
e compõe grãos com 90% de óxido de magnésio, além do componente principal os refratários
básicos podem conter magnesita eletrofundida que aumenta as propriedades refratárias e
doloma (dolomita, carbonato de cálcio e magnésia).

Entre os refratários não básicos as matérias primas são diversas: alumina (Al2O3), argilas,
chamotes e bauxitas com baixo, intermediário e alto teor de alumina. Dentre os refratários
básicos e não básicos existem outros materiais secundários adicionados à composição para
atingir as características desejadas (MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, 2009).

São materiais manufaturados ou naturais, não metálicos (mas não exclui aqueles que contenham
constituinte metálico), que suportem, sem deformar ou fundir, temperaturas elevadas em
condições específicas de emprego.A refratariedade mínima, ou Cone Pirométrico Equivalente
(CPE), para que o material possa ser considerado refratário corresponde ao Cone Orton (1430°C
ABNT). Além da resistência a temperaturas elevadas, os refratários devem apresentar outras
propriedades como:
 resistência mecânica a frio e em altas temperaturas;
 resistência às mudanças bruscas de temperatura;
 resistência à ação de agentes químicos diversos;
 resistência à erosão e abrasão de agentes físicos diversos;
 condutibilidade térmica alta ou baixa, de acordo com a necessidade do processo.

Cada tipo de material apresenta propriedades específicas, baseadas nas quais, é determinada
uma esfera racional do campo de aplicação. Assim, para se proceder à correta seleção de um
material refratário para determinada aplicação, deve-se conhecer as suas propriedades e
condições de operação, processo, produto a ser manuseado, tipo de escória, etc.

A construção da alvenaria refratária dos tijolos consiste basicamente de várias e pequenas


unidades onde a resistência do conjunto depende da resistência individual de cada tijolo, da
maneira como estão assentados e das características da argamassa utilizada nas juntas. O uso
dos materiais refratários nos equipamentos siderúrgicos depende de uma série de variáveis
relacionadas à etapa de transformação metalúrgica do gusa e do aço. Para maior sucesso, deve-
se considerar a especificidade dos projetos para cada usuário, considerando o equipamento e a
região onde será aplicado. A definição dos projetos refratários é específica para cada usuário
(usina, reator, ciclo operacional, carteira de produtos, etc). Os principais direcionadores para o
projeto e especificação dos sistemas são:
 região de aplicação do refratário no equipamento;
 perfil térmico da etapa da operação;
 processos;
 interação com matérias primas;
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 produtos processados;

O mercado consumidor de materiais apresenta uma ampla lista de necessidades. Desta forma,os
refratários são manufaturados a partir de variado elenco de matérias primas, em centenas de
formatos e composições químicas diferentes, atendendo de forma personalizada os usuários. A
figura 1 mostra alguns exemplos de formatos de peças refratárias utilizadas pela indústria
siderúrgica

FIGURA 1 - Exemplos de formatos de peças refratárias utilizadas pela indústria siderúrgica

A figura 2 apresenta a distribuição de aplicação dos materiais refratários em sua ampla


diversidade tais como indústria petroquímica, siderúrgica, de vidro, cimenteiras (cal) entre outras

FIGURA 2 - Distribuição do mercado de aplicação de produtos refratários (1) .

A consequência direta da evolução tecnológica dos produtos refratários pode ser facilmente
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observada pela diminuição do consumo específico dos refratários, em razão da produção do aço
(Kg/t de aço), como mostrado pela figura 3 apresentada a seguir.

FIGURA 3 – Consumo e produção de materi430ais refratários no Brasil entre 1997 a 2008(1)

2.2. Principais Usos dos Materiais Refratários em Siderurgia

O emprego dos materiais refratários nos equipamentos siderúrgicos depende de uma serie de
fatores intrinsecamente ligados com a etapa de transformação metalúrgica do gusa e do aço. A
definição de cada projeto refratário e especifica para cada usuário (usina, reator, ciclo
operacional, carteira de produtos etc). Porém de modo geral pode-se dividir a aplicação dos
refratários em algumas classes e tipos de produtos, mas para este trabalho nos deteremos aos
refratários aplicados nos equipamentos de transporte de gusa líquido refino do aço na aciaria

2.2.1. Transporte de Gusa Líquido

a) Carro Torpedo

O transporte e manuseio de ferro gusa incluem os carros torpedos e panelas de gusa, embora
algumas poucas usinas ainda utilizem misturadores como entreposto entre os altos fornos e
aciarias, a maior parte gusa vai direto dos carros torpedos e panelas para os convertedores. Os
projetos refratários para carros torpedos devem considerar as condições operacionais, os
tratamentos executados nestes equipamentos, além das solicitações químicas, mecânicas e
termomecânicas, a figura 4 mostra um carro torpedo utilizado no transporte de gusa.
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FIGURA 4 – Carro torpedo, capacidade 300 t, ilustração do perfil típico do revestimento refratário.

Mesmo considerando estes equipamentos como transportadores de gusa em alguns casos em


algumas usinas são utilizados como reatores para tratamento prévio do ferro gusa principalmente
dessulfuração e dessiliciação, devendo o revestimento refratário suportar as solicitações
advindas destas práticas operacionais.

Os carros torpedos oferecem como vantagem sobre as panelas a capacidade de transportar


maior volume e pela sua geometria reduz a perda térmica e oxidação do gusa em ralação as
panelas, isto por que o contato do banho com o ar atmosférico é menor, assim este meio de
transporte de gusa tem se popularizado bastante ao redor do mundo.

Ate o inicio da década de 1970, os carros torpedos eram revestidos com tradicionais sílico
aluminosos, e logo em seguida passou para os aluminosos impregnados a piche e no final dos
anos 80 migrou para os produtos a base de Al2O3SiC+C, alem de continuar usando a
impregnação com piche já este elemento alem de fornecer carbono contribui para a redução da
porosidade dos tijolos. Estes produtos continuam sendo utilizados até os dias atuais com as
modificações e inovações peculiares a cada fornecedor.

A adição do carbono e do carbeto de silício a estes produtos melhorou suas propriedades ao


choque térmico e resistência ao ataque química e resistência mecânica a quente. Estes produtos
são ligados a base de resinas fenólicas e tratados a temperaturas aproximadas de 200 ºC. Outro
fator interessante a considerar é adição de elementos metálicos para proteger o carbono da
oxidação, mas que confere ao produto melhor resistência mecânica a que o favorece
principalmente os produtos usados na região de impacto.

As campanhas obtidas com estes materiais são animadoras, com o consumo variando em torno
de 0,07mm a 0,15mm por corrida. Os reparos intermediários com concretos convencionais
aluminosos aplicados por projeção além outros mais nobres, aplicados pelo processo de
chortecrete, têm elevado as campanhas tornando esta atividade mais econômica para as
siderúrgicas.

Para aperfeiçoar esta atividade, os carros torpedos têm aumentado muito de capacidade nas
grandes usinas gira em torno de 300 t, isto trás a preocupação com os mecanismos
termomecânicos que acelera o desgaste do revestimento e aumenta a perda de calor através do
revestimento. Já existem experiências animadoras quanto ao uso de materiais isolantes junto da
carcaça dos carros, melhoria nos projetos visando reduzir as tensões termomecânicas,
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 14

atenuando a abertura de juntas no revestimento e minimizando desgaste através deste ponto do


revestimento.

Os principais mecanismos de desgaste dos refratários usados nos carros torpedos podem ser
visto na figura 5. Este mecanismo está intimamente ligados às interações entre o metal líquido a
escoria e a condição térmica dos carros-torpedos. Em especial, na manutenção do calor e na
realização de pré-tratamentos do gusa dentro dos carros-torpedos.

FIGURA 5 Mecanismos de desgaste atuantes no revestimento refratário dos carros torpedos

De maneira geral os refratários utilizados nos carros-torpedos são tijolos da família Al2O3-SiC-C,
podendo ter adições de MgO e/ou espinélio (MgO*Al2O3), ou tijolos aluminosos e sílico
aluminosos impregnados com piche. Na boca dos carrostorpedos, usualmente, aplicam-se
concretos refratário de alta alumina/SiC com adições de fibras metálicas.

b) Panelas de Gusa

As panelas de gusa, embora seja um equipamento de grande importância nas usinas não
despertam grandes preocupações, poucas são as usinas que as utilizam efetivamente para
transporte de gusa, isto ocorre quase sempre em usinas menores. Nas grandes usinas são
utilizadas basicamente para baldeio entre os carros torpedos e convertedores, e é onde feito
maioria dos tratamentos efetuados no ferro gusa antes do seu carregamento nos convertedores
(dessulfuração, dessiliciação, etc.)

O projeto do revestimento refratário das panelas usa desde o tradicional sílíco aluminosos
passando pelos aluminosos e aluminosos impregnados a piche. Como as panelas recebem o
gusa em temperaturas relativamente baixas (1350 a 1420 ºC) apresentam campanhas longas,
em algumas usinas giram em torno de 1000 corridas por revestimento.

Enfim os equipamentos envolvidos no transporte e manuseio do ferro gusa possuem


características bastante diversas, assim apresentam diferentes mecanismos de desgaste,
implicando na necessidade de acompanhamento e definição de fatores críticos por pelos
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 15

usuários e fornecedores na definição do melhor perfil de revestimento a ser adotado. A figura 6


mostra de forma esquemática o perfil refratário de uma panela de gusa e foto mostra a panela
abastecendo o convertedor com gusa líquido.

FIGURA 6 – Perfil típico de panelas de gusa revestimento refratário.

Outros equipamentos importantes em contato direto com o gusa líquido são os carros-torpedos
que transportam o gusa dos altos-fornos para serem transformados em aço nas aciarias. Os
carros-torpedos, além de funcionarem como um pulmão de metal liquido para ajuste de
sincronismo entre a redução e a aciaria, são na maioria das vezes os reatores onde se remove o
enxofre do gusa, através da adição de agente dessulfurantes (CaO, CaO-CaC2, CaO-Mg, CaO-
Al, CaO-Al-C etc). Nos últimos dez anos tem-se observado no Brasil uma migração o processo
de dessulfuração realizado nos carros-torpedos para a panela de gusa

2.2.2. Aciaria – Refino do Aço

Do ponto de vista dos materiais refratários, a aciaria é onde se encontram as maiores variações
de composição, formatos e tipos. É também o local de maior aplicação e consumo dos materiais
refratários em uma usina siderúrgica, seja na forma de tijolos, concretos, argamassas, materiais
de projeção, fibras isolantes ou dispositivos especiais, como válvulas e mecanismos de controle
de vazão de aço liquido.

Esta diversidade de tipos e sistemas refratários é decorrente das várias etapas de transformação
metalúrgica envolvidas no processo de refino metalúrgico primário e secundário nas aciarias. A
tabela 2 apresenta de forma resumida os principais sistemas de óxidos refratários e compósitos
empregados nos diferentes reatores metalúrgicos de processamento de aço liquido.

Após o termino dos tratamentos metalúrgicos de refino secundário, o aço é finalmente transferido
das panelas para as maquinas de lingotamento continuo ou para as lingoteiras (no caso do
lingotamento convencional), onde se solidifica na forma de lingotes, placas ou tarugos, seguindo
para as etapas subseqüentes de conformações mecânicas nas laminações.
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 16

TABELA 2 – Principais equipamentos e tipos de refratários empregados durante o refino primário e


secundário do aço

EQUIPAMENTO REGIÃO PRINCIPAIS SISTEMAS REFRATÁRIOS


Revestimento de
MgO
Convertedores a Oxigênio segurança
(LD) Revestimento de MgO-
trabalho C(ligadosaresina,ligadosaPicheeouimpregnados)
Revestimento de MgO-C (ligados a resina, ligados a Piche e ou
trabalho, luvas,EBT impregnados), massas básicas.
Fornos Elétricos (FEA) Concretos pré-moldados de alta
Delta alumina/Cr2O3.
Desgaseificadores Pernas de subida e MgO-Cr O (quimicamente ligados)
(RH=>Ruhrstahl-Heraus) 2 3
descida
Cas-Ob (Composition
Concretos aluminosos e alta alumina (>90%),
Adjustamente Snorkel concretos de alta alumina espinélizado.
by sealed argon bubbing)
AOD (Argon Oxygem Reator (revestimento MgO-Cr2O3 (quimicamente ligados), tijolos
Decarburization) detrabalho) dolomíticos.
Fundo /Impacto Al2O3-MgO-C/ Al2O3-C/ MgO-C.
MgO-C/ CaO-MgO-C/ Al2O3-MgO-C/
Linha de metal Al O
2 3.(espinelizado in situ) (concretos de aluminato
Panelas de aço (PA)
de cálcio)
Linha de escória Al2O3-MgO-C/ Cr2O3-/ MgO-C.
Al2O3.(concretos de aluminato de cálcio, ) concreto
Snorkel e Lanças - de alta alumina + espinelo (Al2O3-MgO)
Fundo, impacto e linha Al O -C/ Al O -MgO-C/ Al O SiC-C
2 3 2 3 2 3
Panelas de Gusa (PG) de metal
Linha de escória Al2O3-C/ Al2O3SiC-C
Revestimento de
Concretos e tijolos alta alumina.
Distribuidores trabalho
Massa de cobertura MgO
Placas de válvula Al O -C/ Al O -ZrO -C
2 3 2 3 2
gaveta
Mecanismos e Sistema de Válvula longa Al2O3-C
Lingotamento Contínuo Tubo submerso Al2O3-C/ -ZrO2SiO2-C
Tampão Al2O3

a) Convertedores LD

A principal função do convertedor é a transformação do ferro gusa em aço, através da oxidação


parcial dos elementos C, Si, P e Mn e outros elementos indesejáveis. As grandes vantagens
deste processo em relação ao SM são o tempo de corrida reduzido variando o tempo de sopor
quase sempre entre 12 a 18 minutos, dependendo da tecnologia usada, baixo consumo de
refratário por corrida, maior disponibilidade do equipamento e consequêntemente o custo de
produção menor. Em princípio, o processo consiste na oxidação de elementos indesejáveis da
carga a teores compatíveis, através do sopro de oxigênio de elevada pureza (99,5%). Este
processo e feito através de uma lança resfriada a água, que insufla o oxigênio sob alta pressão
na superfície do banho. As temperaturas e composições das escórias no processo LD variam
durante o tempo de sopro. A figura 7 ilustra o processamento do aço em convertedor LD através
sopro de oxigênio.
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 17

FIGURA 7 – Esquema de sopro de oxigênio em convertedor LD.

Durante o processo, ocorre formação abundante de CO propiciando contato efetivo entre metal e
escória, ocasionando reações químicas violentas que provocam grande erosão no revestimento.
Em algumas áreas, tais como na zona de carregamento ou impacto, os refratários devem
suportar elevada resistência a erosão a quente devido aos jatos de gusa e a abrasão pela ação
de pedaços de sucata nesta região. Os refratários nos fornos LD, estão em um ambiente hostil e
complexo, sujeito a fatores termomecânicos e químicos que devem ser levados em conta pelo
Refrataristas na indicação dos melhores refratários.

As principais variáveis que concorrem para tornar complexo o comportamento dos materiais
refratários nos convertedores influenciam a duração das campanhas são:
 Temperatura - o revestimento apresenta um perfil tridimensional de temperatura que, por sua
vez, varia durante a operação;
 Corrosão - as espécies corrosivas em contato com o refratário diferem conforme a região, tais
como cone,munhões, linha de escória, sola, impacto, borda, etc;
 Atmosfera - pode variar de oxidante a redutora e, em geral, não é estável;
 Ritmo da operação.

Cada um dos fatores, separadamente, pode ser responsável por um insucesso, no que se refere
à duração da campanha, porém é indispensável a contribuição favorável dos três grupos de
fatores, para alcançar resultados satisfatórios.
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 18

O produto da reação do O2 com o Si forma SiO2, que apresenta caráter ácido e agride mais os
refratários os quais são de natureza básica. Para neutralização da acidez, provocada pela ação
da sílica durante o sopro, no início das corridas adiciona-se a cal e/ou dolomita para a forragem
da sola e do local de impacto de sucata. A forragem é de extrema importância para reduzir os
efeitos de desgaste por abrasão, ou seja, diminui os danos provocados pelo impacto de sucatas
no revestimento refratário durante o carregamento.

Durante grande parte do processo LD, a escória é básica e apesar da presença de FeO, do
ponto vista de compatibilidade química, os refratários para o processo são constituídos de óxidos
básicos, apesar de que no início de sopro a escória permaneça um pouco ácida e pode atacá-los

Os óxidos básicos abundantes na natureza e com preços acessíveis temos o MgO, denominado
Periclase após queima, (quando obtidos através da água do mar, lagos, processo aman, etc.) ou
sinter de Magnesita (obtido através da Magnesita natural) e o CaO (denominado Lime após
queima) obtido através da queima do calcário de elevada pureza. Portanto, matérias primas após
queima contendo abundância de MgO e CaO isolados ou associados são as indicadas para a
fabricação de refratários para convertedores LD.

Como o processo LD foi derivado do SM (Siemens Martin) provavelmente os primeiros


revestimentos foram com refratários básicos (magnesianos ou magnesianos-cromíticos). Os
refratários de sílica e aluminosos provavelmente nunca foram experimentados, fatalmente teriam
vida curta por se tratar de material de natureza química acida.

A matéria prima principal que entra em na constituição dos refratários para LD, é o Magnésio, no
passado usou-se dolomita, mas devido a sua alta hidratação foi praticamente abandonada. Os
refratários de MgO são fabricados em prensas isostáticas de alta performance, e ligados a piche,
resinas, etc, adição de grafita e agentes antioxidantes metálicos. Os tijolos de MgO-C são
amplamente empregados no revestimento para convertedores em virtude da sua alta resistência
à corrosão por escória básica e elevada resistência ao choque térmico, concedidas, em parte,
pelo carbono. No entanto, a presença de carbono no tijolo pode implicar em desvantagens tais
como baixa resistência mecânica e oxidação do carbono. Para compensar esta deficiência,
normalmente, são adicionados aos refratários de MgO-C pós metálicos tais como Si, Al, Mg B3C
(carbeto de boro) e ligas.

Estes elementos têm como principal objetivo aumentar a resistência à oxidação, entretanto
trazem outro beneficio que o aumento da resistência mecânica e resistência à erosão. Por outro
lado o aumento da resistência mecânica concorre para formação de trincas por tensões
termomecânicas, devido a menor flexibilidade do refratário. Além disto, os aditivos especiais, tais
como compostos contendo boro (B3C), elevam a resistência mecânica e a resistência à oxidação
assim como os metais, mas podem, também, concorrer para reduzir a resistência ao spalling
térmico causado pela excessiva sinterização do sistema.

Embora os meios para adequar as propriedades dos refratários às solicitações industriais e a


previsão do comportamento destes materiais em trabalho pareçam simples, a microestrutura ao
longo do comprimento dos tijolos de MgO-C, durante emprego industrial, experimenta apreciáveis
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 19

alterações dinâmicas, as quais tornam o sistema refratário altamente complexo.

De maneira geral, a escória formada durante as corridas no convertedor é básica, isto justifica a
utilização de tijolos básicos no revestimento do forno.

Revestimento Permanente - é fabricado com magnésia sinterizada, queimado e impregnado e


apresenta teor de carbono de 5%. Este material é utilizado nos sedes de contorno das
ventaneiras e no permanente da sola dos convertedores, além de sua aplicação como material
das luvas do furo de corrida. Este material (70% MgO) é utilizado como permanente da parede
do cilindro e cones dos convertedores. O assentamento é realizado com a argamassa básica
(70% MgO).

Revestimento de Trabalho ou Desgaste – É composto por até 100% de grãos de magnésia


eletrofundida, pode conter até 20% de grafita lamelar, além de aditivos metálicos (Al-Si, Al, Si
e/ou Mg), cuja função é proteger o carbono da oxidação durante o trabalho, devido a maior
reatividade destes com o oxigênio. Este material constituiregião das as ventaneiras e sedes e
sola de desgaste dos convertedores. O assentamento é realizado utilizando a argamassa.

Juntas de Expansão - Durante o assentamento do revestimento refratário são inseridas juntas


de expansão com instalação de folhas de papelão rígidas, com espessura de 2,0 mm. Durante o
aquecimento dos fornos os papelões são queimados, tendo como função deixar espaço a ser
ocupado pela dilatação dos tijolos durante o aquecimento e trabalho (em torno de 2%). A
distribuição destas juntas de expansão é de acordo com o projeto apresentado pelo fornecedor
do revestimento.

Inspeção e Reparo dos Convertedores - É realizada inspeção visual a cada corrida no


revestimento refratário, e as usinas que dispõem de instrumental a laser realizam medições mais
precisas periodicamente. Caso seja detectado desgaste acentuado, queda de tijolos de
determinadas regiões ou qualquer problema, são realizados reparos por banho, forragem,
projeções e reparos ou troca do furo de corrida etc. A figura 8 mostra o perfil refratário típico para
convertedores LD.

FIGURA 8 – Perfil refratário de convertedor de Aciaria LD.


ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 20

b) Panelas de Aço

A função original das panelas de aço era o transporte do aço líquido do convertedor para o
lingotamento. Entretanto este conceito tem sido mudado ultimamente com a demanda pela
melhoria da qualidade do aço e a eficiência de sua fabricação. A introdução do lingotamento
contínuo, processo secundários de refino e ajuste de qualidade do aço na panela introduziram
condições operacionais muito severas na panela de aço. Estas solicitações forçaram o
desenvolvimento de revestimentos das panelas cada vez com refratários mais nobres.

Os efeitos mais significantes na vida do revestimento das panelas de aço é resultado de:
 Lingotamento Contínuo, que tem causado aumento na temperatura de vazamento e tempo
mais longo de permanência do aço na panela,
 Operações de Dessulfuração, Desgaseificação a Vácuo (RH), forno Panela (LF) e
processo de Cas OB, os quais além de exigir temperaturas mais elevadas na panela
aumentam o tempo de residência do aço, aumenta a movimentação da carga líquida
acelerando reações e o mecanismo de erosão.

Em panelas revestidas com tijolos de baixos teores de Al2O3, não é necessário um pré
aquecimento rigoroso devido a sua baixa condutividade térmica destes tijolos, entretanto quando
se trabalha com teores de Al2O3 mais elevados (isentos de carbono ou não) ou material básico
surge o problema da formação de cascão, devido a alta condutividade térmica desses materiais,
que aumentam a perda de calor através do revestimento. A única maneira de atenuar este
inconveniente é com um bom preaquecimento da panela.

A composição da escoria tem grande influencia na escolha do tipo de refratário. O refratário tem
que ser quimicamente compatível com a escória, para reduzir a velocidade de desgaste e inibir a
infiltração de elementos da escoria na estrutura do revestimento. A composição da escoria varia
de acordo com o tipo de aço a ser produzido, assim o revestimento pode sofrer a ação de vários
tipos de escórias em uma mesma campanha, dependendo o mix de produção da aciaria e por
qual processo a panela passou, como: desgaseificação a vácuo, adição de ferro ligas,
descarburação, dessulfuração.

A temperatura máxima na panela deve ser controlada para o mínimo requerido pelo processo a
ser executado. Visando minimizar o desgaste do revestimento refratário. A taxa de dissolução de
todos os materiaisrefratários na escória aumento com a elevação da temperatura de operação e
também ocorre uma penetração mais profunda dos componentes da escoria no refratário, além
de aumentar consideravelmente as solicitações termomecânicas em todos os componentes da
panela (refratários e carcaça), podendo comprometer toda estrutura.

É comum as panelas trabalharem em regime severo com ciclos intermitentes de temperaturas


altas e baixas entre as corridas, resultando num acelerado desgaste do refratário por choque
térmico ou mecanismo de escamação da face quente, que é a perda da face de trabalho do tijolo
refratário em que houve infiltração de escora e enfraquecimento da estrutura.

Tensões Termomecânicas - causadas por rápidas trocas de temperatura podem causar trincas
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 21

atrás da face de trabalho do refratário, numa região da estrutura inalterada do tijolo, conhecida
como choque térmico ou “Spalling” causando a perda da face de trabalho do tijolo por
lascamento, levando a um desgaste irregular da parede muitas vezes catastrófico.

Erosão - desgaste pode ser localizado ou não, ocorre frequêntemente no ponto de impacto
quando aço é vazado na panela. Este efeito é atenuado variando o posicionamento da panela e
aumento da espessura do tijolo neste ponto onde ele for inevitável.

b.1) Refratários para Panelas de Aço

O revestimento refratário utilizado pelas aciarias das siderúrgicas é, em geral, muito semelhante.
Cada aciaria adota projeto de revestimento refratário que melhor atenda técnica e
economicamente às suas solicitações operacionais. Isto é importante porque cada aciaria
apresenta suas particularidades. Os tipos de desgaste de cada usina são influenciados pelo ritmo
operacional, produtos fabricados, tempo de residência dos materiais líquidos nas panelas,
intervalo entre uma corrida e outra.

A execução do revestimento deve ser a mais cuidadosa possível, principalmente com juntas, a
montagem do revestimento deve ser homogênea para manter as características físicas ao longo
de toda estrutura.

No revestimento de panelas de aço de grande porte, são utilizados, diversos categorias de


materiais moldados e não moldados e composição química variadas.

O concreto aluminoso é utilizado para corrigir irregularidades na carcaça e também nivelamento


sobre a camada do revestimento permanente quando realizada troca ou reparos parciais no
revestimento de desgaste ou de trabalho. A argamassa usada deve ser compatível com a
qualidade do tijolo a ser assentado, normalmente se usa argamassa somente no revestimento
permanente.

O uso de argamassa no revestimento de trabalho deve ser a mínima necessária para corrigir um
defeito superficial do tijolo e principalmente, os assentamentos com junta seca vem apresentando
resultados satisfatórios, principalmente quando se usa tijolos espinelizados. Camadas espessas
de argamassas são pontos de infiltração de escória e metais fundidos em elevadas temperaturas.

Na parede, região banhada pelo aço e na sola da panela, o revestimento de trabalho ou desgaste
é constituído por tijolos aluminosos espinelizados. O espinélio melhora as características físicas e
químicas destes refratários. Estes tijolos são moldados e ligados quimicamente utilizando resinas
fenólicas, não são queimados na fabrica, a queima e feita durante o trabalho e operação das
panelas.

Existem duas formas de inserir o espinélio, uma é adicioná-lo na mistura antes da prensagem
dos tijolos, a outra, e que tem sido preterida pelos fabricantes para estes refratários, consiste em
adicionar um pequeno percentual de MgO a mistura contendo Al2O3 e o espinélio será formado
“in cito”, ou seja em temperaturas elevadas, durante o aquecimento e operação da panela
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 22

através da reação entre o MgO e parte do tijolo Al2O3formando MgOAl2O4 (espinélio). Esta fase
é interessante, pois a sua formação é acompanhada de aumento de volume molecular e
consequêntemente dos tijolos, este fenômeno faz que ocorra o fechamento das juntas entre os
tijolos conferindo ao revestimento propriedades de um revestimento monolítico, dificultando a
infiltração de materiais fundidos.

Na linha de escória e a fiada que forma o rodapé da parede (também conhecida como linha de
escória inferior) são utilizados tijolos de MgO-C (13% Carbono). A espessura da sola e da parede
é de acordo com o projeto do fornecedor e necessidade do cliente, sempre levando em conta o
aspecto segurança operacional e custo.

Geralmente, no ponto onde ocorre o impacto do jato de aço durante o carregamento da panela
utiliza-se tijolos de maior dimensão formando um degrau no fundo da panela, isto visa compensar
o maior desgaste neste ponto específico. A figura 9 mostra o perfil do revestimento refratário de
uma panela de aço.

FIGURA 9 - Desenho esquemático de panelas das Aciarias.

c) Distribuidores ou Tundish

O distribuidor é um recipiente revestido de refratários que tem como função, receber o aço
fundido da panela e alimentar os moldes no processo de lingotamento contínuo concorrendo para
o aumento da produção. Este equipamento evita a passagem de escória para os moldes do
lingotamento, facilita a suspensão de inclusões, contribui para homogeneização da composição
química e temperatura do metal líquido. Entre outras funções, também possibilita o controle do
nível de aço nos moldes, através do sistema de tampão durante o lingotamento. No passado, o
distribuidor ou Tundish no processo de lingotamento, era visto apenas como um reservatório de
aço. Atualmente este conceito tem mudado consideravelmente, e ele é visto como um
vaso/reator que afeta a flotação e separação de inclusões, sendo também um local onde a
desoxidação e a adição de elementos de liga podem ser realizadas. Da mesma forma, os
conceitos da utilização da proteção do jato, válvula longa, válvula submersa e o comportamento
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 23

do aço no molde tiveram uma grande evolução. Hoje a utilização desses equipamentos, aliada às
técnicas do emprego do argônio, propicia a obtenção de aços com baixo nível de inclusões.

O distribuidor de uma máquina de lingotamento contínuo tem as seguintes funções:


 atua como reservatório de aço durante a troca de panela;
 receber o aço liquido da panela, reduzindo e mantendo a pressão ferrostática adequada ao
controle de fluxo para o molde (Velocidade de lingotamento)
 subdividir o aço liquido em vários veios de alimentação dos moldes; promover a separação
aço/escória.

Além dessas funções, o distribuidor também tem sido utilizado para realizar tratamentos
metalúrgicos, dentre eles, podemos citar:

 Ajuste do grau de desoxidação;


 adição de elementos de liga;
 dar condição para flutuação e remoção das inclusões não metálicas, aumentando o grau de
limpidez do aço;
 evitar queda da temperatura do aço

O distribuidor de aço ou Tundish, na operação de lingotamento continuo se tornou essencial e


complexo. O aço liquido deve ser distribuído para os veios de tal modo que, independentemente
do veio, o aço deve ser o mesmo, isto é, que tema a mesma temperatura e composição química.

c.1) Revestimento Refratário do Distribuidor

O revestimento refratário do distribuidor é composto de três camadas:


Revestimento permanente: o revestimento permanente e composto por camadas de placas ou
concretos silico aluminoso. Estes materiais apresentam uma resistência mecânica e razoável
poder de isolamento térmico. São instalados junto a carcaça do distribuidor, com o objetivo de
minimizar a perda de calor para o ambiente. A espessura pode variar entre 24 e 32 mm.

Revestimento de trabalho:, normalmente são utilizados tijolos com maior espessura algo em
torno de 230 mm no fundo e 114 nas paredes. Ressalva-se que estes valores podem variar de
acordo com o projeto refratário de cada usina e dimensões do distribuidor.

Revestimento de sacrifício: também chamado de revestimento de cobertura ou desgaste, é a


camada de concreto aplicado sobre o revestimento de trabalho, é a que entra em contato com o
aço liquido durante o lingotamento. Sua aplicação pode ser por colher ou “spray” a espessura do
revestimento é em função do tempo, da temperatura de lingotamento, na maioria dos casos fica
em torno de 50 mm.

Tendência Atual: existe atualmente no mercado experiências bem sucedidas utilizando


concretos refratários desenvolvidos especificamente para distribuidores, tanto pelo método de
bombeamento e moldagem utilizando formas ou por projeções convencionais e por shortecrete,
esta mudança visa os seguintes benefícios:
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 24

 Ausência de juntas, as quais estão presentes no revestimento usando tijolos, com o


revestimento monolítico seriam eliminadas. O formato é decorrente da colocação de uma
forma metálica, que além de definir a espessura das paredes permite a moldagem de áreas
especificas, como por exemplo, as sedes de válvulas.
 Maior estabilidade volumétrica e dimensional: por se tratar de uma peça única, o
revestimento permanente monolítico se comporta de forma constante e homogênea.
 Maior índice de cambamento ou cambagem livre: devido a sua geometria interna favorável
(formato interno arredondado) e a ausência de junta ou desníveis (dentes formados entre as
fiadas de tijolos) o cambagem tende a ser facilitado (remoção do casacão formado após o
lingotamento).
 Redução do tempo de confecção de um revestimento: com a introdução do concreto no
revestimento permanente ocorre uma redução drástica do tempo de confecção de um
revestimento aumento da sua disponibilidade operacional.
 Facilidade de se modificar o formato interno: o revestimento monolítico oferece
possibilidade de modificar o formato interno do revestimento a cada nova confecção. Com isto,
caso seja necessário, basta se modificar a forma para se adequar o novo perfil interno. Dentro
desta linha, devido a um menor coeficiente de transmissão de calor e ao formato interno
arredondado, é possível se reduzir a espessura das paredes e com isto, aumentar o volume
interno do distribuidor (aumento de capacidade).

(A (B (C
) ) )
FIGURA 10 – Esquema de opções para montagem do perfil refratário de distribuidores, (A) revestimento
tradicional com tijolos, (B) uso de vibrador de chicote direto no material, (C) vibrador acoplado na forma.

A figura 10 mostra alguns perfis possíveis de revestimento refratário de trabalho que podem ser
usados pelas usinas siderúrgicas. Hoje além da opção de revestimento tradicional utilizando
tijolos, existe também a opção de utilização de revestimento monolítico por concretos de fluência
livre aplicados com utilização de formas.
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 25

A figura 11 ilustra um distribuidor posicionado para a operação de lingotamento sob a panela de


aço.

FIGURA 11 - esquema do distribuidor na Máquina.

III. EVOLUÇÃO CONTRATUAL NA GESTÃO REFRATÁRIA PARA ACIARIA

Historicamente até o 2º semestre de 1992 o fornecimento do revestimento refratário para a


aciaria da Siderúrgica 1 era terceirizado (comprado no mercado).A partir da privatização da
Siderúrgica1(contratante) em 1992, iniciou-se com a Empresa RefratáriaA, fabricante de
refratários um contrato de desenvolvimento, fornecimento e aplicação dos revestimentos
refratários na Aciaria com avaliação de performance.

Para iniciar esse processo foi necessário consultar os fornecedores do mercado brasileiro,mas
apenas a Empresa RefratáriaA atendeu aos critérios com que se pretendia trabalhar, tendo os
demais fornecedores declinado da participação.

No inicio, quando do comissionamento da Siderúrgica1, os contratos foram feitos por


equipamentos com as seguintes cláusulas principais:
 Garantia de desempenho;
 Critério de compensações por vida abaixo e acima da garantia;
 Garantia de manutenção de um número mínimo de equipamentos disponíveis para a
operação;
 A Empresa RefratáriaA fornecendo os serviços de aplicação, mantendo os preços dos itens
refratários;
 Manutenção de parte do estoque na fábrica da empresa A (metade a ônus da empresa 1 e
metade a ônus da Empresa RefratáriaA);
 Manutenção de parte do estoque no site da Siderúrgica1, a ônus da Empresa RefratáriaA;
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 26

 Medição e pagamento por item de material e por equipamento.

Mais tarde, em 1996, juntou-se os contratos existentes em um único e passau-se a reembolsar a


contratada a US$/ton de aço líquido. Portanto, quando entravam novos equipamento em
operação, tais como: Refino Secundário e Lingotamento Contínuo foram realizados contratos
específicos, até a obtenção do domínio dos equipamentos.

O reembolso da contratada (Empresa RefratáriaA) que foi em US$/toneladas de aço líquido até
31/05/1999 convertidos em reais pelo câmbio do último dia do mês passou a ser feito em R$/
toneladas de aço líquido a partir de 01/06/1999, o reembolso passou a ser apurado diretamente
em reais,convertidos da seguinte forma:

Valor(R$) = Valor(US$) x 1,2087x 1,11 x IGPm acumulado até 31/05/1999

Dados:
a) O índice de 1,11% foi inserido para recompor o desconto dado pela empresa B e devido a
liberação do câmbio feita pelo governo federal.
b) Em novembro de 1998, a empresa A havia dado um desconto médio, em todos os contratos
em vigor, de 11,24%, negociado em decorrência de turbulência no mercado de aço.

Segue abaixo o quadro demonstrativo desse processo entre os dias 31/05/1999, a 31/07/2002:

Evolução do IGP-m 42,1139%


Reajuste contratual 20,1953%
Variação cambial 98,8689%

A partir de 24/09/2002, a Siderúrgica1aprovou a negociação feita com a Empresa RefratáriaA,


onde subcontratou a empresa B para efetuar a aplicação do revestimento refratário nos
equipamento da aciaria e a empresa C para dar manutenção nas válvulas gavetas das panelas
de aço e operação da Máquina de Moldar Gusa (MMG), conforme os seguintes termos:
a) Manutenção dos critérios de avaliação do desempenho dos equipamentos;
b) Manutenção da garantia de vida e disponibilidade mínima para operação;
c) Compensação por desempenho, considerando qualidade dos refratários e condições
operacionais;
d) Introdução do conceito de prêmio de performance, valendo até 6,0% do valor base para o
reajuste contratual, para estimular performance da contratada em vários aspectos:
 Avaliação global,
 Acidentes pessoais,
 Parada das máquinas de lingotamento contínuo por influência de refratários,
 Ocorrências ambientais,
 Infrações de trânsito no site,

A partir dessa negociação, que foi retroativa a agosto/02, acertou-se os seguintes ajuste
contratual:
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 27

Po (preço base), média de jan a jul/02 13,94207R$/tal


Ajuste
Reajuste linear = 12,00% (sobre Po)
Prêmio de performance Até 6,00% (sobre Po)
Aumento de escopo =0,70% (sobre Po)
Assim o ajuste contratual pode Chegar até 18,70%, se atingida nota máxiam na performance.

Estes ajuste contratuais para o prêmio por performance ocorreram, conforme os critérios para o
novo contrato e o demonstrativo de desempenho da negociação a seguir:

3.1. Critérios para o Novo Contrato

Manutenção e operação de equipamentos Sem reajuste, uma vez que o contrato em vigor
1 ligados á manutenção refratária foi aditado em abr/02. Os valores serão
(subcontratada da empresa A). incluídos no novo contrato, sem reajuste.
Reajuste de todos os valores hoje pagos,
conforme negociado, para atender pleito de
Fornecimento de refratários aplicados
2 reajuste contratual, introdução do critério de
(Empresa A).
premiação por performance e aumento de
escopo do contrato.
3 Valor de base para o reajuste R$ 5.733.667,31 = 13,94207 R$/taço líquido
Reajuste dos preços vigentes para a emissão O prêmio por performance prevê, os critérios:
do novo contrato: I. Avaliação global da contratada
 12%= Percentual para recomposição de II. Acidentes pessoais
preço; III. Infração de trânsito no site
4
 Até 6% = Prêmio por performance IV. Ocorrências ambientais
(desempenho); V. Paradas de máquina (MLC) por influência
 0,7% = Aumento de escopo contratual. do desempenho de refratários
VI. Abertura de válvulas gavetas

3.2. Demonstrativo do Desempenho da Negociação

ANÁLISE: TÓPICOS E ÍNDICES


PLEITO ÍNDICES CONCEDIDOS
Pleito sobre o fornecimento de Percentual para recomposição de 12%
16,89%
refratários aplicados preço
Pleito para aumento de escopo Prêmio por performance, até 6%
3,8%
contratual
Prêmio por performance 6,04% Aumento de escopo 0,7%
Pleito total 26,73% O reajuste total poderá ir até 18,7%
IGP-m 31/jul/01 a 30jul/02 9,9887% O reajuste total atingirá 18,7%, caso a nota
Variação cambial de 30/jul/01 a obtida pela contratada para o prêmio de
41,0151%
30/jul/02 performance atinja 100% do possível.
Diferença entre o pleito da empresa B e oíndice concedido 8,03%
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 28

3.3. Critérios para Avaliação e Prémio de Performance


REVISÃO DOS CONTRATOS MAGNESITA / MAGNESITA SERVICE
ANÁLISE DA MINUTA DO CONTRATO, APRESENTADA PELA MAGNESITA
CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO E PRÊMIO DE PERFORMANCE

PRÊMIO DE PERFORMANCE
ITENS PARA AVALIAÇÃO
% do Prêmio
a Descontar
Por Item de
Avaliação
PESO DE CADA ITEM DE AVALIAÇÃO
Acidentes Pessoais CPT / SPT 15 Acidentes Pessoais CPT / SPT 15
Infração de Trânsito 10 Infração de Trânsito 10
Ocorrências Ambientais 5 Ocorrências Ambientais 5
Paradas Máq Lingot Contínuo Paradas Máq Lingot Contínuo 10
Até 7 paradas 0 Abertura Instantânea 10
8 a 13 paradas 3 Avaliação Global: 50
Mais que 13 paradas 10 Total passível de desconto 100
Abertura Instantânea
> ou = 99,2 % 0
> ou = 99,0% < 99,2 % 1
> ou = 98,5% < 99,0 % 3
< 98,5 % 10
Avaliação Global:
Nota < 7,0 50
Nota > ou = 7,0 < 9,0 10
Nota > ou = 9,0 0
Total passível de desconto 100

Notas:
1 - Do total do prêmio de performance, poderá
ser deduzido até 100%, dependendo do item
que não for cumprido ou que for parcialmente
cumprido

3.4. Custo Específico de Refratários na Siderurgica 1 – 1998 a 2004


ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 29

Com a evolução contratual da gestão refratária nas Aciarias das siderúrgicas, hoje estamos
presenciando um alinhamento desse processo em direção a busca de um melhor desempenho
dos refratários, através doGerenciamento da Rotina, com base no Gerenciamento para Melhorar
(PDCA) e Gerencimaneto para Manter (SDCA), mas durante esse processo estava ocorrendo
uma licitação dos contratos de refratários da Siderúrgica 2, que a partir do 2º semestre de 2020,
deixou de ter a empresa A (trata-se da mesma empresa contratada da Siderúrgica 1) como a
empresa responsável pelo fornecimento, aplicação/instalação, manutenção, demolição (realizado
por uma subcontratada) e controle térmico dos equipamentos refratários siderúrgicos, para ter
atualmente a empresa A somente como fornecedora de refratários, a empresa B (a mesma na
Siderúrgica 1) para aplicação/instalação do refratário e uma outra empresa C exclusiva para
realizar a demolição dos refratários.

No início do processo de implantação da gestão de desempenho na área de refratários da


Siderúrgica 2, especificamente na confecção do Mapeamento dos Processos, ocorreu alguns
impasses/conflitos referente a conceitos e a metodologia, pois os padrões operacionais e
técnicos foram desenvolvidos pela Contratante, portanto, trata-se de um knowhowdelam além
desses impasses surgiu outro referente ao VCP (Verificação do Cumprimento dos Padrões), pois
a Contratante não executa os padrões, mas sim inspeciona/audita o trabalhos executados pela
Contratada.

Esses e outros conflitos surgidos durante a implantação da Gestão de Desempenho obrigou a


equipe multidisciplinar a recuar para melhor alinhamentodos seus parâmetros, pois durante a
vigência do contrato estabelecido no start up da Siderúrgica 2 também foi criado a Gerência de
Gestão de Contratos, que veio a dificultar ainda mais a definição dos conceitos.

Após acordos realizados entre as áreas envolvidos, decidiu-se realizar o mapeamento das
atividades da área de refratários, considerando-as como sendo executadas pela Contratante,
onde foram criados os mapas para os subprocessos identificados no processo de Refratário,
conforme segue abaixo:
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 30

IV. GERÊNCIA/CÉLULA DE GESTÃO DE CONTRATOS

“Um contrato representa o acordo de vontades entre as partes interessadas a fim de criar
obrigações e estabelecer o conteúdo delas, alinhando interesses opostos, ou seja, de um lado,
uma das partes tem interesse no objeto do contrato, e de outro, a contraprestação
correspondente que pode ser preço, acordo, ajuste, etc.” (PORTAL EDUCAÇÃO, 2017?).

A gestão de contratos é o processo de gerenciamento, desde o nascimento da demanda até o


encerramento contratual, estabelecendo as diretrizes que permitam a administração de maneira
transparente e econômica. Garante ainda que os termos contratuais pactuados entre as partes
sejam cumpridos além de sua formalização e vigência para implantar uma relação de parceria
com as contratadas.

Para Ohya (2004, p.13):Os serviços terceirizados são desenvolvidos por empresas prestadoras
de serviços denominadas “contratadas”, as quais detém o conhecimento na área, possuem corpo
técnico especializado e utilizam metodologias e ferramentas de planejamento (planos,
programações e controles) na gestão da implantação, ao longo das fases de execução do
empreendimento.

No artigo referente ao estudo queAlves Mirian (2020) realizou “in loco” em uma empresa no setor
de mineração, na implantação da área chamada de Célula de Gestão de Contratos (CGC), foi
identificado as responsabilidades da Célula de Gestão de Contratos (CGC), Gestores e
Operadores/Fiscais de contratos.

4.1. Papeis e Responsabilidades

Para que essa gestão aconteça de forma ordenada e eficaz é indispensável que os fluxos
internos da empresa estejam bem definidos, claros e disseminados, assim como os papéis e
responsáveis das áreas que farão parte do ciclo de vida do contrato.

Nesse passo, é necessário conhecer os termos do contrato e fazer o referido acompanhamento,


justamente para se evitar que pequenos descumprimentos venham a ensejar perdas
representativas, não apenas sob o ponto de vista financeiro – mediante a aplicação de multas
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 31

contratuais pecuniárias – mas também estratégico – mediante o rompimento de contrato


estrategicamente importante, por culpa que lhe seja atribuída. (LOPES, 2017)

4.1.1. Papel da Célula/Gerência de Contratos – CGC

A Célula/Gerência de Contratos irá fazer a interface entre gestor e todas as áreas administrativas
e acompanhamento de todas as fases do ciclo do contrato. Com o objetivo de empregar as
melhores práticas em gestão dos contratos, visando a redução de custo, harmonia e
transparência para a contratante e contratada.

O analista da CGC deve ter comprometimento com as atividades cotidianas do processo de


administração dos contratos, é necessário que tenha uma boa comunicação e fácil
relacionamento visto que, terá contato direto com os gestores, fiscais e preposto da contratada.
Deverá ter uma visão analítica para que antes de tomar qualquer decisão faça uma análise dos
pós e contras, sempre buscando informações, estudando os dados e avaliando antes de
qualquer decisão a ser tomada e para apoiar os gestores e demais envolvidos com contribuições
para qualquer fato relacionado ao contrato sob sua gestão.

Dentre a Gestão do Contrato, cabe aos analistas as seguintes funções:


 Prestar serviços de suporte técnico e administrativo aos Gestores e Fiscais no processo de
elaboração do escopo, QQP, Nível Acordo Serviço (SLA), análise de composição de custo e
consolidação de demandas;
 Análise e consolidação dos KPI´s( Key Performance Indicator);
 Apoio ao estabelecimento e controle das garantias contratuais (quando previsto) e análise
para padronização de contratos congêneres;
 Interfaces com as outras áreas (Suprimentos, Jurídico, Saúde, Segurança e Meio Ambiente,
Desenvolvimento Humano Organizacional, etc) no processo de contratação;
 Coordenação da reunião de mobilização;
 Análise de medições, através de evidências e QQP contratual.
 Identificação do gestor/fiscal/preposto;
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 32

 Informar ao gestor o status da medição e documentação mensal;


 Solicitar ao Suprimentos emissão das glosas;
 Apoio ao fiscal de contratos;
 Acompanhamento do processo de mobilização;
 Solicitar ao Jurídico a emissão de documento referente a aplicação das penalidades
contratuais;
 Controle cronograma Físico/Financeiro dos contratos.

4.1.2. Papel do Gestor de Contrato

O Gestor do Contrato é o representante da empresa Contratante, nomeado ou designado para


atuar junto a Contratada. Ele é responsável por garantir o cumprimento do objeto contratual em
todos os aspectos técnicos e legais, com o auxílio da CGC.

O Gestor deve ter visão geral de todo o processo, ter conhecimento do contrato e seus anexos,
fazendo com que sejam cumpridas todas as cláusulas contratuais, conhecimento das etapas do
cronograma, tendo em vista as medições, prazos, reajustamentos, cronogramas e obediência a
prazos contratuais.

Cabe ao Gestor de Contratos as seguintes responsabilidades:


 Garantir o fornecimento dos serviços/materiais, conforme condições contratuais;
 Autorizar a execução do serviço ou fornecimento;
 Autorizar subcontratações desde que permitido em contrato;
 Definir os fiscais de contratos quando devido e executar as atividades a eles definidas quando
não houver fiscal nomeado;
 Aplicar nas contratadas as notificações, bonificações e multas previstas em contrato, quando
aplicável;
 Analisar e aprovar as medições para pagamento das contratadas;
 Avaliar as contratadas segundo critérios pré-estabelecidos;
 Autorizar a desmobilização e aprovar termo de encerramento contratual quando necessário.

4.1.3. Papel do Operador/Fiscal de Contrato

O Operador/Fiscal do Contrato é o profissional designado pelo Gestor do Contrato que deve ficar
na linha de frente desde a mobilização dos terceiros até o encerramento do contrato, tendo uma
relação direta com a atividade a ser executada, acompanhando as rotinas e obrigações
contratuais.

Assim como o Gestor, o Operador/Fiscal deve ter conhecimento do escopo contratado, jornada
de trabalho, SLA quando aplicável e preços, com isso está apto para validar a execução dos
serviços e suas evidências. Dentre suas rotinas estão:
 Acompanhar mobilização e desmobilização do contrato;
 Garantir que os terceiros estão com os crachás e treinamento válidos;
 Verificar se as rotinas diárias, incluindo rotinas administrativas, de segurança e contidas em
anexo estão sendo cumpridas;
 Alertar o gestor quando houver motivo para aplicação de notificação ou multa contratual;
 Alertar para haver atuação nos eventos que afetam diretamente a execução dos serviços, que
requerem providências junto a outras áreas para evitar atrasos capazes de gerar
reivindicações contratuais;
 Conferir e validar medição e evidências da prestação de serviços, tais como RDO’s, relatórios,
partes diárias e etc.;
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 33

 Participar das avaliações de desempenho da Contratada.

Essa Gerência foi criada, devido os contratos seram administrados por cada área operacional,
com procedimentos e normativos diferenciados, com muitas lacunas e nenhum indicador de
desempenho para controlar o processo, fluxos de processos e normativos desalinhados com o
processo atual, que promoviam perdas significativas de resultados.

A Implementação de uma gestão interfuncional permanente para o processo de Gestão de


Contratos objetivou:
 Redução de custos de contrato;
 Otimização de tempo;
 Aumente a produtividade eliminando burocracia;
 Harmonia e transparência para a contratante e contratada;
 Aumentar o engajamento entre as áreas funcionais e de suporte;
 Melhorar o processo.

V. PROCESSO DE GERENCIMENTO DE CONTRATOS NA SIDERÚRGICA 2

5.1. KPI’s para Gerenciamento de Desempenho dos Contratos

Os primeiros KPIs de gerenciamento de contratos definidos por essa nova gerência foram
os seguintes:
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 34

5.2. Mapeamento das Oportunidades

Para aprimorar o atual processo de Gestão de Contratos, foiimplementado as oportunidades


mapeadas por meio de um novo modelo de governança integrado, conforme segue:

5.3. Papeis e Responsabilidades do Gestor e Operador/Fiscal do Contrato

Após o mapeamento, foi definido os papeis/responsabilidades do Gestor e Operador/Fiscal do


Contrato, conforme segue:
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 35

5.4. Objetivos da Gerência de Gestão de Contratos

O foco do Operador do Contrato está nos processos contratadas, portanto, a despeito das
suas inerentes responsabilidades está em atuar na gestão dos contratos de refratários da
Siderúrgica 2 de de forma a:
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 36

• Garantir atendimento aos compromissos contratuais e o respeito aos direitos contratuais


da Siderúrgica 2.
• Garantir o controle dos saldos e prazos contratuais, a execução tempestiva dos processos
de renovação contratual e o compliance dos contratos às politicas e às normas da
Siderúrgica 2.

Na retomada dos trabalhos foram definidos as seguintes atribuições do Gestor Operacional e


Operador do Contrato de Refratários, onde também foi incluído as atribuições da área de
Tecnoloia e Controle de Refratários, como segue:
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 37

VI. GESTÃO DO CONTRATO DE REFRATÁRIOS NA SIDERÚRGICA 2

6.1. Gestão Operacional do Contrato de Refratários

Na dimensão Execução tem as seguintes atribuições:


a) Realizar medição dos serviços de aplicação, demolição e aquecimento refratário;
b) Cumprimento do SLA-Verificar e validar os itens que compõem o SLA (Service Level
Agreement);
c) Auditar variáveis de processo acordado com o fornecedor;
d) Custo contrato (Orçado-Aplicado-Tendência);
e) Quantidade de Pleitos e status de pendência;
f) Verificação e auditoria de mão obra extra;
g) Monitorar e gerenciar as comunicações ao provedor externo;
h) Interface entre Operação do contrato e a Gestão contrato no processo de emissão, gestão e
envio de comunicado ao provedor externo;
i) Qualificação operacional e certificação Operacional;
j) Capacitação: Matriz de treinamento e Consecução da Matriz;
k) Aplicação VCP's (Programada X Realizado);
l) Efetivo Real X Efetivo Contrato (Total e por área de atuação) e Turnover;
m) Emissão e solução de ROS;
n) Verificar o cumprimento das Regras de outro e demais procedimentos de segurança;
o) Execução do planejamento de Inspeções de segurança semanais e mensais;
p) Execução do planejamento de simulados de emergência;
q) Emissões ambientais;
r) Verificar o cumprimento ao atendimento dos procedimentos e regras ambientais padrões da
Siderúrgica 2;
s) Suportar a área de gestão de contratos.

6.2. Operação do Contrato de Refratários

a) Aplicar e Demolir Refratários


 Realizar revestimento e reparo refratário em equipamentos de transporte e
processamento de gusa e aço e equipamentos periféricos da Aciaria e Lingotamento
(Distribuição de gusa, refinos e lingotamento)
 Realizar demolição refratária em equipamentos de transporte e processamento de aço
e gusa e equipamentos periféricos, remoção de sede de válvula superior de panela e
limpeza de boca de convertedor

b) Fornecer Refratários Moldados e Concretos


 Disponibilizar material refratário Para reparo a quente, luvas de furo de corrida e dados
em condições de aplicação (montados) e isostáticos (Válvula longa válvula submersa);
c) Realizar Serviços de Manutenção Mecânica
 Realizar manutenção em mecanismos de distribuidor, panelas de aço e máquinas de
troca de furo de corrida e máquina de projeção (Shooter)
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 38

 Realizar manutenção mecânica em potes Escória, borda e bica de Panelas Gusa e


Aço, tampas de aquecedor, panelas e distribuidor e Vasos RH

d) Operar Equipamentos de Secagem e Aquecimento


 Aquecer carro torpedo
 Secar distribuidor

e) Gerir a operação do Serviço de Aplicação


 Acompanhar (monitorar) itens de controle e verificação do desempenho refratário;
 Acompanhamento de estoque, consumo e planejamento de aquisição de refratários e
sobressalentes mecânicos;
 Realizar inspeções de segurança/meio ambiente, SPCI, Corrosão e realizar auditorias
no processo
 Auditar VCP’s dos padrões críticos de processo
 Acompanhar (monitorar), o processo de aplicação refratária (dossiê de revestimento) e
o perfil residual refratário
 Suportar a análise de custo de refratário;
 Suportar o desenvolvimento de novos materiais, fornecedores, processo e
equipamentos;
 Criação e atualização de padrões Operacionais
 Realizar cadastro de novos materiais desenvolvimento;

f) Operar a Planta de Moldados

6.3. Tecnologia e Controle de Refratários

a) Desenvolvimento de Refratários
 Planejamento/desenvolvimento de novos materiais, fornecedores, processo e
equipamentos;
 Acompanhamento de testes;
 Análisee discussão técnica de resultados dos testes em desenvolvimento;
 Homologação de novos materiais, fornecedores, processos e equipamentos
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 39

b) Suporte Técnico à Operação e a Gestão Operacional do Contrato de Refratários


 Suporte técnico na análise de anomalias críticas (maior complexidade)
 Discussão tecnica de resultados de análise e solução de desvios propostos por
fornecedores
 Suporte na análise dos resultados de desempenho de materiais refratários e processo
de aplicação
 Elaborar em conjunto do a Operação do contrato de Refratários, relatórios de
desempenho dos materiais aplicados
 Suporte ao monitoramentoe análise do resultado da arvore de indicadores de
refratários (Itens de controle e verificação)
 Avaliação de variáveis de processo de desgaste refratário;

c) Suporte Técnico à Planta de Moldados


 Definição processos de produção e operação para planta de moldados (PT/PO)
 Definição de projeto refratário para aplanta;
 Definição dos procedimentos de análisee atividades de operação do laboratório
 Acompanhar e monitorar os resultados dos ensaios realizados no laboratório

6.4. Dimensões de Verificação na Gestão Operacional do Contrato de Serviços Refratários

N° Tipo ITENS DEVERIFICAÇÃO


Cumprimento do SLA-Verificar e validar os itens que compõem o SLA (Service
1
Entrega LevelAgreement)
2 Auditar variáveis de processo acordadas com o fornecedor;
3 Aplicação VCP's (Programada X Realizado)
4 Monitorar e gerenciar as comunicações ao provedor externo
Qualidade
Interface entre Operação do contrato e a Gestão contrato no processo de emissão,
5 gestão e envio de comunicado ao provedor externo
6 Verificação e auditoria de mão obra extra
7 Custo contrato (Orçado-Aplicado-Tendência)
Custo
8 Quantidade de Pleitos e status de pendência
9 Realizar medição dos serviços de aplicação, demolição e aquecimento refratário
10 Qualificação operacional
11 Certificação Operacional
12 Pessoas Capacitação: Matriz de treinamento e Consecução da Matriz
13 Turnover
14 Efetivo Real X Efetivo Contrato n(Total e por área de atuação)
15 Emissão e solução de ROS
Verificar o cumprimento das Regras de ouro e atendimento aos requisitos de
16
Segurança segurança padrões da CSP
17 Execução do planejamento de Inspeções de segurança semanais e mensais
18 Execução do planejamento de simulados de emergência
19 Meio Ambiente Emissões ambientais
20 Outros Suportar a área de Gestão de Contrato
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 40

VII. INTERFACES DO PROCESSO DE GESTÃO DE CONTRATOS

As interfaces do Processo Gestão de Contratos identificados foram às seguintes:

7.1. Responsabilidades

1. Suprimentos
 Identificar fornecedores para o processo de solicitação de cotação;
 Aderir aos parâmetros de Seguraça Ocupacional definidos neste procedimento durante
o processo de aquisição;
 Implementar nos contratos cláusulas especificas de Segurança Ocupacional, e
provisões, incluindo sanções e multas em caso de fornecedor não estar em
conformidade com os requisitos de Segurança Ocupacional definidos pela legislação e
sistema de gestão da Siderúrgica 2;
 Encaminhar todos os procedimentos de Segurança Ocupacional a serem cumpridos,
às empresas participantes do processo seletivo, juntamente com o convite para a
licitação efetivando assim a obrigatoriedade de seu cumprimento;
 Coordenar a reunião inicial com fornecedores contratados e demais envolvidos na fase
de mobilização;
 Manter disponíveis dados de performance dos fornecedores contratados.

2. Siderúrgica 2 (Contratante)
 Nomear empregados qualificados como Gestores/Administradores de Contrato, através
de formulário próprio (Nomeação de Gestor de Contrato, responsável por acompanhar
o desempenho das contratadas enquanto a serviço da Contratante.
 Prestar através da estruura do Centro Integrado de Emergência, os primeiros
atendimentos em caso de incidentes envolvendo pessoas.

3. Gestor do Contrato da Contratante


 Zelar pelo cumprimento do Padrão Gerencial de Gestão de Contratadas da
Contratante;
 No processo de pré-qualificação, solicitar o apoio da Gerencia de Segurança
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 41

Ocupacional e Meio Ambiente para identificar os riscos das operações contratadas,


quando necessário;
 Garantir junto às Contradas o envio mensal dos indicadores de segurança para a
Gerência de SOMA (Saude Ocupacional e Meio Ambiente) no primeiro dia útil de cada
mês, conforme diretriz da Contratante;
 Acompanhar e verificar mensalmente a avaliação de desempenho da Saúde
Ocupacional das empresas Contratadas;
 Gerenciar e responsabilizar-se pelo cumprimento dos itens contratuais e cumprimento
da legislação vigente;
 Acompanhar a tratativa das ocorrências mapeadas pela Segurança Ocupacional
reconhecendo ou penalizando as Contratadas;
 Exigir da Contratad o cumprimento proativo dos itens contratuais e legais;
 Rescindir o contrato nos casos previstos;
 Exigir dos fornecedores de serviços contratados toda a documentação legal aplicável a
Segurança Ocupacional, conforme diretriz da Contratante;
 Enviar para a gerencia de SOMA à documentação legal de Segurança Ocupacional
para validação;
 Solicitar correções das anomalias originadas da Avaliação de Peformance de
Contratadas;
 Avaliar otratamento dos desvios encontrados por ocasiões de auditorias e/ou planos de
ação gerados na investigação de incidentes;
 Acompanhar a desmobilização do canteiro de obras e eventuais tratamentos de
pendências, mantendo a gerencia de SOMA e Relações Trabalhistas informdas de
quaisquer anormalidades;
 Apresentar relatório de investigação de incidentes em reuniões mensais das
Contratads entre outras nos casos relacionados abaixo:
a) Incidente Típico: classificados segundo a Matriz de Rsco da Contratante como
Grave, Crítico e Catastrófico,
b) Incidentes de Trafego:classificados segundo a Matriz de Rsco da Contratante
como Grave, Crítico e Catastrófico,
c) Incidente Impessoal:classificados segundo a Matriz de Rsco da Contratante como
Grave, Crítico e Catastrófico.
 Acompanhar auditorias de inspeção de órgãos legais juntamente com um
representante da gerencia da SOMA nas dependências da Contratada a qual é
responsável;
 Nomear o Representante de Segurança da Contratada através de Carta de Nomeação
do Representante do SESMT da empresa Contratada, para a empresa que de acordo
com a NR 04 (Serviço Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho), não
necessitarem de constituir o SESMT.

4. Empresa contratada (Terceiro)


 Cumprir e fazer cumprir este procedimento na íntegra;
 Enviar a documentação legar de Segurança Ocupacional para o Gestor de Contrato
atendendo as solicitações da Contratante (Siderúrgica 2);
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 42

 Nomear representante de segurança da Contratada que será responsável pelo envio


dos indicadores de performance de segurança e transmissão de treinamentos internos
(integração e RAC’s);
 Manter a documentação legal de Segurança Ocupacional atualizada e disponível;
 Apresentar um Plano de Gestão de Segurança (PGS) ao Gestor do Contrato;
 Participar das Inspeções de Segurança Ocupacional, que ira compor a Avaliação de
Performance;
 Encaminhar mensalmente para o Gestor do Contrato as evidências do atendimento
aos requisitos de segurança ocupacional;
 Enviar a gerência da SOMA, mensalmente, no primeiro dia útil do mes subsequente os
indicadores de Segurança Ocupacional, conforme a Planilha de Indicadores de
Segurança Mensal;
 Implementar os requisitos de gestão de segurança;
 Entregar databook contendo todas as evidências de gestão de segurança ocupacional
no final do contrato;
 Atualizar os formulários de Segurança Ocupacional imediatamente, após a
comunicação da área de segurança, mantendo a descaracterização de logomarca e
controle de revisão;
 Comunicar ao Gestor de Contrato e a Segurança Ocupacional, imeditamente, qualquer
incidente ocorrido com seus colaboradores;
 Acionar o Centro Integrado de Emergências, quando necessário.

5. Segurança Corporativa
 Analisar documentação legal de Segurança Ocupacional do fornecedor na fase de
mobilização;
 Realizar treinamentos requeridos para os fornecedores na fase de mobilização;
 Credenciar fornecedores e providenciar liberação de acesso de pessoas e
equipamentos das empresas contratadas no site da Siderúrgica 2;
 Emitir crachá de RAC para determinação de autorização para atividades críticas,
conforme treinamento e aptidão médica.

6. Saúde e Qualidade de Vida


 Avaliar a documentação médica das contratadas (PCMSO e ASO’s), verificando a
compatibilidade destes com riscos envolvidos em um prazo máximo de 10 dias, após o
recebimento da documentação, enviando o resultado da avaliação para a Contratada,
Gestor do Contrato por e-mail, quando necessário.

7. Segurança Ocupacional e Meio Ambiente


 Prestar suporte técnico na elaboração das requisições técnicas para a contratação;
 Atuar como área de suporte técnico, definindo os documentos legais de Segurança
Ocupacional, que devem ser apresentados pelos preponentes no processo de
contratação;
 Gerir os documentos legais das Contratadas;
 Programar e realizar mensalmente a avaliação de performance, conforme Avaliação de
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 43

Performance de Contratadas;
 Registrar no sistema da Contratante as anomalias mapeadas nas inspeções de
segurança com potencial de acidentes de trabalho ou desempenho inferior a 90%, por
3 avaliações consecutivas, colocando como responsável o Gestor de Contratos;
 Solicitar na reunião de Kickoff detalhamento das atividades a serem realizadas e
classificar o nível de risco global da Contratada, conforme diretriz da contratante;
 Acompanhar a execução do Plano de Gestão de Segurança durante todo o período de
prestação de serviço da contratada no site da contratante por meio da consolidação
das auditorias programandas;
 Divulgar na Reunião Mensal das Contratadas os resultados das auditorias de campo;
 Apoiar o Gestor/Fiscal da contratada na avaliação dos requisitos a serem avaliados
nesse procedimento, quando solicitado;
 Realizar treinamento introdutório para representante de segurança da contratada;
 Sinalizar previamente qualquer mudança de documentos de Segurança Ocupacional
ao representante de segurança da contratada e Gestor do Contrato;
 Conduzir inspeções de Segurança “in loco” nas Contratadas;
 Gerar, monitorar e divulgar os resultados das inspeções de Segurança nas avaliações
de performance;
 Avaliar as informações e dados de Segurança Ocupacional do Fornecedor, quando
necessário, informar eventuais desvios ao Gestro do Contrato.

8. Relações Trabalhistas
 Verificar pendencias legais por ocasião da desmobilização do fornecedor.

9. Jurídico
 Apoiar as áreas envolvidas e garantir a correta formalização das cláusulas contratuais,
que permitam atender todas as premissas deste Procedimento. Dirimir dúvidas
relacionadas ao tema durante a execução dos servições, aplicação de penalidades,
etc.
10. Financeiro
 Ratificar a fórmula paramétrica de reajuste de preços;
 Ratificar os índices de realuste propostos;
 Ratificar a cláusuls de rescisão unilateral antecipada, sobretudo em relação ao valor da
penalidade;
 Validar a minuta prévia do endoso da Garantias e/ou Seguros;
 Validar instituição emissora da Garantia e/ou Seguros;
 Manter a guarda da Garantia (Carta Fiança ou Seguro Garantia) de adiantamento
contratual, se previsto em contrato.

VIII. LOGÍSTICA REVERSA - RECICLAGEM DE REFRATÁRIOS

Com o aumento produtivo e a geração de resíduos de produção cresce proporcionalmente,


levando a uma necessidade maior de descarte ou reutilização, as empresas siderúrgicas estão
tendo uma preocupação muito grande em inserir nos novos contratos de serviços refratários,
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 44

cláusulas referentes aos impactos ambientais internos e na comunidade causados pelos


resíduos refratários, principalmente pelo fato de serem primordiais no processo de produção do
aço, pois os materiais refratários estão presentes no processo de produção do aço de diferentes
formas como: massas, areias de vedação, tijolos, monolíticos dentre outros.

A geração de resíduos refratários está intimamente relacionada com a produção de aço que
cresce a cada dia, com exceção do ano de 2009 que tivemos uma crise na área siderúrgica, e
são necessários 10 kg de refratário para produzir uma tonelada de aço em média, mas
atualmente esse nível estáo sendo reduzido, devido a melhora da qualidade dos tijolos, uso de
revestimentos balanceados, bem como das escórias com alto teor de MgO e da técnica de
reparo a quente, com projeção de massa refratária. Estimase que 510.000 toneladas de rejeitos
refratários são geradas por ano nas indústrias siderúrgicas e com potencial para aumentar a
cada ano (DUARTE, 2010).

Sua função é de proteger os equipamentos do processo é proporcionar resistência química e


física ao processo, devido sua alta resistência à temperatura e baixa deformação. Todo
processo de produção de aço é dependente de materiais refratários o que gera preocupação
quanto ao local de disposição dos resíduos e a forma de reutilização. Com o meio ambiente
cada vez mais degradado pelos avanços desordenados, o governo brasileiro busca por meio de
uma legislação ambiental impulsionar a destinação adequada aos resíduos gerados.

No que se refere a resíduos sólidos, reutilizar e reciclar é uma forma estratégica de redução de
custos e influências ambientais, portanto a logística reversa é a principal ferramenta de retorno
dos bens de pós-consumo e pós-venda. A logística reversa preocupa-se com o projeto do
produto visando reaproveitar o produto ou resíduos de diferentes formas, agregando valor de
diversas naturezas (LEITE, 2009).

Os Canais de distribuição reversos dividem-se em dois tipos de canais:

 canal Reverso de Pós-Venda: têm como papel retornar mercadorias e produtos sem nenhum
uso ou parcialmente utilizados novamente a empresa por motivos diversos que ocorrem após
a venda, dentre eles estão: avarias de transporte, vencimento do prazo de validade, produtos
de venda consignada, produtos com problemas de qualidade ou com defeitos, estoques
descontinuados, etc.
 Canal Reverso de Pós-Consumo: consistem em retornar ao ciclo produtos já consumidos de
maneira total, ou seja, que já estão no fim de sua vida útil, produtos cuja descartabilidade deve
ser adequada. Após o uso podem ser reciclados e reutilizados e com componentes que podem
ser reaproveitados novamente no ciclo produtivo reduzindo impacto ambiental, que podem
ainda serem utilizados novamente se remanufaturados e comercializados como segunda linha.
Esse canal é composto de quatro canais reversos:
 Remanufatura;
 Reciclagem;
 desmanche e
 disposição final.
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 45

Sendo que os dois primeiros (Remanufatura e Reciclagem) são agregadores de valor ao ciclo do
produto. Portanto as empresa necessitam investir em infraestrutura com pontos de coletas
acessíveis e disponibilização de informações a seus consumidores. Essas informações devem
conter detalhes sobre os possíveis danos causados aos consumidores e ao meio ambiente num
possível descarte inadequado do produto, além de informações sobre a legislação ambiental e
incentiva para a participação ativa do processo de retorno.

Os canais reversos são a principal ferramenta de devolução de bens de pós- consumo, onde a
participação ativa dos consumidores é essencial nesse processo (BEZERRA, 2009). Segundo
Santos et. al. (2011, p. 02) “para as empresas que já estão adotando a logística reversa como
parte de sua estratégia de negócio, essa trás algumas vantagens, tais como, melhoria da sua
imagem perante a sociedade, que acarreta no aumento do valor econômico e ambiental.”

A logística reversa dos refratários de siderurgia demanda uma série de processos, tais como:

1. Desmonte; 6. Recepção;
2. Separação; 7. Seleção;
3. Embalagem; 8. Processamento;
4. Identificação; 9. Controle de Qualidade;
5. Transporte; 10. Destinação Final.

Sabe-se que os materiais refratários de pós-consumo podem retornar ao processo após


transformados em novos refratários através de moagem, briquetagem, separação magnética e
classificação. O material reprocessado não entra na mesma linha de produto no qual foi fabricado
e sim em uma linha de produtos inferiores, para evitar perda das propriedades químicas e físicas
do material inicial. A Empresa Refratária A por iniciativa própria e para assegurar a reciclagem
dos resíduos refratários dos sesu cliente de forma a agregar valor ao Contrato de Fornecimento e
a Aplicação de Refratários, preservando a tecnologia, a qualidade, a segurança dos produtos,
minimizando os impactos ambientais e aumento da sustentabilidade do negócio vem trabalhando
na área de reciclagem de refratários pós-consumo. As indústrias siderúrgicas se comprometem a
segregar o material de pós-consumo por sua especificação e utilização e a Empresa Refratária
A coleta esse material mediante acordo contratual de compra ou troca para tratamento,
reciclagem ou reuso (DUARTE, 2010). A Figura 12 indica os diversos tipos de matérias
refratários que são descartados.

FIGURA 12: Materiais refratários pós-consumo


ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 46

Os tijolos moídos além de serem utilizados como matéria-primária em novos produtos na Planta
de Moldados da Siderúrgica 2, tais como: impeller, lanças e snorkel, também podem ser
utilizados como condicionador de escória, ou seja, um produto do processo produtivo de aço não
atuante como refratário e sim como um produto que protege o refratário do ataque da escoria
durante o processo produtivo, condicionando a escoria com as propriedades que seriam
extraídas dos tijolos do forno ou forno panela (ZIMMER et al., 2004). O ciclo reverso de matérias
refratários pode ser exemplificado na Figura 13.

FIGURA 13: Ciclo reverso de refratários de pós-consumo

Devido a sua composição química que contém óxido de magnésio o material refratário reciclado
pode ter as seguintes utilizações:
 Na agricultura como regulador de pH do solo e
 Na produção de adubos químicos.

Os materiais refratários de pós-consumo que ainda contém agregados metálicos podem ter as
seguintes utilizações:
 Pavimentação intertravada e
 Construção civil.

Os produtos refratários do tipo válvula gaveta, que são encapsulados com parte metálica, são
mais difíceis de reciclar, pois envolvem um processo mais complexo, porém estão tendo as
seguintes utilizações(ZIMMER et al., 2004).
 Fabricação de peças para as usinas siderúrgicas (abóboda de fornos elétricos)

Estima-se uma produção de 43.000 Toneladas/mês de rejeitos refratários siderúrgicos. Portanto,


pode-se afirmar que a reutilização de produtos refratários de pós-consumo irá inibir a extração de
matéria-prima primaria, como a magnesita e redução no consumo de óleo combustível. A
Empresa Refratária Atem trabalhado em tecnologia e sustentabilidade nessa questão de redução
do impacto e reciclagem dos produtos, no ano de 2008 foram retiradas do mercado de siderurgia
26.000 toneladas de rejeitos refratários (60,5%) para serem reclicados e transformados em novos
produtos (DUARTE, 2010).
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 47

Entretanto, não existe estudos sobre o reaproveitamento dos rejeitos gerados no próprio
processo produtivo, especificamente das quebras que ocorrem durante e após o tratamento
térmico (QPTT), uma vez que a reciclagem desse tipo de rejeito é realizado internamente na
Empresa Refratária A. Sabe-se que a quebra crua é totalmente reciclada, pois não ocorre
alteração nas propriedades das matérias após prensagem. Mas, o rejeito pós-tratamento
térmico (QPTT)não é reutilizado no processo com a mesma proporção, devido a alteração das
propriedades dos materiais constituintes

IX. CICLO DE VIDA DO CONTRATO DE REFRATÁRIO DA ACIARIA – SIDERÚRGICA 2

Através do Ciclo de Vida do Contrato da Siderúrgica 2, foi definido os KPI’s mais relevantes e as
Etapas do processo de Refratários.

9.1. KPIs – Operação de Contratos de Refratários

• SLA (Service LevelAgreement) Contratual • Avaliação de Segurança Contratual


• Custo do Contrato • Avaliação de Meio AmbienteContratual
• Produtividade de Mão de Obra • Nº Acidentes CPT
• Nº de Pleitos Pendentes • Turnover Contratual de Mão de Obra
• Nº de Notificações Realizadas • Headcount Contratual

9.2. Etapas do Processo de Gestão Operacional do Contrato de Refratários

1. Etapa de Planejamento
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 48

2. Etapa de Contratação

3. Etapa de Mobilização
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 49

4. Etapa de Execução

5. Etapa de Encerramento
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9.3. – Etapas do Processo Operacional do Contrato de Refratários

1. Etapa de Execução
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 51
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 52

X. CONCLUSÃO

O presente Estudo de Caso buscou evidenciar as vantagens em que uma eficiente e adequada
Gestão de Contratos de refratários gera para a empresa, desde Redução de custos de contrato;
otimização de tempo; aumento da produtividade com a eliminação da burocracia; harmonia e
transparência para a contratante e contratada; aumento do engajamento entre as áreas
funcionais e de suporte e melhoria do processo, se mostrando então, cada vez mais importante.
Portanto, é importante reforçar a execução das atividades pelos atores da gestão sempre
respaldado no contrato e nos possíveis impactos que os resíduos de refratários gerados no
processo siderúrgico possa causar à empresa e a comunidade em seu entorno.

Sabemos que esses resíduos, quando segregados e reprocessados adequadamente podem ser
reutilizados na industria de refratários e/ou na própria siderúgica apresentando-se viável
tecnicamente e economicamente oferecendo duas grandes vantagens ao meio ambiente:
preserva as finitas reservasde minerais naturais e reduz a geração de resíduos refratários, alem
disso, ainda é capaz de minimizar os impactos ambientais inerentes a essa atividade industrial.

É evidente que ao longo do tempo, a Gestão de Contratos será além de um apoio uma
necessidade para as empresas, independente do seu porte e ramo, se tornando uma área que
ganhará força com profissionais de diferentes habilidades/conhecimento e formações, pois já é
presente a necessidade de desenvolver em todos os processos das empresas.

O Gerenciamento da Rotina desenvolvido, conforme a sua metodologia determina, ajuda a


conhecer todas as atividades/subprocessos dos processos, através do seu Mapeamento, que
nos proporcionará identificar as suas Atividades Críticas, que devem ter o seu próprio Padrão
Operacional, para garantir os resultados esperados com a sua execução.
ESTUDO DE CASO - GESTAO DE CONTRATOS - REFRATÁRIO 53

XI. REFERÊNCIAS

ABM Refratários e Insumos para Lingotamento Continuo. São Paulo, agosto/2005


ABM Refratários Para Equipamentos Siderúrgicos. Belo Horizonte, 1995
ABM Refratários Para Siderurgia - Modulo redução. Belo Horizonte, abril/2008
ALVES, Mirian. Artigo: Célula de Gestão de Contratos (CGC) – Papeis e Responsabilidade. Belo
Horizonte, 2020.
BEZERRA, A. S. Canal de distribuição reverso: fatores de influência sobre as quantidades de
baterias e aparelhos celulares reciclados na cidade de Campina Grande – PB. 102 p. Dissertação
(Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente). Programa de Pós-Graduação e Pesquisa,
Universidade Estadual da Paraíba, 2009.
CHEUNG, S.On the New Institutional Economics.In> Cheung, S. et alii. Contract Economics,
p.48-75, 1990.
Coletânea de Normas de Refratários. Associação Brasileira de Normas Técnicas - Rio de
Janeiro: ABNT. 1987.
CRUZ, C. R. V. “Refratários para Siderurgia” - Publicação da ABM, 1980.
DUARTE, Alamar Kasan. Refratários para siderurgia: Aciaria elétrica. Contagem –
MG:Magnesita, 2010. P. 1-16.
Introdução à Siderurgia ABM – 2007 (Guilherme F. B. Lenz e Silva – Capitulo 9
KLEIN, B.; CRAWFORD, R. G.; ALCHIAN, A. Vertical integration, appropriable rents and the
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LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa: Meio ambiente e competitividade. São Paulo: Pearson
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LOPES, A. B. A Teoria dos Contratos, Governança Corporativa e Contabilidade, São Paulo, 2017
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ZYLBERSZTAJN, D. “Economia e Gestão dos Negócios Agroalimentares.” Editora Pioneira. São
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