Você está na página 1de 5

“A qualquer hora, e em qualquer lugar, nosso lema é entregar!

” (NAVAIS, Comunicações)

Capítulo 1 – Noções Básicas de Doutrina de Inteligência


1.1 – Considerações Iniciais
O exercício da AI constitui fator indispensável de assessoria à tomada de decisão. Um Órgão de Inteligência é uma entidade cujo
propósito é o de prestar serviço especializado para uma clientela específica.
Aspecto capital para a AI: o assessoramento por meio de um Conhecimento deve resultar em uma ação por parte de quem decide. E,
nesse caso, pode vir a ser a decisão de nada fazer, que, apesar das aparências, é uma ação.

1.2 – Definição
Entende-se por doutrina um conjunto de conceitos, princípios, normas, métodos e processos, que orientem e disciplinem uma atividade.
As instituições privadas geralmente desenvolvem doutrinas próprias, já as públicas, que fazem parte do Sistema Brasileiro de
Inteligência (SISBIN), segue a Políticas Nacional de Inteligência (PNI) e a Doutrina Nacional de Inteligência (DNI).
A PNI, documento de mais alto nível de orientação da atividade de Inteligência no País, foi concebida em função dos valores e
princípios fundamentais consagrados pela Constituição Federal. É fixada pelo Presidente da República, após exame e sugestões do
competente órgão de controle externo da AI, no âmbito do Congresso Nacional.
A DNI é o entendimento de doutrina acima descrito da AI do Estado brasileiro.

1.3 – Fundamentos
Existem 2 teorias adotadas pela DNI, para garantia da eficácia.
Para garantia de sua eficácia, a DNI adota, de um lado, a teoria de sentido especulativo e universal e, de outro, a própria realidade em
suas dimensões interna e externa.
O primeiro fundamento (teoria) deriva do “dever ser”. O segundo fundamento (realidade) deriva do “ser”. O correto entrosamento
garante à DNI caráter de atualidade e praticidade.

Capítulo 2 – Noções Básicas de Atividade de Inteligência


2.1 – Definição
AI é universalmente conhecida como a atividade que produz conhecimentos para o assessoramento dos escalões superiores. Todo ato
decisório deva estar lastreado em subsídios oportunos, amplos e precisos. Conhecimentos sensíveis, que ao Estado e à sociedade sejam
de interesse preservar, devem ser salvaguardados.
Lei n° 9.883/1999, cria o Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), define como Inteligência “(…) a atividade que objetiva a
obtenção, análise e disseminação de conhecimentos dentro e fora do território nacional sobre fatos e situações de imediata ou potencial
influência sobre o processo decisório e a ação governamental e sobre a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado”.
Já a Política Nacional de Inteligência (PNI) define a AI como “o exercício permanente de ações especializadas, voltadas para a
produção e difusão de conhecimentos, com vistas ao assessoramento das autoridades governamentais nos respectivos níveis e áreas de
atribuição, para o planejamento, a execução, o acompanhamento e a avaliação das políticas de Estado”.
A DNI enfatiza a importância da AI como “o exercício permanente de ações especializadas”.
A AI é de natureza perene, à disposição dos sucessivos governos. Vinculada à existência do próprio Estado.

2.2 – Princípios Básicos


Existem 11 princípios básicos que regem a produção de Inteligência, que devem ser aplicados na justa medida, são eles: Amplitude,
Clareza, Controle, Imparcialidade, Integração, Interação, Objetividade, Oportunidade, Segurança, Simplicidade, Preservação da Fonte.
2.2.1 – Amplitude – O conhecimento deve ser o mais amplo possível.
2.2.2 – Clareza – O conhecimento deve ser de completa e imediata compreensão pelo usuário.
2.2.3 – Controle – As ações devem ser praticadas sob acompanhamento permanente de um responsável.
2.2.4 – Imparcialidade – O conhecimento deve ser pertinente e isento de ideias que gerem distorções.
2.2.5 – Integração – Todo conhecimento obtido deve ser processado, para que o produto resultante seja o conhecimento integrado.
2.2.6 – Interação – Estabelecer relações de cooperação que possibilitem otimizar esforços para a consecução das Tarefas de
Inteligência.
2.2.7 – Objetividade – O conhecimento deve atender objetivos bem definidos.
2.2.8 – Oportunidade – O conhecimento deve chegar a quem decide com antecedência, para que este possa tomar quaisquer ações.
2.2.9 – Segurança – A produção do conhecimento deve ser protegida, para que somente as pessoas credenciadas tenham acesso a ela.
2.2.10 – Simplicidade – Planejar e executar ações de forma mais simples possível, de modo que sejam evitados custos e riscos
desnecessários.
2.2.11 – Preservação da Fonte – A fonte de dados deve ser preservada, não podendo ser divulgadas nem mesmo para quem decide, de
forma a assegurar a manutenção do fluxo de dados, bem como a sua integridade.
Capítulo 3 – Noções Básicas de Estrutura de Inteligência
3.1 – Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN)
Tem o propósito de integrar as ações de planejamento e execução da AI no País, com a finalidade de fornecer subsídios ao Presidente
da República.
É o responsável pelo processo de obtenção, análise de dados e pela difusão de conhecimentos necessários ao processo decisório do
Poder Executivo, em especial no tocante à segurança da sociedade e do Estado, bem como pela salvaguarda de assuntos sigilosos de
interesse nacional.
O funcionamento do SISBIN é efetivado mediante articulação coordenada dos órgãos que o constituem, respeitada a autonomia
funcional (sem vínculo de subordinação entre seus componentes).

3.2 – Sistema de Inteligência da Marinha (SIMAR)


Órgãos de Cúpula (OC) – EMA, ComOpNav e CIM (formam a CONSECON).
Agências de Inteligência (AgI) – EM dos DN’s, EM dos ComFor, Adidos e DCTIM.
Células de Inteligência (CInt) – Oficial e Auxiliar de inteligência das demais OM’s.
O SIMAR é o conjunto de todos os órgão de inteligência.
Tem o propósito de assessorar ao Comandante da Marinha, ao Órgão de Direção-Geral, ao Almirantado e, subsidiariamente, aos
Titulares de OM, no processo de tomada de decisão. Para tal o SIMAR está estruturado em Órgãos de Cúpula (OC), Agências de
Inteligência (AgI) e Células de Inteligência (CInt).
Dispõe ainda de um CONSECON (Conselho Consultivo), de caráter permanennte, integrado pelos Oficiais-Generais que dirigem os
OC, com o propósito de coordenar as atividades no âmbito do Sistema.
3.2.1 – Responsabilidades e Atribuições dos Integrantes do SIMAR
3.2.1.1 – Estado Maior da Armada (EMA)
Órgão centralizador produtor de conhecimentos do Campo Externo, relacionado ao conhecimento Estratégico-Militar. Responsável pela
Doutrina de Inteligência da Marinha, assessorado pelo ComOpNav e CIM.
3.2.1.2 – Comando de Operações Navais (ComOpNav)
Órgão centralizador produtor de conhecimentos operacionais, bem como supervisor no ramo da Contrainteligência na MB, no que se
refere à Segurança Orgânica. Assessora o EMA nos assuntos relacionados aos temas de sua competência.
3.2.1.3 – Centro de Inteligência da Marinha (CIM)
Órgão centralizador produtor de conhecimentos do Campo Interno, no ramo da Contrainteligência na MB. Supervisor da
Contrainteligência, no que se refere à Segurança Ativa.
3.2.1.4 – Agência de Inteligência (AgI)
Compete a produção de Estudos de Inteligência e a orientação das Atividades de Inteligência das Células de Inteligências.
As segundas seções dos Estados-Maiores são responsáveis pelo planejamento de Inteligência.
Compete aos Adidos Navais e Chefes de Missões Navais no exterior produzirem conhecimentos do Campo Externo que lhe são afetos e
apoiar as tarefas de produção de conhecimentos das Forças Navais ou navios escoteiros em visita aos portos dos países.

Capítulo 4 – Noções Básicas de Inteligência


4.1 – Definição
De acordo com a PNI, o desdobramento da definição de inteligência é:
a) Atividade que objetiva produzir e difundir conhecimentos.
b) Dentro e fora do território nacional.
c) Relativos a fatos e situações que ocorram dentro e fora do território nacional, de imediata ou potencial influência sobre o processo
decisório, a ação governamental.
d) Salvaguarda da sociedade e do Estado.
4.1.1 – Linguagem de Inteligência
Existem 4 termos essenciais da linguagem de Inteligência: Conhecimento (como processo e como produto), Verdade, Estados da mente
perante a verdade (certeza, opinião, dúvida e ignorância) e Graus de complexidade do trabalho intelectual (ideia, juízo e raciocínio).
A DNI preconiza o uso de uma linguagem especializada.
É naturalmente construída com base na linguagem comum, mas os termos têm significado próprio, garantindo o entendimento
essencial.
4.1.1.1 – Conhecimento – É admitido em 2 acepções: processo e produto.
a) Como processo: É a formação de uma imagem de um fato na mente humana.
b) Como produto: Representação oral ou escrita de fato ou situação. Exteriorização de uma imagem, antes restrita aos limites da mente.
Conhecimento é a representação de um fato, produzida pelo profissional de Inteligência.
Para a produção de conhecimento é impositivo o uso de metodologia que permitam afastar a prática de ações meramente intuitivas.
Qualquer representação de um fato que não decorra da aplicação da metodologia é considerada, um dado.
4.1.1.2 – Verdade – Perfeita concordância dos fatos com a imagem que deles se faz.
Embora a busca da verdade seja o objetivo da AI, todos os que a exercem devem acautelar-se contra a mera ilusão da verdade, ou seja,
contra o erro.
4.1.1.3 – Estados da mente perante a verdade – Dentro da DNI, a mente pode encontra-se, em relação à verdade, em 4 estados, são eles:
certeza, opinião, dúvida e ignorância.
a) Certeza: Consiste na aceitação integral, pela mente, da imagem por ela mesma formada, como correspondente a determinado objeto.
Adere à imagem, sem temor de enganar-se. A evidência é, portanto, o motivo supremo da certeza. A certeza é a marca da verdade. Se a
evidência é a marca da verdade (certeza), a ilusão de evidência, que se lhe opõe, é o rótulo do erro.
b) Opinião: Estado em que a mente acata a imagem por ela mesma formada como correspondente a um determinado objeto, porém com
receio de enganar-se. Se expressa por meio de indicadores de probabilidades.
c) Dúvida: Estado em que a mente se encontra na situação de equilíbrio. O sujeito se encontra impossibilitado de afirmar ou negar a
validade da imagem. Traduz a suspensão provisória da capacidade de optar.
d) Ignorância: Estado da mente que se caracteriza pela inexistência de qualquer imagem.
4.1.1.4 – Graus de complexidade do trabalho intelectual – Para conhecer determinados fatos ou situações, pode-se realizar 3 operações
intelectuais: conceber ideias, formular juízos e elaborar raciocínios.
a) Ideia: É a simples concepção, na mente, da imagem de determinado objeto, sem adjetivá-lo.
b) Juízo: É a operação pela qual a mente estabelece uma relação entre ideias.
c) Raciocínio: É a operação pela qual a mente, a partir de dois ou mais juízos conhecidos, alcança outro que deles decorre logicamente.

4.2 – Tipos de Conhecimento


Existem 4 definições quanto ao tipo de conhecimento relacionado na DNI: Informe (INFE), Informação (INFO), Apreciação (APREC)
e Estimativa (ESTM).
A DNI preconiza uma diferenciação dos conhecimentos produzidos no âmbito da AI:
a) Estados da mente em relação a verdade.
b) Graus de complexidade do trabalho intelectual.
c) Relacionar fatos passados e presentes, com outros voltados para o futuro.
4.2.1 – Informe (INFE) – Expressa a sua certeza ou opinião sobre fato, passado ou presente, contendo qualquer tipo de desdobramento
futuro. O INFE não ultrapassa os limites do juízo.
4.2.2 – Informação (INFO) – Expressa sua certeza sobre fato ou situação passado ou presente. A INFO extrapola os limites da simples
narração dos fatos ou situações. Requer domínio da metodologia de produção do conhecimento, expressando unicamente o estado de
certeza.
4.2.3 – Apreciação (APREC) – Expressa sua opinião, que indique o provável desenvolvimento ou consequência do fato em estudo.
A APREC guarda grande semelhança com a INFO. A diferença é que na APREC, o estado é de opinião (4.1.1.3.b)), ao passo que na
INFO, o estado é o de certeza (4.1.1.3.a)).
4.2.4 – Estimativa (ESTM) – Conhecimento resultante, elaborado por equipe composta por vários profissionais de Inteligência e que
expressa a opinião sobre a evolução futura de um fato ou de uma situação.
Tem a característica peculiar de projetar-se para o futuro, exigindo dos profissionais além do pleno domínio da metodologia própria, o
domínio de métodos e técnicas prospectivas complementares a esta metodologia.

Capítulo 5 – Noções Básica de Contrainteligência


5.1 – Definição
Existem 5 formas de CI, são eles: Espionagem, Sabotagem, Terrorismo, Propagando Adversa e Desinformação Adversa.
A PNI define CI como “(…)atividade que objetiva prevenir, detectar, obstruir e neutralizar a Inteligência adversa e as ações que
constituam ameaça à salvaguarda de dados, conhecimentos, pessoas, áreas e instalações de interesse da sociedade e do Estado”.
5.1.1 – Espionagem – Ação realizada por pessoal adverso, vinculado ou não a serviço de Inteligência, visando a obtenção de
conhecimento ou dados sigilosos para beneficiar Estados.
5.1.2 – Sabotagem – Ato deliberado, de efeitos físico e psicológico, executado por agentes adversos, com o objetivo de inutilizar ou de
adulterar conhecimento. Empregada para a destruição de ideias ou a reputação.
5.1.3 – Terrorismo – Ameaça ou emprego da violência, de forma premeditada, por indivíduos ou grupos adversos, apoiados ou não por
Estados. Motivado por razões políticas, ideológicas, econômicas, ambientais, religiosas ou psicossociais, e objetiva coagir autoridades
ou parte da população, subjugar pessoas ou alcançar determinado fim ou propósito.
5.1.4 – Propaganda Adversa – Manipulação planejada de informações, ideias ou doutrinas para influenciar grupos e indivíduos, visando
obter comportamentos pré-determinados que resultem em benefício ao seu patrocinador.
5.1.5 – Desinformação Adversa – Técnica especializada utilizada para iludir um centro decisor, por meio da manipulação planejada de
informações falsas e/ou verdadeiras, visando o erro de avaliação.

5.2 – Noções Fundamentais


São 18 os Termos Essenciais da linguagem de CI: Acesso, Autenticidade, Classificação, Compartimentação, Comprometimento,
Credenciamento, Credencial de Segurança, Desclassificação, Disponibilidade, Grau de Sigilo, Integridade, Investigação para
Credenciamento, Necessidade de Conhecer, Ostensivo, Reclassificação, Sigilo, Vazamento e Visitante.
5.2.1 – Acesso – Possibilidade ou oportunidade de uma pessoa obter conhecimento ou dado classificado.
5.2.2 – Autenticidade – Certificação de que o dado ou conhecimento é verdadeiro.
5.2.3 – Classificação – Atribuição de grau de sigilo.
5.2.4 – Compartimentação – Restrição do acesso com base na necessidade de conhecer.
5.2.5 – Comprometimento – É a perda de segurança resultante do acesso não autorizado.
5.2.6 – Credenciamento – Autorização oficial, que habilita determinada pessoa a ter acesso a dados ou conhecimentos, nos diferentes
graus de sigilo.
5.2.7 – Credencial de Segurança – Certificado que materializa o credenciamento.
5.2.8 – Desclassificação – Cancelamento da classificação, tornando ostensivo dados ou conhecimentos.
5.2.9 – Disponibilidade – Facilidade de recuperação ou acessibilidade de dados ou conhecimentos.
5.2.10 – Grau de Sigilo – Gradação atribuída a dados, considerado sigiloso.
5.2.11 – Integridade – Incolumidade (isenção de dano) de dados na origem, no trânsito ou no destino.
5.2.12 – Investigação para Credenciamento – Averiguação dos requisitos para concessão de credencial de segurança.
5.2.13 – Necessidade de Conhecer – Condição, inerente ao efetivo exercício de cargo, indispensável para que uma pessoa possuidora de
credencial de segurança tenha acesso a dados ou conhecimentos sigilosos. Constitui fator restritivo do acesso, independentemente do
grau hierárquico ou do nível da função exercida pela pessoa.
5.2.14 – Ostensivo – Documento sem classificação.
5.2.15 – Reclassificação – Alteração do grau de sigilo.
5.2.16 – Sigilo – Conhecimento restrito a pessoas credenciadas; proteção contra revelação não autorizada.
5.2.17 – Vazamento – Divulgação não autorizada de conhecimentos.
5.2.18 – Visitante – Pessoa cuja entrada foi admitida, em caráter excepcional, em área sigilosa.

5.3 – Segmentos da CI
As ações de CI, agrupam-se em 2 segmentos de acordo com a DNI, são eles: Segurança Orgânica (de caráter preventivo) e Segurança
Ativa (de caráter proativo).
São implementados por meio de medidas voltadas para prevenção, obstrução, detecção, identificação, avaliação e neutralização de
ações adversas de qualquer natureza, observando-se sempre os limites de atuação da AI.
4 são as formas em que as ocorrências e ações podem comprometer as salvaguardas adotadas, são elas:
a) Resultantes de fenômenos naturais (tempestades, inundações, etc).
b) Resultantes de acidentes (incêndios, naufrágios, etc).
c) Involuntárias, geralmente resultantes de ação humana (imprudência, negligência, imperícia, etc).
d) Voluntárias resultantes da ação humana, na qual o agente atua com intenção de produzir um resultado danoso ao bem protegido.
Causados por pessoa ou grupo cujos interesses são hostis aos do órgão (falsificações, terrorismo, espionagem, etc).
5.3.1 – Segurança Orgânica (SegOrg)
Preconiza a adoção de um conjunto de medidas destinadas a prevenir e obstruir ameaças. Deve-se levar em consideração a situação
atual, vulnerabilidade e, principalmente, ameaças existentes.
A implementação é sempre, em caráter intransferível, de responsabilidade dos Comandantes e Diretores.
Os planejadores de segurança devem sempre buscar o equilíbrio entre o desenvolvimento normal das atividades e as medidas de
segurança necessárias.
As medidas de SegOrg nunca devem ser consideradas definitivas, devendo ser constantemente avaliadas e, se necessário, alteradas,
canceladas ou criadas.
A Seg Org deve ser preocupação constante de todos. De acordo com a DNI, para atingir seus objetivos, a SegOrg desdobra-se nos
seguintes grupos de atividades (São 5): Segurança do Pessoal, Segurança da Documentação e do Material; Segurança da Informação
Digital; Segurança das Comunicações; e Segurança das Áreas e Instalações.
a) Segurança do Pessoal – Conjunto de medidas destinado a proteger a integridade física dos recursos humanos.
b) Segurança da Documentação e do Material – Proteção de dados e conhecimentos sigilosos, cujo acesso irrestrito ou divulgação não
autorizada, possa acarretar prejuízos à sociedade e ao Estado.
Compreende um conjunto de medidas voltado para a salvaguarda de recursos materiais que, interesse a sociedade e ao Estado preservar.
c) Segurança da Informática – Conjunto de medidas voltado para a Informática. Cada órgão tem seu sistema próprio de proteção
conhecido como Segurança de Tecnologia de Informação (TI).
Um computador é dito seguro se este atende a três requisitos: Confidencialidade, integridade e disponibilidade.
- Confidencialidade: Se a informação só está disponível para aqueles devidamente autorizados. Exemplo de violação – Acesso não
autorizado e leitura de informações pessoais.
- Integridade: Se a informação não é destruída ou corrompida e o sistema tem um desempenho correto. Exemplo de violação – Acesso
não autorizado e alteração de informações.
- Disponibilidade: Se os serviços/recursos do sistema estão disponíveis sempre que forem necessários. Exemplo de violação – Ataque
ao provedor, impossibilitando o acesso.
Recomendações gerais quanto a senha: Não compartilhar; Não utilizar sequência fácil; Não utilizar palavras existentes em dicionários;
Utilizar aleatoriamente letras minúsculas, maiúsculas, números e caracteres; Não anotar em local visível; Mantê-la em sigilo; Trocá-la
regularmente.
Uso de Modem em estações de Trabalho e Equipamentos Servidores: Não é permitida a instalação de modem, em equipamento
interligado a rede local da OM. Placa-mãe com modem “onboard”, deverá ser não apenas desabilitado, mas, se possível, fisicamente
removido. No caso de eventual necessidade de se utilizar modem 3G/4G deverá ser apreciado pela DCTIM.
Instalação de Programas, Equipamentos ou Dispositivos de SIC: É vedada a instalação de qualquer programa, voltado a segurança de
rede local, sem autorização previa da DCTIM.
Por serem mecanismos voltados a Segurança da Informação e Comunicações (SIC), a análise prévia da DCTIM se torna
imprescindível.
Redes Sociais: É vedado o uso de redes sociais nas estações de trabalho da RECIM.
d) Segurança das Comunicações – Conjunto de medidas voltado para a salvaguarda de conhecimentos durante as ações de transmissão
e recepção.
e) Segurança das Áreas e Instalações – Conjunto de medidas com o objetivo de salvaguardar áreas essenciais que interesse à sociedade
e ao Estado preservar.
Exige adoção de medidas de proteção geral e o permanente controle das áreas sigilosas e restritas.
5.3.2 – Segurança Ativa (SegAtv)
Segmento da CI que preconiza a adoção de um conjunto de medidas, de caráter proativo, destinado a detectar, identificar, avaliar e
neutralizar ações adversas.
A SegAtv e a SegOrg são complementares. Enquanto a SegOrg cria obstáculos para impedir ações adversas, a SegAtv acompanha as
origens dessas ações, para neutralizá-las antes de seu início.

5.4 – Medidas Preventivas e Mentalidade de Segurança


5.4.1 – Medidas Preventivas
Medidas que cada indivíduo deve ter por iniciativa própria e que colabora para a segurança do órgão. São medidas que dão segurança
ao indivíduo, à família e ao órgão onde ele atua e deve ser observada por todos. As medidas preventivas mais difundidas são 3:
autodisciplina, proteção da identidade e segregação.
a) Autodisciplina – Desenvolvida na atividade profissional e na vida particular, observando os seguintes procedimentos: Evitar falar de
sua atividade profissional; Manter o procedimento característico de sua vida (mesmo quando desenvolvendo atividades de risco); Não
mencionar assuntos sigilosos ao telefone; Não revelar ausências ou particularidades a estranhos; Ter números de telefones que possam
ser chamados em situação de emergência; Instruir familiares (principalmente empregados e crianças), quanto a precauções de
segurança, ex: Entrada de desconhecidos, atendimento de telefonemas sobre falsos sequestros, etc.; Evitar os mesmos itinerários nos
deslocamentos rotineiros.
b) Proteção da identidade – Sigilo que o indivíduo deve manter de suas funções, não revelando o tipo de atividade que desenvolve.
c) Segregação – Limitar o trato de matéria sigilosa, somente a quem tenha necessidade de conhecer.
5.4.2 – Mentalidade de Segurança
Nenhuma medida citada será eficaz se não estiver associada a uma mentalidade de segurança no órgão. Todos devem participar do
desenvolvimento das ações ligadas à segurança (não apenas as ligadas à AI).
Nenhum sistema de segurança é válido se os usuários não o conhecem.
O órgão precisa investir no desenvolvimento e na manutenção do adestramento de seu pessoal. O elemento humano é geralmente o elo
fraco na “corrente da segurança”, por desconhecer as normas.
A manutenção da mentalidade de segurança demanda adestramento planejado e contínuo, por se tratar de trabalho de conscientização.
É, portanto, a representação de crenças, que quando agregados ao sistema de conceitos e valores dos membros de uma organização,
capacita-os a aumentar sua consciência situacional e a aprimorar a gerência das suas percepções.

Capítulo 6 – Planejamento de Segurança Orgânica


6.1 – Conceitos e Definições
Para o entendimento do Planejamento de Segurança, é necessário definir 5 termos utilizados:
a) Ativo – É todo elemento que compõe o processo, que manipule ou processe a informação, até ela própria e o meio. Material, áreas,
instalações de uma organização, além dela, que constituem um determinado valor, necessita de proteção adequada.
b) Ameaça – Conjunto de atores, motivação que possam causar ação hostil ao ativo, por intermédio de exploração de deficiências,
podendo causar danos.
c) Danos – Impactos negativos decorrentes de uma ação hostil, na exploração de vulnerabilidades.
d) Vulnerabilidade – Fragilidade presente ou associada a pessoas, áreas e instalações e/ou material, bem como os suportes que
manipulam informações. Devido à possibilidade de ser explorada por ameaças, pode permitir a ocorrência de um incidente de
segurança, com impactos negativos. Apenas as fragilidades não provocam incidentes, por ser elementos passivos, necessitando assim
de um agente causador ou condição favorável que são as ameaças.
e) Consciência Situacional – Capacidade de manter o estado de alerta, percebendo uma variedade de estímulos externos ao indivíduo.
Fundamental para tomada de decisão e manutenção de níveis satisfatórios de segurança.

6.2 – Processo de Planejamento


Planejamento é um processo que, a partir dos propósitos a alcançar, determina o que deverá ser feito, quando e onde fazer, quem deverá
fazê-lo e de que maneira. Para determinar as ações a serem realizadas, torna-se necessário estabelecer o que se deseja alcançar, e a
medida que se conheça possibilidades ou probabilidades futuras, pode-se adotar ações mais adaptadas aos propósitos organizacionais.

6.3 – Características do Planejamento


O planejamento no aspecto de tomada de decisão envolve características especiais (são 3).
Uma delas é a tomada de decisão antecipada, sendo o planejamento dirigido, para decisão do que fazer e como fazer, antes de colocar
em prática a ação requerida. Nesse caso, o planejamento envolve um processo formal que precede a ação.
Outra característica é a interconexão das decisões. Busca-se a conjugação das decisões já tomadas, bem como envolver uma ou mais
decisões antecedentes ou subsequentes, produzindo um ambiente continuado, integrado e unificado.
A terceira característica é a criação de um estado futuro desejável. O planejamento alcança uma situação futura favorável para a
organização. Este futuro desejável refere-se a propósitos organizacionais.

6.4 – Planejamento de Segurança Física


O PSF abrange vários segmentos tanto no aspecto do planejamento corrente (definido na MB como Plano de Segurança Orgânica –
PSO) quanto no aspecto do planejamento contingencial (planos de contingência). Este conjunto de segmentos envolve a preservação
dos Ativos (6.1.a)), por meio de medidas já estudadas.

Você também pode gostar