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MINISTÉRIO DA SAÚDE

DIRECÇÃO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA MÉDICA


CENTRAL DE MEDICAMENTOS E ARTIGOS MÉDICOS

GESTÃO, CONTROLO E DISPENSA DE MEDICAMENTOS

Manual de Procedimentos
dos Depósitos Distritais
de Medicamentos


Edição
Este Manual pertence ao:

A assistência técnica para a revisão deste manual foi financiada pela USAID através de contrato
USAID | PROJECTO DELIVER, ordem de serviço 1 nº GPO-I-01-06-00007-00
MINISTÉRIO DA SAÚDE
DIRECÇÃO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA MÉDICA
CENTRAL DE MEDICAMENTOS E ARTIGOS MÉDICOS

GESTÃO, CONTROLO E DISPENSA DE MEDICAMENTOS

Manual de Procedimentos
dos Depósitos Distritais
de Medicamentos


Edição
Colaboraram na revisão deste Manual:
Artur Fernandes
Bilal Elyas
Dália Somá
Denilson Namburete
Deogratias Gasuguru
Dionísio Chunguane
Emerson Ribeiro
João Teixeira
Inácio Carnot
Lucílio Williams
Marilene Madivádua
Marta Bule
Lídia Cardoso
Noémia Muíssa
Sérgio Seny
Tatiana Fonseca
Xitsembisso Susana

Agradecimentos a:
Catarina Óscar
Daitino Sarmili
Arménio da Silva
ÍNDICE
Introdução............................................................................................................................. Xi
Gestão de Medicamentos..................................................................................................... 1
Abastecimento....................................................................................................................... 5
Abastecimento Via Clássica Especial........................................................................ 5
Abastecimento Programado de Kits .......................................................................... 5
Depósito Distrital de Medicamentos........................................................................... 7

1. Depósito Distrital de Medicamentos............................................................................. 9

2. Requisição....................................................................................................................... 10
2.1 Preparação da Requisição/Balancete.............................................................. 10
2.2 Elaboração da Requisição Mensal................................................................... 11
2.1.2 Preenchimento da Requisição/Balancete......................................................... 11
2.1.3 Envio da Requisição......................................................................................... 13
2.2 Elaboração de uma Requisição Especial......................................................... 13
2.2.1 Critério para Elaboração duma Requisição Especial devido a ruptura
iminente de Stock............................................................................................. 14
2.2.2 Previsão dum consumo maior para alguns produtos devido à surtos ou
epidemias......................................................................................................... 14

3. Gestão de Stock e Armazenagem . ............................................................................... 15


3.1 Recepção dos Medicamentos.......................................................................... 15
3.1.2 Conferência da Encomenda............................................................................. 15
a) Comissão de recepção . .............................................................................. 16
b) Relatório de Ocorrências . ........................................................................... 17
3.1.3 Preenchimento da Guia de Remessa / colunas relativas a Entrada ............... 17
3.1.4 Arrumação dos produtos e registo nas Fichas de Stock ................................. 17
3.2 Utilização da Ficha de stock a nível do Depósito Distrital................................ 18
3.3 Conservação dos Medicamentos..................................................................... 20

4. Processo de Inventário................................................................................................... 27
4.1 Contagem do Stock.......................................................................................... 27
4.1.1 Preparação do Inventário................................................................................. 27
4.1.2 Realização da primeira contagem ................................................................... 28
4.1.3 Reconciliação da contagem com o stock existente das Fichas de Stock ....... 29
4.1.4 Preenchimento da parte do Balancete na Requisição/Balancete .................. 30
4.1.5 Preenchimento e Correcção das Fichas de Stock .......................................... 33
4.1.6 Arquivo do processo de Inventário................................................................... 34

5. Processo de Inutilização................................................................................................ 35
5.1 Produtos que devem ser considerados para inutilização................................. 35

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos vii


5.2 Retirada dos produtos das prateleiras.............................................................. 35
5.3 Armazenagem e conservação dos produtos por inutilizar até a sua destruição 35
5.4 Normas para inutilização física dos produtos................................................... 35
a) Depósitos que podem proceder às inutilizações.......................................... 35
b) Relatório De Ocorrências............................................................................. 36
c) Lista de inutilizados...................................................................................... 36
d) Periodicidade . ............................................................................................. 36
e) Processo de destruição................................................................................ 37

6. Processo de Devolução.................................................................................................. 38

7. Distribuição para uma Unidade Dependente ............................................................... 40


7.1 Recepção e análise da Requisição ................................................................. 40
7.2 Determinação das quantidades por fornecer .................................................. 40
7.3 Preparação da encomenda ............................................................................. 42
7.4 Preenchimento da GUIA DE REMESSA / Colunas relativas a entrada . ......... 42
7.5 Envio dos Medicamentos ................................................................................ 44
7.6 Encerramento do processo de Requisição / Remessa ................................... 44

8. Aviamento para os Serviços de Internamento e Ambulatório ................................... 45


8.1 Recepção da Requisição Interna .................................................................... 47
8.2 Avaliação das necessidades ........................................................................... 48
8.3 Aviamento (no Depósito) ................................................................................. 48
8.4 Controlo e Remessa da encomenda (no Depósito) ........................................ 48

9. Abastecimento Programado de Kits de Medicamentos ............................................. 49


9.1 Recepção dos Kits . ......................................................................................... 49
9.2 Distribuição dos Kits para unidades sanitárias dependentes .......................... 50
9.2.1 Elaboração do Mapa Resumo/Plano Trimestral de Distribuição de Kits ......... 50

10. Fluxo de Informação .................................................................................................... 53


a.) Farmácia da Unidade Sanitária ............................................................................ 53
b.) Serviços de Internamento . ................................................................................... 53

11. Recuperação de Custos nos Depósitos Distritais..................................................... 54


11.1 Preenchimento dos modelos de recuperação de custos no Depósito Distrital
de Medicamentos............................................................................................. 55
a) Elaboração Mensal do MAPA FINANCEIRO DISTRITAL (Modelo 8)........... 55
b) Entrega do MAPA RESUMO MENSAL DE CAIXA e do MAPA FINANCEIRO
ao Responsável do Depósito Provincial...................................................... 56

12. Depósitos Bancários..................................................................................................... 57

13. Fluxo De Documentos Ao Nível Distrital..................................................................... 59

14. Arquivo .......................................................................................................................... 60

viii Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


Siglas

CMAM Central de Medicamentos e Artigos Médicos

CMD Consumo Médio Diário

CMM Consumo Médio Mensal

DCI Denominação Comum Internacional

DPM Depósito Provincial de Medicamentos

FNM Formulário Nacional de Medicamentos

HC Hospital Central

HR Hospital Rural

HG Hospital Geral

HP Hospital Provincial

LNCQM Laboratório Nacional de Controlo da Qualidade dos Medicamentos

PAV Programa Alargado de Vacinação

PEPS Primeiro a Expirar Primeiro a Sair

PME Programa de Medicamentos Essenciais

QR Quantidades a Requisitar

SE Stock Existente

SNS Serviço Nacional de Saúde

SS Stock de Segurança

US Unidade Sanitária

Símbolos
Nota importante

Tipo de arquivo

Convenção
v Os modelos oficiais utilizados nos procedimentos aparecem no texto em
MAIÚSCULA

v Os nomes das colunas ou dos campos referidos no texto aparecem entre parênte-
sis rectos [ ] e em “negrito”.

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos ix


 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos
INTRODUÇÃO

Por Decreto N° 13/75, de 6 de Setembro, foi criada a Central de Medicamentos e Artigos


Médicos (CMAM). Esta instituição subordinada ao Ministério da Saúde tem competências para
administrar, coordenar e executar as funções relativas à aquisição, armazenagem, conserva-
ção, e distribuição de medicamentos e artigos médicos.

A distribuição de medicamentos e artigos médicos do nível central para os depósitos provinciais


de medicamentos, hospitais centrais, e gerais no pais é realizada pela CMAM.

Das requisições recebidas, a CMAM emite ordens de fornecimento de acordo com a disponibi-
lidade nos armazéns centrais, tendo como princípio a distribuição equitativa dos medicamentos
aos diferentes níveis do Serviço Nacional de Saúde.

A Lei N° 25/91 de 31 de Dezembro, cria o Serviço Nacional de Saúde (SNS) que se subordina
ao Ministério da Saúde e é constituído por Unidades Sanitárias que estão organizadas em
quatro níveis de atenção de saúde (a caracterização das Unidades Sanitárias foi actualizada
através do Diploma Ministerial N° 127/2002, de 31 de Julho):

v O nível primário com (Centros de Saúde de diferente tipos – Tipo I, II e III);


v O nível secundário (Hospitais Gerais, Distritais e Rurais);
v O nível terciário (Hospitais Provinciais);
v O nível quaternário (Hospitais Centrais e Especializados).
Tal como o SNS, a cadeia de distribuição de Medicamentos está estruturada em diferentes
níveis:

v O Nível Central, representado pela CMAM de onde fazem parte os Armazéns Centrais de
Maputo e Beira, que abastecem os Hospitais Centrais, os Hospitais Gerais e os Depósitos
Provinciais;
v O Nível Provincial, representado pelos Depósitos Provinciais, que abastecem os Hospitais
Provinciais, os Hospital Especializados e os Depósitos Distritais, em algumas situações
abastecem também alguns Hospitais Rurais e Centros de Saúde;
v O Nível Distrital, representado pelos Depósitos Distritais que abastecem os Hospitais
Distritais, Rurais e os Centros de Saúde;
v O Nível Primário representado pelos Centros de Saúde;
v A Nível da Comunidade representado pelos APEs que são abastecidos pelos Depósitos
Distritais ou Centros de Saúde mais próximos.
Este Manual de Procedimentos tem como objectivo principal apoiar o pessoal da área da
Farmácia na realização das suas actividades diárias.

Este manual irá também contribuir para que a cadeia de distribuição de medicamentos do SNS
seja integrada e auditável a qualquer nível, com objectivo final de assegurar a disponibilidade
contínua de medicamentos.

As instituições do nível Distrital são abastecidas mensalmente, na base de uma requisição de


medicamentos elaborada pelo respectivo Responsável da Farmácia em coordenação com o
seu Responsável Clínico ou com o aval do Médico Chefe Distrital.

Para o caso de programas específicos do MISAU, a requisição dos produtos deve ser feita em
coordenação com o responsável local do respectivo programa.

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos xi


A utilização de medicamentos no SNS é orientada por um Formulário Nacional de Medicamentos
(FNM), com o qual foi instituída a obrigatoriedade na prescrição de medicamentos pelos nomes
genéricos ou DCI (Denominação Comum Internacional) em todo o território nacional.

Pelo despacho 42/2007 de Sua Excelência o Ministro da Saúde datado de 2 de Maio, foi esta-
belecida a taxa única de cobrança de medicamentos por diferentes níveis.

xii Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


GESTÃO DE MEDICAMENTOS
A Gestão de medicamentos é o conjunto das actividades que devem ser realizadas de uma
forma contínua e interligada para garantir a existência e o correcto uso dos medicamentos nos
diversos níveis do Sistema de Saúde. Isto significa que o medicamento deve estar disponí-
vel ao utente na quantidade necessária, no momento certo, a custo baixo e com a qualidade
desejada.

O Ciclo de aprovisionamento apresenta-se como uma sucessão de funções básicas, funda-


mentais para uma correcta gestão dos medicamentos no Serviço Nacional de Saúde:

Planif icação

Uso GESTÃO Procura

Gestão de stock
Armazenamento
Distribuição

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 


PLANIFICAÇÃO E PROCURA
Consiste em determinar e adquirir as quantidades necessárias dos medicamentos apropria-
dos para o tratamento das patologias identificadas, tendo em conta os fundos disponíveis.

 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


Gestão de stock, Armazenamento e Distribuição
Consiste em disponibilizar os medicamentos e artigos médicos necessários para o funcio-
namento das Unidades Sanitárias com boa qualidade e quantidade, em tempos certos e
regulares a custos mínimos.

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 


USO
Refere à correta utilização da medicação, considerando a qualidade da prescrição, a em-
balagem, a rotulagem, as condições de dispensa e de conservação e o cumprimento da
terapêutica pelo paciente.

 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


ABASTECIMENTO
Existem três métodos de abastecimento de medicamentos no Serviço Nacional de Saúde:

v O abastecimento pela Via Clássica:


* Normal
* Especial, de reforço ou de emergência
v O abastecimento programado de Kits

Para alguns programas do MISAU como o tratamento com antiretrovirais, malária e tuberculo-
se, os procedimentos são diferentes e estão descritos detalhadamente em outros manuais.

Abastecimento Via Clássica Normal


A Via Clássica é a forma de abastecimento dos depósitos provinciais, distritais e dos hospitais
bem como do serviço de internamento no geral, sendo também utilizada em complemento para
o reforço às unidades sanitárias abastecidas por Kits.

Este abastecimento é feito com base na elaboração de uma requisição, para a qual é necessá-
rio seleccionar e quantificar os medicamentos necessários com base nos consumos médios e
o stock de segurança considerando as quantidades existentes no stock.

Abastecimento Via Clássica Especial


O Abastecimento Especial é utilizado quando um medicamento está em eminência de ruptu-
ra de stock e é necessário um reforço ou quando se prevê que aconteça uma das situações
seguintes:

v Sempre que o stock de um determinado produto esteja abaixo do Stock de Segurança;


v Quando se prevê um consumo extraordinário, por exemplo epidemias, surtos, acidentes,
etc.;
v Sempre que aparece um défice para determinado produto do kit;
v Quando o nível de qualificação do pessoal clínico da US permite a utilização de medica-
mentos de nível superior aos contidos no kit.
Quando uma destas situações acontece, o responsável da farmácia em coordenação com o
responsável clínico, faz uma requisição de acordo com as necessidades, ao depósito fornece-
dor solicitando o reforço ou abastecimento adicional de medicamentos.

Abastecimento Programado de Kits


O processo de abastecimento programado de Kits tem como objectivo garantir a existência
regular dos medicamentos essenciais nas USs de nível primário, melhorar a utilização do medi-
camento e as condições de armazenagem e distribuição de medicamentos neste nível e, desta
maneira, melhorar o abastecimento de medicamentos à população.

Um kit define-se como uma embalagem contendo um número seleccionado de medicamentos,


está previsto para tratar um número determinado de doentes em função de padrões epidemio-
lógicos pré-definidos.

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 


A distribuição é realizada pelos depósitos provinciais e distritais sem que seja necessária a ela-
boração duma requisição. A quantidade de kits será determinada pelo número médio mensal
de consultas externas realizadas.

Existem 2 tipos de kits, nomeadamente Kit US e Kit APE, sendo o primeiro destinado às
Unidades Sanitárias e o segundo aos Agentes Polivalentes Elementares.

Tipo de Kit Numero de consultas Nível de qualificação do


Externas abrangidas Pessoal clínico

Médico
Técnico de Medicina
Agente de Medicina
Kit US 1000
Enfermeiro Geral
Enfermeiro Básico
Enfermeira de SMS

Agente Comunitário de Saúde


Kit APE 250 APE
Socorrista

É Importante saber que, para se receber os Kits não é necessário preencher


uma Requisição, as Unidades Sanitárias são obrigadas a preencher os
Mapas apropriados e a enviar ao nível superior para possibilitar que seja
feito o cálculo das quantidades de Kits que devem receber.

 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


Depósito Distrital
de Medicamentos
 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos
1. DEPÓSITO DISTRITAL DE MEDICAMENTOS
Os Depósitos Distritais são Depósitos situados ao nível distrital, que excepcionalmente pode
abastecer a partir de um mesmo stock, as Unidades Sanitárias dependente, os Serviços de
Internamento e a Farmácia do Ambulatório da instituição a qual pertence o depósito.

Dependendo da organização do distrito, pode-se encontrar tipos diferentes de Depósito


Distrital:
a) Nas mesmas instalações e compartilhando o espaço do Depósito do Hospital Rural

b) Nas mesmas instalações e compartilhando o espaço do Depósito do Hospital Geral

c) Nas mesmas instalações e compartilhando o espaço do Depósito do Centro de Saúde


quando este é também Unidade Sanitária de Referência no Distrito

d) Depósito Distrital numa instalação dos Serviços Distritais de Sáude Mulher e Acção Social
(SDMAS)

e) Outros

A gestão do Depósito Distrital envolve a realização de todas as actividades que permitem o


manuseamento, a conservação e o controlo do stock de medicamentos.

Assim, no âmbito dos procedimentos de gestão, ao nível do Depósito Distrital determinaram-se


regras para:

v Requisitar medicamentos ao Depósito Provincial;


v Armazenar, gerir e controlar o stock de medicamentos no depósito;
v Distribuir às Unidades Sanitárias, aos Serviços de Internamento e à Farmácia do Serviço
Ambulatório.

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 


2. REQUISIÇÃO
A REQUISIÇÃO é o processo de solicitação, com objectivo de reconstituir o stock de medica-
mentos de modo a cobrir as necessidades das unidades dependentes.

O cálculo das necessidades, a nível do Depósito Distrital baseia-se na análise das quanti-
dades anteriormente distribuídas ou pedidas pelas unidades dependentes, dependendo
do facto de ter ou não ter havido roturas de stock durante o período anterior e com base no
inventário corrente.

O período normal de reposição de stock é mensal.


A Requisição Especial pode ser elaborada a qualquer momento, de acordo
com a situação do stock e deve ser justificada.
Cada Direcção Distrital de Saúde deve garantir a organização e a criação
de todas as condições para que seja respeitado o prazo estipulado para o
envio das requisições.
As requisições mensais atrasadas devem ser justificadas sob o risco de
serem penalizadas.

2.1 Preparação da Requisição/Balancete


Cada requisição mensal deve ser antecedida da realização de um processo de inventário, que
deve ser registado na coluna [Inventário do Stock] da REQUISIÇÃO/BALANCETE bem como
na FICHA DE STOCK, preenchendo-se na coluna [Origem/Destino do movimento] como
Inventário e a quantidade apurada na coluna [Stock Existente].

Para os medicamentos que tiveram ruptura durante o mês, os dados de


consumo para o calculo da quantidade a requisitar, não se devem basear
no total das saídas das unidades sanitárias dependentes, mas sim no
total dos pedidos das mesmas.

Para facilitar a recolha dos dados dos pedidos para os produtos com stock
igual a zero, quando não houverem, devem ser abertas novas fichas de
stock para estes produtos. Por outro lado, pode-se recorrer as guias de
remessa para efectuar os registos dos produtos pedidos que não foram
fornecidos, ou usar as marcações “NÃO HÁ” da própria requisição, para
transferir os dados dos pedidos não fornecidos, para a ficha de stock.

Os distritos com condições podem valer-se de modelos electrónicos


para a elaboração das requisições, desde que estes sejam preparados ou
validados pela Central de Medicamentos.

10 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE Normal
MINISTÉRIO DA SAÚDE REQUISIÇÃO/BALANCETE Nº
CENTRAL DE MEDICAMENTOS E ARTIGOS MÉDICOS Especial/Urgência

Unidade Sanitária: Província: Período: Até: 2ª Via


Distrito: Nº de Kits US APE
Recebido

CMAM - Modelo 01
Nível de Qualificação do Responsável Clínico: Nº de Consultas Externas Realizadas: Nº de kits US APE Data de Requisição:
Abertos

Requisição do Nível Provincial ou Distrital

Controlo da Ficha de Stock Controlo de Inventário


Designação Qtd. Autorizada
FNM Stock no Início Soma das Soma das Stock Teórico Fim Total dos Inventário do Diferença Quantidade Pedida pelo Responsável
do Período Entradas Saídas do Período Pedidos Stock Quantidade a Clínico
Requisitar
Nome Dosagem Forma Farmacêutica SI E S SF=SI+E-S P I I-SF
do dia 5 do mês a que se referem.

trabalho após recepção da requisição.

Original
2.2 Elaboração da Requisição Mensal

Duplicado
Triplicado
2.1.2 Preenchimento da Requisição/Balancete

Elaborado por: Visto do Responsável Clínico:

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos


mês da recepção da requisição. O envio deve ser feito num periodo máximo de 5 dias úteis de
Preparação e envio da encomenda. O Depósito Fornecedor prepara a Remessa no mesmo
Envio da requisição. As requisições mensais devem dar entrada no depósito fornecedor antes

11
Regras de preenchimento do Modelo 01
O cabeçalho deve ser preenchido em cada uma das folhas usadas.

As informações pedidas permitem :

v Identificar a [Unidade Sanitária] que deve referir-se ao Depósito Distrital e a


[Província];
v Identificar (marcando no lugar apropriado) o tipo de requisição como [Normal], assim
como a [Data de requisição].

Para cada produto requisitado :


v Registar por ordem do N° do [FNM], o [Nome], a [Dosagem] e a [Forma] farmacêutica
do produto;
v A partir dos dados da FICHA DE STOCK, preencher os dados do [Stock no Início do
Período] que corresponde ao Inventário do período anterior [ Soma das Entradas]
[Soma das Saídas];
v Calcular o [Stock Teórico no Fim do Período] somando o ( Stock no Início do Período
+ Soma das Entradas – Soma das Saídas);
v A partir das FICHAS DE STOCK, efectuar o somatório dos pedidos de cada produto e
preencher o total na coluna [Total dos Pedidos];
v Registar a quantidade apurada no Inventário na coluna [Inventário do Stock] e apu-
rar possíveis [Diferenças] entre o [Inventário do Stock] e [Stock Teórico no Fim do
Período];
v Calcular a [Quantidade a Requisitar], considerando 1 mês de Consumo + 1 mês de
Stock de Segurança e subtraindo o Inventário do Stock (I):
QR = 1 mês de distribuidos para UD x 2 – Inventário

Se houve ruptura de stock :

QR = 1 mês de pedidos mensais das UD x 2 – Inventário

Assinaturas e Vistos:
v O Chefe do Depósito Distrital de medicamentos deve assinar na zona “Elaborado por”,
confirmando as informações reportadas.
v A REQUISIÇÃO deve ser censurada e assinada pelo Médico Chefe Distrital, com even-
tuais correcções por ele indicadas na coluna [Quantidade autorizada].

Distritos com difícil acesso ( inacessíveis em épocas chuvosas), usar a


fórmula correspondente para um periodo de reposição de 2 meses ou
mesmo de 3 meses depois da reunião consultiva com Responsável Clínico
a nível do distrito.

12 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


Exemplo do cálculo de quantidade quando NÃO houve ruptura de Stock:
O Depósito Distrital, durante o mês de Fevereiro distribuiu 200.000 comprimidos de
Paracetamol 500mg. Do Inventário mensal o depósito tinha em stock 100.000 compri-
midos. Para requisitar este medicamento para o próximo período deve aplicar a fórmula
seguinte:

QR=1 mês de distrib.para UD × 2 – (I)

Dados:

1 mês de distrib.para UD = 200.000

(I) = 100.000

Assim, QR=200.000×2-100.000=300.000

Exemplo Se HOUVE ruptura de stock:


O Depósito Distrital, durante o mês de Fevereiro não teve stock suficiente para satisfazer
200.000 comprimidos de Paracetamol 500mg pedidos por todas as unidades dependen-
tes. Do Inventário mensal o depósito tinha em stock 50.000 comprimidos. Para requisitar
este medicamento para o próximo período deve aplicar a fórmula seguinte:

QR=1 mês de pedidos mensais das UD ×2 – (I)

Dados:

1 mês de pedidos mensais das UD = 200.000

(I) = 50.000

Assim, QR=200.000×2-50.000=350.000

2.1.3 Envio da Requisição


A requisição é elaborada em 2 exemplares, o duplicado ficará arquivado (num processo único
de Requisição/Balancete) no Depósito Distrital de Medicamentos, enquanto que, o original
será enviado para o Depósito Provincial nos prazos definidos.

2.2 Elaboração de uma Requisição Especial


Em regra, o período de abastecimento é mensal. No entanto, existem situações extraordinárias
para quais uma Requisição Especial de reforço é necessária como:

v Ruptura iminente de stock de determinados produtos.


v Previsão de um consumo maior para alguns produtos devido ao surgimento de um surto ou
epidemia ou outras necessidades especiais.
Nestes casos, o Chefe do Depósito Distrital de Medicamentos, em coordenação com o
Responsável Clínico Distrital, deve requisitar ao Depósito Provincial de Medicamentos um
reforço de acordo com as necessidades extra identificadas.

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 13


O DEPÓSITO FORNECEDOR deve fazer gestão de pendentes aviando os
produtos que não foram fornecidos na última requisição assim que os
receber em seu armazém.

2.2.1 Critério para Elaboração duma Requisição Especial


devido a ruptura iminente de Stock
A altura certa para elaboração da requisição especial é quando o stock existente passa a ser
inferior ao Consumo Médio Mensal do produto considerado.

A necessidade de se elaborar a Requisição Especial é detectada na FICHA DE STOCK quando


se avia o produto para uma unidade dependente. Daí a importância de se colocar no cabeçalho
da ficha de stock, o Consumo Médio Mensal que deve ser actualizado trimestralmente na altura
que se elabora o Requisição/Balancete para o primeiro mês do trimestre seguinte.

Preenchimento de uma Requisição Especial


v A Requisição Especial obriga a realização do Inventário e aplicação da fórmula devida
(SS-SE). Entretanto, é importante notar que no cabeçalho deve-se assinalar no espaço
[Especial/emergencia]

Visto do Médico Chefe:


A REQUISIÇÃO ESPECIAL deve ser censurada e assinada pelo Responsável Clínico
Distrital, com eventuais correcções por ele indicadas na coluna [Quantidade autorizada].

Na Requisição Especial, é adaptada a fórmula para determinação da


[Quantidade a requisitar], considerando para cada produto apenas o
equivalente de um Stock de Segurança (1 mês de consumo médio).

2.2.2 Previsão dum consumo maior para alguns produtos


devido à surtos ou epidemias
A avaliação das necessidades, neste caso, deve ser baseada na planificação, a nível do conse-
lho clínico ou Consultivo da Província, de modo antecipar a evolução do surto.

Uma estreita colaboração é necessária entre o Chefe do Depósito Distrital de Medicamentos e


o Responsável Clínico Distrital, de modo elaborar uma Requisição racional.

14 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


3. GESTÃO DE STOCK E ARMAZENAGEM
Após elaboração pelo Depósito Distrital, a requisição é enviada para o Depósito Provincial, que
vai preparar e aviar a encomenda também nos prazos estabelecidos.

O Depósito Distrital deve controlar a encomenda recebida sendo depois responsável da correc-
ta gestão e conservação do seu stock.

Este capítulo descreve as diferentes actividades a serem desenvolvidas a nível do Depósito


Distrital para correcta gestão e controlo do stock,

3.1 Recepção dos Medicamentos


Os produtos a serem recebidos nos Depósito Distrital devem ser acompanhados pela GUIA DE
REMESSA / ENTRADA devidamente preenchida pelo fornecedor. O agente encarregado pelo
transporte deverá entregar esta documentação junto com os volumes (caixas seladas).

Assim, no primeiro acto da recepção, que é a entrada dos volumes no armazém, a comis-
são de recepção deve verificar na presença do transportador que as embalagens ou caixas
não foram violadas, e que o N° de volumes corresponde à quantidade indicada na GUIA DE
REMESSA / ENTRADA. Se forem detectadas faltas ou a violações de volumes, será anotada
uma observação e logo avisado o Responsável Clínico do Distrito, incluindo a elaboração de
um RELATÓRIO DE OCORRÊNCIA que deve ser assinado também pelo transportador.

O duplicado da GUIA DE REMESSA/ENTRADA será devolvido ao Depósito Fornecedor.

3.1.2 Conferência da Encomenda


Numa segunda fase deve-se conferir a encomenda, controlando as quantidades, prazos de
validade e N° de lote de cada item, com base na GUIA DE REMESSA / ENTRADA recebida.

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 15


v
v

16
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DA SAÚDE GUIA DE REMESSA Nº ENTRADA
CENTRAL DE MEDICAMENTOS E ARTIGOS MÉDICOS

Depósito Fornecedor: Unidade Dependente: Fornecimento



Distrito: N° de Requisição:
N° Total de Volumes:
Modelo 02

Devolução

CMAM - Modelo 02
Data da Requisição: Expirado
Província: Maputo Data da Remessa: Acumulado Data da Recepção:

Preenchido pelo Depósito Fornecedor Preenchido pela Unidade Dependente


N° de Lote Prazo de Quantidade Quantidade Preço Unitário Valor Quantidade Diferença
Designação
FNM Validade Pedida Fornecida Recebida
Nome Dosagem Forma Farmacêutica QF PU QF x PU QR QR - QF

a) Comissão de recepção
1

Original
4

O Responsável do Depósito Distrital.


5

Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


6

tes, sendo sempre necessária a presença de:


7

O Responsável Clínico ou seu representante;


8

10

Duplicado
11

12

13

14

15

16

17

Triplicado
18

19

20

Valor da Remessa:

Elaborado por: Conferido por: Transportado por: Recebido por:


Guia de Remessa/Entrada

doria no armazém. A composição desta comissão depende da disponibilidade dos intervenien-


Remessa/Entrada, a qualidade dos medicamentos recebidos e confirmar a entrada da merca-
Uma comissão de recepção será constituída de modo a controlar as informações da Guia de
b) Relatório de Ocorrências
Se detectar qualquer anomalia tanto de quantidade assim como da qualidade do produto, deve
ser comunicado imediatamente ao Responsável Clínico do Depósito Fornecedor através do
RELATÓRIO DE OCORRÊNCIA, que pode ser feito em folha A4 em duplicado.

3.1.3 Preenchimento da Guia de Remessa / colunas


relativas a Entrada
A parte “ENTRADA” é preenchida pela Unidade Requisitante.

Parte “Entrada” da Guia de Remessa


PÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
NISTÉRIO DA SAÚDE
NTRAL DE MEDICAMENTOS E ARTIGOS MÉDICOS
GUIA DE REMESSA Nº ENTRADA
r: Unidade Dependente: Fornecimento

N° de Requisição:
N° Total de Volumes: Devolução
Data da Requisição: Expirado
Maputo Data da Remessa: Acumulado Data da Recepção:

pósito Fornecedor Preenchido pela Unidade Dependente


N° de Lote Prazo de Quantidade Quantidade Preço Unitário Valor Quantidade Diferença
Designação
Validade Pedida Fornecida Recebida
me Dosagem Forma Farmacêutica QF PU QF x PU QR QR - QF

Recebendo 2 exemplares, o depósito distrital :


v Completa a [Data de recepção];
v Confirma para cada produto a [Quantidade Recebida] na coluna adequada;
v Se existir uma divergência entre a [Quantidade Recebida] e a [Quantidade Fornecida],
completa-se a última coluna calculando a [Diferença] (recebido – fornecido).

Vistos e Assinaturas :
Os elementos da comissão de recepção devem após conferência assinar os dois exempla-
res da GUIA DE REMESSA / ENTRADA, tal como participar na elaboração do Relatório de
Ocorrências se for necessário.

Uma vez preenchido, o original da GUIA DE REMESSA / ENTRADA será anexado à REQUISIÇÃO
correspondente num processo único e o duplicado devolvido ao Depósito Fornecedor.
Conferido por: Transportado por: Recebido por:

3.1.4 Arrumação dos produtos e registo nas Fichas de Stock


Uma vez conferida a encomenda recebida e completada a documentação, todos os produtos
recebidos devem ser imediata e correctamente arrumados nas prateleiras, paletes, estrados,
seguindo as regras em vigor.

Na mesma altura deve-se lançar para cada um dos produtos, as entradas correspondentes nas
fichas de stock, actualizando os respectivos stocks.

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 17


3.2 Utilização da Ficha de stock a nível do Depósito Distrital
Com a ficha de controlo de stock, poder-se-á:

v Controlar a quantidade de produtos existentes;


v Controlar o prazo de validade do produto;
v Controlar o Consumo Médio Mensal (CMM);
v Calcular a quantidade necessária dos produtos;
v Controlar os movimentos dos produtos;
v Aumentar a transparência na gestão dos produtos.

Todas as fichas de stock devem ser colocadas na prateleira junto aos


produtos correspondentes.

A FICHA DE STOCK (modelo 03) deve ser utilizada para todos os produtos presentes e ge-
ridos no depósito, incluindo os Kits e os livros de modelos. As informações são processadas
sempre que haja um movimento de saída, inventário ou de entrada como ilustrado no modelo
a seguir.

Modelo 03 Ficha de Stock


REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

FICHA DE STOCK
CMAM - Modelo 03

MINISTÉRIO DA SAÚDE
CENTRAL DE MEDICAMENTOS E ARTIGOS MÉDICOS

Unidade Sanitária: Distrito: Província:

Enfermaria de : Farmácia de:

Designação (Nome, Dosagem e Forma


FNM CMM Prazos de Validade
Farmacêutica)

Data do N° de Ajustes Ajustes Stock


Origem/Destino do Movimento Entradas Saídas Pedidos Rubrica
Movimento Documento Negativos Positivos Existente

… Transporte :

Original ˛ Duplicado o Triplicado o


No stock ao lado dos produtos

Data do N° de Ajustes Ajustes Stock


Origem/Destino do Movimento Entradas Saídas Pedidos Rubrica
Movimento Documento Negativos Positivos Existente

… Transporte :

18 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


Regras de preenchimento do Modelo 03
Cabeçalho da Ficha de Stock:
v Identificação da [Unidade Sanitária] ou do depósito e da [Província];
v Código do Produto no [FNM], e [Designação, Dosagem, Forma] do Medicamento ou
artigo médico;
v O [Consumo Médio Mensal] é calculado e reportado na FICHA DE STOCK na altura da
elaboração da requisição mensal. Este dado será actualizado trimestralmente;
v Os [Prazos de Validade], devem ser preenchidos. Se existirem várias datas para o mes-
mo produto, cada uma delas deve ser registada e classificada de maneira decrescente.

Informações referentes aos movimentos de medicamentos:


v A [Data do movimento] corresponde à data (dia, mês e ano) em que realizou o
movimento;
v A [Origem] dos produtos quando se recebe ou o [Destino] quando se avia para as uni-
dades dependentes;
v O [N° de documento] utilizado para realizar o movimento;
v Ao receber os artigos considera-se como movimento de entrada (Guia de Remessa do
Depósito Fornecedor, devolução de uma Unidade Dependente). Preenche-se a coluna
[Entradas] indicando a respectiva quantidade;
v Se aviar os artigos, considera-se como movimento de saída (Guia de Remessa para a uni-
dade Requisitante). Preenche-se a coluna [Saídas] indicando a respectiva quantidade;
v A coluna [Stock Existente] corresponde a quantidade em stock depois do movimento;
v A coluna [Ajustes Negativos] é utilizada para o registo de situações extraordinárias tais
como o registo de quebras, roubos, a correcção de dados errados contidos na Ficha de
Stock, etc.;
v A coluna [Ajustes Positivos] é utilizada para o registo de situações extraordinárias re-
sultantes de quantidades adicionais encontradas durante os inventários ou correcção de
dados errados contidos na Ficha de Stock, etc.;
v A coluna [Pedidos] corresponde à quantidade requisitada por cada um dos
dependentes.

O Inventário, os Ajustes e o Transporte devem ser inscritos na Ficha de


Stock a “vermelho”. Quando se chega ao fim da ficha de stock (última
linha), deverá transportar o stock existente para a nova ficha (ou verso)
colocando na coluna [... Transporte]

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 19


3.3 Conservação dos Medicamentos
A conservação constitui um dos aspectos importantes na gestão de medicamentos. Quando
mal armazenados, as condições ambientais podem alterar a qualidade dos mesmos. Por esta
razão, foram criadas algumas regras básicas para a conservação de medicamentos que devem
ser implementadas.

Os elementos adversos dos medicamentos são: calor, luz, humidade, ratos e insectos. Também
é necessário proteger os medicamentos dos roubos e do incêndio, para além de ter que ser
sempre tomado em consideração o prazo de validade.

Alguns produtos requerem condições especiais de armazenagem:

v As vacinas, a insulina e alguns citostáticos requerem temperaturas baixas, devendo ser


conservados em câmaras frias, geleiras ou congeladores e devem circular de acordo com
as normas especiais da cadeia de frio:
¸ Refrigerador não deve estar aberto por mais de 4 minutos;

¸ O refrigerador deve ser somente dedicado a produtos de saúde;

¸ Colocar medicamentos nas prateleiras do meio;

¸ Colocar garrafas com água nas de baixo e cima para manter a temperatura constante;

¸ Priorizar o armazenamento destes produtos durante a recepção.

v Os estupefacientes, os psicotrópicos e outras substâncias de controlo específico devem ser


guardados num local seguro, de preferência num cofre. Apenas o Chefe do Depósito e uma
outra pessoa identificada terão acesso a estes produtos.
v Os inflamáveis, tais como o álcool, éter dietílico, metanol etc., devem ser armazenados em
quartos especiais, de preferência numa pequena construção separada.
Arrumação dos medicamentos
Os medicamentos recebidos devem ser arrumados imediatamente após a sua conferência. As
regras de arrumação aqui listadas vão, uma vez aplicadas, facilitar a movimentação de carga
dentro do seu armazém:

v Organizar o seu armazém de modo a facilitar o manuseamento dos produtos, a circulação


do ar e a movimentação do pessoal;
v Organizar os produtos seguindo a ordem do Formulário Nacional de Medicamentos;
v Colocar nas prateleiras as etIquetas com os respectivos códigos do FNM para indicar o
lugar de cada produto, caso não haja prateleiras, provisoriamente pode-se usar caixas ou
outros materiais convencionais;
v Colocar o conteúdo pesado e frágil (injéctáveis e garrafas) nas prateleiras de ­baixo;
v Eliminar pontas, ou superfícies cruzadas;
v Nas prateleiras de cima são armazenados os sólidos (comprimidos, cápsulas, SRO), se a
prateleira for muito alta, armazene somente os medicamentos que não são sensíveis ao
calor e os que tem pouca rotação;
v Se por acaso armazenar nas prateleiras do meio, líquidos e injectáveis, não colocar ou-
tros medicamentos em baixo, pois podem ser danificados se os líquidos verterem, ou se
partirem;
v Acondicionar os produtos de frio na câmara/geleira;
v Colocar os produtos atractivos para roubo em local fechado com chaves;
v Separar medicamentos impróprios dos outros;
v Organizar as caixas de maneiras a que o Prazo de validade, etiquetas de identificação, data
de fabrico estejam visíveis;
v Seguir instruções do fabricante para armazenamento;
v Arrumar na medida do possível, um mesmo produto na mesma zona. Em caso de grandes
volumes é necessário encher a prateleira e armazenar o restante das caixas numa zona
única;
v Proteger a carga de grande volume (cartões, material de penso, soros...) arrumando-as em
estrados (paletes).

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 21


Antes de arrumar qualquer produto ou medicamento deve-se verificar o
prazo de validade, aplicando a norma PEPS (Primeiro a Expirar Primeiro a
Sair). Os produtos com prazo de validade mais longo devem ficar por trás.
À frente os de prazo mais curto. Por outro lado deve-se prestar atenção e
colocar os de prazo mais longo embaixo e os de prazo mais curto em cima.

Calor
O calor acelera a degradação dos medicamentos. Na medida do possível deve-se criar corren-
tes de ar na zona de armazenagem no sentido de baixar a temperatura ambiente no local.

O facto de criar correntes de ar favorece também a acumulação de poeira


no local de armazenagem, pelo que se deve limpar regularmente o
armazém.

Luz
Alguns medicamentos deterioram-se quando expostos a luz. A sensibilidade é variável em fun-
ção dos produtos, mas em regra todos os produtos devem estar protegidos da luz(usando
cortinas ou pintando as janelas com a cor branca).

É importante ler as indicações de conservação escritas no rotulo das embalagens ou etiquetas


das caixas.

22 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


Humidade
O bolor e o mofo são causados pela humidade, pela infiltração de água através do tecto, das
paredes e poças de água no chão. Para evitar isso, devem-se proteger as caixas ou emba-
lagens de medicamentos da água que possa vir de cima ou de baixo (chuva, infiltrações,...),
equipar os tectos com caleiras ou outros sistemas de drenagem, permitir a ventilação de ar e
reparar rapidamente todas infiltrações. Os frascos de comprimidos e cápsulas devem manter-
se fechados e com saquetas de substâncias exsicadoras.

As caixas NÃO devem ser arrumadas directamente no chão mas sim nas
prateleiras, em paletes ou estrados para grandes volumes.

Limpeza
Diariamente, deve-se limpar o pó das prateleiras, caixas, embalagens, sacudir as redes das
janelas, varrer o chão, e tirar o lixo. Deve também ser estabelecido um calendário mensal de
limpeza com água e sabão para as paredes, chão, janelas e portas.

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 23


Ratos e Insectos
É necessário proteger os medicamentos contra o ataque de ratos, insectos ou outros animais.

Assim, por exemplo, para evitar a aparição de baratas o armazém deve ser limpo regularmente.

Tendo em conta que os ratos destroem muitas vezes os soros, plásticos, comida e outros, os
produtos devem ser bem arrumados verificando regularmente a integridade das embalagens.

É proibido o consumo de alimentos nas áreas de conservação de


medicamentos

Um armazém limpo e bem arrumado é menos sujeito à presença de roedores e de insectos.

Os medicamentos impróprios para o uso devem ser destruídos regularmente. Enquanto aguar-
dam pela sua destruição devem estar isolados mas devidamente arrumados.

Usar insecticidas e verificar se as redes das janelas e outras possíveis entradas de roedores e
insectos estão protegidas e em boas condições.

Roubo
De modo minimizar os riscos de roubo é necessária a tomada de algumas precauções.

Nos armazéns:
v Limitar o acesso a área de armazenagem;
v Permitir só a circulação de pessoal autorizado nas áreas de armazenagem;
v proceder à revista de pessoas na entrada e saída do armazém;
v Assegurar que as portas e janelas tenham fechaduras fortes, grades e dispositivos de
segurança;
v As portas devem ter, pelo menos, duas fechaduras, cada uma com chaves diferentes.

Durante o transporte:
v Usar embalagens fortes;
v Fechar as embalagens (com uma fita plástica ou de metal, fita cola... em volta da
embalagem);
v Verificar cuidadosamente a mercadoria na altura da recepção.

24 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


O responsável pelo depósito de medicamentos deve sempre verificar
a integridade física do seu armazém, avisando o responsável clínico
logo que se detecte qualquer anomalia que possa constituir risco para
segurança dos produtos.

Prazos de validade
É possível minimizar as perdas devido a expiração de prazo de validade através das seguintes
medidas:

v Prever as necessidades correctamente;


v Arrumar correctamente os medicamentos;
v Aviar primeiro os medicamentos com prazo de validade mais curto (regra PEPS - Primeiro
a Expirar, Primeiro a Sair);
v Devolver o stock acumulado ou produtos que não se usam para o depósito fornecedor;
v Discutir com clínico sobre a utilização de medicamentos que estão a acumular-se.

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 25


Lista de verificação das condições do depósito

1. O depósito está separado do Ambulatório? Sim o Não o

2. Existe espaço suficiente para armazenar medicamentos no depósito Sim o Não o

3. O depósito tem duas fechaduras, cada uma com a sua chave e esta Sim o Não o
devidamente gradeado?

4. O depósito está sempre fechado quando não existe pessoal a Sim o Não o
trabalhar?

5. A entrada do armazém é restrita e todos são revistados a entrada e Sim o Não o


saída?

6. O armazém está isento de infiltração, tem boa ventilação e esta Sim o Não o
protegido luz solar directa?

7. O depósito é desinfestado regularmente e não apresenta nenhum Sim o Não o


sinal de presença de insectos e roedores?

8. Os medicamentos são armazenados nas prateleiras e não existem Sim o Não o


medicamentos em contacto directo com a luz solar?

9. Os psicotrópicos são armazenados em local seguro com pelo Sim o Não o


menos duas fechaduras/cadeados?

26 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


4. PROCESSO DE INVENTÁRIO
O processo de inventário, de periodicidade mensal, é o conjunto de três actividades
consecutivas:

1. A contagem física do stock, chamada de INVENTÁRIO propriamente dito;

2. A análise dos movimentos de stock durante um período definido baseado na informação


das FICHAS DE STOCK, chamado BALANCETE;

3. A correcção das FICHAS DE STOCK sendo os saldos confirmados ou não pelo inventário.

O PROCESSO DE INVENTÁRIO deve ser realizado no fim do mês antes da elaboração da


requisição mensal.

Durante o processo de inventário, não se deve realizar qualquer


movimento de mercadoria, sendo considerado o depósito como fechado.
É primordial preparar bem o inventário de modo reduzir ao máximo o
tempo durante o qual o depósito ficará fechado.

4.1 Contagem do Stock


O inventário é o stock existente num determinado momento.

Inventariar, é a contagem física de todos os produtos existentes discriminados por N° de lote e


prazo de validade.

4.1.1 Preparação do Inventário


v Informar todas as unidades dependentes da data de realização do inventário, sendo o de-
pósito considerado como fechado durante o inventário;
v Limpar e arrumar devidamente o depósito, agrupando na medida do possível os mesmos
produtos no único lugar e colocando a respectiva ficha de stock. Um depósito organizado é
mais fácil de inventariar;
v Actualizar as Fichas de Stock, registando todos os movimentos de entrada e de saída dos
produtos se tiver remessas pendentes ou não registadas;
v Criar uma Comissão de Inventário, formada para o efeito, que inclua o Responsável Clínico
ou seu representante e o Inspector;
v Dividir o trabalho e definir as tarefas de cada membro da equipa, dependendo da dimensão
do depósito e do número de pessoas que participam na realização do inventário. Pode ser
necessária de Fichas de Contagem que servirão de base para a realização do relatório final
do inventário. Os membros da equipa devem no final assinar as listas de inventário.

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 27


Primeira
1 Ficha de Stock 1'
contagem

Reconciliação
dos dados 2

Nova
contagem NÃO Corresponde?

NÃO SIM

Corresponde com Preenchimento


SIM do Relatório de 3
uma precedente
contagem? Inventário

Preenchimento do 4
balancete 2
1

Correcção da
5
Ficha de Stock

Elaboração da
6
requisição

4.1.2 Realização da primeira contagem


Etapa 1

Numa lista de contagem provisória levanta-se para cada produto e os dados necessários para
elaboração do relatório final de Inventário:

v Designação do produto (FNM, Nome, Dosagem, Forma);


v Nº de lote do produto;
v Prazo de validade do produto;
v Stock existente contado do produto.

28 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


4.1.3 Reconciliação da contagem com o stock existente
das Fichas de Stock
Etapa 2

Uma vez contados, para todos os itens do armazém devem ser reconciliadas as quantidades
contadas (lista de contagem) com o stock existente na FICHA DE STOCK.

Se para um produto os dois dados não corresponderem, será necessário efectuar uma
nova contagem física deste produto para assegurar-se que a diferença detectada não prove-
nha dum erro de contagem.

No caso de se ter dados diferentes nas quantidades contadas da primeira e da segunda vez,
deve se contar de novo o stock do produto até ter pelo menos 2 contagens idênticas.

A lista de contagem pode ser feita em folha A4 seguindo o exemplo abaixo:

Exemplo de lista de contagem


Ao realizar a Contagem do stock de todos os produtos, é necessário discriminar cada item
por seu [N° de lote] e [Prazo de Validade]. os mesmos produtos com Nº de lote diferentes,
devem ser considerados como produtos diferentes. Sendo assim, são preenchidos em li-
nhas diferentes e somados num sub total como descrito no exemplo que se segue:

LISTA DE CONTAGEM Data da


Período 31/03/08 até 01/04/08 Trimestre 1 - 2 - 3 31/03/2008

FN Designação Nº de Prazo de Contagem


Validade Stock
Nome Dosagem Forma

04 - B - 03 Metilergometrina 0,2 mg/ml Injectável M432 31/12/2005 5.000


07 - A - 01 Ácido Acetil Salicílico 500 mg Comprimido PA564 31/12/2005 10.000
07 - A - 01 Ácido Acetil Salicílico 500 mg Comprimido PA898 28/02/2006 15.000
07 - A - 01 Ácido Acetil Salicílico 500 mg Comprimido AAS6543 31/07/2007 2.000
07 - A - 01 Ácido Acetil Salicílico 500 mg Comprimido Total 27.000
07 - A - 03 Paracetamol 500 mg Comprimido PA345 30/08/2006 439.000
08 - A - 01 Fenoximetil Penicilina 500 mg Comprimido FP553 30/09/2004 2.000

Na altura do preenchimento, os mesmos produtos com Nº de lote diferentes, devem ser consi-
derados como produtos diferentes. Portanto, são preenchidos em linhas diferentes como está
descrito no exemplo que se segue com 3 lotes de Ácido Acetíl Salicílico para um total de
10 000 + 15 000 + 2 000 = 27 000 comp.

FN Designação Nº de Prazo de Contagem


Validade Stock
Nome Dosagem Forma

04 - B - 03 Metilergometrina 0,2 mg/ml Injectável M432 31/12/2005 5.000


07 - A - 01 Ácido Acetil Salicílico 500 mg Comprimido PA564 31/12/2005 10.000
07 - A - 01 Ácido Acetil Salicílico 500 mg Comprimido PA898 28/02/2006 15.000
07 - A - 01 Ácido Acetil Salicílico 500 mg Comprimido AAS6543 31/07/2007 2.000
07 - A - 03 Paracetamol 500 mg Comprimido PA345 30/08/2006 439.000
08 - A - 01 Fenoximetil Penicilina 500 mg Comprimido FP553 30/09/2004 2.000

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 29


v
v
v

30
Etapa 3
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE Normal
MINISTÉRIO DA SAÚDE REQUISIÇÃO/BALANCETE Nº
CENTRAL DE MEDICAMENTOS E ARTIGOS MÉDICOS Especial/Urgência

Unidade Sanitária: Província: Período: Até: 2ª Via


Distrito: Nº de Kits Recebido US APE

CMAM - Modelo 01
Nível de Qualificação do Responsável Clínico: Nº de Consultas Externas Realizadas: Nº de kits Abertos US APE Data de Requisição:

Requisição do Nível Provincial ou Distrital

Controlo da Ficha de Stock Controlo de Inventário


Designação Qtd. Autorizada
FNM Stock no Início Soma das Soma das Stock Teórico Fim Total dos Inventário do Diferença Quantidade Pedida pelo Responsável
do Período Entradas Saídas do Período Pedidos Stock Quantidade a Clínico
Requisitar
Nome Dosagem Forma Farmacêutica SI E S SF=SI+E-S P I I-SF

Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


Original
Requisição/Balancete

Duplicado
Análise dos movimentos (entradas e saídas) de cada produto;

da etapa (o inventário propriamente dito constitui a primeira etapa).

Triplicado
4.1.4 Preenchimento da parte do Balancete na

stock durante um período definido. O BALANCETE tem as seguintes funções:

Elaborado por: Visto do Responsável Clínico:


Determinação das diferenças de stock comparando o Stock Teórico com o Stock Real.
O BALANCETE é parte integrante do PROCESSO DE INVENTÁRIO, constituindo a segun-
O Balancete é o documento de análise e de controlo que apresenta situações diferentes de
A elaboração da parte do BALANCETE no modelo REQUISIÇÃO/BALANCETE é feita através
da compilação dos dados do INVENTÁRIO mensal e das FICHAS DE STOCK. Portanto, é ne-
cessário a recolha das fichas correspondentes das prateleiras de modo a que se possa ter em
mão as informações relativas a entrada e a saída de cada um dos produtos.

Regras de preenchimento da parte do “Balancete”


O cabeçalho deve ser preenchido em cada uma das folhas usadas.

As informações pedidas permitem:

v Identificar a [Unidade Sanitária] que deve referir-se ao Depósito Distrital e a [Província];


v Identificar o [Período] a que se refere o Balancete.

Para cada produto inventariado :


v Registar por ordem do N° do [FNM], o [Nome], a [Dosagem] e a [Forma] farmacêutica
do produto;
v A partir dos dados da FICHA DE STOCK, preencher os dados do [Stock no Início do
Período] que corresponde ao Inventário do período anterior [Soma das Entradas]
[Soma das Saídas];
v Calcular o [Stock Teórico no Fim do Período] somando o (Stock no Início do Período +
Soma das Entradas – Soma das Saídas);
v Registar a quantidade apurada no Inventário na coluna [Inventário do Stock] e apu-
rar possíveis [Diferenças] entre o [Inventário do Stock] e [Stock Teórico no Fim do
Período];

Assinatura, Visto e data de elaboração:


v O pessoal que elaborou o Balancete;
v O visto do Responsável Clínico Distrital;
v A data de elaboração do Balancete.

Ao Balancete já terminado, se haver anomalias, anexa-se um Relatório


de Ocorrências justificando a razão dos erros constatados e é enviado ao
Responsável Clínico Distrital que deverá analisar e pôr um visto nos dois
documentos.

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 31


Exemplo:

Neste exemplo considera-se a elaboração do balancete do Paracetamol 500mg cp.

Nas fichas de stock pode-se encontrar as seguintes informações:

v O stock no inicio do período = 310 000


v A soma das entradas = 540 000
v A soma das saídas = 410 000
Por aplicação da formula, calcula-se o stock teórico no fim do período, sendo igual a:

310 000 + 540 000 – 410 000 = 440 000


07-A-03 Paracetamol 500 mg 25000 25/02/2009
comp.
Data do Origem/ Destino do Nº de Ajustes Ajustes Stock
Entradas Saídas Pedidos Rubrica
movimento movimento Documento Negativos Positivos existente

Transporte 340,000

23/12/2007 DD Mandimba GR 000432 30,000 310,000

1/1/2008 Inventário Trimestral Inv.000303 310,000

10/1/2008 DD Mecula GR 000433 50,000 260,000

15/1/2008 DD Mecanhelas GR 000434 120,000 140,000

4/2/2008 HP Lichinga GR 000435 110,000 30,000

27/2/2008 CMAM GR 0003457 540,000 570,000

3/3/2008 DD Lichinga GR 000436 70,000 500,000

15/3/2008 DD Metangula GR 000437 60,000 440,000

Por contagem física dos comprimidos de Paracetamol, na coluna [Inventário de Stock] do


balancete se preencheu a quantidade de 43 900 cp.

Existe portanto uma diferença de 439 000 - 400 000 = - 1000 comprimidos a menos do que
devia existir no stock.

Controlo da ficha de Stock Controlo do Inventário


Stock Inicial Soma das Soma das Stock Teórico do Inventário
Diferença
do período Entradas Saídas Fim do período do stock
SI E S SF = SI + E I I - SF
310.000 540.000 410.000 440.000 439.000 -1.000

32 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


4.1.5 Preenchimento e Correcção das Fichas de Stock
Etapa 4

Depois da elaboração do BALANCETE, podem-se identificar as discrepâncias de stock através


do surgimento de quantidades diferentes de “zero” na coluna [Diferença].

As discrepâncias podem ser de 2 tipos:

v Diferença entre o Stock Teórico calculado no Balancete e o Saldo na Ficha de Stock (Erro
de transcrição, cálculo ou de contagem);
v Diferença entre o Stock Teórico calculado no Balancete e o Inventário (Movimento em falta
por esquecimento, erro de transcrição, erro de contagem ou desvio).
Cada discrepância de stock deve ser identificado e justificado pelo Responsável do Depósito,
devendo este elaborar um Relatório de Ocorrências (em duas vias) detalhando cada um dos
erros, que é anexado ao BALANCETE e enviado à CMAM depois dos visto do Médico Chefe
Provincial.

É necessário actualizar as Fichas de Stock para que os dados reflictam a realidade (veja o
seguinte exemplo).

Se houver divergência entre o saldo da Ficha de Stock e a contagem do Inventário, devem-se


preencher os dados nas colunas [Ajustes positivos] ou [Ajustes negativos] reportando
nestas colunas as quantidades em falta ou em excesso.

Para qualquer produto, que tenha ou não erros no Inventário, deve-se preencher a vermelho
uma nova linha na Ficha de Stock com as seguintes informações:

v Data do Inventário;
v Descrição do Inventário;
v Quantidade contada;
v Deve-se também actualizar os prazos de validade.

Exemplo de correcção da Ficha de Stock

v Detectou-se uma diferença entre o Saldo da FICHA DE STOCK (9.000 cp) e a contagem
realizada na altura do Inventário (8.800 cp).
O registo do Inventário na FICHA DE STOCK deve ter 2 linhas sendo a primeira
“Correcção do Inventário” onde se coloca a correcção [Ajustes Negativos =200) e a se-
gunda “Inventário Mensal” com a quantidade contada [Stock Existente = 8.800].

v Se não existir diferença entre o Saldo da FICHA DE STOCK e a contagem do Inventário,


preenche-se uma só linha para identificar o “Inventário”.

Continua F

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 33


REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

FICHA DE STOCK
CMAM - Modelo 03
MINISTÉRIO DA SAÚDE
CENTRAL DE MEDICAMENTOS E ARTIGOS MÉDICOS

Unidade Sanitária: Distrito: Província:

Enfermaria de : Farmácia de:

Designação (Nome, Dosagem e Forma


FNM CMM Prazos de Validade
Farmacêutica)

Data do N° de Ajustes Ajustes Stock


Origem/Destino do Movimento Entradas Saídas Pedidos Rubrica
Movimento Documento Negativos Positivos Existente

… Transporte :

A Requisição Mensal deve ser elaborada de preferência logo após a


correcção das FICHA DE STOCK, caso contrário estas devem ser colocadas
nas prateleiras junto aos produtos correspondentes.
Assim poderá reabrir o armazém para aviamentos.

Data do N° de Ajustes Ajustes Stock


Origem/Destino do Movimento Entradas Saídas Pedidos Rubrica
Movimento Documento Negativos Positivos Existente

4.1.6 Arquivo do processo de Inventário … Transporte :

O Processo de Inventário completo é composto de 3 documentos:

1. “Inventário” assinado pelos membros da comissão de Inventário;

2. “Balancete” com visto do Responsável Clínico Distrital;

3. Um “Relatório de Ocorrência” se for o caso, com visto do Responsável Clínico Distrital.

Os originais do Balancete e do Relatório de Ocorrências serão enviados para o Depósito


Provincial na altura da requisição mensal, enquanto que os respectivos duplicados ficam arqui-
vados no Depósito Distrital.

34 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


5. PROCESSO DE INUTILIZAÇÃO
É o conjunto das actividades que permitem a destruição de produtos farmacêuticos que não
estão em condições para serem consumidos. Esta destruição pode ser por incineração, por
aterro ou esmagamento em lugares apropriados.

5.1 Produtos que devem ser considerados para


inutilização
Devem ser inutilizados todos os produtos farmacêuticos que estejam:

v Com prazo de validade expirado;


v Considerados impróprios para o consumo pelo Laboratório Nacional de Controlo de
Qualidade dos Medicamentos (LNCQM) mediante o certificado de análises;
v Declarados pelo pessoal técnico competente (Farmacêutico e outros profissionais de
Farmácia) como:
a) Deteriorados devido a condições climatéricas adversas ou quebras;

b) Com características organolépticas alteradas (mudança de cor, cheiro, presença de par-


tículas estranhas e turvação em solutos, etc.);

c) Com embalagens danificadas (enferrujadas, amolgadas, sem rótulos ou rótulo pouco


legível).

5.2 Retirada dos produtos das prateleiras


v No fim de cada mês, produtos com prazo de validade expirado devem ser retirados das
prateleiras e armazenados na zona de quarentena;
v As quantidades de cada produto expirado devem ser descarregadas nas respectivas
FICHAS DE STOCK e registado o motivo da saída;
v Uma GUIA DE REMESSA/ENTRADA valorizada dos produtos em causa deve ser emitida
como suporte de saída dos produtos para a quarentena. A GUIA DE REMESSA só será
válida depois de ter o visto do Responsável Clínico Distrital.

5.3 Armazenagem e conservação dos produtos por


inutilizar até a sua destruição
Os produtos por inutilizar devem ser guardados numa zona de quarentena, que é um lugar
separado e fechado, onde são mantidos até o momento da sua destruição. Estes produtos
assim isolados devem estar bem arrumados, não misturados uns com outros, de maneira que
possam ser conferidos a qualquer momento.

5.4 Normas para inutilização física dos produtos

a) Depósitos que podem proceder às inutilizações


A inutilização de produtos farmacêuticos no Serviço Nacional de Saúde só será feita nos se-
guintes pontos:

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 35


v Armazéns Centrais CMAM;
v Depósitos Provinciais de Medicamentos;
v Depósitos dos Hospitais Centrais, Provinciais e Gerais;
v Depósitos Distritais;
v Centros de Saúde.

A inutilização de medicamentos nos Depósitos Distritais só poderá ser efectuada nos casos
em que estiver garantido o cumprimento das normas para o efeito,segundo a lista aprovada da
OMS (guião) e o envio da informação completa da inutilização ao Depósito Fornecedor .

Sempre que necessário as restantes unidades sanitárias deverão proceder ao envio dos medi-
camentos ou produtos farmacêuticos para destruir aos Depósitos Fornecedores acima mencio-
nados, sendo a devolução devidamente documentada por uma GUIA DE REMESSA.

b) Relatório De Ocorrências
Sempre que houver quebras, produtos impróprios ou outro motivo, deve-se elaborar um
Relatório de Ocorrências para suportar a Guia de Remessa a ser emitida pela saída do produto
da prateleira para a zona de quarentena.

O Relatório de Ocorrência e a Guia de Remessa devem ser validados pelo visto do Responsável
Clínico para o resto da rede do SNS e pelo Direcção da CMAM para os armazéns centrais.

c) Lista de inutilizados
A nível dos depósitos autorizados a realizar inutilização de medicamentos será compilada a
informação das GUIAS DE REMESSA / ENTRADA recebidas de modo a elaborar uma lista
única e recapitulada dos produtos a serem destruídos.

A seguir um exemplo que pode servir de referência para elaboração desta lista:

Exemplo de lista de inutilizados

LISTA DE INUTILIZADOS Data


03/09/2004

Designação N° de Lote Prazo de Quantidade Preço Unitário Valor Total Guia de Remessa
FNM
Nome Dosagem Forma Validade Nº Data

07- A- 01 Ácido Acetil Salicílico 500 mg Cp. PA564 31/03/2004 20.000 60 000 1 200 000 000 000545 12/07/2004

Total: 1 200 000 000

Elaborado por: M Soares VISTO: Dr Tela

d) Periodicidade
Os Depósitos Fornecedores devem sempre que necessário realizar o acto de inutilização.

36 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


e) Processo de destruição

As inutilizações devem ser coordenadas e realizadas num local aprovado


pelos representantes das autoridades competentes.

No acto de destruição participarão os membros indicados consoante o nível. Os membros des-


ta comissão posteriormente, devem assinar o Auto de Inutilização, rubricar e numerar todas as
listas a anexar ao Auto.

Os Depósitos Fornecedores devem sempre que necessário realizar o acto de inutilização. As


inutilizações devem ser periódicas de modo a não inutilizar de uma só vez volumes elevados
de medicamentos.

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 37


6. PROCESSO DE DEVOLUÇÃO
A devolução é quando uma Unidade Sanitária ou um depósito decide mandar de volta uma
parte do seu stock para o seu depósito fornecedor. A devolução deve ser considerada como
uma remessa da Unidade Dependente para o Depósito Fornecedor.

As razões que determinam um processo de devolução são:

v Má quantificação de um determinado produto;


v Não utilização de um determinado produto em stock;
v Produtos recebidos do Depósito Fornecedor que não foram requisitados.

No caso de excesso de stock de um determinado produto, a devolução para o Depósito


Fornecedor deve ser realizada com suficiente antecedência de modo permitir a redistribuirão e
o uso do produto numa outra Unidade Sanitária antes da sua expiração.

Medicamentos acumulados ou em excesso, são os produtos para os


quais o seu Stock Existente no depósito é superior ao Stock Máximo (2
X Consumo Médio Mensal) sendo a quantidade a requisitar calculada
pela seguinte fórmula: Quantidade a Devolver = Stock Existente - 2X
Consumo Médio Mensal(Saídas)
Onde: Consumo Médio Mensal = Total de Saídas do Trimestre/3

O processo de devolução é suportado pelo modelo da GUIA DE REMESSA / ENTRADA (Modelo


03) marcado como “Devolução”, acompanhado de um Relatório de Ocorrência detalhando as
razões da devolução para cada um dos produtos.

Guia de Remessa utilizada para devolução


REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DA SAÚDE GUIA DE REMESSA Nº ENTRADA
CMAM - Modelo 02

CENTRAL DE MEDICAMENTOS E ARTIGOS MÉDICOS

Depósito Fornecedor: DDM Boane Unidade Dependente: CS Boane Fornecimento


N° 000690
Distrito: Boane N° de Requisição:
N° Total de Volumes: 1 Devolução
Data da Requisição: Expirado
Província: Maputo Data da Remessa: 2/4/2008 Acumulado ¸ Data da Recepção:

Preenchido pelo Depósito Fornecedor Preenchido pela Unidade Dependente


N° de Lote Prazo de Quantidade Quantidade Preço Unitário Valor Quantidade Diferença
Designação
FNM Validade Pedida Fornecida Recebida
Nome Dosagem Forma Farmacêutica QF PU QF x PU QR QR - QF

1 11-A-10 Gelatina olimerizada 500 ml Inj. AZB359 25/08/09 100 2 200

2
Original

8
Duplicado

10

11

12

13

14

15

16
Triplicado

17

Em geral a devolução segue as mesmas regras de preenchimento e valorização como se


18

fosse uma remessa normal, no entanto existem algumas variantes:


19

20

Valor da Remessa: 600

Elaborado por: Conferido por: Transportado por: Recebido por:


Continua F

38 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


v Marca-se a guia como “Devolução”;
v Na zona [Depósito fornecedor] deve aparecer o nome da Unidade Sanitária ou do
Depósito que realiza a devolução;
v Na zona [Unidade dependente] deve aparecer o nome do Depósito que vai receber os
produtos devolvidos; ;
v Não se preenche a zona [Data de recepção] mais sim a [Data de remessa].

A devolução física de produtos do Depósito Distrital para o Depósito


Provincial, deve ser acompanhada da seguinte documentação visada pelo
Responsável Clínico Distrital:
• Uma GUIA DE REMESSA/ENTRADA para devolução devidamente
preenchida;
• Um RELATÓRIO DE OCORRÊNCIA detalhando as razões da devolução.

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 39


7. DISTRIBUIÇÃO PARA UMA UNIDADE
DEPENDENTE
O Depósito Distrital fornece medicamentos às Unidades Sanitárias do distrito, às Farmácias
do Ambulatório e/ou de internamento onde está colocado o depósito (Hospital Rural, Hospital
geral, Centro Saúde Sede de referência).

Neste capítulo vão ser descritos os passos para distribuição de medicamentos a partir do
Depósito DistritaI para uma Unidade Sanitária dependente.

7.1 Recepção e análise da Requisição


A Requisição e a Guia de Remessa/Entrada fazem parte do mesmo processo, sendo uma an-
tecedente ou consequência de outra.

O Depósito Fornecedor (Distrital) ao receber a requisição de uma Unidade Dependente deve


verificar se o modelo está correctamente preenchido e que esteja presente a informação ne-
cessária para elaboração de uma remessa:

v A identificação da unidade requisitante;


v O Stock Existente dos produtos requisitados;
v A Quantidade Pedida;
v Assinatura do pessoal que elaborou a requisição e o visto do Responsável Clínico da
Unidade Sanitária.

7.2 Determinação das quantidades por fornecer


As necessidades das unidades dependentes do Depósito Distrital, devem ser avaliadas em
função da sua actividade considerando como reforço para os produtos de maior consumo em
relação à disponibilidade média procurada pelos kits de medicamentos.

Assim para determinar a quantidades de medicamentos a fornecer se deve considerar:

v O Stock Existente a nível da unidade requisitante na altura da requisição;


v As quantidades que já foram fornecidas a esta unidade nos ultimos meses sem ruptura de
stock;
v O Stock Existente a nível do Depósito Distrital.

As requisições de medicamentos da Via Clássica, pelas Unidades Sanitárias


que recebem Kits, devem ser consideradas como reforço ou complemento
do sistema de fornecimento programado e contempladas sempre que for
necessário.

40 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE Normal
MINISTÉRIO DA SAÚDE REQUISIÇÃO/BALANCETE Nº
CENTRAL DE MEDICAMENTOS E ARTIGOS MÉDICOS Especial/Urgência

Unidade Sanitária: Província: Período: Até: 2ª Via


Distrito: Nº de Kits US APE
Recebido

CMAM - Modelo 01
Nível de Qualificação do Responsável Clínico: Nº de Consultas Externas Realizadas: Nº de kits US APE Data de Requisição:
Abertos

Requisição do Nível Provincial ou Distrital

Controlo da Ficha de Stock Controlo de Inventário


Designação Qtd. Autorizada
FNM Stock no Início Soma das Soma das Stock Teórico Fim Total dos Inventário do Diferença Quantidade Pedida pelo Responsável
do Período Entradas Saídas do Período Pedidos Stock Quantidade a Clínico
Requisitar
Nome Dosagem Forma Farmacêutica SI E S SF=SI+E-S P I I-SF

Original
Duplicado
Triplicado

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos


Elaborado por: Visto do Responsável Clínico:

41
7.3 Preparação da encomenda
Para cada produto aviado deve-se registar imediatamente na FICHA DE STOCK correspon-
dente, indicando a data da remessa, o destino da encomenda, o documento de suporte com o
seu N°, as quantidades aviadas (saída) e actualizar o stock existente. O pessoal que prepara a
encomenda deve assinar na coluna “Rúbrica”.

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

FICHA DE STOCK
CMAM - Modelo 03

MINISTÉRIO DA SAÚDE
CENTRAL DE MEDICAMENTOS E ARTIGOS MÉDICOS

Unidade Sanitária: CS Boane Distrito: Boane Província: Maputo

Enfermaria de : Maternidade Farmácia de:

Designação (Nome, Dosagem e Forma


FNM CMM Prazos de Validade
Farmacêutica)
07-A-03 Paracetamol 500 mg Comp. 25000 25/02/2009
Data do N° de Ajustes Ajustes Stock
Origem/Destino do Movimento Entradas Saídas Pedidos Rubrica
Movimento Documento Negativos Positivos Existente

… Transporte : 5,000

18/03/2008 Depósito do CS GR 000432 4,000 9,000

31/03/2008 Correcção do inventário inv003/08 200

31/03/2008 Inventário mensal inv003/08 8,800

2/04/2008 CS Boane GR 00032 300 8,500 300

7.4 Preenchimento da GUIA DE REMESSA / Colunas


relativas a entrada
A GUIA DE REMESSA/ENTRADA (modelo 02) é constituída por duas partes que serão respec-
tivamente preenchidas:

v Pelo Depósito
Data do
Movimento Distrital
Origem/Destino na parte
do Movimento GUIA Entradas
N° de
Documento DE REMESSA;
Ajustes
Negativos
Ajustes
Positivos
Saídas
Stock
Existente
Pedidos Rubrica

… Transporte :
v A nível da Unidade Dependente confirmando as quantidades recebidas na parte GUIA DE
ENTRADA.

42 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


Preenchimento da parte (1) “Guia de remessa
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

CMAM - Modelo 02
MINISTÉRIO DA SAÚDE
CENTRAL DE MEDICAMENTOS E ARTIGOS MÉDICOS
GUIA DE REMESSA Nº ENTRADA
Depósito Fornecedor: DDM Boane Unidade Dependente: CS Boane Fornecimento ¸ N°
Distrito: N° de Requisição:
000690
Boane 0006/2008
N° Total de Volumes: 1 Devolução
Data da Requisição: 17/3/2008 Expirado
Província: Maputo Data da Remessa: 2/4/2008 Acumulado Data da Recepção:

Preenchido pelo Depósito Fornecedor Preenchido pela Unidade Dependente


N° de Lote Prazo de Quantidade Quantidade Preço Unitário Valor Quantidade Diferença
Designação
FNM Validade Pedida Fornecida Recebida
Nome Dosagem Forma Farmacêutica QF PU QF x PU QR QR - QF

1 07-A-03 Paracetamol 500 mg comp. AZB35904 25/08/2010 1900 2000 4 8000

2
Original

8
Duplicado

10

11

12

13

14

15

Cabeçalho
16
Triplicado

17

18

As informações pedidas vão permitir :


19

20

Valor da Remessa: 600


v Identificar o [Depósito Fornecedor] que avia o medicamento, o [Distrito] e [Província];
Elaborado por: Conferido por: Transportado por: Recebido por:

v Identificar a [Unidade Dependente] destinatária que elaborou a requisição;


v Identificar o [N° da requisição] e a [Data da Requisição] que deu lugar a elaboração
desta GUIA DE REMESSA / ENTRADA, tal como a [Data da Remessa];
v Marcar no modelo como “Fornecimento”.

Para cada produto aviado:


v Registar por ordem o N° de [FNM], o [Nome], a [Dosagem] e a [Forma] farmacêutica do
produto, tal como o [N° de lote] e o [Prazo de validade];
v Reportar a [Quantidade Pedida] da REQUISIÇÃO na coluna [Quantidade Pedida].
A coluna [Quantidade Fornecida] após análise pelo Depósito Distrital em função das infor-
mações e dados fornecidos pelo Depósito Dependente e dos stocks ao nível do Depósito
Distrital, toma-se a decisão sobre que quantidade deve ser fornecida. Esta decisão é confir-
mada pelo Responsável Clínico Distrital.

Assinatura e Visto do Médico Chefe Provincial:


Cada Remessa antes ser enviada para a Unidade Dependente requisitante deve ser:

v Assinada pelo pessoal que elaborou a Guia de Remessa / Entrada;


v Receber o visto Responsável Clínico Distrital após as eventuais alterações nas quanti-
dades fornecidas.

Se aviar diferentes Nºs de lote para um mesmo produto, a quantidade de


cada lote deve corresponder a uma linha na Guia de Remessa/Entrada...

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 43


7.5 Envio dos Medicamentos
Depois de ter tirado os medicamentos do stock deve-se embalar os produtos dentro de cai-
xas seladas para facilitar o transporte e proteger o conteúdo de factores externos. A Unidade
Dependente para a qual se destinam os medicamentos deve ser devidamente identificada nos
volumes.

Os produtos requisitados são enviados acompanhados de 2 exemplares (original + duplicado)


da GUIA DE REMESSA/ENTRADA. O triplicado da GUIA DE REMESSA / ENTRADA fica no
livro do Depósito Fornecedor.

A Unidade Dependente requisitante deverá confirmar a recepção da remessa completando a


parte da “ENTRADA” nos originais e duplicados da GUIA DE REMESSA/ENTRADA, sendo
depois devolvido o duplicado para o Depósito Fornecedor.

7.6 Encerramento do processo de Requisição / Remessa


O Depósito Distrital, ao receber de volta a cópia da GUIA DE REMESSA / ENTRADA devida-
mente confirmada pela Unidade Sanitária dependente, vai arquivá-la junto com a respectiva
REQUISIÇÃO.

44 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


8. AVIAMENTO PARA OS SERVIÇOS DE
INTERNAMENTO E AMBULATÓRIO
O Depósito Distrital fornece medicamentos às Unidades Sanitárias do distrito, mas também
excepcionalmente, poderá fornecer às Farmácias dos Serviços de Internamento e Ambulatório
da instituição onde está colocado (Hospital Rural, Hospital geral, Centro Sede de referência).

Neste capítulo vão ser descritos os passos para distribuição de medicamentos a partir de
Depósito Distrital para um Serviço de Internamento/Ambulatório.

A reposição dos stocks das Enfermarias/Ambulatório é feita apenas utilizando uma REQUISIÇÃO
INTERNA que acumula também, a função de BALANCETE E DE GUIA DE REMESSA.

O livro de REQUISIÇÃO INTERNA/BALANCETE fica sempre arquivado na Enfermaria/


Ambulatório. A requisição é elaborada em 2 exemplares, o duplicado fica sempre anexo ao
livro, e o original será retido no final do mês no Depósito Fornecedor.

O modelo 04, REQUISIÇÃO INTERNA/BALANCETE é constituído por duas partes que serão
preenchidas directamente no livro utilizando papel químico:

v Pelo Serviço de Internamento/ambulatório na parte sombreada;


v Pelo Depósito fornecedor na parte em branco do modelo de REQUISIÇÃO INTERNA/
BALANCETE a seguir ilustrado:

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 45


46
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DA SAÚDE REQUISIÇÃO INTERNA/BALANCETE Nº
CENTRAL DE MEDICAMENTOS E ARTIGOS MÉDICOS

Unidade Sanitária: Distrito: Província:

CMAM - Modelo 04
Enfermaria: Farmácia do Ambulatório: MÊS/ANO:

Pedidos e Fornecimentos Durante o Mês


Stock no Total dos Inventário no Total Saídas
Início do Mês Fornecimentos Fim do Mês Durante o Mês
Designação Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4

Quantidade Quantidade Quantidade Quantidade Quantidade Quantidade Quantidade Quantidade


Consumo
Pedida Fornecida Pedida Fornecida Pedida Fornecida Pedida Fornecida
FNM Médio do
Stock Stock Stock
Nome Dosagem Forma Farmacéutica Data Data Data Data Data Data Data Data Período
Existente Existente Existente
SI E I TS
/ / / / / / / / / / / / / / / /

Recebi: Recebi: Recebi: Recebi:

Original

Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


Duplicado
Triplicado
Elaborado por:

Visto por:

Preparado por:
Regras de preenchimento do Modelo 04
A ser preenchido pela Enfermaria/Ambulatório:
v Identificação da [Unidade Sanitária], do [Distrito] e da [Província];
v [O nome do serviço de internamento ou ambulatório], [Mês e Ano];
v Código do Produto no [FNM], e [Designação, Dosagem, Forma] do Medicamento ou
artigo médico;
v [Quantidade Pedida e data do pedido];
v No início de cada mês [Stock no início do mês] que corresponde ao [Stock existente]
na Semana 1;
v [Stock existente] deve ser preenchido antes de fazer-se uma requisição;
v [Total dos Fornecimentos] resultado do somatório dos Fornecimentos nas diferentes
semanas
v [Inventário do fim do mês];
v [Saídas totais] resultado da diferença entre o Stock Incial, mais Total de fornecimentos,
menos Inventário;
v [Consumo médio do período], onde o fornecimento é semanal, este dado é obtido:
[Saídas totais]/4 e onde o abastecimento é quinzenal: [Saídas totais]/2;
v Os espaços [Recebi] devem ser assinados no acto de recepção dos medicamentos pela
Enfermaria/Ambulatório;
Devem também, para cada período de reposição ser assinados os espaços [Elaborado por]
e [Visto por].

8.1 Recepção da Requisição Interna/Balancete


O Depósito Distrital/fornecedor ao receber a REQUISIÇÃO INTERNA/BALANCETE de um
Serviço de Internamento/ambulatório deve verificar se o modelo está correctamente preenchi-
do e que esteja presente a informação necessária para elaboração de uma remessa:

v A identificação do serviço;
v O Stock Existente a nível da Enfermaria/Ambulatório, dos produtos requisitados;
v A quantidade Pedida;
v Assinatura do pessoal que elaborou a requisição e o visto do Responsável Clínico do
serviço.

O Depósito Fornecedor deve criar um calendário para recepção e


aviamento das Requisições Internas para evitar a acumulação das mesmas.

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 47


8.2 Avaliação das necessidades
Ao receber o livro de REQUISIÇÃO INTERNA/BALANCETE da enfermaria/ambulatório, o res-
ponsável do depósito deve avaliar as [Quantidades por fornecer] em função do Consumo
Médio do Período (CMP), que pode ser semanal ou quinzenal.

O documento de suporte para determinação do CMP é a FICHA DE STOCK existente na


Enfermaria/Ambulatório. Neste documento o Responsável da Enfermaria/Ambulatório regista
diariamente as saídas nas colunas adequadas, e realiza no fim de cada período um inventário
do stock.

8.3 Aviamento (no Depósito)


Em conformidade com a Requisição Interna recebida prepara-se a encomenda lançando
imediatamente nas FICHAS DE STOCK as quantidades saídas com o nome da Enfermaria/
Ambulatório na coluna [Origem/destino do movimento] e o Nº da Requisição Interna que fun-
ciona como Guia de Remessa.

Os medicamentos já aviados devem ser separados e devidamente identificados nas respecti-


vas embalagens com a seguinte informação :

v O Nº de FNM;
v A designação completa do produto (nome, dosagem, forma);
v O prazo de validade;
v A quantidade aviada.

8.4 Controlo e Remessa da encomenda (no Depósito)


Após preparação da encomenda e a documentação completa, o responsável do depósi-
to deve conferir mais uma vez as quantidades a fornecer na presença do representante da
Enfermaria/Ambulatório.

O depósito fornecedor fica com o original com os campos preenchidos e assinados da


Requisição Interna, enquanto que a Enfermaria/Ambulatório fica com a cópia anexa ao livro de
REQUISIÇÃO INTERNA / BALANCETE.

48 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


9. ABASTECIMENTO PROGRAMADO DE KITS DE
MEDICAMENTOS
O Programa de Medicamentos Essenciais (PME) foi criado com objectivo de garantir a dispo-
nibilidade dos medicamentos essenciais nas unidades sanitárias de nível primário. Os medica-
mentos são fornecidos e empacotados em caixas fechadas chamadas de Kits.

Um kit define-se como uma embalagem contendo um número seleccionado de medicamentos,


está previsto para tratar um número determinado de doentes em função de padrões epidemio-
lógicos pré-definidos Apesar de algumas desvantagens como o custo, e as vezes desequilí-
brios entre os padrões de referência para determinação do conteúdo e as prescrições, os kits
apresentam grandes vantagens na fácil disponibilidade, no armazenagem, no transporte, e na
segurança dos medicamentos.

A quantificação das necessidades em Kits é feita em função do Nº de consultas externas


realizadas.

Existem 2 tipos de kits, nomeadamente Kit US e Kit APE, sendo o primeiro destinado às
Unidades Sanitárias e o segundo aos Agentes Polivalentes Elementares.

Tipo de Kit Numero de consultas Externas abrangidas


Kit US 1000
Kit APE 250

O Depósito Provincial abastece mensalmente os Depósitos Distritais e estes igualmente forne-


cem mensalmente às unidades Sanitárias dependentes em kits de medicamentos, de acordo
com analise trimestral das consultas externas realizadas.

Nº de consultas externas permite avaliar a quantidade de kits necessários para cobrir as acti-
vidades da unidade sanitária

No entanto existem regras imprescindíveis para gestão e utilização dos kits:

• Os Kits de medicamentos só devem ser abertos e usados nas Unidades


Sanitárias do nível Primário para as quais se destinam;
• É recomendável que os Kits de medicamentos sejam abertos todos de
uma só vez na Unidade Sanitária a que se destinam;
• Uma vez aberto, os medicamentos do Kit passam a ser considerados
como medicamentos da Via Clássica seguindo as mesmas regras de
gestão (regras de arrumação e conservação, Ficha de Stock...).

9.1 Recepção dos Kits


Mensalmente o Depósito Distrital receberá do Depósito Provincial os kits necessários para
cobrir o consumo do período considerado. Os Kits a serem recebidos no Depósito Distrital es-
tarão acompanhados de uma GUIA DE REMESSA/ENTRADA devidamente preenchidas pelo
Depósito Fornecedor.

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 49


Assim, no primeiro acto da recepção, que é a entrada dos volumes no armazém, o Responsável
da Farmácia deve verificar que os Kits não foram violados, e que o N° de volumes corresponde
à quantidade indicada na GUIA DE REMESSA/ENTRADA. Se detectar a falta ou a violação de
volumes, será anotado uma observação e logo avisado o responsável clínico do distrito.

O duplicado da GUIA DE REMESSA/ENTRADA completada e assinada pelo


pessoal que recebeu os Kits será devolvido ao Depósito Fornecedor.

O preenchimento da parte da ENTRADA é igual ao da recepção dos


medicamentos da via clássica.

Os Kits de medicamentos, uma vez recebidos passam a ser considerados como qualquer outro
produto seguindo as mesmas regras de gestão e armazenagem. Assim as quantidades recebi-
das serão lançadas nas Fichas de Stock dos Kits no Depósito Distrital.

9.2 Distribuição dos Kits para unidades sanitárias


dependentes
O Depósito Distrital fornece mensalmente em Kits as Unidades Sanitárias da rede primária de
saúde. Este período de reposição pode ser alterado em função das condições de acesso de
alguns distritos.

9.2.1 Elaboração do Mapa Resumo/Plano Trimestral de


Distribuição de Kits
O Depósito Distrital deve elaborar um MAPA RESUMO/PLANO DISTRITAL DE DISTRIBUIÇÃO
DE KITS em função do nível de qualificação do pessoal clínico de cada unidade sanitária, o nº
de consultas externas realizadas naquelas Unidades Sanitárias bem como nº de Kits distribuí-
dos à cada Unidade Sanitária durante o trimestre anterior período de 3 meses.

Este mapa permite avaliar o seguinte :

v A distribuição de Kits a nível distrital;


v Determinar para cada um dos Centros de Saúde as necessidades de Kits para o próximo
período de 3 meses que são repartidas em distribuições mensais.
As informações necessárias para tal encontram-se no Modelo 1 – REQUISIÇÃO/BALANCETE
recebida pelo Depósito Distrital mensalmente.

50 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


Trimestre Ano Trimestre Ano
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DA SAÚDE
MAPA RESUMO/PLANO TRIMESTRAL
CENTRAL DE MEDICAMENTOS E ARTIGOS MÉDICOS DE DISTRIBUIÇÃO DE KITS 1-2-3-4 1-2-3-4

CMAM - Modelo 09
Distrito: Província:

Kit US Kit APE


Stock no Início do Trimestre (a):
Kits Recebidos Durante o Trimestre (b): Kit US Kit APE
Unidades Sanitárias/Distrito Nível de Consultas Externas Realizadas por Mês
Kits Distribuídos Durante o Plano de Distribuição de Kits
Qualificação do
Mês 1 Mês 2 Mês 3 Total Trimestre (c) para o Trimestre Seguinte
Pessoal Clínico
T/1000 T/250
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
Total (c):
Stock no Fim do Trimestre (a) + (b) - (c):=d
Total de Kits do Plano de Distribuição para o Trimestre Seguinte(s)

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos


Necessidades a Distribuir = e-d
Elaborado por: Data: / / Visto por:

51
Regras de preenchimento do Modelo 9
O cabeçalho :
As informações pedidas vão permitir:

v Identificar o [Distrito], a [Província];


v Identificar o [Trimestre] e o [Ano] a que se referem o Mapa e o Plano de distribuição;
v Identificar o nome da [Unidade Sanitária] e da Requisição-Balancete de cada US iden-
tificar o [Nível de qualificação máxima do pessoal clínico] que trabalha nesta unidade
sanitária.

Para a parte do Mapa Resumo Trimestral de Distribuição de Kits:


v A partir das FICHAS DE KIT US e KIT APE retirar os dados relativos ao [stock no início
do Trimestre] retirar a quantidade de [Kits recebidos durante o Trimestre];
v A partir da Requisição/Balancete mensal de cada US, procurar os 3 últimos dados de
consultas externas realizadas e reportá-los nas sucessivas colunas [Mês 1], [Mês 2],
[Mês 3] do modelo;
v Somar os 3 meses de dados de consultas externas realizadas na coluna [Total];
v A partir da FICHA DE STOCK retirar os dados relativos ao numero de [Kits distribuídos
durante o trimestre] para cada US.

Para a parte do Plano Trimestral de Distribuição de Kits:


v Dependendo do tipo de Kit atribuído por Unidade Sanitária, determina-se o Nº de Kits a
distribuir na coluna adequada Kit US, Kit APE, dividindo o [Total ]:
por 1 000 se for Kit US, por 250 se for Kit APE

A quantidade calculada será arredondada em quantidades inteiras de Kit.

Cálculo dos totais (no rodapé do modelo)


v Calcula-se o [Stock no fim do trimestre] indicando na respectiva coluna do Kit US
ou APE a soma do [stock no início do Trimestre] e do [Kits recebidos durante o
Trimestre], subtraindo o [Total (c)] que corresponde ao numero total de [Kits distribuí-
dos durante o trimestre] para todas as USs;
v Calcular [Total de Kits do Plano de Distribuição para o Trimestre Seguinte (e)] –so-
mando a quantidade de kits US, APE planificada para o trimestre seguinte;
v Por fim, calcular as [Necessidades a Distribuir] que correspondem a diferença entre
[Total de Kits do Plano de Distribuição para o Trimestre Seguinte (e)] e [Stock no
fim do trimestre].

52 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


10. FLUXO DE INFORMAÇÃO
O sistema de informação descrito neste manual serve de suporte para correcta aplicação dos
procedimentos de gestão e controlo de medicamentos.

A maior parte dos modelos utilizados serão preenchidos em vários exemplares sendo alguns
enviados para o Depósito Fornecedor e outros arquivados localmente.

De modo harmonizar os movimentos de pessoas e de documentos, o fluxo das informações do


sector da Farmácia deverá seguir o calendário estabelecido a nível nacional pelo Sistema de
Informação de Saúde (SIS).

Assim :

As Unidades Sanitárias deverão entregar ao Responsável Distrital de Farmácia do Depósito


Intermediário toda a documentação que diz respeito ao seu nível, antes do dia 5 do mês se-
guinte a que se refere a informação.

As tabelas que seguem apresentam o fluxo de documentos a nível de uma Farmácia do


Ambulatório e de um Serviço de Internamento.

a.) Farmácia da Unidade Sanitária


Receber Arquivar Enviar
Modelo Periodo
De quem? Exemplar Exemplar Para quem? Exemplar
01 Requisição/ Mensal Duplicado Nivel superior Original
Balancete - reforço
03 Guia de Remessa/ Mensal Nivel superior Original+duplicado Duplicado Nivel superior Original
Entrada
04 Ficha de Stock Diário Original
05 Requisição Interna/ Semanal/Mensal Enfermaria/ Original+duplicado Original Enf/Ambul Duplicado no
Balancete Ambulatorio livro
12 Receita Médica Diário Original

b.) Serviços de Internamento


Receber Arquivar Envia
Modelo Periodo
De quem? Exemplar Exemplar Para quem? Exemplar

04 Ficha de Stock Diário Original

Requisição Depósito Duplicado Duplicado no Depósito


05 Semanal/Mensal Original+duplicado
Interna/Balancete fornecedor no livro livro fornecedor

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 53


11. RECUPERAÇÃO DE CUSTOS NOS DEPÓSITOS
DISTRITAIS

COBRANÇA E RECUPERAÇÃO DE CUSTO


A Lei nº 2/77 de 27 de Dezembro estabeleceu a gratuitidade de um grande número de actos
médicos, das medidas preventivas e de uma parte dos medicamentos. Assim, o cidadão tem
direito à assistência médica e medicamentosa gratuita, quando em regime de internamento e
quando em regime de tratamento ambulatório. São também gratuitos os medicamentos consi-
derados básicos.

Contudo, como os encargos da saúde são muito elevados, este diploma legal definiu também
que a população deve contribuir parcialmente para esses encargos. No que se refere aos
medicamentos, essa contribuição é feita pela aquisição pelos utentes dos medicamentos não
incluídos nas listas de distribuição gratuita, seguindo os critérios estabelecidos pelo Decreto
16/88 de 27 de Dezembro, que regula o Fundo Social para Medicamentos e Suplementos
Alimentares Infantis bem como do Regulamento da Assistência Médica e Medicamentosa aos
Funcionários do Estado.

As receitas dos medicamentos cobrados pelo pessoal do Serviço Nacional de Saúde das far-
mácias do ambulatório devem ser entregues à CMAM - Central de Medicamentos e Artigos
Médicos, entidade oficial responsável pelo aprovisionamento dos medicamentos e suprimentos
médicos.

Assim, podemos definir cobrança como o sistema que permite exigir aos utentes o pagamento
dos medicamentos prescritos na Receita Médica e aviados nas farmácias do ambulatório.

Por recuperação de custos entende-se o conjunto de actividades que permitem o encaminha-


mento dos valores cobrados e da informação relativa à cobrança para os órgãos centrais, de
modo a poder fazer-se a análise e avaliação do custo do medicamento no funcionamento do
Serviço Nacional de Saúde.

FUNDO SOCIAL DE MEDICAMENTOS (FSM)


Refere se ao decreto N° 16/88 de 27 de Dezembro “Regulamento do Fundo Social para medi-
camentos e Suplementos Alimentares Infantis”.

Critérios para concessão de subsídios:

v Para se beneficiar do FSM o interessado deve apresentar à farmácia, os seguintes ele-


mentos comprovativos da sua identificação: nome, residência, idade, estado civil, situação
laboral, salário mensal;
v Compete à respectiva entidade patronal ou direcção da instituição (se o interessado for
internado em instituição social do estado ou instituição prisional) fornecer os elementos de
identificação;
v Os dadores de Sangue são identificados através do respectivo cartão ou documento de
dador (quando fez doação nos últimos 6 meses);
v Os doentes crónicos são identificados pelo prescritor, na Receita Médica, pela menção
“Doente crónico”;

54 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


Categorias de doentes com direito a desconto

Desconto de 50% Desconto de 80% Desconto total (Gratuito)

Doentes crónicos v Reformados e aposentados v Detidos


(diabéticos,
hipertensos, v Indivíduos com idade igual ou v Estudantes em regime de
superior a 60 anos internados
cardiopatas etc..)
v Diminuídos físicos incapacitados v Desempregados e
para o trabalho indigentes

v Cônjuges dos beneficiários das v Dadores de Sangue


categorias anteriores quando
não exerçam actividade remu- v Empregados domés-
nerada, bem como aos filhos ticos devidamente
menores identificados

ASSISTÊNCIA MÉDICA E MEDICAMENTOSA


Refere se ao Estatuto Geral dos Funcionários do Estado (EGFE), 1996 “Regulamento da
Assistência Médica e Medicamentosa aos funcionários do Estado”.

O Estatuto Geral dos Funcionários do Estado, através do Diploma Ministerial N° 16/88 do 27 de


Dezembro e o Regulamento de Assistência Médica e Medicamentosa estabelecem subsí-
dios aos funcionários do Aparelho de Estado e membros do seu agregado familiar, assim como
aposentados do Estado, desde que munidos do cartão de Saúde.

Estas categorias têm direito a desconto na aquisição de medicamentos quando adquiridos nas
farmácias das Unidades Sanitárias do SNS, em função dos seguintes escalões:

v Desconto de 50% - Grupo N° I (categoria Salarial) - A – G


v Desconto de 80% - Grupo N° II (categoria Salarial) - H – Q
v Desconto de 95% - Grupo N° III (categoria Salarial) - R – Z

11.1 Preenchimento dos modelos de recuperação de


custos no Depósito Distrital de Medicamentos
Todas as US’s dependentes devem enviar a documentação do processo de recuperação de
custos para o Responsável do Depósito Distrital até ao dia 5 do mês seguinte a que se referem
os documentos.

As seguintes etapas do processo de recuperação de custos pelos Depósitos Distritais são rea-
lizadas pelo Responsável do Depósito:

a) Elaboração Mensal do MAPA FINANCEIRO DISTRITAL (Modelo 8)


O MAPA FINANCEIRO deve ser preenchido mensalmente, em triplicado, pelo Responsável
Distrital de Farmácia, resumindo os fluxos financeiros dentro do distrito, com base nos seguin-
tes modelos:

v MAPAS RESUMO MENSAL DE CAIXA enviados pelas US dependentes;


v GUIAS DE REMESSA/ENTRADA dos aviamentos às US realizados durante o mês.

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 55


56
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
Sanitária.
Mês e Ano da Cobrança
MINISTÉRIO DA SAÚDE MAPA FINANCEIRO
CENTRAL DE MEDICAMENTOS E ARTIGOS MÉDICOS

CMAM - Modelo 8
Depósito Distrital de: Hospital: Depósito Provincial de:

Informação Dep.
Informação dos Mapas Resumo Mensal de Caixa
Fornecedor
Unidade Sanitária/Enfermaria/Farm.Amb/
Distrito ou Hospital Nº de Valor Total Cobrado Valor Total Subsidiado Valor Total Nº de Talões de Valor Distribuido ao
Valor do Aviamento Depósito Valor Total Depositado Internamento
Receitas (A) (B) A+B

Original
5

Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


7

ao Responsável do Depósito Provincial


9

10

11

12

13

Duplicado/Triplicado
14

15

CAIXA e do MAPA FINANCEIRO arquivados no Depósito Distrital.


16

17

18

19

Quadruplicado
20

Total:

Elaborado por: Verificado por: Visto por: Recebido por:

até ao dia 10 do mês seguinte ficando os triplicados do MAPA RESUMO MENSAL DE


O original e o duplicado do MAPA RESUMO MENSAL DE CAIXA, bem como o original e
b) Entrega do MAPA RESUMO MENSAL DE CAIXA e do MAPA FINANCEIRO

duplicado do MAPA FINANCEIRO serão entregues ao Responsável do Depósito Provincial


Cada linha do MAPA FINANCEIRO corresponde à informação financeira de uma Unidade
12. DEPÓSITOS BANCÁRIOS
Por depósito mensal de um Distrito, entende-se o depósito dos valores entregues pelas US
dependentes que não possuem dependências bancárias e relativos a um mês civil (do primeiro
ao último dia do mês).

Os depósitos bancários devem ser efectuados em qualquer agência da rede do Banco escolhido
e na conta indicada pela CMAM, gestora exclusiva das receitas da venda de medicamentos.

Para os distritos localizados onde não há bancos, os valores cobrados serão entregues ao
Responsável da Farmácia do Distrito que deverá efectuar na sede provincial um depósito men-
sal correspondente à cobrança das US dependentes.

Caso EXISTA banco na sede distrital Caso NÃO EXISTA banco na sede distrital

a.) Depositar no banco, a receita a.) Entregar mensalmente os valores


cobrada durante o mês, cobrados ao Responsável Distrital de
directamente na conta da Farmácia.
CMAM (cujo N° será fornecido
pelo Depósito Provincial de
Medicamentos). Cada depósito é
feito contra a entrega pelo banco
de 2 vias do talão de depósito.

b.) Entregar mensalmente ao


Responsável Distrital de Farmácia
os originais dos talões de
depósito.

O Responsável Distrital de Farmácia deve assinar o triplicado do livro do


Mapa Resumo Mensal de Caixa, confirmando a recepção do valor.

Caso não seja possível depositar diariamente os valores cobrados (a US


fica longe de um banco), o depósito poderá então ser mensal, realizado na
altura da deslocação à sede distrital, para a entrega dos resumos mensais
ou em qualquer outra ocasião.

Os depósitos efectuados a favor das US dependentes deverão ser feitos


num único depósito correspondente a soma dos Valores Entregues de
todos os Mapas Resumo Mensal de Caixa. O original do Talão de Depósito
deve ser anexo a esses mapas.

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 57


Toda a documentação deve ser entregue ao Responsável do Depósito
Provincial até ao dia 10 do mês seguinte a que se refere.

O Responsável do Depósito Distrital deve efectuar um controlo da


informação:
• Comparando o valor depositado com o total da coluna [Valor Total] do
MAPA RESUMO MENSAL DE CAIXA. Os dois valores devem ser iguais;
• Comparando os dados dos MAPA RESUMO MENSAL DE CAIXA das US
dependentes e os do MAPA FINANCEIRO.

58 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


13. FLUXO DE DOCUMENTOS AO NÍVEL DISTRITAL
Elaborar ou completar localmente
Mod 8 Mapa Financeiro Original + duplicado + triplicado
Entregar para ao Depósito Provincial
Mod. 7 Os Mapas Resumo Mensal de Caixa Original + duplicado
Mod 8 Mapa Financeiro Original + duplicado
---------- Talão(ões) de depósito das US Original
Arquivar localmente
Mod. 7 Mapa Resumo Mensal de Caixa Triplicado
Mod. 8 Mapa Financeiro Triplicado

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 59


14. ARQUIVO

Todos os documentos do arquivo da farmácia devem ser mantidos em


bom estado de conservação durante um mínimo de 5 anos.

É importante organizar o arquivo de modo a ter a informação sempre e facilmente acessível.


Duma maneira Geral, um bom arquivo reflecte a qualidade do trabalho realizado a nível da
unidade sanitária.

Os documentos arquivados em pastas devem ser arrumados por ordem cronológica crescente
de data, sendo a data mais recente em primeiro lugar.

Os livros devem ser guardados ou arrumados por tipo sendo o mais recente em cima dos
outros.

Farmácia da Unidade Sanitária


Pasta “Requisições / Balancete”
Os documentos serão organizados por separadores identificando o
mês a que se referem;
Guias de Remessa/Entrada
As Guias de Remessa/Entrada enviadas pelo Depósito Fornecedor Duplicado
serão organizadas por separadores identificando o mês a que se
referem;
Mapa Resumo/Plano de Distribuição de Kits

Os documentos serão organizados por separadores identificando o


mês a que se referem
Requisição de reforço
Para as Requisições elaboradas para o depósito fornecedor o Duplicado
duplicado fica arquivado na US.
A Guia de Remessa/Entrada recebida do depósito fornecedor e Original
completada a nível da unidade sanitária, o original fica na US
Requisições Internas

As Requisições Internas emitidas pelas enfermarias e pelos serviços


do ambulatório, são arquivadas do seguinte modo:
v O original é arquivado no Depósito fornecedor Original

v Enquanto o duplicado mantém-se no livro e é arquivado na uni- Duplicado


dade requisitante.
Receitas médicas
As Receitas médicas do dia são arquivadas separadamente
(subsidiadas ou não).

60 Gestão, Controlo & Dispensa de Medicamentos


DEPÓSITO DISTRITAL DE MEDICAMENTOS
Resumo do Processo da Elaboração da Requisição/Balancete dos Medicamentos

A partir da Ficha de Stock,


Inventário Mensal de extrair o Stock no Início Calcular o Stock Teórico
Registar na Ficha de Stock
todos os produtos do Mês que é igual ao no Fim do Período
Inventário no Fim do Mês
Anterior

Obter o Visto/Correcção
das necessidades pelo Determinar a
Preencher o livro de Calcular o Consumo
Responsável Clínico e enviar Quantidade Mensal
Requisição/Balancete Médio Mensal
ao Depósito Fornecedor a requisitar

Resumo do Processo de Recepção dos Medicamentos

Conferência da
Preenchimento da parte
Recepção dos produtos Conferência do número quantidade e qualidade
de Entrada da Guia de
+ Guia de Remessa/Entrada de volumes dos produtos e verificação
Remessa/Entrada
dos prazos de validade

Lançamento dos Arquivo do Original e


Arrumação dos Medicamentos produtos nas Fichas devolução do Duplicado
de Stock Individuais ao Depósito Fornecedor

Manual de Procedimentos dos Depósitos Distritais de Medicamentos 61


Quaisquer comentários e contribuicoes que possam servir para enriquecer e melhorar o con-
teúdo deste manual devem ser enviados para a Central de Medicamentos e Artigos Médicos
através do endereço electrónico: avaliacao@cmam.gov.mz

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