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Escola:

Direção:
Coordenadora:
Professoras: Edileuza Saturniz
Séries: Ed. Infantil ao 3º ano

Projeto-Contos tradicionais
1º ano
Justificativa:
Ler e ouvir histórias são práticas que agradam a adultos e crianças! é
mesmo bom viajar pela imaginação de diferentes autores, com o jeito muito especial que
cada um deles tem de nos envolver em suas histórias cheias de aventuras, mistérios,
suspense ou encantamento.
Nesta II unidade, você e seus colegas lerão, conversarão sobre contos
tradicionais infantis que conhecem e ouvirão a leitura de outros, conhecidos e apreciados
por crianças do mundo todo.
Com as atividades propostas no projeto, as crianças darão um passo
para a percepção de elementos da linguagem escrita. Perceberão elementos
linguísticos e discursivos e avançarão com relação ao domínio das normas da Língua
Portuguesa. Terão também oportunidade de produzir algo com uma finalidade
sociocultural e vivenciar uma prática que ocorre normalmente fora da escola, como
escrever livros.
Esta proposta permite que os alunos trabalhem com contos
tradicionais, um tipo de texto que a maioria das crianças já conhece. Isso proporciona
uma situação favorável para se trabalhar com as normas da Língua Portuguesa; os
momentos adequados para ler, ouvir, falar e escrever; a utilização de diversos tipos
de registros (lista, livro); a linguagem escrita como forma de organização de
informações; a maneira culturalmente adequada para escrever.

Propósito:Ler contos tradicionais e produzir novas versões para confeccionar um livro para
ler em casa com seus familiares.

Contos Tradicionais: Os sete cabritinhos, João e Maria e Chapeuzinho Vermelho;

Objetivos:
1. Apropriar do gênero Contos tradicionais;
2. Identificar personagens, suas características e a sequência temporal do texto;
3. Identificar, com o auxílio do professor, possíveis elementos constitutivos da
organização interna de um conto tradicional: situação inicial, desenvolvimento da
ação e situação final.
4. Comparar diferentes versões de um mesmo conto;
5. Recontar contos tradicionais, apropriando-se das características do texto-fonte.
6. Compreender o uso das variedades linguísticas para caracterizar os personagens;
7. Desenvolver a linguagem oral, a leitura e escrita de acordo com o gênero;
8. Compreender a organização do texto: Margem, parágrafo, título;
9. Apropriar do uso de elementos do discurso direto: Travessão, ponto parágrafo e dois
pontos:

10. Reescrever conto tradicional a partir de modelo, levando em conta o gênero e o seu
contexto de produção, ditando-o ao professor ou escrevendo de acordo com a
hipótese de escrita.
11. Revisar suas próprias produções “novas versões contos tradicionais”. No coletivo,
duplas e individual.
Material necessário: Papel oficio, lápis, caderno, data show, livros literários com contos
tradicionais;

Desenvolvimento:
1ºaula:
Od1: Levantamento do conhecimento prévio do aluno acerca dos contos, anotando as
impressões dos alunos no quadro:
1. O que são contos tradicionais?
2. Quais contos tradicionais vocês conhecem:
3. Quais personagens dos contos tradicionais vocês conhecem?
4. O que sabem sobre eles.
Essa conversa inicial é importante para as crianças compartilharem informações que ajudam
a compreender os contos.

O que eu sei sobre os Contos O que eu aprendi sobre os Contos


tradicionais tradicionais

Observação: Deixar à disposição alguns exemplares de diferentes livros que contêm os


contos tradicionais que aparecem nas imagens tornará a conversa ainda mais atrativa e
evitará a dispersão dos alunos, além de favorecer que relacionem os contos aos suportes
originais.

Od2: Apresentar em slide imagens de alguns “Contos Tradicionais” para iniciar o trabalho
com o projeto;
1. Observe as imagens.
2. Você sabe a que contos elas pertencem?
3. Converse um pouco com seus colegas sobre elas.
Od3: Socialização das descobertas dos alunos, levantando novos questionamentos:
1. Como vocês identificaram quais histórias estavam sendo retratadas na imagem?
2. Quais as pistas levaram as descobertas?
3. Quais as características dos personagens vocês perceberam?

Od4: Para finalizar a aula a professora distribuirá cópias e fará uma leitura do conto João e
Maria para os alunos;

2º aula: Od1: Fazer uma retomada da aula anterior relembrando os alunos, o trabalho com
os contos tradicionais.
Od2:Distribuir cópias e fazer a leitura da 2ª versão de João e Maria e com o auxílio do
professor os alunos irão identificar, possíveis elementos constitutivos da organização interna
do conto tradicional: situação inicial, desenvolvimento da ação e situação final.
No momento da leitura fazer pausas nos pontos estratégicos para mostrar aos alunos a
organização e as características dos contos tradicionais.
Od3: Diagnóstico inicial: Produção coletiva na lousa de uma versão de João e Maria
baseado nas duas versões que eles ouviram na leitura feita pela professora;

Od4: Pedir um aluno para copiar no caderno o texto produzido por eles, em seguida
recolher para possíveis registros.
Escola:
Professor(a)_________________________________________
Aluno (a) ____________________________________________

Atividade do projeto de produções-conto tradicionais

Produza uma versão do conto de João e Maria da melhor forma possível, relembre as duas
versões que a professora leu para você e faça o seu texto:

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3ª aula:Od1:A roda de conversa de hoje traz um desafio: será que você e seus colegas se
lembram do conto “João e Maria”, que ouviram nas aulas passadas? O texto que
produziram? Vamos fazer um reconto oral?

Od2: Agora que você e seus colegas recordaram e recontaram o conto “João e Maria”, é
hora de ler cada um dos trechos a seguir e analisar as principais diferenças entre eles.
Acompanhe a leitura feita por sua professora do início de duas versões diferentes de “João e
Maria”, sobre quem eram e onde viviam as personagens.
EM UMA PEQUENA CASA, PERTO DE UMA GRANDE FLORESTA, UM
POBRE LENHADOR VIVIA COM SEUS DOIS FILHOS – JOÃO E MARIA –
E COM SUA MULHER. A FAMÍLIA ERA MUITO POBRE E MUITAS VEZES
NÃO TINHA O QUE COMER. CERTA VEZ, A SITUAÇÃO FICOU AINDA
PIOR E FALTOUATÉ MESMO O PÃO PARA ALIMENTAR AS CRIANÇAS.

EM UMA LINDA FLORESTA


MORAVA UM POBRE LENHADOR
COM SUA MULHER E DOIS FILHOS
QUE CUIDAVA COM AMOR.
VIERAM TEMPOS DIFÍCEIS.
NÃO SABIAM O QUE FAZER.
E TODOS FICARAM TRISTES,
POIS NÃO TINHAM O QUE COMER.

1. Quais as diferenças entre os dois trechos?


2. Mudou a história mesmo começando de modo diferente?
3. Podemos escrever as mesmas coisas com palavras diferentes?
Nos trechos iniciais:
4. “Como cada versão apresenta as crianças?”,
5. “E para contar quanto era difícil a situação em que se encontravam, sem ter o
que comer?”

Od2: Agora, acompanhe a leitura feita por sua professora do final das versões, sobre o
reencontro do pai com os filhos e o tesouro que trouxeram.

CAMINHARAM BASTANTE ATÉ ENCONTRAR A PEQUENA CASA. CORRERAM


A ABRAÇAR O PAI, QUE CHORAVA DE ALEGRIA AO VER OS FILHOS DE
VOLTA. ERA UM MOMENTO DE ALEGRIA QUE O LENHADOR NÃO CONHECIA
DESDE O DIA EM QUE HAVIA ABANDONADO OS PEQUENOS NA FLORESTA.
A MADRASTA MÁ HAVIA MORRIDO.
FINALMENTE, O HOMEM TERIA SUA FAMÍLIA DE VOLTA. E FICOU
CONTENTE QUANDO MARIA LHE MOSTROU AS PÉROLAS E AS PEDRAS
PRECIOSAS QUE TRAZIA NO AVENTAL. JOÃO ABRIU OS BOLSOS E
DELES TIROU MAIS UM PUNHADO DE PEDRAS DE GRANDE VALOR. E,
ASSIM, ELES VIVERAM JUNTOS E FELIZES PARA SEMPRE.
QUANDO CHEGARAM EM CASA,
FICARAM SABENDO DAQUILO.
O PAI CONTOU ÀS CRIANÇAS
QUE A MADRASTA HAVIA MORRIDO.
ENTÃO, JOÃO E MARIA
O ABRAÇARAM SEM DEMORA.
— QUERIDO PAI, NÃO SE IMPORTE...
ESTAMOS JUNTOS E RICOS AGORA!

Od3: Observem os dois trechos que finaliza a história de João e Maria, assim como, no
início o fim da história não muda o sentido mesmo mudando a forma como se escreve;
Nos trechos finais:
1. “Como é descrito o tesouro que João e Maria encontraram na casa da bruxa?”
2. “E o reencontro com o pai, é contado da mesma forma?”.
3. Escrever as respostas dos alunos na lousa.

4ª aula: Od1: Fazer uma retomada da aula anterior relembrando os alunos, o trabalho com
os contos tradicionais.
Od2: Produção coletiva de outra versão de João e Maria: Os alunos irão ditar para a
professora escrever na lousa ou no cartaz:
1. Como será o início do nosso conto?
2. Quais são os personagens que aparecem na história?
3. Não podemos esquecer que a história tem uma organização: situação inicial,
desenvolvimento da ação e situação final.
Od3: No momento da escrita coletiva a professora vai lendo os trechos escritos e
negociando melhorias se necessário; Perguntar-lhes:
1. “Como um escritor profissional escreveria essa parte?”. Outros desafios importantes:
não ser repetitivo, pontuar o texto e escrever ortograficamente.
2. Reler cada trecho do conto.
3. Discutir com o grupo algumas características e formas de organização como se dará
o desfecho e resolução do conflito do conto.

Od4: Após a escrita fixar o cartaz na parede se for na lousa pedir um aluno para escrever no
caderno para que a professora digite e o texto volte para sala no momento de revisão;

5ª aula: Revisão de texto coletiva

Od1: Realizar a leitura do texto exposto no cartaz e explicar aos alunos que deverão sugerir
alterações para melhorar o texto no que diz respeito a língua (ortografia de palavras; na
pontuação: dois-pontos, travessão, como o texto se arruma na folha se atentando para o
parágrafo, margem e título, ou seja, só fará revisão no que diz respeito a estes aspectos)
para que todos possam ler e apreciar. No momento da leitura e revisão a professora irá
explicar para os alunos qual a função da pontuação no texto;
Od2: Ler cada parágrafo fazendo com que reflitam sobre sua própria escrita e que sugiram
alterações. Indicar aquelas que foram pertinentes.

6ª aula: Leitura pela professora do conto os sete cabritinhos

Od1: Fazer uma retomada das aulas anteriores pedindo que as crianças relembrem os
textos que já foram trabalhados, perguntar qual o gênero está sendo contemplado nessa
unidade e quais as características deste.

Od2: Questionamentos:
1. Você e seus colegas têm ouvido muitas histórias, não é mesmo?
2. Será que conseguem lembrar em quais delas aparecem lobos?
3. Conversem um pouco e depois digam os títulos de algumas. E como são os lobos de
cada história? fale sobre eles.
Od3:Hoje você e seus colegas ouvirão a leitura do conto “o lobo e os sete cabritinhos”, no
qual um lobo muito malvado aparece para aterrorizar uma família de cabritinhos.

Od4:Leitura feita pela professora do conto Os sete Cabritinhos com pausas estratégicas
para que os alunos participem levantando hipóteses. Após a primeira leitura entregar a
primeira versão do conto Os sete Cabritinhos para os alunos acompanhar a segunda leitura
feita pela professora. Neste momento os alunos irão grifar os personagens e suas
características, como cada personagem é descrito na história: Covarde, corajoso, medroso,
esperto, sistematizar os trechos que os alunos grifaram para que eles compreendam as
características dos personagens.

7ª aula: Listar com os alunos os episódios do conto em um cartaz.

Od1:Iniciar a aula relembrando a leitura da aula anterior, questionando: quais os


personagens apareciam na história? E quais as características percebidas por eles destes
personagens?

Od2: Ao listar os episódios do conto, com o auxílio da turma, procure evidenciar quanto este
momento, que antecede a produção pelas duplas, é importante, garantindo que nenhum
episódio seja esquecido quando estiverem reescrevendo o conto. Caso os alunos tenham
dificuldade de recuperar a sequência temporal dos acontecimentos, retome a leitura do
texto, para ajudá-los a rememorar.
Escola:
Professor(a)_________________________________________
Aluno(a) ____________________________________________

Produção de cartaz

PARA ESTA ATIVIDADE DE ESCRITA, O GRANDE DESAFIO É VOCÊ E


SEUS COLEGAS LEMBRAREM CADA UM DOS EPISÓDIOS DO CONTO
OS SETE CABRITINHOS, NA ORDEM EM QUE ACONTECERAM,
E DITÁ-LOS PARA QUE O PROFESSOR OS ESCREVA EM UM CARTAZ.
DEPOIS, É SÓ COPIÁ-LOS NO CADERNO PARA UTILIZAR NO MOMENTO DA
PRODUÇÃO NAS DUPLAS.
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8ª aula: Leitura feita pela professora da segunda versão Os sete cabritinhos;

Od1: Informar aos alunos que irão ouvir uma nova versão da história Os sete cabritinhos e
pedir que eles observem:
1. Os personagens são os mesmos?
2. A história conta a mesma coisa da outra?
3. Quais as diferenças e semelhanças entre elas?
4. Qual você mais gostou e por quê?

Od2: Distribuir cópias nas duplas para os alunos e fazer a leitura da 2ª versão de Os sete
cabritinhos no data show. Com o auxílio da professora os alunos irão identificar
personagens, suas características e a sequência temporal do texto; acompanhando e
grifando cada um desses elementos em seu texto.
No momento da leitura fazer pausas nos pontos estratégicos para grifar e mostrar aos
alunos a organização e as características dos contos tradicionais.
Od3: Após a leitura responder ao questionamento inicial e socializar as anotações feitas nas
duplas.
9ª aula: Produção em duplas
Od1: Organizar os alunos em duplas, previamente selecionadas pela professora para que
possa realizar a reescrita do texto os sete cabritinhos.
Od2: Relembrar com os alunos a história fazendo um reconto oral dos acontecimentos mais
importantes (sequência temporal) para que eles reescrevam com propriedade. Lembrá-los
também que a história tem toda uma organização (situação inicial, desenvolvimento da ação
e situação final).
Od3: Relembrar do cartaz que fizeram para usar como suporte no momento que estiverem
produzindo o texto.
Od4: Pedir que abram o caderno e comece a produção, um escreve e o outro dita e podem
revezar as funções na dupla. Enquanto isso a professora ficará circulando e apoiando as
duplas que estiverem com mais dificuldades.
10ª aula: Revisão da segunda versão-Característica dos personagens.
Od1: Formar as mesmas duplas novamente. Informar aos alunos que irão fazer uma revisão
do texto da aula anterior focando as características dos personagens vão analisar como eles
descreveram cada personagem na sua história.
Od2: A professora mostrará no data show dois trechos dos textos, nos quais os autores
experientes descrevem os personagens para que as crianças compreendam como podem
melhorar a sua escrita.

ERA UMA VEZ UMA CABRA, QUE MORAVA COM SEUS SETE CABRITINHOS EM UMA
LINDA CASINHA COM QUINTAL E JARDIM.

- NINGUÉM SAI DE CASA HOJE ENQUANTO VOU AO MERCADO. A PORTA FICA


FECHADA COM A CHAVE. NÃO ABRAM PARA NINGUÉM. VOCÊS CONHECEM A
MAMÃE: QUANDO VOLTAR, CHAMAREI PELA JANELA COM MINHA VOZ DE SEMPRE,
E BATEREI DE LEVINHO NO VIDRO COM MINHA PATA CLARINHA E DE UNHAS.
CURTAS. APRENDAM QUE O LOBO MAU TEM UM VOZEIRÃO TERRÍVEL E UMA PATA
ESCURA ENORME CHEIA DE UNHAS GIGANTES. MUITO CUIDADO!

Od3: Iniciar a revisão pedindo que cada dupla faça a leitura do seu texto, grifando os
personagens para que depois volte relendo e verificando se caracterizaram cada
personagem e de que forma o fez.
Od4: Enquanto os alunos estão fazendo a atividade a professora circula na sala para ajudar
as duplas que mais necessitam de ajudam e apoie os que dão conta a qualificar ainda mais
seus textos.
Od5: Após a revisão a professora recolherá os textos para fazer uma segunda revisão em
casa e sugerir aos alunos o que podem seguir melhorando e validar o que eles já
conseguiram fazer para qualificar seus textos.
11º Aula: Analise de suas próprias escritas com notas da professora.
Od1: Informar aos alunos que a professora fez algumas sugestões para que eles possam
melhorar ainda mais seus textos:
Od2: Formar as mesmas duplas novamente e pedir que leiam o texto e as observações da
professora se tiverem alguma dúvida chame-a e se achar de acordo fazer a alteração
sugerida. A professora ficará à disposição da solicitação dos alunos para apoiá-los nesta
nova etapa de revisão.
Od3: Ao terminar a revisão farão a leitura do texto para ver como ficou a escrita final.
12º aula: Leitura da primeira versão de Chapeuzinho Vermelho;
Od1: Leitura feita pela professora da primeira versão de Chapeuzinho Vermelh.Distribuir
cópias do texto e com o auxílio da professora os alunos irão identificar, possíveis elementos
constitutivos da organização interna do conto tradicional: situação inicial, desenvolvimento
da ação e situação final.

No momento da leitura fazer pausas nos pontos estratégicos para mostrar aos alunos a
organização e as características dos contos tradicionais.

Od2: Após a leitura, junto com os estudantes fazer a análise do texto no data show, para
que eles percebam a organização interna do conto (início, meio e fim) tomando notas no
próprio texto. Intervenções:
1. Onde aparece no texto a situação inicial?
2. Como vocês conseguiram perceber?
3. Quais elementos nos mostram onde está o desenvolvimento da ação do texto (ápice
da história) o momento mais emocionante?
4. E a resolução do problema, desfecho da história, no qual tudo é resolvido (fim)?

Od3:Enquanto vão analisando vão tomando nota no próprio texto para que nos momentos
de produção possam recorrer ao material.

13º aula:Leitura e análise de texto segunda versão:


Od1:Leitura feita pela professora da segunda versão de Chapeuzinho Vermelho, para que
os alunos observem o discurso direto presente no texto e a organização da margem, título e
parágrafo.
Od2: Propor a leitura do conto Chapeuzinho Vermelho no data show sinalizando o
travessão e os dois pontos: sinais gráficos que, nesta passagem, indica que uma
personagem vai falar e a organização do texto. Aproveitar este momento para conversar
sobre o efeito da variação lexical nos textos.

Od3: Após essa análise fazer o planejamento da produção individual

Od4: Coletivamente os alunos preencherão o roteiro, tendo a pró como escriba, a qual
escreverá em um cartaz, a fim de retomar nas aulas de produção individual:
ESCOLA

PROFª: DATA: / / SÉRIE:

ALUNO:

LEIA O TEXTO E RESPONDA ÀS QUESTÕES.

1º autor Charles perrault

Qual o título? Chapeuzinho vermelho

Quais são os personagens? Chapeuzinho vermelho,o lobo,a


vovó,a mãe o caçador.

Quais são as suas características? A voz grossa,grandes

Em que lugar acontece? Em uma aldia

Quais são as suas características? vizinha

Em que tempo acontece?

Quais fatos mais importantes? Chapeuzinho foi devorada pelo o lobo

Quais os fatos iniciais da história? A mãe pediu para chapeuzinho leva


bolo para a vovó por que a vo estava
doente

Qual o problema a resolver?

Qual é o ponto de tenção

Como é resolvido?

15° aula: Produção individual final;

Od1: Organizar os alunos individualmente e propor que reescrevam o conto escolhido por ele, da
melhor maneira possível, construindo sua própria versão.

Od2: Pedir aos alunos que no momento da escrita saltem uma linha para que possam fazer a revisão na
aula seguinte sem precisar passar tudo a limpo, só os trechos que necessitarem de ajustes, passando a
limpo no final para edição.
Od3: Circular pela classe, ajudando os alunos com comentários que os ajudem a pensar sobre a
organização do texto. Oferecer ajuda aos alunos lembrando-os individualmente as ações implicadas em
uma produção textual; por exemplo: antes de começar a escrita
Propriamente dita, retomar o objetivo (terminar o conto), reler o último parágrafo e negociar as várias
ideias que surgirem, definindo a finalização do conto.
Perguntar-lhes:
 “Como um escritor profissional escreveria essa parte?”.
 Outros desafios importantes: não ser repetitivo, pontuar o texto e escrever ortograficamente.
Od4:A professora recolherá todos os textos escritos pelos alunos para análise

16º aula: Revisão coletiva de trechos dos textos dos alunos

Od1: Selecionar dois ou três trechos (pequenos) do texto de um aluno para revisar coletivamente,
transcrevendo em cartaz de forma correta no quadro. Focar a ortografia (decidir a partir das escritas
anteriores dos alunos) de palavras, discurso direto: dois-pontos, travessão e ponto final, organização do
texto se atentando para o parágrafo, margem e título, ou seja, só fará revisão no que diz respeito a estes
aspectos notacionais.

Od2: Após a revisão coletiva realizar a leitura de como ficou o texto explicando para os alunosque
deverão fazer o mesmo com suas escritas na próxima aula.

17º aula:
Od1:Fazer uma retomada da aula de revisão coletiva focando alguns pontos importantes para o
melhoramento do texto do aluno. Focar pontos observado nas análises feita pela professora das escritas
das crianças.

Observação:As intervenções devem ser definidas/pensadas, após as análises do texto dos alunos,
portanto, a professora pode eleger os pontos mais críticos para fazer as intervenções individuais e
seguir ajudando todos os estudantes no momento da aula.

Od2:Disponibilizar os textos para que individualmente os alunos façam as revisões necessárias dos
aspectos estudados. A professora circulará na sala para fazer intervenções pontuais a cada aluno.
Od3: Recolher novamente o texto, analisar em casa como estão as produções dos alunos e escrever
sugestões de melhorias para que as crianças no momento da revisão final façam as alterações pré-
definidas pela professora, pontos que ainda precisam ser melhorados.

18º aula:Passar a limpo o texto pensando na revisão e edição.

Od1: Comentar com a turma que é hora de olharem para o seu texto com muito cuidado a fim de
poderem melhorá-los o quanto puderem, de forma que o seu texto fique legível para que quando
levarem para casa e lerem para seus familiares todos consigam entender e se deleitar com as leituras.

Od2:Propor a revisão e a edição final do texto, neste momento o aluno fará os últimos ajustes no seu
texto, os quais já revisaram nas aulas anteriores e observem as notas da professora para decidir se
concordam com as sugestões ou descartam. Passar o texto a limpo para na próxima aula fazer as
ilustrações.

19ª AULA: Ilustração do livro.


Od1: Explicar aos alunos que a ilustração assim como o texto precisa estar coerente e representar a
história feita por eles. Ex: Se fizeram uma história de João e Maria precisam desenhar os personagens
e assim por diante.

Od2: Organizar materiais para a ilustração: Hidrocor, lápis colorido, giz de cera réguas...

20º aula: Organização dos livros:

Od1: Decidir junto com os alunos como o livro será organizado (capa, dedicatória, ordem, listas de
alunos, agradecimentos)

Od2:Montar o livro e fazer uma cópia para cada aluno levar para sua casa e fazer leitura para os
familiares. Deixar um exemplar na biblioteca de classe.

Avaliação:Os alunos serão avaliados em todo o processo de produção dos contos (leituras, análises
produções-duplas, coletivo e individual) na participação direta e na contribuição com os colegas.

1ª Versão de JOÃO E MARIA


ERA UMA VEZ UM LENHADOR MUITO POBRE QUE VIVIA COM SEUS
DOIS FILHOS, JOÃO E MARIA, E SUA SEGUNDA ESPOSA. SUA SITUAÇÃO PIOROU E
ELE E A MULHER NÃO TINHAM COMO ALIMENTAR AS CRIANÇAS. ENTÃO, ELA
SUGERIU AO MARIDO QUE AS ABANDONASSE NA FLORESTA. JOÃO E MARIA
OUVIRAM O QUE A MADRASTA DISSE. QUANDO O CASAL ADORMECEU, JOÃO SAIU
E ENCHEU OS BOLSOS COM PEDRINHAS BRANCAS. NA MANHÃ SEGUINTE, TODOS
SE PUSERAMEM DIREÇÃO À FLORESTA. EM CADA TRECHO PERCORRIDO, JOÃO
JOGAVA UMA PEDRINHA NO CHÃO E, ASSIM, IA MARCANDO O
CAMINHO. NO MEIO DA FLORESTA, OS IRMÃOS JUNTARAM UM MONTINHO DE
GRAVETOS E FIZERAM UMA FOGUEIRA. O PAI DISSE:
— CRIANÇAS, DEITEM-SE PERTO DA FOGUEIRA E DESCANSEM. NÓS VAMOS
RECOLHER LENHA. QUANDO TERMINARMOS, VIREMOS BUSCÁ-LOS.
ASSIM FIZERAM JOÃO E MARIA. MAIS TARDE, CANSADOS DE TANTO ESPERAR,
ELES ADORMECERAM. QUANDO ACORDARAM, JÁ ERA NOITE ESCURA E, ASSIM
QUE A LUA CHEIA BRILHOU NO CÉU, FORAM ACOMPANHANDO AS PEDRINHAS ATÉ
VOLTAREM PARA CASA. TEMPOS DEPOIS, A FALTA DE COMIDA AUMENTOU E A
MADRASTA DE NOVO SUGERIU AO PAI QUE ABANDONASSE AS CRIANÇAS NA
FLORESTA. MAS, DESSA VEZ, JOÃO NÃO PÔDE PEGAR PEDRINHAS, POIS A MULHER
TINHA TRANCADO A PORTA. A CAMINHO DA FLORESTA NO DIA SEGUINTE, JOÃO
ESMIGALHOU UM PEDAÇO DE PÃO E FOI JOGANDO AS MIGALHAS NO CHÃO. A
MADRASTA LEVOU AS CRIANÇAS PARA O FUNDO DA FLORESTA E PROMETEU VIR
BUSCÁ-LAS MAIS TARDE, O QUE NÃO ACONTECEU.
QUANDO A LUA APARECEU, AS CRIANÇAS SE PUSERAM A CAMINHO, PORÉM
NÃO ACHARAM NENHUMA MIGALHA. OS PASSARINHOS AS TINHAM COMIDO.
ANDARAM A NOITE INTEIRA E MAIS UM DIA, MAS NÃO CONSEGUIRAM SAIR DA
FLORESTA. JÁ ERA O TERCEIRO DIA QUE ESTAVAM FORA DE CASA. AO MEIO-DIA,
AVISTARAM UM BELO PASSARINHO BRANCO COMO A NEVE POUSADO NO GALHO
DE UMA ÁRVORE. SEU CANTO ERA TÃO BONITO QUE OS DOIS PARARAM PARA
OUVI-LO. QUANDO O PASSARINHO PAROU DE CANTAR, COMEÇOU A VOAR NA
FRENTE DELES. JOÃO E MARIA O SEGUIRAM ATÉ CHEGAREM A UMA CASINHA.
QUANDO SE APROXIMARAM DELA, VIRAM QUE ERA FEITA DE PÃO E COBERTA DE
DOCES E QUE A JANELA ERA DE AÇÚCAR. ESTAVAM COM FOME E LOGO
COMEÇARAM A COMER. A PORTA DA CASA SE ABRIU, E DE DENTRO SAIU UMA
VELHA, QUE BALANÇOU A CABEÇA E DISSE:
— EI, QUERIDAS CRIANÇAS, ENTREM EM MINHA CASA, QUE NINGUÉM VAI LHES
FAZER MAL. A VELHA LEVOU OS DOIS PARA DENTRO DA CASINHA, ONDE LHES
SERVIU UMA BELA REFEIÇÃO. DEPOIS, ELA ARRUMOU DUAS
CAMAS, E JOÃO E MARIA SE DEITARAM, ACHANDO QUE ESTAVAM NO CÉU.
NO ENTANTO, A BONDADE DA VELHA ERA PURA ENGANAÇÃO. ELA ERA UMA

BRUXA MALVADA QUE FAZIA TEMPO ESTAVA DE OLHO NAS CRIANÇAS E TINHA

CONSTRUÍDO A CASA DE PÃO SÓ PARA ATRAÍ-LAS. A VELHA NÃO ENXERGAVA


MUITO BEM, MAS TINHA UM FARO MUITO APURADO: DE LONGE PERCEBIA
QUANDO ALGUÉM SE APROXIMAVA.
DE MANHÃ CEDINHO, ELA VIU AS DUAS CRIANÇAS DORMINDO
TRANQUILAMENTE E PENSOU: “QUE BELO PETISCO VOCÊS VÃO DAR!”.
ENTÃO ELA PRENDEU JOÃO EM UM QUARTINHO, COM GRADES NA PORTA E
NA JANELA. DISSE A MARIA QUE PREPARASSE UMA COISA GOSTOSA PARA SEU
IRMÃO E AMEAÇOU:
— QUANDO ELE ESTIVER BEM GORDINHO, EU VOU COMÊ-LO.
MARIA COMEÇOU A CHORAR, MAS DE NADA ADIANTOU. TODA MANHÃ A

VELHA GRITAVA:
— JOÃO, PONHA O DEDO PARA FORA, PARA EU VER SE VOCÊ ESTÁ GORDINHO.
MAS JOÃO MOSTRAVA SÓ UM OSSINHO DE GALINHA QUE HAVIA GUARDADO,
E A VELHA PENSAVA QUE ERA O DEDO DELE. O TEMPO PASSOU E, COMO O
MENINO CONTINUAVA MAGRO, ELA RESOLVEU COMÊ-LO ASSIM MESMO.
— PRIMEIRO VAMOS ASSAR O PÃO – DISSE A BRUXA. QUANDO ELA CHEGOU
PERTO DO FORNO, MARIA A EMPURROU PARA DENTRO E FECHOU A PORTA.
SOLTOU JOÃO E, COMO NÃO TINHAM MAIS NADA A TEMER, COMEÇARAM A
VASCULHAR A CASA DA BRUXA. EM TODOS OS CANTOS HAVIA BAÚS CHEIOS
DE PEDRAS PRECIOSAS, COM AS QUAIS ENCHERAM OS BOLSOS.
— AGORA VAMOS SAIR DESTA FLORESTA ENFEITIÇADA – DISSE A MENINA.
DEPOIS DE ANDAREM POR ALGUMAS HORAS, OS IRMÃOS CHEGARAM ÀS
MARGENS DE UM GRANDE RIO, EM QUE AVISTARAM UM PATO BRANCO
NADANDO. O PATO OS AJUDOU A ATRAVESSAR O RIO.
DO OUTRO LADO, JOÃO E MARIA RECONHECIAM OS TRECHOS DA FLORESTA.
A CERTA ALTURA, AVISTARAM SUA CASA. ELES SE PUSERAM A CORRER,
ENTRARAM NA CASA E CAÍRAM NOS BRAÇOS DO PAI. O HOMEM NÃO TINHA
VIVIDO UM MINUTO DE ALEGRIA DEPOIS DE ABANDONAR OS FILHOS NA
FLORESTA, E A MULHER HAVIA MORRIDO.
MARIA SACUDIU SEU AVENTAL E AS PÉROLAS E PEDRAS PRECIOSAS ROLARAM
PELO CHÃO. JOÃO TIROU MUITAS OUTRAS DOS BOLSOS. ACABARAM-SE OS
PROBLEMAS, E ELES VIVERAM JUNTOS E FELIZES PARA SEMPRE.

2º texto: João e Maria-?

3º texto:O LOBO E OS SETE CABRITINHOS

O LOBO E OS SETE CABRITINHOS

ERA UMA VEZ UMA VELHA CABRA QUE TINHA SETE CABRITINHOS QUE ELA
AMAVA COMO SÓ UMA MÃE SABE AMAR SEUS FILHOS. UM DIA ELA PRECISOU
IR ATÉ A FLORESTA BUSCAR COMIDA PARA ELES. CHAMOU OS SETE E DISSE:
— MEUS QUERIDOS FILHINHOS, VOU ATÉ A FLORESTA. TRATEM DE TOMAR
MUITO CUIDADO COM O LOBO, OLHEM LÁ, PORQUE, SE ELE ENTRASSE NESTA
CASA, DEVORARIA VOCÊS TODOS E NÃO SOBRAVA NEM UM PELINHO. AQUELE
LOBO É BANDIDO E ESPERTALHÃO, SABE FAZER OS OUTROS PENSAREM QUE É
OUTRA PESSOA. MAS NÃO TEM ERRO. VOCÊS LOGO RECONHECEM PELA VOZ
ROUCA E PELAS PATAS PRETAS. OS CABRITINHOS RESPONDERAM:
— ESTÁ BEM, MÃEZINHA, VAMOS TOMAR MUITO CUIDADO, PODE SAIR SOSSEGADA.
A VELHA MÃE FEZ BÉÉÉ, CONCORDANDO, E FOI-SE EMBORA SEM SE PREOCUPAR.
LOGO EM SEGUIDA ALGUÉM BATEU NA PORTA DA CASA DOS CABRITINHOS,
GRITANDO:
— ABRAM, FILHINHOS QUERIDOS, É A MAMÃE QUE ESTÁ VOLTANDO COM UMA
LEMBRANÇA PARA CADA UM DE VOCÊS!
MAS, PELA VOZ ROUCA, OS CABRITINHOS VIRAM QUE ERA O LOBO.
— NÓS NÃO VAMOS ABRIR COISA NENHUMA – RESPONDERAM ELES.

— VOCÊ
NÃO É A NOSSA MÃE, QUE TEM UMA VOZ SUAVE E GENTIL. VOCÊ TEM VOZ
GROSSA, VOCÊ É O LOBO. OUVINDO AQUILO, O LOBO CORREU ATÉ O
MERCADINHO E COMPROU UM PEDAÇO BEM GRANDE DE GIZ, QUE ENGOLIU PARA
FICAR COM A VOZ SUAVE. EM SEGUIDA VOLTOU, BATEU NA PORTA DA CASA E
GRITOU:
— ABRAM, MEUS QUERIDOS FILHINHOS, É A MAMÃE QUE ESTÁ VOLTANDO COM
UMA LEMBRANÇA PARA CADA UM DE VOCÊS!

MAS O LOBO TINHA APOIADO A PATA PRETA NA BORDA DA JANELA E OS


CABRITINHOS, QUE VIRAM, GRITARAM:
— NÃO, NÃO ABRIMOS! NOSSA MÃE NÃO TEM
UMA PATA PRETA FEIOSA COMO ESSA SUA, VOCÊÉ O LOBO.

AÍ O LOBO FOI CORRENDO ATÉ A PADARIA E DISSE AO PADEIRO:


— DEI UMA TOPADA COM A PATA! POR FAVOR, PONHA UM EMPLASTRO NO MEU
MACHUCADO!
E DEPOIS QUE O PADEIRO COBRIU SUA PATA COM MASSA DE PÃO, O LOBO
FOI TROTANDO LIGEIRINHO ATÉ A CASA DO MOLEIRO E DISSE A ELE:
— PASSE FARINHA BRANCA NESTE MEU EMPLASTRO!
MAS O MOLEIRO PENSOU: “ESSE LOBO DEVE ESTAR TENTANDO ENGANAR
ALGUÉM...”, E DISSE QUE NÃO IA PASSAR FARINHA NENHUMA. MAS O LOBO
FALOU COM SUA VOZ ROUCA:
— SE VOCÊ NÃO PASSAR FARINHA NO MEU EMPLASTRO, EU COMO VOCÊ.
O MOLEIRO FICOU COM MEDO E PASSOU FARINHA BRANCA NA PATA DO
LOBO. POIS É! AS PESSOAS SÃO ASSIM.
E LÁ SE FOI AQUELE LOBO TÃO MAU, PELA TERCEIRA VEZ, BATER NA PORTA DA
CASA DOS CABRITINHOS DIZENDO:
— ABRAM, MEUS FILHINHOS, É A MAMÃEZINHA QUERIDA DE VOCÊS QUE ESTÁ
CHEGANDO DA FLORESTA COM UMA LEMBRANÇA PARA CADA UM DE VOCÊS!
E OS CABRITINHOS RESPONDERAM:
— PRIMEIRO NOS MOSTRE A SUA PATA, PARA A GENTE PODER VER SE VOCÊ É
MESMO A NOSSA MÃEZINHA QUERIDA.
O LOBO ENCOSTOU A PATA NA VIDRAÇA E, QUANDO OS CABRITINHOS VIRAM
QUE A PATA ERA BRANCA, ACREDITARAM QUE ERA VERDADE O QUE O LOBO
HAVIA DITO E ABRIRAM A PORTA. MAS QUEM ENTROU NA CASA DELES?
O LOBO. OS CABRITINHOS FICARAM APAVORADOS E FORAM CORRENDO SE
ESCONDER. UM DELES CORREU PARA DEBAIXO DA MESA, O SEGUNDO FOI
PARA TRÁS DA CAMA, O TERCEIRO PULOU PARA A LAREIRA, O QUARTO
VOOU PARA A COZINHA, O QUINTO SE TRANCOU NO ARMÁRIO, O SEXTO
FOI PARA TRÁS DA PIA E O SÉTIMO ENTROU NA CAIXA DO RELÓGIO DE
PÊNDULO. MAS O LOBO CONSEGUIU ENCONTRAR TODOS E NÃO PERDEU
TEMPO COM CONVERSA MOLE: ENGOLIU TODOS, UM POR UM, DE UMA
BOCADA SÓ. TODOS, MENOS O ÚLTIMO, O MENOR DOS SETE, QUE TINHA
IDO SE ESCONDER NA CAIXA DO RELÓGIO DE PÊNDULO. AQUELE CABRITINHO
O LOBO NÃO CONSEGUIU ENCONTRAR. DEPOIS DE MATAR O DESEJO
E ACALMAR A FOME, O LOBO SAIU DA CASA DOS CABRITINHOS E FOI
CALMAMENTE SE DEITAR DEBAIXO DE UMA ÁRVORE NA CAMPINA, ONDE
POUCO DEPOIS CAIU NO SONO.
DONA BIQUETTE, A POBRE MÃE, VINHA VOLTANDO PARA CASA DA FLORESTA E,
QUANDO CHEGOU, OH, DESGRAÇA! QUE ESPETÁCULO MEDONHO ELA FOI
ENCONTRAR! A PORTA DA FRENTE ABERTA: A MESA, AS CADEIRAS E OS BANCOS
CAÍDOS NO CHÃO, A PIA TODA ESPEDAÇADA, A CAMA TODA DESARRUMADA, AS
COBERTAS E LENÇÓIS NO CHÃO,OS TRAVESSEIROS TAMBÉM. ELA
PROCUROU SEUS FILHINHOS E NÃO CONSEGUIU ENCONTRÁ-LOS EM
LUGAR NENHUM. CHAMOU UM PORUM PELOS NOMES, SEM RESULTADO:
ELES NÃO RESPONDIAM. MAS BEM NO FIM, QUANDO CHEGOU A VEZ DE
CHAMAR O SÉTIMO CABRITINHO, OUVIU-SE UMA VOZINHA BEM FINA:
— MAMÃE QUERIDA, ESTOU ESCONDIDO NA CAIXA DO RELÓGIO.
A MÃE TIROU O FILHINHO DE LÁ E ELE CONTOU A ELA QUE O LOBO
TINHA IDO À CASA DELES E QUE HAVIA DEVORADO TODOS OS OUTROS
CABRITINHOS. VOCÊS BEM PODEM IMAGINAR COMO A DONA BIQUETTE
CHOROU POR SEUS INFELIZES FILHINHOS!
ARRASADA DE TRISTEZA, ELA ACABOU SAINDO DE CASA COM O CABRITINHO
TROTANDO ATRÁS DELA. QUANDO ELA CHEGOU NA CAMPINA, VIU O LOBO,
DEITADO DEBAIXO DA SUA ÁRVORE, RONCANDO TÃO FORTE QUE AS FOLHAS
E ATÉ OS GALHOS DA ÁRVORE TREPIDAVAM. A VELHA CABRA EXAMINOU O
LOBO ATENTAMENTE, POR TODOS OS LADOS, E PERCEBEU QUE DENTRO DA
SUA BARRIGA ESTUFADA PARECIA QUE HAVIA ALGUMA COISA SE REMEXENDO.
“MEU DEUS!”, PENSOU ELA. “SERÁ POSSÍVEL QUE MEUS FILHINHOS, OS
COITADOS DOS MEUS FILHINHOS, QUE O LOBO TRANSFORMOU NO JANTAR
DELE, AINDA ESTÃO VIVOS?” DEPRESSA, DEPRESSA, O MENORZINHO TEVE
QUE IR CORRENDO ATÉ EM CASA PARA BUSCAR A TESOURA, UMA AGULHA
E LINHA BEM FORTE. QUANDO ELE VOLTOU, A MÃE COMEÇOU A CORTAR A
BARRIGA DO MONSTRO E COM A PRIMEIRA TESOURADA UM CABRITINHO
JÁ FOI ENFIANDO A CABEÇA PELO BURACO! ELA CONTINUOU CORTANDO E
OS SEIS CABRITINHOS, UM DEPOIS DO OUTRO, PULARAM PARA FORA, POIS
ESTAVAM BEM VIVOS E SEM NENHUM ARRANHÃO: O MONSTRO, EM SUA
GULODICE, TINHA ENGOLIDO TODOS INTEIROS, SEM DAR NEM MESMO
UMA MASTIGADINHA! QUE ALEGRIA ELES SENTIRAM! NÃO CONSEGUIAM
MAIS PARAR DE ABRAÇAR E BEIJAR A MÃE, PULANDO E CORRENDO COMO O
ALFAIATE NO DIA DE SEU CASAMENTO. MAS A MAMÃE CABRA DISSE A ELES:
— DEPRESSA, VÃO PROCURAR PEDRAS BEM GRANDES PARA A GENTE RECHEAR
A PANÇA DESTA FERA MALDITA ANTES QUE ELA ACORDE.
E OS SETE CABRITINHOS SAÍRAM CORRENDO A TODA A VELOCIDADE COM
SUAS PERNINHAS CURTAS PARA TRAZER TODAS AS PEDRAS GRANDES QUE
ENCONTRARAM. DEPOIS ENCHERAM A BARRIGA DO LOBO O MAIS QUE
PUDERAM. A VELHA MÃE CABRA COSTUROU BEM DEPRESSA E COM TANTA
DELICADEZA QUE ELE NÃO SENTIU NADA E CONTINUOU DORMINDO COMO
SE NADA TIVESSE ACONTECIDO, NEM ESTREMECEU.
DEPOIS DE DORMIR ATÉ SE FARTAR, O LOBO FINALMENTE SE ESPREGUIÇOU E
LEVANTOU, MAS AS PEDRAS DENTRO DE SUA BARRIGA LHE DAVAM UMA SEDE
LOUCA E ELE RESOLVEU IR ATÉ A BEIRA DO LAGO PARA BEBER ÁGUA. O LOBO
COMEÇOU A ANDAR E NA MESMA HORA AS PEDRAS COMEÇARAM A ROLAR
DE UM LADO PARA O OUTRO LÁ DENTRO, FAZENDO A MAIOR BARULHEIRA.
OUVINDO AQUILO O LOBO EXCLAMOU:
--O QUE TANTO CHACOALHA E SE EMBARALHA LÁ DENTRO DA MINHA BARRIGA?
ACHEI QUE ERAM SEIS CABRITINHOS, MAS PELO JEITO SÓ TEM PEDRA!
E QUANDO ELE CHEGOU À BEIRA DO LAGO E SE ABAIXOU PARA BEBER, O
PESO DAS PEDRAS FEZ COM QUE ELE CAÍSSE DENTRO DO LAGO E FOSSE PARA
O FUNDO, ONDE EM POUCO TEMPO SE AFOGOU. OS SETE CABRITINHOS, QUE
TINHAM ASSISTIDO À CENA DE LONGE, VIERAM CORRENDO E ALEGREMENTE
COMEÇARAM A DANÇAR EM VOLTA DA FONTE COM A MÃE DELES,
CANTANDO FELIZES:
— O LOBO MORREU! O LOBO MORREU!
E ASSIM ACABA ESTA HISTÓRIA.

GRIMM, JACOB; GRIMM, WILHELM. CONTOS DE GRIMM.


TRADUÇÃO DE HELOISA JAHN. SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRINHAS, 1996, P.
4º Texto. Segunda versão dos sete cabritinhos

OS SETE CABRITINHOS

ERA UMA VEZ UMA CABRA, QUE MORAVA COM SEUS SETE CABRITINHOS EM UMA
LINDA CASINHA COM QUINTAL E JARDIM.
NA QUELA MANHÃ, ESTAVAM TODOS ASSISTINDO TELEVISÃO ANTES DE MAMÃE
SAIR PARA O MERCADO, FAZER COMPRAS:
A NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA DIZIA:
- CUIDADO: HÁ UM LOBO MAU SOLTO POR AÍ. FOI VISTO PELA ÚLTIMA VEZ FUGINDO
PARA PERTO DO RIO. TODOS ESTAMOS TRABALHANDO PARA CAÇÁ-LO, MAS ATÉ
AGORA ELE CONTINUA SOLTO. AS CRIANÇAS DEVEM FICAR EM CASA ATÉ QUE ELE
ESTEJA BEM PRESO.
- AH! LOGO HOJE QUE ÍAMOS COMEÇAR NOSSO CLUBE NOVINHO LÁ FORA!

MAMÃE CABRA NÃO QUIS SABER: FALOU SÉRIO COM SEUS SETE CABRITINHOS, E
TODOS ENTENDERAM MUITO BEM.

- NINGUÉM SAI DE CASA HOJE ENQUANTO VOU AO MERCADO. A PORTA FICA


FECHADA COM A CHAVE. NÃO ABRAM PARA NINGUÉM. VOCÊS CONHECEM A
MAMÃE: QUANDO VOLTAR, CHAMAREI PELA JANELA COM MINHA VOZ DE SEMPRE,
E BATEREI DE LEVINHO NO VIDRO COM MINHA PATA CLARINHA E DE UNHAS
CURTAS. APRENDAM QUE O LOBO MAU TEM UM VOZEIRÃO TERRÍVEL E UMA PATA
ESCURA ENORME CHEIA DE UNHAS GIGANTES. MUITO CUIDADO!

- ESTÁ BEM, ENTÃO. PODE CONFIAR EM NÓS. VAMOS FICAR BEM ATENTOS.

E LÁ SE FOI A CABRA PARA AS COMPRAS …


ENCONTROU SUA AMIGA NO CAMINHO, E FOI LOGO COMENTANDO COMO ESTAVA
PREOCUPADA EM SAIR PARA O MERCADO COM AQUELE LOBO MAU SOLTO POR
AÍ…
O QUE ELAS NÃO SABIAM, É QUE O LOBO MAU DISFARÇADO ESTAVA ALI BEM
PERTINHO ESCUTANDO TUDO, E PENSANDO: “SETE CABRITINHOS SOZINHOS EM
CASA, E EU COM TANTA FOME!”
CORREU PARA A CASA, JOGANDO FORA SEU DISFARCE, TENTOU ABRIR A PORTA,
E VIU QUE ESTAVA TRANCADA.

- ABRAM A PORTA! ESTÁ TRANCADA!

- NÃO VAMOS ABRIR NADA, SEU LOBO BOBO. A VOZ DA MAMÃE É SUAVE E MACIA,
SÓ VAMOS ABRIR PARA ELA!
ENTÃO O LOBO FICOU FURIOSO. TINHA QUE TER ALGUMA IDEIA AQUELES
CABRITINHOS SÓ IAM ABRIR PARA A MÃE, MAS COMO ENGANÁ-LOS? AHÁ! O LOBO
CORREU ATÉ A CONFEITARIA, ESCOLHEU A MELHOR TORTA DE MAÇÃ E MEL, QUE
ENGOLIU INTEIRINHA, QUERENDO ADOÇAR A VOZ.
TREINOU FALAR CANTADINHO COMO AS MÃES DOS OUTROS.

-ABRAM A PORTA! É A MAMÃE!

AQUELA NÃO PARECIA MAIS A VOZ DO LOBO, E OS CABRITINHOS FICARAM EM


DÚVIDA SE A MÃE TINHA FICADO COM ESTA VOZ DIFERENTE. LEMBRANDO DOS
CONSELHOS RECEBIDOS, ELES DISSERAM:

- SE É A MAMÃE, MOSTRE SUA PATINHA NA JANELA.


E O LOBO, PEGO DE SURPRESA, MOSTROU MESMO.

- VÁ EMBORA SEU LOBO MAU! AS PATINHAS DA MAMÃE SÃO BEM CLARINHAS! E


SEM GARRAS!

ENTÃO O LOBO TEVE OUTRA IDEIA, CORREU ATÉ O MOINHO E AFUNDOU AS PATAS
NA FARINHA BRANQUINHA, PARA ENGANAR OS TOLOS.
BATEU DE VOLTA NA PORTA, AINDA ADOÇANDO A VOZ, E NOVAMENTE FOI PARAR
COM A PATA NA JANELA: DESTA VEZ ELE ENCOLHEU BEM AS UNHAS:
OS CABRITINHOS FICARAM EM DÚVIDA, OLHARAM UNS PARA OS OUTROS, E
RESOLVERAM ABRIR A PORTA. PARA QUE?
ELES FICARAM APAVORADOS E QUISERAM SE ESCONDER. UM SALTOU PARA
DEBAIXO DA MESA, O SEGUNDO PARA DEBAIXO DA CAMA, O TERCEIRO PARA
DENTRO DO FOGÃO, O QUARTO FOI PARA A COZINHA, O QUINTO SE ESCONDEU
DENTRO DO ARMÁRIO, O SEXTO DENTRO DA BACIA DE LAVAR LOUÇA QUE ERA DE
PORCELANA, E O SÉTIMO DENTRO DA CAIXA DO RELÓGIO.
O LOBO FOI CAÇANDO UM POR UM, ENGOLINDO POR INTEIRO CADA CABRITINHO
DE TANTA FOME QUE ESTAVA. PERDEU A CONTA DE QUANTOS CABRITINHOS JÁ
TINHAM ENTRADO NAQUELE BARRIGÃO CHEIO, E FOI EMBORA, PENSANDO NÃO
TER DEIXADO SOBRAR NENHUM.
ESTAVA ENGANADO: APENAS O CABRITINHO PRETINHO NÃO FOI ENCONTRADO EM
SEU ESCONDERIJO:
O TIC-TAC TIC-TAC ATRAPALHOU O OUVIDO DO LOBO, QUE NÃO OUVIU O
CORAÇÃOZINHO ASSUSTADO QUE ESTAVA ESCONDIDO LÁ DENTRO.
QUANDO MAMÃE CABRA VIU A PORTA ABERTA, JÁ ENTROU ESPERANDO PELO
PIOR.
- O LOBO LEVOU TODOS OS MEUS FILHINHOS!
- TODOS, NÃO MAMÃE. EU AINDA ESTOU AQUI!
OS DOIS SE ABRAÇARAM MUITO, E DECIDIRAM IR ATRÁS DO LOBO, PARA VER SE
AINDA PODIAM SALVAR OS IRMÃOZINHOS.
CORRERAM EM DIREÇÃO AO RIO, ONDE SOUBERAM PELA TV QUE ERA O
ESCONDERIJO DELE. AO CHEGAREM PERTO, LOGO OUVIRAM UM SOM TERRÍVEL:
ROM… ROM… ROM… ERA O LOBO RONCANDO, DORMINDO SOB AS ÁRVORES NA
BEIRA DO RIO.
MAMÃE CABRA TEVE UMA IDEIA, E DISSE AO FILHO:

- NÃO FAÇA NENHUM BARULHO PARA NÃO ACORDAR O LOBO. CORRA COM TODA
SUA VELOCIDADE ATÉ LÁ EM CASA, E TRAGA A CESTA DE COSTURA DA MAMÃE:
VEJA QUE TENHA TESOURA, AGULHA E LINHAS.

O CABRITINHO NEM RESPONDEU: SAIU CORRENDO COMO O VENTO, E LOGO


ESTAVA DE VOLTA COM SUA ENCOMENDA.
MAMÃE CABRA NÃO PERDEU TEMPO E ABRIU O BARRIGÃO DO LOBO ENQUANTO
ELE ESTAVA DORMINDO. LOGO FORAM SALTANDO VIVINHOS, UM POR UM, OS SEIS
CABRITINHOS QUE ELE TINHA ENGOLIDO. A TODOS MAMÃE PEDIA SILÊNCIO.
QUANDO TODOS SAÍRAM, ELA DISSE EM SEGREDO:

- VÃO PROCURAR AS PEDRAS MAIORES E MAIS PESADAS QUE ENCONTRAREM,


MAS NÃO FAÇAM BARULHO, NEM DEMOREM.
LOGO CHEGAVAM PEDRAS EM QUANTIDADE SUFICIENTE: MAMÃE COLOCOU
TODAS NA BARRIGA DO LOBO, E COSTUROU RÁPIDO COM AGULHA E LINHA. ENTÃO
FORAM TODOS SE ESCONDER.
QUANDO O LOBO ACORDOU, SENTIU A BARRIGA MUITO PESADA E A BOCA MUITO
SECA. LEVANTOU-SE COM MUITO ESFORÇO, E QUASE NÃO CONSEGUIU FICAR DE
PÉ. E FOI SE ARRASTANDO ATÉ O RIO QUERENDO BEBER ÁGUA. A CORRENTEZA
ESTAVA FORTE, E O LOBO COM A BARRIGA CHEIA DE PEDRAS ACABOU INDO
PARAR NO FUNDO DO RIO, DE ONDE NUNCA MAIS SAIU.
E TODOS PUDERAM COMEMORAR O FIM DO MALVADO, E A SORTE DE TODOS OS
PEQUENOS, QUE AGORA CORRIAM LIVRES PELO CAMINHO PARA CASA, PARA UM
NOVO DIA.

5º texto: Chapeuzinho Vermelho


Irmãos Grimm

Era uma vez, numa pequena cidade às margens da floresta, uma meninade
olhos negros e louros cabelos cacheados, tão graciosa quanto valiosa.Um dia, com um
retalho de tecido vermelho, sua mãe costurou para elauma curta capa com capuz; ficou uma
belezinha, combinando muito bem com oscabelos louros e os olhos negros da
menina.Daquele dia em diante, a menina não quis mais saber de vestir outra roupasenão
àquela e, com o tempo, os moradores da vila passaram a chamá-lade “Chapeuzinho
Vermelho”.Além da mãe, Chapeuzinho Vermelho só tinha uma avó bem velhinha, quenem
conseguia mais sair de casa. Morava numa casinha no interior da mata.De vez em quando
ia lá visitá-la com sua mãe, e sempre levavam algunsmantimentos.Um dia, a mãe da menina
preparou algumas broas das quais a avó gostavamuito, mas, quando acabou de assar os
quitutes, estava tão cansada quenão tinha mais ânimo para andar pela floresta e levá-las
para a velhinha.Então, chamou a filha:
— Chapeuzinho Vermelho, vá levar estas broinhas para a vovó. Ela gostarámuito. Disseram-
me que há alguns dias ela não passa bem e, com certeza, não tem vontade de cozinhar.
— Vou agora mesmo, mamãe.
— Tome cuidado, não pare para conversar com ninguém e vá direitinho,sem desviar do
caminho certo. Há muitos perigos na floresta!
— Tomarei cuidado, mamãe, não se preocupe.
A mãe arrumou as broas em um cesto e colocou também um pote de geleiae
um tablete de manteiga. A vovó gostava de comer as broinhas com manteigafresquinha e
geleia. Chapeuzinho Vermelho pegou o cesto e foi embora. A mata era cerrada eescura. No
meio das árvores somente se ouvia o chilrear de alguns pássarose, ao longe, o ruído dos
machados dos lenhadores. A menina ia por uma trilha quando, de repente, apareceu-lhe na
frente umlobo enorme, de pelo escuro e olhos brilhantes. Olhando para aquela linda menina,
o lobo pensou que ela devia ser maciae saborosa. Queria mesmo devorá-la num bocado só.
Mas não teve coragem, temendo os cortadores de lenha que poderiam ouvir os gritos da
vítima. Porisso, decidiu usar de astúcia.
— Bom dia, linda menina! — disse com voz doce.
— Bom dia! — respondeu Chapeuzinho Vermelho.
— Qual é seu nome?
Chapeuzinho Vermelho.

— Um nome bem certinho para você. Mas diga-me, Chapeuzinho Vermelho, onde está indo
assim tão só?
— Vou visitar minha avó, que não estámuito bem de saúde.
— Muito bem! E onde mora sua avó?
— Mais além, no interior da mata.

— Explique melhor, Chapeuzinho Vermelho.


— Numa casinha com as venezianas verdes, logo após o velho engenhode açúcar.
O lobo teve uma ideia e propôs:
— Gostaria de ir também visitar sua avó doente. Vamos fazer uma aposta, para ver quem
chega primeiro. Eu irei por aquele atalho lá abaixo, e vocêpoderá seguir por este.
Chapeuzinho Vermelho aceitou a proposta.
— Um, dois, três e já! — gritou o lobo.
Conhecendo a floresta tão bem quanto seu nariz, o lobo escolhera paraele o trajeto mais
breve, e não demorou muito para alcançar a casinha da vovó,Bateu à porta o mais
delicadamente possível, com suas enormes patas.
— Quem é? — perguntou a avó.
O lobo fez uma vozinha doce, doce, para responder:
— Sou eu, sua netinha, vovó. Trago broas feitas em casa, um vidro degeleia e manteiga
fresca.
A boa velhinha, que ainda estava deitada, respondeu:
— Puxe a tranca e a porta se abrirá.
O lobo entrou, chegou ao meio do quarto com um só pulo e devorou apobre avozinha, antes
que ela pudesse gritar. Em seguida, fechou a porta, enfiou-se embaixo das cobertas e ficou
àespera de Chapeuzinho Vermelho.A essa altura, Chapeuzinho Vermelho já tinha esquecido
do lobo e daaposta sobre quem chegaria primeiro. Ia andando devagar pelo atalho,
parandoaqui e acolá: ora era atraída por uma árvore carregada de pitangas, ora
ficavaobservando o voo de uma borboleta, ou ainda um ágil esquilo. Parou um poucopara
colher um maço de flores do campo, encantou-se a observar uma procissãode formigas e
correu atrás de uma joaninha.
Finalmente, chegou à casa da vovó e bateu de leve na porta.
— Quem está aí? — perguntou o lobo, esquecendo de disfarçar a voz.
Chapeuzinho Vermelho se espantou um pouco com a voz rouca, mas pensouque fosse
porque a vovó ainda estava gripada.
— É Chapeuzinho Vermelho, sua netinha. Estou trazendo broinhas, umpote de geleia e
manteiga bem fresquinha!
Mas aí o lobo se lembrou de afinar a voz cavernosa antes de responder:
- — Puxe o trinco e a porta se abrirá.
Chapeuzinho Vermelho puxou o trinco e abriu a porta. O lobo estava escondidoembaixo das
cobertas, só deixando aparecer a touca que a vovó usavapara dormir.
—Coloque as broinhas, a geleia e a manteiga no guarda-comida, minhaquerida netinha, e
venha aqui, até minha cama. Tenho muito frio, e você me ajudaráa me aquecer um
pouquinho.
Chapeuzinho Vermelho obedeceu e se enfiou embaixo das cobertas. Masestranhou o
aspecto da avó. Antes de tudo, estava muito peluda! Seria efeito dadoença? E foi reparando:
— Oh, vovozinha, que braços longos você tem!
— São para abraçá-la melhor, minha querida menina!
— Oh, vovozinha, que olhos grandes você tem!
— São para enxergar também no escuro, minha menina!
— Oh, vovozinha, que orelhas compridas você tem!
— São para ouvir tudo, queridinha!
— Oh, vovozinha, que boca enorme você tem!
— É para engolir você melhor!!!
Assim dizendo, o lobo mau deu um pulo e, num movimento só, comeu apobre Chapeuzinho
Vermelho.

— Agora estou realmente satisfeito — resmungou o lobo. Estou até comvontade de tirar uma
soneca, antes de retomar meu caminho.
Voltou a se enfiar embaixo das cobertas, bem quentinho. Fechou os olhose, depois de
alguns minutos, já roncava. E como roncava! Uma britadeira teriafeito menos barulho.
Algumas horas mais tarde, um caçador passou em frente à casa da vovó,ouviu o barulho e
pensou: “Olha só como a velhinha ronca! Estará passando mal? Vou dar uma espiada.”.
Abriu a porta, chegou perto da cama e… quem ele viu? O lobo, que dormia como uma
pedra, com uma enorme barriga parecendo um grande balão!
O caçador ficou bem satisfeito. Há muito tempo estava procurando esse lobo, que já matara
muitas ovelhas e cordeirinhos.
— Afinal você está aqui, velho malandro! Sua carreira terminou. Já vai ver!
Enfiou os cartuchos na espingarda e estava pronto para atirar, mas então lhe pareceu que a
barriga do lobo estava se mexendo e pensou: “Aposto que este danado comeu a vovó, sem
nem ter o trabalho de mastigá-la! Se foi isso, talvez eu ainda possa salvá-la!”.
Guardou a espingarda, pegou a tesoura e, bem devagar, bem de leve, começou a cortar a
barriga do lobo ainda adormecido.
Na primeira tesourada, apareceu um pedaço de pano vermelho; na segunda, uma cabecinha
loura; na terceira, Chapeuzinho Vermelho pulou fora.
— Obrigada, senhor caçador, agradeço muito por ter me libertado. Estava tão apertado lá
dentro e tão escuro… Faça outro pequeno corte, por favor,assim poderá libertar minha avó,
que o lobo comeu antes de mim.
O caçador recomeçou seu trabalho com a tesoura, e da barriga do lobo saiu também a vovó,
um pouco estonteada, meio sufocada, mas viva.
— E agora? — perguntou o caçador. — Temos de castigar esse bicho como ele merece!
Chapeuzinho Vermelho foi correndo até a beira do córrego e apanhou uma grande
quantidade de pedras redondas e lisas. Entregou-as ao caçador, que arrumou tudo bem
direitinho dentro da barriga do lobo, antes de costurar os cortes que havia feito.
Em seguida, os três saíram da casa, esconderam-se entre as árvores e aguardaram.
Mais tarde, o lobo acordou com um peso estranho no estômago. Teria sido indigesta a
vovó? Pulou da cama e foi beber água no córrego, mas as pedras pesavam tanto que,
quando se abaixou, ele caiu na água e ficou preso no fundo do córrego.
O caçador foi embora contente e a vovó comeu com gosto as broinhas.
E Chapeuzinho Vermelho prometeu a si mesma nunca mais esquecer os conselhos da
mamãe: “Não pare para conversar com ninguém e vá em frente pelo seu caminho”.

Texto 6-segunda versão de Chapeuzinho Vermelho

Chapeuzinho Vermelho

Charles Perrault
Era uma vez uma menina que vivia numa aldeia; era a coisa mais linda que se podia
imaginar. Sua mãe era louca por ela, e a avó mais louca ainda. A boa velhinha mandou fazer
para ela um chapeuzinho vermelho, e esse chapéu assentou-lhe tão bem que a menina
passou a ser chamada por todo mundo de Chapeuzinho Vermelho.
Um dia, tendo feito alguns bolos, sua mãe disse-lhe:
— Vá ver como está passando a sua avó, pois fiquei sabendo que ela está um pouco
adoentada. Leve-lhe um bolo e este potezinho de manteiga. Chapeuzinho Vermelho partiu
logo para a casa da avó, que morava numa aldeia vizinha. Ao atravessar a floresta, ela
encontrou o senhor Lobo, que ficou louco de vontade de comê-la; não ousou fazer isso,
porém, por causa da presença de alguns lenhadores na floresta. Perguntou a ela aonde ia, e
a pobre menina, que ignorava ser perigoso parar para conversar com um lobo, respondeu:
— Vou à casa da minha avó, para levar-lhe um bolo e um potezinho de manteiga que
mamãe mandou.

— Ela mora muito longe? — quis saber o Lobo.


— Mora, sim! — falou Chapeuzinho Vermelho. — Mora depois daquele moinho que se avista
lá longe, muito longe, na primeira casa da aldeia.
— Muito bem — disse o Lobo. — Eu também vou visitá-la. Eu sigo por este caminho aqui, e
você por aquele lá. Vamos ver quem chega primeiro. O Lobo saiu correndo a toda
velocidade pelo caminho mais curto, enquanto a menina seguia pelo caminho mais longo,
distraindo-se a colher avelãs, a correr atrás das borboletas e a fazer um buquê com as
florzinhas que ia encontrando. O Lobo não levou muito tempo para chegar à casa da avó.
Ele bate: toc, toc.
— Quem é? — pergunta a avó.
— É a sua neta, Chapeuzinho Vermelho — falou o Lobo, disfarçando a voz.
— Trouxe para a senhora um bolo e um potezinho de manteiga, que minha mãe mandou.
A boa avozinha, que estava acamada porque não se sentia muito bem, gritou-lhe:
— Levante a aldraba, que o ferrolho sobe.
O Lobo fez isso e a porta se abriu. Ele lançou-se sobre a boa mulher e a devorou num
segundo, pois fazia mais de três dias que não comia. Em seguida, fechou a porta e se deitou
na cama da avó, à espera de Chapeuzinho Vermelho. Passado algum tempo ela bateu à
porta: toc, toc.
— Quem é?
Chapeuzinho Vermelho, ao ouvir a voz grossa do Lobo, a princípio ficoucom medo; mas,
supondo que a avó estivesse rouca, respondeu:
— É sua neta, Chapeuzinho Vermelho, que traz para a senhora um bolo e um potezinho de
manteiga, que mamãe mandou.
O Lobo gritou-lhe, adoçando um pouco a voz:
— Levante a aldraba, que o ferrolho sobe.
Chapeuzinho Vermelho fez isso e a porta se abriu.
O Lobo, vendo-a entrar, disse-lhe, escondido sob as cobertas:
— Ponha o bolo e o potezinho de manteiga sobre a arca e venha deitar aqui comigo.
Chapeuzinho Vermelho despiu-se e se meteu na cama, onde ficou muito admirada ao ver
como a avó estava esquisita, em seu traje de dormir. Disse a ela:
— Vovó, como são grandes os seus braços!
— É para melhor te abraçar, minha filha!
— Vovó, como são grandes as suas pernas!
— É para poder correr melhor, minha netinha!
— Vovó, como são grandes as suas orelhas!
— É para ouvir melhor, netinha!
— Vovó, como são grandes os seus dentes!
— É para te comer!
E assim dizendo, o malvado Lobo se atirou sobre Chapeuzinho Vermelho e a comeu.

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