EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X

Rafael, brasileiro, estado civil, profissão, portador do RG de nº _ e do CPF nº _ ,

endereço eletrônico _, residente e domiciliado _, nesta cidade, por seu advogado infra-
assinado, conforme procuração anexa, com escritório _, endereço que indica para os fins
do art. 77, V, do CPC, com fundamento nos termos do art. 5º, LXIX da CF/88 e da Lei
12.016/09, vem impetrar

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR

em face do Estado W e do Governador do Estado W, que pode ser encontrado na sede

funcional _, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:

I – TEMPESTIVIDADE

A presente ação é tempestiva, tendo em vista que o prazo entre a publicação do

edital e da impetração da ação foi inferior a 120 (cento e vinte) dias, satisfazendo assim
o requisito exigido pelo art. 23 da Lei 12.016/09.

II – SÍNTESE DOS FATOS

O impetrante, com trinta e sete anos de idade, pretende candidatar-se a cargo

vago, mediante concurso público, organizado pelo Estado W, tendo, inclusive, se
matriculado em escola preparatória. Com a publicação do edital, é surpreendido com a
limitação, para inscrição, dos candidatos com idade de, no máximo, trinta anos.
Inconformado, apresenta requerimento ao responsável pelo concurso, que aduz o
interesse público, tendo em vista que, quando mais jovem, maior tempo permanecerá no
serviço público o aprovado no certame, o que permitirá um menor déficit nas prestações
previdenciárias, um dos problemas centrais do orçamento do Estado na
contemporaneidade.
Não há previsão legal para o estabelecimento de idade mínima, sendo norma
constante do edital do concurso, o que transgride de forma evidente o princípio da
legalidade, dando ensejo à propositura do presente mandado de segurança.

III – FUNDAMENTOS JURÍDICOS

O art. 5º, LXIX, da CF/88 prevê que conceder-se-á mandado de segurança para
proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando
o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
O mandado de segurança, portanto, previsto na Lei 12.106/09, é o instrumento
cabível para o presente caso em razão de sua natureza residual.
O acesso a cargos públicos tem assento constitucional, consoante é possível
verificar do exame do art. 37, II, da CF/88, que impõe a acessibilidade aos cargos
públicos mediante concurso público.
 A jurisprudência não tem acolhido que normas editalícias, sem previsão legal e
com manifesta afronta às normas constitucionais, restrinjam o limite de idade,
admitindo a restrição quando houver a previsão legal, desde que adequado ao cargo
postulado.
O ato do Governador do Estado W violou flagrantemente o princípio da
igualdade e da legalidade, ambos de assento constitucional no art. 5º, I e II e no art. 37,
caput, ambos da CF/88. Ademais, o ato impugnado vai de encontro aos princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade, extraídos implicitamente do art. 5º, LIV da
CF/88.
Ora, o direito líquido e certo do impetrante é comprovado mediante os
documentos que seguem em anexo, cumprindo o requisito da prova pré-constituída,
contido no art. 6º, caput da Lei 12.016/09.

IV – TUTELA DE URGÊNCIA

O art. 7º, III, da Lei 12.016/09 autoriza a concessão de medida cautelar em

mandado de segurança com o fim de garantir, de modo antecipado e temporário, a
eficácia da futura decisão a ser proferida por este Tribunal.
A plausabilidade do pedido resta demonstrada nos argumentos de fato e de
direito apresentados no presente e comprovados mediante a documentação anexa.
Já o risco na demora encontra-se comprovado tendo em vista que o prazo de
inscrição do concurso de esgotará em breve.

V – DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer:

a) A concessão da cautelar para suspender o ato do Governador e permitir que o
impetrante realize a inscrição do concurso e realize as provas;
b) A notificação da autoridade coatora, o Governador do Estado W, para que
preste as informações que entender pertinentes ao caso;
c) Que seja dada ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa
jurídica interessada;
d) A intimação do representante do Ministério Público;
e) A condenação do impetrado em custas processuais;
f) A juntada dos documentos anexos;
g) Que ao final seja julgado procedente o pedido para garantir ao impetrante o
direito de se inscrever no concurso pretendido.

VIII – DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor de R$ 1.000 (mil reais), nos termos do art. 292, I, do CPC.

Termos em que pede deferimento.

Local, _ de _ de _

Advogado
OAB/_ nº _