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Código de Boas Práticas na Fazenda

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................6

2 PropÓsito.........................................................................................................................6

3 GUIAS GERAIS.....................................................................................................................6

4 REGISTROS E RASTREABILIDADE..........................................................................................6

5 PROCEDIMENTOS E DADOS RELEVANTES............................................................................6

6 VISITA DE IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO.........................................................................7

7 AVALIAÇÃO........................................................................................................................7

8 PONTOS-CHAVE DE CONTROLE NA PROPRIEDADE..............................................................7

9 ORDENHA MANUAL...........................................................................................................8

10 DESCRIÇÃO DOS REQUISITOS-PADRÃO EM CADA ÁREA......................................................8

10.1 Propriedade............................................................................................................8

10.1.1 Identificação animal..................................................................................8

10.1.2 Pessoa responsável.....................................................................................8

10.1.3 Distâncias mínimas......................................................................................9

10.1.4 Acessos de trânsito e da área de colheita.............................................9

10.1.5 Proximidades do local de ordenha........................................................10

10.2 Equipamentos e Instalações................................................................................10

10.2.1 Borrachas condutoras, incluindo borrachas de leite, borrachas do

sistema de limpeza, silicone, vedações e selos.............................................................. 10

10.2.2 Coletores / Teteiras / Tubulações e mangueiras de leite............................... 10

10.2.3 Linha de leite / Unidade final..............................................................10

10.2.4 Bomba de leite......................................................................................11

10.2.5 Filtro de leite / Linha de transferência.............................................11

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Código de Boas Práticas na Fazenda

10.2.6 Sistema de vácuo.................................................................................11

10.2.7 Tanque de leite...........................................................................................11

10.2.8 Outros utensílios................................................................................11

10.2.9 Sala de leite..........................................................................................12

10.2.10 Sala de ordenha................................................................................12

10.2.11 Sala de espera e seus efluentes........................................................12

10.3 Infraestrutura..............................................................................................12

10.3.1 Equipamento de ordenha / Tanque de leite e sistema

de limpeza.......................................................................................................12

10.3.2 Água quente.........................................................................................15

10.3.3 Refrigeração do leite e calibração...................................................15

10.3.4 Detergentes e sanitizantes.................................................................15

10.3.5 Água......................................................................................................16

10.3.6 Paredes..................................................................................................16

10.3.7 Tetos / Iluminação...............................................................................16

10.3.8 Pisos.......................................................................................................16

10.3.9 Portas / Ventilação.............................................................................17

10.3.10 Sala de espera....................................................................................17

10.3.11 Sistema de efluentes / Armazenamento..........................................17

10.3.12 Instalações de armazenamento......................................................17

10.3.13 Banheiros............................................................................................17

10.3.14 Outros equipamentos.......................................................................18

10.4 Manejo de Ordenha.......................................................................................18

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Código de Boas Práticas na Fazenda

10.4.1 Higienização das mãos........................................................................18

10.4.2 Preparação das vacas (pré e pós-ordenha).......................................18

10.4.3 Separação de leite não destinado ao fornecimento......................19

10.5 Bem-estar e Saúde Animal.............................................................................19

10.5.1 Separação de vacas doentes, tratadas e com colostro.....................20

10.5.2 Marcação de vacas doentes, tratadas e com colostro........................20

10.5.3 Prescrições e recomendações de medicamentos

veterinários.....................................................................................................20

10.5.4 Programa sanitário............................................................................21

10.5.5 Programa Nacional de Controle e Erradicação de

Brucelose e Tuberculose................................................................................21

10.5.6 Área de maternidade separada..........................................................21

10.6 Agrotóxicos...................................................................................................21

10.6.1 Agrotóxicos aprovados........................................................................21

10.6.2 Armazenamento / Aplicações..................................................................22

10.6.3 Reciclagem...................................................................................................22

10.7 Alimentação Animal.....................................................................................22

10.7.1 Alimentos aprovados............................................................................22

10.7.2 Armazenamento / Preparação.............................................................22

10.8 Meio ambiente................................................................................................23

10.8.1 Descarte de lixo na fazenda................................................................23

10.8.2 Reserva Legal / Área de Preservação Permanente............................23

10.8.3 Fertilização.............................................................................................23

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10.9 Recursos Humanos........................................................................................24

10.9.1 Leis trabalhistas respeitadas..............................................................24

10.9.2 Treinamento da equipe........................................................................24

10.9.3 Saúde do ordenhador / Primeiros socorros......................................24

10.10 Gestão da Qualidade.............................................................................................25

10.10.1 Procedimentos afixados...................................................................25

10.10.2 Registros de saúde animal................................................................25

10.10.3 Verificações Mensais..........................................................................26

10.10.4 Outros registros requeridos...........................................................26

11 GLOSSÁRIO...............................................................................................................27

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Código de Boas Práticas na Fazenda

1 INTRODUÇÃO
O Código de Boas Práticas na Fazenda (BPF) é aplicado em todas as propriedades que estão no programa
de BPF da DPA. Os requisitos detalhados neste Código são aplicados para as propriedades que fornecem
leite cru para a DPA. O Código abrange instalações, manutenção e operação das fazendas de leite.

2 PROPÓSITO
O propósito do Código de BPF é providenciar padrões mínimos para a ordenha, coleta e transporte de leite
cru para a DPA, assegurando o fornecimento de um leite de melhor qualidade, seguro e com rastreabilidade,
de forma sustentável.
O Código se aplica a todos:
• Produtores, tanques comunitários e pontos de coleta.

3 GUIAS GERAIS
Este Código foi desenvolvido para auxiliar os proprietários e funcionários da fazenda na compreensão dos
requisitos de boas práticas para a produção de leite cru. Os proprietários e funcionários da fazenda devem
cumprir os requisitos do Código.
A terminologia usada no Código ajuda a identificar e entender o que é um requisito e o que é uma
recomendação. A palavra “deve” é utilizada para apresentar os requisitos obrigatórios, facilitando seu
cumprimento pelos proprietários e funcionários da fazenda.
Além de apresentar os requisitos, o Código traz também recomendações. Se essas recomendações não forem
seguidas, espera-se que o produtor encontre um meio alternativo de controle que preveja resultados equivalentes.

4 REGISTROS E RASTREABILIDADE
É obrigatório fazer os registros e mantê-los adequados para minimizar os riscos de contaminação do leite
e permitir a devida rastreabilidade. Exigimos a máxima atenção para assegurar que os registros sejam
mantidos continuamente.
A DPA desenvolveu um sistema de registros para todos os requisitos exigidos por ela. A propriedade pode
utilizar esse sistema de registro ou algum outro sistema próprio. Se optar pelo uso de seu próprio sistema de
registro, deve assegurar-se de que este seja equivalente ao da DPA.

5 PROCEDIMENTOS E DADOS RELEVANTES


Cada propriedade deve dispor de procedimentos e dados de qualidade relevantes relacionados às suas
operações diárias.

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Código de Boas Práticas na Fazenda

Os procedimentos devem ser escritos pela pessoa responsável pela qualidade e o implementador técnico irá
ajudá-lo neste processo. Os procedimentos devem cumprir os requisitos deste Código.
A DPA fornece os modelos padrões que podem ser usados, quando os mesmos estiverem desenvolvidos.

6 VISITA DE IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO


Na visita de implementação, o implementador introduz o programa de Boas Práticas na Fazenda (BPF).
Apresenta o sistema de qualidade ao produtor, fornecendo o material e explicando-lhe como funciona, como
é utlizado e como será acompanhado posteriormente. Os procedimentos são preenchidos com o produtor e
deixados em seus locais correspondentes. A propriedade é preparada para receber as visitas de avaliação que
são agendadas com antecedência.
Segue-se então para uma pré-avaliação, na qual a propriedade é orientada para a avaliação e passa por um
checklist dos pontos de controle das diferentes áreas da propriedade.
Posteriormente, é realizada a avaliação propriamente dita, na qual os avaliadores verificam se os pontos de
controle estão de acordo com os requisitos previstos no BPF e as melhorias alcançadas. Para a verificação
da conformidade de cada área, o avaliador pode fazer avaliação visual, documental ou procedimental.
Também irá classificar as não conformidades (perigos) encontradas em: Recomendação (perigo menor),
Maior e Crítico, caso haja. A partir da avaliação, irá orientar as ações a serem tomadas em seguida e o
tempo para cada uma delas. Nesta etapa estará em análise a participação ou não da propriedade no
programa BPF da DPA.

7 AVALIAÇÃO
Quando uma fazenda, um tanque comunitário ou um ponto de coleta é avaliado, o proprietário ou
gerente deve ser notificado com a data e horário da avaliação. A intenção do procedimento é ajudar
o produtor a cumprir os padrões mínimos do Código. A pessoa responsável pela qualidade deve estar
presente durante a avaliação para responder aos questionamentos e providenciar qualquer registro ou
comprovante necessários.
É responsabilidade do avaliador conduzir a avaliação usando um checklist atualizado. Quando um requisito não
é alcançado, uma ação corretiva pode ser necessária, dependendo do risco para a qualidade e segurança do
leite. A pessoa responsável pela qualidade será orientada sobre como realizar as ações necessárias e o prazo.
A avaliação deve ser vista como uma oportunidade de aprendizado e aperfeiçoamento, e o avaliador como
uma fonte de conhecimento técnico à sua disposição.

8 PONTOS-CHAVE DE CONTROLE NA PROPRIEDADE


A seguir estão as principais áreas da propriedade que necessitam de controle para garantir que os requisitos
do Código de Boas Práticas na Fazenda sejam alcançados. Cada uma destas áreas será explicada em mais
detalhe na próxima seção.

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Código de Boas Práticas na Fazenda

Áreas:
1 Propriedade
2 Equipamentos e instalações
3 Infraestrutura
4 Manejo de ordenha
5 Bem-estar e saúde animal
6 Agrotóxicos
7 Alimentação animal
8 Meio ambiente
9 Recursos Humanos
10 Gestão da Qualidade

9 ORDENHA MANUAL
As propriedades com ordenhas manuais podem ignorar as seções do Código direcionadas para ordenhas
mecânicas. Todas as seções relacionadas com as ordenhas manuais precisam ser cumpridas.

10 DESCRIÇÃO DOS REQUISITOS-PADRÃO EM CADA ÁREA


10.1 Propriedade
Objetivo
A propriedade e suas instalações fazem parte do sistema de processamento de produção de leite cru. É
importante sempre lembrar que estamos produzindo um produto alimentício para venda, e que a propriedade
está fornecendo o produto bruto. A partir de uma percepção do cliente e de uma perspectiva de marketing,
é preciso garantir que ela cumpra os requisitos exigidos e que a sua aparência seja tão importante como a
qualidade do leite que produz. A propriedade também precisa ter sistemas e procedimentos para garantir a
segurança do leite produzido.

10.1.1 Identificação animal


Os animais devem ser identificados a partir de 3 meses de idade, por números ou letras mediante a utilização
de brinco, numeração a ferro ou colares. Registros sobre a data de nascimento e/ou data de aquisição do
animal e/ou data de reposição do identificador (brinco, colar) devem ser mantidos.
Para o registro dos animais será também aceito a utilização de um sistema informatizado, desde que o
mesmo possua sistema de “back-up”.

10.1.2 Pessoa responsável


Os procedimentos devem identificar a pessoa responsável pela qualidade da propriedade. Assim como os
procedimentos devem identificar a pessoa responsável por cada área especifica.
A DPA fornece os modelos padrões para gravar estas informações.

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Código de Boas Práticas na Fazenda

10.1.3 Distâncias mínimas


A propriedade deve garantir que o local da ordenha seja exclusivamente para a ordenha das vacas e
fornecimento de leite cru. As distâncias mínimas são medidas a partir do ponto de contato com o leite mais
próximo da fonte de contaminação. Portanto, este ponto poderá ser a teteira, a saída de tanque, a sala de
leite, etc. Qualquer estrutura / equipamento dentro de 20m da dependência de ordenha é considerado como
parte da mesma. Assim, ela deve ser incluída nas suas exigências.
As distâncias mínimas de construção de uma nova área de ordenha são as seguintes:
Pocilgas 40m
Granjas 40m
Armazenamento de grãos 20m
Efluente não leiteiro 40m
Efluente leiteiro 40m
Esterqueiras 40m
Carcaças 40m
Fossa sanitária / descarte animal 40m
Fossa séptica 20m
Armazenamento de químicos não leiteiros 20m
Outras salas / instalações 20m
Bezerreiros 20m
Confinamentos e áreas de produção 20m
Existem instalações que podem ter fontes de contaminação mais perto do que as distâncias acima permitidas.
Na avaliação inicial esta área será analisada e, se não apresentar risco de contaminação, será concedida
licença do avaliador. Licenças não serão concedidas para pocilgas e granjas.
Efluentes não oriundos diretamente da produção de leite não devem ser utilizados nas pastagens sem prévia
aprovação. Esses, devem incluir detalhes, especificações, destino e possíveis análises.

10.1.4 Acessos de trânsito e da área de colheita


Os acessos de ingresso e trânsito dentro da propriedade devem estar em boas condições, permitindo o
deslocamento de veículos em qualquer época do ano, alcançando os seguintes requisitos;
• Na época das águas, o produtor deve garantir que os acessos à propriedade sejam mantidos.
• O acesso do caminhão de leite deve estar sempre livre de obstruções, como árvores, entulhos, construções
antigas, implementos, lixo, etc.
• O acesso dos animais à via de trânsito do caminhão deve ser evitado.
• Os acessos de trânsito dos caminhões não devem ser usados como via de acesso pelo gado.
• O acesso para o tanque de leite deve ser mantido higienizado durante todo o ano pelo proprietário e com
fácil alcance pelo motorista ao tanque.

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Código de Boas Práticas na Fazenda

10.1.5 Proximidades do local de ordenha


Proximidades da dependência de ordenha e vias de trânsito do caminhão devem ser mantidas em boas
condições, livres de entulhos, capins e poças. Entulhos incluem: antigas máquinas, embalagens vazias, lixo
em geral, etc. Quando o lixo é recolhido no local de ordenha, deve ser colocado em um tambor fechado
fora dela.
Não capinar favorece a proliferação de roedores. Poças causarão odores e aparecimento de moscas.
O ambiente ao redor da dependência de ordenha deve ser bem apresentado e mantido em boas condições.
Afinal, o produto deste local é para consumo humano.

10.2 Equipamentos e Instalações


Objetivo
Os equipamentos e instalações devem ser mantidos de forma higiênica. A ordenhadeira e qualquer outro
equipamento utilizado durante a ordenha devem ser limpos imediatamente após a conclusão da operação. A
sala de leite e a sala de ordenha também devem ser limpas imediatamente após a realização da mesma.

10.2.1 Borrachas condutoras, incluindo borrachas de leite, borrachas do


sistema de limpeza, silicone, vedações e selos
Esses são componentes perecíveis e devem ser substituídos seguindo as recomendações do fabricante
ou quando apresentam danos ou algum desgaste. Devem ser inspecionados como parte do sistema de
qualidade da fazenda.
A limpeza constante das superfícies externas das borrachas ajudam a estender sua vida útil. Borrachas e
componentes de silicone danificados possuem maior suscetibilidade de conterem altos níveis de bactéria e
são mais difíceis de se manterem limpos e higiênicos.

10.2.2 Coletores / Teteiras / Tubulações e mangueiras de leite


Os coletores, bem como todas as suas borrachas e conexões à linha do leite, incluindo tubulações e teteiras,
devem ser mantidos limpos, tanto interna como externamente. As borrachas devem ser substituídas seguindo
as recomendações do fabricante.

10.2.3 Linha de leite / Unidade final


A linha de leite e a unidade final devem ser mantidas limpas e livres de resíduos, tanto interna
quanto externamente. Todas as borrachas e vedações devem ser substituídas seguindo as
recomendações do fabricante.

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10.2.4 Bomba de leite


A linha de transferência até a bomba de leite e a própria bomba devem ser mantidas limpas e livres de
resíduos, tanto interna quanto externamente. Todas as borrachas e vedações devem ser substituídas seguindo
as recomendações do fabricante.

10.2.5 Filtro de leite / Linha de transferência


Todo o leite deve ser filtrado antes da entrada no tanque.
O refil deve ser usado sempre durante a ordenha e a limpeza do equipamento de ordenha.
O refil deve ser usado seguindo as recomendações do fabricante.
A linha de leite e o filtro de leite devem ser mantidos limpos e livres de resíduos, tanto interna
quanto externamente. Todas as borrachas e vedações devem ser substituídas seguindo as
recomendações do fabricante.
Não reutilizar o filtro após a ordenha de animais em tratamento.

10.2.6 Sistema de vácuo


O sistema de vácuo da ordenhadeira deve ser mantido limpo e livre de resíduos, tanto interna quanto
externamente. Todas as borrachas e vedações, incluindo tubos de pulso e vedações, devem ser
substituídos seguindo as recomendações do fabricante. Pode ser necessária a limpeza periódica do
sistema de vácuo da ordenhadeira.
O sistema de vácuo, especialmente o sistema de ar do pulsador, deve ter autocapacidade de drenagem
quando o equipamento de ordenha é desligado.
O sistema de vácuo pode requerer limpeza periódica, principalmente depois do enchimento do depósito de
vácuo com leite ou após a detecção de uma rachadura na teteira.

10.2.7 Tanque de leite


O tanque de leite, incluindo sua entrada, seu agitador, suas paredes internas e sua saída devem ser mantidos
limpos. O exterior do tanque de leite deve ser mantido livre de resíduos, de dejetos de moscas e/ou pássaros.
Todas as borrachas e vedações devem ser substituídas seguindo as recomendações do fabricante.

10.2.8 Outros utensílios


Todos os outros utensílios usados, incluindo latas de leite, etc, devem ser mantidos limpos e livres de resíduos,
tanto interna quanto externamente. Todas as borrachas e vedações devem ser substituídas seguindo as
recomendações do fabricante.

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10.2.9 Sala do leite


A sala do leite deve ser mantida livre de sujeira e de resíduos de leite, os quais poderiam afetar a qualidade
do leite através de odores e de contaminação aérea. A área deve ser mantida em condições visualmente
limpas, e sua limpeza deve ser realizada no mínimo após cada ordenha. Todo lixo deve ser colocado em
lixeiras com tampa destinadas para este fim. O acesso de animais, aves, roedores, insetos, etc, deve ser
evitado a todo o momento.

10.2.10 Sala de ordenha


A sala de ordenha deve ser mantida livre de sujeira, de dejetos e de resíduos de leite, os quais poderiam
afetar a qualidade do leite através de odores e de contaminação aérea. A área deve ser mantida em
condições visualmente limpas, e sua limpeza deve ser realizada no mínimo após cada ordenha. O acesso de
animais (cães, gatos, aves, etc) deve ser evitado a todo o momento. Além de causar estresse ao rebanho,
pode causar contaminação.

10.2.11 Sala de espera e seus efluentes


A sala de espera deve ser limpa após cada ordenha, garantindo que ela esteja livre de dejetos. As entradas e
saídas da área de operação devem ser mantidas limpas, reduzindo o acúmulo de barro e de dejetos. A
manutenção do sistema de efluentes deve garantir que não haja acúmulo e não transborde.

10.3 Infraestrutura
Objetivo
A infraestrutura e as instalações do local de ordenha devem ser adequadas para garantir a produção
de leite cru de alta qualidade. A manutenção delas dever assegurar que estejam em boas condições
de funcionamento.

10.3.1 Equipamento de ordenha / Tanque de leite e sistema de limpeza


Equipamento de ordenha:
O equipamento de ordenha deve ser desenhado para:
• Minimizar os danos ao leite durante a colheita.
• Permitir eficiência na limpeza interna.
• Drenar completamente, uma vez que a lavagem seja concluída.
• Minimizar dano às tetas e ao úbere e manter o rebanho em boas condições de saúde.
A adequação do equipamento da ordenha deve seguir as seguinte instruções:
• Regulagem de vácuo

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Altura da linha de leite Vácuo em kilopascals


em metros

1.8 48

1.6 46-48

1.4 44-46

1.2 42-44

Linha baixa 40-42

• Regulagem de pulsadores:
-- Fase A+B de 60 - 65 %
-- Taxa 55 - 60/min.
• Teteiras compatíveis com os invólucros.
• Alinhamento correto dos conjuntos.
• Seguir as recomendações do Conselho Brasileiro de Qualidade do Leite (CBQL).
Um técnico qualificado deve dar manutenção regularmente no equipamento de ordenha.
Todas as superfícies de contato do leite e do sistema de limpeza devem ser fabricadas a partir de materiais
adequados: lisos, isentos de fissuras, fendas e capazes de serem limpos adequadamente durante uma
limpeza normal.
Conexões e soldas ruins podem dificultar a limpeza do equipamento de ordenha.
As bombas de leite devem ser desenhadas, instaladas e mantidas de forma a minimizar danos à
composição do leite.
Um sistema de filtragem do leite deve ser instalado na linha de transferência do leite. O objetivo do filtro
de leite é remover materiais insolúveis que tenham entrado no leite, após ter sido ordenhado de um úbere
saudável. O filtro deve ser construído de forma a permitir a fácil remoção e substituição do refil.
Tanque de leite
Os tanques devem ser fabricados com materiais adequados: lisos e que permitam fácil limpeza das
superfícies. Os tanques devem estar equipados com agitadores suficientes para:
• Manter o leite homogeneizado.
• Evitar a formação de filme termal (camadas de leite com diferentes temperaturas dentro do tanque).
• Assegurar que o leite seja agitado sem formação de espuma.

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Código de Boas Práticas na Fazenda

A menos que o tanque esteja equipado com um medidor de leite, ele deve ter uma alternativa aceitável
para a medição do volume do leite.
Todas as superfícies de contato devem ser de fácil drenagem.
Tanques equipados com tampa devem:
• Ser resistentes para evitar empenamento.
• Ser desenhados, prevenindo que o líquido externo não entre quando aberto.
• Ser desenhados para que estejam completamente vedados quando fechados.
• Ser desenhados / instalados, para evitar a entrada de pássaros, roedores e material estranho.
Todos os tanques devem ser instalados com um equipamento adequado para medição da temperatura e com
dispositivo de visualização. O termômetro deve ser instalado de forma que possa ser facilmente localizado pelo
motorista. Ele deve ser calibrado anualmente por uma pessoa autorizada e seus registros mantidos. A distância
entre a saída do tanque e a coleta do leite não deve ultrapassar 7m.
Tanques e latões de leite utilizados para o armazenamento e o transporte de leite cru não devem ser
usados para o armazenamento de qualquer outro produto diferente do leite cru.
Ordenha manual e balde ao pé
O leite deve ser transferido para o tanque de maneira rápida e eficiente. Isto é, não se deve esperar o
término da ordenha para levar os latões para o tanque de uma só vez. Eles devem ser levados pouco a
pouco, em intervalos curtos durante a ordenha.
Tanque comunitário
Ao final da ordenha, o leite deve ser transportado para a área de recepção dentro de meia hora. Ele deve
ser transportado de maneira rápida e eficiente. Caminhões comunitários ou outras formas de transporte
comunitário não devem ser utilizados para transportar o leite para a área de recepção. Os seguintes
métodos são permitidos:
• Utilitário (caminhonete)
• Moto
• Bicicleta
• Carroça
• Cavalo
Sistema de limpeza
Os materiais de limpeza devem ser capazes de manter o equipamento de ordenha e o tanque de leite limpos e não
devem causar problemas na qualidade do leite, como danos às características organolépticas e/ou degradação.
Cada propriedade deve dispor de equipamento de limpeza adequado, incluindo os baldes e as escovas para manter
o interior e o exterior do equipamento de ordenha e do tanque de leite limpos e em boa condição sanitária. Os
materiais de limpeza devem ser mantidos fora do chão, em lugares limpos e preferencialmente suspensos.
Deve haver uma pia disponível para limpeza, desinfecção e armazenamento dos utensílios e dos equipamentos
de trabalho.

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10.3.2 Água quente


Um ou mais aquecedores de água devem estar disponíveis no local de ordenha. Estes devem ser
capazes de aquecer uma quantidade de água suficiente até a temperatura correta de limpeza. Eles
devem ser fabricados com materiais que não liberam substâncias tóxicas na água.

Guia rápido
Para uma ordenha mecânica utiliza-se 7-10 litros de água quente por conjunto. Para ordenha
manual, deve-se utilizar água suficiente para limpar e sanitizar adequadamente todos os latões,
baldes e utensílios utilizados durante a ordenha. Quando existe um tanque de sistema fechado,
utiliza-se um volume de água quente de pelo menos 2% do volume do tanque, com um volume
mínimo de 120 litros.

10.3.3 Refrigeração do leite e calibração


O sistema de refrigeração do leite deve ser capaz de fazer seu resfriamento de 2-4°C dentro de 3 horas
após o final da primeira ordenha do dia e, em seguida, após o leite resfriado, abaixo de 4°C. Deve ser
mantida temperatura igual ou inferior a esta até o leite ser recolhido.
Registros de verificações devem ser realizados mensalmente para demonstrar a conformidade com a
norma acima. O modelo padrão fornecido pela DPA pode ser usado para este fim.
A unidade de refrigeração deve receber manutenção regularmente e o medidor de temperatura do tanque de
leite deve ser calibrado anualmente, por uma empresa credenciada, e seus registros arquivados.
Para ordenha manual, o leite deve ser coletado e transportado imediatamente para o tanque capaz de
resfriar o leite dentro dos requisitos citados acima. O tempo entre o final da ordenha ate a chegada do
leite ao tanque não deve ultrapassar 2 horas.
O leite de ordenha manual não deve ser misturado com o leite de outras operações, como de entrega ao
tanque comunitário ou a outro ponto de coleta onde não exista um sistema de rastreabilidade completa
(por exemplo, uma amostra individual antes da entrega).

10.3.4 Detergentes e sanitizantes


Fabricantes e fornecedores de produtos químicos de limpeza devem disponibilizar instruções escritas
para o uso de seus produtos. Os fabricantes de detergentes devem especificar a temperatura e
a concentração consideradas ótimas de qualquer detergente ou sanitizante aprovado. Apenas
detergentes e sanitizantes que tenham sido aprovados pelo MAPA (Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento) devem ser utilizados.

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Código de Boas Práticas na Fazenda

10.3.5 Água
Deve existir água suficiente e esta ser disponível na dependência de ordenha, de acordo com os
requerimentos para lavagem do local, do sistema de ordenha e do tanque. A água deve estar
disponível em pontos específicos para permitir a limpeza de áreas da sala de leite, da sala de ordenha
e da sala de espera.
A água utilizada para a limpeza do sistema de ordenha, do tanque e dos equipamentos, além da ordenha
manual, deve possuir túrbido <10 NTU e ser negativa para Escherichia coli/100ml.
No caso de a água não estar dentro dos padrões, deve ser adicionado cloro para atingir o padrão de E. coli
exigido, ou o desenvolvimento de outro programa de tratamento de água para que possa assegurar a não
contaminação do leite. A água clorada deve conter um mínimo de 0,2 mg/l e um máximo de 2 mg/l de
cloro ativo.
Os reservatórios de água devem ser limpos e mantidos em conformidade com os procedimentos escritos, no
mínimo uma vez a cada 6 meses, quando há maior risco de contaminação. O modelo fornecido pela DPA
pode ser usado para esta finalidade.

10.3.6 Paredes
Todas as paredes devem ser construídas de modo a minimizar o alojamento de aves, roedores, insetos e
outros animais e também para minimizar o acúmulo de poeira e de sujeira. As paredes devem ser fabricadas
com material cuja superfície seja impermeável e de fácil limpeza.
Paredes internas e externas devem ser conservadas em bom estado.

10.3.7 Tetos / Iluminação


Todos os tetos devem ser construídos de forma a minimizar o alojamento de aves, roedores, insetos e outros
animais e também para minimizar o acúmulo de poeira e sujeira. Os tetos devem ser fabricados com material
cuja superfície seja impermeável e de fácil limpeza.
O interior e o exterior dos tetos devem ser conservados em bom estado.
O local de ordenha deve ter iluminação adequada. Todas as luminárias devem ser protegidas contra quebra
para evitar a contaminação do leite e/ou possíveis acidentes pessoais com cacos de vidro.

10.3.8 Pisos
Os pisos devem ser de concreto ou material similar impermeável. Devem ser planos, de fácil limpeza,
permitindo a drenagem e evitando acúmulo de água até o ponto de conexão com o sistema de efluentes.
Na área de armazenamento do leite, a drenagem do piso também deve ser controlada pela gravidade (ralo,
canaleta, etc) e/ou por um anteparo para evitar acúmulo de água de limpeza e resíduos de leite na área de
colheita do caminhão.
A ordenha manual deve ocorrer em local protegido por uma coberta, concretado ou de material similar
impermeável. Esta área deve permanecer sempre limpa e livre de dejetos. Cuidados são necessários para
assegurar que o leite não seja contaminado durante ou após a ordenha.
Onde não há coberta construída, esta deverá ser providenciada até o 3° ano do programa.

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10.3.9 Portas / Ventilação


A sala de leite deve ser segura, impedindo o acesso de animais, pássaros, pragas, moscas, etc. Portas devem
ser instaladas na sala de leite e é recomendado que sejam de autofechamento. Também é recomendando
que os vãos das janelas sejam telados.
Deve haver boa ventilação na sala de leite.

10.3.10 Sala de espera


A sala de espera deve ser construída de concreto ou material similar impermeável. Ela deve ser
uniformemente inclinada para facilitar a limpeza após cada ordenha, permitindo a drenagem e evitando
acúmulo de água / de dejetos até o ponto de conexão com o sistema de efluentes.
Os acessos para entradas e saídas dos animais para as dependências de ordenha devem ser construídos e
preservados para garantir o escoamento da água e a não formação de poças, principalmente próximo a sala
de espera.
Observação: caso não sejam atendidas as normas acima e não haja risco de contaminação do leite, licenças
temporárias poderão ser concedidas.

10.3.11 Sistema de efluentes / Armazenamento


As dependências de ordenha devem ter um sistema de efluentes até o 3° ano do programa. A caixa de coleta
de efluentes deve estar localizada a uma distância de 10m do ponto de contato com o leite e a tubulação
deve ser impermeável e fechada. O reservatório de efluentes deve estar localizado a 40m de distância da área
de operação com o efluente canalizado.

10.3.12 Instalações de armazenamento


A área de operação deve possuir instalações adequadas para o armazenamento de:
• Medicamentos animais (armários trancados).
• Registros e outros documentos.
• Equipamento de limpeza.
• Material para detecção de mastite.

10.3.13 Banheiros
Se há um banheiro no local de ordenha, deve haver uma porta. Porém, a sala de leite e a sala de ordenha não
devem ter acesso direto. O banheiro deve estar em uma sala separada com teto e ventilação.
Deve haver um lavatório com sabão e toalhas descartáveis para a higienização das mãos.
Os efluentes dos banheiros não devem entrar no sistema de efluentes da captação da ordenha, nem devem
ser utilizados nas pastagens e/ou (change) em outros locais aos quais os animais têm acesso.

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Código de Boas Práticas na Fazenda

10.3.14 Outros equipamentos


No local de ordenha deve estar disponível um termômetro para checar a temperatura do leite e da água
de limpeza. O termômetro não deve ser de vidro nem conter mercúrio e não deve ser utilizado com
outros propósitos.

10.4 Manejo de ordenha


Objetivo
A ordenha das vacas é uma das atividades mais importantes na propriedade leiteira, porque é o momento:
• que a vaca corre o maior risco de adquirir mastite.
• que apresenta maior risco de contaminação bacteriana do leite.
Para se obter um adequado manejo de ordenha, que previna a transmissão de bactérias e de outros
contaminantes, é preciso seguir os seguintes pontos:
• Ordenhar somente tetas limpas e secas.
• Estimular a ejeção do leite.
• Extração do leite rápida e eficiente.
• Sempre desinfetar as tetas após a ordenha.

10.4.1 Higienização das mãos


Realizar a prática de higienização das mãos antes do início da ordenha e toda vez que julgar necessário
durante a ordenha. Instalações adequadas devem estar disponíveis na área de operação para permitir que as
mãos sejam lavadas eficientemente. Sabão líquido bactericida sem perfume ou detergente neutro mais álcool
70% e toalhas de papel descartáveis devem ser fornecidos.
Durante a ordenha, as mãos devem ser lavadas se ficarem sujas e/ou após ordenhar vacas com mastite.
Um procedimento visível afixado deve estar disponível, demonstrando como as mãos devem ser lavadas. O
modelo padrão fornecido pela DPA pode ser usado para esta finalidade.

10.4.2 Preparação das vacas (pré e pós-ordenha)


As tetas das vacas devem ser limpas para reduzir a contaminação microbiológica do leite.
Os primeiros três jatos de leite devem ser acondicionados em recipiente adequado para identificação de
mastite clínica antes da ordenha. O procedimento deve ser realizado em todas as vacas. Deve ser assegurado
que somente tetas limpas e secas sejam ordenhadas. Deve estar disponível um equipamento adequado para
limpar as tetas sem contaminação cruzada (por exemplo, água de boa qualidade disponível em pontos da
sala de ordenha ou uso de água clorada em garrafa de spray).
As tetas devem ser desinfetadas após a ordenha. Este procedimento mantém as tetas em boas condições e
reduz a contaminação microbiana e, consequentemente, reduz o risco de mastites.

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Código de Boas Práticas na Fazenda

Quando as vacas são alimentadas durante a ordenha, a área deve ser mantida limpa.
Deve haver um procedimento escrito e visível afixado no local, detalhando a preparação das vacas antes e
após a ordenha. O modelo padrão fornecido pela DPA pode ser usado para esta finalidade.
Ordenha Manual
Para ordenha manual é recomendado o uso do Cinturão da Qualidade DPA.

10.4.3 Separação de leite não destinado ao fornecimento


O leite não destinado ao fornecimento deve ser ordenhado separadamente daquele fornecido para a DPA.
O leite não destinado à DPA deve ser armazenado separadamente e de forma que não permita a coleta
acidental pelo motorista do caminhão.
Vacas no início de lactação devem ser separadas durante o período de colostro. O colostro não deve ser
misturado com o leite do tanque destinado à DPA.
Os seguintes tipos de leite não devem ser vendidos para o consumo público ou para laticínios:
• Leite de um animal que foi diagnosticado ou confirmado por um veterinário estar com doença clínica
transmissível ao homem (zoonose), como a leptospirose, a salmonelose, a brucelose e a tuberculose.
• O leite de um animal que está aparentemente doente/insalubre.
• O leite de um animal ainda em fase colostral (no mínimo 4 dias e/ou 8 ordenhas pós-parto).
• O leite com alterações em suas características naturais (odor, sabor, cor, etc), impuro ou que falhou no
teste organoléptico.
• O leite que contém medicamentos, substâncias inibitórias, resíduos químicos ou alguma outra substância
que poderia comprometer a segurança alimentar do consumidor.
• O leite que é colhido por uma pessoa que tenha uma doença transmissível de declaração obrigatória.
• O leite que contenha qualquer material estranho ou ao qual se tenha adicionado água.
• O leite que de alguma forma foi adulterado.
• O leite que esteja deteriorado por refrigeração inadequada.
• O leite com temperatura superior de 12°C na hora da coleta.

10.5 Bem-estar e saúde animal


Objetivo
Com apenas algumas mudanças simples no modo de pensar e agir com os animais, boas instalações, respeito
e alguns conhecimentos biológicos dos animais é possível aumentar a eficiência do sistema, melhorar a
qualidade do leite e facilitar a ordenha, reduzindo o estresse animal, aumentando a segurança do trabalhador
e o bem-estar animal. Isso traz resultados positivos para os animais, melhora a produtividade e a lucratividade
da propriedade.

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Código de Boas Práticas na Fazenda

O produtor deve assegurar que os cinco direitos ao bem-estar animal sejam cumpridos com todos os animais
relacionados à atividade leiteira.
• Direito 1 - ausência de fome e sede, através do acesso à água e à alimentação, para manutenção da
saúde e do vigor.
• Direito 2 - ausência de desconforto, advindo de um ambiente apropriado com abrigo, sombra e um área
de descanso confortável.
• Direito 3 - ausência de dor, trauma ou doença, pela prevenção, diagnóstico rápido e tratamento.
• Direito 4 - condição de expressar seu comportamento natural, promovendo-lhe espaço suficiente,
infraestrutura adequada e companhia de outros animais da mesma espécie.
• Direito 5 - ausência de medo e estresse através de condições e tratamentos que evitem sofrimento mental.
Com instalações de ordenhadeiras adequadas, respeito aos animais e boas técnicas de reprodução é possível
aumentar a eficiência produtiva, melhorar a qualidade de leite, facilitar a ordenha, reduzir o estresse animal,
aumentar a segurança no trabalho e o bem-estar do animal.
Processos simples e regulares para diagnosticar mastite, podem diminuir a contagem de células somáticas, o
que significa uma redução de custos e mais rentabilidade.

10.5.1 Separação de vacas doentes, tratadas e com colostro


Todos os animais doentes, tratados (em tratamento ou em período de carência) e em fase colostral
devem ter seu leite separado do leite destinado à DPA. O método de separação deve assegurar que não
haja contaminação cruzada.
É recomendado que todos os animais doentes, tratados e em fase colostral fiquem em rebanhos separados.
Todos os animais doentes devem ser excluídos do fornecimento de leite até terem se recuperado. Todas
as vacas em tratamento com medicamentos veterinários devem ter seu leite excluído do fornecimento
durante o período de carência exigido. Vacas com colostro devem ter seu leite separado durante 8
ordenhas consecutivas.
Todo animal sofrendo de alguma doença ou ferimento deve ser identificado, separado do rebanho
e receber atenção adequada e imediata. Se necessário, a visita de um médico veterinário deve ser
providenciada. A propriedade deve ter instalações adequadas para isolar e tratar os animais doentes
ou feridos.

10.5.2 Marcação de vacas doentes, tratadas e com colostro


Todos os animais doentes, tratados e em fase colostral devem ser claramente marcados para que possam ser
facilmente identificados pela equipe de ordenha.

10.5.3 Prescrições e recomendações de medicamentos veterinários


Somente podem ser usados medicamentos registrados e recomendados por um veterinário registrado (CRMV)
por meio de receitas, que devem ser arquivadas.
Todos os medicamentos vencidos devem ser descartados.
Uma lista dos medicamentos recomendados deve ser elaborada pelo veterinário e fixada no armário médico.

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Hormônios para crescimento ou utilizados para aumentar a produtividade não devem ser usados sem
aprovação prévia da DPA e somente sob supervisão veterinária.

10.5.4 Programa sanitário


A propriedade deve ter um programa sanitário que atenda às recomendações técnicas dos programas
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no que diz respeito à: Febre Aftosa, Brucelose,
Tuberculose Bovina, Raiva, Encefalopatia Espongiforme Bovina (Doença da Vaca Louca), Mastite, endo e
ectoparasitoses. O programa sanitário deve ser elaborado, datado e assinado pelo veterinário responsável e
conter o número do CRMV deste.

10.5.5 Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e


Tuberculose
A propriedade deve seguir as recomendações do Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose
e Tuberculose. Considerando a Legislação Brasileira e a Instrução Normativa SDA n° 06 de 08/01/2004 do
Ministério da Agricultura, que instituiu o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da
Tuberculose Animal – PNCEBT.
É recomendado que a propriedade entre no processo de certificação.

10.5.6 Área de maternidade separada


Deve ser uma área identificada, utilizada exclusivamente para vacas em pré-parto.
Os animais em pré-parto devem receber atenção especial. Cerca de 30 dias antes do parto, o animal
deve ser levado para a área de maternidade. Esta deve ser próxima ao local de ordenha para facilitar a
observação diária.

10.6 Agrotóxicos
Objetivo
Os agrotóxicos devem ser utilizados seguindo as instruções do fabricante e de modo a minimizar o risco de
contaminação da água ou do leite.
Agrotóxicos são produtos utilizados para controlar pragas ou doenças que causam danos à pastagem
ou às plantações. Devem ser usados com cautela porque apresentam riscos sérios de contaminação
do leite.
Quando o rebanho se alimenta de pastagem e há riscos de contaminação, é necessária uma análise de
solo. A avaliação de riscos deve ser conduzida para determinar os parâmetros da análise, por exemplo
DDT/DDE, Dioxina, PCBs, etc.
Os agrotóxicos devem ser utilizados seguindo as instruções do fabricante e a legislação vigente e de modo
a minimizar o risco de contaminação do leite, da água e do meio ambiente.

10.6.1 Agrotóxicos aprovados


Os agrotóxicos devem ser aprovados pelos órgãos competentes.

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Código de Boas Práticas na Fazenda

10.6.2 Armazenamento / Aplicações


O local de armazenagem dos agrotóxicos (herbicidas e pesticidas) deve estar a 20m de distância da
dependência de ordenha. A área de armazenamento deve ser:
• segura.
• separada da área de ordenha.
• identificada.
• ter acesso restrito.
• obedecer as recomendações do fornecedor.
A mistura de químicos deve ser feita longe do local de ordenha (40m), usando a água fornecida, separada da
utilizada nas dependências de ordenha.
Todas as aplicações devem ser registradas com o período de carência. O modelo padrão da DPA pode ser
usado para esta finalidade.

10.6.3 Reciclagem
Embalagens vazias de produtos agrícolas devem ser retornadas para os pontos de venda em conformidade
com a legislação.

10.7 Alimentação animal


Objetivo
Os alimentos e aditivos para os animais de ordenha podem ter um efeito direto na qualidade do leite
produzido e na saúde do animal. Portanto, os alimentos precisam ser monitorados e controlados para reduzir
os riscos. Cuidados devem ser tomados para garantir que os alimentos corretos sejam fornecidos aos animais
de ordenha, e que estes não causarão alterações nas condições naturais do leite (odor, sabor, cor, etc) ou
resíduos de contaminação.

10.7.1 Alimentos aprovados


Cama de frango, farinha de carne, farinha de ossos ou ingredientes de origem animal são proibidos na
alimentação do rebanho, conforme Instrução Normativa do Ministério da Agricultura. Deve haver uma
declaração assinada pelo produtor assegurando que ele não utiliza estes produtos para alimentação do
rebanho leiteiro.
Na aquisição de alimentos com riscos de contaminação com micotoxina (ração, polpa cítrica, caroço de
algodão, etc) é recomendado solicitar uma análise (laudo) de cada lote adquirido.

10.7.2 Armazenamento / Preparação


Todos os ingredientes, alimentos e aditivos devem ser armazenados em um local limpo e seco, livre de
mofo, com proteção contra pragas e roedores. Todos os alimentos devem ser identificados com as seguintes

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Código de Boas Práticas na Fazenda

informações: produto, composição, fornecedor, data de entrada e data de validade. Os produtos devem ser
armazenados afastados da parede e preferencialmente suspensos.
A área de armazenamento deve ter espaços internos adequados a diferentes atividades - armazenamento,
processamento, circulação de pessoas, etc. O local de preparação e armazenamento de alimentos não deve
ser utilizado para nenhuma outra atividade, nem conter outros produtos que não sejam relacionados à
alimentação animal.
É recomendado proteger todas as luminárias contra quebra para evitar a contaminação dos alimentos e/ou
preparações e possíveis acidentes pessoais com cacos de vidro.

10.8 Meio ambiente


Objetivo
Os consumidores, os órgãos reguladores e a indústria estão crescentemente preocupados com o impacto
que os produtos e seu processo produtivo têm sobre o meio ambiente. É essencial que os produtores de
leite considerem o impacto ambiental de seus sistemas produtivos e assegurem a minimização destes.
Todas as legislações locais e nacionais relacionadas ao gerenciamento do meio ambiente devem ser
cumpridas. Os riscos ambientais devem ser identificados e controlados (por exemplo, com um plano de
gestão ambiental).

10.8.1 Descarte de lixo na fazenda


O descarte do lixo na propriedade deve ser feito de forma adequada e de acordo com regulamentos
governamentais.

10.8.2 Reserva Legal / Área de Preservação Permanente


O proprietário ou o responsável pela propriedade deve apresentar a escritura da propriedade (original
ou cópia) e nela deverá constar a averbação da reserva legal (RL) realizada em cartório. A RL deve
respeitar o limite mínimo estabelecido na legislação federal para o estado/região na qual se situa e
ser cercada.
Quanto às áreas de preservação permanente (APP), estas devem estar em conformidade com a legislação
em vigor. Os cursos de água e nascentes deverão ter, ao longo de seu curso, uma faixa de isolamento de
30 metros de cada margem ou um raio de 50 metros de distância das nascentes, onde não poderá haver
nenhum tipo de exploração ou desmatamento.
Até o 3° ano do programa, a propriedade deve ter este requisito completamente cumprido.

10.8.3 Fertilização
Os fertilizantes devem ser utilizados mediante teste de solo e planos de gestão.
Testes de solo e planos de gestão ajudam a garantir o correto volume e o tipo de fertilizantes a serem
utilizados. Estes procedimentos ajudam a proteger o meio ambiente (inclusive cursos d’água) e reduz custos.

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Código de Boas Práticas na Fazenda

10.9 Recursos Humanos


A legislação trabalhista deve ser respeitada sempre. A equipe deve ser adequadamente treinada para exercer
suas funções. Os trabalhadores com doenças transmissíveis que representem risco de contaminação do leite
devem ser afastados de suas funções.

10.9.1 Leis trabalhistas respeitadas


O emprego de trabalho infantil é proibido. Deve ser assinada uma declaração afirmando que o trabalho
infantil não é empregado na propriedade.
É proibido o trabalho de adolescentes menores de 16 anos de idade, exceto no caso de a propriedade
possuir mão-de-obra exclusivamente familiar (não pode haver ninguém contratado). Neste caso, o
proprietário deverá comprovar que o adolescente frequenta a escola regularmente (declaração de
frequência escolar) e que os horários (escola e jornada de trabalho) não coincidem. Os adolescentes com
idade igual ou superior a dezesseis anos que trabalhem na propriedade deverão ter suas carteiras de
trabalho assinadas.
A propriedade deve fornecer apoio adequado para que as crianças que lá residem frequentem
e permaneçam na escola até passar a idade infantil, conforme a Recomendação 146 da OIT –
Organização Internacional do Trabalho. Incluir meios para assegurar que tal criança não esteja
empregada durante o horário escolar. A propriedade não deve se envolver ou apoiar a utilização de
trabalho infantil.
Pelo menos uma pessoa na propriedade deve compreender as leis trabalhistas e assegurar que elas
sejam cumpridas.
Crianças e adolescentes não devem ser expostos a situações perigosas, inseguras ou insalubres dentro
da propriedade.

10.9.2 Treinamento da equipe


Os funcionários devem ser adequadamente treinados para suas funções e nos procedimentos da propriedade.
Um registro de treinamento de pessoal é obrigatório e este registro pode ser mantido na Agenda da
Qualidade fornecido pela DPA.

10.9.3 Saúde do ordenhador / Primeiros socorros


Funcionários com sintomas de doenças transmissíveis de declaração obrigatória (diarréia, vômitos, etc) devem
comunicar ao seu supervisor ou gerente. Funcionários com essas doenças não devem trabalhar com o leite
cru ou na propriedade. A propriedade deve ter um plano no local para lidar com estas situações e manter
registros de tais doenças.
Todos os exames médicos realizados pelos funcionários devem ser arquivados.
Deve haver uma pessoa na propriedade treinada em primeiros socorros. Um kit de primeiros socorros deve
estar disponível.

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Código de Boas Práticas na Fazenda

Onde necessário, será fornecido ao trabalhador o EPI (Equipamento de Proteção Individual) e vestuário
adequado para realizar suas funções.

10.10 Gestão da Qualidade


Objetivo
Sistemas de gestão da qualidade são projetados para fazendas a fim de garantir que o leite esteja apto
à sua finalidade, elegível para atender aos mercados e para minimizar o risco de leite não seguro ou de
qualidade inaceitável. Eles abrangem os procedimentos, sistemas e registros que são requeridos. Como
parte dos requisitos deste Código, deve haver na propriedade um sistema de gestão da qualidade em vigor.
A DPA criou um modelo para uso dos produtores.

10.10.1 Procedimentos afixados


A propriedade deve ter procedimentos visíveis afixados no local de ordenha para as seguintes funções:
1. Início e finalização dos equipamentos.
2. Limpeza da ordenhadeira.
3. Limpeza do tanque de leite.
4. Problemas de resfriamento e armazenamento do leite.
5. Limpeza da sala de leite.
6. Limpeza da sala de ordenha e de espera.
7. Higienização das mãos.
8. Manejo de ordenha.
9. Tratamento de animal doente e separação.
10. Agrotóxicos.
11. Alimentos animais.
12. Limpeza da caixa d’água.
Os modelos de procedimentos-padrão para as áreas acima são disponibilizados pela DPA.

Registros requeridos

10.10.2 Registros de saúde animal


Os registros devem conter todos os detalhes da administração de todos os tratamentos dos animais,
independentemente do período de carência. Tipos de tratamentos nos quais os registros são necessários, mas
não restritos:
• prescrição de medicamento animal.
• tratamentos hormonais (quando permitido).
• induções de parto.
• drenches (oral e pour on).
• aplicações de carrapaticidas.
• pesticidas.

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Código de Boas Práticas na Fazenda

• injeções.
• pomadas ou pó oral.
• remédios homeopáticos e naturais.
Também devem ser mantidos os registros de todos os animais que estão doentes, mas não tratados. Estes
registros devem incluir:
• identificação da vaca.
• data do início da doença/tratamento.
• razão do tratamento (onde aplicável).
• tratamento utilizado.
• data do último tratamento (onde aplicável).
• período de carência (onde aplicável).
• data que retornou a ordenha/rebanho.

10.10.3 Verificações mensais


Verificações mensais devem ser realizadas e registradas para:
• equipamentos de ordenha.
• tanque de leite.
• sala de ordenha.
• sala de leite e acessos.
• temperaturas do leite.
• verificações de temperatura e dosagem de limpeza.
• efluentes.

10.10.4 Outros registros requeridos


Os seguintes registros também devem ser mantidos:
• troca de borrachas.
• manutenção dos equipamentos de ordenha e de refrigeração e seus comprovantes.
• calibragem do termômetro do tanque de leite e seus comprovantes.
• resultados dos testes de água.
• alimentos e aditivos animais adquiridos (devem incluir data de chegada, produto, fornecedor e data de
validade).
• relatórios de visitas veterinárias e/ou técnicas.
• animais vendidos e comprados.
• animais mortos.
• aplicação de pesticidas e inseticidas.
A GTA (Guia de Transporte Animal) tem o sistema de manutenção de registros que deve ser preenchido pelos
produtores quando há venda oficial de gado. A propriedade pode ainda usar este sistema para registro de
transferências animais ou utilizar o sistema fornecido pela DPA.

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Código de Boas Práticas na Fazenda

11 GLOSSÁRIO
Tratamento Animal: Qualquer droga, medicamento, remédio ou preparação terapêutica.
Limpa: Significa livre de sujeira, resíduo, barro, etc.
Reservatório de Efluentes: Reservatório construído para armazenamento de dejetos animais.
Local ou dependência de ordenha: Local onde os animais são ordenhados, incluindo a sala de ordenha, a
sala de leite e a sala de espera.
Animais doentes: Um animal de ordenha que está sofrendo de uma enfermidade, a qual tem o potencial
de tornar o leite cru impróprio.
Doença de Declaração Obrigatória: Qualquer doença que, pela lei, tem que ser declarada.
Superfície de Contato com o Leite: É uma superfície que está em contato direto com o leite ou uma
superfície na qual os líquidos podem cair ou serem drenados para o leite, incluindo parte do sistema de
limpeza de transporte de detergente.
Animal de Ordenha: Qualquer animal mantido para a produção de leite destinado à venda.
Equipamento de Ordenha: Inclui qualquer ordenhadeira, bomba de leite, resfriadores de leite,
equipamento de armazenagem e qualquer outro equipamento que tenha contato com o leite.
Fossa Sanitária: Buraco para descarte de partes de carcaças ou vísceras de animais.
Sala de ordenha: Parte do local de ordenha onde os animais são preparados para ordenha e são
ordenhados.
Sala de Leite: Parte do local de ordenha onde o leite é armazenado antes de ser transportado.
Normalmente inclui a sala de higienização, onde são armazenados os equipamentos, utensílios e produtos
de limpeza.

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Serviço ao Produtor de Leite DPA
Av. Anhanguera, 14.841 - Setor Santos Dumont
74463-350 - Goiânia, GO
www.dpamericas.com.br/produtor
spl.faleconosco@br.nestle.com

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