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SENTENÇA

                          Dispensado o relatório na forma regimental ? art. 38 da lei 9099/95


                        No tocante a preliminar de ilegitimidade passiva suscitada, tal se confunde com as razões
de mérito sustentadas, e assim será analisada.
Do mérito .
                        O caso em apreço versa sobre responsabilidade pelo fato do serviço, disciplinado pelo art.
14 do Código de Defesa do Consumidor, consistente em acontecimento externo que cause dano material ou
moral ao consumidor, decorrente de defeitos na prestação de serviços.
                        Com isso, o sobredito Diploma Legal esposou a teoria do risco do empreendimento,
estabelecendo a responsabilidade objetiva na reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação de serviços, ou seja, a responsabilidade nestes casos independe de culpa,
apenas eximindo-se o prestador de serviços caso demonstre a inexistência do defeito apontado. Desta
forma, o Código de Defesa do Consumidor estabeleceu que o fornecedor de serviços deverá demonstrar
que não houve defeito na prestação de serviços ou que houve culpa exclusiva do consumidor ou de
terceiros.

                        Outrossim, O Código de Defesa do  Consumidor, em seu art. 6o, inciso VIII, prevê a
inversão do ônus da prova em favor do consumidor como uma forma de facilitar a sua defesa no processo,  
de maneira a assegurar o equilíbrio das partes na relação jurídica, ficando a critério do Juiz quando for
verossímil a alegação do consumidor, ou quando este for hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiência .
                        No caso em comento, a questão de mérito está intimamente ligada ao dever jurídico
impingido à ré de comunicar previamente ao consumidor  acerca da inclusão do seu nome no banco de
dados de inadimplentes, na forma do art. 43, §2º do CDC.
                        Assim, a legitimidade passiva para responder por dano moral resultante da ausência de
comunicação prevista no art. 43,§²º do CDC, pertence ao banco de dados ou à entidade cadastral  a quem
compete concretamente proceder à negativação que lhe é solicitada pelo credor.
                        Dessa forma, não merece prosperar a preliminar argüida pela Reclamada.
                        Como é sabido, o STJ  editou a Súmula nº404 que diz: 
 "É dispensável o Aviso de Recebimento (AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre a negativação
de seu nome em bancos de dados e cadastros ".
Cotejando as provas dos autos, verifica-se que a Reclamada SERASA se desincumbiu da
atividade probatória que lhe competia, pois demonstrou, através dos documentos digitalizados no evento nº
09, ter observado o que dispõe o art.43, § 2º do CDC. Em que pese o endereço da reclamante ser diverso
dàquele para onde foi enviada a notificação, não seria razoável imputar à reclamada responsabilização pelo
não recebimento da carta.  Isto porque, em casos deste jaez, compete à instituição apontadora da
negativação a informação do correto endereço da pessoa a ser negativada.
                        Posto isto e por tudo o mais que dos autos consta, arrimada no art. 14 da Lei 8078/90,
JULGO IMPROCEDENTE  O PEDIDO formulado por Neyla Leite Maciel, em desfavor do SERASA SA, e por
conseguinte extingo o processo com resolução de mérito.
                         Sem custas e honorários, porquanto descabíveis nesta fase processual.
                        P.R. Intime-se.
                         Ilhéus, 20 de outubro de 2011.

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