Você está na página 1de 1

Segundo Hungria et al.

(2020), a nodulação das plantas é de grande


importância para a FBN, pois indica a presença das bactérias responsáveis por este
processo. Durante a fase de floração da cultura da soja, observou-se a presença de 15 a
30 nódulos por planta a campo, ou 100 e 200 mg de nódulos secos por planta, indicando
uma boa nodulação em T2 e T3. Segundo Ferlini (2006), o Azospirillum brasilense tem
a capacidade de produzir fitohormônios (auxinas, giberelinas, citocininas e etileno) que
podem contribuir para um maior desenvolvimento do sistema radicular e maior
produção de nódulos. Estes hormônios atuam nas células das raízes, promovendo
divisões celulares, com afrouxamento das paredes celulares, e consequentemente, maior
crescimento de tecidos. Segundo Pommorsky (2015), a combinação de microrganismos
pode aumentar em 84% o número de nódulos, quando comparado ao tratamento que
utiliza somente bactérias simbiontes de soja. Outros trabalhos, como o de Guimarães et
al. (2021), analisaram tratamentos contendo diferentes doses do coinoculante com
Pseudomonas fluorescens em conjunto a inoculação padrão. Observou-se no tratamento
com 50% de adubação fosfatada e coinoculação com P. fluorescens, na dose de 4mL
kg-1 de sementes melhores resultados em número de nódulos por planta (32,06) e massa
seca de nódulos (459,62 mg planta-1). Assim, esperava-se maior número e massa de
nódulos no tratamento de coinoculação, porém essa observação não foi confirmada. O
mesmo já foi registrado por outros autores, como Magro et al (2016), que avaliou a
coinoculação no estádio V2 da soja, com B. japonicum e A. brasilense e outro
tratamento com B. japonicum, A. brasilense, P. fluorescens e R. tropici. A nodulação,
porém, não foi significativa entre os tratamentos, apresentando uma média geral de 35
nódulos por planta. Da mesma forma, não foi significativo a diferença de resultados da
coinoculação em soja entre B. japonicum e A. brasilense, no ensaio conduzido na
Lapa/PR por Pacentchuk et al. (2020).
Diversos são os fatores que podem ter influenciado na indiferente resposta da
coinoculação com A. brasilense e P. fluorescens na nodulação. À medida que o pH do
solo reduz de 6, as condições podem se tornar muito ácidas para que os rizóbios criem
efetivamente o fator de formação dos nódulos. Outro fator com possível contribuição
negativa seria o sal no solo, aparecendo naturalmente ou devido à irrigação. Porém, a
hipótese mais provável, é a que quando os níveis de nitrogênio transportado no solo
sobem, a formação de nódulos é afetada negativamente (NOVOZYMES, 2022). Por
isso, se as plantas já tiverem uma fonte de nitrogênio disponível dentro de suas
necessidades, não há incentivo para sinalizar aos rizóbios para formar nódulos.

Você também pode gostar