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ESCOLA DE MÚSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – EMUFPA

CURSO TÉCNICO DE COMPOSIÇÃO E ARRANJO


PROJETO DE COMPOSIÇÃO

CICLO DE CANÇÕES PARA VOZES INFANTIS E QUINTETO DE MADEIRAS

Projeto de composição formulado por Jader de


Andrade Fernandes para conclusão do curso
técnico em composição e arranjo da Escola de
Música da Universidade Federal do Pará, sob
orientação do Prof. Dr. Carlos Augusto Vasconcelos
Pires,

BELÉM-PA
2º SEMESTRE/2019
Introdução

O presente trabalho tem por objetivo a composição de um ciclo de canções sobre o medo,
a partir de textos bíblicos adaptados, usando técnicas e estilos musicais do século XX.

O medo é um sentimento conhecido de toda criatura viva. Segundo Freitas - Magalhães


(2007, p.570), “é uma das emoções mais estudadas, por ser cognitivo-reativa, associada a
mecanismos de sobrevivência”.

Na infância, dada a fragilidade da criança, é normal que o sentimento de medo se


manifeste em diversas situações. Entretanto, Freitas - Magalhães afirma que “estamos vivendo
um tempo no qual os medos não são combatidos e sim patologizados, medicados e
estereotipados”.

Nesse contexto, manifesta-se a educação como possível caminho de abordagem ao tema,


tendo em vista ser ela “a ação e o resultado de um processo de formação dos sujeitos ao longo
das idades para se tornarem adultos” - Libâneo (2010, p.73).

Ressalta-se, ainda, a religiosidade como meio histórico não-formal de educação, na


medida em que contribui com a propagação de valores, princípios e conhecimentos que
influenciam na formação da personalidade dos indivíduos.

Nessa perspectiva, a música figura como o meio facilitador do processo de ensino ao


permitir descobertas e possibilitar vivências na aprendizagem, proporcionando meios para o
desenvolvimento e o processo de educação.

Pode-se incorporar a educação musical como parte integrante


da formação do individuo desde a infância, atendendo avários
propósitos, como a formação de hábitos atitudes e
comportamentos: ao lavar as mãos antes do lanche, ao
agradecer a “papai do céu” por mais um dia de estudo, ao
escovar os dentes, na memorização de conteúdos, de números,
de letras e etc.” (BUENO, 2012, p.55)

Historicamente, a aliança entre o discurso musical e verbal, entre a literatura e a música,


vem sendo utilizada e investigada em formas como canções, lied, madrigais, cantatas, coros,
óperas e Singspiel alemão, cada uma a seu tempo na história. Os lieds, especificamente, eram,
por vezes, reunidos em uma séria de canções amarradas por um tema ou narrativa única,

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originando o que se chamou de ciclos de canções, forma empregada para elaboração deste
trabalho de composição.

Adotou-se, assim, a premissa de utilizar os estilos e técnicas composicionais do século XX


na elaboração das canções, tais como o impressionismo, o serialismo, o minimalismo, a
politonalidade e o blues. Importa ressaltar que não se pretende que as canções compostas sejam
amostras perfeitamente delineadas de cada uma dessas manifestações, mas, sim, que tragam em
si características peculiares dessas manifestações artísticas.

Como recurso harmônico complementar, optou-se por utilizar a formação camerística


composta por um quinteto de madeiras – flauta, oboé, clarineta, trompa e fagote.

As canções aqui apresentadas, além de um exercício de aplicação prática dos conceitos


abordados durante o curso técnico de composição e arranjo da Emufpa, especialmente nas
disciplinas Laboratório de Arranjo e Composição I (música vocal), Literatura e Apreciação Musical
III (música do século XX) e Instrumentação e Orquestração I (madeiras), é uma proposta de
abordagem educacional, através da música, sobre o tema proposto, o medo.

Ciclo de canções

Lied é uma palavra alemã que significa canção. Na música, o termo surgiu no século XIX,
no Romantismo, quando poemas eram musicados para execução vocal e acompanhamento de
piano.

Schubert e Schumann se notabilizaram pelo grande volume de produção de canções,


muitas compostas a partir de uma série de poemas ligados por uma ideia comum. Esse tipo de
produção é chamado de ciclo.
O ciclo aqui apresentado é composto por cinco canções compostas a partir de textos
bíblicos ligados por um único tema. A correlação entre os textos pressupõe uma narrativa
contínua e interligada, conforme tabela a seguir:

# Fonte Texto adaptado Narrativa


Primeira Sl 55:5 Medo, medo, tenho medo
canção Medo, o medo tomou conta, medo Apresentação do
Tenho medo e pavor problema
O medo tomou conta de mim
Medo, o medo tomou conta, medo Sentimento de medo
Medo, medo, tenho medo

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Segunda Is 43:5 Medo, não tenha medo, não
canção Tenha medo não Apresentação da
Medo não solução

Porque eu estarei com você Companhia


Porque eu estarei com você

Então não tenha medo


Não tenha medo, não
Tenha medo não
Medo não

Terceira Js 1:9 Seja forte


canção Corajoso Reafirmação
Deixe o medo da solução
Não se assuste

Porque o Senhor
Sim, com você
Sempre estará
Por onde for

Quarta Sl 46 Deus é meu refúgio


canção Me guarda se me assusto Mudança de atitude,
Nele estou seguro sentimento de confiança
Não há o que temer

Mesmo que a terra estremeça


E as montanhas desabem
Se o oceano rugir
Sei que Ele cuida de mim

Vou sossegar
Vou descansar
Vou confiar
Vou quietar

Deus é meu refúgio


Não há o que temer

Quinta Sl 4:8 Em paz me deito


canção E logo durmo Conclusão, com
reafirmação do
Pois em Ti, Senhor sentimento de
Estou seguro confiança, paz.

Vou dormir paz


Mesmo no escuro

Definidos os textos e a narrativa, seguiu-se o trabalho de elaboração das linhas melódicas.


Nessa etapa, levou-se em conta a correta declamação dos textos, buscando-se o equilíbrio entre

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a acentuação falada e a cantada, evitando distorções na prosódia. Ademais, adotou-se como
premissa a correlação entre o canto e o significado do texto.

Estilos e técnicas composicionais do século XX e suas aplicações no ciclo de


canções

Primeira Canção - Politonalidade

A politonalidade é uma técnica que consiste na sobreposição simultânea de dois ou mais


tons. Compositores como Ravel e Stravinsky a utilizaram em suas obras. Sua aplicação, por
vezes, gera tensões e impressão de desacerto harmônico, razão pela qual foi empregada na
Primeira Canção, cujo tema é a sensação de medo.
Nessa canção, a introdução é executada pelas madeiras, onde cada instrumento executa,
sucessivamente, a mesma linha melódica que varia de tons, em ciclos descendentes de terças -
mi menor; dó menor, lá bemol menor, mi menor – para denotar tom indefinido. <Figura 1>

Figura 1

No compasso 5 a canção inicia apresentando contorno melódico que indica a tonalidade


de Mi menor, cuja ideia se distancia da harmonia resultante das madeiras, em dó menor,
separadas por um intervalo descendente de terça. <Figura 2>

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Figura 2

Nos compassos 12 a 15 observa-se a melodia cantada simultamente à linha melódica da


clarineta, esta, uma terça menor abaixo. Da mesma forma, nos compassos finais, 21 a 23, o
fagote e as vozes caminham em melodias construídas sobre os mesmos intervalos, mas que
partem de notas diferentes. <Figuras 3 e 4>

Figura 3

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Figura 4

O uso da bitonalidade, como parte da técnica do politonalismo, buscou correspondência


sonora com o discurso verbal que apresenta o tema do ciclo de canções.

Segunda Canção - Minimalismo

A música minimalista caracteriza-se pela repetição frequente de pequenos trechos e por


uma harmonia consonante. Originada nos Estados Unidos na década de 60, tem Philip Glass
como um de seus compositores mais populares.

A Segunda Canção foi composta a partir da aplicação de técnicas minimalistas nas


madeiras, em estrutura harmônica simples, sem tensões dissonantes. Sua melodia cantada foi
elaborada a partir de notas que compõem os acordes, respeitando-se a fluidez verbal.

Durante a primeira parte da obra, as madeiras executam movimentos melódicos e rítmicos


constantes e repetidos. < Figura 5 >

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Figura 5

Na segunda parte, observa-se a aplicação de outra técnica minimalista, que consiste em


utilizar a mesma frase melódica, repetida por diversos instrumentos, onde cada um inicia em uma
nota ou ponto diferente, produzindo, assim, uma sonoridade robusta, mesmo partindo de uma
pequena célula composicional. < Figura 6>

Figura 6

Terceira Canção - Serialismo

Nos idos de 1920, Schoenberg propôs o serialismo em oposição à ideia de que a música
tonal era a única via de composição possível. Para isso, buscou uma técnica que partisse da
atonalidade, mas que resguardasse a coerência do processo composicional.

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Nasceu, então, o sistema dodecafônico, assim chamado por partir da organização de uma
série melódica fundamental das 12 notas da escala cromática, sobre a qual é baseada toda a
composição, que pode originar novas formas, como a retrógrada (de trás pra frente), a inversão
(cada intervalo da série é invertido - ascendentes se tornam descendentes e vice-versa) e a
inversão retrógrada (retrógrada executada de trás pra frente).

Variações rítmicas e melódicas podem ser aplicadas, inclusive verticalmente, para


construir acordes, sem perder a relação com a série original. Contudo, nesse estilo não há o
centro de gravidade, nem a hierarquia da harmonia tonal.

A Terceira Canção foi composta para voz e fagote, com contornos melódicos que indicam
caminhos tortuosos, em analogia à trajetória da vida, tendo a companhia do fagote em ritmo
cadenciado, indicando que não se caminha só. <Figura 7>

Figura 7

Também foram utilizadas séries retrógradas:

- Série fundamental: <Figura 8>

Figura 8

- Série retrógrada: <Figura 9>

Figura 9

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Em outros casos, o fagote executa série invertida em relação à melodia, em três ciclos
melódicos de quatro notas: <Figura 10>

Figura 10

Nessa canção o compasso e as acentuações melódicas foram definidos pelo ritmo da fala.
Portanto, não há barra de compasso. De igual modo, a armadura de clave não traz a definição de
tonalidade.

Quarta Canção - Impressionismo

O impressionismo surgiu no início do século XX com a intenção de afastar-se do pesado


estilo romântico do final do século XIX. Para isso, usava sonoridades mais expressivas, sem a
preocupação de delineá-las através de regras predeterminadas. As obras de Debussy, na
transição do século XIX para o XX, são tidas como o marco inicial dessa manifestação no campo
musical.

Harmonias dissonantes que produzem cadeias de acordes em movimentos paralelos e


melodias baseadas na escala pentatônica ou na escala de tons inteiros são características desse
estilo.

A Quarta Canção foi composta buscando vincular-se a alguns elementos impressionistas,


ainda que apresente forma bem definida.

Nos compassos 7 a 10 observa-se a construção da melodia a partir da escala pentatônica.


<Figura 11>

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Figura 11

No trecho a seguir observa-se a escala de tons inteiros:

Figura 12

Na amostra abaixo, destaca-se o movimento harmônico paralelo, com acordes de nona, na


melodia. <Figura 13>

Figura 13

Quinta Canção - Blues

Apesar de ter sua origem a partir das canções de trabalho do século XIX, o Blues foi uma
manifestação bem presente durante o século XX, tendo sido uma das principais fontes
precursoras do jazz.

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Ligado à cultura afro-americana do sul dos Estados Unidos, esse estilo incorpora forma e
harmonia simples e bem delineada. Em geral, é composta de 12 compassos, com seções A – A –
B, onde os acordes do campo harmônico têm sequência bem definida, conforme tabela:

Seção A Seção A (repetição) Seção B


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Seu contorno melódico é marcado pelo uso constante das terças e sétimas menores.
A Quinta Canção foi composta a partir desses elementos formais, melódicos e harmônicos.
.
Uso da terça menor: <Figura 14>

Figura 14

Forma A –A – B: <Figuras 14, 15 e 16>

Figura 15

Figura 16

Figura 17

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Conclusão

No processo de criação musical com o uso de técnicas e estilos do século XX o compositor


tem a oportunidade de expandir sua capacidade interpretativa, na medida em que se aprofunda no
contexto que originou cada uma das manifestações musicais contemporâneas.

Ainda, permite-se descobrir novas sonoridades, texturas e formas que decorrem da


experimentação desprovida de amarras e influências restritas a um padrão cultural específico.

Além disso, instrui-se de técnicas inovadoras, das quais pode se valer no fazer contínuo do
processo criativo.

Em outra análise, percebe-se que compor de forma temática, alicerçado em uma narrativa
lógica, traz coesão à obra, valoriza sua expressão e proporciona uma comunicação mais clara
com quem a ouve.

Bibliografia

BENNETT, Roy. Uma Breve História da Música. Rio de Janeiro: Zahar, 1986

BUENO, José Geraldo Silveira. Escolarização: Praticas Didáticas, Controle E


Organizaçãoo Do Ensino. Curitiba. JM Editora, 2012

FREITAS-MAGALHÃES, A. A Psicologia das Emoções: o fascínio do rosto humano.


Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa, 2007.

LIBÂNEO. José Carlos. Didática. São Paulo. Editora Cortez, 1994

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Primeira Canção
Sl 55:5
Jader Fernandes

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Quarta Canção
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Quinta Canção
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Jader Fernandes

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