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COLEÇÃO
HISTÓRIA
ISBN - 978-85-427-0179-1
3 ANO
FB70179
Ficha técnica
Diretor superintendente Jorge Yunes
Diretora adjunta editorial Célia de Assis
Gerente editorial Eloiza Jaguelte Silva
Consultoria técnico-pedagógica Valdeci Valentim Loch
Coordenadora editorial Osmarina F. Tosta
Editor Lúcia Chueire L. Witoslawski
Editor assistente Donália Jakimiu Basso
Valquiria Salviato Guariente
Revisão Etienne Vaccarelli
Francis Cabral
Revisão comparativa Roberta Bachstein
Coordenação de iconografia Ana Cláudia Dias
Assistente de iconografia Jéssica C. Ortiz
Licenciamento de textos Luiz Fernando Bolicenha
Coordenação de arte Solange Freitas de Melo
Editoração José Cabral Lima Júnior
Lineu Blind Ribeiro
Patricia Librelato Rodrigues
Ilustrações Cide Gomes
Roberto Weigand
Kleber Edney R. Santos
Tratamento de imagens J. V. Elorza
Projeto gráfico Laís Cristina Caldonazzo
Capa Rafael Hatadani
Imagem da capa Estúdio Motoca
A autora
Para refletir
Você sabia?
RESPONDA RESPONDA
PESQUISA ENTREVISTA ORALMENTE NO CADERNO
Nesta seção você vai encontrar
conteúdos complementares que Ícones: os dois primeiros indicam
auxiliam na compreensão do tema. estratégias de trabalho que serão
utilizadas. Os dois últimos apontam
de que forma as atividades serão
realizadas.
2
Um tempo para cada coisa, cada coisa
UNIDADE
Trabalhando juntos.............................. 62
4
O trabalho, o emprego
UNIDADE
e as profissões ...................................... 80
Capítulo 1 – Trabalho e profissões . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Divisão de tarefas . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
O ser humano e o trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
O trabalho na escola . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
As profissões . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
1 Cultura: uma
criação do homem
Esta pintura é
mesmo diferente.
O que será que estes
relógios representam?
E o resto do quadro?
10
Respostas pessoais.
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Acervo Iconographia
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Celso Pupo/Shutterstock
Desfile da escola de samba Paraíso do Tuiuti. Rio de Janeiro (RJ), 2013.
Você sabia?
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Laércio de Mello
Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.
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19
Você sabia?
A devoção a Nossa Senhora do Rosário foi difundida entre os
escravos africanos e deu origem às chamadas “Irmandades dos Homens
Pretos”, que construíram e administraram, desde o século 17, várias igrejas
no país em homenagem à sua padroeira.
20
coração
Mês de dezembro
vêm as boas-novas
A roça toda já se
embonecou
Uma oração
agradecendo a Deus
Queimada: queima do mato para preparar a
terra para plantar.
Aceiro: limpeza do terreno em volta de onde se
fará a queimada para evitar que o fogo se
espalhe.
Embonecou: no plantio, é quando nascem as
espigas de milho. Calendário representativo do plantio e
colheita do milho.
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complemento para esta atividade é descobrir que plantio é feito no período do ano no qual estiver
sendo executada esta atividade, bem como quais são os alimentos da época.
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prudkov/Shutterstock
com pesos que moviam
engrenagens e tocavam
uma campainha em
intervalos regulares. Relógio portátil
de bolso.
Estima-se que os primeiros
jakkapan/Shutteerstock
relógios portáteis surgiram por volta
do século 16 e possuíam apenas o
ponteiro de horas. Somente no século
18 surgiram os primeiros relógios que
permitiam a marcação de minutos.
Portátil: aquilo que se
pode transportar consigo.
Aprender fazendo
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30
II V X XIV XV XX XXI
101 - 200 401 - 500 901 - 1000 1301 - 1400 1401 - 1500 1901 - 2000 2001 - 2100
Para refletir
Geração: conjunto de
pessoas com mais ou
menos a mesma idade.
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Nossa! Olha só
quanta gente
brincando! Dá vontade
de brincar também.
34
Você
olhou com
atenção? Eu achei
algumas brincadeiras
que conheço! Você
achou alguma?
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Garoto
brincando
no chão.
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Vovô
Quando eu vejo meu vovô
Que é pai do meu papai
Penso que há um tempo atrás
Ele era o que eu sou
Agora sou criança
E o vovô também já foi
A vida é uma balança
Ontem, hoje e depois
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Acervo Particular MB
40
michaeljung/Shutterstock
Quatro jovens
na fase da
adolescência.
Você sabia?
O Estatuto da Criança e do Adolescente, denominado ECA, é um
documento que trata do universo mais específico vinculado ao tratamento
social e legal que deve ser oferecido às crianças e adolescentes de nosso
país. Decretado pelo Congresso Nacional, o ECA entrou em vigor em 12
de outubro de 1990.
Entre seus artigos, podemos destacar uma das disposições que
reconhece a criança e o adolescente como sujeitos de direitos:
Art. 3o A criança e o adolescente gozam de todos os
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem
prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,
assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas
as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
social, em condições de liberdade e de dignidade.
Brasil. Estatuto da criança e do adolescente: Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, Lei no 8.242, de 12 de outubro de 1991. 3 ed.
Brasília: Câmara dos Deputados/Coordenação de Publicações, 2001.
41
Idoso pensando. Em média, uma em cada dez Senhora idosa sendo ajudada por
pessoas no Brasil é idosa. uma jovem. São Paulo (SP), 2013.
42
TÍTULO I
Disposições Preliminares
Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a
regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual
ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 2o O idoso goza de todos os direitos
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo
da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-
-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades
e facilidades para preservação de sua saúde física e mental
e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e
social, em condições de liberdade e dignidade.
Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da
sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com
absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte,
ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade,
ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
Brasil. Estatuto do Idoso: Lei federal no 10.741, de 1o de outubro de 2003.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.741.htm>. Acesso em: 22 abr. 2014.
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1 é 5 3 é 10!
Santuza Abras. 1 é 5, 3 é 10! 11 ed. Belo Horizonte: Formato Editorial, 2005, p. 12.
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Christiano Júnior.
Escrava vendedora
de frutas. c. 1865.
Albúmen e cartão
de visita. Museu
Imperial,
Petrópolis (RJ).
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Você sabia?
50
OP: a abordagem deste tema é muito importante para os alunos perceberem as dificuldades pelas quais passam
muitas crianças, que são obrigadas a trabalhar para ajudar no sustento da família, e também os reflexos no futuro
dessas crianças, bem como sobre a importância delas frequentarem a escola.
51
Crianças brincando.
52
RESPONDA
c ) Após reler o depoimento que abre este capítulo, converse com seus
NO CADERNO colegas sobre como o autor descreve a rua da sua infância e sobre
como era a sua turma. Em seguida, escreva no caderno o que você
acha que ele quis dizer com “Era uma coisa séria”.
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Para refletir
1. Junto com dois colegas de sala, comparem os dados obtidos na
seção “Pesquisando e aprendendo mais” e analisem se os
RESPONDA
ORALMENTE entrevistados falaram das mesmas brincadeiras.
Depois, comparem quais brincadeiras apontadas pelos adultos ainda
permanecem na prática das crianças e quais são novas.
2. De acordo com os dados da pesquisa, é possível afirmar que ao
longo dos anos algumas brincadeiras foram mantidas?
Você considera que o modo de brincar pode ser uma herança
cultural?
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Brincadeiras indígenas
Entre as inúmeras tribos indígenas existentes no Brasil, é comum
que adultos e crianças brinquem, dancem e joguem.
Veja o que diz o texto a seguir sobre os direitos e a liberdade das
crianças do povo indígena pataxó:
A criança pataxó tem liberdade para fazer o que quer,
mas também tem o direito de respeitar suas culturas e
costumes para quando crescer não esquecer.
Cada família ensina à criança seus costumes, a respeitar
a tradição e os mais velhos, como fazer um recado e como
cultivar a terra.
As crianças maiores já sabem como plantar uma roça,
fazer uma caça ou uma pescaria, dançar e pintar, fazer o
artesanato e cuidar do irmãozinho. Elas têm o direito de
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Crianças brincando
de cama de gato.
Você sabia?
Entre os indígenas bororos, que habitam principalmente o estado
do Mato Grosso, é comum a prática do “jogo da onça e do cachorro”.
Esse jogo consiste em riscar um tabuleiro no chão, parecido com o de
xadrez, e cada jogador fica com 15 pedras. O jogador com a onça inicia
a partida. O outro jogador ficará com os cachorros, que devem acuar a
onça, cercando-a por todos os lados. Vale andar uma casa de cada vez,
em todas as direções, parecido ao jogo de damas. Ganha o jogo quem
capturar mais peças. OP: mais informações sobre essa brincadeira no MP.
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© Sean Gladwell/Fotolia.com
Winiki/Shutterstock
Bolas de gude.
Jogo de dominó que conhecemos atualmente.
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Para refletir
1. Apesar da grande diversidade existente entre os grupos indígenas
no Brasil, há uma similaridade na forma de brincar.
Os brinquedos são feitos de materiais retirados da floresta. Muitas
atividades praticadas pelas crianças, como atirar com arco e flecha,
imitar animais, pescar e produzir artesanato são comportamentos que
imitam as atitudes dos adultos e buscam desenvolver habilidades para
a caça, a pesca, a produção de artesanatos, entre outros.
Pesquise as várias diferenças existentes em relação a brincadeiras,
hábitos e costumes dos diferentes povos indígenas do Brasil.
Anote a seguir algumas formas de brincar, que você pesquisou,
existentes entre crianças indígenas.
OP: indique dois sites nos quais as pesquisas podem ser realizadas: http://pibmirim.socioambiental.
org/como-vivem/brincadeiras e http://mapadobrincar.folha.com.br/brincadeiras. Espera-se que os
alunos reflitam sobre as diferenças culturais presentes nas regiões do país, tendo como meio a
análise das brincadeiras. A pergunta se justifica por levar os alunos a refletirem e a perceberem que
também por meio das brincadeiras pode-se conhecer as diferentes culturas, bem como os leva a
refletir que nossa cultura é diversa e influenciada por diferentes grupos.
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Grupo de alunos
realizando atividade
em sala de aula.
São Paulo (SP), 2011.
Bê-a-bá
Quando a gente cresce um pouco
É coisa de louco o que fazem com a gente:
Tem hora pra levantar, hora pra se deitar,
Pra visitar parente.
Quando se aprende a falar, se começa a estudar,
Isso não acaba nunca.
E só vai aprender a ler, só vai aprender a escrever
Quem aprender o bê-a-bá.
E além do abecedário, um grande dicionário
Vamos todos precisar.
E. Andreato e Toquinho. Bê-a-bá. Intérprete: Toquinho. Canção de todas as crianças. Rio de Janeiro: Polygram, 1987. CD.
Garoto pensando no
Abecedário: alfabeto. abecedário e em situações
do seu dia a dia.
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2. Esse trecho da música tem algo a ver com o título deste capítulo?
Por quê?
Sim, pois como aponta o título do capítulo, aprendemos em todos os lugares, o tempo todo.
pavla/Shutterstock
aprendemos?
Se pensarmos sobre todos os momentos
vividos por crianças ao longo do dia, podemos
lembrar de variadas formas de aprender
coisas novas.
Escreva no caderno sobre outros momentos
que você lembrou e reflita com seus colegas
de sala sobre quantas coisas novas vocês
aprendem todos os dias.
Aprendemos em casa, na rua, na escola, no
convívio com as outras pessoas.
Convivendo com as outras pessoas todos nós Criança aprendendo a andar
podemos aprender muito. com auxílio de um adulto.
Pavel L Photo and Video/Shutterstock
Pressmaster /Shutterstock
Pais brincando com seus filhos na praia. Avô ensinando o neto a pescar.
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A criança na escola
Além de aprendermos com as outras pessoas no convívio diário,
também precisamos frequentar a escola, pois isso é um direito de
toda criança.
Na escola estudamos conteúdos ligados à Língua Portuguesa, à
Matemática, à Geografia, à História, às Ciências, à Arte, à Música, à
Educação Física, entre outros. O que aprendemos nessas disciplinas deve
nos ajudar a entender e resolver várias questões do nosso dia a dia.
Quando vamos para a escola, vivemos uma experiência nova.
Passamos a conviver com pessoas que não fazem parte da nossa
família. Elas nem sempre pensam da mesma forma que nós, por isso é
importante aprendermos a respeitá-las para também sermos respeitados.
Juca Martins/Olhar Imagem
Alunos de escola
estadual de Boa
Vista, Roraima, na
hora do recreio,
2003.
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Para refletir
1. Forme um grupo de trabalho com dois colegas de sala e conversem
sobre as questões a seguir, anotando suas respostas no caderno.
a ) Por que vocês vêm à escola?
Respostas pessoais. Espera-se que os alunos recordem o trabalho desenvolvido na unidade
anterior e comentem acerca da necessidade que algumas crianças têm de trabalhar, e por
isso não conseguem frequentar a escola.
anterior e comentem acerca da necessidade que algumas crianças têm de trabalhar, e por
isso não conseguem frequentar a escola.
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Para refletir
1. O trecho do documento que você acabou de ler é uma importante
fonte para o estudo da História. Os princípios enunciados na
Declaração dos Direitos da Criança, documento da ONU, devem ser
seguidos por todos os países membros dessa instituição.
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Albert Anker. Escola da aldeia. 1896. Óleo sobre tela. Museu de Arte de Lucerna,
Lucerna (Suíça).
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Para refletir
espaço físico e aos recursos que o professor tem à disposição.
Retorne à orientação sobre a análise de obras de arte no MP.
Nessa obra, além das várias posturas dos alunos em cada canto da
sala (como alunos escrevendo, outros ouvindo o professor e outros rindo
e conversando), o pintor nos revela outras características, como o pequeno
espaço para muitos alunos e a quantidade de mesas, que é insuficiente
para todos. Perceba que as meninas e as moças usam apenas os bancos.
Atualmente, no Brasil, algumas escolas ainda apresentam esse formato,
juntando vários alunos de diferentes idades na mesma sala de aula. Mas não
são os únicos modelos de sala de aula que encontramos no país.
O modelo da maioria das escolas na atualidade mudou em muitos
aspectos se compararmos com aquele representado na imagem do
quadro. Ao longo do século 20, diferentes configurações de escolas
surgiram e foram se modificando a fim de atender mais adequadamente
às necessidades dos alunos e seu processo de aprendizagem.
Por exemplo, diferente do que predomina na atualidade, no Brasil,
até aproximadamente 1970 era comum que existissem escolas (ou turmas,
ou mesmo turnos) apenas para pessoas do sexo feminino e outras para
as do sexo masculino. OP: explique a existência de classes multisseriadas e o seu funcionamento.
Acervo Iconographia
T urma de estudantes do
Colégio Santo Antônio
Maria Zaccaria, onde
apenas meninos podiam
estudar. Rio de Janeiro
(RJ), 1958.
74
Aprender fazendo
75
O tempo na escola
A escola deve ser um lugar especial, onde a criança aprende muitas
coisas novas, convive com seus colegas e professores e, principalmente, se
transforma a cada dia. O tempo que cada criança ou jovem permanece na
escola normalmente é preenchido com atividades educativas. Existem os
horários de entrada e saída, a hora do recreio ou intervalo, o tempo para
cada uma das atividades e aulas.
Eduardo Zappia/Pulsar Imagens
Alunos da Escola
Família Agrícola
Dom Fragoso em
aula de campo
na zona rural.
Independência
(CE), 2013.
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Respostas pessoais.
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Olhe! Qual a
profissão daqueles
trabalhadores ali?
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OP: a imagem de) abertura da unidade nos mostra operários trabalhando na construção civil. Destaque para
os alunos a importância do aprendizado e da qualificação para o desempenho das profissões e ressalte
também a necessidade de garantias para o desenvolvimento e segurança no trabalho. 81
José Paulo Paes. Poemas para brincar. São Paulo: Ática, 1989.
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83
Para refletir
1. Neste capítulo você leu sobre o trabalho e a divisão de tarefas.
Reflita agora sobre o que podemos fazer para ajudar na execução
de várias tarefas na nossa casa e anote a seguir:
a ) Quais são as tarefas necessárias para manter o ambiente
organizado na sua casa?
OP: o aluno pode citar atividades ligadas à ordem dos objetos, à organização e à limpeza.
84
Você sabia?
Em muitas sociedades indígenas brasileiras o trabalho se caracteriza
como um momento de troca de experiência entre os membros do
grupo, ou seja, trabalhar é aprender a fazer junto, pois constitui um
aspecto da vida comunitária indígena. Normalmente, as tarefas são
divididas entre homens e mulheres e são respeitadas as condições
físicas, o sexo e a idade. As pessoas aprendem a fazer coisas muito
diferentes umas das outras, de acordo com suas habilidades,
preferências, necessidades e condições que o meio em que elas vivem
oferece.
Por meio do trabalho, o ser humano pode criar produtos que não
existem na natureza. Em determinadas atividades humanas são necessários
conhecimentos e técnicas especiais para a sua execução. Desse modo,
ao longo da história foram surgindo as mais variadas profissões.
Renato Soares/Pulsar Imagens
Indígena utilizando
o arco e flecha para
pescar durante a
produção de sal na
lagoa dos cuicuro.
Gaúcha do Norte
(MT), 2012.
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Album /akg-images/Latinstock
Qual profissão você gostaria de
exercer ao se tornar adulto? Você já
ouviu essa pergunta alguma vez? Por
acaso, você já pensou em ser um
albardeiro? Ou quem sabe um
aguadeiro? Provavelmente você nunca
pensou nessas profissões, pois em
alguns lugares elas simplesmente
desapareceram ou passaram a ser
exercidas por pouquíssimas pessoas.
Isso aconteceu porque muitas
profissões perderam a função,
principalmente por causa dos avanços
tecnológicos. Da mesma maneira, as
mudanças de cada época criam a A fotografia retrata um aguadeiro
necessidade de novas atividades trabalhando em Montmartre. Paris
profissionais. (França), 1900.
Albardeiro: pessoa que fazia as albardas, que eram selas usadas no lombo dos animais e assim
podia-se montar mais confortavelmente.
Aguadeiro: pessoa que vendia água de porta em porta. Ele anunciava sua presença por meio
de uma corneta e deveria garantir a qualidade da água vendida.
Para refletir
1. Observe a imagem que mostra um aguadeiro e responda às
questões a seguir:
a ) A imagem reflete o presente ou o passado?
A imagem reflete o passado.
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Acervo Iconographia
Telefonistas em 1913.
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Na hora do almoço a
minha fome é de leão Boy: a expressão usada em inglês se
refere ao funcionário que leva e traz
Abro a marmita e o que documentos e recados. Também é
vejo? Feijão! conhecido como contínuo.
Pila: gíria para se referir a dinheiro.
Chega o fim do mês com Euforia: entusiasmo; alegria.
toda aquela euforia
93
e ) O que você acha que o autor quis expressar com esses versos?
O aluno pode inferir sobre as dificuldades desse trabalhador em relação ao salário e ao trabalho.
94
Motorista de táxi.
Goiânia (GO), 2013.
95
Você sabia?
A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) é um documento
obrigatório para a pessoa que vai prestar algum tipo de serviço
profissional em empresas no Brasil.
É um dos documentos que visa reproduzir, esclarecer e comprovar
dados sobre a vida do trabalhador como empregado. Infelizmente, no
Brasil, existem muitos trabalhadores que não conseguem esse registro.
96
O vendedor ambulante vende bonés e chapéus na areia da praia; o taxista dirige seu táxi.
97
2. No seu dia a dia, você pratica alguma ação para preservar o meio
ambiente?
OP: estimule as práticas de separação de lixo para reciclagem, de economia de água, entre tantas
outras.
© Pedro Amorós/Fotolia.com
Rob Marmion/Shutterstock
© jserra/Fotolia.com
101
3a etapa Exposição
4a etapa Pesquisa
102
1
UNIDADE
2
UNIDADE
103
3
UNIDADE
4
U NIDADE
104
3 ANO
A autora
Estrutura da Coleção................................................................113
A organização didática.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
Abertura de unidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Para começo de conversa.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Para refletir.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Pesquisando e aprendendo mais.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Escrevendo a História.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Aprender fazendo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Estudando o documento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
Trabalhando juntos. . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
Ícones. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
Glossário.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
Você sabia?.. . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
Sugestões para a turma. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
Os temas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
Quadro geral de temas 2o Ano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
Quadro geral de temas 3o Ano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
Quadro geral de temas 4o Ano.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
Quadro geral de temas 5o Ano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
Avaliação.......................................................................................... 131
Textos complementares........................................................... 133
Texto 1.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
Texto 2.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
Texto 3.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
MANUAL DO PROFESSOR
dãos conscientes da importância da participação social, preocupados em resgatar e respeitar o Patrimô-
nio Histórico, conhecendo e compreendendo a natureza social e individual do ser humano, uma vez que
a História, como ciência, tem por objetivo principal o estudo da experiência humana no tempo.
Desse modo, entendemos que o ensino da História deve propiciar aos alunos um melhor enten-
dimento da realidade em que vivem, conhecendo a herança cultural, individual e coletiva da humani-
dade.
Os temas selecionados para esta Coleção buscam criar uma relação entre a vida cotidiana dos alu-
nos e sua própria história, salientando-se o papel de todos os membros da sociedade na construção e
preservação da História, procurando fazer com que aprendam a olhar a realidade e, ao mesmo tempo,
estabelecendo relações com outras experiências, tanto do passado como do presente, entendendo a his-
toricidade da realidade em que vivem.
O historiador Marc Bloch foi um dos pioneiros a se levantar contra a forma tradicional de enten-
der a História, que a conceituava como a ciência que se ocupa em estudar o passado. Bloch afirma que
somente o passado como tal não poderia ser objeto de estudo de uma ciência; a História deve ocupar-
-se igualmente dos tempos presentes, contrariando também a afirmação daqueles que interpretavam a
História como uma “Ciência do homem”. Para esse autor, a História só poderia ser considerada como uma
“Ciência dos homens no tempo” (Bloch, 2001, p. 55).
Bloch defendia também que o tempo da história deveria ser pensado em termos de articulação
que envolve espaço e tempo, ligado pela ideia de que o presente é importante para a compreensão do
passado e vice-versa. Uma formulação aparentemente simples, mas que era altamente inovadora quan-
do tomou força por volta da década de 1940.
Em concordância com a concepção de História proposta por Bloch, bem como com as Diretrizes
Curriculares Nacionais, os temas e objetivos de ensino-aprendizagem explorados na Coleção foram pen-
sados de forma a permitir que os alunos, a partir de seus conhecimentos e vivências, bem como pelo
contato com conceitos, sejam capazes de construir o conhecimento histórico.
Conhecimento esse que se torna significativo quando trabalhado de forma contextualizada, tanto
no que se refere aos temas e conteúdos quanto na relação com as demais áreas do conhecimento.
Todo conhecimento mantém um diálogo permanente com outros saberes, que pode ser de ques-
tionamento, de confirmação, de complementação, de negação, de ampliação, de iluminação de aspec-
tos não distinguidos. Assim, além de reconhecer as diferenças entre as áreas do conhecimento, é preci-
so identificar onde se encontram as zonas de intersecção entre elas para localizar os pontos em comum
e realizar um trabalho na perspectiva interdisciplinar.
A interdisciplinaridade busca, sobretudo, um ensino que concilie diferentes conceitos de diferen-
tes áreas, podendo substituir a fragmentação pela interação, permitindo que os alunos aprendam a re-
lacionar conceitos e, consequentemente, construam novos conhecimentos com muito mais autonomia
e criatividade.
Para que a perspectiva interdisciplinar aconteça, você, professor, precisa abrir um espaço de diá-
logo com outros componentes curriculares e, ao mesmo tempo, identificar em seu campo de estudo
onde se encontram as aberturas que permitem incorporar as contribuições das outras áreas.
O trabalho com a interdisciplinaridade na escola pode e deve começar nas séries iniciais do Ensi-
no Fundamental, visando romper a fragmentação do conhecimento.
109
De acordo com a autora Circe Bittencourt em sua obra O saber histórico na sala de aula, a relação
passado e presente é o que permite a reflexão consciente sobre os acontecimentos:
[...] a História deve contribuir para a formação do indivíduo comum, que enfren-
ta um cotidiano contraditório, de violência, desemprego, greves, congestionamentos,
que recebe informações simultâneas de acontecimentos internacionais, que deve esco-
lher seus representantes para ocupar os vários cargos da política institucionalizada. Es-
te indivíduo que vive o presente deve, pelo ensino da História, ter condições de refletir
sobre estes acontecimentos, localizá-los em um tempo conjuntural e estrutural, estabe-
lecer relações entre os diversos fatos de ordem política, econômica e cultural [...] Temos
que o ensino de História deve contribuir para libertar o indivíduo do tempo presente e
da imobilidade diante dos acontecimentos, para que possa entender que cidadania não
se constitui em direitos concedidos pelo poder instituído, mas tem sido obtida em lutas
e em diversas dimensões (BITTENCOURT, 2008, p. 20).
Por meio da compreensão da relação passado e presente é que os alunos podem se compreen-
der como sujeitos e agentes da História, em vez de vê-la apenas como “algo que aconteceu há muito
tempo atrás”.
110
MANUAL DO PROFESSOR
da História e cultura dos povos indígenas do Brasil. O trecho das Diretrizes Curriculares Nacionais,
exposto abaixo, comenta a importância da inserção dessas temáticas.
Nas últimas duas décadas, o governo federal, bem como instituições e organizações que lutam pe-
lo respeito aos direitos e à cultura dos grupos indígenas e também às culturas africanas e afro-brasileiras
têm se esforçado no sentido de garantir que esses elementos históricos e culturais, tão fundamentais à
formação do povo brasileiro, sejam difundidos, conhecidos e respeitados pela sociedade.
Na presente Coleção essas temáticas são abordadas não apenas pra cumprir a legislação, mas tam-
bém por compreendermos que o conhecimento dos elementos históricos e culturais dos grupos indíge-
nas e a herança cultural africana são necessários para compreender de que forma se configurou o povo
brasileiro, sua identidade e sua cultura. Em nossa concepção, não há como estudar a história de um pa-
ís sem considerar todos os elementos que a construíram.
Ao longo dos quatro volumes que compõem esta Coleção, no trabalho com os mais diversos te-
mas, a cultura de diferentes grupos indígenas e dos povos africanos e afro-brasileiros foi contemplada a
fim de fornecer aos alunos um quadro mais completo da formação cultural brasileira.
• • O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), que se constitui em um acordo
formal assumido pelo governo federal, estados, municípios e entidades para firmar o com-
promisso de alfabetizar crianças até, no máximo, oito anos de idade, ao final do ciclo de al-
fabetização.
Para trabalhar em concordância com essas diretrizes, em muitas escolas passaram a existir debates
na elaboração de seus projetos pedagógicos, os quais exigiram respostas para organizar o ensino tendo
como ponto de partida a vivência dos alunos. Nesse novo contexto do ensino, é fundamental que os alu-
nos participem do processo de aprendizagem de forma ativa, incorporando os conhecimentos que já
possuem às novas abordagens e relações, construindo e internalizando a ideia de que são sujeitos histó-
ricos e, assim, são parte integrante dos fatos, acontecimentos, mudanças, permanências, conflitos, con-
quistas, entre tantas possibilidades do fazer histórico. Ao se compreenderem como sujeitos históricos, é
preciso estimular os alunos a desenvolverem também a consciência de que são cidadãos, e de que de-
vem exercer essa função, prezando por seus direitos e cumprindo com seus deveres.
111
112
MANUAL DO PROFESSOR
de novos elementos àqueles já adquiridos, buscando aperfeiçoamento e aquisição de habilidades.
O exercício da concentração e autonomia em atividades individuais, a participação ativa nas ativi-
dades coletivas e a atenção em explanações orais dos colegas compõem também requisitos importan-
tes a serem alcançados nesse processo.
Conhecer os alunos, bem como a história e as dificuldades deles, é um importante meio para aju-
dar o trabalho pedagógico. O conhecimento dessas questões pode ser subsídio para a discussão da ela-
boração do planejamento ou na avaliação, como consequência à constante atualização do projeto. Por-
tanto, é fundamental que sejam priorizadas, selecionadas e criadas situações oportunas para esse rela-
cionamento.
Assim, quanto mais é desenvolvido o diálogo e a interação com os alunos, mais se pode ter cla-
reza sobre o que oferecer para assegurar o bom andamento das aulas, reconhecendo as diversidades
do grupo.
Estrutura da Coleção
A presente Coleção tem como eixo temático norteador a cidadania. Em cada um dos quatro volu-
mes são explorados temas específicos: Identidades (2o ano), Interação social (3o ano), Encontro de povos
e culturas (4o ano) e Organização social e política brasileira (5o ano), de forma que todos os temas e con-
teúdos que compõem a coleção proporcionem a construção do conhecimento histórico, objetivando a
postura cidadã.
Essas temáticas específicas auxiliam os alunos a compreenderem e construírem conceitos, bem co-
mo a desenvolverem habilidades necessárias para alcançar o objetivo maior da Coleção, a consciência e
exercício da cidadania.
A seleção dos temas visa não apenas sua apresentação, mas também à contextualização e à pos-
sibilidade de explicações, analogias e relação entre passado e presente. Assim, o ensino de História, se-
gundo trecho da Lei, deve ser garantido como meio para que se possa asseverar a compreensão do am-
biente social, do sistema politico e dos valores em que se fundamenta a sociedade. Desse modo, pro-
põe-se a gradativa aquisição de conceitos a partir do estudo e da pesquisa que permitem a construção
do conhecimento.
A divisão escolhida para os capítulos organizou-se, ainda, a fim de viabilizar o desenvolvimento e
articulação de conceitos, relações e noções que elegemos como fundamentais para a percepção e aqui-
sição do conhecimento histórico.
A organização didática
A coleção é formada por quatro volumes. Os temas estão organizados em quatro unidades por vo-
lume, subdivididas em capítulos. Cada capítulo, além do texto de abertura e do desenvolvimento dos te-
mas referentes ao tema principal, está organizado por seções, conforme o quadro a seguir:
113
3
10 UmaTítulo
terra
UNIDADE
OP: o uso de mapas é uma prática pedagógica importante nas aulas de História. As representações
cartográficas antigas, como a apresentada acima revelam dados geográficos, mas também muito da
chamada Brasil
imaginação de quem as produzia, como ornamentos, desenhos simbólicos, entre outros.
Os mapas históricos
contam muito sobre a
nossa história! Veja
quantos elementos
diferentes são E o que será
representados. que cada um
desses
elementos
significam?
68 69
Para refletir
114
MANUAL DO PROFESSOR
jornais, revistas, livros, rede mundial de computadores, entrevistas,
entre outros, a fim de ampliar a construção do conhecimento
histórico por meio de propostas que contemplem a mobilização,
a observação e a análise de fontes diversas.
115
Ícones
RESPONDA RESPONDA
PESQUISA ORALMENTE NO CADERNO ENTREVISTA
Este ícone indica Este ícone sinaliza Quando este ícone Este ícone indica uma
o desenvolvimento que o aluno deverá aparecer, o aluno atividade que recorre a
de atividade de responder a deverá escrever as conversas e entrevistas,
pesquisa. atividade oralmente respostas no estimulando a percepção
sob a supervisão caderno. da história de vida e das
do professor. memórias dos familiares e
comunidade.
116
MANUAL DO PROFESSOR
2. Reflita e debata com seus colegas de sala como seria a cidade na qual vocês
viveriam se ela fosse administrada por crianças.
11
Você sabia?
Sugestões para a turma
Seção que apresenta um texto com Seção que traz sugestões de livros e sites
conteúdos que complementam o tema do relacionados ao capítulo. Eles podem ampliar ou
capítulo. aprofundar as questões e oferecer, por vezes, outras
abordagens sobre os assuntos tratados.
A disposição dos temas e conteúdos, bem como das atividades por meio de seções é uma orga-
nização da Coleção, e não uma fragmentação do processo ensino-aprendizagem. O que se comprova
pela interligação das seções em alguns momentos.
117
118
MANUAL DO PROFESSOR
Conviver: Uma O mundo se revela Uma terra A construção do
necessidade humana chamada Brasil Estado brasileiro
Capítulo 1 Capítulo 1 Capítulo 1 Capítulo 1
Dos primeiros Encontro de Brasil: a colônia Brasil: A conquista
agrupamentos culturas portuguesa do território
humanos às cidades
•• Os primeiros •• Viajar, uma aventura •• O encontro entre os •• As paisagens brasileiras
agrupamentos humanos •• O encontro entre culturas portugueses e os •• A disputa europeia pelas
•• As primeiras aldeias e indígenas terras descobertas no
•• Aceitar as diferenças
depois as cidades •• Os primeiros tempos século 15
•• As cidades se diferenciam •• Ocupação portuguesa •• A ocupação do
•• Os governos-gerais território brasileiro
•• Os tratados de
limites: estabelecendo
as fronteiras
119
120
MANUAL DO PROFESSOR
mação do pensar histórico. Para desenvolver essas atividades é preciso que você utilize algumas estraté-
gias, descritas a seguir.
121
Assim, é preciso atenção a cada uma das atividades didáticas aplicadas no dia a dia em sala de
aula. A utilização de um filme para trabalhar um tema ou um conceito, por exemplo, é um recurso di-
dático. Os recursos didáticos podem ser materiais ou humanos, no caso do professor.
Ou seja, o fotógrafo destaca que a fotografia é um objeto que pode ser analisado de diferentes
maneiras, e que é necessário o devido cuidado para a sua análise. A fotografia deve ser entendida pelos
alunos como um recorte da realidade, de forma que ela exige uma postura crítica na sua leitura.
O historiador Peter Burke, no livro Testemunha ocular: História e imagem, expressa um diferente po-
sicionamento sobre o lugar que as imagens ocupam entre outros tipos de registros históricos. Ele defen-
de que as imagens não devem ser consideradas simples reflexões de épocas e lugares, mas sim exten-
sões dos contextos sociais em que elas foram produzidas.
Assim, tendo em vista as possíveis abordagens do trabalho com imagens, é fundamental o desen-
volvimento de um processo de construção do saber que exercite a prática de leitura de imagens, articu-
ladas ao texto escrito e representando uma determinada época. Para desenvolver esse olhar, sugere-se
um trabalho frequente, que aproveite o grande número de imagens apresentadas como conteúdo nes-
ta Coleção.
122
MANUAL DO PROFESSOR
O trabalho com mapas
Os mapas podem nos fornecer informações variadas, que vão desde o aspecto físico de um de-
terminado local até informações múltiplas sobre produtos, população e inúmeros outros elementos.
Ao longo da Coleção são apresentados vários mapas que visam traduzir para a linguagem cartográfi-
ca alguns temas, desde a divisão política do Brasil na atualidade, até aqueles com informações históri-
cas, representativas de um determinado período e local.
Para o historiador, além de um instrumento de localização, o mapa é também um documento de
uma época, uma fonte histórica. Quando trabalhamos com mapas antigos, por exemplo, reforçamos o
contato do aluno com diferentes visões e interpretações de regiões do planeta, possibilitando que você,
professor, faça comparações e relações com outras informações históricas do passado mais distante, do
passado mais recente e da atualidade.
O uso de mapas nas aulas de História é uma prática pedagógica obrigatória e a leitura deles deve
atender às suas especificidades. A fim de auxiliar você nesse processo, bem como a desenvolver essa ha-
bilidade nos alunos, são indicadas aqui algumas orientações.
•• Nos três primeiros anos do Ensino Fundamental é importante que você tenha sempre o mapa
político atual do seu estado ou do Brasil e ofereça, constantemente, a oportunidade aos alunos
para que o observem detalhadamente, e que possam fazer leituras sobre ele, como: onde mo-
ram, onde fica o litoral, o interior, quais são os limites, fazer relações de distâncias e grandezas,
entre outros.
•• Sempre que um mapa for apresentado no material didático é importante que você faça uma
abordagem sobre as informações que ele contém, a saber: a rosa dos ventos, a legenda e a
fonte.
•• No trabalho com mapas históricos você deve dar destaque aos elementos que façam referência
ao período trabalhado, bem como contextualizar esse período ou acontecimentos históricos do
passado, buscando fazer relações com o presente.
* Nesta Coleção optou-se pela utilização de algarismos arábicos na grafia de séculos dada a maior facilidade para sua leitura.
Trata-se também de uma tendência, visto que os maiores veículos de comunicação do país já adotaram essa forma na
designação de séculos, como afirma a linguista Maria Tereza de Queiroz Piacentini (2011).
123
É importante ressaltar que todo trabalho com a formulação de conceitos deve respeitar as etapas de
desenvolvimento dessa competência nos alunos, buscando, desse modo, selecionar os temas dentro de uma
perspectiva mais próxima ao mundo do qual fazem parte, tornando o ensino significativo e estimulante.
Assim, é essencial o trabalho com as noções básicas de dimensão de tempo e espaço do ensino
de História, tais como os conceitos de mudança e permanência, movimento e contradição, ou seja, bus-
car situar o aluno sobre quando e onde as coisas aconteceram ou estão acontecendo, para que ele pos-
sa gradativamente perceber as relações presentes no dia a dia como forma de qualificar a compreensão
tanto do passado quanto do presente acerca das relações humano-sociais e na dinâmica histórica.
Mais importante que as determinações causais, é a percepção desenvolvida pelos alunos sobre as
mudanças e permanências sobre as continuidades e descontinuidades.
Como afirma a historiadora Maria Auxiliadora Schimidt:
O procedimento histórico comporta a preocupação com a construção, a historici-
dade dos conceitos e a contextualização temporal. Entende-se que da mesma forma que
o passado está incorporado em grande parte aos nossos conceitos, ele também lhes dá
um conteúdo concreto. Assim todo conceito é criado, datado, tem a sua história [...]
(SCHMIDT, 2008, p. 61).
Sob essa perspectiva, a construção de conceitos como colonialismo, democracia, trabalho ou qual-
quer outro faz parte da análise, interpretação e comparação de fatos históricos em que o aluno pode fa-
zer a própria síntese.
124
MANUAL DO PROFESSOR
da História. Desse modo, destaca-se a importância do conceito de tempo para a compreensão da História.
Nos anos iniciais, é importante que o conceito de tempo seja trabalhado com as noções de suces-
são, duração, ordenação e simultaneidade.
A temporalidade, por exemplo, é tratada visando à compreensão da relação passado/presente em
um progressivo domínio da leitura e da interpretação de diferentes documentos e fontes.
O desenvolvimento das noções de tempo, diferença/semelhança, permanência/mudança é apro-
fundado ao longo dos anos.
A reelaboração constante das noções assimiladas leva a novos significados e dimensões, nas quais
os dados se alteram de forma qualitativa em relação ao conhecimento anterior, e a apreensão de um de-
terminado conceito evolui em complexidade e abstração, podendo ser incorporado ao raciocínio e à pró-
pria linguagem do aluno.
125
126
MANUAL DO PROFESSOR
O ponto de partida para a definição de um Projeto de Trabalho é o tema. Nesta Coleção sugeri-
mos alguns na seção “Trabalhando juntos” e outros na seção “Pesquisando e aprendendo mais”. Mas ca-
be ao professor, juntamente com os alunos, escolher outros se julgarem necessário.
Dessa forma, o tema pode pertencer tanto aos anunciados nos diferentes capítulos desta Coleção,
ou de um fato da atualidade que é de interesse comum. Professores e alunos devem decidir sobre sua
relevância. Em qualquer caso o critério de escolha de um tema pela turma não se baseia “gostamos des-
te”, mas sim na sua relevância para o processo ensino-aprendizagem.
De acordo com Vasconcelos (2009), acreditamos que o grande ganho em termos de aprendizagem
está justamente no fato de o projeto nascer – e se desenvolver – da participação ativa dos alunos, o que
implica alto grau de interesse e de mobilização, aumentando em muito a probabilidade de uma apren-
dizagem significativa. Além disso, há ganho em termos de construção da autonomia, decorrente do pro-
cesso de tomada de decisão e do assumir as responsabilidades pelas escolhas feitas, e da solidariedade,
em função do trabalho ser grupal.
Por meio do trabalho com projetos, o professor pode incentivar e propiciar a expressão e exten-
são da curiosidade do aluno.
Depois do tema definido em grupo, é o momento de elencar o que será pesquisado, e de que forma
as pesquisas devem ser conduzidas e seus resultados abordados. As formas podem ser diversificadas e po-
dem ser organizadas em: pesquisa em livros, sites, revistas, documentos, entrevistas, visitas dirigidas, vídeos,
debates, entre outros. Muitas dessas propostas estão colocadas nas diferentes atividades desta Coleção.
O papel do professor é essencial na condução da análise dos dados coletados. Com isso, sugeri-
mos que esse processo se realize em um diálogo com toda a turma. É importante também o papel de
mediação do professor diante das diferentes visões da realidade coletadas pelos alunos. Essa mediação
pode ser feita por meio de perguntas que permitam aos alunos estabelecerem prioridades e hierarqui-
zar conteúdos e informações. É importante que nesse processo o aluno descubra que ele tem participa-
ção ativa na aprendizagem, não esperando passivamente que o professor tenha todas as respostas.
No caso de alunos não terem acesso a diferentes fontes de pesquisa, cabe ao professor selecioná-
-las e disponibilizá-las em sala de aula. É importante valorizar os dados coletados em pesquisa com fa-
miliares e comunidade. Há temas sugeridos para pesquisa nesta Coleção em que são mais valorizados os
dados colhidos de uma entrevista do que qualquer fonte escrita.
Segundo Hernandez (1998), a busca das fontes de informação favorece a autonomia dos alunos, é
sobretudo o diálogo promovido pelo educador para tratar de estabelecer comparações, interferências e
relações, o que ajuda a dar sentido à forma de ensino e de aprendizagem que se pretende com o Pro-
jeto de Trabalho.
Com um tratamento integrado das áreas do conhecimento, o aluno terá uma visão mais ampla da
realidade e, portanto, será capaz de desenvolver habilidades que permitam a promoção de atitudes de
cidadania e respeito ao próximo e ao ambiente segundo uma visão crítica, de modo que possa interfe-
rir e transformar a realidade de forma a tornar-se e perceber-se como sujeito histórico.
Redação de textos
A redação de textos por parte dos alunos auxilia não apenas na organização das informações e co-
nhecimentos históricos trabalhados, como também no desenvolvimento de habilidades cognitivas refe-
rentes à escrita. A fim de tornar essa experiência mais produtiva, é importante que você, professor, apre-
sente e trabalhe com os alunos os tipos e os gêneros textuais que fazem parte do cotidiano, propician-
127
O trabalho de pesquisa
É importante trabalhar com os alunos o significado da pesquisa e interpretação de fontes ou do-
cumentos históricos a partir de diferentes atividades que revelem o estudo e a compreensão dos fatos
históricos segundo o enfoque e leitura que se faz deles.
É fundamental que eles superem a noção de que um documento, seja qual for a origem, repre-
senta a visão acabada de um acontecimento. Segundo o historiador Leandro Karnal:
128
MANUAL DO PROFESSOR
Segundo pensamento expresso por Marilena Chaui, na obra Cultura e democracia:
[...] produzir saber é um trabalho cuja tarefa é elevar à dimensão do conceito uma
situação de não saber, a experiência imediata cuja obscuridade pede o trabalho de cla-
rificação. Logo, o campo da produção do saber é privilegiado; espaço que aceita o desa-
fio de conviver com o “indeterminado”, o “externo”, o “opaco” para torná-lo “inteligível”
(CHAUI, 1984, p. 5).
Dinâmica de debates
As situações de debate e a troca de opiniões com a leitura de textos produzidos pelos alunos são
sugeridas em várias atividades ao longo da Coleção como possibilidade de socialização e melhoria do
aprendizado. Na seção “Para Refletir”, por vezes essas habilidades são trabalhadas com maior enfoque,
sendo orientada e estimulada a troca de ideias e a expressão oral.
Com debates e apresentações orais podem ser trabalhadas habilidades dos alunos, como falar, ou-
vir, argumentar e se manifestar mediante outras pessoas. Nessas atividades os alunos têm espaço para
expressar opiniões e serem respeitados por elas. Por esse motivo, compreende-se que a prática de de-
bates e conversas contribui para a formação crítica e analítica dos alunos.
Sugere-se, contudo, que a prática desse tipo de atividade seja sempre planejada por você e as re-
gras definidas e explicadas claramente, a fim de que todos possam participar e a atividade seja produti-
va, considerando o tempo disponível, o respeito às opiniões diversas e aos objetivos propostos para a di-
nâmica de trabalho.
Entrevistas
As atividades que recorrem a conversas e entrevistas são importantes, pois auxiliam no conheci-
mento da história uns dos outros, e no diálogo com a família e com as pessoas mais velhas, levando, as-
sim, à percepção da história de vida e das memórias.
[...] A História oral é usada em escolas por crianças e jovens para conhecer sua
própria comunidade. A conversa sobre o passado recente entre jovens e idosos estrei-
ta o relacionamento e valoriza os traços culturais locais, além de fornecer uma nova
e envolvente dimensão às histórias regional e familiar porque as integra ao todo
mais amplo da memória nacional. [...] Também tem sido usada em museus como ins-
trumento vivo para transmitir informações e tornar as exposições mais interessan-
tes e dinâmicas.
129
Ao encaminhar as entrevistas sugeridas nas atividades é importante que você esteja atento e leve
em consideração a diversidade cultural e social das experiências dos alunos e dos entrevistados (que po-
dem variar em função do grupo familiar e de convívio). As entrevistas podem ser uma boa oportunida-
de para os alunos perceberem que existem diferentes formas de compreender uma mesma realidade, es-
tabelecendo um confronto entre os pontos de vista.
Além do conhecimento obtido por meio desse trabalho de resgate da memória e do conceito de
interpretação dos fatos, você pode comentar sobre a importância das vivências em família e de como
elas podem variar no tempo e entre os grupos humanos, auxiliando-os.
É importante também que essas atividades de pesquisa oral ou entrevista sejam orientadas, e que
nos primeiros anos da escolaridade o universo investigado seja aquele mais próximo aos alunos, com en-
trevistas dos familiares e pessoas do seu convívio.
130
MANUAL DO PROFESSOR
pectos práticos para a viabilização da visita.
Confecção de maquetes
A confecção de maquetes é uma atividade na qual os alunos se envolvem bastante, o que melho-
ra a aprendizagem e o interesse pelo tema trabalhado. Mas para o desenvolvimento e a execução são
necessários alguns preparativos, a fim de que o trabalho flua e seja realizado dentro do período estipu-
lado, de maneira segura e que não seja prejudicial ao meio ambiente. A montagem de maquetes é soli-
citada no Livro do Aluno, bem como por meio de atividades complementares no Manual do Professor.
Após escolher o aspecto que será retratado na maquete, os alunos vão enriquecer o conhecimen-
to sobre o tema com pesquisas em outras fontes, como bibliotecas, pinturas, gravuras, entre outras.
Após a realização das pesquisas, os alunos devem debater em grupo sobre o tema, contextualizar
os aspectos que serão enfocados e produzir um pequeno esquema ou texto, visando, assim, tornar mais
concreto o trabalho a ser desenvolvido.
Com alguma antecedência, deve-se pedir que os alunos separem materiais, como caixas de diver-
sos tamanhos, embalagens, copos plásticos, fósforos ou qualquer outro material que possa ser utilizado
na confecção da maquete e que não ofereça perigo ou dano a quem manusear o objeto para realizar o
trabalho. No espaço da escola deve ser determinado onde os alunos irão construir a maquete, acertar su-
as dimensões e o período de execução.
Por se tratar de uma atividade coletiva, seja no caso de uma maquete única para toda a turma ou
várias sobre o mesmo tema, é fundamental que todos trabalhem na execução, que haja planejamento e
respeito aos ritmos e habilidades individuais e, principalmente, que os alunos percebam a importância
do trabalho coletivo.
A realização de uma avaliação conjunta sobre a execução, ao final do trabalho, além da avaliação
sobre os conhecimentos obtidos, ajuda a dimensionar a atividade realizada.
Avaliação
Falar de avaliação não significa olhar apenas para o processo de aprendizagem do aluno. Avaliar é
olhar o todo; o processo ensino e aprendizagem não pode ser avaliado de forma separada. Dessa forma,
planejar é condição primordial quando desejamos realizar uma atividade com sucesso. Para isso precisa-
mos pensar nas estratégias, nos objetivos e, principalmente, nos recursos de que dispomos.
No processo educativo, assim como em todos os setores do cotidiano, o ato de planejar deve
estar fortemente presente. Assim, inserido na escola e no trabalho com os alunos, é necessário realizar
um planejamento das atividades, fazendo escolhas e organizando ações, visando atingir objetivos cla-
ros e eficientes.
Dessa forma, podem-se identificar com maior propriedade as correções necessárias no planeja-
mento elaborado, reorientando procedimentos e métodos utilizados com os alunos, e assim avaliá-los
com maior propriedade durante o processo de ensino-aprendizagem.
131
132
MANUAL DO PROFESSOR
Nesse processo, durante a realização das atividades propostas na Coleção, o professor deve propi-
ciar momentos de troca, movimentando-se pela sala de aula, dialogando com os alunos, orientando-os,
discutindo em pequeno ou grande grupo sobre as dúvidas individuais e coletivas, trocando informações,
compartilhando com o grupo de alunos as retomadas necessárias.
A seção “Escrevendo a História” propõe a construção de textos, que podem servir como elemen-
to importante para a avaliação formativa. Uma das características do ser humano é a significação. É com
essa visão que o professor deve analisar as produções dos seus alunos: por qual razão o aluno escreveu
isso; por qual razão deixou de abordar determinados temas, conceitos ou conteúdos; com que sentimen-
to construiu o texto.
A busca do entendimento de como cada aluno usou as habilidades e conhecimentos é condição
básica para futuras interferências individuais, em grupo e alterações no planejamento do professor.
Nesse sentido, é particularmente importante o professor entender que a avaliação faz parte de um
encaminhamento metodológico, no qual a sala de aula seja um ambiente rico de estímulos e favorável
à construção de conhecimento, proporcionando uma variedade de estratégias que envolvam temas, con-
ceitos e desenvolvimento de habilidades nas diversas áreas do conhecimento, partindo de situações sig-
nificativas para os alunos.
Nas séries iniciais do Ensino Fundamental de 9 anos, os alunos usam diferentes tipos de estraté-
gias para responder às diversas perguntas que a escola faz. Daí a importância da valorização de uma ava-
liação individual e contínua.
A avaliação deve ser um meio de favorecer o planejamento, tanto para que o professor conheça o re-
sultado da sua ação didático-pedagógica quanto para que o aluno possa conhecer seu desenvolvimento. A
postura do professor diante desse desenvolvimento deve estar comprometida com a avaliação formativa.
É preciso conceber que o aluno constrói habilidades, aprimora o modo de pensar ao longo do ano e,
à medida que se depara diante de novas situações, novos desafios, novos conflitos, reformula suas respostas.
O processo de avaliação, dessa forma, deve ser um conjunto de ações de encorajamento ao aluno, para que
possa construir habilidades organizando e reorganizando ideias. Dessa forma, o professor pode retomar ao
longo do ano os textos produzidos na seção “Escrevendo a História” e solicitar aos alunos a reescrita.
O professor deve analisar, observar e avaliar as respostas dos alunos nas diversas seções propostas
nesta Coleção em dois níveis: aquilo que o aluno pode realizar sozinho e aquilo que realiza com a cola-
boração de outros. Desse modo, você, professor, necessita ainda mais acreditar que todo aluno, indepen-
dentemente do ritmo, pode construir conhecimentos significativos.
A avaliação deve oferecer condições para que o aluno possa mostrar o que sabe e, principalmen-
te, como pensa. Com isso, compreenderá que é tanto sujeito quanto agente da História.
Textos complementares
Por compreender que a prática docente exige constante aprimoramento, ao longo deste Manual
foram apresentadas reflexões sobre o processo de ensino-aprendizagem e sobre estratégias que contri-
buem para o trabalho com temas e conteúdos da ciência histórica. As sugestões bibliográficas, também
presentes neste Manual, constituem-se em um apoio ao estudo do professor. Compreendendo que há
um inesgotável acervo de obras sobre os temas e conteúdos aqui apresentados, os livros indicados nes-
te manual oferecem alguns caminhos possíveis para que você encontre um aporte teórico sobre alguns
temas e tenha possibilidades de expandir seu conhecimento histórico.
133
Texto 1
O texto a seguir traz uma reflexão sobre a abordagem da História na sala de aula e sobre as esco-
lhas necessárias para a construção do currículo.
134
MANUAL DO PROFESSOR
•• possibilitar a crítica e dogmatismos e ‘verdades’ absolutas como base no reconhecimento
da historicidade de situações e formas de pensamento (talvez não seja o caso de enten-
der as razões dos leões que devoraram cristãos nas arenas romanas, mas, pelo menos,
dos “hereges” que foram massacrados impiedosamente pela Igreja Católica).
Jaime Pinsky e Carla Bassenezi Pinsky. Por uma História prazerosa e consequente. In: Leandro Karnal. História na sala de aula.
Conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2010, p. 23-26.
Texto 2
O estudo das contribuições indígenas, africanas e afro-brasileiras, bem como dos diferentes imi-
grantes que vieram para o país, para a História do Brasil, pode ser abordado por diferentes vertentes. A
fim de contribuir com essas temáticas, é preciso explorar as noções de identidade e cultura que se pro-
põem analisar. O texto a seguir indica possibilidades para esse trabalho.
Identidades plurais
[...]
O surgimento de uma área comum entre antropólogos e historiadores tornou-se possível
quando os primeiros perceberam que, longe de serem estáticas, as estruturas culturais continu-
amente se transformam, através do tempo, como resultado da experiência e das relações viven-
ciadas entre os grupos sociais, e quando os historiadores passaram a valorizar comportamentos,
crenças e cotidianos dos homens comuns, entendendo-os como sujeitos também atuantes e
transformadores dos processos históricos. A história cultural constitui o principal ponto de en-
contro entre as duas disciplinas, campo no qual a fronteira entre elas torna-se tênue ou até de-
saparece em abordagens interdisciplinares que, em nossos dias, tendem a se ampliar e enrique-
cer nosso conhecimento sobre os mais diversos povos e suas complexas relações socioculturais.
A noção de cultura como produto histórico, dinâmico e flexível conduz a novas abordagens so-
bre relações de contato cultural, questionam e complexificam o conceito de aculturação.
No lugar de regras e parâmetros deterministas, fronteiras culturais e ideológicas rigida-
mente demarcadas, abre-se espaço para considerar as tensões e ambivalências do universo cul-
tural e simbólico continuamente reordenado nos processos históricos. Isso favorece a ideia de
que, apesar dos condicionamentos culturais, os homens orientam-se por estratégias móveis,
por interesses e objetivos que se transformam com suas experiências históricas, permitindo-
-lhes reformular culturas, valores, memórias e identidades. Estas últimas podem ser vistas,
portanto, como plásticas, provisórias, contingentes e plurais, evidenciando que pluralidade e
identidade não são excludentes. A investigação sobre construção e reconstrução identitárias
tem revelado uma gama de possibilidades quanto a composições e acomodações dos diferentes
elementos internos a um grupo ou mesmo a um indivíduo. Identidades regionais, religiosas,
étnicas, profissionais ou, num nível macro, nacionais, surgem como construções fluídas, dinâ-
micas e flexíveis, que se constroem através de complexos processos de apropriações e ressig-
nificações culturais nas experiências entre grupos e indivíduos que interagem, daí se falar em
identidades inter e intracontrastivas. [...]
Cecília Azevedo e Maria Regina Celestino de Almeida. Identidades plurais. In: Martha Abreu e Rachel Soihet (Orgs.). Ensino de
História: conceitos, temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2009, p. 25-26.
135
Introdução
[...]
O conceito de História como campo de conhecimento é fundamentalmente relacionado
ao conceito de fontes históricas. O uso das fontes e a sua análise temporal são propriedades
do conhecimento histórico. Elementos componentes do conceito de História científica, o do-
cumento e o tempo diferenciam a narrativa histórica da narrativa ficcional e das narrativas
científicas de modo geral.
As fontes, consideradas objeto material da pesquisa histórica, vêm adquirindo, desde o
século XVIII, quando D. Mabillon, da Congregação de Sainte Maur, escreveu a obra De Re Di-
plomatica, cada vez mais importância e vêm expandindo o seu significado. Quando a História
iniciou sua trajetória como conhecimento, o documento escrito oficial era a essência de sua ve-
racidade, afirmação que atingiu seu auge no século XIX. A História era o que havia sido regis-
trado pela escrita dos homens sobre a vida pública. Com isso, os sujeitos eram somente os que
tinham aceso às formas de manifestação escrita ou os que deviam, em razão de sua importân-
cia pública, ter seus atos registrados pelos seus pares, detentores das formas escritas.
[...]
Ao uso exclusivo dos documentos escritos como fontes foi incorporada a variedade da pro-
dução da sociedade. Esse novo olhar sobre a História como campo de conhecimento fez que a vi-
da política deixasse de ser objeto exclusivo da pesquisa. Obras de arte, como pinturas e escultu-
ras, documentos escritos de natureza diversa, como registros particulares, anotações domésticas,
tipos variados de correspondência, formas de manifestação literária, musical, imagens fixas e e
em movimento, peças da vida cotidiana, enfim, tudo o que fornecesse informação sobre a vida
humana aos poucos foi incorporado ao universo das fontes históricas.
[...]
Para proporcionar o desenvolvimento do pensamento histórico do aluno e fazê-lo dis-
tanciar-se do senso comum, a Didática da História propõe procedimentos críticos em rela-
ção às fontes, analisadas como recursos para a aprendizagem do aluno; promove a utilização
do raciocínio comparativo, da periodização do tempo histórico, distinto de um tempo subje-
tivo, da maestria do grau de generalização dos conceitos, distinguindo completamente a His-
tória de seus usos. Para tanto, mobiliza metodologias clássicas das ciências humanas e so-
ciais: questionamento e observação, coleta de dados, exame e descrição e coloca em perspec-
tiva os deslocamentos entre noções comuns e conceitos históricos (Bugnard, 2009).
A promoção dessas formas de pensamento histórico exige que a formação do aluno es-
teja fundamentalmente num conceito de História que o leve à compreensão da realidade so-
cial e das ações dos homens localizadas no tempo. Para tanto, é preciso utilizar materiais
que permitam a construção do texto histórico e o chamado a atividades intelectuais que en-
caminhem o aluno para o desenvolvimento do pensamento histórico.
André Chaves de Melo Silva; Kátia Maria Abud e Ronaldo Cardoso Alves. Ensino de História. São Paulo: Cengage Learning,
2010, p. IX-XIV.
136
MANUAL DO PROFESSOR
1 Cultura: uma criação do homem
UNIDADE
Página 8
137
Mais atividades
1. Aproveite o assunto abordado no texto O futuro é nossa responsabilidade para fazer um paralelo
com a importância do estudo da História no entendimento do mundo que nos cerca e nosso
papel como agentes históricos, desenvolvendo uma atividade integrada com Língua Portugue-
sa: o professor pode propor aos alunos a construção de um texto. Para dar início a esse traba-
lho, faça alguns questionamentos aos alunos:
a ) O que estimula os avanços na tecnologia?
b ) A quais desses avanços você e seus familiares têm acesso? Você acredita que esses avanços
trazem melhorias para a sociedade?
Feitos os questionamentos, oriente os alunos a justificar suas respostas por meio de um texto.
Depois de pronto, reúna os alunos em duplas e peça para que troquem os textos e leiam. Su-
gira que pontuem alguns avanços citados em ambos os textos. Depois, em um grande grupo,
discutam sobre como os avanços tecnológicos influenciaram em suas vidas.
De acordo com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), os conceitos funda-
mentais da História devem seguir uma progressão de abordagem. No que toca o conceito de tempo, ele
138
MANUAL DO PROFESSOR
Páginas 12 e 13
Nestas páginas, a comparação de dois momentos diferentes, a partir das imagens sobre o Carna-
val, pode possibilitar o trabalho de compreensão da importância do estudo da História e das permanên-
cias e rupturas no processo histórico.
Analise com seus alunos as vestimentas das pessoas em cada época. Indague sobre o significado
das fantasias em cada uma das imagens, expondo um pouco sobre a história do Carnaval, desde suas
origens até sua transformação, em tempos e lugares diferentes.
É importante explicar que o Carnaval tem diversos sons predominantes nas várias regiões para
animar os foliões: no Rio de Janeiro, o samba; em Pernambuco, o frevo e o maracatu; na Bahia, o axé,
entre outros.
Comente que são muitas as versões para a origem dessa festa. No Brasil, ela se originou no entru-
do, como apresenta o texto do ícone “Você sabia?”. O entrudo incentivou a criação de uma festa em lo-
cal fechado, para um público selecionado que queria se divertir. Assim, surgiram, em 1840, os bailes de
Carnaval, inspirados nos grandes bailes de máscaras realizados na Europa. Os tambores apareceram pe-
la primeira vez na metade do século 19 no chamado Zé Pereira, uma espécie de passeata de foliões que
ocorria nas ruas do Rio de Janeiro. Em substituição ao Zé Pereira, surgiu o corso, um passeio de carros e
caminhões enfeitados. Os foliões, geralmente famílias em seus veículos, brincavam com as pessoas nas
calçadas, cantando músicas de Carnaval e jogando confetes uns nos outros.
Os ranchos ou cordões foram outros dos vários tipos de festejos do início do século 20, uma es-
pécie de encenação que imitava os Reisados, caminhada de pastores e pastoras até Belém. Durante es-
sa caminhada, os participantes cantavam e batiam de porta em porta pedindo agasalhos.
Já as marchinhas de Carnaval se popularizavam ao serem cantadas pelos ranchos, numa época em
que ainda não havia rádio. Esse conteúdo pode ser aprofundado nas aulas de Arte, em que os alunos
podem conhecer as marchinhas.
As escolas de samba também tiveram origem na cidade do Rio de Janeiro. O primeiro grupo a ser
criado com o título de “escola de samba” foi o Deixa Falar, em 1928, no bairro do Estácio. Mais tarde, sur-
giram muitos outros grupos em diversos bairros da cidade e os desfiles tornaram-se, praticamente, sinô-
nimo de Carnaval no Sudeste do Brasil.
Além das mudanças no Carnaval, surgidas com o passar do tempo, você pode abordar diferenças
quanto à maneira como essa festa popular é celebrada em outras regiões do Brasil, como em Olinda (fre-
vo e maracatu), em Salvador (axé e trios elétricos), em São Paulo (parecido com o do Rio de Janeiro, com
escolas de samba), em São Luís do Paraitinga (Carnaval de marchinhas) e em outros países, destacando
e valorizando a diversidade cultural tão rica em nosso país.
O trabalho com as atividades propostas na seção visa levar os alunos à reflexão sobre manifesta-
ções culturais diversas, preparando-os para que reconheçam e valorizem as particularidades, a diversida-
de e a pluralidade cultural de diferentes povos e sociedades.
139
140
Página 17
MANUAL DO PROFESSOR
Abordar o conceito de cultura para alunos dessa faixa etária demanda estratégias que os aproxi-
mem desse assunto amplo e multifacetado.
São inúmeras as variações de abordagens e interpretação do conceito de cultura nas múltiplas ci-
ências, tendo, inclusive, variados aspectos como referência. Por exemplo, desde a Antiguidade tem-se
buscado explicar as diferenças de comportamento entre os homens a partir da diversidade genética ou
geográfica, apesar de muitos estudos revelarem que nem as características biológicas ou o ambiente fí-
sico são determinantes das diferenças culturais. A História nos mostra que povos que vivem em ambien-
tes muito semelhantes podem ter estilos de vida bem diferentes.
O conceito de cultura perpassa e interessa a diversos campos de conhecimento. É objeto e instru-
mento de análise da História, da Sociologia, da Antropologia, da Educação, entre outros e tem em cada
um desses campos, bem como em suas interseções, diferentes concepções e definições.
Entre as muitas definições possíveis, damos atenção às reflexões de dois antropólogos: o neo-zelan-
dês Raymon Wiliam Firth, que compreende a cultura como o modo de vida de um conjunto organizado
de indivíduos; e Clifford Geertz, que compreende a cultura como um conjunto de construções simbólicas.
Para a proposta desta obra didática, compreende-se que a cultura é o meio de adaptação do ho-
mem aos diferentes ambientes. Ela é um processo acumulativo, pois os grupos humanos adquirem co-
nhecimentos e experiências acumulados ao longo das gerações que os antecederam.
Nessa perspectiva, o uso do termo “cultura” para definir o conjunto de atitudes, crenças e códigos
de valores compartimentados num determinado período histórico é aplicado a partir dos estudos antro-
pológicos de Clifford Geertz. Para o autor, cultura é sempre algo público, de um grupo, e não um ele-
mento particular. Ela é formada por construções simbólicas e significados contidos num conjunto de sím-
bolos compartilhados.
Neste capítulo, o conceito é trabalhado por meio de exemplos e comparações. A opção de traba-
lho é por meio de um aspecto da cultura: a forma de festejar de grupos diversos no Brasil atual.
Páginas 19 a 21
Ao trabalhar o texto sobre a festa do Quarup e a festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens
Pretos, você pode destacar outros aspectos culturais desses grupos e explicar, por exemplo, que o Qui-
lombo de Ivaporunduva, localizado no município de Eldorado, em São Paulo, tem uma área de 3 158,11
hectares, cujo território ainda mantém 80% de sua área coberta pela Mata Atlântica, com grande rique-
za de espécies vegetais e animais característicos dessa mata, como canela, peroba, cedro-rosa, figueira,
jacu, tucano, araponga, macuco, sabiá, tucaninho, veado, tatu, tamanduá, raposa, entre outros.
141
Mais atividades
1. Você pode promover uma pesquisa sobre as diferentes celebrações que ocorrem em nosso país.
Organize grupos de pesquisa e defina temas para cada um deles. É interessante que as
pesquisas investiguem as festas pouco conhecidas, como as celebrações de fases da natureza,
comemoradas por indígenas, ou festas religiosas específicas de grupos indígenas, ou celebrações
que ocorrem em nosso país com origens em diferentes culturas, sejam africanas, hebraicas,
ucranianas, entre tantas outras. Devem ser investigados os motivos das festividades, os principais
momentos da festa ou celebração, se são usadas vestimentas e adereços diferentes daquelas
do dia a dia das pessoas envolvidas.
Cada um dos grupos pode, em uma roda de conversa, apresentar os resultados de sua pesqui-
sa, para que toda a turma conheça um pouco mais da variedade cultural representada por fes-
tividades em nosso país.
Nessa atividade o aluno poderá trazer a análise do conceito de cultura para sua realidade próxima.
Espera-se que, ao desenvolver essa breve pesquisa e produzir um texto sobre um elemento da cultura
local, o aluno consiga compreender-se como parte da história.
142
MANUAL DO PROFESSOR
Endereço eletrônico
•• www.socioambiental.org
Site do Instituto Socioambiental (ISA), que apresenta documentários da TV Cultura e do pró-
prio Instituto. No link http://www.socioambiental.org/pt-br/campanhas, por exemplo, é possível en-
contrar algumas campanhas desenvolvidas por grupos indígenas, muitas das quais relacionadas à
preservação ambiental.
Os versos da canção “Quebra Milho”, de Renato Teixeira, são apresentados neste capítulo como pon-
to de partida para que você possa retomar e aprimorar o conceito de tempo e a criação de mecanismos
para a sua contagem, como a elaboração de calendários em tempos e lugares diferentes.
Essa composição trata da visão do autor sobre a organização do calendário de plantio do milho. Vo-
cê pode fazer a leitura com os alunos e, em seguida, perguntar a eles se conhecem as comidas citadas
nos versos, bem como solicitar que procurem no dicionário o significado das que são desconhecidas.
Como sabemos, o clima exerce significativa influência no desenvolvimento das plantações. Para um
trabalho mais aprofundado a respeito desse tema, propõe-se o acesso ao link: http://agricultura.ruralbr.
com.br/noticia/2012/01/calendario-agricola-veja-qual-o-melhor-periodo-para-o-plantio-e-colheita-das
-principais-culturas-do-pais-3641485.html
Nele você encontrará um infográfico das regiões do país e as plantações de cada região. Para ob-
ter mais informações sobre determinada plantação, é só clicar sobre ela. Por meio desse infográfico você
poderá explicar de maneira mais aprofundada o calendário de plantio para os alunos.
Mais atividades
1. Se possível, pode ser organizado o preparo de um dos pratos citados na canção com os alunos.
Tal experiência é educativa e divertida.
2. Estudos científicos apontam que o clima varia naturalmente, independentemente das ações an-
trópicas (do homem), ou seja, mesmo que o ser humano não habitasse o Planeta, as estações
do ano não teriam sempre as mesmas temperaturas. Isso porque, antes de qualquer coisa, o cli-
ma é dependente da intensidade da radiação solar.
Partindo dessa constatação, propõe-se uma atividade integrada às disciplinas de Geografia e Ci-
ências. Organize a turma em grupos de quatro alunos e peça para fazerem uma pesquisa, em
livros, revistas, internet etc., sobre as estações do ano. As pesquisas devem contemplar as se-
guintes questões: quais são as estações do ano; em qual estação estamos; como podemos
identificar cada estação; se todos os anos as estações se comportam da mesma maneira; e se
em todas as regiões do Brasil as estações apresentam as mesmas características.
143
Página 24
Você deve aproveitar o tema para trabalhar a forma de escrever datas abreviadas ou por extenso,
a fim de reforçar a compreensão dos alunos quanto à sequência e à distribuição dos dias e dos meses
no calendário.
Explique a importância de saber ler as datas para verificar compromissos assumidos, bem como a
validade dos alimentos e dos remédios.
Mais atividades
1. Oriente a confecção de cartazes para serem dispostos no mural da sala, com poemas, desenhos
e colagens de acontecimentos característicos de cada mês ou estação do ano.
2. Propõe-se, também, uma atividade integrada à disciplina de Geografia, em que os alunos iden-
tifiquem as Fases da Lua por meio da compreensão de que as mudanças na iluminação do as-
tro acontecem de acordo o posicionamento do Sol. Na atividade, serão trabalhados os concei-
tos geográficos de:
•• Rotação: movimento da terra em torno do seu próprio eixo (responsável pelos dias e noites);
•• Translação: movimento da terra em torno do Sol (responsável pelas estações do ano);
•• Órbita: movimento de um corpo sobre o outro, geralmente com a ação da gravidade, nes-
se caso, o movimento da Lua ao redor da Terra;
•• Fases da Lua: mudança aparente da porção visível da Lua devido à variação da posição da
Terra em relação ao Sol.
Os alunos devem observar diariamente a Lua, fazer anotações sobre o horário em que ocorreu
a observação e desenhar o formato dela em um calendário (modelo a seguir). Essas anotações
ajudam na discussão da periodicidade das fases lunares e do tempo em que o astro leva para
completar uma volta em sua órbita ao redor da Terra (ou seja, realizar a rotação). Como é uma
atividade para ser realizada em casa, proponha aos alunos que convidem os familiares para,
juntos, observarem a Lua. Além disso, peça que expliquem aos familiares o objetivo dessa ati-
vidade, o qual é comprovar na prática o que aprenderam no conteúdo estudado: que as fases
da Lua ocorrem em virtude da variação da posição da Terra em relação ao Sol.
Comente que em dias chuvosos, por exemplo, não será possível observar a Lua. Peça, então,
que mesmo assim anotem o motivo de não poderem observá-la, por exemplo: não pude
observar, pois estava chovendo.
144
MANUAL DO PROFESSOR
b ) Quanto tempo dura cada fase?
c ) As fases se repetem nesses meses? Qual o intervalo de tempo entre duas fases idênticas
consecutivas?
Modelo de calendário
Mês ( )
1 2 3 4 5 6 7
8 9 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28
29 30 31 Observações:
145
Página 25
Ainda neste capítulo são propostas atividades que visam reforçar a percepção dos alunos quanto à di-
mensão do tempo para cada pessoa e a realização de atividades e eventos que se considerem significativos.
A retomada de aspectos ligados ao desenvolvimento de mecanismos para marcar a passagem
do tempo, desde os mais antigos, como a ampulheta, até os mais sofisticados na atualidade, tem co-
mo objetivo reforçar a compreensão dos alunos quanto ao conceito de tempo e a importância do es-
tudo da História.
Reforce que, de modo geral, o desenvolvimento de instrumentos para medir o tempo varia de
acordo com a cultura dos grupos humanos, auxiliando a percepção sobre como os aspectos culturais di-
versos determinam formas diversas de contar e “aproveitar” o tempo.
Nesta atividade você trabalhará a noção de duração e sucessão com os alunos. Para que a atividade fi-
que mais dinâmica, se possível, proponha a eles que tragam um relógio de casa. Como esta atividade en-
volve números, trabalhe de forma integrada com as disciplinas de História e Matemática.
A confecção da ampulheta pelos alunos e o seu uso pode propiciar a reflexão sobre uma forma
diferente de medir a passagem do tempo. Chame a atenção da turma para a evolução tecnológica nos
aparelhos de medição do tempo, os relógios, por exemplo. Oriente-os para que percebam semelhanças,
continuidades e rupturas entre os instrumentos que estão retratados nas imagens do início do capítulo
e os outros, como a ampulheta que irão produzir.
Apesar de estarmos ensinando os alunos a utilizar e, mais do que isso, ler os algarismos romanos,
a opção da Coleção, como já explicitado e explicado na página 19 deste Manual, é trabalhar com os al-
garismos arábicos. Por esse motivo, no enunciado da questão, optamos pela grafia 21.
146
MANUAL DO PROFESSOR
A partir de memórias coletadas de alguns idosos, a autora compõe a sua obra. Segundo ela, a
função social exercida durante a vida deles ocupa parte significativa de sua lembrança. A narrativa
de homens e mulheres, que para algumas pessoas já não são mais membros ativos da sociedade,
têm uma nova função social: lembrar e contar para os mais jovens a sua história, de onde eles vie-
ram, o que fizeram e aprenderam, revelando que na velhice as pessoas tornam-se a memória da fa-
mília, do grupo, da sociedade.
•• História do calendário. Hernani Donato. São Paulo: Melhoramentos, 1993. (Série Prisma).
A obra apresenta as formas usadas pela humanidade para medir e registrar o tempo desde os
seus primórdios. Mostra a origem dos meses (e seus nomes) e das semanas, além de resgatar o ca-
minho das observações astronômicas e das conveniências sociais que levam até o calendário atual.
•• Didática de História: o tempo vivido – uma outra história. Ana Lúcia Lana Nemi e João Carlos Martins.
São Paulo: FTD, 1996.
O livro apresenta uma nova maneira de ensinar História, propondo uma revisão e redefinição
do papel do professor.
•• Didática de Geografia: memórias da Terra – o espaço vivido. Salete Kozel e Roberto Filizola. São Paulo:
FTD, 1996.
O livro apresenta os conceitos fundamentais para a compreensão do espaço geográfico, tra-
zendo atividades significativas e abordagens recentes de Geografia para a reelaboração do saber.
•• Seis mil anos de pão: a civilização humana através de seu principal alimento. Heinrich Eduard Jacob.
São Paulo: Nova Alexandria, 2003.
A obra trata da história do trigo, da agricultura, das técnicas de produção e conservação dos
alimentos que marcaram a história da humanidade. Publicado originalmente em 1944, traz importan-
tes aspectos para a reflexão de conceitos, como cultura e civilização.
•• Mil folhas: história Ilustrada do doce. Lucrecia Zappi. São Paulo: Cosac Naify, 2010. (Coleção Prismas).
O livro é um passeio geográfico, histórico e literário pela história dos doces, apresentando vas-
to material, como cartazes de época e imagens informativas que recuperam como a apreciação e fei-
tura dos doces, que traduzem um comportamento cultural. O caminho do “xicletl” consumido pelos
maias e astecas ao chiclete da Adam’s, do al-fahua dos árabes até o tradicional alfajor argentino, as
navegações em busca do açúcar e tantas outras histórias.
Endereço eletrônico
•• www.wdl.org
Site do World Digital Library, que reúne mapas, textos, fotos, gravações, mapas e filmes de to-
dos os tempos e explica em sete idiomas as joias e as relíquias culturais de todas as bibliotecas do
planeta. Permite ao internauta orientar a sua busca por épocas, zonas geográficas, tipo de documen-
to e instituição.
147
Página 34
O aluno pode e deve se reconhecer como sujeito histórico, possuidor de características que lhe
são próprias e de uma história singular, única. Deve-se, portanto, realizar um trabalho constante com as
especificidades de cada um, as quais irão compor a identidade ao longo da vida.
Nesse sentido, a unidade trata de características comuns a todos os períodos da vida dos se-
res humanos, mas também busca a reflexão e o entendimento dos alunos quanto às singularidades
de cada um.
Nesta unidade buscamos auxiliar o aluno a desenvolver:
•• a percepção de que, por meio da família, da escola, da religião, dos costumes e das formas de
lazer em que está inserido socialmente;
•• o estabelecimento de relações entre passado e presente;
•• a comparação de acontecimentos no tempo, usando as noções de anterioridade, posteridade
e simultaneidade;
•• o reconhecimento e a valorização da diversidade étnica e cultural em diferentes tempos e espa-
ços como elemento formador do conhecimento histórico;
•• a reflexão sobre a dimensão global da realidade que o cerca;
•• o aprofundamento do significado de cultura como forma de produção essencialmente huma-
na, manifestada em atos, comportamentos, crenças, valores, costumes, criações artísticas, en-
tre outros;
•• a percepção de que estudar História é uma forma de se descobrir e se situar no mundo;
•• a reflexão sobre o processo de construção humana (cultura) de forma global e integrada, em di-
ferentes épocas e espaços, conscientizando-se de sua diversidade;
•• a valorização de atitudes, como a solidariedade, capacidade de trabalhar em grupo, atenção e
respeito aos outros;
•• a compreensão no tempo e no espaço dos mecanismos do trabalho infantil, seus fatores condi-
cionantes e reflexos na construção do cidadão;
•• o exercício de comparação da história pessoal com a de diferentes grupos humanos, o que re-
presenta um importante recurso para a construção da própria identidade e do grupo social do
qual ele faz parte.
A imagem do quadro Brincadeiras infantis, de Pieter Bruegel, e o diálogo das personagens têm
o objetivo de despertar nos alunos a curiosidade e a percepção das mudanças e permanências no
universo infantil.
148
MANUAL DO PROFESSOR
Página 36 Para começo de conversa...
Página 39
Ao trabalhar com os alunos o poema Vovô é importante destacar: algumas características que te-
mos mudam ao longo da vida. Esse aspecto pode ser bem desenvolvido, principalmente na leitura das
imagens e do texto que fazem parte desse subitem, a exemplo das características do significado de ser
criança, ser jovem, ser adulto, ser idoso. São muitas as possibilidades de outras abordagens e significados
sobre características e papéis desempenhados em cada fase, o que permite aos alunos comparar vivên-
cias e percepções a partir das imagens.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma pessoa é classificada como idosa,
cronologicamente, tendo mais de 65 anos de idade, nos países desenvolvidos, e mais de 60 anos de ida-
de, nos países em desenvolvimento.
Os idosos apresentam mudanças físicas, como o aparecimento de rugas, embranquecimento
dos cabelos, diminuição das capacidades auditiva e visual, lentidão no andar e mudanças emocionais,
que podem comprometer a sua qualidade de vida. Esse processo é biologicamente normal e evolui
progressivamente, não acontecendo necessariamente em paralelo ao avanço da idade cronológica.
Desse modo, o idoso tende a modificar seus hábitos de vida e rotinas diárias e passa a ocupar-se de
atividades menos ativas, assim, reduzindo seu desempenho físico, suas habilidades motoras e sua ca-
pacidade de concentração.
149
Nas entrevistas realizadas com os idosos, é importante que os alunos identifiquem a percepção de-
les sobre o processo de envelhecimento. Os alunos podem notar que é fundamental o reconhecimento
das contribuições do idoso para a sociedade e o reconhecimento como qualquer cidadão, com direitos
pessoais e sociais que não podem ser negados.
Mais atividades
1. A fim de trabalhar dados relativos aos idosos no Brasil, sugerimos uma pesquisa e produção de
gráfico com os dados.
Oriente uma pesquisa em que, em grupos, os alunos investiguem sobre o percentual de ido-
sos que vivem em cada região do país. Sugira, também, que pesquisem outras informações,
como o número de idosos que trabalha, entre outras.
No site do IBGE você pode encontrar algumas informações: http://www.ibge.gov.br/home/
estatistica/populacao/perfilidoso/
Com os dados em mãos, os alunos deverão, então, construir um gráfico de pizza representati-
vo dos percentuais investigados.
Página 46
Ao tratar o tema abordado neste subitem, o qual se refere a um problema ainda presente em
vários lugares na atualidade, é importante lembrar aos alunos que a Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF) é um órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) que defende os direitos das
crianças. Além dele há outros órgãos, instituições e leis que visam erradicar a exploração de crianças
no mundo.
150
Na atividade desta seção, incentive os alunos a comentar o que chama mais a atenção no que se
refere às imagens da criança trabalhadora escrava, das crianças que trabalhavam nas indústrias e das que
MANUAL DO PROFESSOR
trabalham na atualidade, levando-os a perceber que se tratam de crianças que viveram em tempos dife-
rentes, o que pode ser verificado pelas vestimentas e pela legenda, mas que passam pelo mesmo pro-
blema. Destaque a importância da leitura das legendas, lembrando que elas trazem referências que com-
plementam a imagem (há mais informações sobre análise de imagens na parte geral deste Manual). Pa-
ra explorar melhor cada imagem, busque trabalhar com a turma o que eles pensam sobre ser uma crian-
ça trabalhadora em cada período retratado nas imagens, como poderia ser o cotidiano delas e quais as
suas necessidades e problemas.
É importante explicar: no Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma lei decretada
pelo Congresso Nacional que entrou em vigor em 12 de outubro de 1990. O ECA trata dos direitos fun-
damentais da criança e do adolescente, como dignidade, educação, saúde e proteção.
Assim estabelece o Artigo 5º:
A leitura da ilustração e do fragmento de texto que introduzem o capítulo, possibilita, mais uma
vez, que os alunos se expressem em relação ao ato de brincar. Eles poderão citar e inferir muitos aspec-
tos relacionados a essa leitura: há meninos e meninas brincando juntos, o nome da brincadeira (que po-
de variar muito de acordo com a memória e o conhecimento deles), a brincadeira representada na ilus-
tração está sendo executada ao ar livre, o entendimento pessoal sobre o significado de “defender a rua
com unhas e dentes”, entre outras.
Sobre a formação de grupos para brincar ou praticar outras atividades, você pode discutir a for-
mação de grupos fechados, em que normalmente os integrantes até se ajudam, mas às vezes se fecham
para outros colegas ou grupos, o que os impede de adquirir novos conhecimentos e experiências.
Nas entrevistas propostas nesta seção podem ser citadas as mais diversas brincadeiras e brinque-
dos, como esconde-esconde, pega-pega, futebol no campinho, amarelinha, pular corda, bambolê, pipa
ou arraia, pião, bolinha de gude, polícia e ladrão ou piculas, caçador ou baleado, carrinhos de lata, ovo
na colher, corrida de saco e muitas outras.
151
Mais atividades
1. Uma alternativa de trabalho é propor a escolha de uma das brincadeiras, como “cabra-cega”, e
depois, solicitar pesquisa: em que regiões essa brincadeira é praticada e de que maneira? O
nome da brincadeira é o mesmo? E o modo como se joga? As palavras pronunciadas são
iguais? O que varia de uma para outra? A partir desse levantamento, que revelará algumas va-
riações dialetais, pergunte aos alunos por que eles acham que essa variação acontece.
Retome a questão histórica da colonização e de que cultura cada região sofreu mais influên-
cias. Depois, se for o caso, relacione as palavras encontradas na pesquisa com essas influências.
Brincadeiras indígenas
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Neste subitem é importante lembrar a diversidade cultural existente entre os grupos indígenas do
Brasil e comentar: as atividades e as brincadeiras infantis praticadas entre eles, em boa parte, são desen-
volvidas em grupos, muitas vezes sem competição, contribuindo para que aprendam diversas práticas
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MANUAL DO PROFESSOR
Converse também sobre a origem de alguns jogos e brincadeiras brasileiras que tiveram influ-
ência da cultura dos povos que colonizaram o país. Explique, por exemplo, que os portugueses in-
fluenciaram a nossa cultura com os versos, as adivinhas, as parlendas e grande parte dos jogos tradi-
cionais populares do mundo, como o jogo de saquinhos (cinco Marias), a amarelinha, a bolinha de gu-
de, o pião e outros.
Ao tratar desse tema, os alunos poderão perceber mais uma vez os elementos da cultura que
se transformam com o tempo e outros que se mantêm ou se modificam mais lentamente. Ao entrar
em contato com experiências passadas, que fazem parte da história da cultura em que vivem, os alu-
nos podem reconhecer novos aspectos da história do grupo social de que fazem parte, além de pos-
sibilitar uma primeira comparação de culturas e a identificação de diferenças na caracterização e no
sentido da infância. Mais informações podem ser encontradas nas obras indicadas em “Sugestões pa-
ra o professor”.
Leia, junto com os alunos, o texto sobre os direitos e a liberdade das crianças do povo indígena
pataxó. Converse com eles sobre as diferenças e semelhanças entre o cotidiano de uma criança indíge-
na e o dos alunos. Para isso, peça que observem a imagem dos índios brincando de bolha de sabão. Per-
gunte quem já brincou de bolha de sabão e leve-os a concluir que, apesar de termos brincadeiras dife-
rentes, também temos brincadeiras comuns.
Mais atividades
1. Na aula de Ciências, desenvolva uma atitude integrada com a temática das brincadeiras indíge-
nas, e explore com os alunos a formação das bolhas de sabão.
No site: www.mundoeducacao.com/quimica/como-se-formam-as-bolhas-sabao.htm, você en-
contrará o texto “Como se formam as bolhas de sabão”, de Jennifer Rocha Vargas Fogaça, no
qual explica-se o processo científico que envolve a formação das bolhas.
Questione os alunos se eles sabem de que forma as bolhas são formadas e, com base no texto
proposto, explique o processo químico envolvido, e o porque das bolhas serem sempre esféricas.
Leve os alunos para o pátio para brincarem de fazer bolhas de sabão. Pergunte se eles sabem
o que é misturado para fazer a bolha de sabão. Depois, coloque detergente em uma bacia com
água, misture e deixe-os brincar de fazer bolha com a mão.
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Neste subitem é apontada a influência africana, que introduziu em nosso país muitas lendas e brin-
cadeiras, como o jogo de caça ao tesouro, pegador, cavalo de pau, entre outros.
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Lendas são textos que, de forma fantasiosa, explicam acontecimentos e fenômenos presentes na
história e cotidiano de determinado grupo social. A exploração mais aprofundada do gênero textual po-
de ser desenvolvida nas aulas de Língua Portuguesa.
Para ter mais informações sobre lendas brasileiras, recomenda-se a consulta ao site: http://www.
sohistoria.com.br/lendasemitos/br/.
Na atividade de pesquisa sobre a lenda do saci-pererê, é importante destacar que a palavra saci-
-pererê, no Brasil, possui algumas variações regionais, como saci, saci-cererê, martim-pererê, matintape-
reira e matintaperera. Em muitas regiões brasileiras ele é considerado um ser brincalhão, já em outros lu-
gares, ele é encarado como um ser maligno. Assim, tanto na pesquisa como na representação e ilustra-
ção dos alunos, podem aparecer várias versões e olhares sobre essa figura do folclore brasileiro. Você po-
de destacar que o saci-pererê é um dos personagens mais conhecidos do nosso folclore e que, em 2005,
foi criado em caráter nacional o Dia do Saci (31 de outubro), como uma forma de valorizar ainda mais o
folclore brasileiro.
Mais atividades
1. Como atividade complementar ao trabalho com cantigas de roda, sugere-se propor aos alunos
que escrevam a letra das que eles conhecem e cantam. Em seguida, você pode problematizar
com eles se sabem quem as inventou, como aprenderam, em que situação utilizam. É impor-
tante fazê-los refletir sobre como algumas dessas cantigas resistiram ao tempo. Pode-se tam-
bém propor a elaboração de um livro de cantigas de roda, contendo as de preferência deles
e das pessoas de seu convívio. Esse trabalho pode ser feito de forma integrada com a discipli-
na Língua Portuguesa, no que se refere às produções e reescritas textuais.
A ludicidade é um dos principais objetivos no trabalho com cantigas, pois desenvolve a criati-
vidade, a coordenação motora, a imaginação, entre outros aspectos. Você pode ressaltar que
elas fazem parte da nossa cultura, sendo transmitidas por meio das gerações e, para preservá-
-las, é necessário valorizá-las e compartilhá-las com nossos colegas e familiares.
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MANUAL DO PROFESSOR
•• Contos tradicionais do Brasil. Luís da Câmara Cascudo. 16 ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.
A obra reúne cem histórias populares, colhidas diretamente da narrativa do povo nordestino.
•• Poemas dos becos de Goiás e estórias mais. Cora Coralina. São Paulo: Vozes, 2004.
Publicado pela primeira vez em 1965, trata-se da primeira obra publicada pela autora e reúne
37 poemas. Seus versos narram fatos, lendas e tradições de Goiás.
•• O tesouro das cantigas para crianças. Ana Maria Machado (Org.). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.
O livro traz toda a riqueza das tradicionais cantigas de roda brasileiras, possibilitando a reme-
moração da infância para os adultos e o conhecimento de inúmeras cantigas pelas crianças.
•• Como brincar à moda antiga. André Carvalho e David de Carvalho. Belo Horizonte: Lê, 1987. (Cole-
ção Pergunte ao José).
A obra apresenta muitas brincadeiras, jogos e brinquedos, além de trava-línguas, trocadilhos
e adivinhas.
•• Giramundo e outros brinquedos e brincadeiras dos meninos do Brasil. Renata Meirelles. Belo Horizonte:
Terceiro Nome, 2008.
O livro registra dados de uma pesquisa realizada durante vários anos em diversas regiões do
Brasil, principalmente na Amazônia. São mais de trinta brinquedos e brincadeiras artesanais ou ao ar
livre, os quais a autora descreve a maneira de brincar e ensina, passo a passo, a confeccionar os brin-
quedos. O livro ganhou o prêmio Jabuti em 2008.
Endereços eletrônicos
•• www.mapadobrincar.com.br
Site do projeto desenvolvido pelo suplemento infantil Folhinha, do jornal Folha de S. Paulo, com
o objetivo de descobrir se há semelhanças e diferenças entre o brincar das várias regiões do país. O jor-
nal recebeu 10 204 inscrições de crianças das cinco regiões do país, descrevendo as brincadeiras que fa-
zem parte do seu dia a dia. Dessas, 550 foram selecionadas para compor o conteúdo do site, divididas
por categoria (amarelinha, bola, palmas, corda, roda etc.) e por região. As brincadeiras estão descritas em
textos, mas também há registros em forma de desenhos, fotos, áudios e vídeos (na seção Galeria).
•• http://www.fundabrinq.org.br
Site mantido pela Fundação Abrinq, criada em 1990 – ano da promulgação do Estatuto da
Criança e do Adolescente – com o objetivo de mobilizar a sociedade para questões relacionadas aos
direitos da infância e da adolescência.
•• http://www.ciranda.org.br
Site da Ciranda, central de notícia dos Direitos da Infância e Adolescência, fundada em 1998
em Curitiba-PR. Tem como objetivo produzir um trabalho de cobertura e análise do que a imprensa
paranaense publica sobre infância e adolescência, oferecendo pautas especiais, atendimento perso-
nalizado aos jornalistas e mobilização em datas específicas relacionadas ao universo infanto-juvenil,
além de organização e disseminação de informações especializadas e realização de projetos direta-
mente voltados a crianças e adolescentes.
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CD
•• Toquinho. Casa de brinquedos. Rio de Janeiro: RGE, 1983.
O CD apresenta 11 faixas de músicas infantis interpretadas por vários artistas consagrados, co-
mo Toquinho, Simone, Chico Buarque, Moraes Moreira, entre outros.
Filmes
•• Crianças invisíveis. Direção de Mehdi Charef et al. Roma: MK – Film Productions S.r.l./Raí Cinemafic-
tion, 2005. (115 min.).
Produção encomendada pela Unicef e realizada pelas mãos hábeis de sete diretores consagra-
dos de diferentes nacionalidades. A realidade de países de vários continentes é apresentada por meio
de trechos de histórias vividas por crianças e transpostas para as telas, a partir do olhar sensível e di-
ferenciado de nomes como o do inglês Ridley Scott e de sua filha Jordan Scott, da brasileira Katia
Lund, do americano Spike Lee, do chinês John Woo, do italiano Stefano Veneruso, do bósnio Emir
Kusturica e do argelino Mehdi Charef.
•• Janela da alma. Direção de João Jardim e Walter Carvalho. São Paulo: Europa filmes, 2001. (73 min.).
O documentário dirigido por João Jardim e Walter Carvalho mostra pessoas com diferentes
graus de deficiência visual, da miopia discreta à cegueira total, que falam como veem a si mesmas e
aos outros e como percebem o mundo. O escritor José Saramago, o músico Hermeto Pascoal, o ci-
neasta Wim Wenders, o fotógrafo cego franco-esloveno Evgen Bavcar, o neurologista
Oliver Sacks, a atriz Marieta Severo, o vereador cego Arnaldo Godoy, entre outros, fazem revelações
pessoais e inesperadas sobre vários aspectos relativos à visão: o funcionamento fisiológico do olho,
o uso de óculos e suas implicações sobre a personalidade, o significado de ver ou não ver em um
mundo saturado de imagens e também a importância das emoções como elemento transformador
da realidade.
Considerando que a participação nos jogos e brincadeiras permite que os alunos aprendam a
conhecer e dominar a realidade, orientar-se no espaço e no tempo, desempenhar papéis, cooperando
entre si e amadurecendo num ambiente de aceitação importante para a formação de valores éticos,
as atividades desta seção propõem regatar brincadeiras ou jogos de antigamente, do tempo dos avós
e bisavós, bem como seu valor como herança cultural. Dessa forma, o trabalho proposto é uma pos-
sibilidade resgatar e valorizar as experiências vividas por outros e a herança cultural transmitida de ge-
ração para geração.
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MANUAL DO PROFESSOR
Os dados coletados nas entrevistas podem ser organizados de acordo com idade dos entrevistados, le-
vando os alunos a compararem os jogos e brincadeiras da atualidade com os utilizados em diferentes épocas.
Outra forma de organização dos dados pode ser fazendo relação entre os jogos e as brincadeiras
com a descendência ou com região dos entrevistados, ou ainda pela origem, mesmo que sejam jogos
que reproduzam o trabalho realizado por adultos ou que utilizem instrumentos e objetos de uso da vi-
da cotidiana adulta.
Após, apresentarão os resultados para os demais alunos da turma, assim estarão socializando a cul-
tura da sua casa, da comunidade e da região onde vivem. Sugere-se uma exposição acompanhada de
uma mostra dos jogos e brincadeiras pesquisados.
Além de uma rica oportunidade para a construção sadia de relacionamentos entre crianças, adul-
tos e idosos, o projeto pode levar à compreensão: o que é transmitido pela família ao longo dos anos é
uma herança cultural e deve ser respeitada e preservada. Também proporcionará aos alunos conhecer o
passado e levá-los a uma maior concentração, socialização e cooperação entre os participantes, além de
desenvolver a criatividade e a estratégia.
As apresentações durante a mostra dos jogos e brincadeiras, conforme mediação do professor, po-
de de alguma forma estimular os alunos a reconhecer as partes do seu corpo, sua capacidade física, as
alterações ocorridas durante os jogos e brincadeiras e o controle sobre seus movimentos, necessidades
e desejos, permitindo o aprendizado. Dessa forma, por meio do movimento do corpo podemos demos-
trar atitudes de aceitação e cooperação para com o outro.
Nas apresentações dos jogos e das brincadeiras pesquisadas, o professor pode sortear a ordem das
apresentações das equipes. Esse trabalho deve permitir o exercício da boa convivência.
Os alunos poderão ser motivados a ampliar a pesquisa, buscando dados sobre a história dos jogos
e brincadeiras ou mesmo sobre as possibilidades de confecção do material necessário, como a sucata,
que servirá de base para a conscientização do aproveitamento do lixo.
Algumas brincadeiras que podem ser pesquisadas:
Bambolê: Acredita-se que o brinquedo tenha sido criado há cerca de 3 mil anos no Egito, quan-
do era feito de fios de parreira secos.
Seu uso foi retomado em 1958, nos EUA, recriado por Richard Knerr e Arthur Melin, sócios em uma
fábrica de brinquedos. A ideia surgiu depois de uma viagem à Austrália, onde os dois viram crianças brin-
cando com círculos feitos de bambu.
Dominó: Acredita-se que tenha surgido na China, entre 243 a 181 a.C. O antigo dominó chinês traz
todas as 21 combinações que podem ser obtidas ao lançar dois dados, sugerindo que o jogo possa ter
nascido do jogo de dados. Os primeiros indícios da presença do dominó na Europa são de meados do
século 18. Ele era jogado nas cortes de Veneza e Nápoles. As peças eram feitas de ébano com pontos
de marfim representando os números. Atualmente, o dominó é jogado em muitos países do mundo, mas
é mais popular na América Latina.
Trava-línguas: É um jogo verbal que exige a pronúncia com clareza e rapidez de versos ou frases
com grande concentração de sílabas difíceis de pronunciar, ou com grandes repetições de sons. Os tra-
va-línguas são oriundos da cultura popular, eles são modalidades de parlendas (rimas infantis), podendo
aparecer sob a forma de prosa, versos, ou frases. Alguns bastante conhecidos são: “Trazei três pratos de
trigo para três tigres tristes comerem”; “O rato roeu a roupa do Rei de Roma, a rainha com raiva resolveu
remendar”; “Num ninho de mafagafos, cinco mafagafinhos há! Quem os desmafagafizá-los, um bom des-
mafagafizador será”; entre outros.
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158
MANUAL DO PROFESSOR
O diálogo dos personagens para a abertura desta unidade tem como objetivo despertar a refle-
xão sobre a importância da escola e da educação na vida de todos nós.
Explore com os alunos o trecho da canção “Bê-á-bá”, de Toquinho e Elifas Andreato, que inicia o ca-
pítulo, interpretando com eles o sentido das palavras contidas nos versos e dos próprios versos, questio-
nando-os sobre o que significa estar na escola. A partir dos versos dessa canção, auxilie-os a desenvolver
a relação entre o tempo de frequentar a escola e o tempo da aprendizagem humana, que é um proces-
so contínuo. Você pode aproveitar as reflexões e comentários dos alunos sobre o significado de estar na
escola, o período que passam lá e as demais ações desenvolvidas ao longo do dia, a fim de enfatizar os
conceitos de tempo e duração, além de ser uma oportunidade para retomar temas como a organização
da agenda diária, o significado de ser criança e as brincadeiras que povoam o cotidiano dos alunos.
Lembre que não é somente dentro da sala de aula que aprendemos e incentive, então, os alunos
a refletir sobre o que aprendem fora da escola, aprendizagens que podem ajudá-los na construção do
conhecimento e das relações humanas.
Aqui, os alunos podem incluir outros itens e juntos organizar no quadro várias listas de coisas que
aprenderam com os pais, avós e com outras pessoas com as quais convivem.
Finalmente, peça que escrevam um texto no caderno sobre como é gratificante aprender coisas
novas com os nossos familiares.
A criança na escola
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Pretende-se levar o aluno a perceber que frequentar a escola é importante para o seu aprendizado, mas
que ele também aprende por meio de outras situações vividas dentro e fora dela. Leve-o a refletir sobre a res-
ponsabilidade que tem em relação à preservação da escola e ao bem-estar de todos na sala de aula.
Para trabalhar os direitos da criança e adolescente, utilize o texto presente na seção textos de apoio
deste Manual. É um cartaz que foi elaborado por Maurício de Souza, no qual seus personagens ilustram
alguns dos direitos.
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Após ler o fragmento de texto da Declaração dos Direitos da Criança, é importante que você ex-
plique aos alunos como analisar essa fonte histórica, um documento fundamental para garantir os direi-
tos das crianças.
Ao trabalhar o tema da educação como direito, você pode trazer para a sala de aula notícias ou
reportagens em que apareçam crianças que estão fora das escolas por diferentes motivos (trabalho in-
fantil, negligência da família, difícil acesso etc.), para que o assunto possa ser abordado e debatido de for-
ma mais produtiva.
Durante a conversa e a produção do texto coletivo é importante que o aluno entenda que mui-
tas crianças estão fora da escola, principalmente devido às questões relacionadas ao trabalho infantil.
Nas atividades desta seção, que tratam do fragmento de texto da Declaração dos Direitos da Criança,
você pode ler para os alunos os demais princípios estabelecidos na declaração, como:
“A Declaração dos Direitos da Criança tem 10 princípios. São eles:
1o Toda criança será beneficiada por esses direitos, sem nenhuma discriminação por raça,
cor, sexo, língua, religião, país de origem, classe social ou riqueza. Toda e qualquer criança do
mundo deve ter seus direitos respeitados!
2o Toda criança tem direito à proteção especial e a todas as facilidades e oportunidades pa-
ra se desenvolver plenamente, com liberdade e dignidade.
3o Desde o dia em que nasce, toda criança tem direito a um nome e uma nacionalidade, ou
seja, ser cidadão de um país.
4o As crianças têm direito a crescer com saúde. Para isso, as futuras mamães também têm
direito a cuidados especiais, para que seus filhos possam nascer saudáveis. Toda criança também
tem direito à alimentação, habitação, recreação e assistência médica.
5o Crianças com deficiência física ou mental devem receber educação e cuidados especiais,
porque elas merecem respeito como qualquer criança.
6o Toda criança deve crescer em um ambiente de amor, segurança e compreensão. As crian-
ças devem ser criadas sob o cuidado dos pais, e as pequenas jamais deverão separar-se da mãe,
a menos que seja necessário. O governo e a sociedade têm a obrigação de fornecer cuidados es-
peciais para as crianças que não têm família nem dinheiro para viver decentemente.
7o Toda criança tem direito de receber educação básica gratuita e também de qualidade, a
fim de que possa ter oportunidades iguais para desenvolver suas habilidades. E como brincar
também é um jeito gostoso de aprender, as crianças têm todo o direito de brincar e se divertir!
8o Seja em uma emergência ou acidente, ou em qualquer outro caso, a criança deverá ser a
primeira a receber proteção e socorro dos adultos.
9o Nenhuma criança deverá sofrer por pouco caso dos responsáveis ou do governo, nem por
crueldade e exploração. Nenhuma criança deverá trabalhar antes da idade mínima, nem será le-
vada a fazer atividades que prejudiquem sua saúde, educação e desenvolvimento.
10o A criança deverá ser protegida contra qualquer tipo de preconceito, seja de raça, reli-
gião ou classe social. Toda criança deverá crescer em um ambiente de compreensão, tolerância e
amizade, de paz e de fraternidade universal.”
Organização das Nações Unidas. Declaração dos Direitos da Criança. Genebra, 1959. Disponível em: <http://www.canalkids.com.br/
unicef/declaracao.htm>. Acesso em: 15 abr. 2014.
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1. Ao fazer a leitura da Declaração dos Direitos da Criança para os alunos, você pode estabelecer
MANUAL DO PROFESSOR
o paralelo com as imagens do Livro do Aluno referentes a esse subitem, explicando cada um
dos direitos e destacando a sua importância para a vida das crianças. Nessa fase, o aluno já po-
de reconhecer um documento legal, saber quando foi produzido e retirar pequenas informa-
ções dele.
Pergunte se eles sabem de casos de crianças que não frequentam a escola. Desperte a aten-
ção deles para o tema, seja com notícias, seja com situações reais da comunidade.
Pode ser utilizado o mural na sala de aula para afixar as produções escritas e notícias que os
alunos coletarem sobre o tema ou a troca entre eles das suas produções.
2. Proponha uma leitura comentada sobre cada direito reproduzido nas ilustrações e peça a opi-
nião dos alunos sobre o fato de eles serem ou não colocados em prática na comunidade. Tam-
bém é possível realizar uma atividade integrada à disciplina de Arte, em que cada aluno ou
grupo represente, por meio de desenhos ou pinturas, um dos artigos da declaração.
Os alunos devem ser incentivados a conversar sobre a garantia do direito das crianças à edu-
cação e à frequência regular a uma escola. Podem ser destacadas as dificuldades para o cum-
primento das leis e dos estatutos que garantem a educação às crianças, além dos inúmeros
problemas que existem e impedem muitas delas de permanecerem na escola.
O fragmento de texto do livro Cazuza retrata um cenário escolar da década de 1930, no inte-
rior do Maranhão, em que a disciplina rígida criava um ambiente muito diferente daquele que os alu-
nos da atualidade costumam vivenciar. Naquele cenário, o professor era visto como a autoridade que
detinha todo o saber e os alunos deveriam apenas repetir conceitos e fatos que lhes eram apresen-
tados. A leitura do texto pode permitir a reflexão dos alunos quanto a algumas das características ali
apresentadas, como a cara amarrada do professor, o significado das expressões “tomar a benção”, “o
silêncio de afligir”, a imposição de castigos e corretivos físicos aos alunos, a toada da lição cantada,
entre outros aspectos. Conceda espaço aos alunos para que eles expressem suas impressões sobre a
cena descrita.
O professor pode contar aos alunos como curiosidade que nessa época descrita no texto ainda
não existia a caneta esferográfica, pois ela só foi inventada em 1931 e só se tornou acessível alguns
anos depois de sua invenção, sendo que, antes disso, apenas a caneta de pena (peninha de metal en-
fiada num cabo de madeira, a qual era molhada em um vidrinho de tinta, normalmente colocado em
um local especialmente destinado para isso nas carteiras escolares) e, depois, as chamadas canetas-tin-
teiro passaram a ser usadas. Se preferir, você pode até levar imagens ou as próprias canetas (se tiver
alguma em casa que pertenceu a alguém mais velho da família) para que os alunos possam ver como
elas eram.
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O trabalho deste subitem, bem como o desenvolvido nessa seção, deve permitir aos alunos que
consigam identificar as diferenças entre a escola retratada pelo artista Albert Anker e a escola atual, le-
vando-os a refletir sobre elas.
Possivelmente os alunos apontarão algumas diferenças, tais como: a diferença de idades entre os
colegas, as roupas usadas pelos alunos, as carteiras e como elas estão dispostas, a postura do professor
com uma espécie de vara na mão, a maneira como ele está vestido, a ausência de uma lousa, os mate-
riais escolares usados pelos alunos, entre outros. A partir desses dados levantados pelos alunos, pode-se
discutir com eles o porquê dessas diferenças e as mudanças da forma de ensino ao longo dos anos até
chegar ao que conhecemos hoje.
Na atividade proposta nesta seção é importante constatar como era o aprendizado dentro e fora
da escola. É preciso também ressaltar: mesmo as pessoas que não frequentaram a escola por muitos anos
desenvolveram saberes por causa da sua experiência de vida.
Para o melhor aproveitamento da exposição do convidado, você pode organizar antecipadamen-
te com os alunos algumas perguntas que abordem aspectos como: descrição de atividades e disciplinas,
de quais ele mais gostava, como eram realizadas as avaliações, como era a rotina da escola e a discipli-
na, como eram as relações entre professores e alunos, descrição física da escola e de seus ambientes, en-
tre outras.
Mais atividades
1. Como atividade complementar, você pode pedir aos alunos que possuam objetos da época
apresentada pelo convidado para que tragam à sala de aula, de forma que os demais possam
conhecer, bem como possam compará-los com os objetos da sala de aula que frequentam.
Solicite, ainda, que façam comparação entre as características narradas pelo convidado e aque-
las apresentadas no texto inicial do capítulo.
O tempo na escola
A leitura do texto sobre o Colégio Nossa Senhora do Sion permite uma reflexão sobre mudanças
pelas quais a escola passou até o tempo presente. Ao trabalhar esse texto, é importante que você con-
verse com os alunos sobre a ortografia de algumas palavras, como collegio, extricta e exactidão,
162
MANUAL DO PROFESSOR
Se preferir, aproveite o momento e comente com os alunos sobre o acordo ortográfico, assina-
do em 1990 e que vigorou em 2009, bem como sobre outros acordos ortográficos anteriores a esse,
como os de 1945, 1971 e 1986, integrando com a disciplina de Língua Portuguesa para aprofundar es-
se assunto.
Mais uma vez, o aluno ao produzir um texto sobre a temática em foco, porém voltado à sua reali-
dade, poderá compreender-se como parte da História.
Mais atividades
1. Aproveitando a referência aos chamados “dias santificados” citados no texto, você pode de-
senvolver uma atividade complementar, retomando o tema da Unidade 1, utilizando o ca-
lendário vigente, destacando que há feriados que são de natureza religiosa, como Natal,
Páscoa e Finados, que estão relacionados à religião católica (predominante no Brasil); de na-
tureza social, como o dia 1º de janeiro (Confraternização Universal) e o Dia do Trabalho; e
de natureza cívica, como Dia de Tiradentes, Dia da Independência do Brasil e da Proclama-
ção da República.
Os alunos podem pesquisar outras datas que, antigamente, eram consideradas feriados no
Brasil e sobre feriados importantes em outros países, promovendo um debate em sala de au-
la sobre o significado deles.
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Nesta unidade, dando seguimento ao tema enfocado na Unidade 2 “Um tempo para cada coisa,
cada coisa no seu tempo”, no que se refere ao trabalho infantil, são abordados alguns aspectos ligados
ao trabalho, ao emprego e às profissões. Buscou-se também introduzir aspectos como o exercício de al-
gumas atividades em diferentes contextos, as relações sociais desenvolvidas nas atividades produtivas e
um enfoque inicial sobre questões ligadas aos direitos dos trabalhadores.
Nesta unidade buscamos auxiliar o aluno a desenvolver:
•• a importância do significado da pesquisa e interpretação das fontes ou documentos históricos
para o desenvolvimento do espírito crítico;
•• o entendimento de que a busca por imagens, relatos e documentos históricos contribui para o
conhecimento e a preservação da memória e do Patrimônio Cultural e histórico;
• • a compreensão das diversas atividades em diferentes contextos, que podem ser considera-
das como trabalho, inclusive aquelas que não são remuneradas, especialmente os afazeres
domésticos;
•• os conceitos de trabalho, emprego e profissão;
•• a percepção dos variados ritmos e normas de relações sociais pelo exercício de atividades produtivas;
•• o conhecimento das questões voltadas aos direitos dos trabalhadores, a existência desses direi-
tos, surgidos com a criação de leis trabalhistas e sua importância no processo de cidadania;
•• a percepção da evolução das tendências históricas que afetam o mercado de trabalho e de pro-
fissões e processos fundamentais que determinam essa dinâmica;
•• a identificação da relação entre a vida do aluno e sua história com o papel de todos os indi-
víduos na construção da História, procurando fazer com que aprendam a olhar a realidade, en-
tendendo a historicidade do que vivem, relacionando-a com outras experiências do passado
e do presente.
164
MANUAL DO PROFESSOR
dos alunos sobre diferentes atividades profissionais, e sobre o aprendizado exigido para a prática de
tais profissões.
Para iniciar o capítulo, você pode promover a leitura do poema e da imagem a ele associada.
Após ler os versos do poema de José Paulo Paes, é importante fazer a analogia com a tradicional fá-
bula A Cigarra e a Formiga, atribuída a Esopo, que viveu na Grécia na Antiguidade, recontada por Jean
de La Fontaine, cuja versão enaltecia o trabalho exaustivo e braçal da formiga e desmerecia a ativida-
de da cigarra. Procure contextualizar que no século 17, época em que foi publicada a obra de La Fon-
taine – Fábulas Escolhidas, coletânea de 124 fábulas –, as atividades ligadas às artes não eram vistas co-
mo trabalho.
Converse com os alunos sobre a importância de todas as atividades profissionais, por mais diferen-
tes que sejam.
Mais atividades
Divisão de tarefas
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É importante analisar com os alunos um aspecto muito presente em várias culturas e lugares: as
crianças que compartilham as responsabilidades da família, participam do trabalho dos pais e ajudam na
administração da casa. Nesse caso, principalmente as meninas que, muitas vezes, cuidam dos irmãos e
irmãs e ajudam nas tarefas domésticas.
Além de buscar romper o preconceito sobre quais tarefas cabem aos homens e às mulheres, é fun-
damental debater com os alunos sobre até que ponto as crianças podem colaborar nas tarefas domés-
ticas ou em outras, e o que pode constituir exploração do trabalho infantil. Um bom recurso para
165
Mais atividades
1. Você pode refletir com os alunos sobre a divisão das tarefas domésticas tendo como base da-
dos do IBGE, desenvolvendo uma atividade integrada com a disciplina de Matemática, que po-
derá introduzir a ideia de proporção com eles. Em um primeiro momento, oriente os alunos a
pesquisar no site do IBGE sobre a porcentagem de homens e mulheres que realizam tarefas
domésticas. Construam gráficos com os dados pesquisados e desenvolvam problemas que en-
volvam esses dados. Promova um debate sobre o assunto estudado e anote a que conclusão
a turma chegou.
Segundo o levantamento do Censo, produzido pelo IBGE em 2010, apenas metade dos ho-
mens brasileiros ajuda nas tarefas domésticas, enquanto que entre as mulheres – inclusive
com sua crescente participação no mercado de trabalho – essa porcentagem chega a 90,6%.
Estudos realizados pelo Instituto mostram também que os homens que mais ajudam nas ta-
refas domésticas são os que têm mais de doze anos de estudo (54%). Entre as mulheres ocor-
re o contrário: as com nível mais elevado de ensino dedicam apenas 22,5 horas semanais às
tarefas do lar. As pesquisas também mostram que a maior participação das mulheres nas ta-
refas domésticas ocorre desde a infância. Essas informações podem ser encontradas no site
do IBGE, onde constam os resultados da pesquisa: <http://censo2010.ibge.gov.br/>. Acesso
em: 15 abr. 2014.
Outro dado interessante para reflexão é que a crescente participação das mulheres no merca-
do de trabalho não reduziu suas jornadas domésticas.
Ainda relacionado ao aspecto da cooperação e divisão de tarefas, você pode problematizar
uma questão bastante debatida na atualidade: a atribuição desses afazeres domésticos exten-
siva também aos homens. Assim, os alunos podem expor suas opiniões e refletir sobre a atu-
ação do homem e da mulher em várias atividades cotidianas.
2. Você pode propor a elaboração de um diário, ou seja, um caderno ou bloco no qual os alunos
registrem diariamente, por meio de anotações ou desenhos, como têm colaborado em casa.
Esses registros servirão não apenas para os alunos identificarem quais as atividades que costu-
mam fazer e sua frequência, também compõem um registro histórico dessas práticas. Você po-
de reforçar alguns aspectos da legislação trabalhista, ressaltando a importância desses direitos
que protegem o exercício profissional e conduzem à cidadania.
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MANUAL DO PROFESSOR
Neste subitem os alunos poderão refletir sobre o processo histórico da mudança de formas de tra-
balho. Auxilie-os a pesquisar quais eram as profissões mais praticadas há cerca de cem anos. Discorra sobre
quais eram as exigências de qualificação profissional naquele período. Estabelecidas essas informações, con-
versem sobre o mercado de trabalho atual e as formas de trabalho cada vez mais complexas e segmenta-
das, o que implica na necessidade de qualificações e conhecimentos maiores e mais especializados.
O trabalho na escola
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Para realizar as atividades propostas nesta seção, peça antecipadamente aos alunos que observem
os adultos que trabalham na escola e as atividades que realizam nos vários locais, como a cozinha, o pátio,
a diretoria e a secretaria. Você pode detalhar, por exemplo, alguns aspectos relacionados à preparação da
merenda escolar; à responsabilidade com a segurança; à limpeza dos banheiros, do pátio e outras partes
da escola; à importância da preparação dos documentos e ao atendimento aos pais. Proponha uma con-
versa sobre o respeito que temos que ter pelas pessoas, principalmente as com quem convivemos. Fale so-
bre as pessoas que observaram na escola, que trabalham para que tenhamos o conforto necessário para
estudar. Se não fosse a cozinheira, por exemplo, não teríamos o alimento na hora do lanche; se a faxineira
não limpasse a escola, não teríamos um lugar limpo para estudarmos etc. Comente que todas as atividades
profissionais têm importância e que todas as pessoas devem ser respeitadas em sua profissão.
As profissões
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Mais atividades
1. No círculo de convívio dos alunos, provavelmente existem pessoas que exercem profissões, co-
mo sapateiros, costureiras, alfaiates, desenhistas ou outra que seja exercida há mais de 30 anos.
Você pode convidar um desses profissionais para vir à escola e conversar com os alunos. An-
tes de receber a pessoa convidada, é importante que você conduza uma atividade a fim de
que os alunos formulem perguntas de forma a ajudar o entrevistado a contar as modificações
pelas quais sua profissão passou nos últimos anos e a necessidade de estar sempre aprenden-
do para continuar no mercado de trabalho. Após a apresentação do convidado, agradeça a sua
disponibilidade e presença.
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Ao desenvolver a atividade que propõe o jogo de adivinhação das profissões, você pode dividir a
turma em equipes e criar algumas regras para o jogo, como esperar para falar, só falar quem levantar pri-
meiro a mão ou quem não esperar a vez para responder perde pontos para a equipe etc.
O grupo precisa se ajudar para adivinhar as profissões. Também se pode escolher alguém para
marcar os pontos de cada equipe.
Não haverá equipe vencedora, contudo prevalecerá a ajuda mútua de todos os membros da equi-
pe e da turma. O intuito dessa brincadeira é trabalhar o respeito pelo outro. Aproveite para retomar a
questão das regras e da boa convivência, abordadas na Unidade 3.
Essa atividade também pode sofrer variações ou ganhar outras etapas, como o sorteio de uma fi-
chinha com o nome de uma profissão para determinado aluno/grupo imitar, a realização de mímicas pa-
ra que os colegas adivinhem ou, ainda, o desenho no quadro de um profissional, suas ferramentas ou
outras coisas.
Na atividade 1, propõe-se a leitura de duas imagens de telefonistas, uma de 1913 e a outra de exa-
tos 100 anos depois. A comparação entre as imagens e a leitura do texto visa uma análise de como al-
gumas profissões modificam-se ao longo da história e, por vezes, deixam de existir, dando lugar a outras
atividades. Destaque que as telefonistas que completavam as ligações, devido ao avanço da tecnologia,
perderam espaço. Na atualidade, as telefonistas têm outras funções. Se achar necessário, retome as ex-
plicações sobre a análise de imagens presente na parte geral deste Manual.
A partir das mudanças observadas em relação ao trabalho de telefonistas, pode ser proposta uma
pesquisa para que, em grupos, os alunos descubram outras profissões que mudaram com o passar do
tempo. Pode-se questionar os pais ou as pessoas mais velhas que eles conhecem e/ou pesquisando na
internet ou em livros. A apresentação das informações pesquisadas pode ser em forma de texto, de ima-
gens ou as duas coisas.
Você pode também retomar a imagem do quadro de Albert Anker (p. 73) e as imagens da uni-
dade anterior, que retratam o ambiente escolar em diferentes épocas, resgatando aspectos ligados à
imagem do professor e dos alunos (do século 19), mostrando que não foi só a escola que mudou,
mas também o trabalho do professor. Como sugestão, você pode até solicitar aos alunos que mon-
tem um livreto ou cartaz em que sejam catalogadas e apresentadas várias profissões, como são e co-
mo eram antigamente.
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MANUAL DO PROFESSOR
Para desenvolver o trabalho de leitura e interpretação dos versos da canção “Sou boy”, que intro-
duz o capítulo, é importante debater com os alunos as situações apontadas no texto, expondo situações
reais para cada verso.
Você pode destacar que alguns versos apontam para aspectos relacionados a funções que muitas
vezes têm remuneração menor e o serviço prestado exige mais esforço físico do que outras.
Além disso, você ainda pode reforçar que, independentemente da função que o trabalhador exer-
ce, todos devem ter direito à assistência médica e condições para comprar medicamentos quando ne-
cessário, ou ainda à condição de segurança para o exercício da função, entre outras.
A produção humana
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É importante ressaltar com os alunos que, desde os períodos mais remotos, o trabalho era sinôni-
mo de luta constante para sobreviver devido à necessidade de comer, de se abrigar, entre outras. Com
o avanço da agricultura, de seus instrumentos e ferramentas, houve também progresso em relação às
formas de trabalho. O advento do arado representou uma das primeiras revoluções no mundo do traba-
lho. Mais tarde, a Revolução Industrial alterou o valor e as formas de trabalho, assim como organizou e
inovou em métodos de produção, principalmente quando eles envolvem muitas pessoas, máquinas e
funções. Assim, surgiu a separação das funções e o conceito de “emprego” como meio pelo qual os ope-
rários passaram a trabalhar em troca de salário.
Podem ser destacados aspectos ligados a algumas atividades e profissões, como aqueles liga-
dos à agricultura, que na atualidade são feitos em grande escala, usando-se máquinas e equipamen-
tos informatizados, e que, em muitos casos, permitem que trabalho e tempo estejam sincronizados
com eficiência e rapidez, ao contrário de como eram praticadas as atividades agrícolas até quase a me-
tade do século 20, quando se semeava com a mão e se fazia a colheita da produção de forma prati-
camente artesanal.
É importante destacar que todo o processo produtivo que acompanhou as formas de traba-
lho e das profissões não ocorreu de modo linear em todos os lugares, pois ainda na atualidade exis-
tem pessoas que praticam um tipo de agricultura utilizando técnicas mais rudimentares, como o uso
da enxada, do arado e da tração animal e métodos artesanais. Essa forma de agricultura geralmen-
te é ligada à produção de subsistência. Neste capítulo é trabalhada a importância de todas as ativi-
dades exercidas pelas pessoas e dos mais variados tipos de trabalho. As imagens apresentadas ao
longo do capítulo pretendem auxiliar na leitura dos aspectos que envolvem o conceito de trabalho
e emprego na atualidade, como também no processo histórico da produção humana em outros
tempos e lugares.
Ao longo da história da humanidade, de acordo com a cultura de cada sociedade, o trabalho tem
sido concebido de forma diferenciada. Você pode esclarecer que aqui no Brasil existe uma série de direi-
tos para que o trabalhador possa exercer sua atividade profissional com tranquilidade e ter um futuro
com menos preocupações, sendo esses direitos garantidos por lei:
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Mais atividades
1. Como atividade complementar, sugere-se que seja aprofundado o tema do desemprego, por
ser um sério problema social no Brasil.
Indica-se a leitura do texto “Brasil continuará com desemprego acima de média global até 2016,
diz OIT”, no seguinte link: <www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/01/140120_desemprego_
oitrg.shtml>, e a apresentação dos dados aos alunos, a fim de estimular a reflexão sobre o tema.
As profissões do futuro
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Neste subtítulo orienta-se a investigação de atividades profissionais que ganharam espaço nos úl-
timos tempos, em especial aquelas que dedicam-se a sanar problemas ambientais causados ao longo
da História.
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MANUAL DO PROFESSOR
Com o intuito de conhecer as profissões exercidas por vários profissionais que estão atuando no
mercado de trabalho, você pode orientar seus alunos a solicitar ajuda aos profissionais da escola, profes-
sores, colaboradores do administrativo e demais profissionais para a coleta de dados que utilizarão para
a montagem da feira de profissões.
A atividade de exposição das profissões, a qual será desenvolvida pelos alunos, poderá ser filma-
da ou fotografada. Depois, pode-se produzir um painel ou um vídeo que possa ser apresentado aos alu-
nos para discutir sobre o que aprenderam e como foi essa experiência. Para que possam analisar como
eram as profissões apresentadas por eles, leve para a sala de aula algumas curiosidades sobre as profis-
sões do passado para serem confrontadas com as do presente. Ajude-os, ainda, a refletir sobre como
acham que será a profissão escolhida por eles no futuro.
Você pode fazer perguntas que os leve a refletir, como:
•• O que o levou a escolher determinada profissão? Por exemplo: médico.
•• A partir do que foi pesquisado, o professor utiliza os mesmos recursos didáticos (quadro de giz
etc.) em sala de aula no passado e nos dias de hoje (lousa digital etc.)? Quais recursos o profes-
sor utilizará no futuro?
Outra opção para trabalhar com as profissões é brincadeira de mímica. Leve para a sala de aula
uma caixa com cartões com as profissões pesquisadas pelos alunos, forme um círculo com eles e passe
a caixa para um aluno e explique que quem pegar um cartão não poderá mostrar para ninguém, pois
deverá representar a profissão por meio de mímicas. Assim, os demais terão que adivinhar.
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MANUAL DO PROFESSOR
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