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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA E FISIOTERAPIA


CURSO: FISIOTERAPIA

ALUNOS

BIOMECÂNICA, FORÇAS E MOVIMENTO ALAVANCA

MANAUS-AM
2023

SUMÁRIO

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1. Introdução...........................................................................................................................3
2. Discussão.............................................................................................................................3
3. Biomecânica, Forças e Movimento Alavanca......................................................................3
a. Biomecânica.........................................................................................................................3
i. Objeto de Estudo.........................................................................................................3
ii. Metodologias de Medição...........................................................................................4
b. Forças...............................................................................................................................7
i. Forças fundamentais e derivadas................................................................................7
ii. – Movimento Alavanca..............................................................................................10
4 – Considerações finais............................................................................................................13

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1. Introdução

2. Discussão

O estudo referente ao movimento de alavanca e sua relação com a biomecânica e a


força é essencial para o fisioterapeuta quanto ao entendimento dos movimentos do
corpo humano, uma vez que conhecer destas informações é imprescindível para a
prática fisioterapêutica.
A força pode ser descrita na ação simultânea dos ossos e músculos com p intuito de
movimenta-se. Pode-se dividir em força fundamental, que são forças interação entre corpos
microscópicos, e força derivada, está relacionada a qualquer outra força a exemplo das
musculares. Duran (2002) descreve a força como um conjunto de forças em eu a origem é um
tecido muscular.

Quanto à biomecânica Duran (2002) conceitua como uma série de fenômenos que acontece
quando um ser vivo está em repouso ou em movimento, a análise mecânica permite entender
de forma total ou parcial o movimento de um corpo.

A alavanca é considerada um sistema que quando exerce uma pequena força F pode equilibrar
ou erguer um corpo que exerce uma força maior. A função de uma alavanca é exercer uma
vantagem mecânica que se da com a razão da força maior e menor. As alavancas humanas são
classificadas como, interfixa, interpotente e inter-resistente, o que as diferencia é a relação e
disposição entre o eixo, força e a resistência da alavanca

Biomecânica, Forças e Movimento Alavanca.

a. Biomecânica.
Numa observação mais geral o conceito de biomecânica está aplicado a
uma coesão interdisciplinar da Biologia e da Física, mais precisamente,
da mecânica como afirma Barbosa (2004).
Para Barbosa (2004 apud HAY, 1978) a Biomecânica também se
caracteriza como os estudos das forças que atuam tanto externamente
quanto internamente no corpo humano.
Adentrando na ideia de forças externas e forças internas, Barbosa (2004
apud HAY, 1978) afirma a existência de dois campos de estudos que são:
a Biomecânica externa e a Biomecânica interna que realizam os estudos
de suas respectivas forças (BARBOSA, 2004 apud HAY, 1978; AMADIO,
1989; 1996).
Da parte biológica a biomecânica insere anatomia e fisiologia enquanto
da parte física há a inserção da mecânica. (BARBOSA, 2004 apud HALL,
1991).
i. Objeto de Estudo

Segundo BARBOSA:

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“O objecto de estudo da Biomecânica é o sistema gestual, isto é, o
movimento. Este estudo do sistema gestual consiste na análise da
interacção do corpo, que realiza a acção, com o meio envolvente.
(BARBOSA, 2004)”

Dessa afirmação, pode-se entender que o corpo e o movimento


são os pilares do estudo e que ambos possuem uma relação
direta com o meio que estão inseridos.
Amadio (2000) reafirma que o objeto central de estudos da
biomecânica está centrado no movimento humano e que é
necessária uma investigação mais complexa aquilo que ele
denomina como “Complexa Investigação do movimento”.
Ainda nessa ideia de Investigação dos movimentos, Amadio
afirma:
“Este procedimento deve envolver todos os métodos de pesquisa em
biomecânica, determinados pelas variáveis a serem observadas na
análise do movimento, como, por exemplo, a combinação simultânea
e sincronizada de procedimentos cinemáticos e dinâmicos tão comuns
e necessários para a interpretação do movimento. (AMADIO, 2000)”

Conforme essa ideia, investigações dos movimentos a


biomecânica se subdivide em campos de aplicação como é
mostrado no quadro de ADRIAN E COOPER (1995).
Tabela 1 Campos de Aplicação da Biomecânica (Adrian e Cooper, 1995)

ii. Metodologias de Medição

Para Amadio (1985), a medição ou protocolos de avaliação


também denominados de teste biomecânicos se dividem em
Antropometria, Cinemetria, Dinanometria e Eletromiografia.
1. Antropometria

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De acordo com Amadio et al (2002), a antropometria
realiza a observação das medidas em inércia do corpo do
paciente/atleta. Para essa avaliação é utilizada a fita
métrica, balanças, paquímetros digitais.
“Essas medidas são necessárias para a normalização dos
dados, para a personalização dos modelos físico-
matemáticos e para os métodos de simulação (AMADIO,
2002)”.

2. Cinemetria

Para Mezêncio et al (2021), a Cinemetria é o registro em


imagens e a reconstrução do movimento que é auxiliada
por câmeras. Para essa avaliação é necessário um
software que avalie todo o movimento. Amadio e Serrão
(2011), em seu artigo, afirma que são avaliadas as
trajetórias ao longo do tempo o que permite checar
variações lineares e angulares, velocidades lineares,
angulares de posição, velocidade do centro de gravidade
dos segmentos e das articulações.
MEZENCIO (2021 apud AMADIO; SERRÃO, 2011) afirma
que:
“Para aplicações em cinemetria recomenda-se
procedimentos e sistemas que utilizam câmeras digitais, com
frequência do registro da imagem de acordo com a
frequência natural do movimento a ser analisado e resolução
espacial compatível com a acurácia mínima aceitável para a
interpretação do movimento a ser analisado...”

Com afirmação dita acima, conclui-se que esse tipo de


aplicação é eficaz, uma vez que se pode analisar o
conjunto do movimento desde sua origem até seu final o
que de fato é fundamental para a biomecânica e
cinesiologia.

Figura 1: Exemplo do estudo da cinemetria, são observadas as variáveis da


trajetória do centro de gravidade. Fonte: AMADIO (2002).

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3. Dinamometria

Amadio e Serrão (2007), define dinamometria como


método de avaliação para a força na biomecânica e
engloba todos os tipos de medidas de força e pressão.
AMADIO (2002) afirma:
“Entre os principais objetivos que indicam a utilização deste
procedimento poderíamos indicar: (a) análise da técnica de
movimento, (b) análise da condição física, (c) controle da
sobrecarga, (d) influência de fatores externos, (e) influência
de fatores internos, (f) monitoramento dos atletas, (g)
indicadores para detecção de talentos esportivos.”

A dinamometria atua estudando todos os movimentos


ortogonais da força na qual está ligada principalmente
nos indicadores das forças externas internas, que podem
ser as forças de reação do solo e pressões (externas);
forças musculares e forças nas superfícies articulares
(internas).
Da parte da avaliação, ela ocorre em situação de
laboratório, mas pode ser feito em situação de campo. É
avaliada os limites de sobrecarga mecânica e indicadores
de lesão esportiva. É checada as características do
controle e de regulação do movimento e de equilíbrio.
AMADIO (2002).
4. Eletromiografia

“Consiste no registro da atividade elétrica dos grupos


musculares durante a realização do movimento. Através da
eletromiografia (EMG) observa-se, portanto, a variação do
potencial elétrico muscular, que acontece entre eletrodos”
(AMADIO 2002).

Nesse tipo de avaliação, ocorre o estudo da variação de


potencial elétrico no músculo com a utilização dos
eletrodos. Dessa forma pode-se verificar as ativações
musculares com a presença da tensão elétrica. É
importante lembrar que essa avalição está junto com a
avaliação mecânica oriundos da dinâmica ou cinemática
como afirma AMADIO (2002):
“Assim o potencial de ação muscular será investigado
paralelamente aos parâmetros mecânicos obtidos à partir da
dinâmica e/ou cinemática”

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Figura 2: Etapas da Eletromiografia: Etapa (a) Sinal EMG
original ou bruto; Etapa (b) Sinal EMG retificado e retirado
do off-set; Etapa (C) Envoltórios lineares do sinal EMG
filtrado com frequência de corte 5Hz. Fonte: AMADIO
(2002)

b. Forças

Para Durán (2002), o conceito de força está na ação sinérgica dos ossos
e músculos a fim de locomover-se. É importante saber que a locomoção
é uma força de característica mecânica e está atrelada a fatores
externos e internos. O autor também afirma que a simplicidade ou
complexidade das forças que atuam em um determinado corpo
depende diretamente da estrutura corporal do ser. Durán aborda a
existência de 3 principais forças que são: as fundamentais e derivadas;
forças elásticas e as forças de atrito.
i. Forças fundamentais e derivadas

“As forças fundamentais são forças de interação entre corpos


microscópicos e/ou partículas elementares” DURÁN (2002).

Essas forças são subdivididas em: gravitacionais que são


resultantes da interação entre massas; eletromagnéticas que são
resultantes da interação entre cargas elétricas; nucleares fortes
que, esta por sua vez, são de curto alcance e são resultantes
entre núcleos (nêutron ou próton) e nucleares fracas (curto
alcance) que provocam instabilidade em núcleos e partículas
elementares.
“Qualquer outra forma de força é uma força derivada, como, por
exemplo as forças elásticas, de contato, musculares, moleculares,
etc...” DURÁN (2002).

1. Forças elásticas

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A força elástica é definida por DURÁN (2002) como:
“Ao serem submetidos a certos esforços, geralmente os
corpos sofrem deformação em suas dimensões lineares.
Nestas condições a deformação sofrida dependerá do
esforço aplicado, de sua forma geométrica e da natureza do
material...”

Com essa citação pode-se afirmar que a estrutura do


corpo a ser submetido a tal força, influencia diretamente
a deformidade que irá sofrer;
Esses esforços de deformidades são divididos em: Tração,
Compressão, Flexão, Torção.
2. Tração.

Ocorre quando o corpo é submetido à ação de duas


forças, como sentidos de “afastamento” aplicadas em
pontos diferentes.

Figura 3: Exemplo de Afastamento. Fonte: Biofísica - Fundamentos e


aplicações

3. Compressão.

Ocorre quando o corpo é submetido à ação de duas


forças, com sentidos de “aproximação” aplicadas em
pontos diferentes.

Figura 4: Exemplo de compressão. Fonte: Biofísica - Fundamentos e


aplicações

4. Flexão.

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Ocorre quando o corpo é submetido pelo menos à
ação de 3 forças, duas no mesmo sentido e 1 no
sentido contrário.

Figura 5:Exmplo de flexão. Fonte: Biofísica - Fundamentos e


aplicações

5. Torção.

Ocorre quando um corpo está sob à ação de pares de


força e agem em sentidos opostos e em planos
diferentes.

Figura 6: Fonte: Exemplo de torção. Biofísica - Fundamentos e


aplicações

6. Forças de atrito

Para Durán (2002), a origem dessa força se dá no contato


físico entre dois corpos. Essas forças são também
denominadas de forças de contato e a sua intensidade é
dependente do coeficiente de atrito.

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Figura 7: Corpo de peso P em repouso em "a" e
em movimento em "b" as forças de atrito são
respectivamente, a estática te, e a cinética t.c..
Fonte: Biofísica - fundamentos e aplicações

7. Forças Musculares

Já a força muscular é definida por Durán (2002) como um


conjunto de forças que possui como origem o tecido
muscular. Isso se dá devido às interações de
determinadas proteínas que estão sob experimentos de
mudanças de configuração. Fisiologicamente, essas
mudanças atuam com a transformação da energia
química em energia mecânica + energia térmica.
Outro assunto pontuado pelo autor são as contrações
que podem ser determinadas pela alteração da força
exercidas em seus pontos fixos ou pelo encurtamento. As
contrações pode ser do tipo: Estática ou isométrica –
Tensão produzida é insuficiente para mover alguma parte
do corpo perante uma determinada resistência; Dinâmica
ou Isotônica – A tensão que é produzida nesse caso é
suficiente para mover uma parte do corpo perante
determinada resistência e produz um trabalho mecânico;
Concêntrica – quando existe o encurtamento das fibras
musculares e o trabalho final é visível; Excêntrica –
Quando existe um alongamento das fibras musculares,
mesmo que ocorra contração ela é superada por uma
resistência que se é encontrada.

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ii. – Movimento Alavanca

Movimento ou torque de uma força é uma quantidade vetorial calculada


em relação a um ponto fixo, este ponto pode estar no corpo ou fora
dele. Chamamos de movimento de rotação em torno de um eixo quando
a força que age sobre um corpo produz um movimento. Duran (2002)

Temos então:

M=rxF

 r: distacia entre o ponto de ação da força e ponto fixo


 M: direção dada pela regra da mão direita aplicada aos produtos
vetoriais e intnsiade
 F: força

Duran (2002) descreve a alavanca como um sistema que ao experimentar uma


pequena força F pode equilibrar ou erguer um corpo que exerce uma força
maior. Para o movimento de alavanca acontecer o sistema deve experimentar
a ação de pelo menos duas forças e ter um ponto de apoio. Quando duas
forças paralelas agem sobre uma barra horizontal que tem um ponto de apoio,
dependo de pontos de ação dessas forças é possiveel gerar três tipos de
alavancas.

O movimento de alavanca tem como função realizar um trabalho de boa


vantagem mecânica, levando a um equilibrio de forças com intensidades
diferentes atraves de seus movimentos. No corpo humano os ossos e músculos
e formam m conjunto de alavancas. Os ossos fazem o papael de uma barra
sólida e não flexivel em que serão aplicadaas as forças e os músculos fazem a
função de geradpr de potencia na produção de movimentos ou como
resistencia que é adicionadda a uma carga externa. Assim, as alavancas do
corpo humano possuem elementos que são identificados como:

 Ossos: representam as barras rígidas


 Articulaçãoes: representam os eixos de rotação
 Músculos: representam a força aplicada, atraves da contração
 Resistêcia: ao movimento no corpo humano pode ser uma força exdterna
como a propria massa dos seguimntos corporais, pesos, aplicadas, força da
gravidade etc

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Todo sistema de alavanca possui:

 Ponto de aplicação da força, que normalmente é o ponto de inserção do


musculo
 Eixo
 Ponto de apliçaão da resistência que é a localização de uma resistência

O que determina o tipo de alavanca são esses três componetes ou a maneira


como eles estão dispostas.

Vantagem Mecânica

É definida pela razão entre o comprimento do braço de força e o comprimento


do braço de resitência e determina a facilidade com o qual o movimento
acontece dado a aplicação de uma força no sitema. Podemos então chegar a
conclusão que quanto maior a força, mais torque produzido por essa força.
Quanto maior a força, maior é a força necessária para movimentar a alavanca
se a resitêcia e o braõ de resitencia pertecem constantes. Da mesma forma
que, quanto maior o braço de resitencia, menos a força consegue movimentar
uma resistêcia por amplitude de movimentoo mais ampla. Duran (2002)

Classificação das alavancas

Alavancas de primeira classe (interfixa)

O eixo fica entre a aplicação da força e da resistêcia. Nesse tipo de alavancas


os movimentos são equilibrados, então o eixo fica bem no meio entre a força e
o braço de resistência. Quando esse eixo está mais próximo da força a alavanca
produz velocidade e amplitude de movimento. Quando o eixo está mais
próximo da resitencia a alavanca produz força.

Exemplo: Tríceps

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Alavancas de segunda classe (inter-resistente)

A resistêcia fica entre o eixo e a força. A amplitude de movimento é sacrificada


em beneficio da força. Existem poucas alavancas inter-resistente no corpo,
sendo ao tríceps sural a mais conhecida

Exemplo: Músculos posteriores da perna

Alavancas de terceira classe (interpotente)

A força está entre o eixo e a resistência. Produz velocidade e amplitude de


movimento, porém uma grande quantidade de força é necessária para que ela
seja movimentada, mesmo quando a resitencia é pequena. Praticamente todas
as alavancas do corpo são interpotentes. Teremos o braço de resistêcia maior
quando a força for aplicada a 90º, dessa forma é preciso maior força para
mover a alavanca. As partes distais podem percorrer maiores distâcias, com
velocidadees maiores do que partes proximais do corpo. Nos membros
superiores há tanto uma alavanca interfixa quanto uma interpotente.

Exemplo: Bícps

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4 – Considerações finais.

Referências Bibliográficas

ADRIAN, M. e COOPER, J. (1995). Biomechanics of Human Movement.


McGraw-Hill. Boston.

AMADIO, Alberto Carlos; SERRÃO, Júlio Cerca. A biomecânica em


educação física e esporte. Revista Brasileira de Educação Física e
Esporte, v. 25, p. 15-24, 2011.

AMADIO, Alberto Carlos et al. Métodos de medição em biomecânica do


esporte: descrição de protocolos para aplicação nos centros de excelência
esportiva (Rede CENESP-MET). Rev Bras Biomecanic, v. 3, p. 57-67, 2002.

AMADIO, A. C. Biomechanische Analyse des Dreisprungs. Köln, 275p.


Dissertation (Doktor der Sportwissenschaften) - Deutsche
Sporthochschule Köln, (1985)

AMADIO, Alberto Carlos. Metodologia biomecânica para o estudo das forças


internas ao aparelho locomotor: importância e aplicações no movimento
humano. A biodinâmica do movimento humano e suas relações
interdisciplinares. São Paulo: Estação Liberdade, p. 45-70, 2000.

BARBOSA, Tiago. Introdução a Biomecânica. Bragança-Pt. 2004.

DURÁN, José Enrique Rodas. Biofísica fundamentos e aplicações. Pearson


Prentice Hall v1. p. 39-46. São Paulo, 2002.

MEZÊNCIO, Bruno; FERREIRA, Jacielle Carolina; AMADIO, Alberto Carlos.


Biomecânica do movimento humano. Corpoconsciência, p. 87-109, 2021

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