Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Toaz - Info Fundamentos de Sistemas Eletricos de Potencia Zanetta PR
Toaz - Info Fundamentos de Sistemas Eletricos de Potencia Zanetta PR
Elétricos de Potência
ª
Coordenadtr do LOSP
DEE I CTG I UFPE
Fundamentos de Sistemas
Elétricos de Potência
Bibliografia.
l. Centrais elétricas
2. Correntes elétricas
3. Energia elétrica - Distribuição
4. Energia elétrica - Sistemas
5. Energia elétrica -Transmissão
• ·. , :1fonso de carvalho Jm
6. Linhas elétricas 1. Titulo.
iWÍ''
05-1252 e ,;ç,~ . .Jenador do
OEE I CTG I UFPE
LDSP
CDD-621 .3191
ISBN: 85-88325-41-1
CAPÍTULO 3 Relações entre Tensões e Correntes em uma Linha de Transmissão .... 123
3.1 Introdução .................................................................................................. 123
3.2 Propagação de Ondas Eletromagnéticas
em uma Linha de Transmissão .................................................................. 123
3.3 Impedância Característica de uma Linha de Transmissão ......................... 127
3.4 Regime Permanente em Linhas de Transmissão ....................................... 127
3.4.1 Modelo de Linhas de Transmissão com Comprimento Finito ........... 130
3.4.2 Quadripolo Equivalente ..................................................................... 133
3.4.3 Modelo rr Equivalente de uma Linha Genérica (Linha Longa) ......... 134
3.4.4 ModelorrNominal ............................................................................. 140
3.4.5 Modelo para Linhas Curtas ................................................................ 141
3.4.6 Modelo T Nominal ............................................................................. 142
3.5 Algumas Propriedades de Quadripolos ...................................................... 143
3.5.1 Associação em Cascata de Quadripolos ............................................. 143
3.5.2 Associação de Qu?..dripolos em Paralelo ............................................ 144
3.5.3 Representação de Elementos
Concentrados Através de Quadripolos ............................................... 145
3.6 Transmissão de Potência ............................................................................ 146
3. 7 Compensação Reativa de Linhas de Transmissão ..................................... 150
3. 7 .1 Linha de Transmissão em Vazio ....................................................... .150
3. 7 .2 Linha de Transmissão em Carga ........................................................ 154
3 .8 Referências Bibliográficas ......................................................................... 164
PREFÁCIO
1.1 Introdução
O projeto de uma linha de transmissão envolve cálculos elétricos e mecâni-
cos, pois o bom dimensionamento elétrico está intimamente ligado a fatores mecâ-
nicos, como por exemplo o dimensionamento das estruturas capazes de suportar o
peso dos cabos, rajadas de ventos e outras ocorrências como rompimento de cabos,
etc. Como o cabo sofre deformações, a sua altura em relação ao solo, entre duas
estruturas, é inferior à sua altura nas torres. Além disso, como os vãos entre torres
podem ser irregulares, por exemplo em trechos montanhosos, nas travessias de rios
ou de vales, existe a necessidade de uma otimização do número de torres e de suas
alturas visando reduzir custos, assim como a definir adequadamente o tracionamen-
to admissível desses cabos nas estruturas.
A elevação da tensão necessita de maior altura dos condutores em relação ao
solo, assim como de um maior distanciamento entre fases, o que implica maiores
estruturas de sustentação, freqüentemente metálicas, conhecidas como torres de
linhas de transmissão. Os cabos condutores são presos às estruturas por meio de
cadeias de isoladores, e são constituídos por fios encordoados que apresentam ca-
racterísticas elétricas e mecânicas. Do ponto de vista mecânico destacam-se como
variáveis o peso e a resistência à tração, assim como sua flexibilidade, fundamental
para a fabricação, transporte e montagem no campo. Do ponto de vista elétrico, são
importantes variáveis a condutividade e a seção condutora.
Nosso objetivo básico volta-se para os aspectos elétricos fundamentais do
cálculo dos parâmetros de uma linha de transmissão, correspondentes às caracterís-
ticas elétricas, dimensões e espaçamento dos condutores. Com o cálculo dos cam-
pos magnéticos e elétricos definiremos os parâmetros indutivos e capacitivos das
linhas de transmissão. Na avaliação elementar de parâmetros, desenvolvida a seguir,
desconsideramos o efeito do solo, mas dele nos ocuparemos em capítulo posterior
dedicado ao·tema.
6 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
S = área da seção
condutora
Seção
condutora em
forma de coroa
Suporte
mecânico de aço
Figura 1.2: Formação 24/7 de um cabo CAA que apresenta 24 fios de alumínio e 7 de aço.
f : comprimento da linha,
e,.ea/ ;;:e 1,02e.
8 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
pe
R=- ( 1. 1)
s '
S mm 2 =ScM5,067x10-4,
_............
Capítulo 1. Introdução aos Parâmetros de Linhas 9
ou aproximadamente em MCM:
S mm 2 = 0,5SMCM ·
Temperatura
Resistência
R2_ITl+ 12
R1 ITl+t,,
com:
1O Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
1 pé --7 0,3048 m,
' 0,3048 .
1000 pes--7 m1,
1,609
228+50 .
Rdc SOº C = Rdc 20º C =O, 1586 O/m1 .
228+ 20
1.3.1 Generalidades
-
i
v(t) ( • q) ( t)
Nos meios com permeabilidade magnética constante, como por exemplo o ar,
encontramos uma relação linear entre o fluxo e a corrente i, rjJ =Li .
Nas lin_has de transmissão aéreas, assumimos a indutância l com um valor
12 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
v(t) = L di(t) .
dt
V(s) = sLI(s).
V= }XI. (1.2)
X= ml.
CD
Sendo:
- Capítulo/. Introdução aos Parâmetros de Linhas 13
rp12
o fluxo concatenado com o circuito 1 devido à corrente no circuito 2. Observa-
mos que nesse exemplo o fluxo concatenado com o circuito 1 corresponde às linhas
de fluxo 2, 3 e 4 da figura 1.8.
fJJ2 = M12I2 ·
M 12 a indutância mútua entre os circuitos 1 e 2.
Vj = jmM12f2.
X 12 = mM12 a reatância mútua entre os circuitos 1 e 2.
No cálculo de circuitos magnéticos, o fluxo </J(t) concatenado com uma espi-
ra está confinado no material ferromagnético, conforme a figura 1.9.
fluxo concatenado
em todas as espiras.
A tensão nos terminais da bobina é obtida por:
v ( t) = N d~~ t) ,
ou:
n
v(t) =Lei= Ne(t),
i=I
-
i(t)
e, -
v(t) (
e2
e3
e4 - l
e (t)
- 1
1
1
1
1
1
1 X X
B
X X X X X X
1
1
1
1
X X X X X X X X
ID
-1
1 B
C» D
Figura 1.11: Fluxo concatenado com a espira com dois condutores paralelos.
condutor 1
_j. - 1
X
J
X
B
) ) ) )
X X X ~
,,,,. ... ---- ......... ,
' \
\
'
,.
\ \
\ \
e(t) condutor 1 ® 1
1
1
1
I
1
B
""
- 1
condutor 2
J =!_. ( 1.3)
s
Para isso, fazemos uma extensão do conceito de fluxo concatenado, definindo
o fluxo parcial concatenado em um condutor, ao calcularmos o fluxo interno, cor-
respondente a uma seção condutora com raio r < R .
16 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
.............. . . . ,
'
Figura 1.13: Fluxo interno e externo.
Hr
( 1.4)
2
H,.~dl = r 2 I,
R
ou:
r
H,. = 2
I.
21fR
18 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
obtemos:
µ 1 -7
L. = - =-xlO H/m. ( 1.5)
I 8Jr 2
Ai.=
'f'r
L.f
I '
resultando em:
/
/
/
____ -1--
//
/
-- -;_,-- - -- .........
/ / ',
.
I / / 1 1
1 1 / 1 1
1 1 1 1 1
: : : : :
\
ds\ ,
\ \_, -·-·:----r;
--_-:-_::(
- -::----a.'_11
1
----!::-~-:;?\jcz:--- ,/ /
~ lr:: ::.}:---Hf\ ', . . ,~---~--/
; ' ---
H r ',,
r '
( 1.6)
µr
dr/Jr = !dr Wb/m.
21!R 2
dÀ = !__r__ d Ai
J 'f'r '
resultando em:
20 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
µr3.
dÂ= !dr.
27rR 4
ou:
Li=µ.
8Jr
fo =0
Ro =pi
So
1----'-
-- --í //
1 / /
1 / I
1 1 1
1 1 1
1 1 1 •
1 1 1
1 1 1
1 1 \
1 \ \
1 \ \ I
\ \ ',, I
I
\ '' /
/
\
' ', ,/
''
' ',,
-----
(1.8)
r
J
Ir= 2JrrJ,.dr . (1.9)
o
Das fórmulas (1.8) e (1.9) concluímos que:
r
J
2JrrH,. = 2Jrr1,.dr.
o
Diferenciando em relação à r, é imediato obter a seguinte expressão:
(1.11)
Capítulo 1. Introdução aos Parâmetros de Linhas 23
pdlr
- dr=-1wµ
. H r dr.
dr
O que implica a relação entre Jr e Hr,
H = -jp dlr
r
wµ ur
:::i '
com a qual podemos eliminar H r da expressão ( 1.1 O), resultando em uma equação
diferencial de segunda ordem, da densidade de corrente em relação à distância radial
r ao centro do condutor:
J,.
r R
</J f
= BdS = fBds
S S2
elemento tubular
2trrHr = l,
ou:
l
Hr = - - .
2trr
Br = µ! .
2trr
I
2rrR
r<R R r> R r
ri I
H,. =--2 H,.=--
2rrR 2rrr
µ!
d</J,. =-dr,
27rr
(1.13)
(1.14)
Capítulo 1. Introdução aos Parâmetros de Linhas 27
Esse fluxo, dividido pela corrente do condutor, fornece uma indutância parcial, que
chamaremos de Li 2 ,
ou ainda:
D2 1 /2
Wmag = J- µ 2
2Jrr dr .
D1 2 ( 2Jrr)
Temos:
p
D
Figura 1.22: Fluxo concatenado com um condutor desde o seu centro até um ponto externo P.
</J· = µ!
I 8Jl' •
µ! D
<Pe =-ln-.
2Jr r
</J = µ! (_!_ + ln D
r
J.
2Jr 4
1 1 1/4
-=-lne = lne
4 4 '
ou ainda:
µJ D
</J =-ln -1/4 .
2TC re
ri
a~
B
@br.
B
- l
® @ 2 +
E carga
/
0
= I lb = 1
S=Dxl - I
C=l
,
la B r1
a __.. a
X X X X X X
s z D
X X X X X X
b -lb B
b
r1
,
Ia+I6 =0
Observamos que r/Ja tem sentido horário e f/Jb sentido anti-horário, de modo
que podemos somá-los na superficie apoiada entre as duas espiras, assim como as
indutâncias, obtendo a indutância total do circuito:
F Capítulo 1. Introdução aos Parâmetros de Linhas 31
1:
I··•
Lembremos que essa expressão é válida para corrente contínua e condutor ci-
líndrico com seção circular de raio r, exercendo r' o papel de um raio equivalente.
Elaborando a expressão um pouco mais, obtemos:
L =4x10-7 ln D . ( 1.18)
L = 4x 10-: In ~ H/m.
7
r
D
,n(I) = 2x10-7 J ln__!_e_
'ri p 1 ' •
r1
2 p
Supomos ainda que o fluxo entre os pontos 1 e P, devido ao condutor 2, não altera
as linhas de fluxo já existentes do condutor 1. Estendendo esse resultado aos demais
condutores, fazemos a superposição dos fluxos, escrevendo genericamente:
- (1) (2)
</J1p -</J1p +</J1p
(n) -
+ ... + </Jip -2x10
-7 ( D1p D2p Dnp
/ 1 ln-, + 12 ln--+ ... +f11 l n - ,
J
r1 D1 2 Din
r/Jip = 2x 10-7
11 ln-;+1
r, 1 ... + ! 11 ln--+
1 2 ln--+
D12
1
D111
/ 1 ln D 1P + 12 ln D 217 +
,
J
[ ... + / _ lnDc _ )p - ( 11 +12 + ... + ! 11 _1) ln D1117
11 1 11 1
ou ainda:
rfJ..
17
=2x10-7
1 I 2 ln - 1 + ... + 111 ln - 1 .
rjJ1 = 2x1 O-7 ( / 1ln---;+ J ( 1.19)
'i D12 D111
resultando em:
(1.20)
Veremos a seguir como tratar o caso de uma linha bifásica, na qual cada fase
é composta por um conjunto de subcondutores, o que introduz algumas vantagens
na transmissão de energia elétrica. Uma primeira vantagem é aumentar a capacidade
de corrente de cada fase da linha de transmissão, pois cada condutor tem um limite
máximo de corrente admissível. Uma segunda vantagem, igualmente importante, é
diminuir a indutância equivalente de cada fase, conforme veremos · a seguir. Esse
conjunto de subcondutores é chamado de feixe, também conhecido como bundle, na
sua denominação original em inglês.
Capítulo 1. Introdução aos Parâmetros de Linhas 35
fase a fase b
+! -/
!ln
-
I a
!ln
carga
!/m
3ª etapa: Cálculo da indutância média dos subcondutores de uma mesma fase, es-
tendendo o resultado aos demais subcondutores.
L = l1 + l 2 + ... + Ln
n
36 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
L
la=-.
n
l ln-+
f/;10 =2xl0-7 -I ( ln-;+ I ... + l nI - . J
n r1 D12 Din
1
f/;16 =-2x10 -7 -I ( ln-+ 1
ln--+ 1 ,
... + ln-- J
m D,,, D12' D1m'
( I .21)
L
La=-,
n
La = 2 x 10-1 _!_ln m( Di i' Di 2' · · · Dim') ( D21' D22' · · · D1,,,') · · · ( Dnl' Dn2' ... Dnm') ,
n ~(r(D 12 ... Din)(D21r; ... D2n)(Dn1 ... r;)
que pode ser recalculada da seguinte forma:
DMG = n~(Di l'Dit ... Dim' )(D2rD22' .. . D2m' ) ... ( Dn1'Dn2' ... Dnm'). ( 1.23)
( 1.24)
Lb = 2x 10-7 ln DMG,
req=b
?
DMG-
-7
L =La + Lh = 2X1 O ln - - -
a b
a b
DMG
Como exemplo, a linha com a fase constituída por um cabo encordoado apre-
sentaria a indutância:
r'
1 rmg
/,,,.í--2. . ,,
I
/Q Q\1
: 3 n i
\Q Q/
' '~ .... ___ ..... , ,
,. ,.
----- ' '
I
I
', \ e= 2R
I
I \
• R ~
1
Q1 I
\ I
\ I
\ I
',, ,."
I
( 1.26)
R = Rac
eq 2 '
/
/ ""
I
,' e
1
1
1
1
req;: = Ds = ~(rmg · e· e ) =
3
~rmg · e 2 . ( 1.27)
Req = Rac
3
"
------
" e
""
I
I '' \
I 1
I 1
1 1
1 1
1 1
1
1
e e 1
1 1
1 1
1 I
1 I
\ I
\ I
/
'' '
e ""
"
------
Figura 1.35: Disposição espacial de quatro subcondutores, em feixe.
Capítulo 1. Introdução aos Parâmetros de Linhas 43
( 1.28)
R = Rac
eq 4
~ Rn-1 rmg.
reqz =n
Dm =DMG.
1
Xª= 2,022x 10-3 f ln-- .
rmg
Xd =2,022xl0-3 flnDMG.
EXEMPLO 1
Calcular a reatância da fase a de uma linha bifásica com cabo Grosbeak, com
a geometria indicada abaixo:
a b
25 pés
Dm =DMG=25 pés.
Xª =0,412 Q/mi,
Capítulo 1. Introdução aos Parâmetros de Linhas 45
xd = 0,391 !1/mi,
X;= 0,803 !1/mi.
a
'ª reqz
D D
/e lb
'eqz D reqz
e b
Essa restrição corresponde a assumir que não temos corrente de seqüência ze-
ro na linha, ou seja, que os resultados serão razoáveis apenas para a seqüência posi-
tiva. Supondo as três fases idênticas, calculamos o fluxo concatenado com a fase a
aplicando a equação (1.19), trocando r' por reqz, obtemos:
Sabendo que:
46 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
resultando em:
7 1 1
r/Ja =2xl0- 10 [ln---ln-
reqz D
J.
ou:
o
/
Vc:,fc: Ü
DMG=efiJ3 =D.
Verificamos também que a indutância (ou reatância) de uma fase relaciona ten-
sões e correntes que compõem um sistema trifásico simétrico e equilibrado e, portan-
to, as tensões e correntes de uma fase estão referidas a uma tensão de neutro nula.
EXEMPLO 2
Dada uma linha com espaçamento equilátero, com D = 25 pés e um cabo
Grosbeak por fase, calculamos a reatância de uma fase aplicando (1.29):
Consultando uma tabela sabemos que: rmg =O, 0335 pés:
Capítulo /. Introdução aos Parâmetros de Linhas 47
25
X= wL = wx2x 10-4 ln = 0,499 .Q/km,
0,0335
trechos
I II III
1 a e b
b a e
b
e b a
e 3
ef 3 €1 3 e13
Corte transversal dos
condutores no trecho I e
Posicão aérea dos
condutores
Figura 1.39: Linha trifásica com espaçamento assimétrico.
e 3
Figura 1.40: Trecho 1.
c 1
b 3
Figura 1.41 : Trecho II.
Capítulo /. Introdução aos Parâmetros de Linhas 49
7 1
= 2xl0- ( 1ª ln--+ Ib
reqz
ln~+ !e ln-1
.LJ13
-J
[)23
1
b
a 3
3([) [) [)
La=2xl0-7 ln\J 12 23 13 H/m,
reqz
1.4.1 Generalidades
+ + + + + + + + + + + +
v(t)
1 I ..
\ I
\ I
' /
v(t) ,-
I / ' \
I \
1
+ + + + + + + + + + + +
Figura 1.44: Semiciclo positivo e semiciclo negativo.
Capítulo 1. Introdução aos Parâmetros de Linhas 51
/ j E,D
R: raio do condutor.
r: raio da superficie cilíndrica, r > R.
A carga do condutor é obtida por meio do cálculo do fluxo do vetor desloca-
mento D, em uma superficie cilíndrica externa ao condutor, com raio r e compri-
mento unitário, o que corresponde à aplicação da Lei de Gauss:
EE fds=Q. (1.33)
A área de uma superficie cilíndrica com raio r e comprimento unitário é dada por:
E=JL. (1.35)
21!Er
Observamos que, como não temos cargas internas no condutor, o cálculo do
campo elétrico só tem interesse a uma distância r do centro, tal que r ;:::: R . Desse
modo, considerando a distribuição de cargas na superficie do condutor, diferentemen-
te do cálculo de indutâncias, não há necessidade de considerarmos efeitos internos
como as correções do raio efetivo. Sendo assim, o raio do condutor, a ser utilizado nos
cálculos, será sempre o seu raio externo. Em contrapartida, para o cálculo do campo
externo, em vez de considerarmos a carga distribuída na superficie do condutor, resul-
ta em boa aproximação considerá-la concentrada no centro desse condutor.
( 1.36)
• Linha bifásica
De posse da expressão fundamental da diferença de potencial entre dois pon-
tos no espaço, externos ao condutor, podemos dar início ao cálculo de capacitâncias
de linhas de transmissão, começando pela linha bifásica.
''
Equipotencial que ''
''
intercepta o condutor 2 \
--------..',, \
1
2 \1
1
,..J r2
((ÔQ2
-)
/1
,' 1
D ,' 1
A hipótese básica de cálculo utilizada é que a soma das cargas dos conduto-
res é nula.
54 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
Q1 =Q, Q2 =-Q.
Ou seja, admitiremos, por hipótese, que a soma das cargas é nula, mesmo no caso
de n condutores no espaço:
( 1.3 7)
v.(2) = -Q ln r2 .
12
2TCE D
Superpondo o efeito dos dois condutores na diferença de potencial, encontramos:
- Capitulo 1. Introdução aos Parâmetros de Linhas 55
ou:
Q D2
Ví2 =--ln-, (1.38)
2JCE r1r2
Q D
Ví2 =-ln e::-.
!CE \jr1r 2
Q D
Ví2 =-ln- . ( 1.39)
!CE r
+Q
2 -Q
2JrE
C1n = C111 = C211 = 2C12 =n · ( 1.41)
ln-
r
Ao alimentarmos uma linha bifásica com dois condutores, mesmo sem carga,
encontramos uma corrente capacitiva, dada por:
l = }mC12 Ví2 ·
Ví2
l
Yc = mC12 S/m ou - -
nm
Aumentando o comprimento da linha R, aumentamos a capacitância total e
conseqüentemente a admitância Yc, que são proporcionais ao comprimento da linha
e desse modo aumentamos também a corrente. Esta também aumenta se elevarmos
a tensão de alimentação.
Yc101a1 = JmC12 R .
Capítulo 1. Introdução aos Parâmetros de Linhas 57
Eo =8,85xl0- 12 Fim .
9 6
X =2,862xl0 lnD.Qm X-l,779xl0 l D.Q.
e f r ou e - f n-;- m1.
EXEMPL03
Vejamos o caso do cabo Grosbeak, com diâmetro externo D ext = 0,99" (lem-
bramos novamente que para o cálculo de capacitâncias usamos o raio externo, e não
o rmg do condutor). Consideramos nesse caso um afastamento D = 20 pés.
Da tabela, para o cabo Grosbeak, obtemos a reatância para espaçamento
de 1 pé:
X~ = O, 0946 Mümi .
58 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
X~ = l,
779
ln 20 = O, 0888 MDmi .
60
99
r = dext = 0, =O 04125 pés.
2 2x12 '
X.= l,
l
779
60
6
xl0 ln
2
0,04125
º = 183350 Dmi
'
183350
xctota/ = = 1833,5 n.
100
C _ 2JrE _2Jr8,85x10- l2
fn - D - 20 Fim,
ln - ln - - -
r 0,04125
C fn = 8, 992 nF/km .
1 D
Prn = - = l 7,98ln - km/µF.
. cfn r
Yc = 2Jr60x8,992xl0-9 S/ km,
Yc =3,39x10-6 S/km.
Capítulo 1. Introdução aos Parâmetros de Linhas 59
1
xctotal = y '
ctotal
J = 200.000 = 54 5 A.
2x1833 '
D D
D
e b
Adotaremos a restrição de que a soma das cargas nas três fases é nula, ou se-
Ja, nesse desenvolvimento admitiremos apenas seqüência positiva para cargas e
tensões.
Admitiremos ainda que os condutores são iguais, com o mesmo raio externo.
Nesse caso, calculando as diferenças de potenciais entre fases, V06 e Vhc, super-
pondo a contribuição de todos os condutores, obtemos para vab , posicionando o
pontol na superfície do condutor da fase a e o ponto 2 na fase b:
vac = - 1 (
2~
ºª ln -D + Qb ln -D +
r D ºe DrJ
ln - .
então:
resultando na expressão:
Qª 1n-.
vab + vac =--3 D
27rê r
------~~----_~:7
/
/
/
1 //
IVab J = JJJvan J,
'13
1 vab + vac 1 =-
2
21vab1,
3van = 3Qª 1n D .
27rê r
trechos
I II III
a e b
b a e
e b a
e3
f/3 f!./ 3 C/3
Corte transversal dos
condutores no trecho I e
Posicão aérea dos
condutores
a 1
e 3
Figura 1.53: Trecho 1.
vi:!) = _I_(
2Tré
ºª ln D23r + Qb ln D _r_ + Qc
23
ln D, 3
D12
J.
e 1
b 3
Figura 1.54: Trecho II.
a 3
Figura 1.55: Trecho III.
64 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
(111)
Vab = _I_(Q{) 1n D13 + Qb 1n _r_ + Qe 1n D12) .
27rE r D13 D23
é a distância média geométrica mútua entre fases. Desse modo, podemos escrever
uma expressão mais simples:
vac =- 1 (
- ºª ln
DMG
+ºe r J
ln DMG .
2trE r
Sabendo que:
Qb +Qc =-Qa'
e portanto:
Capítulo 1. Introdução aos Parâmetros de Linhas 65
Van =-1-(Qa
2TrE
ln DMG J.
r
2TrE
Can = DMG (Fim) (1.43)
ln--
r
a b
D» e
1 1
1 1
Q/2 : Q/2 -Q/2 : -Q/2
Q e
Q Q e
Q 2
Admitimos que a distância entre fases é bem maior do que o espaçamento en-
tre subcondutores D» e , assim como e» r .
D: distância entre eixos das fases a e b.
e: espaçamento entre os subcondutores de cada fase.
Calculemos a diferença de potencial entre os pontos 1 e 2 da figura, usando a
equação (1.36):
Vab = - - ( Q ln D + Q ln D - Q ln !.__ Q ln ~J
1
2TrE 2 e 2 r 2 D 2 D
,
vab =l- (Qln-+Qln-
DJ =-ln -D .
2
D Q
2JrE e r 2TrE re
Q D
vab =-ln , .
trê -v re
a b
D
Chamando o raio equivalente para dois sub-condutores em uma mesma fase de:
EXEMPLO 4
Dada uma linha trifásica com espaçamento equilátero de 107 m e raio equiva-
lente do feixe de condutores de 4,457 cm, alimentando o seu início com tensão no-
minal, obter a corrente e a potência fornecidas pelo gerador, considerando os se-
guintes dados:
Tensão nominal de linha: 500 kV.
Comprimento: 250 km.
• Cálculo da capacitância aplicando a expressão ( 1.42):
2trê 12
C011 = lO Fim ê=.ê0 =8,85xl0- F/m,
ln-- -
0,04457
Sb =100 MVA,
Vb =500 kV,
V. 2
zb =-b-=2.500 n,
sb
-4
Ybase = 4 X 1O S,
100
jil=liva::iolhase =2,4203x J3x 00 =0,2795 kA,
5
III= 279,5 A,
Q=242 MVA.
I = YV,
I = ~ x9,681x10-4 =0,2795 kA
Nesse exemplo, verificamos que a passagem para valores por unidade, quan-
do não temos transformadores, não é necessária ao cálculo.
68 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
EXEMPLOS
Calcular as reatâncias indutivas e capacitivas, por fase, da linha de transmis-
são, dadas as distâncias em metros, utilizando o cabo Drake.
~ 18
Calculamos:
rmg = 0,01137 m.
12 164
L =2x10-7 ln ' L =1395xl0-6 H/m.
ª 001137' ª '
'
Obtemos a reatância indutiva da linha:
Xi = 2:r fLa =O, 526 .O/km =O, 526x1, 609 .O/mi =O, 846 .O/mi,
ou:
1, 108
r =--x0,0254 = 0,01407 m,
2
2~ 1?
Can = Fim E=.E0 =8,85x10- - Fim,
ln 12, 164
0,01407
C0 n = 8,22 nFlkm.
EXERCÍCIO PROPOSTO
Considerando os mesmos dados do exemplo 5, calcule os parâmetros induti-
vos e capacitivos da linha de transmissão:
a) Admita feixe com dois e quatro subcondutores por fase e espaçamento de 45 e
80 cm.
b) Altere as distâncias entre fases em mais 50% e menos 50%.
c) Compare os valores obtidos de indutâncias e capacitâncias da linha de transmis-
são.
d) Como podemos reduzir a indutância de uma linha? O que ocorre com a capaci-
tância?
70 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
Drake 795.000 26/7 1, 108 0,0215 0,1172 0, 1284 0,0373 0,399 0,0912
Rail 954.000 45/7 1,165 0,0181 0,0997 0,1092 0,0386 0,395 0,0897
Bluejay 1.1 13.000 45/7 1.259 0,0155 0,0861 0,0941 0,0415 0,386 0,0874
Bobo link 1.431.000 45/7 1.427 0,0121 0,0684 0,0746 0,0470 0,371 0,0837
Bluebird 2.156.000 84119 1,762 0,0080 0,0476 0,0515 0,0586 0,344 0,0776
Dados de condutores extraídos de Aluminium Electrical Cvnductor Handbook, New York, September 1971.
2.1 Introdução
Estenderemos as análises efetuadas no capítulo 1, calculando os parâmetros
elétricos de uma linha de transmissão com a presença do solo, o que nos levará a
uma abordagem matricial das impedâncias e capacitâncias distribuídas da linha.
Nosso propósito é incluir a presença do solo ainda que de maneira elementar, de tal
modo que avaliações simplificadas do seu efeito possam ser realizadas. Considera-
mos inicialmente o solo como um condutor perfeito, com resistividade nula, o que
irá permitir a aplicação do método das imagens, viabilizando, desse modo, a exten-
são dos conceitos anteriormente desenvolvidos.
Poderemos, então, avaliar os efeitos de outros cabos aéreos nas proximidades
das linhas de transmissão, e assim dos efeitos dos cabos-guarda, também conheci-
dos por cabos pára-raios. Cabe mencionar que a consideração mais ampla do solo,
com resistividade não nula, só é possível através de formulações matemáticas mais
complexas, como por exemplo o desenvolvimento das expressões em séries na for-
mulação de Carson, que estão fora do escopo deste texto, e por isso aqui brevemen-
te mencionadas.
Apresentaremos a seguir os conceitos elementares do cálculo de parâmetros
de linhas de transmissão, com a presença simplificada do solo, o que permitirá ao
aluno o aprendizado dos elementos básicos, úteis como ponto de partida em estu-
dos mais aprofundados, que porventura sejam necessários em atividades mais
especializadas.
_11
Vii ~------------...
- li
- lk
_ 111
Inicio Fim
f
- - - - - - - - - - - - - - - - - _=--:_: :-: _=-=-- - - - l k - - - - - - -
considerando que:
h1 : altura do cabo na torre,
hmin: altura do cabo no meio do vão, supondo o terreno plano,
/:flecha no meio do vão,
f =h1 -hmin ·
'1 o
1
eqz;
f;
!,, o
D;;= 2h;
p =O
-f .
J
-ln Q
L.J- f I.
" =-! '
de tal modo que para todo o conjunto de condutores, a soma total das correntes é
nula, permitindo então a aplicação da expressão do fluxo concatenado com um con-
dutor genérico i por um grupo de condutores. CaJculemos o fluxo concatenado com
o condutor i, por unidade de comprimento do cabo, considerando o grupo de condu-
tores e incluindo as imagens:
1 1 1
d --
11 ln-+···+/./ ln--+···+//1 l n
d il req::.; i11
r/J; = 2X10-7
1 1 1
11 l n - - .. ·-/.In--···-1
, h /1
ln-
D;1 2 ; D;11
""
-r; = 2 x 10- 1 (1 1 1n -Dn 2h;
+···+1; 1n--+···+111 1n -
D;11
- . J (2. 1)
d;1 req::.; di11
Capítulo 2. Cálculo Matricial de Parâmetros de Linhas 75
. . d f/J; ( t)
LlV1 (t) = R··t
li
(t) + dt
.
Incluindo a queda de tensão por efeito resistivo, escrevemos para o i-ésimo condu-
tor, com s = jOJ em regime permanente senoidal, a expressão da queda de tensão ao
longo da linha de transmissão, para uma dada unidade de comprimento:
li 1 + ;·mn..
LlV1 = R-.J. 'f't •
Lembrando que dIj.. =dJI.. e D··Ij =D)1·· ' ao multiplicar a expressão (2.1) por
jOJ e somar o resultado com a queda resistiva, obtemos:
-7 2h;
X;;= 2mx10 ln-- O/m, (2.3)
req:::;
e as reatâncias mútuas:
D ··
X iJ = 20JX 1o-7 ln___!!_ 0/m, para i 7:- j . (2.4)
d Ij..
L\Vn 2 nl 2 ni 2 nn ln
ou,
[LtV]=[Z][I],
Z11 ZJi 2 In
Z= zil z li.. 2 in
'
z 1).. = zji.
ZnJ 2 ni 2 nn
Como:
d 1).. =dJI'
.. D1).. =D··
JI'
entãoz1).. =z j..l '
Isto faz com que as correntes pelo solo se distribuam de modo diferente, de acordo
com a freqüência, ou seja, para freqüências mais elevadas as correntes tendem a se
concentrar na superfície, apresentando um efeito semelhante ao efeito pelicular em
um condutor, visto no capítulo 1. A formulação matemática deste tratamento é rela-
tivamente complexa, envolvendo uma decomposição em série de Bessel, sendo
muito aceita a proposição feita por Carson em 1926, que passou a ser denominada
correção de Carson.
Nessa correção, o efeito equivalente é o de se considerar, para diferentes fre-
qüências, as imagens com posições diferentes, não sendo objetivo do nosso curso
um aprofundamento deste tratamento matemático.
Consideramos, então, os parâmetros calculados admitindo o solo com resisti-
vidade nula, mais um termo de correção de Carson, para levar em conta p t:- O .
1
Zii = ( Rii + i1Rii) + j2mx 10-4 ln--+ ji1X;; n/km ,
req-·
-,
e:
autoportante estaiada
(2.6)
8
y=--x,
p
yô
a= /Jx--x,
p
e finalmente:
Cabos-guarda aterrados
Vejamos inicialmente o uso de cabos-guarda conectados com a torre e por-
tanto aterrados. Quando o cabo-guarda for continuamente aterrado, ou seja, aterrado
em todas as torres, podemos admitir quedas de tensão longitudinais LlVg =O , ao
longo do trecho examinado.
) .JV, =O
[ Ll Vc ] = [ Z cc ] [ f e ] + [ Z cg J[f J, g
[ LlVc ] = [Z cc ] [ f e ] - [ Z cg ] [ Z gg J- I [ Z gc J[f e] ,
e finalmente:
(2 .8)
Essa operação, de certa forma, nos leva a fazer uma analogia com os enrola-
mentos primário e secundário de um transformador, cujas tensões e correntes po-
dem ser relacionadas pela matriz:
V, =(z1 -:: }1
'-------v----'
Zcc
l l wll ll lz:
Aplicando a expressão (2.8), obtemos:
2 12
dV,
L1V2 = Z2 1 Z22
ZIJ
Zz3 -
Z14
2 24 [ 2 41 Z42
4 Z431J{:l
l l wll l l
L1V3 Z31 Z32 Z33 Z34
dV,
L1V2
L1V3
= Z21
Z31
Z12
Z22
2 32
Z13
Z23
Z33
- _l_
Z44
Z14Z41
Z24Z41
Z34Z41
Z14Z42
Z24Z42
Z34Z42
Z14Z43
Z24Z43
Z34Z43
l ll
JI
X 12
13
·
(2.9)
ZJJ Z12
... zlj :
... zln
: :
: :
: :
--- ------ -------- ---· · • --- --· -1---· ---------
_:;!_
...
:i: _ - .~-·._·__l_ ~~--.. _[ _:..:_· - - :i~-..
-- __ .
.. ' '
. '
: . '
.
• Cabos-guarda isolados
A eliminação dos cabos-guarda nesse caso é mais simples, pois os mesmos
encontram-se isolados em todas as torres da linha de transmissão por meio de pe-
quenos isoladores, sem passagem de corrente a 60 Hz. Nesse caso, para o regime
permanente admitiremos 1g = O:
[~~~]
L1Vg
= l~~-t!_c~jx[Jc].
Zgc Zgg
1
1
O
Resultando em:
Ou seja, sob o ponto de vista das quedas de tensão nos condutores, a presença
dos cabos-guarda pode ser ignorada. Podemos, no entanto, calcular a tensão induzi-
da nos cabos-guarda, como em qualquer condutor paralelo à linha de transmissão:
z
[ vabc ] = [ abc ] [ 1abc ] .
V,-
ª 1
Ía
lb
v'b1 - rede
/e
v1-
c1
Sendo:
aVj a2v2
Vª
-- ~,)
Vo Vi )
+ +
aV2
a2v,
l
Dado que a matriz [T] é uma base, e portanto inversível, a transformação in-
versa é feita tomando-se simplesmente:
serão objeto de nossa discussão, mas que podem ser encontradas em diversas refe-
rências. Com essas transformações conseguimos o desacoplamento das equações,
com vantagens introduzidas no cálculo dos transitórios em sistemas de potência.
Podemos entender a transformação em componentes simétricas como uma
operação semelhante no regime permanente, na qual efetuamos o mesmo desaco-
plamento das componentes de fase, através de matrizes de transformação, que dia-
gonalizam o sistema de equações em análise.
Desse modo, podemos estabelecer uma correspondência entre valores de fase
e de seqüências para as quedas de tensões longitudinais.
z
[ L1 vabc ] = [ abc ] [1abc ] , (2 .11)
nas quais:
L1V0 , L1Vj e L1V2 são as quedas de tensão, em série da linha de transmissão, dadas
em componentes de seqüências zero, positiva e negativa, respectivamente. Da
mesma forma, 10 , / 1 e 12 são as correntes de seqüência na linha.
Vejamos agora como obter os parâmetros série da linha de transmissão em
componentes simétricas. Para isso, substituímos (2.12) e (2.13) em (2.11):
l
na qual:
zoo ZoJ
z02]
[Zo12]= z10 ZJJ ZJ2 · (2.15)
Z20 Z21 Z22
(2 .17)
Isso ocorre porque todas as fases ocupam em média todas as possíveis posições no
espaço, como vimos anteriormente.
Observamos que esse é um procedimento semelhante ao adotado para trans-
posições no capítulo 1. Então, para linhas com transposição, obtemos uma matriz
com a seguinte composição:
Zp Zm Zm
[Zabc]= Zm 2p Zm
Esta matriz tem uma estrutura particular, simétrica e balanceada, que favore-
ce a aplicação de componentes simétricas.
Aplicadas as transformações, obtemos um sistema de equações desacoplado,
com a matriz de impedâncias em componentes simétricas com elementos nulos fora
da diagonal.
88 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
o
2 11 oo ] '
o Z22
na qual:
z 00 = z P + 2zm. (2.18)
(2.19)
/
/
.,,. ..... //
.,,."" // I
,,,.""' / I
/
,,........
/
// /
,,,."" / I
/ / I
1 / I
x,/ / y
/ I
/ I
h; /
/
I
I
/ I
2 / 2' I
1 ', \
\
1 ' \
1 ' \
1 ',
1
1 ' \
1 '
ó '
X',,
\
\Y
\
'' ' \
' \
',, \
\
'\ 1
:
-Qj 'b
e para as imagens:
ou:
- -
Vi - Qi- n2hi(1
-+- QJ- nDu- . 1 J (2.20)
2trE r·I 2trE d lj..
- Q·1- ( ln - y - ln - y J= Q· ln__!!_
_.1_ D ..
2JrE d..lj Dii~ 2trE d lj.. ,
hI
=o
1
1
1
h) 1,' p
1
h1
I 1
1
1
1
1
ln 2h1 1nDli
- Din
1n--
r1 dli dln
Vi Q1
D·1 1n2h;
- 1nDin
V.1 = ln-' - X Qi
2trE dn r I· din
vn Qn
1n--
Dn1 1n--
Dni ln 2hn
dnl dni rn
ou:
V; Pn Pn Pin X Qi
[V]=[P][Q]. (2.21)
1 n ..
P;; =--ln ___.!L, i-:!- j, (2.22)
2JrE d lj..
- -1- 1n -2h1
P"··- (2.23)
2JrE ri '
Como:
1 1
= = -----------,- - - - =17,98 km/µF,
2JrE 2;rr8,85X1 o- 12 Fim 10 6
2;rrx8,85x10- 12 - - µF/km
10-3
1j
D-·
Pu = l 7,98ln- km/µF.
d lj..
Lembrando que:
i ( t) = dq ( t) .
dt
Ao considerarmos as três fases, essa expressão pode ser colocada na forma vetorial:
[1] = Jm[Q].
Obtemos as cargas elétricas, a partir da expressão (2.21 ), fazendo:
[C]=[Prt'
resultando em:
sendo:
Capítulo 2. Cálculo Matricial de Parâmetros de Linhas 93
____
1 k
cik/
C;1 l 1
1
: C;n
------<· 1 • n
- f;
il il
Figura 2.11: Corrente nodal injetada na rede de capacitâncias para
linha com comprimento unitário.
Ct l C12 Ctn.
(2.26)
A obtenção das capacitâncias C01 , Cbt, Cct, Cab, Cbc• Cca, de uma linha
trifásica é feita no exemplo 1, figura 2.19.
Para o caso de uma linha trifásica, exemplificamos as matrizes mencionadas ,
até aqui:
Capítulo 2. Cálculo Matricial de Parâmetros de Linhas 95
ll
Vi] =
V2 P11
P21
P12
P22 p23
p33
l
Q,] •
p13] X Q2
Q3
ll
V3 P31 P32
Q3
C11
QI] = C21
Q2
C31
C12
C22
C32
C23 X
C33
l
C13] V2Vi] .
V3
l~:
Pca Pcb Pcc : Pcg Qc
-·---------------------·· . ········
Pga Pgb Pgc ; Pgg Qg
96 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
Pba
Pab
Pbh
Pac
Phc
1
1
1
1
1
1
Pagl
Pbgl
Pag2
Pbg2
X
ºª
Qb
Qc
vc Pca Pcb ·Pcc 1 Pcgl Pcg2
vg 1
---------------T-----------
1
Qgl
Pgla Pglb Pg1c : PgigI Pglg2
1
vg2 Pg2g2 Qg2
Pg2a Pg2b Pg2c : Pg2gl
• Cabos-guarda aterrados
a
b
e
Vg = 0
e assim:
Capitulo 2. Cálculo Matricial de Parâmetros de Linhas 97
• Cabos-guarda Isolados
g
a
b
e
Resultando em:
(2.30)
(2 .31 )
Pp Pm Pm
rnJ= Pm
Pm Pp Pm
Pm Pp
X [ºª~: J
,
(2.32)
onde:
na qual:
(2.33)
(2.34)
~ ~
•
-
•
-
~ ~
L1Vª1 L1V
ª111
[ L1Vabc1] = L1Vb1 · · · [ L1Vab.c111 ] = L1V.blll
'
L1Vc1 L1Vcm
L1Vabc1 11
2 abc ztm :
ahc :
:
ztg
abc
Jabc1
:
:
:
: X
L1Vabcm zml zmm : zmg 1abc111
abc
_____ abc :, _________
______ __ ____ __________ abc
-- ---------- ----------
L1Vg zgt
abc
zgm :
abc :: zgg Jg
na qual:
Zaibj 2 a·C·
Zaiai Zaibi za·l"
II zªiªJ I )
[ zii
abc J= zbiai zbibi zb·C·
II '
[ zU
abc ] = zbiªJ zbibJ 2 b·C·
I ) '
Zciai Zch ZC·C· 2 c·a · 2 cb· ZC·C·
II I ) I ) I )
l
2° Passo: eliminação dos cabos-guarda, isolados ou aterrados.
abc,
L1V [zttabc
[ LIV ~b,,,, = Z ~~
As matrizes reduzidas Z~bc , nesse passo, apresentam elementos distintos da-
queles do passo 1, após a redução, no caso de cabos-guarda aterrados.
3º Passo: se houver transposição em k seções, obtemos uma média das impedâncias dos
condutores segundo suas posições espaciais ao longo de toda a linha de transmissão.
102 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
7 8
2 11 2 12 2 13 2 14 2 15 2 16 2 17 2 18
2 61 2 62 2 63 2 64 2 65 2 66 2 67 2 68
Trecho ª1 b, Ct ª2 b2 C2 g, g2
1 1 2 3 4 5 6 7 8
II 2 3 1 6 4 5 7 8
III 3 1 2 5 6 4 7 8
Com a eliminação dos cabos-guarda, temos a matriz reduzida, cujos elementos se-
rão diferentes daqueles da matriz completa original, se os cabos-guarda forem ater-
rados:
2 11 2 12 2 13 2 14 2 15 2 16
2 21 Z22 Z23 2 24 2 25 2 26
Z6J 2 62 2 63 2 64 2 65 2 66
Após a transposição proposta, temos uma matriz com a seguinte estrutura, adequada
para a aplicação de componentes simétricas:
2 abc
12 ] X
z22
abc
[r
o
r- o J,
1
[ o r- 1
temos:
O]
r-1
[Z~bc
x z21
abc
ou:
Llv.1012 ] abc r
=[ r-1z11 r-1 2 abc
12 r] X [ 1012
1 ]
[ Ltv.2
012
r-1 2 21
abc
r r-1 2 22
abc
r 2
1012
[Zg12J = i
[ z;;
o
zii
1
o Zf
o ' l
ziJ
o o o
[Zg12]= o ziJ
1 o
o o ziJ
2
Capítulo 2. Cálculo Matricial de Parâmetros de Linhas 105
2 11
circ. 1 °
2 22
circ. 2 °
Figura 2.17: Circuito equivalente de seqüência zero com mútua entre circuitos.
EXEMPLO 1
IOm IOm
1 1 1 1 1 1
20 cm 1
1
20 cm'
1
20 cm'
1
~ ~ ~ ~ ~ ~
1 1 1 1
1 1 1 1
a b e
o o o o o o
Uma linha de transmissão trifásica (a, b, e), com feixe de dois subcondutores
aéreos, utilizando cabo Drake, apresenta a geometria indicada na figura 2.18:
• Impedâncias
Z 00 = 0,04375 + j0,50758 ~,
km
2 2
2 2
zac = jwx 2x 10-4 ln )( hc ) + ( d) ,
2d
Capítulo 2. Cálculo Matricial de Parâmetros de Linhas 107
Zac
.
= ;0,06067 - .
n
km
• Matriz de impedâncias
.
zp =0,04375+ ;0,50758 - ,
n Zm
. n
=;0,09143 - ,
km km
Zp Zm Zm
Z 1 = zm zp zm ,
, n
ZJ =0,04375+ j0,41615 - ,
km
z 0 =zp +2zm,
.
Zo = 0,04375+ j0,69045 - .
n
km
resultando em:
Embora essa situação seja bem incomum, nesse caso mostramos a versatili-
dade do cálculo matricial para se obter informações em condições desequilibradas.
Além disso, é fácil obter as correntes e tensões induzidas em cabos paralelos à li-
nha, por exemplo, a corrente na fase e poderia indicar a corrente que circularia em
um condutor aterrado nas duas extremidades e paralelo à linha de transmissão.
2h
p 11 =l7,98ln-,
req
Capítulo 2. Cálculo Matricial de Parâmetros de Linhas 109
~(2h) 2 +d 2
p 12 = 17, 98 ln d ,
~(2h) 2 +(2d) 2
p 13 =17,98ln ,
2d
p 12 = 25,471 km/µF,
p 13 = 14,469 km/µF,
l 19,12 25,471
14,4691
P= 25,471 119,12 25,471 km/µF .
r
14,469 25,471 119,12
Sabemos que:
C=P- 1 •
Resultando na matriz de capacitâncias, sem transposição:
-1,743 -0,7031
8,852
'~ e= -I,743 9,140 -1,743 nF/km.
1 Capacitâncias em nF/km
1
Figura 2.19: Rede de capacitâncias para comprimento unitário.
11 O Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
2P12 + P13
Pp = P1 1, Pm = km/nF ,
3
Pm = 21,803 km/nF,
Pp Pm Pm
P= Pm Pp Pm km/µF,
Pm Pm Pp
21,803 21,803]
P=l119,12
119,12 21,803 .
119,12
~
R ext = -Dext
2
-' reqc = \j 1 \exte'
1
DMG = ( d2ddri = ~2d 3 = ifi.d,
reqz = J rmg · e ,
Z=R+ jcvx2xl0-4lnDMG,
Capítulo 2. Cálculo Matricial de Parâmetros de Linhas 111
e= 2tr&o e= - - - - -
ln DMG' 17,98ln DMG.
EXEMPL02
Na mesma linha de transmissão do exemplo 1, verificou-se a necessidade de
dois cabos-guarda, simetricamente espaçados.
5m 5m 5m 5m
lOm lOm
A posição dos cabos, assim como suas conexões com as torres, são indicadas
na figura 2.21, sendo um aterrado e o outro isolado.
torre torre
h1 = 29, 2 m , f =6m .
2
hg = h1 - - f , hg = 25, 2 m .
3
2 aa 2 ab 2 ac Zag
2 ba 2 bb 2 bc Zbg
Z=
2 ca 2 cb 2 cc Zcg
X 0 = 0,84 O/mi.
1
Xa = 2,022x 10-3 x60ln-,
rmg
resultando em:
rmg=
expC.022x~~-3 x60)'
rmg = 0,000984 ft, ou
rmg = 0,03 cm.
Obtemos a complementação da matriz de impedâncias série:
- . -7 2hg
Zgg -rg + jáJX2XlO ln--,
rmg
n
Zgg=5,43+j0,9071 - ,
km
Z=
jO, 1068 0,0438 + J0,5076 J0,1068 jO, 1388
-
n
j0,0607 jO, 1068 O, 0438 + jO, 5076 jO, 1388 km
j0,0828 jO, 1388 j0,1388 5, 43 + jO, 9070
114 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
-.Q.--d
1\ ' , ,
= 2r·I
li ....
1 \ ........ •
1 1 d .... J
: \ ij ''@-
1 1
1 1
:f\
, u \D hJ
: \ ij
1 1
1 1
1 1
,..
1 \
1
1
1
.. ,
1
xiJ , 1
1 1
1 1
1 1
1 1
\1,1
6
2
2ü =(ri-int. +t1ri7)+ j((J)µo
2Jr
ln hi +x._ · / +t1xf;J,
r. z m.
l
µo = 2xl0-4 H/km.
2TC
Reatâncias mútuas:
zij µO lJ
D..
= !Jrije + J· (JJ-ln-
2Jr
+ !Jxije J ,
[ d ..
lj
a= 4;r.J5 xJ0-4 D H.
f freqüência (Hz).
116 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
1f / 8-b1a cos </J+b2 [ ( c 2 -ln a) a 2 cos 2<jJ+<jJa 2 sen 2</J ]+b3a3 cos 3</J
L1rc =4wxl Q-4 -d4 a 4 cos 4<jJ-b5a 5 cos 5</J+b6 [ ( c6 -ln a) a 6 cos6<jJ+<jJa 6 sen 6</J ]+
+b7 a7 cos 7 </J-d8a 8 cos 8</J+ ...
1
-(O, 6159315-ln a )+b1a cos<jJ-d2 a2 cos 2</J+b3a3 cos3</J
2
Lixe =4wxl0-4 -b4 [ ( C4 -ln a)a 4 cos4<jJ+<jJa 4 sen4</J ]+b5a 5 cos5<jJ-d6 a 6 cos6
b1 = {2
V"6 ' d"ice impar,
param '
b2 = - 1 para m
' d"ice par,
16
1 1
C· =C· 2 +-+--
1 /- i i + 2'
Cz = 1,3659315,
Capítulo 2. Cálculo Matricial de Parâmetros de Linhas 117
h+h· J
X··
1
cos </Ju = D-· e sen </Ju = - lj .
lj D··lj
na qual:
ber' mq + j bei' mq
rp = ker' mq + j kei' mq '
q 2 1 2 s2 8JrX 10-4 f
s =- ; (mr) = k - -2 ; ( mq) = k - -2 ; k = , µr.
r 1-s 1-s rcc
- CL
p-~~·
1 2h
p.li = - - l n - ' '
2Jrêo r;
Capitulo 2. Cálculo Matricial de Parâmetros de Linhas 119
em que:
1
- - = 17, 975109x106 km/F [3], usando a velocidade da luz 299.792,5 km/s.
2Jrc0
1 D lj..
Pu = - - l n - .
2JrEo d lj..
P = [ Ef .; ], 1~ i, j ~ n .
n: número de condutores.
Obtemos a matriz de capacitâncias C pela inversão de P:
EXEMPL03
Faremos a seguir um exemplo de cálculo de parâmetros usando a rotina Line
Constants do programa ATP [7]. Os dados de condutores e a geometria da linha de
transmissão são apresentados a seguir:
• Frequência: 60 Hz.
• Cabo Condutor:
636 MCM, ACSR
Formação: 26/7, Grosbreak.
Diâmetro externo: 2,516 cm.
Diâmetro interno: 0,927 cm.
Relação T/D: 0,3156, ou seja, T/D= (r-r;)/(2r).
Resistência AC: 0,0922 Q/km.
Flecha: 17 m.
Cabos Pára-Raios:
Aço, EHS, 5/16", classe B.
Diâmetro: O, 794 cm.
Resistência AC: 4,9 Q/km.
Flecha: 15 m.
120 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
0,21309+ J0,90263 1
[R+ jwL]= 0,12160+ j0,42877 0,21606+ j0,90126 .
[
0,11990+ J0,37722 0,12160+ J0,42877 0,21309+ j0,90263
0,29596
J[wC]=J -0,047818 0,30446
1 x10- 5 .
[
-0,018609 -0,047818 0,29596
Seqüência positiva:
R1 + JX 1 =O, 09304 + JO, 49057 Q/km.
C 1 = 8, 94 nF /km.
[1] Electric Power Research lnstitute. Transmission Line Reference Book: 345 kV
and Above. 2. ed. Palo Alto, 1982.
[2] El-Hawary, M. E. Electrical Power Systems. Piscataway, IEEE Press, 1995.
[3] Dommel, H. W. Electromagnetic Transients Program Reference Manual:
EMTP Theory Book. Portland, BP A, 1986.
[4] Carson, J. R. Wave Propagation in Overhead wires with Ground Return. Bell
System Technical Joumal, vol. 5, pp.539-54, 1926.
[5] Deri, A.; Tevan, G.; Semlyen, A.; Castanheira, A. The Complex Ground Re-
turn Plane - A Simplified Model for Homogeneous and Multi-layer Earth Re-
turn. IEEE Transactions on Power Apparatus and Systems, vol. 100, n. 8,
pp.3686-93, Aug. 1981.
[6] Zanetta, L. C. Transitórios Eletromagnéticos em Sistemas de Potência. São
Paulo, Edusp, 2002.
[7] ATP: Alternative Transients Program Rufe Book. Leuven, K.U. Leuven EMTP
Center, 1987.
CAPÍTULO 3
3 .1 Introdução
di(x,t)
v( x,t)-v(x+ L1x,t) = R'L1xi(x,t) + L' L1x - d-t -
L1v (x, t)
..------
R'L1x l'iJ.x
- -
i v(x,t)
i(x, t) i(x + L1x,t)
C'Llxl} v(x+Llx,t)
r
L1x L1x
x- x+L1x X +2L1x
Figura 3.1: Propagação de ondas em uma rede genérica.
, dV (X + L1x, f)
i ( x,t ) -i ( x+L1x,t ) =C L 1 x - - - -
ot
Aplicando a transformada de Laplace, supondo condições iniciais quiescentes:
V(x+L1x,s)-V(x,s)
- -------- --( R, +sL ') 1 ( x,s ) ,
L1x
!(x+L1x,s) , ( )
- - - - = - s C V x+L1x,s .
L1x
av(x,s)
- --- --( R' +sL ') J ( x,s ) , (3.1)
dx
()J (x,s) __ , ( )
dx - sC V x,s . (3 .2)
Capítulo 3. Relações entre Tensões e Correntes em uma Linha de Transmissão 125
O mesmo procedimento anterior pode ser repetido para correntes, resultando em:
(3.7)
y(s)=sJL'C' .
Chamando a velocidade de propagação:
1
V=---
JL'C''
temos:
s
r(s)=-.
V
As duas parcelas da equação (3.9) são solução de (3.8). Para obtermos a solu- l
ção no tempo desta equação aplicamos a transformada inversa de Laplace, lembran- l
do da propriedade de translação no tempo: !
F ( s) esª H f (t + a)
Antitransformando a expressão (3.9),
1 (x,s) = 1
(v+ (O,s )e-y(s)x -V- ( O,s )ey(s)x), (3 .13)
Zc(s)
na qual Zc(s) é a impedância característica da linha de transmissão, dada por:
R' + sL'
(3 .14)
sC'
(3. 16)
na qual:
Capítulo 3. Relações entre Tensões e Correntes em uma Linha de Transmissão 129
a: constante de atenuação,
fJ : constante de defasagem.
Com a finalidade de interpretarmos essas constantes, tomemos uma· compo-
nente da solução da equação de onda, por exemplo, a parcela progressiva, em uma
linha com comprimento semi-infinito. O fasor da tensão aplicado na origem, x =O,
é dado por v+ (o)' e assim:
V+ (X)= V+ (Ü) e-yx.
Tal expressão nos informa que, conhecido o fasor da tensão cossenoidal na
origem, v+ (O)L e' podemos obter o fasor da tensão em qualquer ponto X da linha
de transmissão, por meio do operador complexo e-rx:
(3.18)
(3.19)
emissor receptor
1 -
( VJ
JS
-)
!,.
V,.
Então:
(3.21)
1 =---
v+ v-
s ze ze '
Ca ítulo 3. Rela ões entre Tensões e Correntes em uma Linha de Transmissão 131
ou:
(3.22)
v+ = ~1· + ZJ.1· .
2
e portanto:
1
V += 2Vs
2
=V
,\"
v- = ~1· - ZJ.1·
2
Reescrevemos (3.19):
- 2
V ( x-) _ l [( ~v + ZJ.1. ) e-rx + ( ~1. - ZJs ) e+rx . J
Reagrupando os termos nas variáveis ~1. e 1.1. , obtemos:
(3.24)
1 (X)=
2 ~ [ -( eyx - e-yx) ~1. + (eyx + e-yx) ZJs J,
e
senh(yx)
f (X) = Vs + COSh ( YX) fs ·
zc
Desse modo, novamente no ponto x = e, escrevemos:
senh(ye)
Ir=- z ~1. +cosh(yí! )Is. (3.25)
e
l
1.1.
]
=
l
Ou, na forma mais tradicional, invertendo-se a matriz:
A= cosh(yf),
e= senh (re)
ze '
D= cosh (ye).
[ ~· ]=[AC DB]x[Vrl·
/ .1. Ir
(3.27)
Para linha em vazio, ou seja, sem carga no lado receptor, portanto com
Ir= O, temos:
A= V:~ .
V,.
V:~ = Blr,
portanto:
B = V:1· .
!,.
fs=Dfr,
-
1,.
Chamemos:
ze: impedância série exata,
Jí : admitância para a terra do lado 1,
Capítulo 3. Relações entre Tensões e Correntes em uma Linha de Transmissão 135
ou:
(3 .28)
(3.30)
A-1
Y2 = --. (3.31)
B
(3.32)
(3.33)
(3 .34)
D- 1
Jí = - - (3.35)
B
136 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
(3.36)
C= ~ ( 2+ Z~,} (3.38)
Ye cosh ( yf) - 1 A- l
= = (3.39)
Como sabemos:
2 2
[ cosh (ye)] -[senh(yR)] =l,
então:
[ senh ( yl)
C==------
J2
B
(3 .40)
z = z'e, (3.41)
Y = Y'.e . (3.42)
Sabemos que:
z'e {Z'
ze = z'e ~? senh ( re).
Como:
senh(ye)
Ze=Z - - - - (3.43)
ye
138 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
Da equação (3.39):
Ye = cosh ( ye) - 1 I
2 senh (re) zc
Usando a identidade:
verificamos que:
obtemos:
ye =~tanh(yfJ
2 yf 2 '
Ye = Y
tanh( ye)
2 (3.44
2 2 yf
2
z' =IZ'IL9?,
Y' = mC' L90º .
Capítulo 3. Relações entre Tensões e Correntes em uma Linha de Transmissão 139
Em linhas de alta tensão, como R' «X', observamos que o ângulo rp é ele-
vado, situado freqüentemente na região acima de 70° .
Desse modo, no cálculo da constante de propagação, normalmente encontramos:
zc - me-J
IZ'I,L. qi-90º '
2
com uma parte imaginária bem menor do que a parte real, ou seja, com a fase leve-
mente negativa.
Com o modelo de quadripolos, verificamos uma característica interessante,
quando a carga apresenta uma impedância igual à impedância característica Zc.
Nesse caso, conhecemos a relação entre a tensão e a corrente no lado receptor,
Vr =ZJr.
V:i·] [cosh(ye)
Zc senh ( yf)l ZJ,.
[ JS = senh(ye) cosh(yf) x[ I, ] ·
zc
Calculando a relação entre Vs e /.1. no início da linha encontramos novamente
o valor de Zc , pois:
v: = Irzc[cosh(ye)+senh(yf)] =Z
1.
(3.45)
Is !r[cosh(ye)+senh(yf)] e•
ou seja, temos a mesma relação entre tensão e corrente ao longo de toda a linha de
transmissão, pois o ponto x é genérico, resultando no início da linha:
V:1· = ZJ.1··
Observamos que a igualdade V1. = erevr ou V,. = e-rcv1. só é válida para uma
onda progressiva em uma linha de transmissão com comprimento infinito, sem re-
flexões.
140 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
R'+ jmL'
ze = jmC'
(3.46)
senh(rR) Y ( re)
tanh -
2
Ze =Z ye ' ye =2 rR .
2
e portanto:
Capítulo 3. Relações entre Tensões e Correntes em uma Linha de Transmissão 141
y y
__!!.._ =- e ze = z .
2 2
Essa faixa de 80 a 240 km é apenas orientativa e não deve ser entendida co-
mo uma restrição muito rígida. Nesse caso, é fácil construir o quadripolo corres-
pondente ao modelo n nominal:
ZY
A=D=I+- (3.47)
2 '
B=Z, (3 .48)
C= ~(2+ zn (3.49)
z
~~--.--~~~~-ic=J~~~~~-~~-
rl rl
21 21
Figura 3.4: Modelo 7t nominal.
A=D=l, (3.50)
B=Z, (3 .51)
C=O . (3.52)
- Is z 12
c:::::J
z 12
c:::::J -
!,.
( V, y 1 V,)
/////
I
Figura 3.6: Modelo T de linha de transmissão.
z z
V.1· =21,. +2!·1· +V,.'
resultando em:
Escrevendo as expressões de V.
1. e Is em função de V,. e !,. , na forma matri-
cial, temos:
Capítulo 3. Relações entre Tensões e Correntes em uma Linha de Transmissão J43
V: .
[ / .1.
1
] = 1+
y
~ ~ ( 2 + ~) x
l+-
YZ
l Vr ] .
1,.
(3.53)
- ~---~ - J
~---~ - 1,.
JV
(3.54)
(3.55)
(3.56)
B = A 1B 2 + B1D 2 ,
e= c,A2 +D,C2,
D = C1B 2 + D 1D 2 •
Z e = B = A1B2 + B1D2 ,
A1 B1
C1 D1
vs ( J
vr
A2 B2
C2 D2
Pelo fato de envolver várias operações matriciais, embora não seja uma ope-
ração muito complexa, é recomendável que a associação de quadripolos em paralelo
seja feita com rotinas em computador. No entanto, essa associação pode ser feita
facilmente por meio de um passo intennediário, convertendo suas representações
em forma de matrizes de admitâncias e somando as matrizes, ou convertendo-as em
forma de modelos rr, com impedância em série e admitâncias para a terra, associ-
ando em paralelo os componentes de ambos os modelos rr. Após o passo intenne-
diário, retomamos ao quadripolo equivalente da associação.
Capítulo 3. Relações entre Tensões e Correntes em uma Linha de Transmissão 145
A= 1+ ZeYe2 1'
B=Ze,
C = Ye1 + ZeYe1 Ye2 + Ye2,
D = l+ZeYei·
[Vs] [l
Is = O
Z]
1 X
[Vr]
Ir .
(3.57)
[VsIs ] = [ Y1 º]
1
X [V,.]
Ir
. (3 .58)
A B -
!,.
e D
1 =Vs-AVr
r B
Trabalhando com os fasores de tensão na forma polar, representados em mó-
dulo e fase, escrevemos:
~1. =IVslL8,
vr = IVrlLOº.
Desse modo:
A=IAILa,
B=IBILb.
A potência aparente transmitida por fase, entregue no ponto receptor, é dada por:
(3.59)
(3.60)
(3.61)
Estas parcelas podem ser analisadas por meio de uma representação chamada
diagrama de círculo, formada pela diferença dos dois vetores que compõem a ex-
pressão (3.59). Supondo os módulos das tensões constantes, assim como os parâme-
tros da linha, resta como variável o ângulo 8. Na figura 3.11, o primeiro vetor NO
tem o módulo constante e um ângulo variável b - 8 , que descreve um círculo em
148 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
'
''
''
''
''
\ N
\
\
\
\
1
1
M 1
1
1
1
1
1
1
constante - 1
1
1
AV/ 1
1
B 1
1
ângulo variável 1
1
1
1
o 1
(3.62)
Vejamos o caso particular de linha sem perdas, do qual será possível extrair
uma fórmula muito comum em análises de sistemas de potência, principalmente nos
estudos de estabilidade.
Ao desprezarmos as perdas, a constante de propagação toma-se um número
imaginário:
r= J.J X'r',
e a constante A da linha:
1-Jx'Y'e - 1·Jx'r'e
B =Z 0 e - e = jZ0 sen ( -vr-;;t;;;
X'Y'e )
2
_ ~~ 1!Vr 1
1 ( rc _ s:)
P,. - JsJ cos
2
u
Sabendo que:
cos ( ~ - 8) = sen 8,
simplificamos para:
(3.63)
1C 12
Esta expressão apresenta uma relação senoidal entre a potência ativa transmi-
tida e a abertura angular das tensões de início e fim de linha.
150 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
A potência reativa capacitiva, gerada pela presença das capacitâncias das li-
nhas de transmissão, é normalmente compensada com a instalação de reatores em
derivação nas extremidades da linha.
Dependendo dos requisitos operativos do sistema e do comprimento da linha,
podemos instalar reatores em apenas um terminal ou em ambos, sendo que nas li- 1
2
V ye
r= 2 V~.,
Z+-
e Ye
Capítulo 3. Relações entre Tensões e Correntes em uma Linha de Transmissão 151
V:1· = AVr.
y . mc'e . me
2= 1 -2-= 1 2·
z = JmL'.e= JX.
Substituindo-se na expressão anteriormente obtida, temos:
E Y,.
1 1 ______ _ _ _ .J
L-------------------1
Figura 3 .13: Compensação reativa.
t Yr é a admitância do reator.
~ '
152 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
Novamente, para o conjunto linha em vazio com reator, ou seja, sem carga no\
terminal receptor, obtemos a constante A equivalente da associação em cascata: f
A+BY,. :::::1.
1-A
Y:::::-
r B
Lembrando que o valor da admitância do n equivalente é dado por:
Ye A-1
2 B '
Capítulo 3. Relações entre Tensões e Correntes em uma Linha de Transmissão 153
Y =-Ye
r 2 .
!,.
Desse modo, os reatores podem ser utilizados no início e fim de linha, com a
finalidade de controlar as tensões quando temos a alimentação apenas por um dos
dois lados, como por exemplo nas energizações ou rejeições de carga, ou mesmo
nas condições de baixo carregamento, em carga leve, com a corrente 1r pequena.
As linhas de transmissão apresentam potências reativas também nas demais
condições operativas, sendo que equipamentos de potência reativa, indutivos e ca-
pacitivos, são empregados para controlar as tensões e a potência transmitida.
Em casos práticos, não é recomendável cancelarmos completamente a admi-
tância capacitiva da linha em 100% com reatores, limitando essa compensação na
faixa de 40% a 80%. A razão para isso está na possível ocorrência de ressonâncias,
com a linha desconectada da rede, estando próxima de outras linha de transmissão
operando em paralelo [7].
154 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
À=VT ou À=VI f,
À : comprimento de onda,
f : freqüência de excitação,
e= /3€: comprimento elétrico da linha de transmissão.
P0 =V L : potência natural da linha. (3.66)
Zo
emissor receptor
1 -
1,.
-
P+ JQ
A= cose,
B = jZ0 sene,
1 =-P_-_JQ_
,. V
r
P- 'Q
V:1. ( cosô + jsen ô)= V,. cose+ JZ0 sen e VJ (3.67)
r
Q
~· cosô =V,. cose+ Z 0 sene-, (3.68)
V,.
p
V:\' sen ô = Z 0 Vsen e. (3 .69)
r
Da expressão (3 .68):
156 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
Da expressão (3.69):
[L' ~ /e=X
Zo /3 f = ~2ú}'J L e .e =X
vsvr
P =--senu
s:
(3.72)
X ,
p = V:~Vr (3.73)
max X
R
P = -º-sen8
sene ,
ou ainda,
P sen8
(3 . 74~
P0 sen ()
p 8
P0 e
Transmissão 157
-JXc !,.
EXEMPLO 1
São dadas duas linhas de transmissão de 500 kV (tensão nominal de linha)
com os parâmetros de seqüência positiva:
LTl: Zí =0,4L80º Q/km, Cí =11 nF/km, comprimento=270 km,
LT2: Zí=0,3L76º Q/km, Cí=12 nF/km, comprimento=350 km.
Obter para as duas linhas as constantes ABCD, o circuito n exato, e o reator
a ser instalado, no fim de linha, para tornar as tensões de início e fim de linha
iguais, na operação em vazio.
, . n
LTl: Z 1 = 0,0695 + 10,3939 km , Y{ = jC1m,
, Jí
,= j4, 1469x 10-6s
km,
f 1=270 km,
- rzr-
zcl -vY('
r2 = ~z~r;,
y2 =1,4197x10-4 + j0,0012 km- 1
A2 = cosh ( y2 e2 ) A2 = O, 9204+O,O196
1
C2 = - -sinh (r2e2) C2 = -1, 0444x 10-5 + jO, 0015 S
Zc2
Circuitos rr exatos:
Ramo shunt:
B2 = 24,052 + j99,3301 n
Ramo shunt:
l-A
Yr = - - ,
B
z =_!!___
r 1-A'
xrl =1768,5 n,
X,. 2 =1246, 1 .Q.
EXEMPL02
Neste exemplo adotaremos os dados da LTI, do exemplo 1.
Capitulo 3. Relações entre Tensões e Correntes em uma Linha de Transmissão 161
a) Para atender a uma carga trifásica de 800 MW, com fator de potência de 0,9,
instala-se um capacitor série no fim da linha (LTl ), com reatância de 60 Q. Com
uma tensão fase-terra, medida no fim da linha de 1,039 L. -1 Oº pu, pede-se a tensão
e corrente no início da linha. Adotar tensão nominal de linha 500 kV.
zcs =-)60 Q.
1 = s,.*
r *'
vr
1,. =O, 8008 - jO, 5785 kA .
b) Analisando o saldo de potência entre início e fim de linha, quais são as perdas,
ativa e reativa, na linha de transmissão?
Obtemos a potência monofásica no início da linha:
As perdas ativas são de 50 MW, devido ao efeito resistivo dos cabos. As per-
das de potência reativa de 195 MV A, com valor negativo, indicam, na nossa con-
venção, uma potência capacitiva absorvida pela linha, fato que, no jargão tradicio-
nal, é conhecido como um fornecimento de reativos indutivos ao sistema externo à
linha de transmissão.
Ramo série:
Beq =AZCS +B=18,6336+ }47,8636 n.
Ramo shunt:
A-1 4
y') = = - 2,2981 X10- +J0,0011 S,
- AXC +B
D-1 6 -4
Yi =--=1,0034 x lo- + J5,6545 x l0 s.
B
EXEMPL03
Um operador conecta em série as linhas de transmissão LTl e LT2 do exem-
plo 1, por meio de um banco de capacitares série. Com a linha em vazio, são encon-
tradas as tensões 1, 032L8º pu de tensão no início da linha e 1, 2156L4, 144º pu no
fim da linha.
2 3 4
LT1 LT2
r------ +----tl
>
i ------1
----t
270km 350km
Temos os quadripolos:
obtemos:
- 3 (l~1·iiv,.1 _IAeql(iv,.1)
2
P,. _
B
cos ( b _ a )J ,
max B
1 eq 1 1 eq 1
CURTO-CIRCUITO
4.1 Introdução
l(t)
Ili
. .. ___ ---
/(t)
I subtransitória
II
III
1:
transitória
1 1 regime
: -------
1• ------- 1
i
1 ----
1
(4.2)
Capítulo 4. Curto-circuito 169
Vr : tensão no terminal.
J : corrente de carga.
sobreexcitado subexcitado
,. / , \
/ \
/ \
~JX:íl
Vi
~h =~'
J" = V. )X~ + Z
I
} X"Z
d
-I
z
ZE"
V:=----
( Z + ;Xj.
E"
l=----
Z+ JX'd'
V,= ZI.
Verificamos então a necessidade de que a tensão interna E" esteja relaciona-
da com a tensão terminal V, pela expressão (4.2), para que o cálculo das correntes
esteja coerente.
Para os demais períodos o raciocínio é análogo, como por exemplo o transitó-
rio, no qual obtemos a tensão interna E' :
E'= V,+ ;Xd!.
-
JPÍ p
-
JPÍ
Tensões: E1 = !Eil
Lô1 e E2 =IE2 ILô2 •
Impedâncias: Z 1 e Z 2 •
Trabalharemos com o princípio da superposição, excitando a rede em duas si-
tuações, uma denominada de pré-falta e outra de falta. É portanto conveniente
introduzir a nomenclatura a ser utilizada e que nos acompanhará ao longo do texto:
1 Pf : corrente pré-falta (ou corrente de carga).
1f : corrente de falta.
1( e 1{ : contribuições de falta.
172 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
- E2Z1
E 2-
p Z1 +Z2
I i
f 1 = Ei e I 2 = E2 .
Z1 Z2
Portanto:
I =§_+ E2.
Z1 Z2
I = t.:,h
z,11,
-I p
I i
Z1Z2
Z,h = Z 1 li Z 2= - - -
Z1 +Z2
I i
p
-t{
ti= I
JÍ _ L2 JÍ
1 - '
Z1 +Z2
] 1! -(!!J... + E J
-
2 Z2 _ E 1Z 2 + E2 Z 1 Z 2
- '
Z1 Z 2 Z 1 +Z2 Z 1Z 2 Z 1 +Z2
11 - E1Z2 + E2Z1
1
- Z1( Z1 + Z2 ) '
Analogamente para 1{ :
E pf -- - 1 Z 1 --
Jf - 2 2 --
1!z - Eth .
176 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
• Superposição
A etapa final consiste em aplicar o princípio da superposição e para isso so-
mamos as correntes e tensões obtidas com as soluções das redes pré-falta (figura
4.7) e de falta (figura 4.10).
Para a contribuição oriunda da fonte 1, correspondente à ligação adjacente
Z 1, superpomos 1 PI e 1( :
---
11=1( +J PI
Vejamos o cálculo de 11 :
~=~-~+~~+~~=~~-~~+~~+~~=~
Z1 + Z2 Z1 ( Z1 + Z2) Z1 ( Z1 + Z2) Z1
Analogamente, encontramos:
E p =EPÍ
p
+Ef
p'
E = Erh - Eth = O.
Capítulo 4. Curto-circuito 177
l=Jf +O.
-]PI p
-
f Pf
Circuito (a)
Circuito (b)
~z ~! ~P+jQ
Impedância constante Corrente constante Potência constante
Figura 4.15: Modelos de carga.
V.L.B·
1 1
1P; + jQ,
j
i Sij lu··
V;LB; ,_,______________-_ ___,
v
Com as tensões V; e 1 obtemos a corrente na ligação i - j, dada por:
/ .. =
v.-v.J
1 (4.5)
lj zlj..
s .. =V./ ..*
lj 1 lj '
slj.. = 3V.flj*.. .
1
Capítulo 4. Curto-circuito 181
• Modelo RL série
* . (4.6)
S·1
1 1 *
zi =-* ou Yi =-=si'
Si Zi
• Modelo RL paralelo
(4.7)
rede
k
-
ia
-
ib
b
c
-
ic
Zg Zg
e1
i1 = ---"---
Z1 +zg
(4.8)
Capítulo 4. Curto-circuito 183
k ia
rede ____..
a
ib =o
----..
ie =0
____..
e
(4.9)
(4.1 O)
(4.11)
l
0
i ] 1
~I =~ 1 (4.12)
l2 1
184 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
1 1 1
[:: j= 1 ª2
1 a
a
ª 2
x[~1 (4.13)
1 1
[~:J =± 1
1 ª2
a ª2
a f:l (4.14) !
1.
io =i1 =i2 =31ª, (4.15)
ou,
i0 = 3i0 . (4.16)
(4.17)
seq. 1
seq. 2
seq. O
e como z 1 = z2 , obtemos:
l
. ----
e,
0,1,2 - 2
Zo + ZI
186 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
. 1-3e
l =--
ª z 0 + 2z 1
. 3e
zl(b = z + 12z (4.18)
0 1
(4.19)
(4.20)
v, = ( zz ++zi)e
0
2z
1
(4.21)
0 1
Lembrando que:
(4.22)
vc=[z0 (-1+a)+z1(a-a2 )] e, ,
z 0 + 2z1
( 4.23)
(4.24)
k(-~-1~)-1 -kJ3 - j ( k + 2)
k+2 k+2 k+2 2(k+2)
188 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
Em módulo:
)3k 2 + k 2 + 4k + 4 ) k 2 +k+1
2(k+2) k+2
(4.26)
rede k Í0 =O
---..
a
-
ib
-
b ic zf
(4.28)
(4.29)
Capítulo 4. Curto-circuito 189
o que implica uma corrente de seqüência zero nula, ou seja, sem o envolvimento
dessa seqüência no curto dupla-fase, pois i0 =O.
Como i0 =O , tem-se:
i0 + i1 + i2 = O,
o que implica:
(4.30)
( ª2 - a) v1 -( ª2 - a) v2 = ( ª2 - a) zf i1 . (4.31)
seq. 1 seq.2
Figura 4.23 : Conexão dos diagramas de seqüências positiva e negativa no curto dupla-fase.
190 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
e como:
temos:
el ( Z2 + zf)
VI= .
z1 +z2 +zf
Esta tensão também poderia ser obtida pelo cálculo da queda de tensão no dia~
grama de seqüência positiva:
1 1 o
a,., lxl ~2z1
l:: J= 1
1 ª2
a a _J 1
e1
l-~
o o
(a 2 -a)í = -1--
.J3 e1
['.: J= 2z 1 2 ZI
(a-a 2 )í .J3 e1
1--
2z 1 2 ZJ
Lembrando que:
(4.33)
rede k
-
ia =o
-
a
ib Zj
e
-
ic
Zg
(4.34)
(4)5)
(4.36)
2
-( a +a)=1,
-
seq. 1
io
3zg
i2 t seq. O
zf
seq.2
Zz
. e1
l1 = '
z1+z0 // z 2
Lembrando que z 2 = z1 , temos:
e1
i1=----
ZoZ1
z1+ -~-
zo +z1
l
Das expressões anteriores são extraídas as correntes de fase i0 , ih, ic :
l r -zl
a x z1 + zo -(2_z_
o+
e!
--'--
z1-) z-1 .
a2 -Zo
3kz, 3k
---'---=--
(2k+l)z1 2k+l'
na qual k = z 0 / z 1•
V =~LOº
f J3
Para a seqüência positiva, conhecidas as tensões:
V = v1 =!'_LOº
a J3
s =i *.
Com tensão nominal, sabemos que a corrente é igual ao valor da admitância, em pu,
pois i = y.
Conseqüentemente, verificamos que o conjugado da potência complexa é i-
gual ao valor da admitância de Thevenin, no local do curto:
*
y=s.
A y, B
A B
.------+--l y, ... b ... ~ Y;
y,,
série paralelo
,
A barra A é chamada de barramento infinito, considerada com freqüência e
tensão constantes, independentemente de qualquer alteração na rede. Em termos de
circuitos elétricos a tensão nesse ponto é imposta por uma fonte ideal de tensão
senoidal. Obviamente a potência de curto-circuito da barra A é infinita.
Para elementos conectados em paralelo entre as barras A e B, a potência de
curto-circuito na barra B, admitindo-se a presença apenas do i-ésimo elemento e
supondo condições nominais, é dada por:
ou em valor complexo:
Com a potência de curto-circuito monofásica s 1r/J, sabendo que s~r/J = i1r/J, es-
crevemos:
Porém, como:
3 2
Zo ,
=-*---~- .
Slr/J S3rp
ou ainda:
EXEMPLO 1
Um conjunto de dez motores síncronos, de 5 MV A cada um, representado pe-
la sua potência equivalente, é conectado a um sistema elétrico por meio de uma
linha de transmissão de 69 kV, com 60 km de comprimento, e as respectivas trans-
formações de tensão no início e fim da linha. O sistema elétrico de alimentação
apresenta as potências de curto-circuito trifásica e monofásica, indicadas na figura.
São fornecidos os parâmetros de seqüência positiva e zero da linha de transmissão,
valores nominais e reatâncias dos transformadores e motores.
Sabemos que o conjunto de motores opera com tensão nominal na barra 4,
i absorvendo a potência de 46,5 MW com fator de potência unitário.
l .~
200 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
conjunto de
sistema
equivalente 1 ~'l2 linha
60km
3
~ 4
motores
síncronos
S3r/J = 500MVA
6j cwl
13,8/69 kV
XI = j0, 4 388 .Q/km 1
@
69/13,8 kV
1
6j
x'd = j0,18 pu
x0 = j 1, l 053 .O/km
60MVA 50MVA !O x 5 MVA
S 1r/J = 600 MVA
x= 12% x= 10%
a) Curto trifásico
Considerando-se um curto trifásico na barra 2, calcular as correntes de fase
no primário e no secundário do transformador 1i, admitindo a superposição com as
correntes pré-falta.
A potência de base adotada é S h = 100 MV A .
Iniciamos a solução obtendo o diagrama de impedâncias de seqüência positi-
va e zero em valores por unidade.
30º 30°
1 2 3 4
seqüência positiva
1 2 3 4
seqüência zero
j0,1 jl,393 j0,36
j0,2
• Impedância de base
2
69
Zh=-=4761Q.
100 ,
Capítulo 4. Curto-circuito 201
_ . 0,4388x60 _ .
Xi - l Z - l 0' 553 '
b
_ .1,1053x60 _ .
Xo - l - l 1' 393 .
zb
X1 1 =0,12lOO =)0,20,
60
100 .
X12=0,1-=10,20.
50
x = ·(3x100 _ 2x100)= .0 l.
o l 600 500 l '
• Condição pré-faJta
Examinemos as condições pré-falta, a partir das informações operativas
do motor.
A carga total tem o fator de potência unitário e como s =vi * , obtemos
i = 0,465 pu.
Como a tensão na barra 4 é unitária em pu, obtemos a tensão na barra 2 com as
respectivas rotações angulares de seqüência positiva que ocorrem no transformador.
vPf
2
= 1' 06 L 193ºx
'
1L30º= 1 06L49 ' 3º .
'
Barra 1
i~f = 0,465.L.'.0º.
Barra 2
V2 = e,17 = )
1, 06L'.49,3º
• Equivalente de Thevenin
Impedância equivalente de Thevenin de seqüência positiva:
Z1hl = )0,411 jl,113 = )0,294.
/1 30º
- 1 -- 2
• Cálculo de correntes
30
fÍ = l,0 6 L 49 • =3 60L-40 7º.
J·o , 294 ' '
Capítulo 4. Curto-circuito 203
jl, 113
}0,4
i{ = 2,648L-40, 7º.
Analogamente, obtemos a contribuição do lado da linha de transmissão, 1{'
da figura 4.1 O:
la =2,373L-31,80º kA.
Cálculo de tensões
º·
36
v{ =- 1, 113 xl,06L49,3ºxlL-30º=-0,343Ll9,3º =0,343L -1 60,7º pu
.
I{ ~x3,6L-40,7,
1, 513
JÍ =3xl,384L-40,7º=4,152L-40,7º pu.
1 113
/(!) = • 1384L-407º
J 1,513 ' ' '
• Correntes de fase
Obtemos as contribuições de correntes de fase, do lado secundário do trans-
formador 1j, que também já são valores superpostos:
1
(ml
.
1
1
1 ª2
1 l l,230L-40,7º1 l3,45L-33,40º1
a x l,253L-20,2º = 0,62L-75,18º .
.sb =
l l,\'C 1 a a2 1, 02L - 40, 7º O, 26Ll 58, 58º
ipa 1
O ] l2,141L-32,56º]
lpb = ª2 a x l,253L-20,2ºxlL-30º = 1,741Ll54,51 º pu,
lpc a ª2 l l,02L-40, 7ºx1L + 30º 0,465Ll20º
- 100
1b -
.f3x13,8'
~ Jº'~:~~~~:,; ] 6~ J 39,4L~61,2º
070
] kV.
3
a2 lo,407L-130,7º -v l39,4L - 62,58º
= .J3~k 2 +k+l
f.st 2+k '
178
k = O, =O 605
0,294 ' '
f~·t = O, 934 .
xneutro = 20 n,
20
Xn = J· = J·o, 42 pu.
47,61
2 )1,26 3
3xj0,42
V1 = -( Vo + V2) = 0,829L49,3º,
EXEMPLO 2
Considere o sistema descrito a seguir:
1
6):2 350km
3
6j 1
([)
1 1
230/500 kV
800MVA
x=8%
S b = 1000 MV A , Vb = 5 00 kV ,
obtemos:
B1
Dl
]x[v,.]=>v
O
=~=1115L-O
,. A ' '
741 º
'
l
eth =v,..
B .
Zl = -1 =0,0521+ j0,4732 pu,
zb
Zcl =_!!J__l = 0,0094- )4,58} pu ,
A1 -1 Zb
J z,hO
Bo .
z 0 =-=0,179+ J0,871 pu,
zb
212 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
B0 l .
zco = =0,033- 16,589,
A0 -1 zh
. 3eth .
zr/Jt = =0,585+ 12,82 pu,
2zthl + 2 th0 .
1000
1 =
b J3 x500 = 1' 1547 kA '
lr/Jt = 3,325.L'.78,28 kA.
5 .1 Introdução
O tratamento matricial de redes é objeto de uma extensa literatura que explo-
ra suas propriedades fundamentais.
Recordaremos os aspectos básicos na formação da matriz de admitâncias que
exprime propriedades nodais da teoria de circuitos, mencionando de passagem a
formação da matriz de impedâncias nodais. Para uma abordagem mais detalhada do
assunto, quanto ao aspecto de eficiência computacional, que não é o objetivo deste
texto, o aluno pode contar com várias publicações dedicadas ao tema.
Temos então:
(5.1)
ou:
(5.2)
[ vpq J= [ z PJ [I pq J, (5.4) 1
(5.6)
Desse modo:
Capítulo 5. Tratamento Matricial de Redes 215
V;
-
lil
-l; yil
-
1;2
Yi2
-
li3
vn
'°'
n
} ) + Yo
J.1 = L.J Y1j· (V1 - V·
)=1
I V/"
(5.7)
Desenvo Ivendo:
n
li =-Ji1Ví -Ji2V2 + · · · + Vf L(Ji1 + Jio) + ··· - JinVn · (5.8)
j=I
[l]=[Y][V], (5.9)
Yli.. '°'
j =I
n
= L.JIJ
y. + Yo
/' (5.11)
Nos termos fora da diagonal temos as admitâncias da rede com o sinal troca-
do. Nos termos da diagonal temos o somatório de todas as admitâncias que incidem
no nó, inclusive as admitâncias para a terra, representadas por Jfo na figura 5.2.
Obviamente, a matriz Y tem uma série de propriedades que não são discuti-
das em detalhes neste texto. Em sua formação, ou em modificações de sua estrutura
nos sistemas de ordem elevada, empregamos técnicas de compactação, devido à
216 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
elevada esparsidade das redes elétricas, assim como de ordenação ótima, o que leva
a um tratamento computacional eficiente. Para efeito prático, consideraremos que o
nó de referência é a terra, fazendo portanto parte da rede.
Uma confusão comum que fazemos é na consideração da corrente injetada no
nó i. Na figura 5.2, se não houver o gerador de tensão, a corrente injetada f ; , com-
ponente do vetor [!], será nula. Por outro lado, se o termo Yi·o não for incluído na
matriz de admitâncias, uma parcela da corrente injetada na rede seria -f;o.
pode ser deduzida a partir de uma simples extensão da equação (5.7) escrita matri- :
cialmente, ou seja, subdividiremos a barra i em subnós, correspondentes aos circui-
tos em paralelo, ou acoplados, incidentes nesse nó original. Como exemplo, tome-
mos os subnós ia, ib e ic trifásicos, se estivermos utilizando componentes de fase
para uma dada linha de transmissão, ou i 1, i 2 e i3 se estivermos representando três '
circuitos acoplados em paralelo, em uma dada seqüência.
Escrevendo de forma vetorial a primeira lei de Kirchhoff em cada barra i, su- \
pondo circuitos acoplados para as demais barras} da rede, j-:;t i, temos:
na qual:
[!d : vetor cujos elementos são as correntes injetadas nos subnós da barra i,
[V;], [Vi]: vetores cujos elementos são as tensões nos subnós da barra i e j,
1
[}jf]: matriz primitiva de elementos conectados aos conjuntos de subnós existentes
na barrai e na barra}, incluindo os acoplamentos existentes.
Desenvolvendo:
Capítulo 5. Tratamento Matricial de Redes 217
[Jif J
[rtn]
Figura 5.3: Inserção das sub-matrizes dos elementos com mútuas.
[V]=[Zbus][I], (5 .14)
sendo:
1
[zbus] = [rr . (5.15)
Verificamos que injetando numa dada rede uma corrente de valor unitário
1k , no nó k, podemos construir uma coluna da matriz Zbus, medindo as tensões nos
nós da rede. Nesse caso devemos tornar inativos os geradores da rede, como por
exemplo curto-circuitando os nós de todos os geradores de tensão.
k r
ref.
Vj
Capítulo 5. Tratamento Matricial de Redes 2J9
(5.16)
[ z bus] = [y r 1
•
Obtemos então:
k m
1
X
-1
ka
• ~
"'a
ma
Zac zb
} Zab 2 ab = 21
• mb -ac = -2
7 7
kb
2 bc = Z3
7 } Zbc
• -e
kc ~ me
l ll l l
Vw - Vvmbmal =
vkb
V,11c
z,Z
z,
z Z2
Z3
[lw mal '
X hb:mb OU:
l l[ l
Vkl.· Zz Z3 Z Jkc,mc
z,
[VW.mal Z2 Jka,ma
vkb mb = z,Z z 23 X Jkb ,mb '
Vkc:mc Z2 Z3 Z Jkc ,mc
222 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
[rPJ=[~
r
Y1 ZJ Z2
y
Y2] [z
Y3 = 1 2 z Z3
Y2 Y3 y Z2 Z3 z
ka kb ke ma mh me
ka y Y1 Y2 -y -yl -y2
kb Y1 y Y3 -yl -y -y3
kc Y2 Y3 y -y2 -y3 -y
ma -y -yl -y2 y Y1 Y2
mb -y1 -y -y3 Y1 y Y3
me -y2 -y3 -y Y2 Y3 y
1 1 1 1
--~----------~-~-~----------+-
ka !
1
1
1
1
1
1
1
1 1 1 1
1 1 1 1
kb : +(G)
1
:
1
: -(G)
1
:
1
1 1 1 1
kc 1
1
1
1
1
1
1
1
--r--------- -r---,----------r-
1 1 1 1
Y= 1
1
1
1
1
1
1
1
--t----------~---~----------t-
ma 1 1 1 1
1 1 1 1
1 1 1 1
mb : -(G)
1 1 1
: 1
: +(G) :
1 1 1 1
1 1 1 1
me 1 1 1 1
--+----------~---~------ ---- +-
! 1 1 1
1 1 1 1
EXEMPLO 1
Para uma linha de transmissão com tensão nominal de 230 kV são fornecidas
as matrizes de capacitâncias, concentradas nas extremidades para formação do cir-
cuito n trifásico, e a matriz de impedâncias série dos elementos. Montar a matriz de
admitâncias trifásica da linha de transmissão.
Essa linha tem elementos diferentes fora da diagonal, significando que não é
'transposta, correspondendo a um perfil de torre com configuração plana, z1 = z3 ,
1 Za = zb = Zc = z.
' Matriz de impedâncias série e matriz de capacitâncias em cada extremidade:
j50 )25
[z p J=
l
)25
)20
)50
)25
jl,5
)201
)25 Q'
)50
-J0,25
-J0,11
!solução:
J~[C] = J
l
-j0,25
-J0,1
jl,54
-J0,25
-J0,25 x 10- 4
jl,5
s.
[ci] = J m [e].
2
A submatriz [ G1], que é igual nas duas extremidades e não apresenta mútuas
: indutivas, entra com o mesmo sinal nos blocos alinhados com a diagonal principal.
G2 =[Z"r',
det = - }67500,
l
1875 -750 -375J
-750 2100 -750 .
-375 -750 1875
l
-0, 027778 O, 011111 O, 005555 J
G2 = j O, O11111 -0, 031111 O, O11111 .
0,005555 0,011111 -0,027778
A submatriz [ G2 ] entra com o mesmo sinal nos blocos alinhados com a dia-
gonal principal e com sinal trocado fora dessa diagonal.
5 .4 Referências Bibliográficas
[l] Orsini, L. Q. Curso de Circuitos Elétricos. São Paulo, Edgard Blucher, 1993 2
vols.
[2] Stagg, G. H. & EL-Abiad, A. H. Computer Methods in Power System Analysis.
New York, McGraw-Hill, 1968.
[3] Ramos, D. S. & Dias, E. M. Sistemas Elétricos de Potência: Regime Perma-
nente. Rio de Janeiro, Guanabara Dois, 1982 2vols.
[4] Dommel, H. W. Electromagnetic Transients Program Reference Manual:
EMTP Theory Book. Portland, BP A, 1986.
CAPÍTULO 6
6.1 Introdução
Veremos a seguir o cálculo matricial das correntes de falta e contribuições,
ocorrendo os curtos trifásico, fase-terra, dupla-fase e dupla-fase-terra. Fundamen-
talmente, o procedimento é o mesmo descrito no capítulo 4, com exceção da técnica
de extração de informações contidas nas matrizes de admitâncias ou de impedâncias
nodais, que apresentam a forma organizada para trabalharmos com redes elétricas. A
impedância de seqüência, necessária ao cálculo do curto-circuito em uma determinada
barra k, é a impedância equivalente de Thevenin nessa barra, dada pelo elemento z kk
da diagonal da matriz Zbus . Dessa forma, os equivalentes de Thevenin, para a barra
em curto, são obtidos das matrizes de impedâncias nodais, de seqüências positiva,
negativa e zero.
Estudos detalhados de curto-circuito podem necessitar de uma representação
das condições pré-falta, modelo n equivalente da linha de transmissão, perdas em
geradores e transformadores, etc. Em determinados casos, como em análises de
planejamento, nem sempre são necessárias análises muito rigorosas e muitas vezes
simplificamos a representação dos componentes, assim como desprezamos as con-
dições pré-falta, considerando 1,0 pu em todas as barras do sistema.
Nas redes elétricas de grande porte, o estudo do curto-circuito só é viável
com a utilização dos métodos computacionais. Desse modo, necessitamos de ferra-
mentas que tracem um panorama das correntes de curto ao longo de toda a rede e
apresentem as medidas corretivas mais indicadas, causando o menor impacto possí-
vel na operação em regime permanente, além de não comprometer outras restrições
como limites de tensão e sobretensões.
JP.f
lj
=(vpf
/
-vPI)y~I)
J lj ,
(6.1)
na qual:
ICJ: corrente pré-falta da barrai para a barra},
~pf: tensão pré-falta na barrai,
Vff: tensão pré-falta na barra},
r;)'): admitância de seqüência positiva da ligação entre a barrai e a barra}.
Nos casos de ligações com componentes para a terra, cálculos adicionais de-
vem ser convenientemente realizados. Os estudos de curto-circuito podem envolver
diferentes modelos de componentes da rede, principalmente da linha de transmis-
são, cujo modelo mais completo considera a impedância série da linha e a capaci-
tância, além de realizar correções hiperbólicas no cálculo do circuito 7t equivalente.
s={0,1,2}.
De posse das correntes de falta, calculadas na para diferentes tipos de curto, obte-
mos as tensões em cada barra da rede nas seqüências correspondentes.
Capítulo 6. Cálculo Matricial do Curto-circuito 22 7
seq. 1 seq.2
seq.2 seq. 1
s
3</J
3</J-T seq. O
2</J S-aberto seq. O
vf(s)
n 2
(s)
n! 2 nk
(s) (s)
2 nn o
z~l : elemento ik da matriz de impedâncias nodais, na seqüências, s = {O, 1, 2} ,
1/<sl =O, i-:;:. k ,
1{'sl : obtida da solução dos diagramas de seqüências.
O procedimento, empregando a matriz de impedâncias Z bus , é praticamente
equivalente à utilização da matriz de admitâncias nodais Y, pois o sistema linear de
equações é o mesmo. Colocando o sistema de equações na forma da matriz de ad-
mitâncias, escrevemos:
o (s)
Y11
(s)
Y1k
(s)
Y 1n
v.f(s)
1
o (s)
Yn1
(s)
Ynk
(s)
Ynn
vf(s)
17
228 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
6.4 Superposições
1<.I)
IJ
= 1Pf
lj
+ 1/(I)
lj • (6.4)
Nos casos mais simplificados, sem o estudo pré-falta, adotamos ~PI= 1, Opu
em todas as barras e ignoramos o passo de superposição.
v,(a) v,(O)
~[: ~ Jx
1 1
v,(b) ª2 v,(I)
l l
v,(c) a ª2 v,(2)
1 1
Capítulo 6. Cálculo Matricial do Curto-circuito 229
/~O)
=[~ ~2 ~ lx
1
/~!)
1
2
1 a a
vpf
Jf(I) __k_
k - (!) . (6.5)
2
kk
1lj1c1) = (v/<t)
1
_ vf<t)) y~1)
./ lj .
(6.7)
• Superposição
A corrente de curto é obtida da solução da rede de falta, não necessitando de
superposição. A corrente de contribuição de cada ligação é obtida com a superposi-
ção da corrente pré-falta com a cmTente de falta:
230 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
1(1)
1)
= 1Pf
1)
+ 1/CI)
1) •
Da mesma forma, calculamos a tensão em uma dada barra i, 1:::;; i :::;; n, super-
pondo a tensão pré-falta com a tensão de falta:
Vj(!) = Vjpf + v/CI).
1c.1)
1)
=[(v.PI +v.fO))-(vpf +vfCI))]Y~1)
1 1 ./ } IJ'
• Componentes de fase
Obtemos a componente da fase a coincidente com a seqüência positiva e a-
plicamos as respectivas defasagens de 120 graus para as fases b e e.
• Superposição
A corrente de curto-circuito fase-fase já é a corrente de curto fase-fase de fal-
Capítulo 6. Cálculo Matricial do Curto-circuilo 231
• Componentes de fase
Obtemos as componentes de fase com as matrizes de transformação utilizan-
do as componentes de seqüências positiva e negativa, impondo componente de se-
qüência zero nula em todas as operações.
Vejamos a seguir os curtos com envolvimento da tena, e portanto da seqüên-
cia zero, que são o curto fase-terra e o curto dupla-fase-terra.
f(s) _ Vkpf
Jk - (O) (1) (2) '
(6. 1O)
2 kk + 2 kk + 2 kk
O cálculo das correntes nas ligações é análogo aos casos anteriores, podendo
existir correntes pré-falta, mas apenas de seqüência positiva. A principal diferença é
que, devido ao envolvimento da terra, devem ser consideradas as três seqüências
nos cálculos de tensão e corrente. Em particular, na seqüência zero levamos em
conta as mútuas de circuitos em paralelo, entre as ligações mn e ij.
Por exemplo, para um circuito duplo ij - mn, calculamos as correntes nas li-
l l
gações usando a matriz primitiva de admitâncias:
YJ~,~~: admitância da matriz primitiva dos elementos, mútua entre as ligações ij e mn,
:
~l&º) admitância da matriz primitiva dos elementos, própria da ligaçãoij.
Nas demais seqüências desprezamos as mútuas de circuitos em paralelo:
• Superposição
A corrente de curto fase-terra na rede de falta já é a corrente de curto na barra.
As correntes nas ligações, de seqüência positiva, são obtidas superpondo-se a
corrente pré-falta com a corrente de falta:
v.CI)
1
= v.Pl + vf(l)
1 1 •
• Componentes de fase
Obtemos as componentes de fase com as matrizes de transformação utilizan-
do as componentes de seqüências positiva, negativa e zero, em todas as operações.
vPf
/(!) - k
(6.13)
Jk - i')
kk
+ z(O) li z( 2)
kk kk
'
(2)
2
Jf(O) --Jf(l) kk
k - k (O) (2) ' (6.14)
2 kk + 2 kk
(O)
2 kk
1kJ(2) -__1kJ(l) (O) (2) . (6.15)
2 kk + 2 kk
J[
lj
(s) = (v.f (s) _V [(s)) y~s)
I ) lj
• Superposição
A corrente de curto-circuito dupla-fase-terra de falta já é a corrente de curto
na barra.
O cálculo das contribuições é análogo ao do caso do curto fase-terra, podendo
existir correntes pré-falta, mas apenas de seqüência positiva.
Componentes de fase
Obtemos as componentes de fase com as matrizes de transfonnação utilizan-
do as componentes de seqüências positiva, negativa e zero, em todas as operações.
EXEMPLO 1
Para o exemplo a seguir, serão calculados os valores de curto trifásico, curto
fase-terra, curto dupla-fase e curto dupla-fase-terra, além dos fatores de sobretensão
para curto fase-terra e curto dupla-fase-terra.
A rede será a mesma do exemplo 1 do capítulo 4, exceto que analisaremos
também a possibilidade de um segundo circuito na linha de transmissão.
sistema conjunto de
equivalente motores sincronos
60km 4
13,8/69 kV 69/13,8 kV
Figura 6.2: Rede exemplo para cálculo de curto-circuito.
=============================================================~
================~~===========~===============================================
*** Curto circuito franco na barra (3) ***
Vbase= 69.00 kV 1 Sbase= 100.00 MVA 1 Ibase= 0.837 kA 1 Zbase= 47.61 Ohms
---EQUIVALENTE DE THEVENIN DA BARRA---
Vthl= 1.000 fase O (pu) 69.00 fase O (kV)
Zthl= O+j0.3527 (pu) O+jl6.7934 (Ohms)
ZthO= O+j0.1777 (pu) O+jS.4598 (Ohms)
7 .1 Introdução
O planejamento e a operação de sistemas de energia elétrica têm como finali-
dade atender ao contínuo crescimento da carga assim como suas variações diárias e
sazonais. Uma indústria de grande porte, uma rede de distribuição de energia elétrica
ou mesmo todo o sistema elétrico integrado nacional (SIN) são exemplos de sistemas
de potência. O atendimento da carga, representando os consumidores de energia elé-
trica residenciais, comerciais e industriais, é uma tarefa que requer a previsão de ins-
talação de novos equipamentos e reforços nos sistemas de transmissão e distribuição,
assim como sua adequada utilização nos procedimentos operativos.
A análise do fluxo de potência no atendimento das cargas pressupõe a dispo-
nibilidade de ferramentas adequadas e confiáveis, principalmente quando o sistema
envolvido é de grande porte. Para o correto dimensionamento da rede elétrica, den-
tro dos critérios vigentes e normas de projeto, é necessário comparar alternativas de
transmissão e construção de novas linhas, programar investimentos de geração,
assim como adequar a compensação reativa necessária.
Na solução de circuitos elétricos, em regime permanente, estamos habituados
a tratar com redes com impedâncias fixas e conhecidas, formando um sistema linear
de equações. Na solução de uma rede elétrica, colocada na forma de um problema
de fluxo de potência, a formulação é um pouco diferente, pois algumas impedâncias
para a terra, principalmente aquelas conectadas a determinados pontos de entrega de
energia, como subestações, também conhecidas como barras de carga, não são co-
nhecidas a priori. Como exemplo, não se pode afamar que uma barra, representan-
do uma cidade ou uma indústria, tenha uma impedância para a terra determinada e
que a mesma seja constante para diferentes condições operativas da rede. A forma
usual encontrada como mais adequada é admitir que a potência complexa, absorvi-
da por algumas barras de carga, tenha uma potência determinada e admitida cons-
tante dentro de certas flutuações da rede. Sendo a potência complexa o resultado do
produto fasorial de tensões e correntes, surge essa característica de não linearidade
das equações envolvidas, objeto de nossas considerações neste capítulo.
240 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
Além disso, sabemos que a potência complexa, em função das grandezas fa-
soriais de tensão e corrente, é definida pela expressão:
S = VI * . (7.2)
A associação das expressões (7 .1) e (7 .2) pode ser escrita em uma forma mais con-
veniente:
P-jQ
I= * '
V
V2 Lfh V1L B1
R + )X
~
E 2 1
1
i
fJ + JQ1
1 = V2 L. B2 - Vi L. B1
R+ JX
V2 -VjL.81 _ Fj - JQ1
R+j X Vi L. -81
ou:
na qual:
A=RFj +XQ1 ,
B = X.Pi - RQ1 •
A equação com variáveis complexas pode ser decomposta em duas equações, rela-
tivas às componentes real e imaginária.
Igualando-se a parte real dos dois membros, obtemos:
2
VjV2 cosB1 -Vj =A,
e portanto:
242 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
ou:
B
sen81 = - - - .
ViV2
Nesse caso simples, sabemos que:
2 2
sen 81 + cos 81 = 1 .
(7.4)
EXEMPLO 1
Com tensão nominal na barra de geração, obter a tensão na barra de carga I,
para a rede da figura 7 .1, conhecendo a potência complexa nessa barra.
Dados da rede:
Tensão nominal de linha: 69 kV,
R=30 km,
X'= 0,555 Q/km,
R' =O
'
Pi =lOMW,
Q1 =0.
Capítulo 7. Fluxo de Potência em uma Rede Elétrica 243
A =O e B = 0,035.
Montamos a equação (7.4):
2
x 4 -x 2 +l,225x10-3 =0, chamando y=x ,
y 2 - y + l,225x10- =O,
3
Y1=0,9988 ou Y2 = 0,0012
Como:
-J!íV2 sen81 = B,
7.3.1 Barras
De certa forma, para cada barra i, as correntes absorvidas pelas cargas são de-
finidas pelas quatro variáveis básicas f1, Q;, V; , B;, com os fasores de tensões escri-
tos na forma polar, como na equação (7.3).
(7.5)
Vi V2 V3
Z12 Z23
-
112 -/23
~ !3
P3 + .JQ3
V.L.B. -V.L.B.
] .. = 1 1 J J
lj z ..
lj
~L~ ~ L~
O fluxo de potência por fase, entrando na barra) e dirigindo-se à barrai, é dado por:
Sjl.. =VJ.fjl*..
O fluxo de potência por fase, chegando na barra), proveniente da barrai, é dado por:
s ..( .) = V.f.
ljj
*.
JIJ'
(7.7)
ou:
J .. = -s .. c
J.) .
s .. = v.1 *
jl jl lj
Sabemos ainda que a soma das potências em uma barra é nula, o que decorre da
primeira lei de Kirchhoff, portanto SiJ(J) = -- SJi .
Capítulo 7. Fluxo de Potência em uma Rede Elétrica 247
• Perdas na transmissão
Como vimos, a corrente é a mesma, porém as tensões são diferentes, o que
explica a alteração no fluxo de potência calculado nas extremidades da linha de
transmissão, cuja diferença é responsável pelas perdas na transmissão, dada pela
expressão:
L1Slj.. = slj.. -SIJJ'
..( .>
L1Slj.. * = L1V..f..*
= V.J *.. -VJ.f.. (7.8)
li} lj ljlj '
L1V
R+jX
L1V=(R+ 1X)P-JQ,
V1
AV RP+ XQ . -RQ+ XP
a = +1~~~~
V1 V1
Em uma boa parte das linhas de EAT e nos transformadores, em uma primei-
ra análise, podemos desprezar o efeito da resistência em relação ao da reatância
indutiva. Fazendo R :::::. O, resulta na queda de tensão:
248 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
L1V = XQ + j XP . (7.9)
VI
V I
(7.1 O)
Em geral, com os valores mais usuais para essas variáveis, a parcela imaginá-
ria tem um efeito preponderante na abertura angular entre as tensões e dessa forma
o fluxo de potência ativa atua principalmente no atraso do ângulo da tensão da batTa
final} em relação à barra inicial i.
Considerando Q = O:
XP
L1V=-j-.
VI
1 1----
: XQ
XP: -
V;
-
sIJ. o
V;L.B;
-
Iu z..
l) V;L. (}J
-
Su(J)
I
i f;, y
.1
s1j.. c.)=v(/.+/,)
I I 1j I '
(7. 11 )
na qual Iit é a corrente para a terra no elemento e I.i, é a corrente para a terra no
elemento ~i.
A expressão (7.11) pode ser reescrita como:
x(k+I) = 7 -( x(k) )5
Desse modo, é simples obter a solução do polinômio sem maiores recursos ma-
temáticos. Obviamente o número de iterações irá depender do valor inicialmente adota-
do x(O), ou seja, de quão próximo esteja esse valor da solução final da variável x.
A solução de um problema de fluxo de potência em uma rede elétrica, por
meio do algoritmo de Gauss, tem estreita correspondência com o algoritmo do pon-
to fixo.
Vejamos como seria a solução do fluxo de potência da mesma rede elementar
do exemplo 1, anteriormente apresentado, com o método iterativo de Gauss.
carga
rede
----1-.,i
(9~~--
E 2 l
P+JQ
ções, uma para a corrente equacionada sob o ponto de vista das restrições da carga e
outra sob o ponto de vista das restrições da rede elétrica, conforme o encaminha-
mento a seguir:
i) Equação da carga no passo k segundo a equação (7 .3):
I(k) = P- jQ
v<k)* .
Z21
ou:
Ví(k+I) = E-Z2if?).
EXEMPLO 2
Aplicar o algoritmo de Gauss ao exemplo 1, adotando um erro de
Ev = Ee = O, 005 .
lª Iteração
Como em princípio todas as barras da rede devem operar com um valor pró-
ximo da tensão nominal, seria razoável adotar como ponto de partida de qualquer
solução iterativa o valor inicial de 1,0 pu.
Adotaremos um valor inicial na primeira iteração, k = O, para módulo e fase
da tensão na barra de carga, como uma primeira tentativa v} 0 ) =O, 9LOº, proposi-
talmente diferente do valor de 1,0 pu.
Para a solução na carga, aplicando i), observando que os índices superiores,
entre parênteses, referem-se ao número da iteração, encontramos:
/O) = l - jO = 1 ILOº
1
O 9LO ' '
'
sendo fixados p 1 = 1 e q 1 =O .
Para a solução na rede, aplicando ii), usando a corrente obtida com a equação
na carga itº), tem-se:
/I)
1
= lLOº -1 ' 1x1·0' 035 ,
vf !) =1L- O, 03848.
Comparamos o valor da tensão, obtido com o equacionamento na rede, com o ante-
riormente proposto para o equacionamento na carga, que devem ser iguais. Encon-
tramos a solução se o erro estiver dentro de uma determinada precisão.
Erro no ângulo da tensão:
/Lte/ = 0,0385
Erro no módulo da tensão:
Como o erro no valor angular está acima do critério de parada, repetimos o proce-
dimento numa segunda iteração, tomando agora o valor previamente obtido na rede
e impondo na carga vf 1) =1L - O, 03 848 , reiniciando o processo.
Capítulo 7. Fluxo de Potência em uma Rede Elétrica 253
2ª Iteração
k = 1.
Com o erro dentro da precisão desejada. Para uma precisão maior damos continui-
dade ao procedimento iterativo.
na qual [!] é o vetor coluna das correntes fasoriais injetadas nas barras, [V] é vetor
coluna das tensões fasoriais nas barras e [Y] é a matriz de admitâncias nodais.
Reescrevendo a equação da potência complexa (7.3), para uma determinada
barra de carga i:
obtemos:
11
v,(k+I) = _l [
I y..
P; - )Qi _
v(k)*
~ Y.Vk J
L.J 1) } '
(7 .17)
li . ;=!
I }"'i
v.u+1)
I
= _1 ( P; -
y. v(k)*
JQi _ ~ y.v~k+1) _ .~
~ IJ }
~ y.v~ J lj }
(7 .18)
li i j=l 1=1+l
Vejamos como obter a solução de uma equação não linear com o método ite-
rativo de Newton-Raphson, também conhecido como método das tangentes. Tal
método enquadra-se em uma proposição que busca levar em conta o gradiente da
função a cada passo de execução.
Capítulo 7. Fluxo de Potência em uma Rede Elétrica 255
df(x)
L1 f (X) = L1x .
dx
f(xo)
1
1
y-.f(xo) :
-----------~-----
!
1
y
o
X
.f,n ( xi
(O) (O)
,X2
(O))
, ... ,xn +afn
- L1x1 + ... +~fn- L1xn ==Yn·
axl x(O)
!
dXn (0)
XII
'
Capitulo 7. Fluxo de Potência em uma Rede Elétrica 257
=
-Ô/ 11
1 (0)
ÔX11 XII
Escrevemos:
e voltamos ao passo 2.
fJ - JQ1 = Vi*LYí1V1,
j=I
11
P2 - JQ2 = v;Ir21V1,
j=I
(7 .22)
11
1J 1J '
ou:
11
P-1·Q·
I I ~ I ) .J -e.1 )+ .;·sen(B·.J
= "vv.[cos(B· -e.)](G·1J + .1B··)
1 l)
}=1
Capitulo 7. Fluxo de Potência em uma Rede Elétrica 259
Resultando em:
n
P; = L ~V; [ Gu cos ( B; - ei )- Bu sen ( B; - ei) J' (7.23)
j =I
n
Qi = - L ~V; [ Bu cos (B; -ei) + Gij sen ( B; - ei) J. (7.24)
j=I
e
Considerando a= 1 - Bi, podemos reescrever as equações de potência ativa
e reativa da seguinte fonna:
n
P1 = v,20 .. +"V.V.
1 L.J J (G .. cosa-E .. sena)
li 1 lj lj ,
(7.25)
j=I
Ji:i
º.
I
=-V. B .. - "vv. (e ..
I
2
li L.J
n
I ) !f sena+ B1).. cosa) • (7.26)
J=l
j#
• Barras de carga
Para uma barra de carga, supondo P; e Qi conhecidos, as equações acima se
enquadram na fonnulação anterior para o método de Newton-Raphson, sendo o
vetor de incógnitas composto por ângulos ei e módulos ~ .
Construímos as derivadas parciais, por meio de uma fonnulação bem difun-
dida, proposta inicialmente por Van Nesse Griffin:
[d:J =[ ~~]
260 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
d}j é)Ji
ae1 ae11
H=
aP,, aP,1
d81 ae11
V, ªPi V é1?i
11 av
N=
lªVí 11
V, é1P,1 V (jpn '
!ªVi 11 av 11
ªº!
CJB1 ()Bn
ªº!
]=
ªºli
CJB1 ()Bn
ªº11
V,ªº!
ICJVj
V CJQ1
11 av
11
L=
V, ()Qn V CJQ11
1 CJVj 11 av
11
H .. =()f>:
-- 1
=-V.V. ( B- -cosa+G- sena )
u ae . 1 1 lj lj ·
J
b) Elementos da diagonal:
aJ>: aP aª
1
-=
In vv. (G- -sena+B .. cosa)
1
1
--
1
lj '
1
}'Í'i
na qual:
da = -l.
ae. 1
Capítulo 7. Fluxo de Potência em uma Rede Elétrica 261
2
H li.. =-Q.-VE
1 I
..
li '
a) Fora da diagonal:
àPi
N .. =
lj
v.1 -- ' 1 (e .. cosa-E .. sena)
av. =V.V- }
lj lj ·
b) Na diagonal:
()p n
N .. =V
li I
1
av- =V 2V.G .. +V""
~
v.G .. (cosa-E-· sena)
I I li I } lj lj ,
I j==I
j=t.i
()p1 2
N .. =V - =P+V Gl..i '
li 'av. I
I 1
a) Fora da diagonal:
J .. = -
lj
ªª ' (
ae./.
= V.V. E .. sena - G .. cosa
1 lj ''
)
·
b) Na diagonal:
n
J li.. = - "'(B
L..,;
. sena -
lj
e..1/ cosa) vv.
'l '
j ==I
j =t.i
262 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
J li.. =P-v-c ..
I 1
)
li º
a) Fora da diagonal:
L·11 =V·--=-V.V.
J av . ,J ªºi J
(s ..
lj
cosa+Glj.. sena ) .
b) Na diagonal:
oQ· n
[..li = V -1 =-V.2V.B
t:1v. 1 Ili
.. -V"
tL,.j
v. (s .. cosa+ e.. sena)
1j 1) º
O 1 j=I
j-:t.i
Obtemos:
r.. =Q.-v?s ..
li / / li •
..
H IJ.. =L·lj eJIJ.. = -Nljº
Algoritmo:
Elementos
Submatriz
Fora da diagonal (i,j) Da diagonal (i,i)
(Jp 2
H
(Jp
1
--
/ 1 ( Bu.. cosa+Gu.. sena )
ae . =-V.V. ()~. = -Q; -V; B;;
I
}
(Jp ?
N v.1 --
(Jp =V.V. ( G .. cosa-B.. sena )
av.
1
1 1
u lj
v -1 =P+v-c
I av I I
..
li
./ I
J ªª. ( .
- - = vv
ae ./
1
. B.. sena-e .. cosa
.1 u lj
) àQ;
-
ae.I
2
= P, - V, Gli..
L ªº·
v. - -1 =-V.V.
.1 av .
}
1 1 (s ..
u
cosa+ G .. sena
u ) ªº'
V
1
-1 =Q·-V
av , ,2 B11..
1
Lembramos que:
264 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
.. J lj.. =-Nlj'
H lj.. =LIJ' ..
• Barras de geração
Apresentado o tratamento das barras de carga, resta portanto comentar a in-
clusão das barras de geração, do tipo PV, no equacionamento.
Essas barras de tensão controlada, na formulação em coordenadas polares,
são levadas em conta de modo trivial, pois como a potência reativa desse tipo de
barra não é especificada, a equação correspondente a Qi não é necessária. Além
disso, sendo o módulo da tensão nesse tipo de barra constante, as derivadas parciais
em relação a V; são nulas, e portanto desnecessário o cálculo de L'.1~ . Desse modo,
ao considerarmos essas barras, simplesmente descartamos a linha e coluna corres-
pondentes a Qi, do sistema de equações.
Para a barra de geração selecionada como swing, ou do tipo VB, simples-
mente eliminamos as equações correspondentes de potência ativa e reativa, por
razões análogas. Como não conhecemos a priori as perdas do sistema, antes de
resolvê-lo, é óbvio que não podemos trabalhar apenas com barras do tipo PV e do
tipo PQ, dada a impossibilidade de fixarmos a potência ativa em todas as barras de
geração, ficando assim clara a necessidade de pelo menos uma barra do tipo Ve.
Dado um sistema com n barras, composto por nc barras de carga do tipo 1,
ng barras de geração do tipo 2 e uma barra de geração oscilante, n = nc + ng + 1, a
ordem do sistema de equações a ser resolvido iterativamente será 2nc + ng.
EXEMPL03
Vejamos a solução do nosso exemplo elementar com a aplicação do método
de Newton-Raphson.
Capitulo 7. Fluxo de Potência em uma Rede Elétrica 265
Temos:
ql = 28, 57 [V~ - J
V1 COS ( 82 - 81) = 28, 57 (V~ - Vl COS 81) .
As potências calculadas para a estimativa inicial são:
p}º) =o'
q[º) =o.
Obtemos as diferenças entre valores calculados e especificados:
Ll P
(0)
= P1e - P1 = -1 '
0
como Llp[ > = -1, continuamos os cálculos.
1ª Iteração
Definimos o vetor de diferenças das incógnitas:
H(O)
[ LlD(O) J= [](O) J[LlX], ](O) =
[
](O)
2
iJ' = q[O) -( v[O)) b1 l = 0+1X28, 57 = 28, 57 .
[L1X] =[28,57
o
O
28,57
]-I x[- 1] =[-0,035]
o o '
P l(t) = v(t)
1
28 57sen
'
(e<11)) = 1x28' 57 sen (-0' 035) => p(t)
1
=-O 9998
' '
qf!) =28,57 [ (vf l )' -vf !) cos(ef1l)] =28,57 [ 1-cos (-0,035)J=> qf 1l=0,O175,
L1p~ = p~ - p~l) =-l+0,9998=-0,0002 ,
2
- (1) ( (l) ) - 2 -
H 11(1) --q 1 - v1 b11--0,0l75-l x-28,57-28,5525,
268 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
2
ln) = pf 1) - ( vf 1)) gl 1 = -0, 9998-1
2
X 0 = -0, 9998,
2
L(1) - (1)
11 -q 1 - ( v 1(1) ) B11 --0,0175+1 2 x28,57-28,5875,
-
pf 2
) =O, 9994x 28,57 sen (-0, 035) = -0, 9991,
Como:
EXEMPLO 5
Aplicaremos o método de Newton-Raphson a um sistema de quatro barras,
conforme a figura 7.12, na qual apresentamos os dados de barras e admitâncias de
ligações em valores por unidades.
Desenvolvimento das equações de potências nos nós, considerando as ex-
pressões:
P= ~vv.[c
~1 J
. cos(e.J -e.)-B . sen(eJ.-e.)]
1 lj 1 lj 1 '
J=I
Capítulo 7. Fluxo de Potência em uma Rede Elétrica 269
0,5- )5 1- )3
0,2- )3
3 pq
p3 = -0, 6 q3 = -0, 1
n
Qi = - L~VJ [ Bu cos( BJ -Bi) + Gu sen ( B.J -Bi) J.
)=l
VI= 1,05,
q (O) = -0 25
2 ' '
L1pf O) = pf - pf O) = 0, 495,
L1piº) = p~ - Piº) = -0, 475,
L1pjº) = p) - pjº) = -0, 55,
L1qiº) = q~ - qiº) =O, 05 ,
jL1P(O)j<0,001 e jL1Q(O)j<0,001,
lª Iteração
0,495
-0,475
[ L1D(O)] = -0, 550 ,
0,050
0,050
Capítulo 7. Fluxo de Potência em uma Rede Elétrica 271
-0,0370
-0, 1219
[ L1X] = [;(O) J-I [L1D(O) J = -0, 1118
-0,0028
-0,0055
Sabendo-se que:
( l)
L1B = f)(l) - f)(O) e L1V =----
V v<t)
Temos:
f]Cl)
1
=-O 0370
' '
e<21) = -O , 121 9, ej 1) =-0,1118.
Calculamos os novos valores de potência para as tensões e ângulos obtidos na
iteração anterior:
P 1(l) =o , 6019 ,
P 3(l)=-05919
, '
qj 1) = -0, 0728.
L1pf ) =
1
pf - pf 1) =-0,0019'
Llp~I) = p~ - Pil) = -0, 0040,
2ª Iteração
-0,0019
-0,0040
J
[ LlD(I) = -0,0081 ,
-0,0188
-0,0272
-0,0018
[ LlX] = [1CI) r 1
-0,0024
[L1D(l)] = -0,0020
-0,0043
-0,0046
Sabendo-se que:
LlV (2)
=----
V
temos:
2 2
v(2 ) =O , 9929 , v(3 ) =O , 9898 ,
2
g(l ) =-O , 0388 , gC22) =-O , 1244, e~ 2 ) =-0,1138.
q~ 2 ) = -0, 0999 .
1
2
eC =-o ' 0388 '
) eC2
2
) =-o 1244
' '
e?) =-o, 1138.
A primeira hipótese admite que nas ligações temos a relação Ru «Xij . Sendo as-
sim, o método trabalha apenas com as susceptâncias extraídas da matriz de admi-
tâncias, compostas pelos elementos Bu . Os elementos da matriz de admitâncias são
calculados da seguinte forma:
º.=-" vv.s .
n
I ~ 1 J IJ'
(7.28)
j=I
L1P n n
- ' = "B ..
L.JIJ Lte.
I
- L.JIJ.. Lte.}'
"B
~ j =l j =l
j'f.i j 'f- i
Porém, das equações nodais, como desprezamos os elementos reativos para a terra,
sabemos que:
n
Bli.. =-"L.J B..
j =l
lj '
j 'f- i
e portanto:
L1P n
- ' = -B .. Lte. - "B .. Lte .
V li I L.J lj J
1 j =l
j 'f-i
L1P n
- V ' = "B .. Lte.J'
L.J IJ
i j =I
º. I
=-~vv
..
.s. .
L . . J i j lj
J=l
º
Ll( ºJ
V
=LlQ
V '
escrevendo:
LlQ·1 n
- =-~B - -LlV ·
V L.i IJ J'
I j=l
ou ainda:
(k)]
[Ll: = [ B'][ L18], (7.29)
Capitulo 7. Fluxo de Potência em uma Rede Elétrica 277
(k)]
L1VQ = [E"][ L1V] (7.30)
[
A seqüência de cálculo está condicionada aos seguintes passos:
1) Calculamos L18 da equação:
(k)]
[ L1: = [E'][ L18].
EXEMPL06
Fluxo de potência com o método Newton-Raphson desacoplado.
A rede a seguir é composta por um gerador, uma linha de transmissão de 69
kV, um transformador abaixador 69/13,8 kV e duas cargas, uma na tensão de 69 kV
e outra na tensão de 13,8 kV. Obter as tensões nas barras de carga.
3 2
69 kV 13,8 kV
LT
Dados:
Pi =lOMW, Q1 =OMVAr,
Precisão adotada:
Transformador:
Yi2 =-}14,54.
p 1e = 1, O pu , q1e = O pu ,
Nesse caso particular, sem ramos reativos para terra e transformadores defasadores,
temos para as barras 1 e 2:
/O)= 1 0
1 ' '
v~O) = 1,0.
1ª Iteração
Cálculo de [L1P(O)].
Substituindo-se os valores iniciais em (a) e (b), obtemos:
P[O) =O,
p~O) = 0'
L1 (O) 10
P1 =-=--:.__ = -1 ' O,
(O) 10
VI '
L1 (O) 0 5
P2 = -=-.:..__ = -O 5
(O) 10 ' .
V2 '
-1,0]
[ -0,5
=[ -14,54
43,11 -14,54]x[L181]----t {L1B1 =-0,0525,
14,54 L1B2 L1B2 =-0,0869
Cálculo de [ L1Q(O)] .
No cálculo de q~o) já utilizaremos os valores de 81 calculados nesta iteração,
usando as equações da barra de carga da rede:
0
qf > = 0,048
q (O) = 0 0086
2 ' '
L1qf O) = qf - qf O) = - 0, 048 ,
L1Q(O)]
Cálculo de
[
V :
Capítulo 7. Fluxo de Potência em uma Rede Elétrica 281
(O)
L1q1 = -0, 048 =-O 048
v, (O) 10
'' '
(O)
L1q2 = -0,3836 =-O 3836.
(O) 10 '
Vz '
za Iteração
Repetindo o processo, utilizamos agora os valores do Bi e Vj calculados na
iteração anterior.
Cálculo de [,1p(I)] :
(1)
L1p1 = 0,0045 = o 0046
(!) o 9849 ,
V! '
282 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
Cálculo de [r/ 2 )] :
(1)]
[ L1: = [E'][ L1B],
e<12 ) = g(I)
1
+ L1B1 =-O ' 0525 -O ' 0009 =-O ' 0534'
e<2 2) = g(I)
2
+ L1B2 =-O ' 0869-0 , 0029 =-O ' 0898 .
Cálculo de [L1Q(t)] :
Cálculo de [ v< 2 )] :
Capítulo 7. Fluxo de Potência em uma Rede Elétrica 283
(1)]
LlVQ = [ B"] x [ L1V],
[
-0,0024] =[-43,11 -14,54]x[L1v1 ] ,
[ -0,0169 -14, 54 14,54 L1v2
v(12) = v(I)
1
+ Llv1 =O ' 9849- O, 0007 =O , 9842 '
v(22) = v(l)
2 + Llv2 =O ' 9585- O, 0018 =O' 9567 .
3ª Iteração
Cálculo de [L1P( 2 )] :
2
P1( ) = -1 ' 0026 '
2
P2( ) =-O ' 4982 '
(2)]
[ Ll: = [B'][L1B],
284 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
g(13 ) = g(12) + L1B1 =-O ' 0534- O' 0001245 =-O , 0532 ,
g(23 ) = g(22) + L1B2 =-O ' 0898-0 ' 0001062 =-O ' 0899 .
2
q1( ) =o ' 0017 '
2
q ( ) =-O 3733
2 ' '
que são valores, em módulo, inferiores à precisão adotada. Dessa forma, encerra-
mos os cálculos, obtendo os seguintes valores como solução para o problema:
VI= 0,9842, 81 =-O, 0532,
V2 = 0,9567, B2 =-0,0899.
7. 7 Referências Bibliográficas
ESTABILIDADE
8.1 Introdução
Figura 8.1: Modelo clássico de uma máquina síncrona conectada a um barramento infinito.
Sendo:
V LOº : tensão do barramento infinito,
ELô: tensão interna do gerador, com E fixo e 5 variável,
X: reatância total do sistema entre o barramento infinito e a tensão do gerador.
Desse modo, a máquina síncrona é representada por urna força eletromotriz
atrás de urna reatância transitória denominada Xd . A reatância X da figura pode
englobar a linha, o transformador e a reatância transitória da máquina.
(8.1)
Capítulo 8. Estabilidade 287
p - EV ---------------
11/GX - x
TC /2
i* = ;· _(E_L_-_S)_-_(V_L_Oº_)
. X
Obtemos a potência complexa fornecida pelo gerador, a partir da tensão in-
terna ELS:
*
S=El, (8.2)
.(EL-8)-(VLOº)J
S=ELS ( J ,
X
(8.3)
EV
P=-senS. (8.4)
X
É interessante notar que, como não há perdas nesse modelo elementar, a po-
tência ativa transferida será a mesma em qualquer ponto da rede.
288 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
p
3
1
1
1
1
1
1
:
----------y---------- 2
~li 1
1
1
1
1
1
1
J[ 12
Figura 8.3: Curva da potência ativa transmitida em função do ângulo 5 numa condição
operativa de equilíbrio.
EXEMPLO 1
Obter a curva Px 5 e o ponto de operação de urna máquina ligada direta-
mente ao barramento infinito. Os dados são fornecidos em valores por unidade:
Reatância transitória do gerador: xd = O, 3 pu.
Tensão do barramento infinito: v = lLOº pu .
Potência entregue ao barramento infinito:
Solução:
Obtemos a tensão interna E, calculando a queda de tensão a partir do valor da
corrente e da potência complexa. Com v = 1 pu , ternos s = i* .
ev
p =-, senô,
xd
p = 3,877 sen ô
P(pu)
3,877
0,9
5 = 13,43º
(8.5)
w = w,. - w.
1. •
(8.6)
P,,1 p
ú)
f I
gerador 1- _1ª
_1h
- 1e
P,111 1
1
-
disjuntor
curto 3~
p
P antes do curto
Potência acelerante
Ôo i Ôa
P durante o curto
P após o curto
p = P,11
ra, obtemos uma aceleração negativa tendendo a diminuir o ângulo e assim por diante.
O novo ponto de equilíbrio final depende da curva Px <5 e da potência me-
cânica P,11 , para a condição final do sistema. Neste caso particular, a curva P x <5
final coincide com a inicial, assim como a potência mecânica P,11 , retornando o
sistema ao seu ponto de equilíbrio original 50 . Em um caso geral, se ocorrer uma
modificação permanente no sistema, a sua curva Px <5 deverá se alterar na condi-
ção final, assim como o novo ponto de equilíbrio.
Um critério que pode ser empregado, para análise da estabilidade, é o critério
das áreas iguais, com o qual podemos demonstrar que a condição de estabilidade é
dada por uma área de aceíeração A1 menor ou igual à área de freio A2 .
Para a estabilidade, vemos então que alguns aspectos são básicos, como as
condições de operação do sistema ( P,11 , P, E , <5 , X) antes da ocorrência e o tipo de
defeito. Nesse caso, vimos um defeito muito grave, que leva a potência elétrica a
zero, no entanto, existem outros nos quais parte da potência ainda é transmitida.
Podemos incluir outros aspectos como o tempo de eliminação do curto, seqüência
de atuação da proteção, etc.
Devemos ainda lembrar que os fenômenos elétricos reais são mais complexos
que os exemplos simplificados expostos anteriormente, sendo necessário representar
a existência de outros torques elétricos, dados por representações mais detalhadas
de enrolamentos da máquina e da atuação de reguladores de tensão e velocidade,
etc. Nos sistemas reais existem ainda outros fatores que introduzem amortecimento
nessas oscilações, que não estão incluídos em nosso modelo.
(8. 7)
Capítulo 8. Estabilidade 295
(8 .8)
na qual:
Tm: torque mecânico,
Te: torque eletromagnético.
Vimos anteriormente que a posição angular do rotor o é expressa pela equa-
ção (8.5):
O = ((l)r - úJ.1· ) t + Oo
(8 .9)
-
J u~_T,n Te
- - - (8.1 O)
T,, T,1 T,1
1 7
wk = -J m,~.
2
Então:
J
(8.11)
296 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
Sabendo que a potência nominal é dada por P,1= m11 T, 1, reescrevemos a ex-
pressão (8.11) acima da seguinte forma:
(8.12)
(8.13)
(8.14)
_!_ _ m,1
P,1 {J)n Tn
2H ··
- Ó = pm-P (8.15)
{J)n
Pa = Pm - P·
Capítulo 8. Estabilidade 297
Pm
-
dm -
Pa
dt a
dó
na qual úJ e Pa é a potência acelerante.
=-
dt
Podemos escrever a derivada parcial a seguir, utilizando a regra da cadeia:
dó dó dm
dt dm dt
dó dm p
- por m e - por _!!__ ,
dt dt a
298 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
(8.17)
ou ainda:
(8.18)
Pe
ôf
locado de outra forma, podemos entender o critério das áreas iguais tomando como
base a equação (8.18), ou seja, para que a velocidade, inicialmente nula em 0 , o
torne-se novamente nula em ºr, é necessário que a integral da potência acelerante
o
seja nula no intervalo 0 -5 , o que de fato ocorre quando A1 = A2 •
1
Esse critério das área iguais é útil no entendimento de diversos fenômenos
em sistemas elétricos de potência. Um caso bem interessante é o da análise de uma
perturbação iniciada por um curto-circuito, seguido da abertura de linha, confonne
indicado na figura 8.11.
ace:leração
1
Uma das avaliações é saber se, após a eliminação da falta, o sistema será ca-
paz de desenvolver torques sincronizantes que o conduzam a uma situação de equi-
líbrio, o que em suma se traduz em urna avaliação das áreas de aceleração e freio .
Há ainda uma questão relativa aos tempos críticos de atuação da proteção, que es tão
associados aos ângulos críticos de abertura de faltas.
O ângulo crítico de eliminação da falta océ definido pela condição de igual-
dade das áreas At e A2 , estabelecendo o limite angular de permanência da falta para
que o sistema seja estável após a eliminação do curto com a abertura da linha.
Em termos elementares, essas áreas têm correspondência com uma energia
acrescentada ou retirada do sistema pois a integral do torque, em um intervalo de
ângulo 5, corresponde a um trabalho executado e o torque é considerado igual à
300 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
dô
- = w rad/s
dt
e a aceleração:
dw 2H 2
-= - (p m - p) rad/s
dt OJ/1
Capítulo 8. Estabilidade 301
Pm Pa á)n á) ô(rad)
+ -- 1/s
,.. _ 2Hs ( rad/s)
p
EV
-seno
X
EXEMPLO 2
Neste exemplo aplicaremos o critério das áreas iguais a um caso bem simples
de curto-circuito em uma barra, suposta como um barramento infinito, à qual se
conecta um gerador. Observamos que estamos trabalhando com um caso idealizado
de barramento infinito, que apresenta uma contribuição infinita para a corrente de
curto, a qual não será objeto de nossa análise.
A reatância total entre a tensão interna e a barra é de O, 4 pu e a tensão interna
do gerador é fixada em e= l, 1 pu . A potência elétrica fornecida ao barramento é de
1 pu . Vamos determinar o ângulo crítico de abertura do curto, ou de eliminação do
curto, para que o sistema permaneça estável.
X= Ü,4
l,lxl s:
1 =--senu1 ,
0,4
8 1 = 0,372 rad,
o2 = rc - 8 1 = 2, 77 rad.
A curva P x o é dada pela expressão em valores por unidade:
p = 2, 7 5 sen o ,
Pmax =2,75 ·
Pm =l .
p (pu)
Pmax = 2, 75
Pm = 1,0
A área A2 é calculada como a área sob a função senoidal menos a área do re-
tângulo.
o o
A área sob a função senoidal, em um intervalo 1 - 1 é dada por:
A-
- f,ºr
o· Pmax sen o- (- Pmax coso )lºro· -- Pmax (cos oi - cos ol ) .
/ I
Capítulo 8. Estabilidade 303
p ( cos Ô; - cos 5f )
EXEMPL03
O sistema a seguir apresenta um gerador fornecendo potência ativa, p = 1 pu,
para um barramento infinito, por meio de um transformador e dois circuitos com
reatâncias iguais. Verificaremos a máxima excursão angular que ocorre quando os
disjuntores d 1 e d 2 fazem a abertura de um circuito.
X = 0,4
X= 0,4 X= 0,2
l,IL'.o
p = 2, 75sen b'.
X= Ü,2 X= Ü,4
1,} X 1
p =--sen b' = 1,83sen b'.
0,6
p (pu) antes
p1 = 2, 75
após
p2 = 1, 83
Pm = 1,0
Ôe
Obtemos o ângulo 6e :
1, 83 sen 6e = 1 ,
6e = are sen ( -
1
1,83
-J
=O, 577 rad
2,077=6r+1,83cos61 .
Nesse caso, resolvendo por tentativas, encontramos 61 =O, 794 rad, embora
possamos também aplicar um algoritmo de solução mais elaborado, como por e-
xemplo o método iterativo de Newton-Raphson.
EXEMPL04
Um gerador síncrono, conectado à barra A, está fornecendo a potência indi-
cada na figura 8.19 a um grande sistema B, que pode ser representado como um
306 Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
barramento infinito. A linha A-C, que está operando em vazio, sofre um curto-
circuito no terminal C. Determinar o ângulo máximo de abertura do disjuntor d para
que o sistema permaneça estável.
Dados em pu:
Gerador: xd = 0,3pu.
Transformador: x, = O, 1pu.
Linhas: x = 0,4pu.
Tensão na barra A: v A = 1, Ol 9L24,33º.
Potência entrando na barra A: s = 1, 0496 + jO, 275 pu .
ILOº
s
x = 0,4
d
B
X= Ü,4
e
Figura 8.19: Circuito referente ao exemplo 4.
Solução:
Conhecidas a tensão e a potência na barra A, calculamos a corrente:
s =vi*,
i = l,065L9,646º .
Obtemos a tensão interna do gerador, sabendo que a reatância entre essa ten-
são e a barra A é dada por x~ + x1 :
Pm = 1, 0496 pu.
Capítulo 8. Estabilidade 307
l,2xl
Pi = 0,8 =1,5 pu.
A B
1 j0,4 3 J0,4 2
1 2 3
[- j2,5
o j2, 5 J
Y= O -)2,5 )2,5 .
)2,5 )2,5 -)7,5
Yi 2
= ·(o-
J
2,5x2,5J= . _
- 7, 5
l
J 1, 2.
y,i2 . 1
=-112,
'
correspondendo a uma reatância xi 2 = jI, 2 pu .
Na situação 2, com o curto-circuito, obtemos a potência máxima da curva
P x 8, com essa reatância equivalente calculada.
p =1,2xl=l
2
1,2
p (pu)
Pm = 1,0496
Temos as áreas:
Ai = p m ( 8c - 8i ) - p 2 ( cos 8i - cos 8c ) ,
1,0496 = l,5sen 81 ,
Capítulo 8. Estabilidade 309
ó1 =0,775 rad,
ó2 =Jr-ó1 =2,366 rad.
Obtemos:
EXEMPLOS
O sistema está operando em regime permanente, conectado a um barramento
infinito, quando ocorre a abertura de uma linha através da operação dos disjuntores
d 1 ed2 •
Dados:
Gerador xd = O, 3 pu ,
Transformador x1 = O, 1 pu ,
Linha x1 = 0,8 pu,
Tensão interna do gerador e= 1,2L39,30º.
Determinar o ângulo máximo de religamento da linha, com o fechamento de
d 1 e d 2 , para que o sistema permaneça estável.
x, = 0,8 IL Oº
Solução:
Com o sistema em regime permanente, temos a reatância total entre o gerador
e o barramento infinito:
Obtemos as curvas P x 8.
1) Em regime permanente, ternos a potência máxima:
31 O Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência
= l,2xl =l 5
P1 O8 ' .
'
Com o ângulo de operação 8 1 = O, 686 rad conhecido, obtemos a potência a-
tiva transmitida, que coincide com a potência mecânica fornecida pelo gerador:
p = 1, 5sen (O, 686),
p = 0,95 pu,
Pm=0,95 pu.
l,2xl
P2 = =1 pu.
1,2
8 2 =1,253 rad.
P2 = 1,0
Pm = 0,95
Como A2 < A1, concluímos que com a abertura da linha, o sistema não é es-
tável, e desse modo, temos um saldo de área de aceleração de A1 - A? =LIA até o
ângulo 83 :
Como A3 + A4 > L1A, verificamos que está sobrando área de freio e portanto
o ângulo crítico de religamento está entre o3 e 84 • Desse modo, calculamos as á-
reas:
As = p m ( Ôc - Ô3 ) - P2 ( cos Ô3 - cos Oc ) ,
Finalmente:
1 Coordenador do LDSP
DEE I CTG I UFPE