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Metodologia

de Pesquisa
Material Teórico
Textos Científicos

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Vilma Lima

Revisão Textual:
Prof. Ms. Cláudio Brites
Textos Científicos

• Trabalhos Científicos
• Tipos de Trabalhos Científicos
• Trabalhos de Encerramento de Cursos

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Nesta unidade da disciplina Metodologia da Pesquisa Científica, pre-
tendemos apresentar a você os principais tipos de trabalhos científicos.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Textos Científicos

Trabalhos Científicos
A preparação planejada e metódica de um trabalho científico, tal como o que é
exigido nos cursos de graduação e pós-graduação, supõe uma sequência de etapas.

As principais etapas para elaboração dos trabalhos são: determinação e


delimitação do tema, levantamento bibliográfico e de fontes primárias de
pesquisa acerca do tema, leitura e análise da documentação, construção lógica do
trabalho e, finalmente, redação do texto.

Determinação e Delimitação do Tema


A determinação do assunto a ser tratado envolve a escolha e a delimitação
do tema. A escolha do tema deve estar vinculada a dois aspectos fundamentais:
formação do pesquisador e sua prática cotidiana. As vivências dos problemas
no desempenho profissional diário ajudam a alcançar a clareza necessária ao
investigador na delimitação e resolução do problema (TRIVINÕS, 1987, p. 93). O
tema delimitado facilita a pesquisa.

A partir de uma visão clara do tema, sob determinada perspectiva, faz-se a


problematização. A formulação do problema, da hipótese ou das questões de
pesquisa a serem investigadas deve ser redigida com precisão e objetividade.

Importante! Importante!

Devemos ter maiores cuidados em relação a temas que já foram objeto de outros
estudos. Isso, no entanto, não deve impedir que um mesmo tema seja abordado por
vários estudiosos, desde que façam uso de diferentes enfoques, o que permitirá, ao invés
de redundância, alcançar conclusões inovadoras e complementares.

Levantamento Bibliográfico e de Fontes Primárias


As fontes documentais ou fontes primárias referem-se a documentos, escritos ou
não, tais como: documentos de arquivos públicos (jornais, documentos oficiais, dados
estatísticos, dados históricos e material cartográfico, entre outros) documentos de
arquivos privados (diários, memoriais, cartas, autobiografias e outros). Essas fontes
são criadas no tempo em que se estuda, por uma autoridade, geralmente uma com
conhecimento pessoal direto dos eventos descritos. São fontes entendidas como
mais próximas à origem da informação ou da ideia em estudo.

As fontes bibliográficas ou secundárias abrangem todo o material que tenha sido


tornado público por um profissional ou pesquisador, que tenha analisado as fontes
primárias de pesquisa. Portanto, tratam-se daquelas informações originalmente
apresentadas em outros lugares.

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O levantamento de fontes faz-se mediante consultas a catálogos e fichários de
bibliotecas, sumários de publicações, bancos de teses e dissertações, material de
divulgações, material de divulgação de editoras, listas bibliográficas constantes de
livros e artigos ligados ao tema, programas de busca da Internet etc.

Levantando o material, faz-se necessária uma triagem, já que nem tudo será
lido e estudado. Neste ponto, as resenhas são importantes por indicarem se o
material é ou não útil ao desenvolvimento da pesquisa. Quando não há resenhas
disponíveis, deve-se procurar informações diretamente na obra: prefácios, orelhas,
sumários, passagens do texto etc.

É no momento da triagem que se identifica aquele material, não só relevante,


como mais adequado ao desenvolvimento do trabalho, deixando-se de lado obras
genéricas como enciclopédias, revistas não especializadas, livros didáticos, enfim,
todo material que não apresente grau de complexidade compatível com o nível que
o pesquisador pretende alcançar.

Ao contrário do que se pensa, não se deve pesquisar apenas em documentos


recentes e atualizados. Uma pesquisa científica deve ser iniciada a partir de
referências antigas, quando o assunto assim o ensejar. Os livros, as revistas, os
jornais e mesmo a internet podem ser fontes valiosas de informações relevantes na
pesquisa que se deseja realizar. São necessários dados quantitativos e qualitativos
que possam validar os fundamentos do estudo desejado.

Leitura e Análise da Documentação


De posse das informações obtidas mediante a busca, levantamento e leitura
preliminar das fontes de pesquisas, faz-se necessária a elaboração de um plano
prévio do trabalho a ser desenvolvido. Trata-se de um esboço traçado a partir das
grandes linhas que estruturarão o estudo. Sendo provisório, este plano inicial, na
medida em que incorpora ganhos de leitura, sugestões de especialistas, dados de
observação da realidade, poderá sofrer reformulações mais ou menos profundas.

Estabelecido o plano prévio, inicia-se a leitura propriamente dita do material


selecionado, leitura esta seguida de anotações: fichamentos, resumos, resenhas
e mesmo comentários pessoais, os quais devem ser classificados e arquivados,
tendo em vista a redação do texto final.

A Construção Lógica do Trabalho


A construção lógica do trabalho é expressa mediante o encadeamento lógico
das ideias, com o objetivo de comunicar ao leitor todo o percurso do estudo e suas
conclusões. Qualquer que seja sua natureza: resenha, artigo, monografia etc., o
trabalho científico deve se constituir numa totalidade inteligível e organicamente
estruturado. Para tanto, é preciso que as seções do trabalho, os capítulos, os
parágrafos, organizem-se de modo coeso, numa sequência lógica, de modo que o
leitor seja capaz de seguir o fio condutor do raciocínio.

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Redação do Texto
A redação de um trabalho acadêmico deve ser realizada com atenção para evitar
problemas de digitação, problemas com pontuação, ortografia, concordância ou
incoerência dos dados apresentados, entre outros.
Nunca uma primeira redação pode ser dada como definitiva: é indispensável
a redação prévia das partes e outra redação global do trabalho. Esta
redação deverá ser revista, criticada, uma ou duas vezes, para que se
possa considerá-la como definitiva (ANDRADE, 2003, p. 89).

No momento da redação final do trabalho, é muito importante que o estudante/


pesquisador tenha em mão dicionários, dicionários de sinônimos e manuais de
redação, entre outros materiais, para evitar problemas de ortografia e, também, a
repetição constante de palavras.

A formatação do trabalho científico deverá seguir o padrão de Normas Técnicas


da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. As normas atualizadas da
ABNT encontram-se na Biblioteca da Universidade.

Tipos de Trabalhos Científicos


Fichamento
O fichamento consiste no ato de registrar os estudos de um livro e/ou um texto
visando a possibilitar ao estudante a assimilação do conhecimento, bem como
facilitar a execução dos trabalhos acadêmicos. A ficha que pode ser produzida
manualmente ou no computador deve conter a seguinte estrutura: cabeçalho
indicando o assunto e a referência da obra, isto é, a autoria, o título, o local de
publicação, a editora e o ano da publicação. Essa estratégia de estudo é bastante
interessante de se efetivar, principalmente, quando estamos elaborando trabalhos
mais extensos – monografia, dissertações – e etc.

Existem diversos modelos de ficha de estudo. Cada aluno, no entanto, deve


produzir a sua. Salientamos que é essencial constar nas fichas as informações
bases do texto fichado, visando facilitar a utilização das informações da ficha. Para
facilitar, já utilize as normas da ABNT.

Anote sempre: nome completo do autor, título, editora, local, ano quantidade de
páginas. Não esqueça, se for o caso de uma citação direta, de anotar a página na
qual consta o trecho retirado. Essa ação facilitará muito o seu trabalho.

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Fichamento: método de armazenamento, organização e consulta de informações, sobre
Explor

livros ou documentos, a partir da elaboração de fichas. Seu conteúdo facilita o estudo e a


aprendizagem, pois pode ser apresentada na forma de resumos e resenhas. .

Fichamento – Exemplo
Assunto (TEMA): Vida e cotidiano Ficha no. 01

Referência Bibliográfica Completa:

HELLER, Agnes. O cotidiano e a história. 4.ed. São Paulo: Paz e Terra,


1992.

Texto da Ficha:

“O homem nasce já inserido em sua cotidianidade. O amadurecimento do


homem significa, em qualquer sociedade, que o indivíduo adquire todas as
habilidades imprescindíveis para a vida cotidiana da sociedade (camada social)
em questão. É adulto capaz de viver por si mesmo na sua cotidianidade”
(p.18).

“O adulto deve dominar, antes de mais nada, a manipulação das coisas


[...] Mas embora a manipulação das coisas seja idêntica à assimilação das
relações sociais, continua também contendo inevitavelmente, de modo
imanente, o domínio espontâneo das leis da natureza” (p. 19).

Tipo de fichamento: Citação

Biblioteca que se encontra a obra: Biblioteca da UNIT (UNIVERSIDADE


TIRADENTES – Campus II - FAROLANDIA)

Resumo
Apresentação sucinta das principais ideias de um texto, ressaltando os trechos
mais relevantes, sem adicionar comentários e/ou opiniões pessoais. Sua redação
será obtida a partir da capacidade analítica e compreensiva do leitor. Portanto,
quanto mais se tiver domínio e compreensão dos assuntos tratados no texto a
ser resumido, maior será a capacidade de síntese e de interpretação. No mundo
acadêmico, o desenvolvimento desse tipo de trabalho é importante, por que permite,
“[...] em rápida leitura, recordar o essencial do que se estudou e [apresentar] a
conclusão a que se chegou” (GALLIANO, 1986, p. 89).

Lembre-se: nesse tipo de trabalho, a opinião de quem está lendo e resumindo o


texto é dispensável. Trata-se de um monólogo no qual somente o autor tem voz,
cabendo, portanto, a quem está resumindo somente a apresentação sucinta do que
foi escrito.

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Além disso, é importante ressaltar que um resumo não é um simples recorte-


e-cole das partes que você julgou como as mais importantes do texto lido – o
que deve ser feito é um trabalho de leitura, releituras e identificação das ideias
mais relevantes que, posteriormente, deverão ser retransmitidas de forma breve
e organizadas. Existem várias formas para se fazer um bom resumo, a título de
informação, sugerimos a que segue:
1. Leia e releia o texto;
2. Anote, circule e identifique tudo o que você desconhece;
3. Busque informações sobre essas questões desconhecidas;
4. Busque as informações mais importantes/essenciais do texto;
5. Organize essas ideias de modo que fique fácil de entendê-las. Sugerimos
que você tente responder a duas questões: 1. O que está sendo dito no
texto?; 2. Como eu explicaria este assunto para alguém?;
6. Escreva o resumo com suas palavras.

Resumo - Exemplo
Texto - Lendas da Via Láctea

A Via Láctea era imaginada como o caminho para casa de Zeus/Júpiter. Era
também considerada o percurso desordenado da corrida de Faetonte pelo
Céu, enquanto conduzia o carro do Sol. Os povos nórdicos acreditavam que
a Via láctea era o caminho seguido pelas almas para o céu.

Na Escócia antiga, ela era a estrada prateada que conduzia ao castelo do rei
do fogo. Os índios primitivos acreditavam que a Via Láctea era o caminho
que os espíritos percorriam até às suas aldeias, no Sol. O seu caminho é
marcado pelas estrelas, que são fogueiras que os guiam ao longo do caminho.

Resumo:

Existem várias lendas acerca da Via Láctea. São vários os povos, desde os
gregos, os nórdicos e os indígenas primitivos, que interpretam a Via Láctea
como um caminho, um rio celestial ou como guia das almas até ao céu.

Resenha
A resenha, assim como o resumo, tem como principal característica a
apresentação de um texto conciso, mas com uma avaliação positiva ou negativa
sobre o texto resenhado. O objetivo da resenha é divulgar objetos de consumo
cultural como livros, filmes, peças de teatro etc.

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Se no resumo não havia espaço para o diálogo, na resenha, esse espaço é
indispensável. A ideia é ler o texto e dialogar com o autor e suas considerações.

É importante ter claro que a resenha representa mais do que uma simples opinião.
Você deverá compreender os assuntos tratados para criar sinergia entre as suas
ideias e as ideias do autor da obra. Sua opinião, portanto, deverá ser baseada em
argumentos e evidências reunidos e em um raciocínio próprio. Existem várias formas
para se fazer uma boa resenha, a título de informação, sugerimos a que segue:
• Resuma a obra a ser resenhada;
• Discuta os aspectos positivos da obra;
• Identifique as contradições, os furos e as inconsistências da obra;
• Verifique se os dados ou pesquisas apresentadas pelo autor são suficientes
para apoiar suas afirmações;
• Verifique se há perguntas sem respostas;
• Identifique/pesquise termos e conceitos com os quais não esteja familiarizado,
para que possa compreender e dialogar com o texto.

Importante! Importante!

Resumo X Resenha
No resumo, objetiva-se sintetizar um texto-fonte, ressaltando, para isso, seus trechos
mais relevantes, sem, no entanto, adicionar comentários e/ou opiniões pessoais; já na
resenha, tem-se como característica principal a elaboração de um texto optativo, com a
presença de uma avaliação crítica do fragmento analisado. Resumo X Resenha

Não esqueça:
A finalidade de uma resenha é informar o leitor, de maneira objetiva e
cortês, sobre o assunto tratado no livro, evidenciando a contribuição do
autor: novas abordagens, novos conhecimentos, novas teorias (LAKATOS,
1995, p. 234).

O resenhista deve resumir o assunto e apontar as falhas e os erros de


informação encontrados, sem entrar em muitos pormenores, e, ao
mesmo tempo, tecer elogios aos méritos da obra, desde que sinceros e
ponderados (LAKATOS, 1995, p. 243).

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Resenha - Exemplo
Um gramatico contra a gramática

Gilberto Scarton

Língua e Liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu


ensino (L&PM, 1995, 112 páginas) do gramático Celso Pedro Luft traz um
conjunto de ideias que subverte a ordem estabelecida no ensino da língua
materna, por combater, veemente, o ensino da gramática em sala de aula.

Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate,


intencionalmente, sempre na mesma tecla – uma variação sobre o mesmo
tema: a maneira tradicional e errada de ensinar a língua materna, as noções
falsas da língua e gramática, a obsessão gramaticalista, inutilidade do ensino
da teoria gramatical, a visão distorcida de que se ensinar a língua é se ensinar
a escrever certo, o esquecimento a que se relega a prática linguística, a
postura prescritiva, purista e alienada – tão comum nas “aulas de português”.

O velho pesquisador apaixonado pelos problemas da língua, teórico


de espírito lúcido e de larga formação linguística e professor de longa
experiência leva o leitor a discernir com rigor a gramática e comunicação:
gramática natural e gramática artificial; gramática tradicional e linguística;
o relativismo e o absolutismo gramatical; o saber dos falantes e o saber
gramáticos, dos linguistas, dos professores; e o ensino útil, do ensino inútil;
o essencial, do irrelevante.

Essa fundamentação linguística de que lança mão – traduzida de forma


simples com fim de difundir assunto tão especializado para o público
geral – sustenta a tese do Mestre, e o leitor facilmente se convence de
que aprender uma língua não é tão complicado como faz ver o ensino
gramaticalista tradicional. É, antes de tudo, um fato natural imanente ao ser
humano; um processo espontâneo, automático, natural, inevitável, como
crescer. Consciente desse poder intrínseco, dessa propensão inata pela
linguagem, liberto de preconceitos e do artificialismo do ensino definitório,
nomenclaturista e alienante, o aluno poderá ter a palavra, para desenvolver
seu espírito crítico e para falar por si.

Embora Língua e Liberdade do professor Celso Pedro Luft não seja tão
original quanto pareça ser para o grande público (pois as mesmas concepções
aparecem em muitos teóricos ao longo da história), tem o mérito de reunir,
numa mesma obra, convincente fundamentação que lhe sustenta a tese
e atenua o choque que os leitores – vítimas do ensino tradicional – e os
professores de português – teóricos, gramatiqueiros, puristas – têm ao se
depararem com uma obra de um autor de gramáticas que escreve contra a
gramática na sala de aula.

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Paper
Busca-se na ABNT a definição do que seja um paper, já que esse normalmente é
confundido com artigo científico. Para a ABNT (1989), contudo, um paper consiste
em um pequeno artigo científico, ou seja, podemos dizer que é um artigo científico
mais resumido. Normalmente esse tipo de trabalho traz, em poucas palavras, a ideia
de um projeto ou de um caso em andamento ou já analisado e suas argumentações
e defesas, de modo claro e objetivo. Esse tipo de trabalho é bastante comum de ser
solicitado em seminários e congressos, principalmente nas áreas de saúde.

A estrutura de um paper é idêntica à de um artigo científico.

Artigo Científico
O próprio nome já revela o que seja esse tipo de trabalho. Entendido no meio
acadêmico como um texto científico cuja função é relatar os resultados de uma dada
pesquisa, materializa-se sob a forma de um relato acerca dos resultados originais de
um estudo. Para Santos (2007, p. 43),

[...] são geralmente utilizados como publicações em revistas especializadas, a fim


de divulgar conhecimentos, de comunicar resultados ou novidades a respeito de
um assunto, ou ainda de contestar, refutar ou apresentar outras soluções de uma
situação convertida.

Cada instituição, revista, editora etc. define as regras específicas para o autor
seguir. A formatação de praxe é a que segue:

Introdução: apresentação do artigo, onde se esclarece ao leitor a natureza


do problema cuja resolução será descrita no artigo; o estado da arte do tema; o
objetivo do artigo e sua relevância;

Desenvolvimento do artigo: descrição, ao longo de vários parágrafos, de todos


os pontos relevantes da pesquisa realizada;

Conclusões: apresentação clara do que se concluiu com o estudo;

Referências: trata-se de uma listagem dos livros, artigos ou endereços eletrônicos


que foram referenciados ao longo do artigo.

Artigo Científico - Segundo a ABNT (NBR 6022, 2003, p.2), o artigo científico pode
ser definido como a “publicação com autoria declarada, que apresenta e discute id-
eias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento”.

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Projeto de Pesquisa
Esse tipo de trabalho consiste num importante passo da produção científica. É
nele que o aluno apresenta, delimita e expõe seu objeto de estudo, especificando o
tipo de abordagem que pretender utilizar durante a realização do estudo/pesquisa.
Pode-se dizer que o projeto de pesquisa abre as portas para a realização da
monografia, do Trabalho de Conclusão de Curso – TCC ou de qualquer outro tipo
de trabalho acadêmico.

O referido trabalho deve expressar a síntese do conteúdo que será exposto no


futuro trabalho acadêmico que se pretende realizar. Alguns itens são essenciais
para a elaboração de um bom projeto de pesquisa:
• 1º Escolha do tema: apresentação do assunto que se pretende trabalhar;
• 2º Formulação do problema: apresentação dos problemas que esse as-
sunto sugere;
• 3º Hipóteses: resposta provisória para o problema de pesquisa;
• 4º Justificativa: apresentar os motivos que o levaram a escolher o assunto;
• 5º Objetivos: apresentar onde você pretende chegar com a pesquisa;
• 6º Referencial teórico: apresentação dos estados da arte do tema escolhido –
identificar outras obras que já trabalharam com o mesmo assunto;
• 7º Metodologia da pesquisa: apresentar como a pesquisa será efetivada; ca-
minhos para se chegar aos objetivos propostos; qual o tipo de pesquisa será
realizada; qual o universo/amostragem da pesquisa; quais os instrumentos de
coleta de dados; como foram construídos os instrumentos de pesquisa; qual a
forma que será usada para a tabulação de dados; como interpretará e analisará
os dados e informações;
• 8º Cronograma: quais atividades serão desenvolvidas para a execução do pro-
jeto e em que prazo;
• 7º Referências: lista dos autores que serão citados no projeto.

Trabalhos de Encerramento de Cursos


Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
Os trabalhos de conclusão de curso de graduação, conhecidos como TCC,
constituem uma modalidade de iniciação científica. O aluno apresenta um trabalho
abordando algum tema que foi tratado durante o curso que está concluindo e
deve demonstrar que domina tanto o assunto, quanto as técnicas formais para a
produção de monografia.

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Esse tipo de trabalho: implica em orientação de conteúdo e técnica, tendo por
finalidade a conclusão de um curso. A institucionalização de tais monografias de
final de curso visa calibrar a qualidade e aproveitamento do ensino que esta ou
aquela faculdade oferece (BASTOS; KELLER, 2000, p. 66).

É necessária, também, para os que frequentam cursos de especialização,


para a obtenção do título de especialista, a elaboração de um TCC (monografia)
relacionado à área em questão.

Interdisciplinar (TGI)
O TGI é um documento exigido em cursos de graduação sobre estudos realizados
pelos alunos, com o objetivo de induzir e fixar o aprendizado. Deve ser feito sob a
coordenação do professor. As instituições de ensino estabelecem regras parecidas
quanto à elaboração de um TGI. Eis algumas delas:
a) O Trabalho de Graduação Interdisciplinar deve estar de acordo com as
normas e regulamentos da instituição e a legislação brasileira vigente;
b) A área de conhecimento a ser estudada deverá ter sido aprovada por uma
Comissão, Coordenação de Trabalho de Graduação Interdisciplinar;
c) As atividades efetivamente realizadas devem ser condizentes com o plano
de trabalho;
d) A carga horária mínima deve ser alcançada;
e) Os objetivos propostos para o Trabalho de Graduação Interdisciplinar
devem ser atingidos;
f) O aluno deve comprovar conhecimento do Código de Ética relativo ao
Trabalho de Graduação Interdisciplinar;
g) O discente deverá apresentar, dentro dos prazos, os relatórios exigidos pela
supervisão do Trabalho de Graduação Interdisciplinar;
h) O aluno deverá apresentar, na data estabelecida, a defesa oral do Trabalho
de Graduação Interdisciplinar perante a banca examinadora.

Apesar de muitas instituições de ensino superior requererem a elaboração de um


TCC como requisito para a obtenção de uma graduação, nem sempre é exigido o
TGI, que é opcional.

Monografia
A Monografia é um trabalho científico que se destina a estudar um assunto em
específico, normalmente apresentada como um trabalho de conclusão de curso
de graduação e pós-graduação lato sensu. Trata-se de um trabalho, normalmente,
escrito apenas por uma pessoa. Atualmente é o mais disseminado tipo de trabalho
científico. Caracteriza-se por ser um trabalho que apresenta resultado de uma
investigação pouco complexa e sobre um tema único e bastante bem delimitado.

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Dissertação
A dissertação de mestrado é um trabalho científico de pesquisa, desenvolvido
em cursos de pós-graduação stricto sensu, como requisito para obtenção do grau
acadêmico de mestre.

O trabalho deve revelar domínio de conhecimentos específicos da área,


capacidade de análise das fontes primárias e secundárias de pesquisa, capacidade
de síntese e argumentação, pois pressupõe a defesa pública do trabalho para uma
banca de professores pesquisadores doutores.

Tese
A tese de doutorado é um trabalho científico de pesquisa, desenvolvido em cursos
de pós-graduação stricto sensu, como requisito para obtenção do grau acadêmico de
doutor. O trabalho possui como principal característica a originalidade e deve revelar
domínio de conhecimentos específicos da área, capacidade de análise das fontes
primárias e secundárias de pesquisa, capacidade de síntese, de elaboração de novos
conceitos ou teorias que contribuam para o desenvolvimento do conhecimento cien-
tífico e, ainda, capacidade de argumentação, pois pressupõe a defesa do trabalho
para uma banca de professores pesquisadores doutores e livre-docentes.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Apresentação e Tipos de Trabalhos Acadêmicos
https://goo.gl/DoHx7E

Leitura
Resenha Acadêmica Descritiva
https://goo.gl/kfWdEz
Tipos de Trabalhos Acadêmicos
https://goo.gl/dU3IPX
Produção Acadêmica
https://goo.gl/2Txd2X

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Referências
ALVES, R. A filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo:
Loyola, 2000.

ANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo:


Atlas, 2003.

DEMO, Pedro. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.

DIONE, J.; LAVILLE, C. A construção do saber. Porto Alegre:UFMG, 2004.

FREIRE-MAIA, N. A ciência por dentro. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2000.

GALLIANO, A. C. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1989.

HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. Petrópolis:


Vozes, 2003.

JAPIASSÚ, H. Nascimento e morte das ciências humanas. Rio de Janeiro: F.


Alves, 1978.

KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica. 12. ed. Petrópolis:


Vozes, 1997.

KUHM, T. S. A. Estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1991.

MÁTTAR NETO, J. A. Metodologia científica na era da informática. São Paulo:


Saraiva, 2002.

MOREIRA, D. A. O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo: Pioneira


Thomson Learning, 2004.

SALONON, D. V. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

SEVERINO, A. Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. São Paulo:


Cortez, 2000.

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