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Alberto Carlos Amadio 1, Aluísio Otávio Vargas Ávila 2, Antônio Carlos Stringhini
Guimarães 3, Ana Cristina de David 4, Carlos Bolli Mota 5, Deyse Machado Borges 2,
Fernando Guimarães 6 ,Hans-Joachim Menzel 7, Jake do Carmo 4, Jefferson Loss 3,
Julio Cerca Serrão 1, Márcia Regina de Sá 1, Ricardo Machado Leite de Barros 8
1
Universidade de São Paulo; 2 Universidade do Estado de Santa Catarina; 3
Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 4 Universidade de Brasília; 5
Universidade Federal de Santa Maria; 6 Universidade de Pernambuco; 7 Universidade
Federal de Minas Gerais; 8 Universidade Estadual de Campinas
Resumo
Observa-se que as pesquisas em biomecânica ainda são carentes de
padronizações metodológicas, bem como são incompletos os modelos e
protocolos de avaliação utilizados para a formação de teorias com explicação
experimental do movimento. Para uma boa avaliação do movimento esportivo,
destaca-se quatro fases distintas que compõe o processo: medição, descrição,
monitoração e análise, sendo que, normalmente em todos os níveis da
avaliação os testes envolvem a participação do ser humano. Define-se a
importância para que a biomecânica apresente grande preocupação com seus
métodos de medição pois, somente desta forma é possível evoluir com
procedimentos aplicados mais acurados para a análise e interpretação do
movimento esportivo. Os testes e protocolos de medição são descritos à partir
dos seguintes métodos nas áreas fundamentais da biomecânica aplicada:
antropometria, cinemetria, dinamometria e eletromiografia. Preocupa-se ainda
com a necessidade e o estabelecimento de estratégias de oferta de serviço
protocolar de avaliação padronizada pelos laboratórios de biomecânica
integrantes da rede dos Centros de Excelência Esportiva do Ministério de
Esporte e Turismo (CENESP-MET), para suporte científico em apoio ao
desenvolvimento do desporto nacional.
Introdução
2
onde fixam-se estas marcas. As imagens são registradas por câmeras e auxílio
de correspondentes Soft- e Hardware. As coordenadas tridimensionais de cada
ponto corporal para cada quadro, dentro do espectro de freqüência do registro,
serão determinadas através desse ponto juntamente com as funções
trigonométricas e de cálculos de variáveis cinemáticas. A aplicação de modelos
do corpo humano, como por exemplo os modelos de HATZE (1980),
ZATSIORSKY, (1983), para a determinação das massas e suas propriedades
geometricas e inercias de cada segmento e de HANAVAN (1964) para a
determinação da localização do Centro de Gravidade do corpo todo. Portanto
as variáveis antropométricas atuam como auxiliares para a determinação de
variáveis cinemáticas do centro de gravidade do corpo, por exemplo sua
velocidade.
Entre os principais objetivos que indicam a utilização deste
procedimento poderíamos indicar: (a) avaliação da técnica para competição,
(b) desenvolvimento de técnicas de treinamento, (c) monitoramento de atletas
e (d) detecção de talentos esportivos (AMADIO & BAUMANN, 1990).
A partir de variáveis trajetória e decurso de tempo gasto para executar o
movimento, observa-se indicadores cinemáticos de importância estrutural para
a avaliação do rendimento esportivo, à saber: variações lineares e angulares
de posição, velocidades lineares e angulares, velocidade do centro de
gravidade, dos segmentos e das articulações, determinação das variações da
aceleração do movimento, tempo de reação e tempo de movimento, entre
outras variáveis a serem selecionadas conforme os propósitos da análise e
necessidades indicadas pelos técnicos e/ou atletas. Devido à especificidade de
cada técnica de movimento no esporte, é necessário portanto desenvolver um
sistema específico para a análise meta. Isso implica na escolha e definição de
variáveis apropriadas para a descrição desejada neste diagnóstico protocolar
descritivo do movimento (KRABBE, 1994).
Avaliações quantitativas e/ou qualitativas. Avaliação da técnica de
movimentos selecionados. Avaliação de posturas e posições para análise e
correção de técnicas. Avaliação comparativa entre situação de treino e de
competição. Avaliação tática em modalidades esportivas selecionadas.
Aspectos importantes para o desenvolvimento do treinamento de força e
potência muscular. Trajetória de implementos segundo determinantes físicos e
6
e
a
l m
F c
d n
f
b
i
0
j
h
g
0 20 40 60 80 100
Tempo de Apoio (%)
Força horizontal máxima Fx max Maior valor alcançado no segundo pico da Fx (i)
Tempo para Fx max ∆t Fx max Tempo decorrido entre o início do apoio e Fx max (j)
Impulso de frenagem Imp_fren. Impulso calculado a partir da integral da fase de frenagem da Fx
Impulso de propulsão Imp_prop Impulso calculado a partir da integral da fase de propulsão da Fx
Relação entre os impulsos Rel_imp Razão entre o Imp_fren e o Imp_prop
solo durante a fase de contato entre corpos, fase esta onde ocorre a
transferência destas forças externas para o corpo determinando alterações nas
condições do movimento. Elementos fundamentais para a medida da força são
os transdutores de força piezoelétricos e/ou células de carga strain-gauge. Os
sinais obtidos pelos transdutores são enviados por intermédio de cabos e
interruptores a um amplificador de sinais (amplificador de cargas), de modo
que se possa obter a mensuração tridimensional da Força Reação do Solo (Fx,
Fz, Fy), assim como dos momentos na superfície da plataforma (My, Mx, Mz),
as coordenadas do centro de pressão (Ax, Az), assim como o coeficiente de
atrito (Cof).
Sistema para análise da distribuição da pressão plantar: sistemas
capacitivos e/ou piezoelétricos. Avaliação da distribuição de pressão plantar
permite a classificação do tipo de pé: plano, cavo, neutro, hiperpronado; no
desenvolvimento e adaptações necessárias ao calçado esportivo no
desempenho de suas funções, (HENNIG & CAVANAGH, 1987). Os resultados
devem ser qualitativos e quantitativos e de preferência comparar com as
medidas da plataforma de força reação do solo (deve haver um maior controle
do erro).
Estabelecimento e estruturação de procedimentos protocolares através
de modelos físico-matemáticos considerando-se o corpo como um sistema de
corpos rígidos que permitem a estimação da sobrecarga mecânica (forças
internas) à partir de rotinas e formalismos orientados pela dinâmica inversa,
(VAUGHAN et al., 1992).
Desenvolvimento tecnológico de instrumental para análises específicas,
utilizando-se de células de carga para avaliações específicas na pratica do
treinamento.
Utilização de máquinas isocinéticas (Cybex, Biodex, KinKon, etc.) para
avaliação e/ou reabilitação de funções dinâmicas de movimentos articulares,
conforme a especificidade do procedimento e recomendações do
equipamento. A ser definido de acordo com o instrumental de cada laboratório,
atendendo as características mínimas de qualidade e controle do erro de
medição.
11
Figura 6: Técnicas do Squat Jump (a), Countermovement Jump (b) e Drop Jump (c).
t5
Fz(t) dt = m (v5 – v1)
t1
Legenda:
t5
-1 .
voz = m Fz(t) dt
t1
voz2
______
dmax =
2g
Conclusões e Recomendações
19
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Documento elaborado pelo Grupo de Biomecânica para a Rede do Centro de
Excelência Esportiva do Ministério de Esporte e Turismo (CENESP-MET).