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INFORMAÇÃO NO
SETOR PÚBLICO
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
<http://lattes.cnpq.br/7694410953334688>
APRESENTAÇÃO
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) aluno(a), convido você a iniciar os estudos da disciplina Sistemas de Informação
no Setor Público com o mesmo entusiasmo dedicado por mim a este trabalho. Nossa
proposta é exibir um amplo arcabouço voltado à apresentação sobre sistemas de infor-
mação, mas também inseri-los no contexto da realidade da gestão pública.
Para isso, e seguindo as premissas do pensamento crítico científico, o intuito é agregar
estudos desenvolvidos por meio das diversas disciplinas do saber, para proporcionar a
você a interpretação sobre o que seja sistema, informação e como ambos estão inseri-
dos na gestão pública.
Nossos objetivos constituem em: na Unidade I, intitulada “Abordagem Sistêmica nas Ci-
ências”, iniciarmos pela apropriação da Teoria Geral de Sistemas, cuja base está presente
em todos os nossos estudos; também contextualizamos como a teoria impregnou o
pensamento científico e tornou-se um referencial nas Ciências.
Ainda na primeira unidade nossa proposta é compreender como o pensamento sistê-
mico está presente na gestão e sua relevância na atuação profissional. Dominar esse
conhecimento é essencial para avançarmos na compreensão dos demais temas.
Assim, na Unidade II, intitulada “Sistemas de Informação”, conheceremos os conceitos
fundamentais de sistemas e sua classificação, assimilando como essa estrutura culmi-
nou em diversos sistemas de informação. Também vamos compreender como funciona
o ciclo de sistemas de informação e dominar as tipologias específicas.
Na Unidade III, intitulada “SI aplicado à gestão pública”, demonstramos as possibilida-
des de aplicação de sistemas de informações na gestão pública. Introduzimos a impor-
tância da pesquisa na realidade de sistemas, sendo esta uma ferramenta imprescindível
para os gestores, seja na prática de sistemas de informação ou na exploração de proces-
sos mais eficientes. Para concluir o tema, inserimos como a evolução da arquitetura de
dados pode ser aplicada a esta realidade.
A Tecnologia da Informação na Gestão Pública é o título da Unidade IV, cujo intuito é
frisar a importância da adoção de sistemas de informação na gestão pública e compre-
ender como a tecnologia da informação proporcionou mudanças significativas na admi-
nistração pública brasileira. Também vamos apresentar de maneira sucinta o programa
federal de governo eletrônico, além de destacar os desafios a serem enfrentados para
superar a exclusão digital no país.
Na Unidade V, intitulada “Comunicação Pública”, nossos objetivos a princípio é a apro-
priação do conceito Sociedade da Informação para avançarmos no domínio da concep-
ção de comunicação pública. Também descreveremos os principais aspectos relaciona-
dos ao Direito à Informação e o debate inicial a respeito de Cidades Inteligentes.
Desejo a você uma incrível trajetória rumo a novos conhecimentos! Ótimos estudos!
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
15 Introdução
24 Considerações Finais
33 Referências
34 Gabarito
UNIDADE II
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
37 Introdução
41 Sistemas de Informação
48 Considerações Finais
55 Referências
56 Gabarito
10
SUMÁRIO
UNIDADE III
59 Introdução
63 Pesquisa e Sistemas
73 Considerações Finais
81 Referências
82 Gabarito
UNIDADE IV
85 Introdução
97 Considerações Finais
104 Referências
105 Gabarito
11
SUMÁRIO
UNIDADE V
COMUNICAÇÃO PÚBLICA
109 Introdução
129 Referências
131 Gabarito
132 CONCLUSÃO
Professora Me. Lilian Chirnev
ABORDAGEM SISTÊMICA
I
UNIDADE
NAS CIÊNCIAS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Apropriar o conhecimento sobre a Teoria Geral de Sistemas.
■■ Dominar os aspectos relacionados ao pensamento sistêmico nas
Ciências.
■■ Compreender a introdução da abordagem sistêmica na
Administração.
■■ Conhecer a importância da aplicação do pensamento sistêmico na
atuação profissional.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Teoria Geral de Sistemas
■■ Pensamento Sistêmico nas Ciências
■■ Teoria Sistêmica na Administração
■■ Pensamento sistêmico como visão de atuação profissional
15
INTRODUÇÃO
Introdução
16 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
TEORIA GERAL DE SISTEMAS
A Teoria Geral de Sistemas (TGS) foi desenvolvida dentro das Ciências Naturais
e depois incorporada às Ciências Administrativas. E qual a razão de acessar essa
base científica para contextualizar o conhecimento de interesse da nossa disciplina
que está inserida nas Ciências Sociais Aplicadas? Porque precisamos acessar as
bases iniciais de estudo para identificar e organizar esse conhecimento científico
sobre Sistemas até culminar no nosso foco de estudo, os Sistemas de Informação
e, posteriormente, os Sistemas de Informação no Setor Público.
Esse método de ensino e aprendizado é defendido por Edgar Morin e está
exposto na obra A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento
(2003). Essa mesma premissa compõe nossos estudos e segue a primeira fina-
lidade do ensino formulada por Montaigne, “mais vale uma cabeça bem-feita
que bem cheia” (MORIN, 2003, p. 21). Nesse sentido, a cabeça bem cheia faz
alusão à acumulação de saber sem nenhum propósito e, ao contrário, a “cabeça
bem-feita”, propõe-se a absorver uma aptidão geral para tratar e sanar proble-
mas, partindo de princípios organizadores que permitam interligar os saberes
e lhes conceder sentido.
Nas afirmações de Morin (2003, p. 22), “quanto mais desenvolvida é a inteligên-
cia geral, maior é sua capacidade de tratar problemas especiais”. Essa globalidade
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
“Sistemas Naturais” de “Sistemas Feitos pelo Homem”. As características consi-
deradas universais de ambos os sistemas são (ROCHA, 1990, p. 50):
■■ Objetivo: todo sistema tem um objetivo a ser alcançado e, dessa forma,
atitudes são direcionadas com vistas a atingir tal propósito.
■■ Totalidade: uma mudança em um componente gera reflexos em todos os
demais componentes que integram esse todo.
■■ Entropia: os sistemas tendem a se desgastar, desintegrar e apresentar
mudança no padrão até então observado. A razão de aumento da entro-
pia é a ausência de informação no sistema ou deficiência na disseminação
das informações adquiridas.
■■ Homeostasia: estímulos externos produzem nos sistemas reações de
autorregulação.
■■ Sistema Aberto e Fechado: o sistema fechado não possui interação com o
meio ambiente, ou seja, continua com o mesmo ‘comportamento’ do início
ao fim. O sistema aberto interage com o meio ambiente, sendo influen-
ciado e influenciador desse ambiente externo, ou seja, está em constante
modificação e adaptação, sendo, no caso dos sistemas humanos, um acu-
mulador de experiências e, portanto, em aperfeiçoamento constante.
A TGS gerou imenso impacto nas Ciências (naturais e sociais) e lançou uma
teoria sobre a visão do todo, uma obra básica e fundamental dos chamados teó-
ricos sistêmicos. Nesta perspectiva, foi concebido o modelo de “sistema aberto”,
compreendido como um conjunto de elementos em interação e em intercâm-
bio constante com o ambiente.
A união entre a Cibernética e a Teoria da Comunicação, atrelada à pesquisa
geral de sistemas, impregnou as aplicações no campo das Ciências Sociais, que
utilizou a mesma metodologia para analisar fenômenos e situações, dando ori-
gem à Teoria Sistêmica. Todos os antecessores históricos dessa teoria estão
presentes na obra A teia da vida: uma nova compreensão científica dos siste-
mas vivos, de Fritjof Capra, 1996 (ver Material Complementar), que remonta
os acontecimentos responsáveis por influenciar a formulação de movimentos
que serviram como base de sustentação para o desenvolvimento do Pensamento
Sistêmico.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Chiavenato (2014, p. 410) afirma que, por seu enfoque multidisciplinar (todas as
disciplinas), o pensamento sistêmico foi adotado para tratar os objetivos de estudo
em diversos segmentos do conhecimento. A Teoria Geral da Administração,
desde a sua abordagem clássica, sofreu mudanças significativas, evoluindo da
humanística, neoclássica, estruturalista, behaviorista, até alcançar e efetivar a
abordagem sistêmica na Administração.
A abordagem clássica da Teoria Geral da Administração, e a maioria das
ciências do século passado, havia sido influenciadas por três princípios intelec-
tuais dominantes: o reducionismo, o pensamento analítico e o mecanicismo.
Detalhamos, a seguir, de maneira sucinta, cada um dos três princípios:
■■ Reducionismo: o princípio se baseia na confiança de que todas as coisas
podem ser decompostas e reduzidas em seus elementos mais funda-
mentais e simples, até resultar em suas unidades indivisíveis. Segundo
Chiavenato (2014, p. 410), na Administração, o Taylorismo é um exem-
plo de reducionismo.
A missão desse ensino é transmitir não o mero saber, mas uma cultura que
permita compreender nossa condição e nos ajude a viver, e que favoreça, ao
mesmo tempo, um modo de pensar aberto e livre.
(Edgar Morin)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Diversos ramos do conhecimento, como a Administração, adotaram a abordagem
sistêmica para discutir seus objetivos de estudo. Princípios intelectuais opostos
foram adotados, como o expansionismo, o pensamento sintético e da teleologia,
que detalharemos a seguir (CHIAVENATO, 2014, p. 411):
■■ Expansionismo: todo o fenômeno é parte de um fenômeno maior e o
desempenho de seu sistema depende de como essa parte se relaciona com
o todo maior que a envolve e da qual faz parte.
■■ Pensamento sintético: é o fenômeno analisado como parte de um sistema
maior e é justificado a partir do papel que desempenha nesse sistema maior.
■■ Teleologia – é o princípio no qual a causa é necessária, mas nem sempre
é suficiente para determinar o efeito, ou seja, não é uma relação mecani-
cista, determinística, e sim probabilística.
Insistimos nessa vertente mais teórica para destacar que um sistema de informa-
ção, quando aplicado à Administração, não pode ser interpretado somente como
informação aplicada a um sistema automatizado. A Gestão requer inúmeros vie-
ses de análises para constituir um processo de tomada de decisão.
Os critérios técnicos também serão apresentados nas próximas unidades e,
aliás, existem muitos autores empenhados em criar e manter manuais de siste-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
conceder a você instrumentos intelectuais muito mais eficientes e eficazes para
a prática profissional.
Com o domínio teórico embasado nas razões pelas quais novos pensares
foram adotados pelas Ciências, a execução de projetos e a implementação de
quaisquer sistemas de informação serão embasados em escolhas feitas por meio
de raciocínio e debates, não uma consulta no manual técnico empoeirado na
prateleira ou destacado em um site para vender uma solução.
A Teoria Geral de Sistemas que fundou a Teoria Sistêmica e foi apropriada
pela Administração ultrapassa a academia é já é relacionado a uma forma de
pensar a vida como um todo, sem separar a vivência social, da laboral, da fami-
liar, enfim, da vida social.
Para continuarmos em nossos estudos, no entanto, precisamos compreender
como foram implementados os sistemas de informação tal qual a academia tem
apresentado em diversos espaços (físico e online). Será mesmo apenas um meca-
nismo, e aqui apresento esse termo como uma menção à velha prática mecanicista.
A única maneira de descobrirmos é avançarmos para a próxima unidade,
em que serão apresentados os sistemas de informação, desde as suas conceitua-
ções, classificações, tipologias e possíveis aplicações. Os Sistemas de Informação
(SI), apesar de poderem ser fisicamente instrumentalizados, continuam com o
mesmo princípio do pensamento sistêmico.
Bons Estudos!
Origens
Com base nessa constatação, alguns cientistas orientaram suas preocupações para o
desenvolvimento de uma teoria geral dos sistemas, que desse conta das semelhanças,
sem prejuízo das diferenças. Nesse particular, salienta-se a obra do biólogo Ludwig Von
Bertalanffy, que concebeu o modelo do sistema aberto, entendido como complexo de
elementos em interação e em intercâmbio contínuo com o ambiente. Em seu livro Teoria
Geral dos Sistemas, esse autor apresenta a teoria e tece considerações a respeito de suas
potencialidades na física, na biologia e nas ciências sociais. No mesmo livro, Bertalanffy
lança os pressupostos e orientações básicos de sua teoria geral dos sistemas, como segue:
a) há uma tendência para a integração nas várias ciências naturais e sociais;
b) tal integração parece orientar-se para uma teoria dos sistemas;
c) essa teoria pode ser um meio importante de objetivar os campos não-físicos do
conhecimento científico, especialmente nas ciências sociais;
d) desenvolvendo princípios unificadores que atravessam verticalmente os universos
particulares das diversas ciências, essa teoria aproxima-nos do objetivo da unida-
de da ciência;
26
1. A Teoria Geral de Sistemas (TGS) foi fundada pelo biólogo austríaco Karl Ludwig
von Bertalanffy. Escolha a alternativa sobre a base dessa teoria.
a) A sugestão de Bertalanffy não era desenvolver estudos em sistemas global-
mente constituídos.
b) Na visão do biólogo, cada um dos elementos, ao serem reunidos, não consti-
tuem uma unidade funcional maior.
c) O especialista não criticava a visão de que há uma divisão no mundo em áreas
(biologia, química, física etc.).
d) A TGS foi desenvolvida a partir da proposta de uma mesma teoria poder ser
aplicada em todas as Ciências, uma alusão ao ‘pensar globalmente’.
e) A Teoria Geral de Sistemas foi desenvolvida dentro das Ciências Administrativas.
2. A abordagem clássica da Teoria Geral da Administração, e na maioria das ciên-
cias do século passado, havia sido influenciadas por três princípios intelectuais
dominantes: o reducionismo, o pensamento analítico e o mecanicismo. Escolha
a alternativa relacionada à compreensão sobre reducionismo.
a) O princípio baseia-se na confiança de que todas as coisas não podem ser de-
compostas e reduzidas em seus elementos mais fundamentais e simples, até
resultar em suas unidades indivisíveis.
b) O princípio baseia-se na confiança de que todas as coisas podem ser decom-
postas e reduzidas em seus elementos mais fundamentais e simples, até resul-
tar em suas unidades indivisíveis.
c) O princípio baseia-se na confiança de que todas as coisas podem ser decom-
postas e reduzidas em seus elementos mais fundamentais e simples, até resul-
tar em suas unidades divisíveis.
d) O princípio não se baseia na confiança de que todas as coisas podem ser de-
compostas e reduzidas em seus elementos mais fundamentais e simples, ape-
nas na possibilidade em resultar em unidades indivisíveis.
e) O princípio baseia-se na confiança de que todas as coisas podem ser amplia-
das em seus elementos mais fundamentais e simples, até resultar em suas uni-
dades indivisíveis.
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Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Escola de Design Thinking (EDT) foi criada em 2012 pela Echos – Laboratório
de Inovação –, a qual, na prática, tem como propósito formar a nova geração de
inovadores, como meio de colaboração e multidisciplinaridade, para criar uma nova
maneira de pensar.
Disponível em: <https://escoladesignthinking.echos.cc/a-escola/>.
33
REFERÊNCIAS
1. D.
2. B.
3. E.
4. C.
5. D
Professora Me. Lilian Chirnev
SISTEMAS DE
II
UNIDADE
INFORMAÇÃO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer conceitos fundamentais de Sistemas e sua Classificação.
■■ Assimilar o que seja Sistemas de Informação.
■■ Entender o Ciclo para o funcionamento de Sistemas de Informação.
■■ Compreender as Tipologias de Sistemas de Informação.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Conceituação de Sistemas e sua Classificação
■■ Sistemas de Informação
■■ Ciclo de Sistemas de Informação
■■ Tipologias de Sistemas de Informação
37
INTRODUÇÃO
Introdução
38 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONCEITUAÇÃO DE SISTEMAS E SUA
CLASSIFICAÇÃO
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
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Outra proposta de análise de sistema, ainda de acordo com Albuquerque (2011, p. 17)
seria por meio de um mecanismo que é dividido em partes, sendo denominadas:
“entradas, componentes, saídas e retroalimentação, ou feedback”. Para esse autor, “as
entradas representam tudo o que o sistema precisa para operar” e, necessariamente,
“estes recursos são obtidos externamente” (ALBUQUERQUE, 2011, p. 17), como
no caso de uma indústria, a energia elétrica, recursos humanos, matéria-prima etc.
No caso dos componentes, estes correspondem a procedimentos internos do sis-
tema que são necessários para transformar os elementos de entrada, ou seja, trata-se
do processo de transformação que converte os elementos de entrada, como maté-
ria-prima em produto. Já as saídas estão relacionadas aos resultados que o sistema
entrega ao meio externo, como os produtos acabados ou os serviços prestados etc.
Por fim, a retroalimentação ou feedback representa os tipos de saídas que são
os subsídios referenciais para modificar as entradas e/ou processamento. No caso
da indústria, a alta ou queda nas vendas podem demonstrar as falhas de um pro-
cesso ou o sucesso de uma medida interna. Podemos demonstrar graficamente
um exemplo inspirado nesta estrutura conceitual sobre sistemas apresentada por
Albuquerque (2011, p. 18) em sua adaptação de Kenneth Laudon e Jane Laudon
Entrada:
Colaboradores, Componentes
Saída:
energia elétrica, do sistema:
Vendas no
água, açúcar, gás Fabricação,
atacado
carbônico, comercialização,
e varejo.
equipamentos marketing etc.
etc.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Feedback: aumento das vendas em bares e restaurantes,
queda nas vendas nos mercados atacadistas.
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Sistemas de Informação
42 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O desenvolvimento de SI sofre influência não só em nível organizacional,
mas também se a decisão a ser tomada é estruturada ou não-estruturada.
As decisões estruturadas são utilizadas para resolver problemas recorrentes,
mesmo quando complexos ou simples, envolvendo procedimentos ou re-
gras padronizadas, feitas de acordo com as políticas da organização. Apesar
de restringir a liberdade de decisão, o objetivo é direcionar e, portanto, agili-
zar a tomada de decisões em situações recorrentes, descartando e definindo
alternativas viáveis com base nessas regras. Já as decisões não estruturadas
estão relacionadas ao tratamento de problemas excepcionais, ou seja, não
foram previstos em regras ou procedimentos dentro da organização, justa-
mente em razão de sua excepcionalidade ou mesmo baixa frequência de
ocorrência.
Fonte: Audy, Andrade e Cidral (2005, p. 127).
De acordo com Polloni (2000, p. 29), o SI é composto por três principais com-
ponentes: dados, sistemas de processamento de dados e canal de comunicações.
Confira, a seguir, a descrição de cada item.
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dados:
Dados são considerados fatos isolados de qualquer contextualização, ou seja,
não possuem significado. Na prática, por exemplo, se o SI for estruturado para
o setor de saúde de atenção básica, geralmente de responsabilidade do governo
municipal, os dados podem ser representados pelo total de atendimentos reali-
zados nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), datas dos atendimentos realizados,
descrição dos tipos de atendimento (consultas médicas, vacina, exame laborato-
rial) etc. Esses dados são coletados no ambiente onde ocorrem os atendimentos
de saúde e, quando esses dados são inseridos no sistema, representam o pro-
cesso de entrada dos dados.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
apresentados mais adiante.
Retomando as possíveis informações geradas pelo sistema, podemos citar,
por exemplo, os atendimentos realizados em cada UBS ou se em determinada
UBS houve menos atendimentos comparado à quantidade registrada nos meses
anteriores ou mesmo comparado às demais UBSs, ou até se a quantidade total
de um tipo de atendimento se sobrepôs, naquele mês, em relação aos demais.
Esse sistema, que é, por sua vez, um subsistema que compõe o SI, armazena, pro-
cessa e recupera os dados necessários ao funcionamento do SI. Portanto, “trata
[...] do processamento (armazenamento, reparação, reestruturação, classifica-
ção, agregação, reordenação, cálculo) de dados, com a finalidade de aumentar
sua utilidade e, consequentemente, seu valor, transformando-o em informação”
(POLLONI, 2000, p. 30).
Canal de comunicações:
Depois de processados os dados e transformados em informações, o canal de
comunicações fornece os meios de transmissão de informações de um com-
ponente do sistema para outro. Entre os exemplos, podemos citar circulares,
reuniões, correio, impressora, relatórios, terminais de computador, entre outros
(POLLONI, 2000, p.31).
Um SI apropriado para a organização deve atender com celeridade os requi-
sitos essenciais para seu funcionamento e eficácia, como armazenar, processar e
fornecer informações em formato e custos adequados à realidade proposta. Para
isso, é necessário, primeiro, pesquisa e planejamento para identificar os objetivos
de cada SI. A partir de cada objetivo, definir os dados considerados importantes
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
45
“Há inadequação cada vez mais ampla, profunda e grave entre os saberes
separados, fragmentados, compartimentados entre disciplinas, e, por outro
lado, realidades ou problemas cada vez mais polidisciplinares, transversais,
multidimensionais, transnacionais, globais, planetários”.
(Edgar Morin)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
TIPOLOGIAS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Os Sistemas de Informação Gerenciais (SIG), por sua vez, são mais complexos
e “responsáveis pela transformação dos dados obtidos pelos SPT em informa-
ções mais sucintas e consolidadas para acompanhamentos rotineiros e análise
de melhorias em processos pelos gerentes”.
Os autores Camargo Júnior e Façanha (2011, p. 224) evidenciam a tipologia
de Sistemas de Apoio à Decisão (SAD), também apresentados por alguns autores
como Decision Support Systems (DSS), sendo estes responsáveis por apoiar os ges-
tores em tomadas de decisões – estruturadas ou não-estruturadas (ver Saiba Mais)
–, seja qual for a área gerencial. Também é apresentada a tipologia de Sistemas de
Apoio aos Executivos (SAE) que, da mesma forma como o SAD, oferece suporte aos
executivos em análises subsidiadas por meio de informações internas e externas à
organização, buscando interagir com as análises setoriais produzidas internamente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nossa proposta, nesta unidade, foi apresentar o contexto sobre a atual definição
de Sistemas e sua Classificação. A partir da contribuição das diversas ciências,
discorremos sobre como o conceito foi desenvolvido e, principalmente, destaca-
mos a base da compreensão que envolve o funcionamento de sistemas, em que
as partes constituem o todo.
Basicamente, evidenciamos que Sistemas é a união de elementos, sejam
estes concretos e/ou abstratos, interligados e/ou interagindo em um processo, de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
modo a formar uma estrutura para atender uma finalidade, de acordo com um
plano. Por isso, diversas ciências sucederam à aplicação desse mesmo modelo
para explicar fenômenos, de acordo com objetivos projetados.
Avançamos sobre a aplicação de Sistemas de Informação, um sistema utilizado
para processar dados e gerar informações. Demonstramos que o SI apresenta-se
em diversas modalidades, como automatizado (computadorizado) ou manual e o
seu processo de funcionamento inclui pessoas (para gerenciamento da informa-
ção), equipamentos, metodologia de coleta, dados, processamento, informação,
transmissão e propagação das informações (resultado dos dados manipulados).
A contribuição até o momento foi evidenciar um arquétipo básico de SI e
suas tipologias para compreender que existem modalidades simples e comple-
xas de aplicação, com entradas e saídas, algumas mais e outras menos avançadas
em tecnologia. E como cada classificação está relacionada a uma finalidade de
processamento, na próxima aula nossos objetivos são demonstrar com mais
profundidade as aplicações de SI na Gestão Pública. Avançamos, inclusive, em
uma perspectiva de proposição para o setor público, a partir da perspectiva da
Arquitetura de Sistemas de Informação (ASI). Siga em frente e ótimos estudos!
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
49
A última metade do século XX foi um período em que houve várias invenções que mar-
caram a história da humanidade. Certamente, parte disso é resultante de investimentos
significativos feitos, principalmente, na pesquisa. No âmbito tecnológico, nota-se uma
série de ferramentas inovadoras que impulsionaram muitos setores. Alguns exemplos
práticos são a invenção do satélite e o advento da informática. E, mais recentemente, a
vinda da Internet. São criações que mudaram as organizações nos seus aspectos estru-
tural, funcional, comportamental e de desempenho. Dessa forma, as instituições come-
çaram a valorizar um recurso primordial para sua sobrevivência: a informação. As empre-
sas perceberam que pela gestão da informação tornam-se competitivas, organizadas e
aptas a responder às mudanças exigidas pelo cenário mundial.
Numa perspectiva histórica, os sistemas de informação evoluíram de acordo com as
necessidades organizacionais. Primeiramente, esses sistemas eram desenvolvidos pela
própria empresa, em um local denominado Centro de Processamento de Dados (CPD), e
tinham como objetivo agilizar seus procedimentos internos e departamentos adminis-
trativos, limitavam-se, porém, a processar apenas as operações realizadas diariamente.
Em uma segunda fase, inicia-se o desenvolvimento de automação das linhas de produ-
ção da indústria e a preocupação em gerar sistemas que possibilitem suprir as necessi-
dades de informação de gerentes e executivos, para tomada de decisão.
Em um terceiro momento, já na década de 80, com o surgimento dos microcomputado-
res e das redes locais, nasceram diversas empresas ligadas exclusivamente ao desenvol-
vimento de sistemas de informação e de gerenciamento da tecnologia da informação.
Não demorou muito, essas empresas conseguiram seu lugar no mercado e substituíram,
muitas vezes, o papel antes exercido pelo CPD. As empresas resolveram terceirizar, dimi-
nuindo custos na locação de mainframes e pessoal, socializando os microcomputadores
e seus sistemas pela companhia, e criando uma cultura interna de informática.
Em uma quarta instância, nos anos 90, quando as empresas estavam com seus sistemas
equilibrados e funcionando adequadamente, surge a necessidade de levar a seus clien-
tes e fornecedores os benefícios resultantes da informática, gerando, assim, uma relação
mais íntima e de acesso facilitado. Como exemplo, as integrações on-line com fornece-
50
Startup.com (2001)
Sinopse: quem nunca imaginou ser dono do seu próprio negócio ou criar
algo novo que facilitaria a vida das pessoas? Pois esse filme relata a inovação
dos amigos Kaleil Isaza Tuzman e Tom Herman em criar um sistema que
revolucionaria o processo de multas de trânsito das prefeituras, o GovWorks.
com. Startup.com é um documentário norte-americano estreado em 25 de
maio 2001 e foi dirigido por Chris Hegedus e Jehane Noujaim. Startup.com
acompanha a criação e a falência da empresa GovWorks.com durante os
anos de 1999 e 2000.
O SAO – Sistema de Apoio à Ong´s – é uma ferramenta totalmente online, que tem o objetivo
de atender as rotinas do terceiro setor, apoiando os gestores em planejamentos e análises de
decisões estratégicas por meio de painéis e relatórios. Exemplo de sistema de informação.
Dispomível em: <http://www.saosistemas.org.br>
55
REFERÊNCIAS
1. C.
2. A.
3. E.
4. B.
5. A.
Professora Me. Lilian Chirnev
III
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
UNIDADE
APLICADO À GESTÃO
PÚBLICA
Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender a aplicação de sistemas de informações na gestão
pública.
■■ Assimilar a importância da pesquisa na perspectiva de sistemas.
■■ Conhecer o processo de implantação de sistemas.
■■ Apropriar-se da evolução da arquitetura de dados.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Sistemas de Informação para Gestão Pública
■■ Pesquisa e Sistemas
■■ Processo de implantação de sistemas
■■ Arquitetura de Sistemas de Informação - ASI
59
INTRODUÇÃO
Introdução
60 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA GESTÃO PÚBLICA
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críticas, ou seja, decisões a partir de demandas não estruturadas e com caráter
estratégico, são as administrativas, operacionais e de resultados. Nesses setores, o
risco é constante em relação a uma decisão errada provocar prejuízos irreparáveis
e até danos ao objetivo final proposto pelos colaboradores da organização. Este é
o argumento pelo qual se justifica a necessidade de implantação de sistemas de
apoio às decisões e/ou sistema de informação gerencial, sendo representado pela
implantação de um SIG, com a finalidade de proporcionar informações selecio-
nadas disponíveis, estruturadas de acordo com seu ambiente operacional e com
as obrigações dos decisores.
Os sistemas de informação gerencial têm assumido utilidade crescente
também pelo seu potencial para fundamentar o planejamento - em todas
as suas etapas -, para dar consistência às ações políticas (pelo fato de as
organizações modernas tenderem à complexidade em decorrência das
novas tecnologias e demandas do ambiente), para apoiar o exercício de
novas atribuições pelas gerências do setor público (cujas responsabilida-
des passaram a englobar preocupações com qualidade e produtividade)
e para ordenar de forma integrada o volume crescente de informações
tomado disponível na sociedade moderna (SANCHES, 1997, p. 70).
PESQUISA E SISTEMAS
Pesquisa e Sistemas
64 UNIDADE III
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Como afirmam Beuren e Martins (2001, p. 8), a ampla literatura sobre siste-
mas de informações contempla, em sua maioria, obras dedicadas aos sistemas
de informações nas áreas transacionais e gerenciais. No segmento transacional,
os sistemas de informações têm o objetivo de concretizar e armazenar as opera-
ções realizadas na organização. O pagamento de um boleto (parcela) do carnê
do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), por exemplo, representa uma
transação. São os SPT responsáveis pela coleta de todo e qualquer dado consi-
derado importante que seja resultado dessa interação entre a organização e o
‘ambiente de negócios’, ou mesmo de processos operacionais internos.
Os dados, basicamente, podem ser classificados como fatos e estatísticas,
porém, dependendo da pergunta a ser respondida, eles também podem ser
obtidos por meio de pesquisa. Um exemplo é a recorrente ausência de crianças
em escolas municipais do ensino fundamental no período da tarde. No SPT, os
dados demonstram estatisticamente ha falta na aula, mas os dados por si não
revelam a causa. De maneira comparativa, os dados apresentaram uma cres-
cente de falta de apenas um mês para o outro. As séries em que as ausências
estão ocorrendo, no entanto, não são as mesmas. Uma forma de descobrir o que
causou essa mudança pode ser uma reunião com os pais dos alunos. Em uma
conversa, que é um modelo de pesquisa, questões são feitas para entender as
causas relacionadas ao efeito.
Nesse caso citado, não é necessário estruturar, a princípio, um novo banco de
dados ou implantar sistemas de informações. A pesquisa pode ser uma alternativa
para responder ao problema identificado. A caracterização do problema é feita
em forma de pergunta, ou seja, a pesquisa responde qual é a razão do aumento
da ausência desses alunos em sala de aula somente naquela escola.
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Pesquisa e Sistemas
66 UNIDADE III
PESQUISA E PROSPECÇÃO
Os SIs podem oferecer subsídio permanente para realização de pesquisa e
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prospecção, aglutinando os estudos comprometidos em obter informações
a respeito de futuros acontecimentos para subsidiar as decisões no presen-
te. A utilização de sistemas de informações, como suporte prospectivo e
estratégico, fornece subsídios para a tomada de decisão e reduz a possibili-
dade de erros quando é necessário dar respostas estruturadas para projetar
ações e identificar os possíveis efeitos de curto, médio e longo prazo.
Fonte: Coelho (2003).
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Para modelar o sistema de classificação e análise, o mais indicado é recorrer
ao uso de tecnologias de informação. Existem inúmeras ferramentas de software
para o desenvolvimento de modelos, tanto livres quanto comerciais (KOTLER,
2007). A decisão sobre qual modelo é o mais adequado depende do tamanho
da organização, da quantidade de recurso disponível para investimento, pes-
soal habilitado para manipular os dados, nível de complexidade do sistema, a
frequência de demandas por informações, enfim, todos esses fatores devem ser
levados em consideração.
E como afirmado anteriormente, o ideal é consultar um profissional de
sistemas de informação para tomar a decisão mais adequada e garantir o aper-
feiçoamento necessário para manutenção e alimentação (com dados) do SIG.
Além disso, o quesito comportamento humano deve ser levado em considera-
ção na implantação dos sistemas de informações. É normal qualquer mudança
implicar em reações adversas no ambiente de trabalho.
O comportamento dos colaboradores, seja no sentido de rejeitar a nova fer-
ramenta de trabalho ou de contribuir para efetivação do projeto idealizado, devem
ser observados. De acordo com Cruz (1998), os colaboradores estão suscetíveis
a quatro estágios de comportamentos distintos em relação ao novo sistema. Um
deles é o estágio de rejeição, no qual o indivíduo não aceitou a mudança na forma
de trabalho e, portanto, não percebeu as vantagens proporcionadas pelo sistema.
Outro estágio pode ser o de boicote, sendo a rejeição o gatilho negativo para
trabalhar com o sistema, utilizando-o de maneira errada para alterar o resultado
projetado. Após o boicote, os colaboradores iniciam a percepção dos benefícios
gerados pelas mudanças, o que não, necessariamente, significa sucesso do novo
empreendimento. Ainda é necessário o estágio de cooperação: mesmo passados
os estágios de obstáculos, um monitoramento contínuo garante a manutenção
e progresso do uso do SIG.
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convive também com maior rigidez dentro da estrutura organizacional, enfren-
tando, muitas vezes, escassez de recursos humanos e financeiros. Tait e Pacheco
(1999) chamam a atenção para outro inconveniente, a descontinuidade admi-
nistrativa a cada quatro anos, ou seja, convivendo a cada troca de governantes
com uma nova forma de pensar o setor de sistemas de informações. Em alguns
casos, novas demandas podem implicar em novos sistemas ou o aperfeiçoa-
mento dos mesmos e, em situações mais limitantes, até a inviabilização do setor.
Em contrapartida, existem gestores públicos que, conscientes dessas situa-
ções adversas e atentos às novas exigências de uso, tratamento e disseminação
da informação, podem propor a implementação de uma Arquitetura de Sistemas
de Informação (ASI), interligando todos os sistemas (seja de controle de ativi-
dades, de tomada de decisão, de controle gerencial, de atendimento à população
etc.) e viabilizando sua manutenção e aperfeiçoamento constante.
O termo ASI está relacionado à evolução dos SI e é uma conceituação mais
abrangente sobre a arquitetura de dados; antes relacionada somente ao processa-
mento de dados na rotina de atividades de determinada organização, evoluiu para
os atuais sistemas de informações que dão conta de gerar informação e conhe-
cimento, incluindo, nesse processamento, uma visão organizacional integrada,
abrangendo a perspectiva de negócios públicos, da tecnologia disponível e dos
usuários internos (colaboradores) e externos (população) envolvidos (TAIT et
al., 1998, apud TAIT; PACHECO, 1999).
Dentro desse contexto e no decorrer da evolução do uso dos SIs, foram acres-
centadas à necessidade de seu planejamento a integração com a tecnologia de
informação e o envolvimento no ambiente organizacional, bem como a tecnolo-
gia de informação e negócios, modificando a visão dos sistemas de informações
de processador de tarefas rotineiras para uma posição de arma estratégica nas
organizações.
A ASI é a alternativa ao enfrentamento de problemas existentes, tais como
descritos, em sua amplitude, por Tait e Pacheco (1999), e podem ser agrupados
em três eixos: questões institucionais, questões ligadas aos SI e questões ligadas
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arquitetura de SI, de acordo com Tait e Pacheco (1999), engloba desde os aspec-
tos organizacionais (estrutura, objetivos, missão e metas), os negócios públicos,
os SIs, a tecnologia disponível (configuradas como redes, software e hardware,
telecomunicações etc.) e também os usuários envolvidos (desenvolvedores, ope-
racionais e gerenciais).
No entanto, essa estruturação deve considerar quais as questões específi-
cas de cada organização, observando realmente quais são imprescindíveis para
a organização, seja para a identificação de barreiras ou mesmo de oportunida-
des na implantação de um modelo de ASI.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
74
Walton destaca que, apesar das conclusões terem sido obtidas de uma amostra muito
pequena de um tipo específico de fábrica, muitos administradores e outros observado-
res familiarizados com a indústria, acreditam que elas refletem um padrão global.
Tal evidência sendo aceita, é possível considerar que, se os aspectos organizacionais não
receberem a devida atenção, podem surgir sintomas como: pouca vontade de cooperar
e recusa por parte do usuário de participar no projeto e no funcionamento do sistema,
ocorrência de sabotagens resultantes do baixo moral entre os empregados, e a produ-
ção de resultados desapontadores devido a não realização do potencial do sistema.
Isso tudo leva a crer que:
[...] a eficácia na implementação depende crucialmente de (1) gestão
adequada (alinhamento entre estratégias de negócios, tecnologia e or-
ganização); (2) alto comprometimento organizacional, suporte dos líde-
res e aceitação do sistema; e (3) forte competência, em geral, e domínio
dos usuários em particular (WALTON,1998,197).
[...] - Fatores de resistência à implantação de um sistema de informação.
Dickson & Simmons (1970) apud Stoner (1985) destacam cinco fatores que podem indi-
car se e até que ponto a implantação de um SI poderá encontrar resistências. O primeiro
é a alteração dos limites departamentais já estabelecidos. Pessoas que trabalham ape-
nas para seus departamentos podem ficar aborrecidas por ter que mudar suas práticas
de trabalho ou por ter que trabalhar com outras pessoas de outros departamentos.
O segundo fator é a desintegração do sistema informal, uma vez que, normalmente, o
novo sistema de informação estabelece canais mais formais para levantar e distribuir
informações. Os membros da organização podem preferir os mecanismos informais.
Características individuais específicas como idade e tempo de serviço na organização,
por exemplo, podem contribuir para que as pessoas apresentem comportamento de
resistência a novos procedimentos.
Os referidos autores também defendem que um clima organizacional favorável pode
diminuir as resistências ao novo SI e destacam o papel da alta administração no estabe-
lecimento deste clima, uma vez que a alta gerência exerce uma força influenciadora so-
bre os demais participantes. Em função dessa força influenciadora, a alta administração
deve assumir o papel de patrocinador e protetor do projeto resolvendo os conflitos que
possam ameaçá-lo.
Um outro fator de resistência à implantação de um SI é o que Goldberg (1998) chama
de ‘tecnoangústia’, sentimento negativo despertado pelas mudanças tecnológicas. Se-
gundo a autora, o aspecto mais difícil da tecnologia consiste em aceitar o fato de que é
preciso mudar. A velocidade, a constância e o alcance das mudanças tecnológicas au-
mentam a ansiedade, mas o efeito mais aterrador é o da obsolescência. O novo sistema
tende a tornar o antigo obsoleto e fazê-lo desaparecer. Novas tecnologias exigem novas
76
5. Como alerta Sanches (1997, p. 69), nem sempre o decisor possui todas as infor-
mações necessárias para sua tomada de decisão; então, mesmo exercendo seus
julgamentos e seguindo sua intuição, é necessário atenção aos cinco estágios
que caracterizam às tomadas de decisões, sendo:
I- Anúncio do problema e significado daquele contexto.
II- Pesquisa sobre as possíveis alternativas para sanar o problema identificado.
III- Pensar quais podem ser as possíveis consequências de cada alternativa pen-
sada para resolver o problema.
IV- Da mesma forma, determinar os possíveis resultados a partir de cada alterna-
tiva e definir a melhor alternativa sob a perspectiva de todo o curso de exe-
cução.
Está(ão) correta(s) a(s) alternativa(s):
a) I, II, III e IV.
b) Apenas I, III e IV.
c) Apenas I e II e IV.
d) Apenas II, III e IV.
e) Apenas III e IV.
MATERIAL COMPLEMENTAR
1. E.
2. B.
3. D.
4. C.
5. A.
Professora Me. Lilian Chirnev
IV
FUNÇÃO DA TECNOLOGIA
UNIDADE
DA INFORMAÇÃO NA
GESTÃO PÚBLICA
Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender a importância da adoção de sistemas de informação na
Gestão Pública.
■■ Apropriar-se das mudanças ocorridas na administração pública
brasileira.
■■ Conhecer o programa federal de governo eletrônico.
■■ Assimilar os desafios a serem enfrentados para superar a exclusão
digital.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Importância da adoção de Sistemas de Informação na Gestão Pública
■■ Novas tendências da administração pública e a função das
tecnologias
■■ Governo Eletrônico: avanços e benefícios
■■ Desafios para superação da exclusão digital
85
INTRODUÇÃO
Introdução
86 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IMPORTÂNCIA DA ADOÇÃO DE SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nas ações (KLERING, PORSSE; GUADAGNIN, 2010, p. 4).
Nosso enfoque de estudos não é tratar somente sobre modelos de gestão pública
no país, mas essa breve contextualização faz-se essencial para evoluirmos nos
nossos estudos sobre Sistemas de Informação. Cada vez mais, esse instrumento
faz-se fundamental para atender à demanda dessa evidente mudança de modelo
com configurações entrelaçadas entre os modelos gerencial, societal e sistêmico,
cujas demandas devem ser pensadas em estruturas direcionadas a buscar solu-
ções para essa ‘nova’ administração pública.
Retomando, portanto, o SI e a gestão pública, o que se coloca é um desafio
aos gestores, no sentido de integrar as ferramentas disponíveis ou em elaborá-las
para atender às demandas necessárias. Seguimos nossos estudos com destaque
às ações existentes, evidenciando as tecnologias da informação e comunicação
(TIC) como alternativas estratégicas relativas à governança e à consolidação de
um modelo sistêmico.
Nesse sentido, como afirma Takashi (2000, p. 176), TIC “são tecnolo-
gias utilizadas para tratamento, organização e disseminação de informações”.
Complementando o conceito, Zanela (2007, p. 25) frisa TIC como o “conjunto
de tecnologias microeletrônicas, informáticas e de telecomunicações, que produ-
zem, processam, armazenam e transmitem dados em forma de imagens, vídeos
textos ou áudios”.
A nova perspectiva de administração pública, como explica Fleury (2001) e
Paes de Paula (2003 apud KLERING et al., 2010, p. 9), baseada em uma nova rela-
ção Estado-Sociedade, com maior envolvimento da população na agenda política,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
corresponde a “um maior controle social sobre as ações estatais e a legitimação
da sociedade como participante do processo de formulação e implementação
de políticas públicas”. A gestão tradicional, portanto, tem um novo modelo de
contraponto, substituindo a gestão “tecnoburocrática e monológica (de um ator
único) por um gerenciamento mais participativo, dialógico, no qual o processo
decisório é exercido por meio de diferentes sujeitos ou atores sociais” (KLERING
et al., 2010, p. 9). Essa vertente societal conceitua a gestão pública como uma
ação político-deliberativa, ou seja, o indivíduo participando, atuando e deci-
dindo a respeito do seu destino como cidadão, trabalhador, eleitor e consumidor.
Portanto, atrelados a arranjos institucionais de incentivo à participação
social, qualquer instrumentalização de TIC contribui para possibilitar e ampliar
os canais de comunicação e participação dos cidadãos, estreitando distâncias,
sejam estas de natureza política, intelectual, econômica e/ou física. É a conjun-
tura de mudanças e de estratégias, aliado às novas tendências da administração
pública brasileira, com desenvolvimento de novas tecnologias de informação e
comunicação, transformando rapidamente e continuamente o modelo de gestão
pública oportunizando o protagonismo do cidadão na gestão pública.
Dentre os exemplo práticos de experiências participativas e em execução nos
diversos níveis da administração pública brasileira, ou seja, com espaços volta-
dos ao debate amplo e público, de negociação e decisão conjunta entre governo
Nada do que aprendemos nos livros tem o menor valor antes de confirmado
pela vida; só depois dessa confirmação é que o ensinado pelo livro afeta
nossa conduta e influencia nosso desejo.
(Will Durant)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
outras organizações e seus atores;
■■ da gestão do conhecimento - permite ao governo e aos seus vários seto-
res criar, gerenciar e disponibilizar o conhecimento gerado e armazenado
em seus vários órgãos (NASCIMENTO et al., 2012, p. 176).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DESAFIOS PARA SUPERAÇÃO DA EXCLUSÃO
DIGITAL
Nascimento et al. (2012, p. 174) cita Tarapanoff (2006) para explicar que, no con-
texto organizacional, a gestão da informação é definida como a “aplicação dos
princípios administrativos relativos à aquisição, organização, controle, dissemina-
ção e uso da informação”. Aplicado à gestão pública e a “governança eletrônica”;
nesse sentido, muitos outros desafios se impõem para alcançar tal finalidade,
como a superação da exclusão digital, que está relacionada à garantia de acesso
dos cidadãos às tecnologias da informação e comunicação, à conectividade e à
convergência tecnológica.
Nas dimensões elencadas por Sorj (2003, p. 63), a superação da exclusão digital
depende da superação de vários fatores, a começar pela instalação de infraestru-
turas físicas de transmissão, que podem ocorrer via satélite, rádio e telefone. Na
realidade, muitos municípios brasileiros estão situados em regiões de difícil acesso,
onde nem mesmo existem fiações elétrica, telefônica e de televisão a cabo. Além
disso, a instalação de infraestruturas físicas de transmissão para uma efetiva comu-
nicação por internet depende, ainda, de outro fator: a existência de operadoras da
iniciativa privada para explorar o serviço de concessão aos usuários.
Sorj (2003, p. 63) ainda destaca que se garantida a infraestrutura física básica de
transmissão, o desafio seguinte é garantir ao cidadão o acesso a equipamento
(computadores) conectado à internet. Na prática, atualmente, esse papel está
sendo desempenhado por muitas escolas públicas, igrejas, bibliotecas munici-
pais, organizações do terceiro setor, entidades representativas, entre outros, que
conseguem disponibilizar à comunidade espaços com computadores conectados
para uso em horários específicos e de maneira gratuita. Algumas dessas mes-
mas organizações também ofertam outra dimensão indispensável para superar
a exclusão digital, cursos de formação individual para utilização dos instrumen-
tos do equipamento (seja computador ou celular) e da internet.
Quanto ao usuário, sua inclusão digital ainda abrange sua inserção em
ações de capacitação intelectual, bem como sua inserção social, a partir do pro-
duto da sua profissão, dos seus níveis educacional e intelectual, e sua rede social.
São todos esses fatores descritos anteriormente e associados que determinam o
aproveitamento efetivo da informação concedida ao cidadão para atender suas
necessidades de comunicação pela internet.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
popular. O que fica evidente, na perspectiva dos nossos estudos, é que a exclusão
digital está associada à exclusão social, mas a não superação da exclusão digi-
tal coopera muito mais para manutenção da exclusão social (NASCIMENTO
et al., 2012, p. 179).
É claro que no processo de fortalecimento da democracia não cabe apenas
sistemas públicos de informações, prestação de serviços e de contas ou do cida-
dão conseguir acessar equipamento, conexão e dominar essas ferramentas. É a
garantia dessas estruturas atreladas aos mecanismos de participação popular nos
processos decisórios, com a oferta de serviços públicos de qualidade nas áreas de
saúde, educação, mobilidade, habitação e segurança, que diminuem as desigual-
dades sociais e econômicas, proporcionando mais equidade e oportunidades à
maioria da população, portanto, cooperando para superação de qualquer exclu-
são, seja esta social ou digital.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
98
Com relação ao governo Lula (mandatos 2003-2006 e 2007-2010), Fadul e Silva (2008)
consideram que as iniciativas atuais de reforma propostas nesse governo seguem as
políticas e ações empreendidas na reforma de 1995, sendo desdobramentos e dando
continuidade às reformas iniciadas no governo passado.
As reformas propostas pelo governo Lula agregam um conjunto de ações voltadas para
um Estado promotor da inclusão social, as quais envolvem três categorias que guardam
semelhanças com a reforma dos anos 90, na qual foram implantadas reformas estruturais
(Reforma do Estado e do seu aparelho) e reformas administrativas (da administração pú-
blica), sendo essas últimas voltadas para a retomada da performance e da qualidade dos
serviços públicos. A primeira categoria envolve uma reforma do modelo de gestão pública,
através de ações como a integração de programas governamentais e avaliação do desem-
penho administrativo. A segunda categoria se preocupa com a melhoria da performance
dos serviços públicos através da inovação gerencial, tal como na reforma anterior. A última
categoria abrange reformas na estruturação do executivo federal, tais como realização de
concursos públicos, valorização do servidor, qualidade de vida no trabalho, novas concep-
ções institucionais, integração entre planejamento e orçamento, accountability, questões
similares ao gerencialismo, como na reforma passada (FADUL; SOUZA, 2005).
Nesse contexto, os projetos da Reforma do Estado de 95 continuam sendo enfatizados
no governo Lula, mas com uma maior ênfase a programas sociais, em que o Governo
Federal busca acentuar seu papel de planejador e orientador, tendo como intermedia-
dores os Estados, e realizadores locais os municípios.
De fato, pode-se observar que os objetivos de reforma gerencial não foram atingidos
com a Reforma de 1995, mas serviram (especialmente como prática discursiva) para ins-
titucionalizar uma série de mudanças nos governos de todos os níveis e esferas. Como
heranças principais, podem ser elencadas:
• A introdução da noção de “agencificação” na administração pública, pela qual se
atribui ao gestor público maior autonomia, junto com uma maior autoridade e
correspondente responsabilidade administrativa;
• A intensificação da descentralização administrativa, via diferentes arranjos admi-
nistrativos;
• A introdução de mecanismos de regulação, especialmente via implementação de
agências reguladoras dos serviços públicos;
• A introdução de múltiplos atores que de forma direta ou indireta participam em
diferentes fases do processo de desenvolvimento de políticas públicas, ampliando
se assim o leque de grupos de interesse e pressão, como também as dificuldades
de conciliação desses variados e diferentes interesses.
Nesse novo contexto, o papel do Estado está sendo crescentemente demandado, em que
não pode ser entendido como empecilho à realização do seu papel, mas como solução, am-
pliando e profissionalizando sua esfera de atuação, como indutor, articulador, catalisador
e orquestrador principal do desenvolvimento, com a forte participação da sociedade, sem
clientelismo, mas com transparência e responsabilidades consensuadas e compartilhadas.
Fonte: Klering, Porsse e Guadagnin (2010, p. 8-9).
100
Material Complementar
104
REFERÊNCIAS
Referencia on-line
1
dados.gov.br
105
GABARITO
1. D.
2. A.
3. C.
4. B.
5. E.
Professora Me. Lilian Chirnev
V
UNIDADE
COMUNICAÇÃO PÚBLICA
Objetivos de Aprendizagem
■■ Apropriar-se do conceito Sociedade da Informação.
■■ Dominar a concepção de Comunicação Pública.
■■ Compreender os preceitos legais do Direito à Informação.
■■ Distinguir a base inicial do debate sobre Cidades Inteligentes.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Sociedade da Informação
■■ Comunicação Pública
■■ Direito à Informação
■■ Cidades Inteligentes
109
INTRODUÇÃO
Introdução
110 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
COMUNICAÇÃO PÚBLICA
111
Sociedade da Informação
112 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dade e subsídios científicos nas discussões para concepção do Livro Verde, que
trata a questão da exclusão digital como sendo meramente tecnológica.
Mais do que ligar pontos e abrir um canal de comunicação entre mi-
lhares de pessoas, a preocupação deve chegar à questão de conteúdo. O
processo [...] vem sendo chamado de inclusão digital, no qual são prio-
rizadas tão somente as condições de acesso à Internet, desprezando-se
o vasto contingente que frequenta a rede e dela não usufrui de maneira
potencial. Assim, teremos ainda mais excluídos sem políticas e ações
visando a combater o aprofundamento da brecha social trazida pelas
novas tecnologias (SANTOS; CARVALHO, 2009, p. 47).
COMUNICAÇÃO PÚBLICA
113
COMUNICAÇÃO PÚBLICA
Comunicação Pública
114 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Go, a atual AES Eletropaulo.
O modelo adotado intermediava a locução entre governo, mídia e sociedade,
mantendo um canal de comunicação permanente, mas somente para divulgar ações
governamentais e, por consequência, a propagação da imagem pública. Como
observou Wels (2006), mesmo com fronteiras pouco nítidas quanto às práticas desen-
volvidas pelos profissionais habilitados em Comunicação Social, entre os quais as
relações públicas, jornalistas e publicitários, as assessorias de comunicação consoli-
daram suas funções, legitimando-se como área estratégica nas instituições públicas.
A exemplo às prefeituras brasileiras que instituíram estruturas específicas
de comunicação social e devido à importância e reconhecimento atrelados aos
respectivos departamentos, a assessoria de comunicação foi alçada ao status de
Secretaria Municipal de Comunicação Social. Essa evolução atestada também
compõe um novo debate sobre qual o modelo ideal de gestão da referida pasta
municipal e como o seu perfil comunicacional pode ser conceituado.
Como demonstrou Lucatelli e Andrade (2011), no artigo “A Comunicação na
Esfera Pública”, baseado em publicações realizadas sobre o tema entre 1998 e 2008
no Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação do Intercom (Sociedade
Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação), as expressões utilizadas
para designar a comunicação desempenhada na esfera pública são: comunicação
governamental, comunicação política, comunicação pública, marketing político
e propaganda política.
De acordo com o trabalho dos autores, a comunicação política também pode
ocorrer durante os períodos eleitorais (DORNELLES, 2002) e seu objetivo “deve
desenvolver, em toda sua profundidade, a relação entre o processo político, com
COMUNICAÇÃO PÚBLICA
115
Comunicação Pública
116 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
da interação social, um instrumento das relações sociais, sendo o processo pelo
qual o indivíduo é integrado na sociedade, um marco por meio do qual os seres
vivos se encontram em união com o mundo.
Isto também se assemelha ao conceito contemporâneo de esfera pública expli-
citada por Avritzer (1999). O autor enfatiza que os movimentos sociais são os
apresentadores de identidades em público, em razão de construírem espaços de
reconhecimento mútuo. E em termos de teoria democrática, compatíveis com o
conceito de deliberação pública, em que a esfera pública é um espaço na periferia
do sistema político, no qual é possível integrar as redes informais de comunica-
ção das associações civis e dos movimentos sociais. “Elas podem decidir através
do voto, mas o mais importante em relação à sua forma de decisão é que ela é
pública, transparente e conta com o consenso dos outros atores que participam
do processo deliberativo” (AVRITZER, 1999, p. 23). Portanto, a esfera pública se
configura por meio da ação comunicacional, desempenhada por diversos públi-
cos que estão organizados em redes de comunicação articuladas para debaterem
temas de interesse mútuo, defendendo seu ponto de vista e tornando público sua
opinião (MARQUES, 2008).
Trata-se, ainda, da concepção “habersiana” a respeito da esfera pública, fun-
damentada na perspectiva do discernimento que esfera pública não pode ser
representada por um espaço institucional concreto. A esfera pública está ligada
mais diretamente à sustentação de fluxos discursivos, para ouvir a vontade e a
opinião do outro, transformar a influência público e o poder comunicativo, que
se estabelecem entre indivíduos, em poder político (HABERMAS, 1997).
COMUNICAÇÃO PÚBLICA
117
No âmbito governamental, esse vínculo com a população deveria ser gerido pelos
órgãos públicos representativos de comunicação social; no entanto, em muitos
municípios, a prática do setor ainda é destinada a oferecer um serviço unilate-
ral de informações, vinculado a propagandear as ações do Executivo, com foco
nos feitos de prefeitos e secretários municipais.
Por isso, a recomendação é que a conscientização sobre o que seja Comunicação
Pública comece com o público interno da administração pública (colaboradores/
servidores), incluindo desde os setores de tecnologia de informação e comu-
nicação, dos serviços de atendimento presencial nos balcões, os atendimentos
eletrônicos à comunidade (internet e telefone), entre outros, para que seja garan-
tido o intercâmbio de comunicação entre o poder público e a população. E para
além disso, é, ainda, garantir o cumprimento da Lei de Acesso à Informação (LAI),
garantindo aos cidadãos seu direito à informação, como estudaremos a seguir.
Confesso que até hoje só conheci dois sinônimos perfeitos: nunca e sempre.
(Mario Quintana)
Comunicação Pública
118 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DIREITO À INFORMAÇÃO
COMUNICAÇÃO PÚBLICA
119
Direito à Informação
120 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: Viegas (2003-2004, p. 671).
CIDADES INTELIGENTES
COMUNICAÇÃO PÚBLICA
121
[...] garantir alta performance que podem ser identificadas como: eco-
nomia inteligente; pessoas inteligentes; governança inteligente; mobi-
lidade inteligente; ambiente inteligente e; vida inteligente (RIZZON et
al., 2017, p. 126).
Cidades Inteligentes
122 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dos, o problema é identificado, informações são processadas e repassadas, um
novo planejamento é estruturado e implementado para mudar e/ou aprimorar
a prestação de serviços públicos.
Estes, contudo, são aspectos favoráveis do conceito Smart City. Existe muito
debate a ser realizado e pesquisas científicas a serem desenvolvidas para real-
mente atender a essa finalidade. Um importante debate é sobre os aplicativos
oferecidos por empresas privadas às instituições governamentais. A tecnologia é
concedida, mas a empresa também é favorecida com a produção irrestrita de um
banco de dados cuja posse está sob o seu domínio. Assim, a captação de poten-
ciais negócios com questões públicas são um aspecto a ser analisado.
Questionamentos surgem nesse sentido como: até que ponto os dados dos
cidadãos devem ser protegidos? Como garantir recurso para desenvolvimento
de tecnologia pelo setor público? Como evitar que mesmo com a “smartização”
das cidades, os projetos públicos continuem sendo direcionados para privile-
giar e valorizar determinados segmentos da cidade, como a valorização de áreas
favorecendo o mercado de terras? Os questionamentos ainda são muitos para
identificar como o conceito de Cidades Inteligentes está sendo aplicado nas cida-
des brasileiras e qual seria o ideal a ser implementado, mas, até o momento, o
que identificamos é a real necessidade de implementação de uma agenda pública
para atender a esse debate de maneira ampla e democrática.
COMUNICAÇÃO PÚBLICA
123
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
124
5. Para Barbosa (2009), a definição de comunicação pública passa por três requisi-
tos básicos. Identifique nas afirmações a seguir quais são:
a) Prestação de informações, informação significativa e participação.
b) Prestação de projetos, informação significativa e participação.
c) Prestação de dados, informação significativa e participação.
d) Prestação de programas, informação significativa e participação.
e) Prestação de informações, informação insignificante e participação.
MATERIAL COMPLEMENTAR
O Poder da Comunicação
Manuel Castells
Editora: Paz e Terra
Sinopse: neste livro, o aclamado autor da trilogia A Era da Informação:
Economia, Sociedade e Cultura, Manuel Castells, oferece uma imagem
bem fundamentada e imensamente desafiadora sobre comunicação
e poder no século 21. A partir de pesquisas sobre processos políticos
e movimentos sociais, o autor apresenta informações enganosas
transmitidas ao público norte-americano sobre a Guerra do Iraque,
o movimento ambientalista global para evitar a mudança climática,
o controle da informação na China e na Rússia e as campanhas
eleitorais apoiadas na internet, tal como a de Obama nos Estados
Unidos. A partir de estudos de caso, Castells propõe uma nova teoria
do poder na era da informação, fundamentada no gerenciamento das
redes de comunicação. É o livro ideal para os interessados em como a
comunicação e a tecnologia afetam nossas vidas.
1. A.
2. D.
3. B.
4. E.
5. A.
CONCLUSÃO
Caro(a) aluno(a)!
Encerramos nossos estudos sobre Sistemas de Informação no Setor Público. Que-
ro agradecer a oportunidade de poder compartilhar com você minha pesquisa e
incentivá-lo a continuar em busca de novos conhecimentos. A gestão pública é
uma incrível possibilidade de transformação da sociedade e, atrelado à inquietação
científica, pode culminar em novas propostas de pensar, repensar e atuar na gestão
pública.
Por isso, desde a nossa primeira unidade, a ênfase tem sido na contextualização da
essência de cada tema, para justificar a importância da apropriação daquilo que
realmente importa quando tratamos sobre administração pública.
Convidamos você a dedicar um tempo dentro de sua rotina para aperfeiçoar sua
leitura sobre o cenário atual da administração pública (no Brasil e em outros países),
acessando diversos canais de informação, inclusive os criados e alimentados pelas
organizações públicas representativas da sociedade civil. Os contrapontos de refe-
rências são essenciais para não limitar sua interpretação, inclusive para acompanhar
os processos de propostas de reformas já em andamento em nosso país.
Acredite! O conhecimento e a garantia do amplo debate – em um ambiente demo-
crático – podem frutificar em transformações essenciais à garantia de um Estado
Democrático de Direitos. Talvez não seja fácil e muito menos rápido, mas é possível.
Nossa recente democracia republicana tem nos revelado diversos avanços.
As tecnologias de informação e comunicação estão presentes em nossa vida para
serem usadas a nosso favor, portanto, não desperdice seu dia utilizando-as em fei-
tos vazios ou para distorcer boas práticas. Investigue como os sistemas de informa-
ções e comunicações se apresentam no seu estado e município, verifique os bons
e maus exemplos aplicados no Brasil e compare-os a outras experiências globais.
Seja inquieto(a) para alterar todos os dias sua forma de pensar, esse sim é um exer-
cício de aperfeiçoamento instigante para motivá-lo(la) a avançar. Fico muito feliz
pela oportunidade de poder, desde o início das primeiras páginas desse livro, ter
contribuído para incentivá-lo(la) a alcançar e trilhar mais outras tantas trajetórias do
saber. Muito obrigado pela companhia. Até a próxima!