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LIDERANÇA EM ENFERMAGEM²
Introdução
ESTILOS DE
LIDERANÇA
PROCESSO
LIDERANÇA
LIDERANÇA DEMOCRÁTICA LIDERANÇA LIBERAL
AUTOCRÁTICA
O foco principal nas teorias inicias sobre liderança centrava-se na figura do líder e nas
suas características pessoais, procurando as diferenças de atributos entre líderes e não-
líderes. Na evolução das pesquisas acerca da liderança, os estudiosos a partir da década de
70 expandiram o número de variáveis que afetam a liderança efetiva, incluindo o aumento da
complexidade do ambiente de trabalho, a cultura da organização e a influência do líder
(MARQUIS; HUSTON, 2010).
Marquis e Huston (2010) trazem que as tentativas de integração das variáveis são
evidentes nas teorias contemporâneas de liderança interacional e transformacional. Além
disso, para esses autores, muitas teorias de liderança e administração surgiram no XXI para
explicar a complexidade das relações entre lideres e liderados, considerando o contexto onde
o trabalho é desenvolvido e o alcance das metas.
No século XX, como reflexo das ciências sociais e da mudança de perspectiva dos
processos das relações humanas, o foco principal da liderança passa a ser o comportamento
interpessoal entre líderes e liderados, entre a pessoa que influência e as pessoas
influenciadas. Para McEwen e Wills (2009), as principais teorias contemporâneas de liderança
existentes são a liderança interacional, transacional e transformacional.
ressaltando que a autoridade por titulação e cargo não é mais suficiente para moldar uma
força de trabalho em que os trabalhadores são estimulados a pensar por si próprios e em que
o administrador precisa atuar de maneira sinérgica com as pessoas (MARQUIS; HUSTON,
2010).
responsável pela condução desse movimento, deve agir como um negociador nesse
processo, entre as expectativas e a finalidade de exercício profissional de enfermagem.
Vale lembrar, conforme Kurcgant et al (2010), a atuação do enfermeiro na dupla
dimensão do processo de trabalho que engloba ações assistências e gerenciais. Na
perspectiva da gerência de pessoas, irá empregar estratégias de liderança de enfermagem
voltadas para as transformações, ou seja, inovadoras, tendo como linha fundamental a
melhoria da qualidade da assistência de enfermagem e, além disso, buscar alternativas que
possibilitem maior satisfação para os componentes da equipe de enfermagem no
desempenho de suas funções (GALVÃO, 1998).
Porém, para Kurcgant et al (2005) a proposta de trabalho em equipe foi introduzida na
enfermagem como discurso e pouco visualizada na prática, o que mantém a organização do
trabalho centrado na tarefa. Nesse contexto, o desenvolvimento das habilidades e
competências, na perspectiva gerencial do enfermeiro para assumir a liderança, visa
fortalecer a enfermagem enquanto equipe mudando o panorama das inter-relações humanas
no trabalho de enfermagem.
Essa é uma tendência contemporânea, ou seja, a preocupação do enfermeiro em ampliar
suas habilidades enquanto líder de sua equipe, para desenvolver em seu ambiente de
trabalho, cada vez mais, estilos de liderança eficaz que conduzam ao sucesso do trabalho da
equipe.
A Joint Commission (2008) caracteriza as equipes de sucesso por apresentar liderança
compartilhada, tomada de decisão conjunta, implementação consistente de planos.
Observação de regras fundamentais para a comunicação, gerenciamento eficaz de conflitos,
relações interpessoais sólidas e coleguismo.
De forma geral, nas definições de liderança é focalizado o papel inerente ao líder,
apresentando as seguintes habilidades: aquele que toma decisões, comunicador, avaliador,
facilitador, aquele que assume riscos, mentor, energizador, treinador, conselheiro, professor,
pensador crítico, intermediário, influenciador, advogado, visionário, previdente, capacidade de
análise, solucionador criativo de problemas, agente de mudanças diplomata e modelo de
conduta (MARQUIS; HUSTON, 2010; ALBUQUERQUE, 2005).
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Através dessas habilidades os líderes exercem o poder, sendo o recurso que permite
influenciar as pessoas ou obter sua submissão, a influência é poder, quem a tem sobre outra
pessoa exerce poder sobe ela (CHIAVENATO, 2004).
Buscar uma definição de liderança é um grande desafio, pois depende do autor como
veremos a seguir, ainda não existe uma construção conceitual do seu significado.
Para Chiavenato (2005) a liderança é definida como uma influência interpessoal, na qual
uma pessoa age no sentido de modificar ou despertar o comportamento de outra(s) de
maneira intencional, exercida em uma determinada situação e orientada pelo processo de
comunicação humana para obtenção de um ou mais objetivos específicos.
No quadro 2 apresenta-se os graus de influência exercidos no processo de liderança,
conforme citado por Chiavenato (2005).
diferenciar líder de gerente, sendo que ambos influenciam, não importa a forma, se
autocrática, democrática ou qualquer outra, o que deve ser considerado é a dinâmica da
influência entre o líder e os liderados (ALBUQUERQUE, 2005; MARQUIS; HUSTON, 2010;
KURCGANT et al, 2010).
Frente aos problemas encontrados nos contextos de prestação da assistência a saúde, a
liderança eficaz é sem dúvida fundamental ao sucesso da organização no século XXI. Para os
enfermeiros ampliarem a capacidade de exercer a liderança é premente desenvolver o
conhecimento e habilidades de gerenciamento e de liderança, para que possam atuar como
agentes de mudança (LOURENÇO et al., 2005).
Ao buscar mudança de atitude na equipe, o enfermeiro líder influência o comportamento
de seus liderados e não determinar a forma do comportamento. Na visão clássica da
administração, os liderados seriam passivos e dependentes, movidos pela vontade do líder,
no enfoque contemporâneo os liderados são sujeitos ativos em qualquer relação, inclusive a
de liderança (ALBUQUERQUE, 2005).
Porém, segundo Strapasson e Medeiros (2009), no exercício das habilidades de
liderança no cotidiano dos enfermeiros, ainda é evidenciado na prática gerencial o foco no
controle sob os liderados, entendendo a liderança como imposição dos líderes sobre os
liderados. Em contraposição, a liderança eficaz para estas autoras, está expressa pela busca
do conhecimento, do trabalho em grupo e do desenvolvimento de novas habilidades para
gerenciar e liderar sua equipe à auto-eficácia, a qualidade da assistência e atender aos
objetivos da instituição.
Para o Joint Commission (2008), os enfermeiros líderes continuam a assumir, no cenário
hospitalar cada vez mais responsabilidades, encontrado nesse percurso frustrações e
desafios, sendo o ambiente mais complexo do ponto de vista tecnológico, no sistema de
fornecimento de atendimento à saúde. Assume a responsabilidade de coordenação do
produto dos hospitais, o fornecimento e a prevenção dos riscos atrelados aos cuidados de
enfermagem.
Para obter eficiência nos processos de trabalho requer planejamento, implementação e
avaliação de estratégias que ampliem os conhecimentos da equipe de enfermagem. Para
tanto, o enfermeiro-líder deve direcionar as ações, as atividades e o desempenho dos demais
colaboradores de sua equipe, a Joint Commission (2008) ressalta que o emprego da liderança
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Esse texto é uma fonte de inspiração para a eficiência do trabalho de enfermagem, como
destaca Oliveira (2009), apesar de ser escrito há mais de 60 anos, quando a enfermagem
lutava para qualificar bem a profissão, demonstra-se na atualidade como uma necessidade
presente, viva e evidente.
Na contemporaneidade, o enfermeiro líder é aquele que emprega para o sucesso de sua
atuação, além do saber técnico de enfermagem e os conteúdos da administração, práticas
que favoreçam suas relações. Ao idealizarmos o enfermeiro líder, inicia-se na arte de
conhecimento das necessidades e expectativas profissionais das pessoas que lidera inclusive
dele próprio, como fundamental para eficiência e eficácia do processo de liderança. De acordo
com Galvão et al (1998) o enfermeiro líder do futuro, precisaria destacar-se como membro da
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Para finalizar...
Os enfermeiros líderes contemporâneos devem buscar um tênue equilíbrio entre a
liderança e as ferramentas do processo administrativo. Nessa perspectiva, o gerenciamento
do cuidado quando calcado em estratégias operacionais é insuficiente, por não apreender as
mudanças no contexto, as estratégias precisam trabalhar com as incertezas que circundam o
mundo vivido dos profissionais. Os cuidados de enfermagem dependem essencialmente das
pessoas que são influenciadores e ao mesmo tempo são influenciadas pelo contexto,
nenhuma estratégia pode ser vista linearmente como eficiente em todas as situações.
Nesse sentido, a marca da liderança adotada é da era das relações, como o
fortalecimento das habilidades pessoais dos enfermeiros líderes e dos liderados, que favoreça
a confiança para o fortalecimento da equipe de trabalho, não perdendo de vista o indivíduo ao
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Referências