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Inteligência no Sistema

Penitenciário: Solução ou Problema?

18/06/2018
SUMÁRIO

➢ Palavras Iniciais

➢ Cenário Encontrado

➢ Doutrina de Inteligência

➢ Importância da Sistematização

➢ Resultados Obtidos

➢ Conclusão
CENÁRIO CONSIDERADO
CENÁRIO CONSIDERADO

11 de SETEMBRO de 2002
CENÁRIO CONSIDERADO
DOUTRINA DE INTELIGÊNCIA

DOUTRINA
Reunião dos preceitos básicos que compõem um sistema
(religioso, político, social, econômico etc.).
https://www.dicio.com.br/doutrina/
DOUTRINA DE INTELIGÊNCIA

ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA (IPEN)

É O EXERCÍCIO PERMANENTE E SISTEMÁTICO DE


AÇÕES ESPECIALIZADAS para a identificação, acompanhamento
e avaliação de ameaças reais ou potenciais na esfera do Sistema
Penitenciário. Estas são basicamente orientadas para a produção e
salvaguarda de conhecimentos necessários à decisão, ao
planejamento e à execução de uma política penitenciária e,
também, para prevenir, obstruir, detectar e neutralizar ações
adversas de qualquer natureza dentro do Sistema Penitenciário e
atentatórias à ordem pública.
(Doutrina Nacional de inteligência Penitenciária, 2013).
DOUTRINA DE INTELIGÊNCIA

HEPTÂMETRO DE QUINTILIANO

Propõe sete perguntas que, uma vez respondidas, evidenciam


algo como factual. São elas:

– o que?
– quem?
– quando?
– por quê?
– como?
– onde?
– e com quê auxílio?
DOUTRINA DE INTELIGÊNCIA

METODOLOGIA PARA A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO


ANÁLISE E FORMALIZAÇÃO
PLANEJAMENTO REUNIÃO INTERPRETAÇÃO ARQUIVAMENTO
SÍNTESE E DIFUSÃO

ASSUNTO ARQUIVOS VALOR TRAJETÓRIA FORMALIZAÇÃO DESCARTE

FATORES DE
FAIXA DE TEMPO PESQUISA INTEGRAÇÃO DIFUSÃO
INFLUÊNCIA

ELEMENTOS SIGNIFICADO
USUÁRIO
DE OPERAÇÕES FINAL

ÓRGÃOS
FINALIDADE
CONGÊNERES

PRAZO

ASPECTOS
ESSENCIAIS
DOUTRINA DE INTELIGÊNCIA

CICLO DA PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO


TÉCNICA DE AVALIAÇÃO DOS DADOS

AVALIAÇÃO DA FONTE AVALIAÇÃO DO CONTEÚDO


A - ABSOLUTAMENTE IDÔNEA 1 – CONFIRMADO

B – IDÔNEA 2 – PROVAVELMENTE VERDADEIRO

C – RAZOAVELMENTE IDÔNEA 3 – POSSIVELMENTE VERDADEIRO

D – NEM SEMPRE IDÔNEA 4 – DUVIDOSO

E – INIDÔNEA 5 – PROVAVELMENTE FALSO


F – NÃO PÔDE SER AVALIADO 6 – NÃO PÔDE SER AVALIADO
DOUTRINA DE INTELIGÊNCIA

• TEORIA DOS JOGOS


• SÍNDROME DO PRISIONEIRO
DOUTRINA DE INTELIGÊNCIA

TEDH – Caso XXX X Reino Unido


(Comissão – 1972) e Caso R.O. X
Reino Unido (Comissão – 1994)
• a jurisprudência do TEDH aponta no sentido
da admissibilidade de atos consensuais entre
acusação e defesa, como no procedimento do
guilty plea, ADMITINDO O USO DE CERTA
PRESSÃO JUDICIAL (no Caso Deweer v.
Bélgica, o TEDH afirmou que a referida
pressão judicial não pode configurar ou
transformar-se em constrangimento)
DOUTRINA DE INTELIGÊNCIA

CADA PONTO DE
VISTA É A VISTA
DE UM PONTO

Inteligência Contrainteligência
Destina-se a produzir
conhecimentos para proteger a
atividade de Inteligência e a
Instituição a que pertence.
Destina-se a produzir
conhecimentos para a
atividade-fim.
Operações
É o conjunto de ações executada quando os
dados a serem obtidos estão protegidos por
rígidas medidas de segurança.
DOUTRINA DE INTELIGÊNCIA

IMAGEM OBJETIVA / SUBJETIVA

SUJEITO DETERMINADO: OBJETO DETERMINANTE


✓Ignorância, dúvida, opinião e
certeza. RELAÇÃO EVIDÊNCIA:
✓Ideia, juízo e raciocínio. VERDADE/ERRO qualidade da certeza
✓Passado, presente e futuro.

Inteligência Contrainteligência
Operações
DOUTRINA DE INTELIGÊNCIA

1 – Processos de Identificação de 1 – Reconhecimento


pessoas
2 – Vigilância
2 – Observação, Memorização e
Descrição 3 – Recrutamento Operacional

3 – Estória Cobertura
4 – Infiltração
4 – Disfarce
5 – Desinformação
5 – Comunicações Sigilosas
6 – Provocação
6 – Leitura da fala 7 – Entrevista
7 – Detector de Mentiras
8 – Interrogatório
8 – Emprego de meios
Cinematográficos 9 – Interceptação Postal
9 – Emprego de meios Eletrônicos 10 – Interceptação das
Comunicações
10 – Foto Interpretação
TÉCNICAS OPERACIONAIS
DE INTELIGÊNCIA AÇÕES DE BUSCA
(TOI)
INTELIGÊNCIA
(Operações)
IMPORTÂNCIA DA SISTEMATIZAÇÃO

LEI Nº 12.850/2013 - DEFINE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA E DISPÕE SOBRE


A INVESTIGAÇÃO CRIMINAL.

Art. 3º - Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem prejuízo de outros já
previstos em lei, os seguintes meios de obtenção da prova:
I- colaboração premiada;
II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos;
III - ação controlada;
IV - acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de
bancos de dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou comerciais;
V - interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos da legislação
específica;
VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da legislação específica;
VII - infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do art. 11;
VIII- COOPERAÇÃO ENTRE INSTITUIÇÕES E ÓRGÃOS FEDERAIS, DISTRITAIS,
ESTADUAIS E MUNICIPAIS na busca de provas e informações de interesse da investigação
ou da instrução criminal.
(…)
IMPORTÂNCIA DA SISTEMATIZAÇÃO

Localidades Influenciadas pelas Facções Criminosas no do RJ


IMPORTÂNCIA DA SISTEMATIZAÇÃO

Localidades Influenciadas pelas Facções Criminosas no do RJ


IMPORTÂNCIA DA SISTEMATIZAÇÃO

UNIDADES PRISIONAIS

COMANDO VERMELHO 15

TERCEIRO COMANDO 08

AMIGOS DOS AMIGOS 04

MILÍCIAS 00
00
IMPORTÂNCIA DA SISTEMATIZAÇÃO

ABIN/PR SISBIN
(07 Dez 99) SISPERJ
12 Jul 02: CRIAÇÃO SISTEMA DE INTLG
18 Fev 04: REESTRUTURADO
SENASP/MJ
PENITENCIÁRIA
SISP
(04 Set 97) (05 Mai 00)
SSINTE ÓRGÃO CENTRAL
(01 Jan 95)
EFETIVAS

PM2 CINPOL

SIPMERJ ESPECIAIS SIPCERJ

BM2 DINT/CMGC SISPEN CI/SEIJ SI/IGP

SI/CGU/SEDH SI/CORREG/PM SI/CORREG/PC SI/CORREG/DETRAN

SI/CORREG/BM/SEDC SI/CORREG/SEAP SI/CORREG/SER OUTROS

AFI NS
IMPORTÂNCIA DA SISTEMATIZAÇÃO

DECRETO Nº 39.756 DE .

INSTITUI O SISTEMA DE INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA DA SECRETARIA DE ESTADO DE


ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA-SINPEN, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
(...)
DECRETA:
Art. 1° - Fica instituído, sem aumento de despesas, o SISTEMA DE INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA DA SECRETARIA DE
ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA (SINPEN), COMO INTEGRANTE DO SISTEMA DE INTELIGÊNCIA DE
SEGURANÇA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (SISPERJ), que integra as ações de planejamento e execução
das atividades de Inteligência no âmbito da SEAP.
Art. 2° - O Sistema de Inteligência Penitenciária, sob a chefia do Secretário de Estado de Administração Penitenciária, será
INTEGRADO PELOS SEGUINTES ÓRGÃOS, a saber:
I - Coordenadoria de Inteligência do Sistema Penitenciário (CISPEN);
II - Núcleo de Inteligência/Unidades Prisionais de Gericinó;
III - Núcleo de inteligência/Unidades Prisionais de Frei Caneca e Isoladas do Município do Rio de Janeiro;
IV - Núcleo de Inteligência/Unidades Prisionais de Niterói e Interior; e,
V - Setor de Inteligência da Corregedoria (SI/CORREG).
(...)
IMPORTÂNCIA DA SISTEMATIZAÇÃO

SISPEN

SI/CORREGEDORIA

NUCAD FREI CANECA E NUCAD NITERÓI E


UNIDADES ISOLADAS INTERIOR

NUCAD BANGU NUCAD JAPERI


IMPORTÂNCIA DA SISTEMATIZAÇÃO

SEAP E MP FIRMAM CONVÊNIO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA, LOGÍSTICA E CAPACITAÇÃO


PROFISSIONAL (20/12/2012)
O CONVÊNIO VISA ENFRENTAR A CRIMINALIDADE ORGANIZADA

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e o Ministério Público do Estado do


Rio de Janeiro (MPRJ) firmaram na tarde desta terça-feira, 18 de dezembro, o CONVÊNIO DE
COOPERAÇÃO TÉCNICA, LOGÍSTICA E CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL.
(...)
O objetivo do convênio é a cooperação técnica entre os partícipes, VISANDO A TROCA DE
INFORMAÇÕES ARMAZENADAS no banco de dados da COORDENADORIA DE SEGURANÇA E
INTELIGÊNCIA (CSI) DO MPRJ E DA SUPERINTENDÊNCIA DE INTELIGÊNCIA DO SISTEMA
PENITENCIÁRIO (SISPEN) DA SEAP, para combater o crime organizado.
(...)
http://www.rj.gov.br/web/seap/exibeconteudo?article-id=1380432
RESULTADOS OBTIDOS

Superior Tribunal de Justiça STJ - HABEAS CORPUS : HC 131836 RJ


2009/0052108-4
(...)
4. Em arremate, frise-se que o inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal assegura o sigilo das
comunicações telefônicas, nas quais, por óbvio, não se inserem os dados cadastrais do titular de linha de
telefone celular. Precedente. INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS REALIZADAS PELA
COORDENADORIA DE INTELIGÊNCIA DO SISTEMA PENITENCIÁRIO DA SECRETARIA DE
ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - CISPEN. APONTADA
INCOMPETÊNCIA DO ÓRGÃO PARA EFETIVAR A MEDIDA, CUJA ATRIBUIÇÃO SERIA EXCLUSIVA
DA AUTORIDADE POLICIAL. INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO ARTIGO 6º DA LEI 9.296 /1996.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE. 1. Dos artigos 6º e 7º da Lei 9.296/1996, não há como
extrair que a autoridade policial seja a única autorizada a proceder às interceptações telefônicas, até
mesmo porque o legislador não teria como antever, diante das diferentes realidades encontradas nas
unidades da Federação, quais órgãos ou unidades administrativas teriam a estrutura necessária, ou
mesmo as maiores e melhores condições para executar a medida.2. Esta Corte Superior já decidiu que
não se pode interpretar de maneira restrita o artigo 6º da Lei 9.296/1996, sob pena de se inviabilizar a
efetivação de interceptações telefônicas.
(...)
RESULTADOS OBTIDOS
RESULTADOS OBTIDOS

• 27 rebeliões em 2002
• 04 rebeliões em 2003
• 03 rebeliões em 2004
• Nenhuma rebelião em 2005
• 01 rebelião em 2006
CONCLUSÃO

✓ Definir a Sistemática de Inteligência Penitenciária Nacional


• Estabelecer o modelo conceitual e organizacional mínimo de funcionamento,
desde seus níveis mais básicos até o Órgão de Direção Nacional
• Definir o Repertório de Conhecimentos Necessários
• Estabelecer a Integração do Sistema criado com o SisBIn

✓ Fomentar a criação de Sistemas Estaduais similares com capilaridade


de dados/conhecimentos para prevenção, ação e repressão de
possíveis eventos de interesse do Sistema Penitenciário

✓ Estabelecer as condições necessárias que validem e suportem a Doutrina


de Inteligência Penitenciária existente
Que silêncio!!!

A CADEIA ESTÁ TÃO QUIETA.

Que precisamos saber?


Sabemos o que precisamos?
Estamos tentando saber?
Rui Barbosa

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