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- Perspectiva Crítica
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ÍNDICE
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INTRODUÇÃO
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PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA
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PRINCÍPIO DA DIGNIDADE
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REGIME JURÍDICO DAS INCOMPATIBILIDADES
No exercício da Advocacia
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A incompatibilidade entre a actividade bancária, seja por via de directores de
instituições financeiras de crédito ou de investimento ou dos próprios banqueiros, é
notória tendo em conta a sujeição hierárquica no primeiro caso e o segredo de sigilo de
bancário a que está sujeito, mesmo perante a evidência de um crime de fuga ao fisco
por levantamento de depósitos ou transacções bancárias para o estrangeiro, e no
segundo caso pela influência que move junto dos clientes e mesmo do poder político,
podendo facilmente ceder a pressões exteriores.
Sucede que desde 1984, ano da aprovação dos primeiros Estatutos da Ordem
dos Advogados, através do DL 84/84, de 16 de Março, os Deputados à Assembleia da
República que cumulassem funções como Advogados estavam impedidos de exercer
mandato judicial exclusivamente enquanto autores em acções cíveis contra o Estado, o
que juridicamente consubstanciava apenas um impedimento e não uma
incompatibilidade, visto que poderiam exercer as duas actividades em simultâneo.
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da profissão da Advocacia com outra função em simultâneo, resulta de uma violação
clara do princípio deontológico da Independência profissional do Advogado.
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Concluímos sobre a matéria da excepção das incompatibilidades que a Lei
145/2015, de 9 de Setembro, que estabeleceu os Estatutos da Ordem dos Advogados
em vigor, é mais permissiva em matéria de excepções à regra geral de
incompatibilidades que qualquer outro Estatuto anterior. Recordamos, para o efeito,
que por exemplo, a Lei 80/2001, de 20 de Julho, que configurou a 6ª Alteração aos EOA,
previa no seu Art.º 73 que estavam impedidos (neste caso trata-se de um impedimento
absoluto, ou seja, de uma verdadeira incompatibilidade) de exercer mandato judicial os
Deputados à Assembleia da República, enquanto autores em acções cíveis contra o
Estado, bem como os Deputados às Assembleias Regionais, como autores nas acções
cíveis contra as suas respectivas Regiões Autónomas e os Vereadores, não distinguindo
entre membros do Executivo Municipal a tempo inteiro ou a tempo parcial, nas acções
em que sejam partes os respectivos Municípios e ainda todos funcionários ou agentes
administrativos, na situação de aposentados, de inactividade, de licença limitada ou de
reserva, em quaisquer assuntos em que estejam em causa os serviços públicos ou
administrativos a que estiverem ligados, durante um período de 3 Anos a contar da data
em que tenham passado a estar numa daquelas referidas situações.
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absoluta, diminuindo apenas a amplitude da prática forense, nomeadamente
configurando situações de incompatibilidades relativas ao mandato forense e à consulta
jurídica enquanto actos próprios do advogados, nos termos do Art.º 2 e 3 da Lei 49/2004,
de 24 de Agosto, Lei dos Actos próprios dos Advogados.
Todavia a previsão normativa deste preceito estatutário vai ainda mais longe,
impedindo inclusive adjuntos, assessores, secretários administrativos e de nomeação
política, trabalhadores com vínculo de função pública ou outros trabalhadores
contratados para os respectivos gabinetes de Vereação ou Presidência do Executivo
Municipal ou de contratados para os respectivos gabinetes de Vogais de Junta de
Freguesia ou do Presidente de Junta. Também os Vereadores a tempo parcial ficam
impedidos de cumular funções com o exercício da Advocacia, quando patrocinem
directa ou indirectamente acções contra a respectiva Autarquia Local, assim como
intervir em qualquer actividade do Executivo Municipal sobre assuntos em que tenham
interesse profissional directa ou indirectamente por intermédio de sociedade
advogados da qual façam parte.
De acordo com o Art.º 83- Nº2 EOA, os Advogados ficam, assim, impedidos de
praticar actos profissionais, bem mover influência junto de entidades públicas ou
privadas, onde desempenhem funções ou tenham desempenhado anteriormente cujo
exercício possa suscitar, em concreto, uma incompatibilidade, se aqueles entrarem em
conflito com regras deontológicas. O conceito vago e indeterminado de “mover
influência” suscitou desde a primeira hora muitas interrogações sobre o seu efectivo
significado, não tendo o próprio legislador densificado o conceito esclarecendo o que se
deve interpretar de influência no âmbito da actividade profissional do Advogado.
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interesse profissional directamente ou por intermédio de sociedade de Advogados a que
pertençam.
Quanto à parte final do Art.º 83- Nº3 EOA a proibição de intervenção enquanto
Advogado ou Advogado estagiário não fundamenta a que título está o Deputado
Municipal ou Eleito da Assembleia de Freguesia impedido de deliberar nas Assembleias
sobre assuntos do seu interesse profissional, enquanto mandatário judicial ou forense,
mas conclui-se pelo fundamento do conflito de interesses nos termos do Art.99- Nº1
EOA. Segundo esta previsão normativa, ao Advogado e Advogado estagiário cabe
sempre a recusa do patrocínio em questão sobre a qual tenha já intervindo noutra
qualidade, nomeadamente enquanto mandatário judicial ou forense, ou sendo a causa
conexa com outra questão na qual represente ou tenha representado a parte contrária.
No exercício da Advocacia
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O Artigo dos Estatutos relativo às Infracções Disciplinares compreende todas as
práticas contrárias às disposições dos EOA, podendo tratar-se designadamente de uma
violação por acção ou por omissão; de uma situação de desrespeito pelo exercício de
funções incompatíveis entre si ou de uma situação de impedimento no exercício de
outras actividades que colidam com a prática da Advocacia; ou simplesmente de uma
violação dos princípios básicos da deontologia profissional do Advogado e Advogado
estagiário. A graduação das infracções é aferida de acordo com os comportamentos
violadores dos EOA que lhe deram origem, podendo tratar-se de uma infracção leve, nos
casos em que o Advogado viole de forma pouco intensa os seus deveres profissionais;
de uma infracção grave, nos casos em que o arguido viole de forma séria os deveres
profissionais a que se encontra vinculado; e muito grave, quando o Advogado viole os
seus deveres profissionais prejudicando com a sua conduta a dignidade e o prestígio da
própria profissão da Advocacia, ficando definitivamente inviabilizado para o exercício da
advocacia.
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Assembleia da República, muitos deles cumulando em simultâneo funções
parlamentares com o exercício da Advocacia.
Acontece que de acordo com o Art.º 21- Nº6 al. a) do Estatuto dos Deputados,
relativo a impedimentos, os Deputados à Assembleia da República estão impedidos de,
em regime de acumulação, exercerem actividade de comércio ou indústria, direta ou
indiretamente, com cônjuge não separado de pessoas e bens, por si ou entidade em que
detenha participação relevante e designadamente superior a 10% do Capital Social,
celebrar contratos com o Estado. Porém, são frequentes os casos de Sociedades de
Advogados que prestam serviços de consultoria jurídica à Assembleia da República, em
situação de impedimento sendo alguns dos Sócios dessas Sociedades de Advogados
simultaneamente Deputados, ocupando cumulativamente o papel de prestador do
apoio jurídico e representante do cliente a quem é prestado o apoio.
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pretendeu acautelar; e Considerou que o exercício de actos próprios do Advogado, neste
caso, só será permitido no exclusivo interesse e sob orientação da Câmara Municipal
empregadora em causa, equivalendo a eventual consulta jurídica prestada a terceiros à
prática de um acto de procuradoria ilícita.
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Da Incompatibilidade e do Impedimento
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CONCLUSÃO
Podemos constatar que existem ainda resquícios dos antigos regimes jurídicos
das incompatibilidades plasmados ainda na actual redacção dos Estatutos, de que é
exemplo maior o Artigo dos Impedimentos do primeiro Estatuto da Ordem dos
Advogados de 1984. Deixámos clara a diferença entre os próprios regimes dos dois
institutos jurídicos, separados pela intensidade da limitação do exercício da profissão de
Advogado quando cumulada com um cargo público, político ou da esfera privada.
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BIBLIOGRAFIA
LEGISLAÇÃO
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