Você está na página 1de 14

01/09/2020 Menos Foucault mais Fu Kiau – Filosofia bakongo para iniciantes | SPIRITO SANTO

SPIRITO SANTO
"Cuide dos sentidos que os sons cuidarão de si mesmos'

Menos Foucault mais Fu Kiau –


Filoso a bakongo para iniciantes
Publicado em 6 jun 2017

Atenção: Todo o conteúdo deste blog esta assegurado por uma licença
Criative Commons.

Privacidade e cookies: Esse site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.
Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte aqui: Política de cookies

Fechar e aceitar

https://spiritosanto.wordpress.com/2017/06/06/menos-foucault-mais-fu-kiau-filosofia-bakongo-para-iniciantes/ 1/14
01/09/2020 Menos Foucault mais Fu Kiau – Filosofia bakongo para iniciantes | SPIRITO SANTO

Grá co da cosmogonia bakongo (aproximadamente século 10) segundo estabelecido pelo


etnólogo congolês Benseki Fu Kiau. Observem que, curiosamente a cruz como fundamento
cosmológico já existia na cultura bakongo bem antes da chegada dos portugueses e seu
cristianismo.

Contudo, não viaje demais por enquanto. Não especule além do que o entusiasmo pode ser
relacionado á lógica. Não transforme em névoas religiosas o que é saber  a ser analisado,
sistematizado um dia como ciência. Pense grande.

——————-

Começando o papo

(Bem, se você é mais iniciante ainda do que eu, comece voltando atrás lendo o
beabá bakongo neste link) .

Privacidade e cookies: Esse site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.
————————-
Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte aqui: Política de cookies

Fechar e aceitar
Só como introdução para ninguém se dizer desentendido: Ba-kongo é grosso
modo, o povo formado pela junção – não me venham com esta conversa de

https://spiritosanto.wordpress.com/2017/06/06/menos-foucault-mais-fu-kiau-filosofia-bakongo-para-iniciantes/ 2/14
01/09/2020 Menos Foucault mais Fu Kiau – Filosofia bakongo para iniciantes | SPIRITO SANTO

mestiçagem, por favor – de gente migrante vinda lá de cima, de onde é hoje o


Camarões para as férteis terras às margens do Rio Kongo, com as gentes que ali já
estavam, ninguém sabe há quantos séculos e séculos amém.

Não se sabe ainda, tampouco de onde esta gente que desceu o continente veio para
os Camarões. Eu mesmo me arrisco a presumir que eles podem ter vindo do
nordeste do continente, num uxo migratório que espalhou pessoas das fraldas do
Egito, da Núbia, até a costa oeste da África mais remota, alguma civilização qualquer
bem avançada, assentada em saberes sobre os quais foram fundadas todas as
civilizações subsequentes, da África propriamente dita e suas proximidades até,
bem mais tarde repercutirem na Europa, esta Europa sempre envergonhada , sabe-
se lá porque, deste seu evidente – embora não único – passado africano.

E não sou eu que digo. Foi o Heródoto. Não sabe quem é Heródoto? Aí já é ignorância
demais. Perguntem ao Google.

O certo é que este povo altivo e portador de um mui antigo sistema de valores
éticos, morais, civilizatórios en m, depois de já amalgamado num conglomerado
de potentados agregados, solidamente organizados em torno de um reino ou
império central (uma confederação de reinos ) com um reino central denominado
Reino do Kongo, estava em plena fase de desenvolvimento e prosperidade no
momento em que foi visitado, invadido e por m dominado pelos ‘Tugas’
(conhecidos também como ‘Putus’) povo vindo desta Europa predadora que se
formou após as chamadas grandes navegações, esta Europa hoje centro de um
mundo crente numa cosmogonia pra lá de questionável, fundada para justi car as
imorais  iniquidades do trabalho escravo.

(E aqui um parêntes algo necessário: Hoje em dia o que conhecemos como


povo bakongo é uma gente que ocupa uma área entre a fronteira sul da
República Democrática do Congo com Angola e as cercanias ao norte de
Luanda.

Contudo, estamos nos referindo aqui , explícitamente à cultura matriz e


predominante em toda a região que hoje conhecemos como República Popular
de Angola, considerando-se que dali, de Mbanza Kongo a capital do reino do
Kongo (dos Ba-Kongo, en m) na ocasião em que o ‘tuga’ Diogo Cão chegou ao
local, é que oresceu e se expandiu um conceito de cultura e nação muito mais
extenso, geogra camente do que o território bakongo atual e formado por
povos novos, frutos da expansão de uns e da fusão com outros.

Esta nação (a Angola de hoje em dia)  é formada, en m por várias  outras


culturas, entre as quais as que mais nos importam, por conta dos uxos de
cativos que para o Brasil vieram, são os Mbundos (tanto os “Ovi”  quanto os
“Ki”, pre xos que diferenciam, sutilmente, culturas vizinhas, primas, irmãs.)

Privacidade e cookies: Esse site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.
Esta história majestosa e trágica, que acontece a partir do século 10 ou 12 e
Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte aqui: Política de cookies
transcorre heróica até o início do século 18, após a decapitação em 1665 de D.
Antônio Nkanga Nvita, o rei do Kongo derrotado pelas tropas portuguesas Fechar e aceitar
comandadas por André Vidal de Negreiros (sim, ele mesmo!), tem profunda ligação

https://spiritosanto.wordpress.com/2017/06/06/menos-foucault-mais-fu-kiau-filosofia-bakongo-para-iniciantes/ 3/14
01/09/2020 Menos Foucault mais Fu Kiau – Filosofia bakongo para iniciantes | SPIRITO SANTO

com a história do Brasil, muito mais do que nos disse a memória a nós imposta
pela escola convencional, que nos encheu os ouvidos e os olhos com caravelas e
mais caravelas de fatos e eventos, vividos – ou inventados – pela nobreza
portuguesa da qual fomos colônia tanto quanto foram estes mesmos bakongo e
seus vizinhos, ainda hoje amalgamados – embora beliçosos entre si – num belo
país chamado República de Angola.

Conversa de pé de fogueira esta. Longa e molenga. O resto bem que pode ser
contado amanhã. Fiz esta introdução apenas para vocês nem pensarem mais em
chamar estas pessoas de gênese bakongo (Bakongo, Ovimbundo, Kimbundo, entre outros
povos), nossas antepassadas, de “crioulos” incultos e primitivos, nem muito menos
submissos vassalos de Portugal e da igreja da cruz.

É que cruz eles já tinham, todo um sistema losó co baseado na ideia da cruz
segundo se pode ver no cosmograma ilustrado acima: o “Kalunga”, meio líquido
que divide o mundo físico do mundo espiritual, o mundo dos vivos, do mundo
dos mortos, o real e o surreal, o normal do paranormal, en m.

Se você conseguir se livrar da ideia preconceituosa de que existe um misticismo


afro-negro primitivo, atrasado – algo absolutamente improvável dada a
longevidade e a extrema gama de experiências civilizatórias portadas pelas
culturas que formularam o conceito aqui apresentado – partindo do princípio
óbvio de que todos os homens são rigorosamente iguais – se você conseguir
discernir a diferença crucial que existe entre FILOSOFIA e RELIGIÃO – posto que
uma sugere maneiras diversas de se explicar as coisas do mundo, enquanto que a
outra a rma, dogmaticamente tudo poder explicar – por certo tirará grande
proveito destas informações.

O tema é muito novo para a maioria de nós. Por isto, esta abordagem mais ampla
ou genérica me pareceu, inicialmente mais aconselhável. Sugiro então apenas
algumas linhas básicas, balisadoras do instigante debate que o tema pode sugerir.

Eu sei que é enfadonho insistir, mas entendam que a culpa é deste ‘nosso’ insidioso
modo de ver tudo que não é fruto da cultura ocidental como ‘primitivo’ e ‘exótico’,
rasamente ‘místico’ ou religioso, um pensamento arcaico, colonizado que,
infelizmente predomina em nossas ciências sociais. A ressaltar apenas, neste
ensejo, portanto os seguintes pontos:

– Os aspectos losó cos, éticos, morais, etc. que no Brasil informam o que a
gente chama de ‘cultura popular’ ou ‘tradicional’ (‘indígena’ também, mas no
caso presente, principalmente africana) não são, de modo algum, fruto de
uma visão de mundo empírica, ingênua posto que são o acúmulo de
experiências seculares, muito amadurecidas no tempo e no espaço, complexas
em si mesmas, sedimentadas por séculos e séculos de exercício. A nal, estas
culturas estão na base da formação do pensamento de toda a humanidade.
Privacidade e cookies: Esse site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.
Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte aqui: Política de cookies
– O que torna difícil a compreensão deste fator – além de nosso recorrente
racismo acadêmico – é que os mecanismos de registro e difusão destes saberes
Fechar e aceitar
– no caso destas culturas mais ‘antigas’, ancestrais por se assim dizer – são

https://spiritosanto.wordpress.com/2017/06/06/menos-foucault-mais-fu-kiau-filosofia-bakongo-para-iniciantes/ 4/14
01/09/2020 Menos Foucault mais Fu Kiau – Filosofia bakongo para iniciantes | SPIRITO SANTO

baseados em procedimentos diversos daqueles tornados hegemônicos pela


cultura cristã-ocidental – como é o caso evidente da escrita convencional (do
‘livro’, por suposto) no caso do ocidente – e não somente – inventada por
Gutemberg.

– Dentre estes procedimentos subestimados, sobressalta-se, portanto, a


literatura oral e outras linguagens, digamos assim, mais ‘emocionais’,
‘orgânicas’, procedimentos que o cartesianismo do século 18 tratou de
considerar impertinentes (como certa música ‘tradicional’, por exemplo).

– Uma compreensão equivocada que se tem da sabedoria humana, julgando-


se erroneamente que só é válido e cientí co, aquilo que foi rmado e atestado
por procedimentos de registro convencionais é, pois, um dos principais
fundamentos destes preconceitos.

Isto tudo posto, leia os preceitos básicos da loso a kongo pensando grande.

“… A formulação de Benseki Fu-Kiau, um pensador Bacongo


contemporâneo, traduz para uma linguagem compreensível ao
pensamento ocidental maneiras de entender o mundo que se ligam em
muitos aspectos a formas de pensamento e a formulação de explicações
que podem ser entrevistas já nos primeiros registros escritos de
observadores estrangeiros, principalmente missionários católicos.

Por esses diversos registros ca evidente que desde os primeiros contatos


com os portugueses no nal do século XV até os dias de hoje, é básica
para os Bakongo a divisão, grosso modo entre um “mundo dos vivos” e
um “mundo dos mortos”, os primeiros vivendo acima da linha do
horizonte, os últimos existindo abaixo dessa linha, mundos estes
separados por um meio líquido, conforme as imagens mais recorrentes.

Acima da linha do horizonte estão os vivos, que são negros*; abaixo da


linha do horizonte estão os mortos, de cor branca, e uma multiplicidade
de espíritos da natureza que povoam a esfera invisível do mundo.

Essa organização está expressa no signo da cruz: o eixo horizontal da


cruz liga o nascer ao por do sol, assim como o nascimento à morte dos
homens, e o seu eixo vertical liga o ponto culminante do sol no mundo
dos vivos e no mundo dos mortos (o zênit visível e o invisível),
permitindo a conexão entre os dois níveis de existência.

A ligação entre o “mundo dos vivos” e o “mundo dos mortos“, de onde


vêm as regras de conduta e o auxílio para a solução dos problemas
terrenos, como doenças, secas e o infortúnio de maneira geral, se dá por
meio de ritos nos quais se evocam os espíritos e antepassados para que
Privacidade e cookies: Esse resolvam
site utilizaascookies.
questõesAo
que lhes são acolocadas.
continuar usar este site, você concorda com seu uso.
Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte aqui: Política de cookies
A cruz, no pensamento Bakongo, remete à idéia da vida como um ciclo
Fechar e aceitar
contínuo, semelhante ao movimento de rotação efetuado pelo sol, assim
como à possibilidade de conexão entre os dois mundos.
https://spiritosanto.wordpress.com/2017/06/06/menos-foucault-mais-fu-kiau-filosofia-bakongo-para-iniciantes/ 5/14
01/09/2020 Menos Foucault mais Fu Kiau – Filosofia bakongo para iniciantes | SPIRITO SANTO

Segundo Fu-Kiau, o rito básico e mais simples a ser feito por todos
aqueles que querem se tornar mensageiros do “mundo dos mortos” e
condutores de seu povo ou clã é fazer um discurso sobre uma cruz
desenhada no chão. Com isso, são frisados os poderes de todo chefe de
fazer a conexão entre o mundo dos vivos e o dos ancestrais e espíritos.

Ao se colocar sobre a cruz, que representa o ciclo da vida humana e a


divisão entre os vivos e os espíritos, o chefe a rma sua capacidade de
fazer a conexão entre os dois mundos e assim conduzir de maneira
adequada a comunidade que governa…”

(*Nota: “negro”, referindo-se à cor e não à raça, é bom frisar para os menos
espertos ou mal intencionados)

1 “Evangelização e poder na região do Congo e Angola: A incorporação dos cruci xos por alguns chefes

centro- africanos, séculos XVI e XVII”. Marina de Mello e Souza -Departamento de História

/FFLCH/Universidade de São Paulo

———————

Muitos estudiosos da cultura bakongo hoje, já estão estabelecendo como se viu uma
relação estreita entre este sistema losó co ancestral e a quase imediata relação
que este povo bakongo (o original) fez entre a cruz dos católicos e seu sistema
losó co. É bom frisar que esta relação – bastante plausível, aliás – é o argumento-
chave utilizado para desquali car a ‘africanidade’ dos povos bantu de certa parte da
África, notadamente, no caso especí co do Brasil, os próprios bakongo (e Kimbundos,
e Ovimbundos) propriamente ditos, enquanto povo ancestral da maioria dos
africanos trazidos à força para o país.

Para estes racistas sutis, a África genuína, altiva, seria a estranha África ‘sudanesa’,
Nigéria, Ghana, Dahomey, uma África cravejada de exotismo cultural, primitivismo e
mistério em seus ritos ‘selvagens’, passíveis das misti cações que, por m, se achou
por bem banhá-la, redundando nas aberrações fake-antropológicas do cinemão de
Hollywood e na adoção no Brasil de uma religião negra hegemônica calcada em
crioulo-doidices bem constrangedoras, ridículas mesmo, um melê de referencias
distorcidas, inventadas, do que seria a cultura negra ideal, reunidas neste
Candomblé de falsas aparências.

Vão lendo aí e pensando sem simplismo barato, sem arrogância branca e,


sobretudo não dando trela para a ignorância presunçosa dos ‘sabe-tudos’ de plantão.

Quando voltarmos o papo vai poder ser bem mais ‘buraco em baixo’, se bem me
entendem.

Spírito Santo
Privacidade e cookies: Esse site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.
Para saber mais,2011
Março inclusive sobre como controlar os cookies, consulte aqui: Política de cookies

Fechar e aceitar
 

https://spiritosanto.wordpress.com/2017/06/06/menos-foucault-mais-fu-kiau-filosofia-bakongo-para-iniciantes/ 6/14
01/09/2020 Menos Foucault mais Fu Kiau – Filosofia bakongo para iniciantes | SPIRITO SANTO

AVALIE ISTO:

            4 Votes
Curtir
6 blogueiros gostam disto.

RELACIONADO

Angola: Povo Bakongo O Dossiê do Soldado O Rei Nagô sem a


para brasileiros Em "Artigo/Cronica" pureza ca nu.
principiantes Fechando a tampa do
Em "Artigo/Cronica" caldeirão da
‘nagoization’.
Em "Artigo/Cronica"

Esse post foi publicado em Artigo/Cronica e marcado Artigo/Cronica por Spirito


Santo. Guardar link permanente
[https://spiritosanto.wordpress.com/2017/06/06/menos-foucault-mais-fu-kiau-
loso a-bakongo-para-iniciantes/] .

18 RESPOSTAS EM “MENOS FOUCAULT MAIS FU KIAU – FILOSOFIA BAKONGO PARA INICIANTES”

Spirito Santo
em 31 maio 2020 às 11:31 disse:

Hertz,

As proposições de Benseki Fu Kiau são muito populares hoje em dia. Nessa


época em que escrevi esse artigo poucos conheciam o tema. É fundamental
estudar e compreender, na medida do possível o sentido amplo dessa
cosmologia, mas com cuidado para não enveredar por esoterismos vãos.

Grande parte da cultura negra trazida o Brasil, circunscrita no âmbito


complexo da oralidade, tem origens transatlânticas seculares. Não é
improvável que a origem dessa cosmogonia remonte ao antigo Egito antigo,
tenha se xado no Camarōes, de onde desceu Congo abaixo, acabando por
deitar raízes na Africa Central, por m marcando a Diáspora americana,
incluindo aí, fortemente o Brasil.

Sim. Esta cosmologia tem marcas indeléveis no Vodu do Haiti (linguagem


dos “vévès”), no Palo Mayombe caribenho e na Umbanda do Brasil (“pontos
Privacidade e cookies: Esse site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.
riscados”).Existem muitos sinais dela em inúmeras manifestações culturais
Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte aqui: Política de cookies
do Sudeste, por exemplo, nas Congadas.
Fechar e aceitar

https://spiritosanto.wordpress.com/2017/06/06/menos-foucault-mais-fu-kiau-filosofia-bakongo-para-iniciantes/ 7/14
01/09/2020 Menos Foucault mais Fu Kiau – Filosofia bakongo para iniciantes | SPIRITO SANTO

Um passo de cada vez temos nesse cosmograma algum mapa bem


elucidativo de nosso passado brilhante.

Existem muitas referências na rede.Boa sorte e abs!

 Curtir
  0  0  Rate This

Hertz Wendell
em 30 maio 2020 às 13:25 disse:

Puxa vida, estou encantando com a loso a de Fu-Kiau. Você outras


indicações de artigos? consegui baixar o livro dele. Pesquisa mitologia afro-
brasileira e o mercado religioso em Curitiba. Sou professor da UFPR, e a
cultura bakongo e o cosmograma são a base da parte africana da Umbanda e
do ponto riscado. grato por ler teu texto!

 Curtir
  0  0  Rate This

Rui António
em 31 out 2018 às 18:42 disse:

Epha, coisa boa. Como angolano gostei muito. Informação mui valorosa e
pertinente.

 Curtir
  1  0  Rate This

Spirito Santo
em 7 set 2016 às 15:18 disse:
Privacidade e cookies: Esse site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.
Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte aqui: Política de cookies
Muito orgulhoso – e emocionado – de saber que o texto cumpre o seu papel
de ser lido por quem de direito Fechar e aceitar

https://spiritosanto.wordpress.com/2017/06/06/menos-foucault-mais-fu-kiau-filosofia-bakongo-para-iniciantes/ 8/14
01/09/2020 Menos Foucault mais Fu Kiau – Filosofia bakongo para iniciantes | SPIRITO SANTO

Obrigado

 Curtir
  3  0  Rate This

tania silva
em 7 set 2016 às 13:00 disse:

já, imprimindo e contextualizando na sala de aula — ensino medio periferia


de porto alegre-rs turma de eja noturna — asé é um excelente material de
resistenciass,,,,,, de nois para nois,,,,,

 Curtir
  3  1  Rate This

Angela Medeiros
em 24 ago 2016 às 11:23 disse:

Gratidão pela resposta! Entendo totalmente essa questão dos “dotores” e dos
academicuzinhos que querem enquadrar nosso conhecimento e pesquisas
nesse jeito europeu de sistematizar o conhecimento pra poder legitimar seu
ego e não para a contribuição do conhecimento para o povo. Curioso que
quando li a sua provocação pensei justamente que tu seria esse tipo de
pessoa acadêmica que louco isso né? Por isso que eu quis deixar a re exão. E
realmente, humildade demais não dá porque tem sempre alguns que vão
querer montar em cima dela. mais uma vez obrigada por compartilhar,
estou adorando o blog!

 Curtir
  1  0  Rate This

Privacidade e cookies: Esse site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.
Spirito Santo
Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte aqui: Política de cookies
em 22 ago 2016 às 14:44 disse:

Fechar e aceitar
Angela,

https://spiritosanto.wordpress.com/2017/06/06/menos-foucault-mais-fu-kiau-filosofia-bakongo-para-iniciantes/ 9/14
01/09/2020 Menos Foucault mais Fu Kiau – Filosofia bakongo para iniciantes | SPIRITO SANTO

Obrigado pelo comentário. Já recebi está crítica muitas vezes. Nos textos
mais recentes eu já corrigi este deslize. Mas veja, era algo deliberado,
intencional e talvez você até concorde comigo.

(Mas vou dar um editada lá, rs rs rs)

Quando comecei a escrever sobre pesquisas sobre Angola, enfrentei uma


horda de doutores e pseudoutores, muitos brancos e muitos negros,
também, pasme, nesse caso questionando de cima de sua arrogancia
doutoral, não o conteúdo das pesquisas em si, mas a linha “bantu”, angolana
delas, frontalmente questionando o mito da supremacia nagô.

No caso dos brancos o questionamento era pelos equívocos que apontava na


ignorância e o desleixo da academia para com a cultura dos africanos no
Brasil em geral

Era para essa gente que decidi usar essa suposta prepotência, esse sarcasmo
que, tiveram o papel de provocar reações que muito estimulavam debates
que me estimularam muito a pesquisar mais ousadamente.

Ou seja, adotei esse tom provocativo – e lembre-se que os posts de blog


precisam ser em linguagem coloquial – e este tom deu muito certo porque
ganhei o respeito de muita gente boa, como você, por exemplo e hoje já
posso usar menos o sarcasmo e a a ironia.

Só não concordo com essa sua proposta de humildade. Humildade não é


um método, exatamente positivo para negros. A hora da marra também tem
o seu lugar nessa luta.

Abs.

 Curtir
  7  1  Rate This

Angela Medeiros
em 21 ago 2016 às 21:13 disse:

Texto incrível, mas o que tem me doído mais é pensar porque precisamos
agir com prepotência. Ler logo na entrada: “E não sou eu que digo. Foi o
Heródoto… O que? Não sabe quem é Heródoto? Aí já é ignorância demais.
PrivacidadeNão
e cookies: Esse site
vou dizer. utiliza cookies.
Perguntem Ao continuar
ao Google.” a usar este
já desmotiva, site, você
porque é oconcorda
que ouçocom seu uso.
Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte aqui: Política de cookies
dos brancos em toda parte, academia, igreja. Eu quero dividir, mas penso
nas pessoas que não conhecem Heródoto e que vão pensar, putz a mesma
Fechar e aceitar
forma de tratamento. Ou simplesmente vão ignorar a leitura pq

https://spiritosanto.wordpress.com/2017/06/06/menos-foucault-mais-fu-kiau-filosofia-bakongo-para-iniciantes/ 10/14
01/09/2020 Menos Foucault mais Fu Kiau – Filosofia bakongo para iniciantes | SPIRITO SANTO

aprendemos nas comunidades que é tudo na humildade. Esse jeito de falar


me entristece e não nos aproxima. No mais agradeço pela partilha do
conhecimento.

 Curtir
  5  1  Rate This

Spirito Santo
em 19 ago 2016 às 08:51 disse:

É corretíssima a sua observação, mas repare que o meu foco não é, de modo
algum o campo da religião. Neste sentido no qual você coloca a questão
precisamos considerar que, sem exceção, todas as religiões são inventadas,
ideias construídas que são pelas pessoas segundo impressões e
considerações empíricas e idílicas sobre a natureza.

Logo, do ponto de vista do el, do crente, toda religião é digna é


indiscutível.

O ponto a que me re ro, contudo, tenta enquadrar o que os religiosos


chamam de cosmogonia (visão do cosmos, do mundo), no plano da lógica,
da física traduzida em loso a (cuidamos de culturas orais, lembre) o que,
num sentido mais profundo podemos de nir como ideologia.

O que me interessa discutir é a excessiva confusão que fazemos, no contexto


da luta contra o racismo entre ideologia (no sentido losó co do termo) e
religião, com o agravante de tentarmos criar uma religião negra
homogênea,hegemônica (papel que destinaram ao candomblé) tendo como
base conceitos cosmogônicos de base e origem duvidosa, colocando todo
este pensamento místico construído como status de ideologia libertadora,
elevada, superiores o que, evidentemente nenhuma religião é capaz de dar
conta.

Em linhas gerais, en m, falo da cosmogonia bakongo como sugestão para


que nos livremos de certos fundamentalismos reducionistas, que mais
facilitam do que nos ajudam combater o racismo.

Não se trata – cabe reforçar – de um debate religioso (a maioria dos negros


brasileiros, são evangélicos. Muitos brancos são camdomblecistas). Trata-se
de uma questão ideológica.
Privacidade e cookies: Esse site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.
Para saber mais, inclusive
Religião, cadasobre como
um que controlar
tenha osmas
a sua, cookies,
nós consulte aqui: Políticacuidar
negros precisamos de cookies
de
uma ideologia que nos sirva a TODOS!
Fechar e aceitar


https://spiritosanto.wordpress.com/2017/06/06/menos-foucault-mais-fu-kiau-filosofia-bakongo-para-iniciantes/ 11/14
01/09/2020 Menos Foucault mais Fu Kiau – Filosofia bakongo para iniciantes | SPIRITO SANTO

Curtir  3  2  Rate This

taata ngunz'tala
em 19 ago 2016 às 08:12 disse:

A ideia da Cruz não tem o mesmo conceito salvi co dos cristãos.


É a mesma ideia que se reproduz na leitura da encruzilhada: o centro e
umbigo do mundo.
E o candomblé tem sim muitas falhas cosmogonicas, mas conseguiu trazer
aqui conhecimentos e leitiras e referências de mundo que são importantes
como Norte de fé para milhares de pessoas. Portanto, sem entrar por
nenhum caminho puristas sou mais a vivência que o candomblé me
proporciona mas próximo da minha realidade, me afrianizando de maneira
genérica, mas mantendo meu referencial de pertemcinento do que assumir
a identidade de um povo a qual não pertenço.
Grato pelo artigo.
Trouxe contribuições sim

 Curtir
  1  0  Rate This

Spirito Santo
em 2 nov 2012 às 21:45 disse:

Será que é mais fundamentado que o teu fundamentalismo nagô? Diz aí! Rs
rs rs rs!

 Curtir
  1  0  Rate This

hélio de Assis
em 2 nov 2012 às 21:18 disse:
Privacidade e cookies: Esse site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.
Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte aqui: Política de cookies
o seu fudamentalismo bantu , é muito bem fundamentado , mukuiu , irmão
Fechar e aceitar
 Curtir
https://spiritosanto.wordpress.com/2017/06/06/menos-foucault-mais-fu-kiau-filosofia-bakongo-para-iniciantes/ 12/14
01/09/2020 Menos Foucault mais Fu Kiau – Filosofia bakongo para iniciantes | SPIRITO SANTO
  0  0  Rate This

Spirito Santo
em 2 nov 2012 às 10:11 disse:

Valeu, Júnior!

Apesar de tudo, saudade de você e dos nossos papos desta ‘praia’ aí.

 Curtir
  0  0  Rate This

José Luiz Júnior


em 2 nov 2012 às 08:45 disse:

Simplicidade e precisão. Que texto!!! Muito esclarecedor.

 Curtir
  2  0  Rate This

Spirito Santo
em 26 ago 2011 às 15:43 disse:

É verdade, kandimba. Quando se conhece os fundamentos expressos por


Kiau, começamos a reconhecê-los em muitas práticas culturais do negro do
Brasil. É uma chave antropológica fantástica este Cosmograma.

 Curtir
  3  0  Rate This

Privacidade e cookies: Esse site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.
Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte aqui: Política de cookies

Fechar e aceitar
kandimba

https://spiritosanto.wordpress.com/2017/06/06/menos-foucault-mais-fu-kiau-filosofia-bakongo-para-iniciantes/ 13/14
01/09/2020 Menos Foucault mais Fu Kiau – Filosofia bakongo para iniciantes | SPIRITO SANTO

em 26 ago 2011 às 11:32 disse:

O loso a do “cosmogram” e’ usada ate’ hoje pelos descendentes do povo


Kongo…vamos unir-nos e divulgar nas diasporas como auto estima.

 Curtir
  1  0  Rate This

Cibele Verani
em 13 jun 2011 às 18:23 disse:

Excelente resumo. Mas deixou na boca a vontade de “quero mais!

 Curtir
  1  0  Rate This

Andrea
em 25 mar 2011 às 12:20 disse:

Adorei seu blog!

Felicitaciones!

Saludos!

 Curtir
  0  0  Rate This

Privacidade e cookies: Esse site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.
Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte aqui: Política de cookies

Fechar e aceitar

https://spiritosanto.wordpress.com/2017/06/06/menos-foucault-mais-fu-kiau-filosofia-bakongo-para-iniciantes/ 14/14

Você também pode gostar