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Semana de Arte Moderna 9 línguas

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A Semana de Arte Moderna, também chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo, entre
Colaboração
os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922,[1][2] no Teatro Municipal da cidade. Semana de Arte Moderna
Boas-vindas
Ajuda O governador do estado de São Paulo da época, Washington Luís, apoiou o movimento,
Página de testes especialmente por meio de René Thiollier, que solicitou patrocínio para trazer os artistas do Rio de
Portal comunitário Janeiro: Plínio Salgado e Menotti Del Picchia, membros de seu partido, o Partido Republicano
Mudanças recentes Paulista. Cada dia da semana trabalhou um aspecto cultural: pintura, escultura, poesia, literatura e
Manutenção música.[3] O evento marcou o início do modernismo no Brasil e tornou-se referência cultural do
Criar página
século XX.[4]
Páginas novas
Contato A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de
Donativos experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte
passou então da vanguarda para o modernismo. O evento marcou época ao apresentar novas
Ferramentas
ideias e conceitos artísticos, como a poesia através da declamação, que antes era só escrita; a
Páginas afluentes
música por meio de concertos, que antes só havia cantores sem acompanhamento de orquestras
Alterações relacionadas
Carregar ficheiro sinfônicas; e a arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos
Páginas especiais arrojados e modernos.[5]
Hiperligação
permanente
Participaram da Semana nomes consagrados do modernismo brasileiro, como Mário de Andrade,
Informações da página Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Plínio Salgado, Anita Malfatti, Menotti Del Picchia,
Citar esta página Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos,Tácito de Almeida, Di Cavalcanti, Agenor Cartaz anunciando o último dia da semana.
Elemento Wikidata [6][7]
Fernandes Barbosa entre outros, e como um dos organizadores o intelectual Rubens Borba Outros Semana de 22
Editar hiperligações de Moraes que, entretanto, por estar doente, dela não participou.[8] Na ocasião da Semana de nomes
interlínguas
Arte Moderna, Tarsila do Amaral, considerada um dos grandes pilares do modernismo brasileiro, Participantes Vários [Expandir]

Imprimir/exportar se encontrava em Paris e, por esse motivo, não participou do evento. Muitos dos idealizadores do Localização Teatro Municipal, São Paulo, Brasil
Criar um livro evento eram quatrocentões.[9] Data 13 - 17 de fevereiro de 1922
Descarregar como PDF Resultado Início da consolidação do modernismo
Versão para impressão Índice [esconder] no Brasil e ruptura com movimentos
anteriores.
1 Origens
Noutros projetos
1.1 Vanguardas
Wikimedia Commons
1.2 Antecedentes
Idiomas 2 A Semana
2.1 Reações conservadoras
Nesta Wikipédia, os 2.2 Desdobramentos
atalhos de idioma
estão na parte 3 Ver também
superior da página,
em frente ao título
4 Referências
do artigo. 5 Ligações externas

Origens
A Semana de Arte Moderna ocorreu em uma época cheia de turbulências políticas, sociais, econômicas e
culturais. As novas vanguardas estéticas surgiam e o mundo se espantava com as novas linguagens
desprovidas de regras. Alvo de críticas e em parte ignorada, a Semana não foi bem entendida em sua época. A
Semana de Arte Moderna se encaixa no contexto da República Velha (1889-1930), controlada pelas oligarquias
cafeeiras - as famílias quatrocentonas - e pela política do café com leite (1898-1930). O capitalismo crescia no
Brasil, consolidando a república e a elite paulista, esta totalmente influenciada pelos padrões estéticos
europeus mais tradicionais.[carece de fontes]

Seu objetivo era renovar o ambiente artístico e cultural da cidade com "a perfeita demonstração do que há em
nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual", como
informava o Correio Paulistano, órgão do partido governista paulista, em 29 de janeiro de 1922.[carece de fontes]

Vanguardas
A nova intelectualidade brasileira dos anos 10 e 20 viu-se em um momento de necessidade de abandono dos
antigos ideais estéticos do século XIX ainda em moda no país. Havia algumas notícias sobre as experiências
estéticas que ocorriam na Europa no momento, mas ainda não se tinha certeza do que estava acontecendo e
quais seriam os rumos a se tomar.[carece de fontes]

O principal foco de descontentamento com a ordem estética estabelecida se dava no campo da literatura (e da Mário de Andrade (primeiro à
poesia, em especial). Exemplares do futurismo italiano chegavam ao país e começavam a influenciar alguns esquerda, no alto), Rubens Borba de
Moraes (sentado, segundo da
escritores, como Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida.[carece de fontes] esquerda para a direita) e outros
A jovem pintora Anita Malfatti voltava da Europa trazendo a experiência das novas vanguardas, e em 1917 modernistas em 1922, dentre os quais
(não identificados) Tácito, Baby, Mário
realiza a que foi chamada de primeira exposição modernista brasileira, com influências do cubismo, de Almeida e Guilherme de Almeida e
expressionismo e futurismo. A exposição causa escândalo e é alvo de duras críticas de Monteiro Lobato, o que Yan de Almeida Prado
foi o estopim para que a Semana de Arte Moderna tivesse o sucesso que, com o tempo, ganhou.[carece de fontes]

Antecedentes
Alguns eventos que direta ou indiretamente motivaram a realização da Semana de 1922, mudando as atitudes dos jovens artistas modernistas:

1912. Oswald de Andrade retorna da Europa, impregnado do futurismo de Marinetti, e afirmando que “estamos atrasados cinquenta anos em
cultura, chafurdados ainda em pleno parnasianismo”;
1913. Lasar Segall[10][11][12], pintor lituano, realiza “a primeira exposição de pintura não acadêmica em nosso país”, nas palavras de Mário de
Andrade.
1914. Primeira exposição de pintura de Anita Malfatti, que retorna da Europa trazendo influências pós-impressionistas;
1917. Mário de Andrade e Oswald de Andrade, os dois grandes líderes da primeira geração do modernismo brasileiro, se tornam amigosː
Publicação de Há uma gota de sangue em cada poema; livro de poemas de Mário de Andrade, que utilizou o pseudônimo Mário Sobral para
assinar essa obra pacifista, protestando contra a Primeira Guerra Mundial (1914-1918);
Publicação de Moisés e Juca Mulato, poemas regionalistas de Menotti Del Pichia, que conseguem sucesso junto ao público;
Publicação de A cinza das horas, de Manuel Bandeira;
O músico francês Darius Milhaud, que vive no Rio de Janeiro e entusiasma-se com maxixe, samba e os chorinhos de Ernesto Nazareth, se
encontra com Villa-Lobos. O então jovem compositor, já impressionado com a descoberta de Stravinski, entra em contato com a moderna
música francesa;
Segunda exposição de Anita Malfatti, exibindo quadros expressionistas, criticados com dureza por Monteiro Lobato, no artigo "Paranoia ou
Mistificação?", publicado no jornal O Estado de S. Paulo, Esse artigo é considerado o "estopim" de modernismo brasileiro, já que provocou a
união dos jovens artistas, levando-os a discutir a necessidade de divulgar coletivamente o movimento.
1919. Publicação de Carnaval, de Manuel Bandeira, já com versos livres.
1921. Banquete no Palácio Trianon, em homenagem ao lançamento de As máscaras, de Menotti Del
Picchia, onde Oswald de Andrade faz um discurso, afirmando a chegada da revolução modernista em
nosso país.
Exposições de quadros de Vicente do Rego Monteiro, em Recife e no Rio de Janeiro, explorando a
temática indígena brasileira.
Mostra de desenhos e caricaturas de Di Cavalcanti, denominada “Fantoches da Meia-noite”, na
cidade de São Paulo.
Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Cândido Mota Filho e Mário de Andrade divulgam o Palácio Trianon e túnel 9 de Julho.
modernismo, em revistas e jornais.
Mário de Andrade escreve a série Os mestres do passado, analisando esteticamente a poesia parnasiana que estava no auge da reputação
literária e mostrando a necessidade de superá-la, porque a sua missão já fora cumprida.
Oswald de Andrade publica um artigo sobre os poemas de Mário de Andrade, intitulando-o “O meu poeta futurista”. A partir de então, apesar da
recusa de Mário de Andrade em aceitar a designação, a palavra futurismo passa a ser utilizada indiscriminadamente para toda e qualquer
manifestação de comportamento modernista, em tom na maioria das vezes pejorativo. Em contrapartida, os modernistas.
Agenor Fernandes Barbosa publica um artigo no jornal Correio Paulistano em resposta a inimigos do movimento modernista, intitulando-o “Os
Novos Subsídios para uma reação "actualista”..[13]

A Semana
A Semana, de uma certa maneira, nada mais foi do que uma ebulição de novas ideias totalmente libertadas,
nacionalista em busca de uma identidade própria e de uma maneira mais livre de expressão. Não se tinha,
porém, um programa definido: sentia-se muito mais um desejo de experimentar diferentes caminhos do que de
definir um único ideal moderno.

13 de fevereiro (Segunda-feira) - Casa cheia, abertura oficial do evento. Espalhadas pelo saguão do Teatro
Municipal de São Paulo, várias pinturas e esculturas provocam reações de espanto e repúdio por parte do
público. O espetáculo tem início com a confusa conferência de Graça Aranha, intitulada "A emoção estética
da Arte Moderna". Tudo transcorreu em certa calma neste dia. O Theatro Municipal de São Paulo,
em foto do início da década de 1920.
15 de fevereiro (Quarta-feira) - Guiomar Novaes era para ser a grande atração da noite. Contra a vontade
dos demais artistas modernistas, aproveitou um intervalo do espetáculo para tocar alguns clássicos
consagrados, iniciativa aplaudida pelo público. Mas a atração da noite foi a palestra de Menotti del Picchia
sobre a arte estética. Menotti apresenta os novos escritores dos novos tempos e surgem vaias e barulhos
diversos (miados, latidos, grunhidos, relinchos…) que se alternam e confundem com aplausos. Contudo,
segundo Haroldo Lívio, o poeta Agenor Fernandes Barbosa foi o único participante aplaudido pelo público
no segundo dia do evento.[14] Quando Ronald de Carvalho lê o poema intitulado Os Sapos de Manuel
Bandeira (poema criticando abertamente o parnasianismo e seus adeptos, ou seja, a crítica é dirigida
diretamente à forma tradicional dos parnasianos fazerem poemas com regras, Bandeira dizia que essa
maneira não era a verdadeira literatura), o público faz coro atrapalhando a leitura do texto. A noite acaba
em algazarra. Ronald teve de declamar o poema pois Bandeira estava impedido de fazê-lo por causa de
uma crise de tuberculose.
17 de fevereiro (Sexta-feira) - O dia mais tranquilo da semana, apresentações musicais de Villa-Lobos, com
participação de vários músicos. O público em número reduzido, portava-se com mais respeito, até que Villa-
Lobos entra de casaca, mas com um pé calçado com um sapato, e outro com chinelo; o público interpreta a
atitude como futurista e desrespeitosa e vaia o artista impiedosamente. Mais tarde, o maestro explicaria que Importantes figuras do modernismo,
em 1922. Mário de Andrade (sentado),
não se tratava de modismo e, sim, de um calo inflamado.
Anita Malfatti (sentada, ao centro) e
Zina Aita (à esquerda de Anita).
Reações conservadoras
Na época, boa parte da mídia reagiu de forma conservadora ao Movimento da Semana de Arte de 1922
referindo-se aos vanguardistas como "subversores da arte", "espíritos cretinos e débeis" ou "futuristas
endiabrados". Mas, uma exceção foi o jornal Correio Paulistano que apoiou os lançamentos e críticas do
movimento.[15]

Desdobramentos Da esquerda para a direita: Pagu,


Elsie Lessa, Tarsila do Amaral, Anita
Vale ressaltar, que a Semana em si não teve grande importância em sua época, foi com o tempo que ganhou
Malfatti e Eugênia Álvaro Moreyra
valor histórico ao projetar-se ideologicamente ao longo do século. Devido à falta de um ideário comum a todos
os seus participantes, ela desdobrou-se em diversos movimentos diferentes, todos eles declarando levar
adiante a sua herança.[carece de fontes]

Ainda assim, nota-se até as últimas décadas do século XX a influência da Semana de 22, principalmente no Tropicalismo e na geração da Lira
Paulistana nos anos 70 (Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, entre outros). O próprio nome Lira Paulistana é tirado de uma obra de Mário de Andrade.
[carece de fontes]

Mesmo a Bossa Nova deve muito à turma modernista, pela sua lição peculiar de "antropofagia", traduzindo a influência da música popular norte-
americana à linguagem brasileira do samba e do baião.[carece de fontes]

Entre os movimentos que surgiram na década de 1920, destacam-se:

Movimento Pau-Brasil
Movimento Verde-Amarelo
Movimento Antropofágico

A principal forma de divulgação destas novas ideias se dava através das revistas. Entre as que se destacam, encontram-se:

Revista Klaxon
Revista de Antropofagia

Ver também
Modernismo
Arte moderna
Modernismo brasileiro
Vanguardas europeias

Referências
1. ↑ Cultural, Instituto Itaú. «Semana de Arte Moderna» . Enciclopédia Itaú 9. ↑ Cardoso, Rafael (janeiro 2015). «MODERNISMO E CONTEXTO
Cultural. Consultado em 24 de janeiro de 2022 POLÍTICO: A RECEPÇÃO DA ARTE MODERNA NO CORREIO DA
2. ↑ «100 anos da Semana de Arte Moderna de 22» . 100 anos da Semana MANHÃ (1924-1937)» (PDF). rev. hist. (São Paulo). Consultado em
de Arte Moderna de 22. Consultado em 24 de janeiro de 2022 11 fevereiro 2020
3. ↑ «Veja 4 curiosidades sobre a Semana de Arte Moderna de 1922» . Guia 10. ↑ «Exposição Lasar Segall» . Correio Paulistano: 3. 26 de fevereiro de
do Estudante. Consultado em 11 de fevereiro de 2020 1913. Consultado em 8 de fevereiro de 2022
4. ↑ Web, Alfama. «Sindifisco SE | OS BASTIDORES DA SEMANA DE ARTE 11. ↑ «Exposição Lasar Segall» . Correio Paulistano (17818,): 3. 2 de março
MODERNA DE 1922» . SINDIFISCO (em inglês). Consultado em 11 de de 1913. Consultado em 8 de fevereiro de 2022
fevereiro de 2020 12. ↑ «Exposição Lasar Segall» . Correio Paulistano (17818): 2. 5 de abril de
5. ↑ «BNDigital» . BNDigital. Consultado em 11 de fevereiro de 2020 1913. Consultado em 8 de fevereiro de 2022
6. ↑ «Um mineiro na Semana de Arte Moderna» . Consultado em 23 de 13. ↑ BARBOSA, Agenor. “Os Novos Subsídios para uma reação "actualista”,
setembro de 2021 Correio Paulistano, 14 de maio de 1921, p.1
7. ↑ REBELLO, Ivana Ferrante; DE PAULA, Fabiano Lopes. Uma tristeza 14. ↑ «Um mineiro na Semana de Arte Moderna» . Consultado em 23 de
mineira numa capa de garoa, editora ramalhete, Belo Horizonte, 2020 setembro de 2021
8. ↑ José Mindlin (22 de fevereiro de 1999). «Rubens Borba de Moraes: um 15. ↑ Artigo Correio Paulistano. Wikipédia. Acesso em 08/06/2013.
intelectual incomum» (PDF). Consultado em 30 de agosto de 2010

Ligações externas
«Editorial de 15 de maio de 1978 da Folha de S.Paulo sobre a Semana»
«Pitoresco.com.br»

Portal da arte Portal do Brasil Portal da literatura Portal da cidade de São Paulo

Categorias: Arte moderna Literatura do Brasil Modernismo brasileiro Poesia do Brasil 1922 no Brasil Movimentos da poesia moderna
Arte no Brasil do século XX

Esta página foi editada pela última vez às 07h06min de 10 de fevereiro de 2022.

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