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Abderramão III

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Abderramão III, Abdarramão III, Abderrahman


III ou 'Abd ar-Raḥmān,[4] foi o oitavo Emir de Abderramão III
‫ﻋﺒﺪ اﻟﺮﺣﻤﻦ اﻟﺜﺎﻟﺚ‬
Córdova (912 - 929) e, depois, o primeiro califa do
8º Emir de Córdova
Alandalus (de 929 a 961). É considerado o maior e
1º Califa de Córdova
mais bem sucedido dos príncipes da dinastia omíada na
Península Ibérica.[5] Ascendeu ao trono apenas com Reinado 912-929
929-961
vinte e dois anos e reinou cerca de meio século.
Antecessor(a) Abdalá I
Sucessor(a) Aláqueme II

Índice Dinastia Omíadas


Nome 'Abd al-Raḥmān ibn
Vida completo Muḥammad al-Nāṣir li-Din
Allah
Lenda de Rio Tinto ‫ﻋﺒﺪ اﻟﺮﺣﻤﻦ ﺑﻦ ﻣﺤﻤﺪ اﻟﻨﺎﺻﺮ‬
Ver também ‫ﻟﺪﻳﻦ اﻟﻠﻪ‬
Nascimento 07 de janeiro de 891,
Referências
Córdova[1]
Morte 15 de outubro de
961 (70 anos), em Medina
Vida Azahara[2]
Pai Abdalá I
A sua vida está de tal forma identificada com o governo
do seu estado que acabamos por ter mais material Mãe Muzna (originalmente
Maria?)[3]
biográfico sobre o seu antecessor Abderramão I, que
sobre si, inegavelmente mais importante no plano
histórico. Era neto de Abdalá, outro grande líder hispânico
dos omíadas, a quem sucedeu.

Chegou ao trono numa época em que toda a Espanha estava


exaurida por mais de uma geração de conflitos tribais entre
árabes e de escaramuças entre muçulmanos e descendentes
hispânicos. A maior parte da população, de origem hispânica,
composta por renegados e cristãos, assumidos ou não, era
favorável à ascensão ao poder de um governante poderoso
que os protegesse contra a aristocracia árabe. Esta última,
composta por nobres muçulmanos politicamente incansáveis,
compunha o principal núcleo de oposição a Abderramão. Alandalus em 910
Logo a seguir, vinham os fatímidas do Egito e Magrebe, que
reclamavam o Califado, justificando a pretensão com a sua descendência do profeta Maomé, procurando
estender o seu poder a todo o mundo muçulmano. Abderramão conseguiu fazer face a todos estes
adversários muito graças ao apoio de um exército mercenário, também constituído por cristãos. De facto,
foi conhecido pela sua tolerância para com a comunidade cristã e judaica.

Fez frente aos fatímidas, por um lado ao apoiar os seus inimigos, em África e, por outro lado, reclamando o
Califado para ele mesmo Ao declarar o Califado de Córdova estava a quebrar efectivamente todos os
Califado para ele mesmo. Ao declarar o Califado de Córdova estava a quebrar, efectivamente, todos os
laços que o uniam aos Califas Egípcios e Sírios. Os seus ascendentes tinham-se contentado apenas com o
título de emir (príncipe). Na altura, era aceite que apenas o governante das cidades santas de Meca e
Medina podia reclamar tal título. A força da tradição estava, contudo, muito esbatida, de modo que
Abderramão fez-se proclamar sucessor do Profeta (califa) e príncipe dos crentes (miralmuminim) a 16 de
Janeiro de 929, ganhando um prestígio sem precedentes para um líder muçulmano na Europa, tanto entre os
seus súbditos hispânicos como em África. Foi nessa data que assumiu a sua alcunha (cúnia) Nácer Lidim
Alá (vencedor em nome de Alá).

A sua principal missão, foi a unificação de Alandalus, tendo para isso submetido os rebeldes andalusinos,
no sul e centro de Espanha. Um ano após proclamar-se califa, empreendeu a sua maior campanha militar,
contra ibne Hafessune, a quem tomou Sevilha e Algeciras. Conquistou Bobastro (onde pontificava ibne
Hafessune), Badajoz (o domínio dos Banu Maruane), em 928, onde se centrava a maior parte dos seus
opositores e, em 933, conquistava o último reduto deste, em Toledo. Lutou contra os reis cristãos do Norte,
apoderou-se de Osma, de San Esteban de Gormaz. Em resposta aos ataques do rei de Leão Ordonho II,
venceu os reis de Leão e Navarra, na Batalha de Valdejunquerra, a 26 de Julho de 920. Saqueou Pamplona.

O Califado de Córdova entrou numa época de grande prosperidade económica e prestígio mundial. É disso
exemplo a quantidade de moedas de ouro e de prata cunhadas por Abderramão. O conjunto de obras
públicas e medidas administrativas foram também muito elogiadas ao longo da história. Os povos mais
distantes da época fizeram-lhe homenagens por diversas vezes. Foi o fundador da escola de medicina de
Córdoba.

Foi derrotado em 939 pelo rei cristão Ramiro II em Simancas (ou Alhandega, segundo as crónicas
muçulmanas), muito graças à traição dos nobres árabes do seu próprio exército. Ainda que esta derrota
tenha tido consequências definitivas na carreira militar de Abderramão, os cristãos não aproveitaram muito
tal vitória. De facto, perante as divisões subsequentes entre estes, não demorou muito até que os cristãos lhe
voltassem a prestar homenagem em Córdova.

Morreu na Medina Al-Azhara aos 70 anos, após um reinado de 50 anos e meio. O corpo foi transladado
para o Alcácer de Córdoba, onde foi enterrado.

Lenda de Rio Tinto


No início do século IX, os cristãos ganhavam terreno aos mouros. Governava o Conde Hermenegildo
Gutierres o território da Galiza até Coimbra, tendo como centro o Porto.

Contudo, o califa Abdelramam III, com um poderoso exército, fez uma violenta investida, cercando a
cidade do Porto. O rei Ordonho II desceu em socorro do seu sogro, o conde Gutierres, conseguindo
afastar os mouros e perseguindo-os para longe da cidade.

Junto a um límpido ribeiro, em 824, travou-se a sangrenta batalha. Na memória do povo, ficou o sangue
derramado que, de tão abundante, tingiu as cristalinas águas do rio, passando desde então a chamar-se
Rio Tinto.

No painel central de azulejos da Estação de Rio Tinto, podemos ler a seguinte inscrição "BATALHA EM 824
ENTRE ABD-EL-RAMAN KALIFA DE CORDOBA E O CONDE HERMENEGILDO".

Ver também
Abderramão III
Omíadas
Ramo cadete da Coraixitas
P did E i d Có d b S did
Precedido por: Emir de Córdoba Sucedido por:
Abdalá I 912 — 929 Aláqueme II
Precedido por: Califa de Córdoba
autoproclama-se 929 — 961
califa de Córdova
Líder Omíada
912 — 961

Referências
1. Byers, Paula Kay, ed. (1998). «Abd al-Rahman III» (http://www.bookrags.com/biography/abd-
al-rahman-iii/). Encyclopedia of World Biography. A – Barbosa 2nd ed. Thomson Gale. p. 14.
ISBN 978-0-7876-2541-2. Consultado em 5 de setembro de 2010
2. Gordon, Matthew (2005). «Documento 15: Abd al-Rahman III of al-Andalus». The Rise of
Islam (http://books.google.com/books?id=KiawUHevW24C&pg=PA151). Col: Greenwood
guides to historic events of the medieval world. Westport, Connecticut: Greenwood
Publishing Group. p. 151. ISBN 978-0-313-32522-9
3. Fletcher, Richard (2006) [First published 1992]. «The Caliphate of Córdoba». Moorish Spain
(http://books.google.com/books?id=wrMG-LfuU7oC&pg=PA53) 2nd ed. Berkeley, California:
University of California Press. pp. 53–54. ISBN 978-0-520-24840-3
4. De seu nome completo 'Abd ar-Raḥmān ibn Muḥammad ibn 'Abd Allah ibn Muḥammad ibn 'Abd ar-
Raḥman ibn al-Hakam al-Rabdi ibn Hišam ibn 'Abd ar-Raḥman al-Dakhil al-Qurtubi an-Nāṣir li-Din Allah,
em português Servo do Misericordioso [Allah], filho de Muḥammad, filho de Abdallah, filho de 'Abd ar-Raḥman,
filho de al-Hakam al-Rabdi, filho de Hišam, filho de 'Abd ar-Raḥman al-Dakhil, o Cordovês, vencedor em nome
de Allah.

5. Abd-Er-Rahman III - Um dicionário biográfico dos livres pensadores antigos, medievais e


modernos (http://livrepensamento.com/um-dicionario-biografico-dos-livres-pensadores-antig
os-medievais-e-modernos/abd-er-rahman-iii/)

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