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Sobre a capa

SANTA CATARINA DE SENA, VIRGEM E DOUTORA DA IGREJA


(29 de abril)

Nasceu em Sena (Itália), em 1347. Ainda adolescente, movida pelo desejo de perfeição,
entrou na Ordem Terceira de São Domingos. Cheia de amor por Deus e pelo próximo, trabalhou
incansavelmente pela paz e concórdia entre as cidades; defendeu com ardor os direitos e a
liberdade do Romano Pontífice e promoveu a renovação da vida religiosa. Escreveu importantes
obras de espiritualidade, cheias de boa doutrina e de inspiração celeste. Morreu em 1380.

Santa Catarina de Sena, rogai por nós!

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Sumário
Apresentação do Instituto .............................................................................................................. 11
Quem somos ...................................................................................................................... 11
Nosso objetivo ................................................................................................................... 11
Por que fazer o ensino cristão? .......................................................................................... 12
Estudo Sagrado ............................................................................................................................ 19
Introdução...................................................................................................................................... 21
Semana 1 ....................................................................................................................................... 22
Doutrina Sagrada ............................................................................................................... 23
Amizade com Deus............................................................................................................ 25
A vida de Jesus .................................................................................................................. 26
Semana 2 ....................................................................................................................................... 28
Doutrina Sagrada ............................................................................................................... 28
Amizade com Deus............................................................................................................ 31
A vida de Jesus .................................................................................................................. 33
Semana 3 ....................................................................................................................................... 35
Doutrina Sagrada ............................................................................................................... 35
Amizade com Deus............................................................................................................ 36
A vida de Jesus .................................................................................................................. 37
Semana 4 ....................................................................................................................................... 39
Doutrina Sagrada ............................................................................................................... 39
Amizade com Deus............................................................................................................ 41
A vida de Jesus .................................................................................................................. 42
Língua Portuguesa ...................................................................................................................... 43
Introdução...................................................................................................................................... 45
Princípios ....................................................................................................................................... 45
Humildade: virtude necessária para aprender .................................................................... 45
Elementos necessários ao estudante .................................................................................. 46
O Engenho e a Memória .................................................................................................... 46
A importância do silêncio no aprendizado ........................................................................ 46
Desenvolvimento do material didático .......................................................................................... 47
Sugestão de cronograma................................................................................................................ 50

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Exemplo de grade horária ............................................................................................................. 51
Organização do material de estudo ............................................................................................... 51
Semana 1 ....................................................................................................................................... 55
Dia I ................................................................................................................................... 55
Dia II ................................................................................................................................. 59
Dia III ................................................................................................................................ 63
Dia IV ................................................................................................................................ 65
Dia V ................................................................................................................................. 71
Semana 2 ....................................................................................................................................... 74
Dia I ................................................................................................................................... 74
Dia II ................................................................................................................................. 79
Dia III ................................................................................................................................ 84
Dia IV ................................................................................................................................ 89
Dia V ................................................................................................................................. 95
Semana 3 ..................................................................................................................................... 101
Dia I ................................................................................................................................. 101
Dia II ............................................................................................................................... 110
Dia III .............................................................................................................................. 115
Dia IV .............................................................................................................................. 119
Dia V ............................................................................................................................... 124
Semana 4 ..................................................................................................................................... 128
Dia I ................................................................................................................................. 128
Dia II ............................................................................................................................... 136
Dia III .............................................................................................................................. 141
Dia IV .............................................................................................................................. 145
Dia V ............................................................................................................................... 150
Matemática ................................................................................................................................ 157
Introdução ................................................................................................................................... 159
Atividade 1 - Matemática ................................................................................................ 163
Atividade 2 - Matemática ................................................................................................ 167
Atividade 3 - Matemática ................................................................................................ 171
Atividade 4 - Matemática ................................................................................................ 173
Atividade 5 - Matemática ................................................................................................ 174

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Atividade 6 - Matemática ................................................................................................ 176
Atividade 7 - Matemática ................................................................................................ 179
Atividade 8 - Matemática ................................................................................................ 181
Atividade 9 - Matemática ................................................................................................ 182
Atividade 10 - Matemática .............................................................................................. 183
Atividade 11 - Matemática .............................................................................................. 184
Atividade 12 - Matemática .............................................................................................. 186
Ciências ...................................................................................................................................... 213
Aula 1 .......................................................................................................................................... 215
Capítulo 1 – Fundamentos........................................................................................................... 215
O que é Ciência? .............................................................................................................. 215
Ciências naturais .............................................................................................................. 215
O que são Ciências Naturais? .......................................................................................... 215
Atividades ............................................................................................................ 216
Aula 2 .......................................................................................................................................... 217
Capítulo 1 – Fundamentos........................................................................................................... 217
Importância das Ciências Naturais .................................................................................. 217
Atividades ............................................................................................................ 218
Aula 3 .......................................................................................................................................... 219
Capítulo 2 – O Sol ....................................................................................................................... 219
O Sol ................................................................................................................................ 219
Introdução ........................................................................................................................ 219
Atividades ............................................................................................................ 221
Aula 4 .......................................................................................................................................... 222
Capítulo 2 – O Sol ....................................................................................................................... 222
O Milagre do Sol ............................................................................................................. 222
Atividades ............................................................................................................ 223
História ....................................................................................................................................... 225
Introdução.................................................................................................................................... 227
Capítulo 1 - Apresentação da disciplina ...................................................................................... 228
Introdução ........................................................................................................................ 228
O que é a História? .......................................................................................................... 228
Atividades ............................................................................................................ 230

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Capítulo 2 - A grande Batalha..................................................................................................... 231
Por que estudar História? ................................................................................................ 231
Atividades ............................................................................................................ 232
Capítulo 3 - O estudo da História................................................................................................ 233
Introdução........................................................................................................................ 233
Como devemos estudar História? .................................................................................... 233
Atividades ............................................................................................................ 234
Capítulo 4 - Os homens providenciais ........................................................................................ 235
Introdução........................................................................................................................ 235
Quem são os homens providenciais? .............................................................................. 235
Jesus Cristo: O Homem Providencial.............................................................................. 235
A História atingiu seu ponto máximo em Jesus Cristo ................................................... 236
Linha do Tempo .............................................................................................................. 237
Atividades ............................................................................................................ 237
Geografia.................................................................................................................................... 239
Orientações e práticas de estudo geográfico ............................................................................... 241
Introdução ................................................................................................................................... 243
Capítulo 1 - O que é Geografia ................................................................................................... 245
Definindo a Geografia ..................................................................................................... 245
Reforçando o Saber ............................................................................................. 247
Capítulo 2 - A missão de cocriação ............................................................................................ 248
Reforçando o Saber ............................................................................................. 249
Capítulo 3 - Contemplação das belezas de Deus ........................................................................ 250
Reforçando o Saber ............................................................................................. 252
Capítulo 4 - O homem cocriador................................................................................................. 253
Reforçando o Saber ............................................................................................. 254
Arte ............................................................................................................................................. 255
Introdução ................................................................................................................................... 257
Estudo da Arte: qual a importância? ........................................................................................... 258
Deus: criador de todas as coisas. Homem: criatura capaz de criar. ................................ 258
Arte Sacra: santas imagens.............................................................................................. 260
Beleza: expressão e reflexo de Deus ............................................................................... 262
Atividades ................................................................................................................................... 264

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Exercício 1 ....................................................................................................................... 264
Exercício 2 ....................................................................................................................... 264
Exercício 3 ....................................................................................................................... 264

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Apresentação do Instituto

Quem somos
O Instituto Cidade de Deus é formado por um grupo de professores católicos que deseja
educar, com o auxílio da graça de Deus, crianças e jovens para a santidade e a sabedoria, isto é,
torná-los imagens de Cristo.
Ao longo de nossa atividade docente, percebemos que existe um projeto global de
destruição das famílias, da inteligência e da verdade, que visa transformar nossos estudantes em
materialistas e ateus usando a educação para este fim. Por isso, resolvemos nos dedicar
exclusivamente à elaboração de um programa educacional tradicional, o qual servirá de base para
pais e mestres formarem seus filhos e educandos na verdadeira sabedoria, fundamentando tudo na
Sagrada Escritura, na Tradição, no autêntico Magistério e nos Santos.

Nosso objetivo
Nosso objetivo é, através da educação e com o auxílio da graça divina, levá-los a conhecer
intimamente a Deus, a amá-Lo acima de tudo e de todos e a desejar viver com Ele por toda a
eternidade, o que vemos refletido fundamentalmente nas fortes palavras de Monsenhor Gaume:
“Fazer o ensino cristão eis o intento da luta; eis a empresa que é preciso tentar, e que é
preciso realizar. Isto quer dizer:
É preciso que o cristianismo substitua o paganismo na educação.
É preciso reatar o fio do ensino católico, manifesta, sacrílega e infelizmente quebrado na
Europa (e no mundo inteiro).
É preciso pôr ao pé do berço das gerações nascentes a fonte pura da verdade, em vez das
cisternas impuras do erro; o espiritualismo em vez do sensualismo; a ordem em vez da
desordem; a vida em vez da morte.
É preciso introduzir novamente o princípio católico nas ciências, nas letras, nas artes, nos
costumes, nas instituições, para curá-las das vergonhosas moléstias que as devoram e para
as subtrair à dura escravidão em que gemem.
É preciso salvar assim a sociedade, se ela ainda pode ser salva, ou ao menos impedir que
não pereça toda a carne no cataclismo que nos ameaça.
É preciso ajudar assim os desígnios manifestos da Providência, já temperando, como o aço,
aqueles que devem suportar o embate da luta, para que avancemos rapidamente; já
conservando à religião um pequeno número de fiéis destinados a serem o gérmen d'um
reino glorioso de paz e justiça”. (Monsenhor Gaume, “Paganismo na Educação”, 1886, p.
12-13, editado)
Somos inspirados pela encíclica Divini Illius Magistri, de Pio XI, na qual o Sumo Pontífice
exorta os católicos a educarem seus filhos para o fim último, o Céu. Para isso, a Religião deve ser
o “fundamento e a coroa de toda a instrução”, de modo que “não só em determinadas horas se
ensine aos jovens a religião, mas que toda a restante formação respire a fragrância da piedade

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cristã”. Estas frases do saudoso Papa Pio XI fazem parte da essência daquilo que Deus espera da
educação.
É cada vez maior o número de pessoas conscientes, que compreendem o modelo atual de
educação como um modelo que levará o mundo ao mais profundo abismo.
Entre tantas mentiras que as ideologias implantaram na educação, a maior delas foi
desassociar o conhecimento de Deus do entendimento e da sabedoria. Não é possível ser
verdadeiramente sábio e entendido sem conhecer a Deus.
“A sociedade está enferma, muito enferma. Sintomas cada vez mais assustadores não nos
deixam duvidar da gravidade do mal (...). É, pois, preciso um remédio enérgico. O ponto
capital não é fazer o ensino livre, é fazê-lo cristão. De outro modo a liberdade só servirá
para abrir novas fontes envenenadas onde a mocidade virá beber a morte”. (Mons. Gaume,
p. 12)

Por que fazer o ensino cristão?


“[Porque] Não se pode dar verdadeira educação sem que esta seja ordenada para o fim
último, assim na ordem atual da Providência, isto é, depois que Deus se nos revelou no Seu
Filho Unigênito que é o único ‘caminho, verdade e vida’, não pode dar-se educação
adequada e perfeita senão a cristã”. (Pio XI)
A solução para a educação não está nas ideologias vigentes, no “clássico” ou no
“conservadorismo”, pois não existe verdadeiro conservadorismo se não for católico. A solução
somente se encontra na educação católica conservadora. Muitos se digladiam com
questionamentos sobre os melhores métodos e o mais adequado modelo educacional, ficam
demasiadamente preocupados com essa ou aquela divisão do saber, enquanto a Religião
permanece em segundo plano.
Ao orientarmos todos os nossos estudos, todo nosso empenho e tudo que temos para
conhecer a Deus, nosso desejo de saber será saciado.
“Se somente Deus for visto, Ele, que é a fonte e o princípio de todo o ser e de toda a
verdade, preencherá o desejo natural de saber, a tal ponto que nada mais se buscará;
e assim se há de ser bem-aventurado”. (Santo Tomás de Aquino)
Este material foi elaborado no intuito de contribuir com o processo de restauração do ensino
católico rompido desde o Renascimento. Ao mesmo tempo, nossa intenção foi presentear a Mãe
de Deus com um conteúdo verdadeiramente católico e piedoso.
Não será nada fácil o longo caminho que percorreremos juntos, mas Deus nunca prometeu
facilidades e sim a graça necessária para passarmos pelas dificuldades. Você não está sozinho.
Deus está com você, Maria Santíssima está com você, seu Anjo da Guarda e os seus Santos de
devoção estão com você!
Dedicamos todas as nossas forças para elaborar um programa educacional que leve os
educandos à plena configuração a Cristo, à santidade, ao Céu! Sabemos, contudo, que nossas
forças não são suficientes para tão grande empreitada. Por isso, nos confiamos ao Divino Espírito
Santo, fonte de toda santidade, e a Maria Santíssima, modelo de toda perfeição, pois somente pela
ação da graça a santidade é alcançada.

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Orientações para antes dos Estudos

Sabemos que o nosso estudo agrada a Deus, mas qual seria a melhor forma de estudar?
Esta é uma pergunta muito difícil, mas muitos santos, ao longo da História, como Hugo de São
Vítor, deixaram algumas dicas preciosas que podemos seguir.

As dicas são:
1. Seja humilde: a humildade é uma virtude essencial para quem quer começar uma
verdadeira vida de estudante, cujo objetivo é a caridade e a sabedoria. Segundo Hugo de
São Vítor, a humildade é o princípio do aprendizado. Sem ela, o estudo só inchará o seu
orgulho. Uma virtude é um bom hábito, ou seja, é algo que precisa ser praticado todos os
dias para ser alcançado. O bom estudante deve ser humilde e manso, inteiramente alheio
aos cuidados do mundo e às tentações dos prazeres. Consciente de que será preciso buscar
a humildade para começar a trilhar o caminho da sabedoria, você terá Nosso Senhor Jesus
Cristo como modelo perfeito na prática da humildade.

2. Oração: Antes de qualquer coisa que fazemos, convém que rezemos para pedir a Deus as
graças que necessitamos para atingir um resultado que agrada ao Senhor. Assim também é
com os estudos. Antes de iniciar os passos para um bom estudo, se recolha em silêncio,
eleve o seu coração a Deus e Lhe dirija uma oração sincera, atenta e humilde.

3. Ouvir os ensinamentos: Ouvir o que o outro quer nos ensinar parece uma tarefa fácil, mas
nem sempre isto acontece. Algumas vezes nos distraímos com muita facilidade ou
“ouvimos apenas por ouvir”, sem nos esforçarmos para compreender o que se fala. Quando
um ensinamento lhe está sendo apresentado, coloque toda a sua atenção para entender o
assunto.

4. Disciplina: Contemple toda a ordem do universo. Veja como tudo funciona ordenadamente
de tal forma a possibilitar a nossa existência. Isto tudo ocorre porque Deus governa todas
as coisas através de regras e leis que Ele mesmo estabeleceu. Imagine o universo sem
regras. Imagine se, de repente, o planeta Júpiter resolvesse “passear” perto do nosso planeta
Terra. Que grande desastre! Imagine se cada um seguisse sua própria lei no trânsito.
Quantos acidentes! O mundo e o homem necessitam de regras, leis e muita disciplina para
viver de forma ordenada. Organize junto com seus pais uma boa rotina e a contemple com
disciplina; tenha horário para sua oração, estudo, alimentação, esportes, etc. Com o esforço
diário aparecerão os frutos!

5. Leitura: A leitura é um passo fundamental para o bom estudo. Leia atentamente, buscando
compreender bem o que o texto quer lhe ensinar. Busque o significado das palavras que
lhe são desconhecidas em um bom dicionário. Quando o texto for fácil, não o leia correndo
de tal modo que se possa perder informações essenciais. Quando for difícil, não desanime

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diante dos obstáculos. Sabemos que é muito reconfortante entender um texto complexo.
Peça ajuda do Espírito Santo, fonte da inteligência. Porém, tome cuidado com alguns tipos
de textos que “caem” em nossas mãos, pois o demônio muitas vezes nos ataca através de
más leituras.
Certa vez Dom Bosco teve um sonho no qual via um navio que representava a Igreja
sendo atacado por inimigos furiosos e, para nossa surpresa, uma das armas de ataque eram
livros incendiados que eram lançados sobre a barca de São Pedro. Vejam que sonho
impressionante e cheio de lições para nós!
São Jerônimo dedicava horas e horas de seus dias lendo, estudando e até decorando
livros de clássicos latinos (Cícero, Virgílio, Horácio, Tácito) e ainda encontrava disposição
para conhecer autores clássicos gregos. Tal era seu entusiasmo e admiração pelos escritores
clássicos que logo formou uma biblioteca só com obras deles, chegando até a copiar a mão
vários desses livros.
Um dia Jerônimo estava em oração e teve uma visão de seu julgamento. O próprio
Nosso Senhor Jesus Cristo presidia o Tribunal e perguntava sobre seu estado de alma e sua
fé:
– Sou cristão, responde Jerônimo.
Ao que o Juiz lhe replicou com severidade:
– Mentira! Tu não és cristão, mas ciceroniano…
Isso seria o mesmo que dizer: “Não és de Cristo, és de Cícero.”
O Juiz mandou que ele fosse açoitado. Os assistentes pediram clemência
argumentando que ele ainda era jovem e poderia corrigir-se, arrepender-se e salvar-se.
Diante do que lhe acontecia, Jerônimo reconheceu o estado de alma em que se encontrava
e tomou a única atitude que lhe seria conveniente: reconheceu seu erro e pediu perdão.
Naquele instante, ele fez o firme propósito de emendar-se:
“Desde aquela hora eu me entreguei com tanta diligência e atenção a ler as
coisas divinas, como jamais havia tido nas humanas”, (carta de São
Jerônimo a Santa Eustáquia).
Formados pelo exemplo dos santos e movidos pela busca de santidade de vida,
sugerimos ainda dois passos importantes após a leitura: o resumo e a memorização.
Um resumo consiste em descrever as principais informações contidas no texto lido
de forma que fique somente o essencial. Se você não foi capaz de resumir o texto, pode
significar que não entendeu o mesmo. Depois de resumir as principais ideias do texto, é
necessário que você as memorize de tal modo que fiquem guardadas em sua memória.
Certamente é difícil memorizar todas as informações de um texto, mas o que se pede é que
se retenha somente as principais, pois a memória existe para guardar em nosso interior
aquilo que se aprendeu. Este passo é fundamental para chegar ao próximo.

6. Meditação: Se a leitura é o início, a meditação é o término do processo, ou seja, através


da leitura extraímos do texto suas principais informações; já através da meditação
buscamos a causa, a origem, a utilidade e a finalidade de cada coisa. Hugo de São Vítor

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disse que o princípio da doutrina está na leitura, e, sua consumação, na meditação. Esta é
uma espécie de admiração das coisas estudadas, buscando dissipar tudo o que é obscuro no
que se estudou. Para meditar sobre algo é necessário você conduzir o seu pensamento na
direção de uma ideia e se esforçar para explicar as coisas que ainda não são claras. Depois
disso virá a contemplação.

7. Contemplação: A diferença entre a meditação e a contemplação está na “claridade”


daquilo que se pensa, isto é, na meditação buscamos explicar ideias que ainda não são
claras, já na contemplação o que pensamos já está claro, mas deve ser admirado. Outra
diferença entre esses dois passos do estudo é que a meditação se ocupa de uma única coisa,
já a contemplação reflete sobre muitas.

Para ficar mais claro todos esses passos vamos dar um exemplo:
Imagine um quebra-cabeça cuja imagem não lhe é conhecida. Primeiramente, você
deverá conhecer as peças do jogo, virando-as de tal forma que apareçam as suas formas e
cores (leitura). Depois você deverá reunir as peças que se assemelham e separá-las em
blocos (resumo e a memorização). Após separar, você deve tentar reunir as peças,
começando pelos blocos com as cores e formas semelhantes, esforçando-se para descobrir
a imagem do quebra-cabeça (meditação). Quando as peças começarem a se encaixar, você
começará a ter maior noção do que se trata o jogo, e, depois de várias tentativas, com erros
e acertos, você descobrirá a belíssima imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, mas isso
ainda não é a contemplação. Somente depois de terminar de encaixar todas as peças, após
muito esforço, você poderá olhar para aquela pintura feita por mãos celestes, com riqueza
de formas e cores, símbolos e significados, fitar aquela Mulher vestida de Sol com a Lua
debaixo de seus pés e se deleitar de tal modo que seu coração se elevará até a Virgem,
como se ela estivesse em pessoa ali, naquele simples quebra-cabeça, e lhe dirigirá uma
belíssima oração de agradecimento pelo seu sim, que nos trouxe o Salvador! Isto é
contemplação. Mas ainda não acabou.

8. Ensinar: Ainda resta este último e não menos importante passo. Após percorrer esse longo
trajeto proposto de Leitura, Resumo, Memorização, Meditação e Contemplação, você
precisará ensinar alguém aquilo que o estudo lhe proporcionou, recordando que Santo
Agostinho nos ensinou que edificar os outros por caridade é o motivo pelo qual se deve
estudar. Para ensinar, você deve trilhar “o caminho das pedras” e, somente assim, poderá
orientar outros sobre qual caminho tomar. Observe que você deve orientar e não carregar
aquele que se ensina. É um grande desafio. Entretanto, se esse passo não for dado, de nada
valeram os outros; e, se não se consegue ensinar, quer dizer que os passos anteriores não
foram cumpridos.

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Orações para antes dos estudos

Sinal da Cruz Signum Sanctae Crucis


Pelo sinal da Santa Cruz, livrai-nos, Deus, Per signum Crucis, de inimícis nostris, líbera
Nosso Senhor, dos nossos inimigos. nos Deus noster.
Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito In nomine Patris, et Fílii, et Spíritus Sancti.
Santo. Amém. Amen.

Pai-Nosso Pater Noster


Pai Nosso que estais nos céus, santificado Pater noster, qui es in caelis; sanctificétur
seja o vosso Nome, venha a nós o vosso nomen tuum; advéniat regnum tuum; fiat
Reino, seja feita a vossa vontade assim na volúntas tua, sicut in caelo et in terra.
terra como no céu. O pão nosso de cada dia Panem nostrum cotidiánum da nobis
nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas hódie; et dimítte nobis débita nostra, sicut
assim como nós perdoamos a quem nos tem et nos dimíttimus debitóribus nostris; et ne
ofendido, e não nos deixeis cair em nos indúcas in tentatiónem; sed líbera nos
tentação, mas livrai-nos do Mal. Amém. a malo. Amen.

Ave-Maria Ave Maria


Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é Ave, María, grátia plena, Dóminus tecum,
convosco; Bendita sois vós entre as benedícta tu in muliéribus, et benedictus
mulheres e bendito é o fruto do vosso fructus ventris tui Jesus. Sancta María, Mater
ventre, Jesus! Santa Maria, Mãe de Deus, Dei, ora pro nobis peccatóribus, nunc et in
rogai por nós, pecadores, agora e na hora da hora mortis nostrae. Amen.
nossa morte. Amém.

Vinde Espírito Santo Veni Sancte Spíritus


Vinde, Espírito Santo, enchei os corações Veni Sancte Spíritus reple tuórum
dos Vossos fiéis e acendei neles o fogo do corda fidélium, et tu amóris in eis
Vosso Amor. Enviai o Vosso Espírito e ignem accénde. Emítte Spíritum tuum
tudo será criado e renovareis a face da et creabúntur. Et renovábis faciem
terra. terrae.
Oremos: Ó Deus que instruístes os corações Oremus: Deus, qui corda fidélium
dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Sancti Spíritus illustratióne docuisti da
Santo, fazei que apreciemos retamente nobis in eódem Spíritu recta sápere, et
todas as coisas segundo o mesmo Espírito e de ejus semper consolatióne gaudére.
gozemos sempre da sua consolação. Por Per Christum Dóminum nostrum.
Cristo Senhor Nosso. Amém. Amen.

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Sobre a capa
BEATO PIO IX PROCLAMA O DOGMA DA IMACULADA CONCEIÇÃO

Em 1854, pela Bula “Ineffabilis Deus”, o grande Papa Pio IX definia como dogma a
Imaculada Conceição de Nossa Senhora. Ninguém sabia, mas esse solene acontecimento ia ficar
indissoluvelmente ligado à aparição de Nossa Senhora em Lourdes.
Com efeito, em 1858, de 11 de fevereiro a 16 de julho, Nossa Senhora apareceu dezoito
vezes, em Lourdes, a uma menina Bernadette Soubirous, declarando ser a Imaculada Conceição.
Esta obra foi pintada por Franceso Podesti (1800–1895) e está na sala dell'Immacolata,
Museu do Vaticano.

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Introdução

“O menor conhecimento das coisas mais elevadas, é mais desejável que uma ciência muito certa das
coisas menores.”
Santo Tomás de Aquino

O ensino da Sagrada Doutrina, servindo-nos das palavras do Sumo Pontífice Bento XIV, é o que
há de mais útil para a Glória de Deus e a Salvação das Almas.
O papa Pio XI, na encíclica Divini Illius Magistri, nos diz que a religião deve ser verdadeiramente
o fundamento e a coroa de toda a instrução e completa Santo Tomás que a ciência Sagrada, dentre todas
as ciências, é a mais excelente, pois seu objeto de estudo é o próprio Deus, o sumo bem; a mais certa,
porque parte daquilo que Deus revelou e, portanto, é perfeita. São Pio X, por sua vez, na carta Acerbo
Nimis, afirma que a maior parte dos condenados às penas eternas padece sua perpétua desgraça por ignorar
os mistérios da fé, que necessariamente se devem conhecer e crer para ser contado no número dos eleitos.

A disciplina “Estudo Sagrado”


Wolfgang Moroder / Domínio público

O Sermão da Montanha. Aqui, Nosso Senhor expõe maravilhosamente sua Doutrina e Ensinamentos.

O material de Estudo Sagrado foi, portanto, estruturado, para este fim: a Glória de Deus e a
Salvação das almas. Constituído de três seções, sua finalidade é mover a inteligência e a vontade do homem
para Deus.
A primeira parte, intitulada como Doutrina Sagrada, é a parte catequética do material. Nela se
encontra, na forma de perguntas e respostas, um resumo de toda a teologia, de todo o Evangelho, de todos

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os dogmas, de todas as verdades religiosas, de toda a moral cristã. Suas finalidades são conhecer e aprender
a doutrina em fórmulas breves, além de mover a inteligência, a vontade e o coração do estudante para que
ame a Deus e pratique, por amor d’Ele, o bem.
A segunda parte, intitulada Amizade com Deus, apresenta textos que versam sobre as Verdades
Eternas, que serão a base da Vida de oração e intimidade com Deus. Diz Santo Afonso “Quem reza, se
salva; quem não reza se condena”. Por isso, esses textos deverão ser meditados pelos alunos, em
oração. Santa Teresa d’Ávila nos ensina que “Que não é outra coisa a oração mental senão tratar de
amizade, estando muitas vezes tratando a sós com quem sabemos que nos ama”.
Por fim, temos a terceira e última parte, intitulada como “Vida de Jesus”, que consiste no
aprendizado de toda a história sagrada e da história eclesiástica. Nela, as crianças aprendem a ver na prática
com que amor corresponderam os grandes santos às petições do Amor Divino.
Em suma, o material de Estudo sagrado não consiste somente na instrução religiosa, senão em toda
a Educação Cristã de cada estudante.

Organização dos estudos


As três partes que compõem este material estão distribuídas em 40 semanas de estudo, ou
seja, cada semana vocês deverão estudar a “Doutrina Sagrada, a “Amizade com Deus” e a “Vida
de Jesus”, que já foram devidamente distribuídas a fim de facilitar os estudos e a organização do
material.

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Semana 1
Doutrina Sagrada
Introdução
Para bem vivermos nossa fé, precisamos conhecê-la. “Só amamos o que conhecemos”.
Quem disse esta frase foi Santo Tomás de Aquino; este grande santo só amou a Verdade, que é o
próprio Deus, porque a conheceu. Inspirados por este ensinamento e pela vida do Doutor Angélico,
dediquemo-nos ao estudo da Doutrina Sagrada para conhecer as Verdades de nossa fé e então amar
a Deus acima de tudo através dela!

Figura 2. Santo Tomás de Aquino, rogai por nós!

Que é o estudo da religião?


O estudo da religião é o mais necessário e importante de todos. O estudo da Doutrina cristã
nos é necessário para vivermos bem nossa vida, mas, principalmente, para vivermos na eternidade.

23
Por quem foi ensinado a Doutrina Cristã?
A Doutrina cristã nos foi ensinada por Nosso Senhor Jesus Cristo quando pregou o
Evangelho.

Figura 3. O sermão da montanha.

Por que é importante estudar a Doutrina?


É importante estudar a Doutrina, pois, as Verdades da nossa fé devem orientar toda a nossa
vida, todas as nossas ações, tudo o que fazemos. É um caminho seguro que nos levará ao bem, à
prática das virtudes e o mais importante, à vida em Deus.

“O desejo de Deus está inscrito no


coração do homem porque o homem
foi criado por Deus e para Deus.
Pela fé, o homem vai ao encontro de
Deus que se revela.”
(Enrique Pèlach - Catecismo Breve, p. 5)

Figura 4. Abraão, o pai da fé

24
AMIZADE COM DEUS
Toda a santidade e toda a perfeição de uma pessoa, seja ela criança ou adulta, consistem
em amar a Jesus Cristo, nosso Deus, nosso maior bem, nosso Salvador. Jesus Cristo mesmo disse:
“Quem me ama será amado por meu Pai.” (Jo 16, 27)
Como vimos acima, só amamos o que conhecemos e, tratando de pessoas, só conhecemos
as pessoas que convivem conosco, que passam um tempo conosco; conversando, brincando,
passeando, rezando... com aqueles que chamamos de amigos. Acontece que Jesus também quer
ser nosso amigo, para que O conheçamos e O amemos acima de todas as coisas, porque Ele é Deus
e merece ser amado como Deus.
Existem duas maneiras de conhecermos e amarmos Jesus: conversando com Ele ou
ouvindo falar Dele. Caminharemos assim ouvindo falar dele semana a semana, na seção “A vida
de Jesus” e, nesta seção, usaremos o primeiro caminho. Este caminho consiste em uma única
palavra: oração.
“A oração é uma doce amizade, uma maravilhosa familiaridade”, já nos dizia o Santo Cura
d’Ars. Se é assim, não percamos mais tempo e comecemos a praticar exercícios de oração que, em
pouco tempo, nos tornarão amigos de Deus.

Orações Diárias

Em hora certa, o cristão se levanta da cama e dirige o pensamento a Deus, oferecendo-se de corpo
e alma ao Senhor, para agradecer os seus muitos benefícios e pedir-lhe suas graças para o novo dia,
fazendo (com água benta, se possível) o sinal da cruz.

† Pelo sinal da Santa Cruz † livrai-nos Deus, Nosso Senhor, † dos nossos inimigos.
† Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Ao vestir-se, não se esqueça da santa presença de Deus; vista-se com decência, sobretudo se estiver
na presença de outros, podendo recitar, ao mesmo tempo:

Glória ao Pai, que me criou!


Glória ao Filho, que me salvou! Meu Deus, eu creio em vós, porque sois a
verdade infalível.
Glória ao Espírito Santo, que me santifica!
Meu Deus, eu espero em vós, porque sois a
bondade infinita.
Ó doce Jesus, que tanto me amais,
Meu Deus, eu vos amo, porque sois o sumo e
Fazei que vos ame cada vez mais! amantíssimo bem e digno de todo amor.
Doce Coração de Maria, sede minha salvação.

25
A vida de Jesus
Para iniciar nossos estudos sobre a Vida de Jesus, a História da Salvação e a de seu Corpo
Místico, a Igreja, vamos ler, ao longo deste e dos próximos anos, duas obras de São João Bosco,
intituladas “História Sagrada” e “História Eclesiástica”. Este ano, começaremos a leitura da
História da Salvação por Adão e Eva, terminando em Sansão e Rute.

Noções Preliminares
Bíblia Sagrada - História Sagrada - Antigo e Novo Testamento - Divisão da História Sagrada -

Bíblia Sagrada, História Sagrada, Antigo e Novo Testamento


As palavras Sagrada Escritura ou Bíblia Sagrada significam livro por excelência, e
designam todos os livros Divinos que a Igreja Cató1ica reconhece como inspirados por Deus aos
seus autores.
A História Sagrada está contida na Bíblia, e compreende a narração do que se passou no
tempo dos Patriarcas, sob o governo dos Condutores, os Juízes, Reis e outros chefes principais do
Povo Hebreu, desde a Criação do Mundo até a fundação da Igreja de Jesus Cristo.
A Sagrada Bíblia chama-se também Antigo e Novo Testamento, isto é, Antiga e Nova Lei.
O primeiro contém a narração dos fatos que aconteceram antes da vinda do Salvador e os escritos
dos Profetas. O segundo, isto é, o Novo Testamento compreende o Evangelho, os Atos dos
Apóstolos e alguns outros escritos dos mesmos.

Figura 5. As Sagradas Escrituras.

26
Divisão da História Sagrada
A História Sagrada costuma-se dividir em sete Idades ou Épocas, cada uma das quais é
assinalada por um fato luminoso e importante.
A primeira Época começa na Criação do Mundo e vai até o Dilúvio.
A segunda, do Dilúvio até à vocação de Abraão, no ano de 2093 a. C.
A terceira, da vocação de Abraão até à saída do povo Hebreu do Egito, no ano 1448 a. C.
A quarta, da saída do povo Hebreu até à fundação do Templo de Salomão, no ano 968 a.
C.
A quinta, da fundação do Templo até à escravidão dos Hebreus em Babilônia, no ano 598
a.C.
A sexta, da escravidão do povo Hebreu até o nascimento de Jesus Cristo, pouco antes do
ano 750 da fundação de Roma.
A sétima, do nascimento de Jesus Cristo até o ano 70 da Era Cristã, quando se deu a
destruição de Jerusalém e a dispersão dos Hebreus.

27
Semana 2
Doutrina Sagrada
Introdução
Que o estudo da Doutrina Sagrada compreende?
Compreende:
- O que devemos crer (virtude da fé).
- O que devemos desejar (virtude da esperança).
- O que devemos fazer, ou seja, a prática do bem como expressão do amor a Deus
(virtude da caridade).

Leiamos esta passagem da Sagrada


Escritura em que a Sagrada Família vai a
Jerusalém para a festa da Páscoa:
“41Seuspais iam todos os anos a
Jerusalém para a festa da
42
Páscoa. Tendo ele atingido doze anos,
subiram a Jerusalém, segundo o
costume da festa.43Acabados os dias da
festa, quando voltavam, ficou o menino
Jesus em Jerusalém, sem que os seus
pais o percebessem.44Pensando que ele
estivesse com os seus companheiros de
Figura 6. Jesus entre os doutores da lei.
comitiva, andaram caminho de um dia e
o buscaram entre os parentes e conhecidos.45Mas não o encontrando, voltaram a Jerusalém,
à procura dele.46Três dias depois o acharam no templo, sentado no meio dos doutores,
ouvindo-os e interrogando-os.47Todos os que o ouviam estavam maravilhados da sabedoria
de suas respostas.48Quando eles o viram, ficaram admirados. E sua mãe disse-lhe: Meu
filho, que nos fizeste?! Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de
aflição.49Respondeu-lhes ele: Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das
coisas de meu Pai?50Eles, porém, não compreenderam o que ele lhes dissera.51Em seguida,
desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu
coração.52E Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens.”
(São Lucas 2, 41 – 51)

Esse fato aconteceu, pois, Nosso Senhor Jesus Cristo quis mostrar às crianças como
deveriam aprender os ensinamentos da Doutrina cristã; Ele próprio deu o exemplo: até os doutores
da Lei ficaram admirados com as respostas de Jesus que, nesta ocasião, tinha apenas 12 anos de
idade.

28
Em quem devemos nos espelhar para
aprender a Doutrina sagrada?
Devemos nos espelhar em Jesus
Cristo. O Evangelho nos diz que o divino
mestre deixou os doutores da lei
impressionados com a sabedoria de suas
respostas.

Depois da morte de Jesus, a doutrina foi


ensinada por quem?
A Doutrina foi ensinada pelos
apóstolos, bispos, padres e diáconos.

Observe a imagem a seguir.


No centro: se encontra o diácono
Filipe, sentado num carro de quatro rodas,
junto de um oficial de Candacie, rainha da
Etiópia, o qual lia as Sagradas Escrituras, sem
as compreender. Filipe explicou-as e o oficial
pediu o batismo dizendo: “Creio que Jesus é Figura 7. São João d’Ávila pregando no púlpito o Cristo
o Filho de Deus”. crucifixado

Canto superior esquerdo: Jesus está rodeado pelos doutores da lei, a quem escuta e
interroga. Jesus os surpreende com sua sabedoria.
Canto superior direito: Jesus está sentado na barca, no mar da Galileia. Ao redor d’Ele se
encontram os apóstolos escutando os seus ensinamentos.
Parte inferior:
- Esquerda: o Santo Padre, o Papa, ensinando a todos a Doutrina cristã.
- Centro: sacerdote ensinando o catecismo às crianças.
- Direita: bispo pregando o Santo Evangelho aos homens.

29
Figura 8

30
Amizade com Deus
Continuando as sugestões para adquirirmos o hábito da oração, vamos seguir o conselho
da Igreja através do catecismo de São Pio X. Ao responder à pergunta de quando devemos rezar,
o catecismo diz que “é bom que o façamos pela manhã e à noite, e no princípio das ações
importantes do dia”.
Atualmente estão disponíveis muitos livros de orações e devocionários que apresentam
diversas orações para todos os momentos e situações do dia. Daremos aqui uma sugestão baseado
no livro “Seleta de Orações”, da editora Cultor de Livros.

Orações para as diversas etapas do dia

Orações da manhã À Santíssima Virgem

SENHOR Deus, Rei dos céu e da terra, dirige, Ó Senhora minha, ó minha Mãe! Eu me
santifica, conduz e governa, neste dia, nossos ofereço todo a Vós, e, em prova de minha
corações e nossos corpos, nossos sentimentos, devoção para convosco, Vos consagro neste
palavras e ações, a fim de que, submissos à tua dia meus olhos, meus ouvidos, minha boca,
lei e agindo conforme os teus preceitos, meu coração e inteiramente todo o meu ser. E
mereçamos, por teu auxílio, ser salvos e livres como assim sou vosso, ó boa Mãe, guardai-me
nesta vida e na eternidade, ó Salvador do e defendei-me como coisa e propriedade vossa.
mundo, que vives e reinas pelos séculos dos Amém.
séculos. Amém.

Oferecimentos das obras Benção antes das refeições

NÓS Vos rogamos, Senhor, que prepareis as ABENÇOAI-NOS, Senhor, a nós e a estes
nossas ações com a vossa inspiração, e as dons que da vossa liberalidade recebemos. Por
acompanheis com a vossa ajuda, a fim de todos Cristo, Senhor Nosso. Amém.
os nossos trabalhos e orações em Vós Almoço: Que o Rei da eterna glória nos faça
comecem sempre e convosco acabem. Por participantes da mesa celestial. Amém
Cristo, Senhor Nosso. Amém.
Jantar: Que o Rei da eterna glória nos conduza
à Ceia da vida eterna. Amém.

31
Benção depois das refeições

NÓS Vos damos graças, Deus onipotente, por todos os vossos benefícios, Vós que viveis e
reinais por todos os séculos dos séculos. Amém.
Que Deus nos dê a sua paz. E a vida eterna. Amém.

Orações da noite

VISITAI, Senhor, nós vos rogamos, esta habitação, e afastai dela todas as ciladas dos inimigos.
Os vosso Anjos queiram habitar nela e nos guardar em paz. E a vossa benção esteja sempre em
nós. Pelo mesmo Cristo Senhor Nosso. Amém.
O Senhor onipotente e misericordioso, + Pai, Filho e Espírito Santo, nos abençoe e nos guarde.
Amém.
À vossa proteção recorremos, santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas nas nossas
necessidades; mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita! Ó
Senhora nossa, Medianeira nossa, Intercessora nossa! Reconciliai-nos com vosso Filho,
recomendai-nos a vosso Filho, apresentai-nos a vosso Filho. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai
por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém.

Jaculatórias para a noite

DIGNAI-VOS, Senhor, retribuir com a vida


eterna a todos os que nos fazem bem por amor
do vosso nome. Amém
Jesus, Maria e José, dou-Vos o coração e a
alma minha.
Jesus, Maria e José, assiste-me na última
agonia.
Jesus, Maria e José, expire em paz entre Vós a
alma minha.
Nas vossas mãos, Senhor, entrego a minha
alma; fazei que convosco durma e descanse.
Amém Figura 9

32
A vida de Jesus

Noções Preliminares (continuação)


Escritores Sagrados - Os Profetas - Veracidade dos Escritores Sagrados - Assistência Divina aos
Escritores Sagrados.

Escritores da História Sagrada


A História Sagrada. foi escrita pelos Profetas, Apóstolos e outros personagens que,
iluminados e assistidos de singular maneira pelo Espírito Santo, escreveram, sem poder inserir nos
seus escritos o mínimo erro, nem por malícia, nem por fraqueza humana.

Profetas
Foram homens mandados por Deus em vários tempos para manifestar ao povo Hebreu a
Sua vontade e predizer coisas futuras, especialmente o que dizia respeito ao Messias.

Veracidade dos Escritores Sagrados


Há cinco razões especiais que demonstram terem os
Sagrados Escritores dito a verdade:
1º - Narram coisas geralmente sucedidas no seu
tempo, confirmadas por monumentos verdadeiros,
que perfeitamente conheciam.
2º - Se tivessem mentido, teriam sido
contestados por grande número de pessoas,
testemunhas dos acontecimentos que narram, e
seus escritos não teriam sido recebidos como
divino.
3º - Eram pessoas digníssimas de fé, às
quais não se podia imputar nenhum crime; antes
de cada página que escreveram, transparece a boa
fé e a piedade.
4º - Os fatos por eles referidos são, na maior
parte, atestados também por outros profanos; tais são:
a história do Dilúvio, e destruição de Sodoma e
Gomorra, a passagem do Mar Vermelho e muitos outros.
5º - A doutrina que ensina é conforme, em tudo,
aos ditames da razão. Figura 10. São João Evangelista
escrevendo o quarto evangelho.

33
Assistência Divina aos Escritores Sagrados
Que os escritores da História Sagrada foram inspirados por Deus, prova-se:
1º - Pelos milagres com os quais demonstravam terem sido escolhidos por Deus para
instrumentos vivos da Sua palavra. Só Deus pode operar milagres; e quando uma coisa é
confirmada com milagres, podemos estar certos da intervenção divina, isto é, de uma autoridade
infalível.
2º - Pelas profecias de que a História Sagrada está cheia e que se verificaram perfeitamente;
porquanto, só Deus pode predizer com certeza as coisas futuras que não têm necessária relação
com as causas naturais, nem podem ser conhecidas pelos homens muito tempo antes de sucederem.
3º - Pela santidade da doutrina ensinada na História Sagrada, santidade tão perfeita que os
incrédulos, em tempo algum, lhe puderam apontar qualquer defeito; ao passo que sabemos que até
os homens mais doutos e os de mais reta intenção, abandonados a si mesmos, estão facilmente
sujeitos ao erro.
4º - Pelo testemunho de Jesus Cristo e dos Apóstolos que declararam que toda a História
do Antigo Testamento foi escrita com a assistência especial do Espírito Santo.
5º - Pelo testemunho que a Igreja Católica deu sempre da divindade da História do Antigo
e do Novo Testamento; e a Igreja Católica, como resulta com evidência de mil argumentos, é
guarda e mestra infalível das verdades reveladas por Deus.

34
SEMANA 3
Doutrina Sagrada
O fim último do homem
O fim último do homem é ir para o céu!
Deus nos criou e para Ele voltaremos.
“Fizeste-nos para Ti e inquieto está nosso
coração, enquanto não repousa em Ti”.
Santo Agostinho

Por que é necessário o conhecimento da


Doutrina Cristã?
Figura 11
É necessário que todo o homem e,
principalmente, os cristãos tenham o conhecimento da doutrina, pois sem ela, não é possível
alcançar o fim para qual Deus nos criou.

Para que Deus nos criou?


Deus nos criou para conhecê-Lo, amá-Lo e
servi-Lo e assim, alcançarmos a vida eterna.

Como servimos a Deus?


Primeiramente, observando a Sua lei. E
também, cumprindo fielmente os seus deveres e
glorificando-O por toda a espécie de boas obras.

É necessário servimos a Deus?


Sim, pois para esse fim fomos criados. Se
fomos criados para isso, todo aquele que não serve
a Deus passará a eternidade longe d’Ele.
Se durante sua vida o homem rejeita a Deus,
seu Criador, e não procura viver bem as virtudes,
não alcança a felicidade, porque seu coração foi
feito para Deus e tudo o que existe na terra não pode
tornar o homem plenamente feliz. Só Deus pode nos
Figura 12. São Felipe Neri, o "santo da alegria", foi
plenamente feliz. tornar plenamente felizes, pois Ele é o supremo
Bem.
Quando alcançarmos a vida eterna contemplaremos a Deus por toda a eternidade, assim,
seremos perfeitamente felizes!

35
Amizade com deus
Como vimos, nesta semana, na seção Doutrina Sagrada, Deus nos criou para conhecê-Lo,
amá-Lo e servi-Lo e assim, alcançarmos a vida eterna. Para fazermos isto, é necessário cumprir
nossos deveres para com Ele e glorificá-Lo com todas as espécies de boas obras. Buscar uma vida
interior de oração e recolhimento é uma boa obra, por isso, continuemos com nossas práticas de
oração durante o dia, em todos os momentos oportunos.

Oferecimento do dia

E U Vos adoro, meu Deus, e Vos amo de todo o coração. Dou-Vos graças por me terdes criado,
feito cristão e conservado nesta noite. Ofereço-Vos as ações deste dia; fazei que sejam todas
segundo a vossa santa vontade, para maior honra e glória vossa. Preservai-me do pecado e de todo
o mal. A vossa graça seja sempre comigo e com todos os que me são caros.
Amém.
ou:

T ODOS os meus pensamentos, todas as minhas palavras, e as obras


todas deste dia, eu Vos ofereço, Senhor, e a minha vida inteira por
amor.

À Santíssima Virgem

Ó
Senhora minha, ó minha Mãe! Eu me ofereço todo a Vós, e, em
prova da minha devoção para convosco, Vos consagro neste dia
meus olhos, meus ouvidos, minha boca, meu coração e inteiramente
todo o meu ser. E como assim sou vosso, ó boa Mãe, guardai-me e
defendei-me como coisa e propriedade vossa. Amém.

Figura 13

Ao Anjo da Guarda

S ANTO Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a


piedade divina, sempre me rege, guarda, governa e ilumina. Amém.

Figura 14

36
A vida de Jesus

Primeira Época
Da Criação do Mundo até ao Dilúvio

CAPÍTULO I
Criação do Mundo — Criação do Homem — Paraíso Terrestre — Criação de Eva — Criação
dos Anjos
Criação do Mundo
Só Deus é eterno. Todas as coisas foram por Ele criadas, isto é, tiradas do nada. Conquanto
Deus, com um simples ato da sua vontade, pudesse criar e ordenar todas as coisas que existem no
céu e na terra, quis, todavia, empregar nisto seis dias. No primeiro criou o céu e a terra; mas a terra
estava ainda sem forma, coberta de água e envolta em densas trevas.
No primeiro dia criou Deus a luz e a separou das trevas. A luz chamou dia e às trevas noite.
No segundo dia fez o firmamento, isto é, essa imensa abóbada azul que se apresenta aos
nossos olhos. Ao firmamento Deus chamou Céu.
No terceiro dia reuniu as águas em um só lugar, e, a essas águas assim reunidas, deu o
nome de mar; ao restante, que permaneceu enxuto pelo afastamento das águas, pôs o nome de
terra. Disse então Deus: Produza a terra ervas, plantas e árvores frutíferas. A terra obedeceu, e
imediatamente produziu erva verdejante, plantas e árvores, que dão fruto segundo a sua espécie.

Figura 15. O Paraíso Terrestre com suas criaturas. Ao fundo é possível ver Adão e Eva.

37
No quarto dia disse Deus: Façam-se luzeiros no céu, e dividam o dia da noite, e marquem
as estações e os dias do ano. Por isso, fez dois grandes luzeiros; o maior - o sol - para resplandecer
de dia; o menor - a lua - para espantar as trevas da noite. Depois fez as estrelas.
No quinto dia criou as várias espécies de peixes, que habitam as águas e as várias espécies
de pássaros que voam no ar.
No sexto dia criou toda sorte de répteis e de quadrúpedes, e todos os outros animais que
vivem na terra.
Finalmente criou o homem que é a mais perfeita de todas as criaturas visíveis. E vendo que
todas as coisas eram boas e procediam segundo a sua divina vontade, no sétimo dia descansou,
quer dizer, cessou de criar outras coisas. Deus santificou esse sétimo dia e quis que nesse dia os
homens, abstendo-se dos trabalhos servis, se ocupassem somente em coisas de piedade.
Na Lei Antiga se observa o sábado; nós cristãos, em memória da ressurreição do Salvador,
temos por santo o domingo.

38
Semana 4
Doutrina Sagrada

Quem é chamado de cristão?


Chama-se cristão todo aquele que foi batizado,
vive e professa sua religião.
Quem é o cristão?
O cristão é filho de Deus, irmão de Jesus
Cristo e herdeiro do paraíso.

O cristão possui um sinal?


O sinal do cristão é o ‘sinal da cruz’. Reconhecemos
um cristão pelo sinal da cruz.
“Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.
Amém.”
(Em Latim: In nomine Patris, et Filii, et Spíritus
Figura 16. Sacramento do Batismo Sancti. Amén)

Que nos lembra o sinal da cruz?


Nos lembra que há um só Deus em três pessoas e que Jesus, filho de Deus, morreu por
nós em uma cruz.

Figura 17

39
O sinal da cruz é o sinal do cristão; feito com piedade e fé, afasta os perigos.

Figura 18. Devemos fazer o sinal da cruz e lembrar do que ele significa para nós.

O Prato Envenenado
Alguns hereges resolveram matar Santo Antônio, envenenando-o. Convidaram-no para
comer com eles, dando como pretexto debater sobre alguns pontos da Fé. Santo Antônio sempre
aceitava comparecer a esses debates e polêmicas. Os hereges puseram diante dele, entre outros
pratos, um que continha veneno mortal. Antes que o tocasse, Deus revelou-lhe a cilada e o Santo,
conservando toda a calma, repreendeu os hereges pela traição.
Vendo revelado o intento perverso, os hereges não se abalaram e responderam cinicamente:
"É verdade que esse prato tem veneno, mas nós o colocamos aí porque desejamos fazer uma
experiência: no Evangelho está escrito que Jesus Cristo disse aos seus discípulos que ainda que
tomassem veneno mortal nenhum mal sofreriam e estamos querendo saber se és de fato discípulo
de Cristo". Santo Antônio fez o sinal da Cruz sobre aquele prato e o comeu com apetite, saboreando
a comida envenenada como se fosse alimento saudável, e nada sofreu, deixando mais uma vez os
hereges confusos e assombrados.

Santo Antônio, rogai por nós!

Figura 19. Santo Antônio e o milagre da comida


envenenada

40
Amizade com Deus
Como vimos mais acima, o Sinal da Cruz, é a síntese de nossa fé, é o sinal do cristão, que
feito com piedade e devoção, nos traz grandes e preciosas graças. Além disto, este sinal nos remete
diretamente à Santíssima Trindade. Meditemos com a oração abaixo sobre este Mistério:

Oração em honra da Santíssima Trindade


Glória ao Pai, que, por seu poder, me tirou do nada e me criou à sua imagem semelhante!
Glória ao Filho, que, por amor, me libertou do inferno e me abriu a porta do céu! Glória ao Espírito
Santo, que, por sua misericórdia, me santificou no Batismo e opera continuamente minha
santificação pelas graças que todos os dias recebo de sua infinita bondade!

Figura 19

Glória às três adoráveis Pessoas da Santíssima Trindade como era no princípio, agora e
sempre e por todos os dias recebo de sua infinita bondade!
Eu vos adoro, Trindade beatíssima, com devoção e profundo respeito; e vos dou graças por
nos haverdes revelado tão glorioso e inefável mistério. Humildemente vos suplico, me concedais
que, perseverando até à morte nesta crença, possa ver e glorificar no céu o que firmemente creio
na terra: um Deus em três Pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

41
A vida de Jesus

CAPÍTULO I (continuação)

Criação do Homem
Depois de criadas todas as coisas que existem no céu e na terra, Deus, querendo criar o
homem, disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança, e tenha ele domínio sobre a terra
inteira. Então plasmou com barro um corpo humano, inspirou-lhe uma alma vivente e imortal.
Assim foi criado o primeiro homem, que se chamou Adão, que quer dizer feito de terra.
Paraíso Terrestre, criação de Eva
No princípio o homem foi colocado por Deus no Paraíso Terrestre, lugar deliciosíssimo,
onde havia em abundância toda espécie de frutas que o terreno fértil produzia sem cultura. Deus,
para ensinar-nos que devemos fugir da ociosidade, tinha também ordenado a Adão que trabalhasse,
mas tão só para seu divertimento e sem fadiga. Regavam esse jardim delicioso quatro rios
chamados: Geão, Físon, Tigre e Eufrates. Estes dois últimos conservam ainda o mesmo nome;
nascem ambos na Armênia e limitam aquela região que, por ficar entre dois rios, foi antes chamada
Mesopotâmia.
Depois Deus fez passar todos os animais perante Adão, a fim de que ele pusesse a cada um
o nome conveniente. Em seguida querendo dar-lhe uma companheira, fez com que ele
adormecesse e, enquanto dormia, tirou-lhe uma costela, da qual formou a primeira mulher, que se
chamou Eva, nome que significa mãe dos viventes.
Criação dos Anjos
Deus tinha também criado uma multidão de Anjos, isto é, de Espíritos sem corpo,
enriquecidos de excelentes dons, e os tinha constituído príncipes junto do seu trono.
A maior parte deles conservaram a santidade que tinham recebido de Deus na sua criação.
Mas uma parte, assaz considerável, prevaricou, cometendo um gravíssimo pecado de soberba, por
pretenderem tornar-se iguais a Deus. O chefe dos rebeldes foi Lúcifer, o Anjo mais belo do Paraíso.
São Miguel, seguido de outros Anjos que permaneceram fiéis a Deus, opôs-se aos
revoltados, dizendo: Quem é como Deus? A estas palavras, Lúcifer e todos os seus sequazes,
foram pela Divina Potência, num instante, expulsos do Paraíso e condenados às penas eternas do
Inferno.
Os Anjos fiéis a Deus chamam-se Anjos
bons ou simplesmente Anjos; entre estes, escolheu
Deus os nossos Anjos da Guarda. Aqueles que,
pela sua soberba, foram expulsos do céu chamam-
se anjos maus, diabos ou demônios. Levados estes
pela inveja, tentam o homem com toda espécie de
arte e de enganos, para fazê-lo cair em pecado e tê-
lo depois como companheiro na sua condenação
eterna. Um desses demônios, sob a forma de
serpente, foi tentar os nossos primeiros pais e lhes
fez cometer uma gravíssima desobediência.
Figura 20. Os Arcanjos Miguel, Rafael e
Gabriel.

42
43
Sobre a capa
DA DEVOÇÃO AO MENINO JESUS

Historicamente, esta devoção propriamente dita foi precedida pela adoração: os primeiros
adoradores de Jesus menino são Maria, José, os pastores, Simeão e Ana, os magos... Santa Catarina
de Alexandria e São Jerônimo foram favorecidos por suas aparições. Conhece-se também a
familiaridade de Santo Antônio de Pádua com relação ao Divino Infante.
Santo Ambrósio insistia sobre o vínculo pessoal do resgatado com o menino do presépio:
"Sou eu que me aproveito dessas lágrimas de menino chorando". Santo Agostinho retoma o tema
do presépio, figura da Eucaristia, convidando os cristãos a meditar sobre o canto dos anjos em
Belém.
São Bernardo, que teria tido em sua juventude uma visão da Natividade, aproveitar-se-á de
toda ocasião para celebrar, nas suas homilias, o Menino Jesus: ele trata com pormenores dos
seus traços e lições: doçura, bondade, paciência, humildade, pobreza etc.
Na Itália, Francisco de Assis foi uma das testemunhas mais ilustres desta devoção. São
Boaventura, estendendo-se sobre os mistérios da Infância dá a respeito dela "uma interpretação
alegórica que permite calcar sobre a infância de Cristo as atitudes de uma ascensão espiritual".
Desde os começos da ordem franciscana, diversos místicos receberam seus favores: o Menino
Jesus deixou-se tomar, levar, abraçar...
Santo Inácio, nos seus Exercícios espirituais, dará grande realce a este tema de
meditação.
Assim, convém favorecer novamente esta devoção em nossas famílias, lembrando-nos
da promessa do Menino Jesus: "Quanto mais me honrardes, tanto mais vos favorecerei".
Menino Jesus, rogai por nós!

(Revista SIM SIM NÃO NÃO n° 2 ― fevereiro de 1993)

44
Introdução

Este material didático tem o objetivo de continuar o processo de alfabetização do aluno.


Partimos do pressuposto de que o aluno já tenha iniciado o processo de alfabetização, sendo
capaz de ler palavras com sílabas simples (conforme previsto no conteúdo de Alfabetização II).
Que o aprendizado e desenvolvimento das habilidades linguísticas, que tem por
fundamento o ensino católico, sejam base para efetiva aquisição de virtudes, para a busca do bem,
do belo e da verdade, frutificando em uma vida autenticamente cristã, de busca de santidade.
Através da escuta, da leitura e da escrita, o aluno irá desenvolver a busca pelas virtudes,
tais como: humildade, paciência, temperança, caridade e fé; terá conhecimento do Evangelho e da
vida dos Santos; irá compreender a importância do silêncio no processo de aprendizado; chegará
à reflexão e à meditação sobre o que aprende, sendo capaz de ensinar de maneira que outros
consigam compreender o seu raciocínio; desenvolverá o senso de respeito aos pais, aos
professores, aos amigos e à sociedade em geral.
Simultaneamente, o aluno deverá alcançar outros objetivos específicos como compreender
que a linguagem é a expressão do pensamento; será capaz de ler e escrever de frases a pequenos
textos; terá gosto pela leitura e pelo estudo; poderá compreender os princípios e conceitos
matemáticos e saber resolver problemas; conseguirá entender que existe um universo criado por
Deus, e reconhecer a importância, a beleza e a ordenação da Criação, bem como o papel e a
grandeza da pessoa humana diante da mesma, compreendendo a relevância dos cuidados com seu
corpo e a convivência saudável e fraterna com os outros na busca da castidade, da temperança, da
prudência e da paciência, tudo por meio do estudo indicado pelo Conteúdo Programático.

Princípios

Humildade: virtude necessária para aprender

Primeiramente, antes que o aluno realize os estudos, é preciso que compreenda a


importância da humildade e desperte para a busca da prática dessa virtude, sem a qual não será
possível alcançar o conhecimento, a sabedoria.
Segundo Hugo de São Vítor, a humildade é o princípio do aprendizado. Ele nos diz que o
estudante não pode ter como vil nenhuma ciência e nenhuma escrita; que não deve se envergonhar
de aprender com ninguém e que, quando tiver alcançado a ciência, não despreze aos demais. O
bom estudante deve ser humilde e manso, inteiramente alheio aos cuidados do mundo e às
tentações dos prazeres.
Consciente de que será preciso buscar a humildade para começar a trilhar o caminho da
sabedoria, o aluno terá Nosso Senhor Jesus Cristo como modelo perfeito na prática da humildade.

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Elementos necessários ao estudante
Há três elementos que são necessários ao estudante: a natureza, os exercícios e a disciplina.
A respeito da natureza, Hugo de São Vítor refere-se às qualidades naturais do estudante, a
facilidade em ouvir o que é pertinente ao estudo e reter com firmeza na memória o que é percebido.
Sobre os exercícios, refere-se à educação dos sentidos naturais, com o trabalho contínuo e a
constância na repetição das tarefas. A disciplina se dá quando os bons costumes se unem ao
conhecimento.

O Engenho e a Memória
Os que se dedicam ao estudo devem desenvolver ao mesmo tempo o engenho e a memória,
uma vez que são unidos entre si. O engenho procura a sabedoria e a memória a ampara. O engenho
é uma força natural existente na alma. Importante em si mesmo, provém da natureza, é auxiliado
pelo uso. Segundo Hugo de São Vítor, a memória “é a firmíssima percepção das coisas, das
palavras, das sentenças e dos significados por parte da alma ou da mente”.
Compreendendo que o engenho e a memória são necessários para o estudo, a memória é
principalmente ajudada e fortificada pelos exercícios de reter e de meditar frequentemente. Para o
engenho existem duas coisas que o exercitam: a leitura e a meditação. Disso é que provém a
importância da leitura, feita essa tanto pelo professor quanto pelo aluno. A leitura, por meio de
regras e preceitos, instrui pelas coisas que estão escritas, é também uma investigação do sentido
por uma alma disciplinada. A meditação que investiga a causa e a origem, o modo e a utilidade de
cada coisa, toma o seu princípio na leitura. Sendo assim, o princípio da doutrina, do ensino, está
na leitura e sua consumação, na meditação.

A importância do silêncio no aprendizado


Além da leitura, há outro fator que é fundamental para que o aluno possa refletir e assimilar
o que está aprendendo: o silêncio. O aluno deve assumir uma postura de ouvinte silencioso e, deve
assimilar de maneira dinâmica o que é dito. Isso impõe ao público de uma preleção a obrigação de
estar perseverantemente atento. O que se perde durante um momento de distração ou ao se desligar
do falante, para voltar a mente a outras coisas, está perdido de forma irreparável. À prática do
silêncio agrega-se um valor ético que corresponde à busca da perfeição e da sabedoria.
Guiados pelo Santo Evangelho, tendo Jesus Cristo como modelo perfeito a ser seguido e
com a intercessão de Maria Santíssima, todos – pais, filhos, responsáveis, mestres e alunos - são
chamados não a comunicarem a si mesmos, mas à tríade existencial formada pela verdade, a
bondade e a beleza.

~†~

46
Desenvolvimento do material didático

Visando o desenvolvimento gradativo do processo de Alfabetização, este material didático


tem seu conteúdo divididos em três etapas:

Alfabetização I – As letras do alfabeto, seus nomes e formas; atividades de fonética;


escrita com letra de forma maiúscula.

Alfabetização II - Sequência do alfabeto; vogais e consoantes; exercícios do método


fônico (leitura e escrita de pequenas palavras); escrita com letra de forma maiúscula e minúscula;
cópias e ditados.

Alfabetização III (Etapa I - 1º Ano) – Continuidade do processo de desenvolvimento da


leitura e da escrita através do método fônico de alfabetização. A criança já deverá conhecer não
apenas os nomes das letras, mas os respectivos fonemas que as representam, bem como saber
ler e escrever palavras com sílabas simples, como CASA, DAVI, etc.
A partir da Alfabetização III, a criança conhecerá as sílabas mais complexas. Isto significa
que deverá ser capaz de ler e escrever a partir da introdução dos seguintes elementos:

Vogais: possuem correspondência de seu nome com seu som. Ela se caracteriza pelo fato
de o som ser emitido sem obstáculos. São fonemas sonoros, que se produzem pela saída de ar pela
boca. Não há sílaba sem as vogais.
Na língua portuguesa existem cinco letras vogais: a, e, i, o, u. No entanto, as vogais podem
ser pronunciadas de forma oral e de forma nasal:
Os fonemas vogais orais que são emitidos pela passagem de ar todo pela boca são: /a/ /ê/
/é/ /i/ /ô/ /ó/ /u/.
Os fonemas vogais nasais, por sua vez, são emitidos pela boca e pelas fossas nasais e são:
/am/ /em/ /im/ /om/ /um/.

Consoantes: são fonemas resultantes de um fechamento momentâneo ou um estreitamento


do canal bucal, gerando um obstáculo à saída de ar. Eles não podem formar as sílabas sozinhos,
ou seja, precisam estar ligados a uma vogal.

Dígrafos consonantais: duas consoantes formam um só som, como: gu, qu (seguidos de


E e I), ch, lh, nh, ss, x, rr, etc.

Encontros consonantais: encontro de duas ou mais consoantes, sem uma vogal no meio,
como em: pr, br, dr, cr, fr, gr, tr, vr, cl, pl, bl, gl, fl, gl tl, vl.

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Palavras que começam com a letra H.

Dígrafos vocálicos: duas letras, sendo uma delas uma vogal e a outra M ou N,
representando um só som, como nos casos - am, em, im, om, um.

Sílabas: combinações de fonemas que formam as unidades do som de nossa fala ao


pronunciar uma palavra. São as quantidades de movimentos de nossa boca para articular uma
palavra.

Palavras com ar, er, ir, or, ur: em uma das suas sílabas a junção de uma vogal com a
consoante R.

Palavras com: as, es is, os, us.

Palavras com: al, el, il, ol, ul.

Palavras com: S entre vogais, representando o fonema /z/.

Palavras com: Ç e C representando o fonema /s/.

Palavras com final: as – az.

Além disso, a criança deverá ser capaz de escrever e ler frases e pequenos textos de forma
gradativa. Utilizaremos, inicialmente, a escrita com a letra de forma maiúscula e minúscula, como
uma forma de revisão, e em seguida, introduziremos o ensino da letra cursiva maiúscula e
minúscula.
Sugerimos que sejam praticados diariamente os exercícios de escrita no caderno, conforme
sugeridos em cada semana. Oriente a criança para a importância da prática e da retomada das
atividades de escrita, sempre lhe exigindo um pouco mais, semana a semana, cobrando-lhe o
capricho, a ordem correta, o espaçamento adequado, observando as linhas demarcadas, etc. Tudo
isso precisa ser ensinado! Sugerimos que aproveite os textos escritos contidos nesta apostila: as
frases dos Santos, os poemas, listas de palavras, para que o estudante treine a escrita. Todas as
atividades escritas deverão ser desenvolvidas num caderno brochura (explicação na SEMANA 1).
Sugerimos que o caderno seja decorado com uma imagem sacra, ou de algum Santo, e contenha o
nome completo da criança escrito no início.
Este material didático também propõe a leitura de diferentes histórias durante a semana.
Releiam em diversos momentos essas histórias e aproveitem para refletir e conversar. Além do
papel importante da leitura como desenvolvimento da linguagem, será através dela que a criança
entenderá como traduzir em suas atitudes aquilo que para ela ainda é muito abstrato, como as
virtudes da bondade, gentileza, gratidão, etc. Para isso, após cada leitura, faça perguntas sobre
acontecimentos da história, os personagens, os diálogos, etc.
Mas não pare por aí. A prática da leitura em voz alta deve ser diária na vida dos
pequenos. Leia todos os dias para a criança, se possível em diferentes momentos, utilizando
os livros de Santos, histórias da Bíblia, contos piedosos, etc. Durante a leitura, procure manter uma
boa entonação e fluência. Comece com histórias menores, para a criança adquirir o hábito, e depois

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vá acrescentando contos maiores e mais rebuscados. Aos poucos, ganhando segurança na leitura,
a própria criança deverá exercitar todos os dias a leitura.
Também propomos uma série de frases de Santos e pequenos poemas que deverão ser
memorizados pelas crianças, de forma crescente, de acordo com o desenvolvimento da
memorização. Pratique um pouco por dia, lendo várias vezes o texto na mesma semana e pedindo
que a criança repita com você, palavra por palavra, acrescentando mais uma à anterior. A prática
da memória será um auxílio na aprendizagem e na oralidade, através da declamação desses textos
aos familiares.

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Sugestão de cronograma – etapa 1
Para que este estudo dê bons frutos, segue a descrição de sugestões para a sua aplicação.
Os responsáveis adaptarão as aulas à sua rotina.

Assuntos distribuídos na semana:

Estudo Sagrado: três vezes por semana, dividindo suas três seções (Doutrina Sagrada,
Amizade com Deus e A vida de Jesus), ou, se o responsável preferir, em um único dia as três
partes.
Língua Portuguesa: todos os dias.

Uso do caderno:
Início da página.
Escrita dentro da linha.
Tamanho da letra.
Espaços entre as palavras.
Noções de parágrafo.

Leitura: ouvir, interpretar (perguntas) e contar.


Ortografia e fonética das sílabas complexas: compreender o som, ler e escrever.
Ditado: palavras – pequenas frases – frases mais elaboradas – pequenos parágrafos – texto.
Escrita: correção do ditado, cópia e produção própria.
Caligrafia: alfabeto e cópias propostas, um pouco por dia.
Memorização: poemas; Salmos e Hinos da Liturgia das Horas.
Dicionário: sempre que possível e necessário. Caso o aluno se depare com uma palavra
desconhecida, deve procurar o significado com auxílio e registrar no caderno.

Matemática: três vezes na semana.

Ciências Naturais, História, Geografia e Arte: Uma vez por semana, cada disciplina. É
importante destacar que estas disciplinas estarão no final da apostila. O responsável deverá
optar por usá-las durante a semana somente se a criança tiver concluído os exercícios de
Língua Portuguesa, uma vez que a prioridade nesta fase é o desenvolvimento da leitura e da
escrita, e não queremos sobrecarregá-la. Utilize estas disciplinas como complementares,
conforme a criança for atingindo os objetivos de cada semana.

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Exemplo de grade horária – etapa 1

DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5


Língua Língua Língua Língua Língua
Portuguesa Portuguesa Portuguesa Portuguesa Portuguesa

Estudo Matemática Matemática Matemática Arte


Sagrado

Ciências História Geografia

Observação 1: o Estudo Sagrado pode ser dividido, se o responsável preferir, em três vezes por
semana, separando suas três seções (Doutrina Sagrada, Amizade com Deus e A vida de Jesus).
Observação 2: o responsável deverá optar por fazer as disciplinas de Ciência, História e Geografia
como complementares, somente se a criança tiver concluído os exercícios de Língua Portuguesa.

Organização do material de estudo

A organização, capricho e zelo do material da criança são fundamentais para que ela cultive
bons hábitos e saiba valorizar seus estudos como um precioso caminho para glorificar a Deus!
Sugerimos que todas as atividades escritas propostas sejam realizadas num caderno brochura.
Para as atividades de escrita/caligrafia da letra de forma minúscula, e depois da letra cursiva
maiúscula e minúscula (a partir do Volume 5), pode-se optar por um caderno brochura de
caligrafia – capa dura, com pauta colorida ou não, pois este tipo de linha ajuda a delimitar o
espaço necessário para a escrita. No decorrer do desenvolvimento do estudo e percebendo que a
criança adquiriu firmeza na caligrafia, pode-se optar por utilizar o caderno brochura comum, sendo
que a criança deverá observar a altura da linha toda para a letra maiúscula, e de cerca de metade
da linha para a letra minúscula.

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Como utilizar o caderno com pauta colorida

É importante que a criança sempre obedeça às linhas da seguinte forma:

A linha central (demonstrada em azul) servirá para escrever as letras de forma minúsculas.
A criança deverá sempre ocupar toda a altura da linha.

Exemplo - Escrita das letras minúsculas:

A linha superior, localizada acima da linha central em azul, servirá para fazer as letras
maiúsculas e as letras minúsculas que são de maior altura (como o l, t, h, etc.) Estas letras devem
começar na linha azul e algumas delas devem encostar na linha superior.

Exemplo - Escrita em letras de forma maiúsculas:

Exemplo - Letras de forma minúsculas que ocupam linha superior:

A linha inferior, abaixo da linha central em azul, servirá apenas para puxar partes de
algumas letras minúsculas, como no caso do g e do p. A criança deverá sempre começar
escrevendo pela linha central e depois puxar a parte debaixo da letra, ocupando parte do espaço
inferior.

Exemplo - Letras de forma minúsculas que ocupam a linha inferior:

A cada atividade que a criança realizar no caderno é importante que se inicie sempre
escrevendo um cabeçalho, contendo CIDADE, DIA, MÊS E ANO e a descrição da atividade,
para o adequado registro daquilo que a criança está realizando.

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Exemplo:

SÃO CARLOS, 08 DE DEZEMBRO DE 2020.

DITADO DE PALAVRAS COM CH.

Para as demais atividades de artes, sugerimos que sejam feitas em folhas de papel sulfite
e depois arquivadas em uma pasta catálogo (que possui plásticos no seu interior para organizar as
folhas). Procure decorar a pasta e o caderno com uma imagem sacra e o nome completo da criança.

Exemplo de pasta catálogo:

Todas as atividades desenvolvidas em folhas de papel sulfite, devem ser registradas com
um cabeçalho e, de preferência, demarcadas com uma margem lateral. Peça sempre que a criança
escreva seu nome (peça que escreva sempre o nome completo).

Exemplo - Atividades na folha de papel sulfite:

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CADERNO MEIA PAUTA

Semanalmente a criança encontrará a proposta de leitura de uma história para fazer um


registro escrito (a explicação virá ao longo do conteúdo). Uma sugestão para a organização das
atividades com as histórias é a utilização de um caderno capa dura - meia pauta, no qual metade
da folha possui um espaço em branco para que ela possa sempre ilustrar a história, e na outra
metade há um espaço com linhas para a escrita, no qual fará os registros propostos semanalmente.
Caso prefira, este registro também pode ser feito em folha de papel sulfite, como a do exemplo
acima, e arquivado na pasta catálogo.

DICA PARA A ESCRITA


A criança deverá aprender a segurar o lápis (e não a caneta!) de forma firme e bem
posicionada, para que consiga escrever e desenhar corretamente. A forma mais usual de segurar o
lápis é utilizando os dedos: médio, indicador, junto com o polegar, formando uma espécie de
triângulo, que dá apoio ao lápis. Observe a maneira como a criança posiciona as mãos e oriente-a
a não segurar nem muito para cima, nem muito próximo à ponta. Observe, também, se ela mantém
uma boa postura, encostada na cadeira, com os pés apoiados no chão, pois isto é importante para
formar bons hábitos.

Bons estudos!

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Semana 1
Dia I
Oração inicial

Registre no Caderno
Até a Alfabetização II a criança aprendeu a escrita do alfabeto, conhecendo as letras
de forma MAIÚSCULA E MINÚSCULA e memorizou a sua sequência. É importante revisar a
escrita; treinar as letras, fazendo-as de forma caprichada e sempre buscando fazer da melhor
forma! Neste primeiro volume da Alfabetização 3, vamos retomar as letras na forma
MAIÚSCULA.

Atividade 1
1- Peça que a criança faça o CABEÇALHO: CIDADE, DIA de MÊS de ANO. Em seguida
escreva sozinha a sequência alfabética no caderno.
Alfabeto: MAIÚSCULO

2- Retome com a criança a identificação das VOGAIS E CONSOANTES. Peça que ela conte
quantas letras possui o alfabeto. COM O LÁPIS VERDE, CIRCULE AS VOGAIS. COM O
AZUL, AS CONSOANTES.

Peça que ela escreva no caderno:


O NOSSO ALFABETO É FORMADO POR 26 LETRAS: CINCO VOGAIS E VINTE E UMA
CONSOANTES:
• VOGAIS: A, E, I, O, U.
• CONSOANTES: B, C, D, F, G, H, J, K, L, M, N, P, Q, R, S, T, V, W, X, Y, Z.
3- Deverá escrever seu nome completo. COM O LÁPIS VERDE, CIRCULE AS VOGAIS. COM
O AZUL, AS CONSOANTES. Em seguida, registre no caderno:
• NÚMERO DE LETRAS:
• NÚMERO DE VOGAIS:
• NÚMERO DE CONSOANTES:
Para saber...
VOGAL: do latim vocalis, dotado de voz, que emite um som, sonoro.
CONSOANTE: consonans, de consonare, “soar alto, soar junto”, de COM, “junto”, mais
SONARE, “soar”.

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Leitura: São Mateus 11, 25-30

Após a leitura, conversar com o estudante sobre a virtude da humildade, apontando os


seguintes aspectos:

- Jesus nos diz que devemos ser humildes; Ele revela Suas Palavras aos pequenos, aos
humildes.

- Devemos ter o coração manso e humilde, como o de Jesus.

- A humildade é uma virtude muito importante.

- Ser humilde é saber que tudo vem de Deus. Tudo o que somos, o que temos, tudo é dado por
Ele. Tudo o que conseguimos fazer é devido à graça que Deus nos dá.

- O humilde sabe que, sem Deus, nada seria.

- Quando somos humildes, reconhecemos que erramos e pedimos perdão.

- O humilde sabe que não é melhor do que ninguém, pelo contrário, sabe reconhecer aquilo
que o outro faz bem.

- É preciso ter humildade para aprender.

- Para ser um bom estudante, é preciso buscar a virtude da humildade: saber ouvir, ouvir quem
ensina, saber esperar.

- Assim como os Santos foram humildes, devemos ser também! Converse sobre algumas
atitudes concretas que a criança deve assumir:

Saber escutar e esperar sua vez para falar.

Manter a disciplina nas atividades de leitura e escrita, fazendo silêncio quando lhe é
solicitado, pedindo licença quando deseja se levantar ou solicitar algo.

Cultivar uma postura de humildade para aprender, escutando seu mestre, fazendo o que lhe
é pedido até terminar, com capricho, mesmo quando não está com vontade, entendendo
que o estudo lhe exige esforços.

Respeitar seus pais e pessoas mais velhas, chamando-lhes de senhor/senhora, pedindo


licença para falar e escutando o que lhe dizem, com prontidão.

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Orientações para os Registros no Caderno:

Em um lugar visível (uma lousa, por exemplo), escrever o conteúdo do estudo para que o
estudante o copie em seu caderno. Escreva utilizando letra de FORMA MAIÚSCULA.

A saber: a escrita passa por um processo. Inicialmente, a criança aprende a escrever com
a letra de forma maiúscula - ABC -, em seguida, com a minúscula – abc -; depois aprende

a letra cursiva maiúscula - - e a minúscula –


Uma forma de letra conduz à outra; não pule etapas na caligrafia, pois cada letra exige e
desenvolve coordenações motoras diferentes.

O estudante deve saber o que está copiando; por isso, faça a leitura com ele, mostrando as
palavras.
É importante explicar o uso do caderno e, neste primeiro momento, ter atenção aos seguintes
aspectos:
- o estudante precisará de ajuda para aprender a ter disciplina e a se organizar;
- começar a escrita na primeira linha, inicialmente sem parágrafo (após aprender o que é o
parágrafo: deve dar ‘um espaço’ para começar a escrever);
- capricho na letra: deve se esforçar para fazer o melhor possível;
- pular linha: quando houver na apostila um espaço maior, em branco, significa que o aluno
deve pular uma linha.
Sobre a escrita e cópia no caderno:
A cópia é extremamente importante! É um treino, por isso, é preciso perseverança.
Inicialmente, a criança pode se queixar e dizer que a mão está doendo e que não consegue
copiar tudo. Diga a ela que é preciso e que exige esforço. Exemplifique com a vida dos santos;
eles faziam tudo por amor a Deus; passavam por sofrimentos e os ofereciam para a salvação
das almas. Os Santos faziam sacrifícios, e, da mesma forma, Nosso Senhor Jesus Cristo também
o fez! Deus, que se fez homem, deu Sua vida em uma cruz por amor a nós! Em toda a história,
não houve maior sofrimento que o de Jesus. Converse com a criança sobre isso, faça ela
perceber que podemos fazer tudo por amor a Deus e oferecer nossas dores e sofrimentos a Ele,
inclusive a dor que está sentido em copiar. Aproveite para ensinar a criança a viver as virtudes.
Com o tempo, a criança irá acostumar-se a copiar e não se queixará mais.
Incentive a criança a copiar o que é proposto; ao longo do tempo ela mesma perceberá seu
desenvolvimento: aprimorará sua coordenação motora, passará a copiar mais rápido;
ganhará firmeza na escrita e, consequentemente, a letra ficará mais bela; também melhorará
a leitura.
O que pode ser feito: caso a criança não tenha o costume de escrever, é possível estabelecer
metas. Por exemplo, se o estudo propõe a cópia de dez frases, a criança pode copiar cinco
frases. Ao longo do tempo, aumente essa meta até que a criança desenvolva a escrita e consiga
copiar o que for proposto.

57
Registre no Caderno

Atividade 2

1-Após a leitura de São Mateus 11, 25-30, leia as frases abaixo para a criança. Explique-lhe que
uma frase é uma sequência de palavras que possuem um sentido completo, ou seja, como uma
pequena história, que nos diz algo.
VIRTUDE: HUMILDADE

DEVEMOS TER O CORAÇÃO MANSO E HUMILDE, COMO O DE JESUS.

A HUMILDADE É UMA VIRTUDE MUITO IMPORTANTE.

O HUMILDE SABE QUE SEM DEUS, NADA SERIA.

É PRECISO TER HUMILDADE PARA APRENDER.

2- Peça que a criança repita cada frase e conte oralmente quantas palavras possui cada frase.
3- Deverá escolher uma das frases para escrever no caderno (escreva na lousa para que ela a
copie). Aponte-lhe na lousa os espaços entre uma palavra e outra e peça que ela pinte os espaços
com lápis amarelo. Depois, circule cada palavra com lápis azul.
4- Peça que ela escreva, embaixo de cada letra da frase, uma letra C para as consoantes e uma
letra V para as vogais.
Exemplo:

HUMILDADE
CVCVCCVCV

Recomendações aos pais/responsáveis/mestres

No processo de alfabetização, é importante que o aluno sempre relembre o que foi ensinado.
Assim, ao ensinar algo, lembre-o no dia seguinte, e retome sempre que necessário. Isto pode ser
feito através de perguntas, como por exemplo:
- “Todo nome deve ser iniciado com a letra ...?” o aluno responde: - “maiúscula”.
- “Cuidado com o som das letras P e B, é parecido. Bondade começa com ...”.
- “A palavra ... começa com que letra? E termina com ...?”
- “Com que letra termina a palavra Jesus?
Essas perguntas ajudam o estudante a guardar os conceitos aprendidos.

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Dia II
Oração inicial

Leitura: São Mateus 18, 1-5.

Registre no Caderno

Atividade 1

Nesta semana, vamos desenvolver a leitura e escrita das palavras que utilizam as vogais
nasais. Elas são pronunciadas com um som mais anasalado do que as vogais orais. São eles: /am/
/em/ /im/ /om/ /um/.
Elas são representadas por dígrafos vocálicos (a criança não precisará saber desta
definição no momento): duas letras, sendo uma delas uma vogal e a outra um M ou N,
representando um só som, como em MANTO, BENTO, etc. ou, no caso de A e de O em sílaba
final, pela sobreposição de um til (maçã, romã).

1-Peça que a criança repita as palavras abaixo e lhe diga o fonema inicial (lembrando que os sons
dos fonemas sempre serão representados entre barras //):

ANTÃO - /am/
ENTRADA - /em/
IMPÉRIO - /im/
OMBRO - /om/
UMBERTO - /um/

Diga-lhe: perceba que são sons diferentes. Peça-lhe que repita com você e depois pense e
lhe diga outras palavras:
/a/ - /am/
/e/ - /em/
/i/ - /im/
/o/ - /om/
/u/ - /um/
Hoje começaremos a escrita de palavras com o som /am/. Elas poderão aparecer
representadas por dígrafos, como nas palavras Antônio, ou representados pelo A sobreposto de
um (til), como em leão.

2-O fonema /am/ representado por AN. Escreva na lousa a palavra:


ANTÔNIO

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Diga-lhe que o som /am/ é simbolizado por duas letras de uma só vez: AN
Peça que a criança repita: as letras AN formam o som /am/. Peça que ela pense e lhe diga outras
palavras que comecem com este som.
3-Peça que ela escreva no caderno:
CABEÇALHO
PALAVRAS COM AN:
ANJO
ANTA
ANTES

4-Ditado: Agora, explique que você dirá as palavras para que ela as escreva sozinha.
DITADO:
ANDO
ANDAR
ÂNCORA
ÂNGULO
ANTONIO
(Neste ditado, não esperamos que a criança saiba fazer o acento ^ (circunflexo). Queremos que ela
escreva corretamente as letras AN no som /am/).

Orientações aos pais/responsáveis/mestres sobre os Ditados: dizer ao estudante as palavras, uma


de cada vez. Caso haja necessidade, repetir uma ou duas vezes a palavra.
Em seguida, corrigir o ditado da seguinte forma:

- O estudante não deve apagar a palavra que escreveu.


- Auxiliado pelo responsável, ele corrige escrevendo corretamente a palavra na frente,
separando as palavras com um traço (-).
- Exemplo:
CAOICO – CATÓLICO
(Suposição da (Correção)
escrita do aluno)

Importante: Com a correção, o estudante deve compreender o que errou (se errou) e por isso,
deve ser dito a ele seu erro. No caso do exemplo, dizer ao aluno:

(Exemplos de perguntas)

- Como fica o som do ‘T’ e ‘O’ juntos? ____ Então, para escrever ‘TO’ é preciso ‘T’ e ‘O’,
você colocou só ‘O’; está certo? Que letra ficou faltando?

- “Para escrever ‘LI’ é preciso ‘L’ e o ‘I’. Olhe o que você escreveu. O que está faltando?

Ao término da correção, o aluno deve tentar ler as palavras corrigidas.

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5-Diga-lhe que o som /am/ também pode aparecer no meio das palavras. Escreva a palavra a seguir
numa lousa e peça que ele aponte onde aparece o som /am/: BANCO

Observação: no alfabeto fonético da Língua Portuguesa encontramos as vogais nasais


representadas pela vogal +acento til (ex: /ã/). Utilizamos a representação destes fonemas na
forma /am/ /em/ /im/ /om/ /um/ para facilitar a compreensão e leitura.

Em seguida, diga oralmente as palavras abaixo, para que ele identifique o som /am/ no
meio:
MANTO – SANTO – CANTO – JANTO – MANGA – BANQUETE

6- DITADO: Agora, dite as palavras acima, para que ele escreva sozinho no caderno. Depois,
peça-lhe que as leia e faça a correção.

Registre no Caderno

Atividade 2
1-LEITURA: Escreva as frases abaixo na lousa para a criança. Não lhe diga o que está escrito.
Peça que ela tente ler cada uma. Depois que ela fizer a leitura da frase, peça-lhe que a copie no
caderno e prossiga para a leitura da próxima, fazendo o mesmo procedimento (leitura – cópia).
1. ANTES MORRER DO QUE PECAR.
2. SANTO É O SENHOR DO UNIVERSO.
3. AZUL É O MANTO DE MARIA.

2- Deve grifar onde aparece o som /am/.


Aos pais/responsáveis/mestres – orientações para a leitura inicial: Para a criança que está
começando a ler as palavras com sílabas simples, primeiramente, ela deverá ler cada palavra
da frase, decodificando cada fonema. Exemplo com a frase: DEUS É AMOR.

Ler a primeira palavra:

DEUS
A criança decodificará os fonemas: /d/ /e/ /u/ /s/.

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Em seguida, ajude-a a cadenciar a leitura da palavra toda, apontando-lhe com o dedo, ou
fazendo grifos onde ela deverá juntar os sons (sílabas). Aos poucos, este processo será
automático.

Conseguindo ler as sílabas, ajude-a a cadenciar a leitura da palavra toda de forma fluente:

Faça o mesmo com todas as palavras da frase e por fim ela deverá ler a frase toda.

~†~

62
Dia III
Oração inicial

Leitura: São Mateus 19, 13-15.

Atividade 1
1-Leia as frases abaixo, e peça que a criança identifique oralmente e lhe diga, palavras que
possuem os sons /am/ /em/ /im/ /om/ /um/.
VIRTUDE: HUMILDADE
“AQUELE QUE SE FIZER HUMILDE COMO UMA CRIANÇA SERÁ O MAIOR NO REINO
DOS CÉUS.” (SÃO MATEUS 18, 4)
“FINALMENTE, TENDE TODOS UM SÓ CORAÇÃO E UMA SÓ ALMA, SENTIMENTOS
DE AMOR FRATERNO, DE MISERICÓRDIA, DE HUMILDADE.” (I SÃO PEDRO 3, 8)
“O PRÊMIO DA HUMILDADE É O TEMOR DO SENHOR, A RIQUEZA, A HONRA E A
VIDA.” (PROVÉRBIOS 22, 4)
“NADA FAÇAIS POR ESPÍRITO DE PARTIDO OU VANGLÓRIA, MAS QUE A
HUMILDADE VOS ENSINE A CONSIDERAR OS OUTROS SUPERIORES A VÓS
MESMOS.” (FILIPENSES 2, 3)
“PORTANTO, COMO ELEITOS DE DEUS, SANTOS E QUERIDOS, REVESTI-VOS DE
MISERICÓRDIA, DE BONDADE, HUMILDADE, DOÇURA, PACIÊNCIA.”
(COLOSSENSES 3, 12).

2- Relembre a criança que o fonema /am/ pode ser escrito pelas letras AN. Explique-lhe que ele
também poderá ser representado pelas letras AM, toda vez que vier seguido das letras P e B.
Mostre-lhe os exemplos abaixo na lousa:
CAMPO
TAMBOR

3-Peça que ela faça o CABEÇALHO e copie:


AM ANTES DE P E B:
CAMPO
TAMPA
AMPOLA
AMBOS
Em seguida, circule de vermelho onde aparece o som /am/ e grife de azul as letras P e B depois de
AM.

63
4-Agora apague as palavras da lousa e dite-as novamente, para que a criança as escreva sozinha.
Depois, peça-lhes que leia e corrija-as.

5- Copie as palavras abaixo e peça que ela circule a maneira correta de escrever (deverá observar
se M está antes de P e B):
ANJO – AMJO
AMBOS – ANBOS
SANTO – SAMTO
CANTO – CAMTO
AMBIENTE – ANBIENTE

6 – AM no final de palavras: Explique-lhe que o som /am/, representado pelas letras AM,
também pode estar em finais de palavras. Escreva as palavras abaixo e as leia para a criança. Peça
que pense e lhe diga outras palavras.
FALAM
CANTAM
REZAM

7-Dite as palavras abaixo para que ela escreva o som /am/ ao final. Depois, peça que as leia e
corrija-as.
FALAM
REZAM
VOAM
AMAM

Registre no Caderno

Atividade 2
Leitura: Escreva as frases abaixo na lousa. Não diga o que está escrito. Peça à criança que tente
ler cada uma. Depois que ela fizer a leitura da frase, peça-lhe que escolha uma ou duas e copie no
caderno, fazendo o mesmo procedimento (leitura – cópia). Em seguida, peça-lhe que circule onde
aparece o som /am/ nas frases:

1. OS ANJOS DO CÉU CANTAM ALELUIA.


2. OS SANTOS REZAM TODOS OS DIAS.
3. OS PUROS AMAM A DEUS.
4. MARIA É O MEU AMPARO.

64
Dia IV
Oração inicial

Leitura
“Luz para ver as coisas do Céu”

N
OS primórdios da Era Cristã, vivia nas terras do Oriente uma tribo numerosa, que
cultivava férteis campos e pastoreava abundantes rebanhos. Apesar de pouco instruídos,
seus membros distinguiam-se por um temperamento manso e grandioso, fruto talvez da
natureza que os cercava: altos e elegantes montes circundavam as amplas planícies em que
habitavam, convidando as pessoas a elevarem as vistas para o infinito.
Ali morava uma família de tecelões cujo chefe, Odara, era muito considerado e amado por
todos da região, pela integridade de sua vida. Carregava ele na alma, contudo, uma dolorosa
tristeza: sua única filha, Aditya, nascera cega.
Odara e sua esposa, Mahara, eram muito observantes dos ritos praticados na tribo. Todos
os anos ofertavam no templo certos sacrifícios pedindo a cura da menina, mas nunca receberam o
menor indício de resposta.
Aditya completaria em breve doze anos, idade em que se costumava consagrar as crianças
aos deuses pagãos (demônios), para que crescessem com saúde e se tornassem pessoas de bem.
Seu pai alimentava a esperança de que ela saísse curada daquela cerimônia e redobrou a produção
dos seus teares, a fim de reunir o dinheiro necessário para as comemorações.
Certa manhã, veio à sua oficina uma senhora da tribo vizinha, recém convertida ao
Cristianismo. Procurava certo tipo de fazenda de lã que Odara e Mahara produziam com grande
habilidade e esmero, e trazia consigo sua filha Myriam, de apenas onze anos, muito viva e loquaz.
Enquanto a mãe examinava cuidadosamente os produtos que lhe eram oferecidos, Myriam
aproximou-se de Aditya com o intuito de convidá-la para brincar. Todavia, logo teve uma surpresa:
ela era cega! Sentindo muita pena, iniciou uma conversa para consolá-la:
— Sabe, Aditya, eu sou cristã! Minha família se converteu à religião de Jesus depois de
hospedar em nossa casa um hebreu chamado Tomé. Ele nos falou de Cristo, seu Mestre, e de todos
os milagres que fazia. Acreditas que Ele curou inúmeros cegos de nascença?
A ceguinha escutava com muita atenção e interesse as palavras de sua nova amiga. Myriam
lhe falou também sobre os Anjos e sobre a Mãe de Jesus, uma Mulher boníssima chamada Maria.
Encantada com tudo o que ouvia, Aditya disse:
— Creio neste Cristo de quem me falas! Vejo ser Ele o Deus verdadeiro pelo qual tanto
ansiei desde minha primeira infância. Como posso me tornar discípula d’Ele?
Neste momento, elas ouviram:
— Myriam, Myriam!
Era sua mãe que terminara a compra e a chamava.
— Por favor, depressa! Que devo fazer para ser cristã? –insistia ansiosa a pequena cega.

65
— Olha, Aditya, preciso ir embora. Não sem
antes dar-te um conselho: Tomé nos ensinou que cada
um de nós tem um Anjo da Guarda. Invoca-o e ele te
mostrará o caminho – respondeu enfática Myriam,
enquanto partia…
Permanecendo longo tempo em silêncio, Aditya
ficou pensando em como reagiriam seus pais ao tomar
conhecimento da maravilhosa conversa que tivera.
Acreditariam também eles no Cristo de Tomé? Ou a
puniriam por desviar-se da fé de seus antepassados?
Perante a dúvida, decidiu seguir o conselho de sua
amiga: confiar no Anjo da Guarda.
Aproximava-se a cerimônia em que ela seria
consagrada aos falsos deuses e, por isso, estava aflita.
De que serviria entregar-se nas mãos de ídolos que
jamais amou e que não tinham poder para ajudar A ceguinha escutava com muita atenção e
interesse as palavras de sua nova amiga
ninguém? Desejava ela mais a luz de Deus que a luz de
seus próprios olhos!
Imersa estava nessas cogitações quando, na véspera da festa, ouve-se uma forte batida na
porta:
— Toc-toc-toc!
Pelo avançado da hora Odara hesita em abrir, mas os golpes não cessam:
— Toc-toc-toc!
— Se não for ver o que está́ acontecendo, não teremos paz nesta noite! – exclama o tecelão.
Receoso, porém, abriu só uma brecha da porta e viu dois forasteiros. Um deles disse:
— A paz esteja convosco!
Odara percebeu tratar-se de algo incomum e perguntou:
— Amigo, o que desejas?
O desconhecido respondeu:
— Estamos de passagem por este povoado e precisamos de abrigo por alguns dias.
Informaram-nos que aqui morava um homem de bem e resolvemos bater.
Sem saber explicar o motivo, Odara sentiu que deveria acolhê-los e mandou-os entrar. Os
visitantes disseram que tinham sido enviados para pregar a Boa-nova a todos os povos, deixando
a família ávida por conhecê-la… Não obstante, como era tarde, a explicação ficou para o dia
seguinte e foram se recolher.
Intuindo que algo muito importante estava por suceder em sua vida, antes de dormir Aditya
invocou ao Deus de Tomé, pedindo que lhe indicasse o caminho para se tornar cristã. E naquela
mesma noite o Anjo da Guarda da ceguinha depositou suas fervorosas preces aos pés do Criador.

66
Ao raiar da aurora, os preparativos para a grande cerimônia estavam a todo vapor! Vizinhos
e amigos procuravam auxiliar no que fosse necessário e tudo ficou rapidamente pronto para a
realização do rito. Entretanto, nenhum dos sacerdotes da tribo apareceu no templo para consagrar
Aditya…
Vendo o povo todo reunido, os hóspedes de seu pai perceberam ser um sinal de Deus e
começaram a ensinar:
— Meus amigos, nosso Mestre, Jesus, enviou-nos para anunciar a todos os povos a Boa-
nova da Redenção…
Narraram-lhes, então, com grande calor de alma, a História da salvação. Falaram-lhes de
Jesus Cristo, de suas curas e milagres, e de como Ele morreu para nos redimir. Tomados pelo fogo
do Espírito Santo, logo contagiaram com seu entusiasmo os ouvintes, levando-os a pedirem o
Batismo!

A alegria inundou todo o ambiente! A tribo inteira havia voltado seu coração ao
Deus verdadeiro.

Ali mesmo trouxeram água e iam sendo batizados, um a um. Aditya, feliz, esperava sua
vez. Quando finalmente as águas regeneradoras foram derramadas sobre sua cabeça, oh maravilha!
— Mamãe! Papai! Estou enxergando! Estou vendo a todos! – bradava a menina.
Tal portento os confirmou na Fé que acabavam de abraçar e a alegria inundou todo o
ambiente! A tribo inteira havia voltado seu coração ao Deus verdadeiro. E assim como os olhos
de Aditya se abriram para a luz, os olhos da alma de cada um acabavam de se abrir para o
sobrenatural.
Um grande milagre aconteceu, sem dúvida, com Aditya. Prodígio invisível muito maior,
no entanto, se passou com os membros daquela tribo: pelo efeito do Batismo, eles tiveram luz para
ver as coisas do Céu!
(Revista Arautos do Evangelho, novembro/2017, n. 191, pp. 46 a 47)

67
Após a leitura, converse com o estudante sobre o conto perguntando-lhe o que entendeu e o
que aprendeu com essa história. Realize esta atividade oralmente.
Diga-lhe que as histórias, os contos, foram passados de geração em geração e por isto é
possível conhecê-los e lê-los agora.
Diga-lhe também que através da fala, da nossa linguagem, conseguimos passar para outras
pessoas o que sabemos e nos comunicar.
Por isso, é preciso compreender alguns princípios. Converse com o aluno abordando os
seguintes tópicos:
- Função da linguagem/fala: comunicação.
- Linguagem é a expressão do pensamento.
- Quando falamos, usamos as palavras. O próprio Deus usou da palavra (procure os textos
seguintes na Bíblia e mostre ao estudante).
Gênesis 1, 3 “Deus disse: ‘Faça-se a luz!’ E a luz foi feita.”
São João 1, 1 “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era
Deus.”
São João 1, 14 “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós.”
Verbo = Palavra; constitui o Deus Filho, Jesus Cristo.
- Fala → escrita (registro).
- É possível conhecer toda a história da Criação e da Salvação através da leitura da Bíblia,
onde tudo o que foi falado também foi escrito, registrado.

Registre no Caderno

Atividade 1
1-Leia para a criança as frases abaixo. Peça-lhe que escolha uma das três frases para treinar a
escrita no caderno. Escreva na lousa para que ela copie, fazendo a letra de forma com bastante
capricho. Inicie com o cabeçalho.
PRINCÍPIOS IMPORTANTES:
A LINGUAGEM É A EXPRESSÃO DO PENSAMENTO. O PRÓPRIO DEUS USOU DA
PALAVRA. É POSSÍVEL CONHECER TODA A HISTÓRIA DA CRIAÇÃO E DA
SALVAÇÃO ATRAVÉS DA LEITURA DA BÍBLIA, ONDE TUDO O QUE ERA FALADO
FOI ESCRITO, REGISTRADO.
1- GÊNESIS 1, 3 “DEUS DISSE: ‘FAÇA-SE A LUZ!’ E A LUZ FOI FEITA.”

68
2- SÃO JOÃO 1, 1 “NO PRINCÍPIO ERA O VERBO, E O VERBO ESTAVA JUNTO
DE DEUS E O VERBO ERA DEUS.”
3- SÃO JOÃO 1, 14 “E O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS.”

Registre no Caderno

Atividade 2
1-Relembre a criança sobre o som /am/:
Pode ser escrito por AN – no começo e no meio das palavras.
Pode ser escrito por AM – No começo, meio, sempre antes de P e B, ou fim de palavras.

Agora, diga-lhe que ainda existe uma última variação para escrever o som /am/, quando ele
está em final de palavras e as letras A ou O recebem o acento til (~), como em pães, rã etc. Mostre
as palavras abaixo na lousa, leia-as e mostre a letra A com o acento til ~, simbolizando o som /am/.
MÃO
PÃO
NÃO
LEÃO

2- Leia as palavras acima e depois a criança deve copiá-las em seu caderno.


3-Realize um ditado da lista abaixo. Peça que a criança escreva as palavras e depois as leia,
fazendo a correção, se necessário.
VÃO
CÃO
SÃO
BALÃO
SABÃO
Em seguida, peça-lhe que grife de vermelho onde aparece o som /am/ – simbolizado por A
sobreposto do til.

4-Leitura: Escreva a lista abaixo na lousa. Não diga à criança o que está escrito. Peça que ela
tente ler cada palavra. Depois que ela fizer a leitura das palavras, peça-lhe que as copie no caderno.

ORAM

69
SALOMÃO
ANTIGO
RAMPA
TAMPA
ANDAR
AARÃO
LÂMPADA
FEIJÃO

Em seguida, peça-lhe que grife de vermelho onde aparece o som /am/.

~†~

70
Dia V
Oração inicial

Leitura: 1 Samuel 3, 1-10

Ao terminar a leitura do Livro de Samuel, converse com o estudante perguntando:


- A história fala sobre quem?
- A quem Samuel responde primeiro? – Heli
- Quem, verdadeiramente, estava chamando Samuel?
Continue dizendo: Deus chamou Samuel pelo seu NOME. Samuel responde a esse chamado,
escuta a voz de Deus e cumpre Sua Vontade.
Deus chama a cada um por seu Nome, do mesmo modo que fez com Samuel. Por isso, o nome
é muito importante.
Quando fomos batizados, foi preciso que nossos pais dissessem o nosso nome; nesse dia,
recebemos nosso nome na Igreja.
O nome de toda pessoa é sagrado. O nome é o ícone da pessoa. Exige respeito. O nome recebido
é um nome eterno.

Registre no Caderno

Atividade 1
1-Leia para a criança:
DEUS NOS CONHECE E NOS CHAMA PELO NOME.
“E AGORA, EIS O QUE DIZ O SENHOR, AQUELE QUE TE CRIOU, JACÓ, E TE FORMOU,
ISRAEL: NADA TEMAS, POIS EU TE RESGATO, EU TE CHAMO PELO NOME, ÉS MEU.”
- ISAÍAS 43, 1
“MAS QUEM ENTRA PELA PORTA É O PASTOR DAS OVELHAS. A ESTE O PORTEIRO
ABRE, E AS OVELHAS OUVEM A SUA VOZ. ELE CHAMA AS OVELHAS PELO NOME E
AS CONDUZ À PASTAGEM.” - SÃO JOÃO 10, 3-4

Conversar com o estudante sobre isso.


- Somos de Deus, devemos escutar sua voz. O pastor de ovelhas chama as ovelhas pelo nome e
elas escutam sua voz. Deus é o pastor e nós somos as ovelhas.
- Deus nos ama muito, tem nosso nome gravado e nos chama por ele. Então, precisamos saber
nosso nome, e o nome completo!

71
2- Peça-lhe que escreva no caderno:
CABEÇALHO
ESCREVA SEU NOME COMPLETO.
(Nome)____________________________________________________________________

Depois que compreendeu a importância de saber o nome, é preciso agora saber o significado
dele!
Ajude o estudante a procurar o significado de seu nome e registrá-lo no caderno.

SIGNIFICADO DO MEU NOME:________________________________________________

Registre no Caderno

Atividade 2
1-Relembre: os fonemas das vogais nasais são: /am/ /em/ /im/ /om/ /um/. Aprenderemos hoje a
escrita do fonema /em/. Ele poderá aparecer no começo, meio ou fim de palavras.

O fonema /em/ representado por EN. Escreva na lousa a palavra:


ENVIO
Diga-lhe que o som /em/ é simbolizado por duas letras de uma só vez: EN. No entanto,
deverá seguir a mesma regra: se for antes de P e B deverá ser escrito pelas letras EM.
Peça que a criança repita: as letras EN e EM formam o som /em/. Peça que ela pense e lhe
diga outras palavras que comecem com este som.

2-Peça que ela as escreva no caderno. Depois, peça-lhe que tente ler cada uma:

PALAVRAS COM EN:


ENVIO
ENTE
ENVELOPE
EMPADA

72
3-Diga-lhe que o som /em/ também pode aparecer no meio das palavras, observando as mesmas
regras. Escreva as palavras abaixo e peça-lhe que aponte onde aparece o som /em/:

BENTO
TEMPO

DITADO: Agora dite as palavras abaixo para que a criança escreva sozinha no caderno. Depois,
peça-lhe que as leia e faça a correção. Em seguida, circule de vermelho onde aparece o som /em/.

VENTO – EMPÓRIO – TAMPO – ENGANO

4-EM no final de palavras: Explique-lhe que o som /em/ representado pelas letras EM também
pode estar em finais de palavras. Escreva as palavras abaixo e as leia para a criança. Peça-lhe que
pense e lhe diga outras palavras.

FALEM
CANTEM
REZEM

5-Dite as palavras abaixo para que a criança escreva o som /em/ no final de palavras. Depois,
peça-lhe que as leia e as corrija. Por fim, grife o som /em/:

REZEM
AMÉM
DOEM

6-LEITURA: Escreva as frases abaixo na lousa. Não diga à criança o que está escrito. Peça que
ela tente ler cada uma. Depois que ela fizer a leitura da frase, peça-lhe que a copie no caderno e
prossiga para a leitura da próxima, fazendo o mesmo procedimento (leitura – cópia).

1. SÃO BENTO REZOU COM AMOR.


2. OS ANJOS DIZEM AMÉM.
3. POVOS CANTEM AO SENHOR.

Por fim deve grifar de uma cor onde aparece o som /em/ e de outra cor onde aparece o som /am/.

73
Semana 2

Dia I
Oração inicial

Leitura

“Seja feita sempre Vossa santa vontade!”

E
RA escuro e frio o interior da montanha onde morava uma graciosa pedrinha de ametista.
Alojada num enorme buraco e rodeada de outras muitas gemas, era feliz por saber que
Deus, seu Criador, a amava e Se deleitava com sua beleza. Assim passava sua existência
glorificando-O e desejando agradá-Lo, embora enclausurada dentro de um monte perdido na
vastidão da terra.
Conversava-se muito na morada da ametista: as pedras mais velhas contavam às mais
jovens extraordinárias lendas do exterior, as quais conheciam pelos relatos do manancial que por
ali as visitava nas estações quentes do ano.
Entre história e história, a pequena ametista ia amando aquele mundo feito de homens,
flores e animais, iluminado por um astro magnífico a quem chamavam sol, por meio do qual as
cores refulgiam num incessante cântico de adoração. Queria ela fazer sempre a vontade d’Aquele
que tantas coisas criara e tanto amor merecia. E rezava:
— Ah, meu Deus, que dos Céus olhais para esta pequena pedrinha, fazei em mim sempre
o que estiver em vossos eternos desígnios!
O Senhor aceitou a oração fervorosa da ametista… E, certo dia, as pedras foram acordadas
por ruídos ensurdecedores:
— O que será?! – perguntavam-se aflitas, enquanto sentiam sua milenar morada desfazer-
se numa confusão de pó, detritos e tremores.
Apenas uma voz, muito tênue pelo medo, repetia sem cessar em meio à grande desordem:
— Oh, meu Deus, se esta é a vossa vontade, assim seja feito!
Era a nossa pequena ametista que tremia, assustada…, mas glorificava a Deus!
Chorava assustada a pedrinha, sem saber o que iria lhe acontecer, quando sentiu que as
explosões a atingiam também. E antes de que todas as pedras, atordoadas, pudessem entender o
que havia ocorrido, uma forte torrente de água arrastou-as até uma cavidade. Aí foram separadas
por mãos estranhas e distribuídas em curiosos recipientes, para serem transportadas a um local
desconhecido.
— Para onde iremos? O que farão conosco? – indagava a pequena ametista, sem achar
resposta entre suas preocupadas companheiras.

74
Somente um pensamento lhe trazia tranquilidade: a certeza de que o bom Deus dela não
havia de Se esquecer. E, de fato, no alto do Céu o Senhor olhava comprazido para a sua fiel
pedrinha.
A caminho da indústria de mineração para onde um trem a conduzia, e afastada de suas
amigas, que haviam sido depositadas em diferentes bandejas, a pequena ametista observava o
mundo exterior. Ali estavam os esplendores do Criador, dos quais tanto lhe haviam falado, as
fulgurações do astro rei e o espetáculo da natureza, enfeitada de gala no início de um lindo dia de
primavera. Ao contemplar tamanho esplendor, ela se alegrou porque, afinal, conhecia as
maravilhas com que sonhara quando ainda vivia no negrume da caverna:
— Na escuridão ou na luz, na montanha ou nos campos, só desejo fazer vossa vontade,
Senhor! – era a exclamação que a cada instante lhe brotava do coração.
Chegando por fim a uma imponente construção, a ametista e as outras pedras foram
lavadas, pesadas, classificadas e guardadas com todo cuidado em caixinhas, separadas em
compartimentos individuais. A seguir, elas foram depositadas nas gavetas de um enorme cofre,
onde haveriam de permanecer por longos meses…
A espera foi dolorosa! Depois de haver contemplado a luz do sol e o céu azul, outra vez
estava encerrada na escuridão. E agora se via sozinha, sem nem mesmo ter com quem conversar.
Entretanto, na solidão de sua tediosa masmorra, a pequena ametista assim rezava:
— Ó meu Deus, na constante noite desta prisão, nestes dias tão negros em que estou, só
desejo fazer o que Vós queirais de mim. Senhor, ainda que o futuro me seja desconhecido, Vós
sabeis o que me aguarda… Seja feita a vossa vontade!
Repetindo na hora da desolação a mesma prece que em tempos mais felizes rezara, a
pedrinha tornava-se tão agradável ao Criador que Ele a designou para uma sublime missão!
Esta começou a se delinear no horizonte de nossa pedrinha quando, numa fria manhã de
inverno, um famoso joalheiro adquiriu a caixa de ametistas em que ela estava, para confeccionar
uma joia especial. Para tal, encomendou a um lapidador experimentado a difícil tarefa de
transformar aquelas lindas pedras irregulares, nas delicadas contas de um belo rosário.
Processo doloroso! À medida que a lapidação purificava a pequena ametista das suas
imperfeições, ela sofria a mais terrível das provações. Indizíveis foram seus sofrimentos, porém
os suportou com resignação e até com alegria, por saber que tudo o que lhe acontecia era desígnio
de Deus. Em meio às dores, entre gemidos e soluços, a pedrinha rezava:
— Senhor, só quero o que Vós quereis; fazei de mim o que Vos aprouver!
Uma vez lapidadas, as ametistas que estavam ainda em bruto na caixinha se tornaram
gemas refulgentes! Concluída pelas hábeis mãos do joalheiro, aquela obra-prima, o rosário de
ametistas, chegou a seu destino.
— É esplêndido!

— Realmente formidável!
— A mais rara joia que tenha visto!

75
Cheios de admiração, alguns sacerdotes olhavam para a caixinha de veludo onde se
encontrava o estupendo terço de ametistas que seria presenteado ao Sumo Pontífice, no qual uma
das pedrinhas, talvez a mais admirável e luminosa de todas, sorria e agradecia a Deus:
— Senhor, quão bom sois para comigo! Eu não sou digna de fazer parte deste rosário tão
bonito!
Tal foi a feliz missão da pedrinha: ser instrumento para honrar a Mãe do Redentor nas mãos
do Vigário de Cristo! E cada vez que aquele terço de ametistas era utilizado pelo nobre e santo
varão que com ele rezava devotamente à Rainha Celestial, a pedrinha elevava aos Céus sua perfeita
oração:
— Senhor, seja feita sempre Vossa santa vontade!
(Revista Arautos do Evangelho, outubro/2017, n. 190, pp. 46 a 47)

Depois de ouvir a história, o aluno deve responder algumas perguntas, interpretando o texto.
Esta atividade deve ser feita oralmente.

Perguntas:
- Qual é o título da história?
- Quem são os personagens que aparecem?
- O que você aprendeu ao ouvir esta história?

~†~

76
Registre no Caderno

Atividade 1

1 - Relembre: os fonemas das vogais nasais são: /am/ /em/ /im/ /om/ /um/. Aprenderemos hoje a
escrita do fonema /im/. Ele poderá aparecer no começo, meio ou fim de palavras.

O fonema /im/ simbolizado por IN.

Escreva na lousa a palavra:


INSETO

Diga-lhe que o som /im/ é representado por duas letras de uma só vez: IN. No entanto, deverá
seguir a mesma regra: se for antes de P e B deverá ser escrito pelas letras IM.

Peça que a criança repita: as letras IN e IM formam o som /im/. Peça que ela pense e lhe
diga outras palavras que comecem com este som.

2 - Agora, escreva no caderno a lista abaixo. Depois, peça-lhe que tente ler cada uma:

PALAVRAS COM IN:


ÍNDIO
ÍMPIO
INCENSO

3 - Diga-lhe que o som /im/ também pode aparecer no meio das palavras, observando as mesmas
regras. Escreva as palavras abaixo e peça-lhe que aponte onde aparece o som /im/:

LIMPO
LIMBO
SINTO

77
DITADO: Agora dite as palavras abaixo para que ela as escreva sozinha no caderno. Depois, peça-
lhe que as leia e faça a correção. Em seguida, circule de vermelho onde aparece o som /im/.

VINDE - DOMINGO – PINGO – LINDO – VINTE – LIMPA

4 - IM no final de palavras: Explique-lhe que o som /im/ representado pelas letras IM também
pode estar em finais de palavras. Escreva as palavras abaixo e leia-as para ela. Peça-lhe que as
copie e grife as letras IM no final.
FIM
BENJAMIM
SERAFIM

5 - LEITURA: Escreva as frases abaixo na lousa. Não diga à criança o que está escrito. Peça que
ela tente ler cada uma. Depois que ela fizer a leitura da frase, peça-lhe que as copie no caderno e
prossiga para a leitura da próxima, fazendo o mesmo procedimento (leitura – cópia).

1. DOMINGO É O DIA DO SENHOR.


2. POR FIM MARIA VENCERÁ.
3. NO CÉU O SERAFIM ADORA A DEUS.

Por fim, deve grifar onde aparece o som /im/.

~†~

78
Dia II
Oração inicial

Leitura

“Uma devoção infalível”

O
Sol se punha radioso naquela pequena aldeia alemã. Os sinos da matriz badalavam
alegremente, anunciando o início de uma cerimônia de casamento. Colocando-se sob a
proteção maternal da padroeira, Nossa Senhora Auxiliadora dos Cristãos, Frida se
preparava para iniciar um novo lar com Felipe Waltz.
Ela era muito católica, mas ele nem tanto…Crescido em uma família bem afastada da
Religião, havia sido batizado e tinha feito a Primeira Comunhão, todavia já se esquecera do
costume de rezar e nem assistia à Missa aos domingos e dias santos de guarda. Restavam-lhe
apenas alguns resquícios de fé, que sua tão devota noiva conseguira reavivar por ocasião do
casamento.
Poucos meses depois, entretanto, renasceu nele o antigo descaso religioso e incomodava-
se com os atos de piedade da esposa, impondo-lhe toda espécie de dificuldade para que não os
praticasse. Frida contornava com mansidão tais contratempos e, sem diminuir em nada seus
sacrifícios e orações, sempre encontrava um meio de agradar o marido e deixá-lo contente.
Os anos foram se passando e Deus os abençoou com três filhos: Estevão, o mais velho,
com sete anos, esperto e vivaz, gostava de correr pelos campos e ajudar à mãe em suas atividades,
como buscar água no poço e pastorear as ovelhas do rebanho; Gertrudes, dois anos mais nova, era
bem inteligente e de temperamento sossegado, quase imperturbável; Matilde, a caçula, com apenas
três anos já demonstrava ter o temperamento forte do irmão.
Apesar da má vontade do marido, Frida conseguira batizar os filhos e, muito jeitosa,
ensinava-lhes práticas piedosas e a ter paciência com a impiedade do pai, rezando por sua
conversão.
Certo dia, por desventura, espalhou-se na região uma avassaladora epidemia de tifo, que
atingia adultos e crianças. Estava morrendo gente em quantidade por todas as aldeias e vilarejos
próximos, sem que ninguém conseguisse deter a enfermidade. Esta se apresentava com febres altas
e constantes, e em alguns dias o doente falecia. Os médicos tudo faziam para impedirem o mal,
mas pouco conseguiam.
Não tardou muito e Estevão foi contagiado pela doença. Desolados, seus pais o viam arder
em febre noite e dia, e a morte parecia correr-lhe ao encontro, irremediavelmente. Felipe nem
dormia de tanta preocupação: seu primogênito e único varão estava a poucos passos de um trágico
fim.
Frida, porém, permanecia junto do menino, com incansável zelo materno. Sua fé e
confiança em Maria Santíssima era o que a alentava em tão grande prova. Não cessava de rezar o
Rosário, confiando n’Aquela que é Virgem e Mãe, na certeza de que Ela a compreenderia em sua
aflição e salvaria a criança.

79
Tomado pelo desespero, Felipe zombava:
— Basta de superstição! Se nem sequer os médicos conseguem curá-lo, que queres obter
com inúteis orações? Se for para ele viver, não serão tuas intermináveis Ave-Marias que irão salvá-
lo!…
Como atenciosa mãe católica, Frida suportava com resignação as impaciências do marido,
enquanto era obrigada a cuidar, quase sozinha, da casa e das duas filhas, pelo forte abatimento
emocional dele. Não se entendia também como Gertrudes e Matilde estavam sadias, sem a menor
sombra da doença…
Com o passar dos dias, nas casas vizinhas, várias crianças, mais frágeis que os adultos,
morriam, deixando as famílias desconsoladas. Estevão, contudo, continuava com febres ainda
altas, mas inexplicavelmente estas não se agravavam. O médico que o acompanhava, ao perceber
que os sintomas haviam se estabilizado, viu-se obrigado a dizer ao incrédulo pai:
— A doença de seu filho não passa de um certo grau. Sob o ponto de vista médico não há
explicação. Acredite: ele só não morreu ainda por causa das orações de sua esposa! Ela o está
mantendo vivo!
Então, aconteceu o que parecia impossível: Felipe, comovido com as palavras do médico,
ajoelhou-se diante da cama do filho e, sabendo bem a quem a esposa oferecia suas preces, fez a
seguinte promessa:
— Eu juro que se este menino viver, eu me tornarei um bom católico e mandarei construir
uma capela em honra à Virgem Maria!
Mais uma vez, a bondade e compaixão da Santa Mãe de Deus não deixaram de atender às
preces de uma mãe angustiada, que além de pedir pela cura do filho, suplicava a conversão do
esposo.
A febre do pequeno Estevão tornou-se cada dia mais leve e, uma semana depois, para
espanto da vizinhança, ele já corria novamente, feliz e saudável, pelas pastagens e estradas do
vilarejo.
A notícia se espalhou na redondeza com impressionante rapidez. Inúmeras mães vieram,
estupefatas, perguntar à virtuosa Frida como havia obtido tão prodigiosa cura; muitas esposas,
também angustiadas por causa de maridos incrédulos, buscavam seu auxílio. E recebiam a
invariável resposta:
— Rezem o Rosário. É uma devoção infalível! Foi Nossa Senhora quem salvou meu filho
e abrandou o coração de meu esposo. Ela não desampara ninguém que A invoque com confiança!
Aquele arrependimento foi tão profundo e sincero, que Felipe se tornou um católico
fervoroso e um ótimo marido, para consolo de Frida. E para alegria de todos, os benefícios não se
restringiram à casa dos Waltz: a epidemia começou a afastar-se da região e, aos poucos, os doentes
começaram a ficar curados.
Conforme prometera, Felipe logo deu início à construção de uma linda capela em honra a
Nossa Senhora Rainha do Santíssimo Rosário, no ponto mais elevado da sua propriedade. Alguns
meses depois já estava concluída e o pároco veio inaugurá-la com uma Missa solene, da qual
participaram todos os aldeões, sem faltar nenhum.

80
Quanto a Estevão, nem é preciso dizer que se tornou ainda mais devoto de Maria Virgem.
Ao completar 15 anos, mudou-se para a capital, a fim de ingressar no seminário, onde estudou e
foi ordenado sacerdote. E em suas pregações, jamais deixou de ensinar a prática do Santo Rosário.
(Revista Arautos do Evangelho, setembro/2016, n. 178, pp. 46 a 47)

Depois de ouvir a história, o aluno deve responder algumas perguntas, interpretando o texto: Esta
atividade será feita oralmente.
Perguntas:
- Qual é o título da história?
- Quem são os personagens que aparecem?
- O que você aprendeu ao ouvir esta história?

Memorizando...

Atividade 1
Esta atividade de memorização será feita semanalmente. O estudante deverá memorizar um
poema ou um Salmo e ao final declamá-lo para a família.
Primeiramente, leia o poema todo.
A cada semana ele deve memorizar uma ou duas estrofes.

A FILHA DO CAPITÃO
(JAMES T. FIELDS)

AMONTOADOS NA CABINE.
DORMIR? NEM PENSAR.
MEIA-NOITE E A TEMPESTADE,
PERIGO EM ALTO-MAR.

NO INVERNO, AS TORMENTAS
DESTROEM E NÃO DEIXAM RASTRO.
É UM PAVOR QUANDO O CAPITÃO GRITA:
- VAMOS PERDER O MASTRO.

NOS CALAMOS, COM MEDO.


ATÉ MESMO OS MAIS FORTES!
O MAR RUGIA, E AS ONDAS
CONVERSAVAM COM A MORTE.

81
SENTADOS NA ESCURIDÃO,
CADA QUAL COM SUAS PRECES.
- É O FIM! – DIZ O CAPITÃO,
E OS MARUJOS ESTREMECEM.

SUA FILHA PEGOU-LHE A MÃO


E SE PÔS A SUSSURRAR:
- ASSIM COMO ESTÁ NA TERRA,
DEUS NO MAR HÁ DE ESTAR!

DEMOS VIVAS À MENINA,


AGORA REANIMADOS,
E FOMOS ROMPER LINDO DIA
NO PORTO, A SALVO, ANCORADOS.

Para esta semana, memorizar:

AMONTOADOS NA CABINE.
DORMIR? NEM PENSAR.
MEIA-NOITE E A TEMPESTADE,
PERIGO EM ALTO-MAR.

NO INVERNO, AS TORMENTAS
DESTROEM E NÃO DEIXAM RASTRO.
É UM PAVOR QUANDO O CAPITÃO GRITA:
- VAMOS PERDER O MASTRO.

Para que o estudante memorize o poema, o responsável pode ajudá-lo. Para que ocorra a
memorização, esta atividade deve ser feita todos os dias, sendo que semanalmente mudam as
estrofes.

~†~
82
Registre no Caderno

Atividade 2
1-Releia o poema todo e peça que a criança identifique, ao ouvir, palavras com /am/ /em/ /im/,
NO COMEÇO, MEIO OU FINAL. Em seguida, copie tais palavras na lousa, para que ela as copie
no caderno. Pode ser que ela consiga ler parte delas:

CABEÇALHO
A FILHA DO CAPITÃO
NEM
PENSAR
TEMPESTADE
INVERNO
TORMENTAS
DESTROEM
DEIXAM
CAPITÃO
CONVERSAVAM
SENTADOS
ESCURIDÃO
FIM
ESTREMECEM
MÃO
ASSIM
LINDO
ANCORADOS.

2-Peça-lhe que grife de azul onde está representado o som /am/, de cor vermelha onde está
representado o som /em/, de cor marrom onde está representado o som /im/.

83
Dia III
Oração inicial

Leitura

“Só uma mariposa?!”

P
ELA primeira vez o pequeno Ivan ia viajar de trem. Apesar do clima frio que marcava o
fim do outono na longínqua Rússia, ele se sentia entusiasmado. A viagem para a casa dos
avós seria longa. Passariam a madrugada no trem e só de manhãzinha chegariam ao seu
destino. Anastácia, sua mãe, lhe preparara um grosso casaco, luvas e um gorro muito simpático e
quentinho, pois o menino se resfriava com muita facilidade e precisava estar bem abrigado para
aguentar as temperaturas que já estavam baixando.
No dia da partida, levantaram-se bem cedo para participarem da Missa na matriz da aldeia
e pedirem a proteção de São Miguel, seu padroeiro. Ivan havia aprendido nas aulas de catecismo
que este Arcanjo era o chefe das milícias celestiais e, por tal motivo, terminada a celebração, puxou
a mãe pelo vestido e a levou até o altar lateral dedicado ao Anjo da Guarda, dizendo:
— Venha, mamãe. Vamos pedir aos nossos Santos Anjos que, sob o comando de São
Miguel, nos acompanhem no trajeto que vamos hoje percorrer.
Mãe e filho, de joelhos, rezaram com muito fervor.
Depois de um café da manhã reforçado, despediram-se do pai, que precisava ficar por causa
do trabalho, e se dirigiram à estação, a fim de tomarem o trem que os conduziria a Mestia, na
região montanhosa do Cáucaso.
Após despacharem a bagagem, subiram no vagão. Ivan o achou enorme! Acomodou-se ao
lado da janela e aproximou o rosto junto ao vidro, pois queria ver bem o caminho, pelo menos
enquanto tivessem a luz do dia.
O trem começou sua marcha. Que magníficas paisagens se descortinavam diante de seus
olhos! Muito inocente, o menino comentava com a mãe:
— Veja, mamãe, que lindo rio corre naquele vale! Logo, logo ficará congelado… Que
frio!…
Anastácia sorria comprazida.
— Olhe, olhe! Que tapete dourado! As árvores quase não têm mais folhas… E já se pode
ver a neve no topo das montanhas!
Assim passaram todo o dia, entremeando a admiração do panorama com uma amena
conversa, a recitação do Rosário e saborosos lanches, até que caiu a tarde. Ambos tomaram uma
refeição mais forte e adormeceram…
Na manhã seguinte, em Mestia, os avós de Ivan estavam preocupados e aflitos na estação,
onde os aguardavam: havia passado bastante do horário de chegada do trem e nem sequer tinham
notícias dele… O que poderia ter acontecido?

84
Afinal, o esperado comboio
chegou, várias horas depois do
previsto. Ao ser inquirido pelo chefe
da estação acerca do motivo do atraso,
o condutor do trem só conseguia
exclamar:
— Eu posso dar o meu
testemunho! Paramos no meio do
caminho e… foi um milagre! Um
milagre!!
O que fez com que se
detivessem no meio do percurso?
Todos ali estavam surpresos e queriam
saber o que tinha ocorrido. Qual teria
sido o milagre? E que testemunho
Após despacharem a bagagem, subiram no vagão. Ivan o achou
poderia ele dar? enorme!

Vladimir Smirnov, o maquinista, começou a contar o sucedido. Já era noite. Ele seguia
pelos trilhos normalmente, com a devida prudência e respeitando todos os sinais, mas em uma
velocidade considerável. Madrugada adentro, de repente ele viu diante do trem uma grande sombra
que oscilava, obscurecia o farol e parecia fazer sinal para deter a máquina com urgência.
Julgando que as altas horas da noite estavam influenciando sua imaginação, o Sr. Smirnov
diminuiu um pouco a velocidade. Entretanto, não sentindo qualquer coisa de anormal, prosseguiu
seu trajeto como se nada tivesse acontecido. Alguns minutos depois a sombra apareceu de novo,
fazendo sinais semelhantes aos anteriores, porém com um frenesi ainda maior.
Tendo o fato se repetido por mais três vezes, ele esfregou bem os olhos e concluiu que
aquilo não podia ser apenas imaginação. Ali havia algo de real!… Quem estaria fazendo tais
sinais? Começou, então, a diminuir a marcha com rapidez, até o trem se deter completamente de
modo um tanto brusco.
Assustados com a repentina parada, muitos passageiros se despertaram e correram às
janelas para ver o que tinha acontecido. O Sr. Smirnov desceu para averiguar qual era a causa
daquela situação e, para sua surpresa, constatou que a sombra havia sido ocasionada por uma
mariposa…
— É só uma mariposa! – disse ele aos viajantes. – Ficou presa na lataria, junto ao farol, de
tal forma que ao bater as asas provocava umas sombras assustadoras.
Havendo-se certificado de não existir nenhuma falha mecânica e de ter sido exclusivamente
o pequeno inseto o responsável por toda a confusão, o condutor subiu na locomotiva para
recomeçar o caminho. Contudo, enquanto acionava as alavancas de partida, um dos passageiros
deu um forte grito:
— Alto! Não avance, senão morreremos todos!
De sua janela, com a luz de uma potente lanterna que carregava consigo, divisara ele uma
grande pedra que obstruía os trilhos, numa área não iluminada pelo farol da locomotiva.

85
Nesse momento eles compreenderam: não era só uma mariposa!… Tão inusitada
interrupção do itinerário se devia a uma intervenção dos Anjos! Se o trem tivesse continuado com
a velocidade anterior, teria se chocado violentamente contra tamanho obstáculo e decerto
descarrilaria, ocasionando um grave acidente, uma explosão e, quiçá, a morte de todos os
passageiros… Eles tinham se salvado por milagre!

Nesse momento eles compreenderam: Tão inusitada interrupção


se devia a uma intervenção dos Anjos!

Convicto da proteção do Anjo da Guarda, a quem sempre invocava antes de suas viagens,
o Sr. Smirnov declarou estar seguro de que a mariposa presa na máquina, bem ao lado do farol,
fora posta ali por mãos angélicas para salvá-los. A pedra era grande e pesada, e caíra bem no meio
dos trilhos por onde eles deveriam passar. Só depois de alguns camponeses das redondezas a
removerem com muito esforço, fora possível continuar e por isso se atrasaram tanto.
Abraçando os avós, contentes e agradecidos a seus protetores, Ivan e sua mãe também
contaram que antes de embarcar se haviam encomendado a São Miguel, príncipe das milícias
celestiais, para que comandasse seus Anjos da Guarda e, juntos, os protegessem no percurso.
Aquela viagem marcou a vida de cada um, pois servira para afervorar a todos na devoção
aos Anjos, confirmando- lhes na fé em seu constante auxílio e proteção.
Revista Arautos do Evangelho, setembro/2017, n. 189, p. 46 a 47)

Seguir as orientações anteriores de interpretação de texto, oralmente.


Perguntar: (podem ser feitas outras perguntas...)
- Qual é o título da história?
- Quem são os personagens que aparecem? O que você aprendeu ao ouvir esta história?

86
Memorizando...

Para esta semana, memorizar:


AMONTOADOS NA CABINE.
DORMIR? NEM PENSAR.
MEIA-NOITE E A TEMPESTADE,
PERIGO EM ALTO-MAR.

NO INVERNO, AS TORMENTAS
DESTROEM E NÃO DEIXAM RASTRO.
É UM PAVOR QUANDO O CAPITÃO GRITA:
- VAMOS PERDER O MASTRO.

Registre no Caderno

Atividade 1

1- Aprenderemos hoje a escrita do fonema /om/. Ele poderá aparecer no começo, meio ou fim de
palavras.

O fonema /om/ é representado por ON. Escreva na lousa a palavra:


ONDA
Primeiro, peça que a criança segmente os fonemas da palavra: /om/ /d/ /a/.
Diga-lhe que o som /om/ é representado por duas letras de uma só vez: ON. No entanto,
deverá seguir a mesma regra: se for antes de P e B deverá ser escrito pelas letras OM.

Peça que ela repita: as letras ON e OM representam o som /om/. Peça que ela pense e lhe
diga outras palavras que comecem com este som.

2-Peça que ela escreva no caderno as palavras abaixo. Depois, peça-lhe que tente ler cada uma e
grife o som /om/:
ONDE
ONTEM
ONZE

3-Diga-lhe que o som /om/ também pode aparecer no meio das palavras, observando as mesmas
regras. Escreva as palavras abaixo e peça que ela tente ler e aponte onde aparece o som /om/:
TOMBO

87
FONTE
PONTE
LOMBO
ROMPE

DITADO: Agora, dite as palavras abaixo, para que ela as escreva sozinha no caderno. Depois,
peça-lhe que as leia e faça a correção. Em seguida, circule de vermelho onde aparece o som /om/.

ONZE - CONTA – SONDA – MONTE – ONDA – LOMBADA - PONTO – PONTARIA

4-OM no final de palavras: Explique-lhe que o som /om/ representado pelas letras OM também
pode estar em finais de palavras. Diga-lhe as palavras abaixo e peça que ela segmente seus
fonemas:

BOM - /b/ /om/


COM - /k/ /om/
SOM - /s/ /om/
TOM - /t/ /om/
DOM – d /om/
Em seguida, dite as mesmas palavras para que as escreva sozinha. Peça que a criança as leia e
corrija-as.

5-LEITURA: Escreva as frases abaixo na lousa. Não lhe diga o que está escrito. Peça que a
criança tente ler cada uma. Depois que ela fizer a leitura da frase, peça-lhe que escolha duas delas
e as copie no caderno, fazendo o mesmo procedimento (leitura – cópia).

1. O AMOR É PACIENTE, O AMOR É BONDOSO.


2. HONRA TEU PAI E TUA MÃE.
3. O SENHOR ESTÁ CONVOSCO.
4. SÓ DEUS É BOM.
5. TODA BOA DÁDIVA E TODO DOM VEM DO ALTO.

~†~

88
Dia IV
Oração inicial

Leitura

“Creio em Deus Pai todo-poderoso”

N
OS tempos em que o Brasil ainda era colônia, muitos eram os aventureiros que cobiçavam
nossa Terra de Santa Cruz.
— Meus caros compatriotas, conquistemos um bom pedaço daquelas plagas! –
clamava um rude marujo, naquela aldeia litorânea – Apoderemo-nos de suas riquezas, submetamos
os seus moradores! Para Portugal não fará falta nenhuma; para nós será o negócio das nossas vidas.
Vários dos rapazes que o escutavam, deslumbrados pelas promessas do experimentado lobo
do mar, uniram-se às suas hostes. O navio que ele comandava estava terminando os preparativos
para a viagem e zarparia sem delongas.
Naquela época, a travessia do Atlântico rumo ao Novo Mundo era muito demorada.
Passava-se muitas semanas a bordo da embarcação, durante as quais o capitão instruía os novatos
no uso das armas e prometia um futuro cheio de prazeres para os que se sobressaíssem nas
conquistas.
Dentre os aldeães que seguiam o velho capitão, um dos mais atentos e aguerridos era
Franz, jovem de origem alemã que vivera errante até se unir à expedição. Seu grande desejo era
ser o melhor combatente daquele exército clandestino, ficar rico e assim poder formar o seu próprio
bando. Por isso, ouvia com muita atenção as explicações e esforçava-se por superar todos nos
exercícios bélicos.
Passados alguns meses
em alto-mar, os aventureiros
avistaram terra. As coisas,
porém, não se desenrolaram
como eles esperavam… ao
desembarcar em nossas belas
praias, seu ímpeto de domínio
encontrou forte resistência entre
os habitantes, muitos dos quais
indígenas já lavados nas águas
batismais, fruto do dedicado
trabalho de evangelização feito
pelos zelosos missionários que
por aqui andavam.
Depois de não pequena luta, os invasores conseguiram assegurar alguns pontos
estratégicos, mas os embates continuavam. No fragor do enfrentamento, Franz não percebeu que
havia uma armadilha entre duas palmeiras e caiu dentro de um buraco, sendo capturado e levado
para uma cela de pau a pique.

89
— Por que eu? – queixava-se ele – Se sou
o melhor combatente de nossa quadrilha!
De repente, enquanto murmurava, sentiu-
se olhado por alguém. Qual não foi a sua surpresa
quando, por entre a folhagem, divisou uns
olhinhos negros e brilhantes que o fixavam. Era
uma indiazinha trazendo-lhe algo para comer.
Em sua arrogância, Franz desviou o olhar, como
se não estivesse faminto… Ela deixou-lhe a
comida e se afastou. Observando-a distanciar- -
se, viu que caminhava em direção a uma
capelinha e lá a esperava um sacerdote, que
Enquanto o prisioneiro murmurava por causa da sua também o observava…
sorte, pois olhinhos negros e brilhantes o fixavam.
Esta cena se repetiu por vários dias e a
curiosidade do prisioneiro só aumentava. Havia alguma coisa que o atraía naquela singela
edificação e ele decidiu perguntar à pequena, quando veio, mais uma vez, deixar-lhe a comida:
— Ei! Menina! O que vocês fazem lá dentro?
— Dentro de onde? Da capela?
— É…
— Muitas coisas: de manhã temos Missa, porque bem cedo os homens partem para a
guerra; à tarde, o padre chama as crianças, para rezarmos diante de Jesus, na Eucaristia, e pedirmos
que Ele nos proteja e nos defenda.
Franz sentiu um arrepio, pois recordou-se de sua infância, quando também ia rezar na igreja
de sua aldeia… Não obstante, querendo afastar a lembrança, perguntou com desprezo:
— E você crê, mesmo, que na Hóstia está Jesus?
— Claro!
— Vamos ver… Você sabe o Pai-Nosso? – inquiriu desafiante.
— Sei sim – respondeu Potira Maria, a indiazinha – “Pai nosso, que estais no Céu” …
— Suficiente! Veja o que diz: esse Pai, que você pensa que é Deus, está no Céu! Logo, não
pode estar na Hóstia…
A menina pensou um instante e retrucou:
— E o senhor, já ouviu alguma vez o Credo?
O presunçoso prisioneiro se assustou com a ousadia da menina e balbuciou:
— É… Já ouvi, sim…
— E seria capaz de repeti-lo?
Ele enrubesceu, mas se arriscou a pronunciar as palavras que há anos queria ter-se
esquecido…
— “Creio em Deus Pai todo-poderoso” …

90
— Não precisa continuar… – atalhou a indiazinha – Se Deus é todo-poderoso, pode fazer
o que quiser: estar no Céu e, ao mesmo tempo, na Hóstia consagrada!
Franz disse, meio sem jeito:
— Ora, não me amole! Só acredito no poder desse seu Pai se Ele me der um sinal…
Potira Maria dirigiu-se à capela, ajoelhou-se bem junto ao sacrário e fez uma humilde
súplica:
— Meu Jesus, mostrai o vosso poder, mandando um sinal para aquele incrédulo prisioneiro
e, pela vossa graça, ele poderá crer em Vós…
O padre entrou na igreja no momento em que a menina estava rezando e se uniu à sua
prece inocente, na certeza de que ela seria atendida.
Passada uma semana, Franz foi surpreendido pela chegada de vários de seus amigos, agora
cativos como ele.
— Que aconteceu? Por que vieram parar aqui? – perguntou ao que foi posto em sua cela.
— Fomos obrigados a recuar até o mar – disse ele – Não tínhamos mais saída! Começamos a
intensificar nossos ataques e, de repente, vimos aparecer no Céu uma Mulher com um Menino
reluzente nos braços, tendo a seu lado um varão que nos apontava seu cajado com severidade e
nos mandava sair destas terras. Ademais, os nativos nos acertavam seus tiros, com a pólvora que
tínhamos molhado! Impossível era que a pólvora molhada pudesse explodir… Foi um verdadeiro
milagre! Os únicos que ficamos com vida fomos nós… e aqui estamos!!!
Franz começou a chorar e se pôs de joelhos, pois reconhecia naquele prodígio o sinal que
pedira! Um pesado remorso foi entrando em seu coração e ele se lembrou de todos os desvarios
de sua vida… Então chamou o padre, que ouvia a conversa a certa distância, para fazer uma boa
Confissão. Há quantos anos não o fazia!…
Sentindo-se leve e transformado, Franz usou de sua liderança para levar todos os seus
companheiros a abandonarem a vida criminosa a que se tinham entregado. Convertidos todos,
passaram eles a viver na Terra de Santa Cruz como uma piedosa milícia, a fim de defender o
território dos invasores que nela quisessem se esgueirar.
(Revista Arautos do Evangelho, agosto/2017, n. 188, p. 46 a 47)

Seguir as orientações anteriores de interpretação de texto.


Esta atividade será feita oralmente.
Perguntar: (podem ser feitas outras perguntas...)
- Qual é o título da história?
- Quem são os personagens que aparecem?
- O que você aprendeu com esta história?

91
Memorizando...

Para esta semana, memorizar:


AMONTOADOS NA CABINE.
DORMIR? NEM PENSAR.
MEIA-NOITE E A TEMPESTADE,
PERIGO EM ALTO-MAR.

NO INVERNO, AS TORMENTAS
DESTROEM E NÃO DEIXAM RASTRO.
É UM PAVOR QUANDO O CAPITÃO GRITA:
- VAMOS PERDER O MASTRO.

Registre no Caderno

Atividade 1

1- Aprenderemos hoje a escrita do fonema /um/. Diga-lhe que o som /um/ é representado por duas
letras de uma só vez: UN. No entanto, segue a mesma regra: se for antes de P e B deverá ser escrito
pelas letras UM.
Peça que a criança repita: as letras UN e UM representam o som /um/. Da mesma forma que as
anteriores, poderá aparecer no começo, meio ou final de palavras. Escreva os exemplos abaixo na
lousa e peça que ela tente ler:

UMBIGO – JUNTO – BUMBO – TUMBA – COMUM – ATUM – ALGUM – JEJUM - NUM

Em seguida, peça-lhe que copie a lista acima e grife onde aparece as letras que representam o som
/um/.

Atividade 2
1- Reuniremos agora todos os fonemas aprendidos nesta semana. Faça colunas no caderno da
criança, como a do exemplo abaixo:

AN EN IN ON UN

92
Dite as palavras abaixo e peça que ela escreva na respectiva coluna (seja o som no começo ou
meio).

UNGIDO
ENVIADO
BENTO
CANTO
ÍNDIO
ANJO
CINTO
ONDA
CONTA
MUNDO

2 - Faça colunas no caderno da criança, como a do exemplo abaixo:


AM EM IM OM UM

Dite as palavras abaixo e peça que ela escreva na respectiva coluna (seja o som no começo, meio
ou fim).
TAMPO
TEMPO
IMPÉRIO
COM
UMBIGO
DIGAM
FALEM
PUDIM
BOM
JEJUM

93
3 - Diga as palavras abaixo e peça que a criança pense e lhe diga se possuem ao final ÃO ou não.
Para isso, ela deverá perceber se o som final /am/ está seguido da letra o.
PÃO
FALAM
BALÃO
FURACÃO
DIGAM
COLOCAM
SABÃO
TUBARÃO
REZAM

Por fim, peça que a criança escreva as palavras com ão no caderno.

~†~

94
Dia V
Oração inicial

Leitura

“O melhor remédio”

J
OSÉ era um menino de nove anos, animado e cheio de vida. Estava entusiasmadíssimo com
sua Primeira Comunhão e não conseguia se conter de alegria! Naquele sábado já despertara
dizendo:
— Mamãe, é amanhã!…
— Sim, filho, afinal chegou o grande dia! É preciso ficar o mais compenetrado possível,
pois vai receber o próprio Deus! – recordou-lhe Dona Isabel.
— Mamãe, por que o tio Sebastião nunca vai à Igreja? – perguntou José.
— Ah, meu filho, é uma longa história…
O pequeno se espantava com a atitude do tio, pois não entendia como alguém, tendo feito
a Primeira Comunhão, podia ficar longe da Eucaristia!
Desde que aprendera nas lições de catecismo que Nosso Senhor Jesus Cristo está, em
Corpo, Sangue, Alma e Divindade, na Sagrada Hóstia, ele não acreditava que pudesse haver
alguém que, por mera vontade, se afastasse deste Sacramento. Parecia-lhe uma verdadeira loucura!
— Mamãe, precisamos dar um jeito de ele ir à Igreja! – insistiu José.
Dona Isabel havia tentado inúmeras vezes e de todas as formas reconduzir seu irmão ao
bom caminho, sem nenhum êxito…, no entanto, que mal havia em deixar o filho fazer suas
tentativas?
Na manhã seguinte, grande foi a festa da Primeira Comunhão de José, junto com várias
outras crianças. Depois de comungar o Pão dos Anjos, fez uma ação de graças muito recolhida e
fervorosa, e pediu por muitas intenções.
Outrora, Sebastião fora um bom católico. Desde que perdera a esposa, todavia, se havia
revoltado contra Deus. Acabou se tornando um homem amargurado e endurecido pelo pecado.
Algo de bom, porém, ele guardava em seu coração: o apreço que nutria pelo inocente sobrinho.
Sebastião atendeu o menino com carinho e teve com ele uma longa conversa. Contudo, não abriu
sua alma para Deus…
Decepcionado, mas não desanimado, José passou a ir todos os dias à capelinha da aldeia
para pedir a Jesus Eucarístico um jeito de fazer o tio sentir como é necessário recebê-Lo para se
fortalecer na prática da virtude e do bem.
O tempo corria acelerado. Certo dia, Sebastião estava viajando de charrete para a
cidadezinha próxima, a fim de vender o que produzira em sua marcenaria. Ao passar por um
perigoso desfiladeiro, seu velho cavalo escorregou na estrada, cheia de lama pelas últimas chuvas,
e qual não foi seu desespero ao ver-se caindo barranco abaixo! Quando chegou ao chão, estava
muito ferido, com dores terríveis e não conseguia mover as pernas…

95
A notícia que se espalhou pelo povinho era trágica: o amargurado irmão de Dona Isabel
sofrera um acidente e perdera o movimento das pernas, não podendo mais andar. Será que, com
tanto sofrimento, o coração dele não se renderia a Deus?
Todos os parentes foram à sua casa para visitá-lo. Alguns insinuavam ter sido aquele
acidente um castigo de Deus; outros, vendo-o em tão lamentável situação, julgavam que chegara
o fim de seus dias; apenas um conservava uma firme esperança no coração:
— Titio, o senhor está sofrendo muito. Jesus também sofreu… – disse José junto à cama
do enfermo – O senhor pode ficar curado: se fizer as pazes com Deus e voltar a comungar, tenho
certeza de que vai ficar bom!
— Menino, pare de dizer asneiras, não vê em que situação estou? – respondeu-lhe Sebastião
com rispidez.
Depois de muito insistir, o pequeno se utilizou de seu último recurso:
— Está bem. – disse ele – Entretanto, tenho aqui uma estampa de Nossa Senhora com seu
Filho, Jesus. Vou deixar com o senhor esta noite e só lhe peço que olhe para Ela…

Quando chegou ao chão, Sebastião estava muito ferido e não conseguia mover as pernas…

Ao voltar para casa, José estava muito confiante na intercessão materna de Maria
Santíssima.
Se a primeira notícia causara surpresa, a segunda espantou toda a aldeia: Sebastião chamou
o sobrinho e pediu que lhe trouxesse um padre, pois queria se confessar! José não cabia em si de
felicidade! E apressou-se em atender o pedido do tio. Assim que o padre se retirou, entrou saltitante
em seus aposentos e o encontrou chorando como uma criança!
— José, meu sobrinho querido, venha aqui. Você não sabe o bem que me fez! Nesta noite
sonhei com Nossa Senhora. Ela tinha a fisionomia da estampa que você me deu. Dizia que me ama
muito e queria que eu voltasse ao bom caminho. Quando acordei, senti um vivo arrependimento

96
de todos os meus pecados e do quanto fui mau! Agora, depois de ter-me confessado, gostaria muito
de receber a Sagrada Comunhão.
Ainda estavam conversando quando o padre regressou, trazendo desta vez o Santíssimo
Sacramento para aquele pobre homem enfermo e arrependido.
Sebastião estava muito emocionado! E ao receber, depois de tantos anos, o Corpo, Sangue,
Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, suas faces ficaram coradas e seu semblante
mudou completamente. Seu rosto, antes abatido e pálido, tomou nova vitalidade. A Sagrada
Eucaristia havia sido o melhor remédio que tomara desde o acidente, pois lhe fazia recobrar a força
e o ânimo.
Ele rezou um pouco de cabeça baixa. Depois esboçou um ligeiro sorriso, levantou-se da
cama e pôs-se de pé.
— Milagre! Milagre! Mamãe, o tio Sebastião está curado! – exclamou José – Foi Nosso
Senhor quem o curou!
Sebastião começou a caminhar e ajoelhou-se diante da estampinha da Virgem Maria que
seu sobrinho lhe havia dado na noite anterior e que ainda estava posta sobre seu criado-mudo.
Tomado de emoção, agradecia ele o ter recuperado a saúde do corpo e, mais ainda, a da alma!

Ajoelhado diante da estampa que seu sobrinho lhe dera, Sebastião agradecia emocionado o ter recuperado a saúde de
corpo e alma

A fé do pequeno José mostrou a todos como ela é capaz não só de mover montanhas, como
disse Jesus no Evangelho, mas de abrandar os corações mais endurecidos!
(Revista Arautos do Evangelho, julho/2017, n. 187, p. 46 a 47)

97
Seguir as orientações anteriores de interpretação de texto.
Esta atividade será feita oralmente.
Perguntar: (podem ser feitas outras perguntas...)
- Qual é o título da história?
- Quem são os personagens que aparecem?
- O que você aprendeu com esta história?

REGISTRO DE LEITURA

No último dia de cada semana a criança deverá escolher uma das histórias lidas para fazer um
registro de sua leitura. Isso deverá ser feito em um caderno meia pauta ou em uma folha de
papel sulfite (explicação no início da apostila). Para isso, o estudante deve:
1- Escolher uma das histórias lidas da semana.
2- Tentar recontar a história com suas palavras. Caso esteja muito difícil, ele pode receber
ajuda. Essa ajuda deve fazer com que ele pense e lembre dos fatos da história, organizando as
ideias.
3- Ilustrar uma cena da história que mais gostou.
4- Fazer o registro escrito, colocando: o título da história e escolher uma pequena frase que lhe
chamou a atenção para copiar.

Exemplo de registro no caderno meia pauta

Registre no Caderno

Atividade 1
Registro de Leitura (explicação acima).

98
Atividade 2

DITADO: Diferença do som entre T/D (há sempre um pouco de confusão referente ao som destas
letras). Dite as palavras abaixo, retiradas do texto, para que a criança as escreva no caderno,
depois as leia e faça a correção. Na leitura de cada uma peça-lhe que ressalte o som /t/ ou /d/.
DONA
TEMPO
DIZIA
TITIO
TANTO
DIVINDADE

Memorizando...

Para esta semana, memorizar:


AMONTOADOS NA CABINE.
DORMIR? NEM PENSAR.
MEIA-NOITE E A TEMPESTADE,
PERIGO EM ALTO-MAR.

NO INVERNO, AS TORMENTAS
DESTROEM E NÃO DEIXAM RASTRO.
É UM PAVOR QUANDO O CAPITÃO GRITA:
- VAMOS PERDER O MASTRO.

Registre no Caderno

Atividade 3
1 - LEITURA: Escreva as frases abaixo na lousa. Não lhe diga o que está escrito. Peça que ela
tente ler cada uma.

-CONTIGO VOU ANDAR.

-SANTO É O SENHOR.

-SEJAM VIGILANTES.

-RECEBERÃO CEM VEZES MAIS.

99
-EU VENCI O MUNDO.

-DEEM ÀQUELE QUE PEDE.

-ESCUTE SEUS MANDAMENTOS.

-AMEM SEUS INIMIGOS.

-EU VIM PARA OS DOENTES.

-OS MANDAMENTOS NÃO SÃO PESADOS.

2- Depois que ela fizer a leitura das frases, peça-lhe que escolha duas e as copie no caderno,
circulando onde aparece os sons /am/ /em/ /im/ /om/ /um/.

~†~

100
Semana 3

Dia I
Oração inicial

Leitura

“Pedras vivas da Igreja”

E
M meados da primavera, todas as famílias daquela pitoresca aldeia alpina se encontravam
reunidas junto à capelinha do lugar, tão pequena que mal conseguia abrigar algumas
dezenas de pessoas. Na última Semana Santa nascera na alma de seus piedosos aldeães o
desejo de substituí-la por uma igreja de tamanho maior, na qual o povoado inteiro pudesse
participar da Santa Missa e Nosso Senhor Sacramentado fosse acolhido mais dignamente.
Naquele dia, o pároco reunira a comunidade para dividir as funções da construção: os
homens trabalhariam e assentariam as pedras; os jovens começariam a reunir a madeira necessária
para as traves do teto; as donas de casa pintariam e envernizariam portas e janelas, ocupando- se
também de conseguir os vidros e vitrais; e as crianças ajudariam no que estivesse a seu alcance,
obedecendo a seus respectivos pais.
Passaram-se os dias e os meses. Os habitantes do lugarejo, cheios de entusiasmo, viam as
paredes da nova igreja se levantarem e aguardavam, com indizível alegria, sua inauguração.
Não obstante, a nuvem da provação ia abater-se sobre eles… decorrido quase um ano
desde o início das obras, chegava-lhes uma terrível notícia: o rei emitira um decreto, vetando a
edificação de qualquer recinto sagrado.
A tristeza dominou o povo, que ouvira desconcertado a mensagem do soberano. A energia
e o ânimo, que até aquele momento os dominavam, pareciam tê-los abandonado. Ninguém sabia
como reacender a tocha do entusiasmo anterior; nem mesmo o pároco encontrava palavras para os
consolar…
Depois de uns minutos de profundo silêncio, levantaram-se as vozes indignadas de Ana e
João, os dois vivazes gêmeos, filhos do Sr. Fernando, o catequista:
— Podem chegar este e muitos outros decretos proibindo construir igrejas, nós, porém,
vamos continuar com a nossa! – exclamou João.
— Este edifício reflete algo que está em nosso interior – completou Ana – Não nos disse o
pároco no último domingo que todos somos pedras vivas que compõem a Igreja?
— Isso mesmo! Pedras vivas! – retrucou João – Podem proibir a construção de igrejas de
pedra, mas ninguém poderá nos impedir de continuar construindo e adornando a Igreja que está
viva em nós!
As afirmações daquelas almas inocentes reanimaram o povo e acabaram, também,
retumbando nos ouvidos do rei…

101
Com a anuência do pároco e confiando na ajuda da Divina Providência, os aldeães
decidiram continuar os trabalhos na surdina. As paredes já haviam sido levantadas e o telhado
estava quase pronto. Era possível concentrar esforços no acabamento interno, sempre mais
discreto. Além disso, a localização do povoado, incrustado nas montanhas e longe dos principais
caminhos, permitia-lhes avançar sem chamar a atenção.
Enquanto os adultos retomavam com afinco suas tarefas, as crianças, cheias de ardor pelas
palavras de Ana e João, tomaram sobre si a missão de rezar sem descanso. E foi o que fizeram!
Os dois gêmeos reuniram os meninos da aldeia e João lhes disse em tom solene:
— Não aprendemos no catecismo que uma das principais funções dos Anjos é a de ser
mensageiros? Nossos Anjos da Guarda têm um poder extraordinário e querem nos ajudar.
— Só que, para isso – acrescentou Ana –, é preciso que peçamos seu auxílio. Se não o
fizermos, eles vão ficar de braços cruzados… tenho uma ideia!
A partir de então, João, Ana e os outros pequenos do lugar pediram incansavelmente a seus
Anjos da Guarda para repetir nos ouvidos do rei uma frase: “Podem proibir a construção de igrejas
de pedra, mas ninguém poderá nos impedir de continuar construindo e adornando a Igreja que está
viva em nós!”
Corria o tempo e o empenho com que eles rezavam dava forças ao povo para continuar a
obra. Contudo, as inocentes orações infantis tinham também um efeito invisível sobre os Anjos,
que não cessavam um só instante de influenciar o rei…
Sem ninguém mencionar- lhe o tema, o soberano começou a sentir um doloroso aguilhão
na alma… A proibição de construir edificações sagradas que decretara pesava sobre sua
consciência, mais do que as pedras necessárias para construir todas as igrejas do reino!
Foi assim que instigado, sem o perceber,
pelas benfazejas vozes angélicas, o monarca se
arrependeu profundamente da falta cometida e, como
reparação por ela, promulgou um novo decreto
revogando o anterior, outorgando, ademais,
benefícios e privilégios para quem quisesse construir
um novo templo no seu reino.
A alegria tomou conta dos habitantes da
aldeia! Com mais presteza ainda avançaram em seus
trabalhos e, num abrir e fechar de olhos, terminaram
o que faltava para deixar pronta a nova edificação!
Afinal chegou o dia previsto para a
inauguração. O simbolismo da cerimônia que em
breve ia começar consolava e comovia os fiéis, e em
muitas fisionomias emocionadas rolavam algumas
lágrimas, enquanto aguardavam a entrada do
celebrante.
Qual não foi a surpresa dos presentes quando, Pouco antes de se iniciarem os ritos sagrados,
viram entrar pelo fundo da igreja a inconfundível
pouco antes de se iniciarem os ritos sagrados, viram figura do rei.

102
entrar pelo fundo da igreja a inconfundível figura do rei. Vinha, entretanto, a pé, com um séquito
muito reduzido e ar penitente. Tão arrependido estava de ter assinado aquele decreto da proibição,
que decidira participar pessoalmente da primeira Missa na primeira igreja que fosse erigida em
seus domínios. Queria dar o testemunho de sua fé, com fervor renovado. Ele pediu a palavra e
disse:
— Depois de ter proibido a construção de igrejas, não tive um instante de paz. Dia e noite
ouvia como que vozes a me dizer: “Podem proibir a construção de igrejas de pedra, mas ninguém
poderá nos impedir de continuar construindo e adornando a Igreja que está viva em nós!” Eram,
sem dúvida, os Anjos ou talvez algum dos meus piedosos antepassados, recriminando minha
atitude…
Neste momento, um sorriso se delineou nos lábios de João, de Ana e das outras crianças: a
missão que eles tinham encomendado a seus Anjos da Guarda havia sido cumprida da melhor
forma possível! E todos puderam compreender como, de fato, somos pedras vivas da Igreja!
(Revista Arautos do Evangelho, junho/2017, n. 186, p. 46 a 47)

Para as próximas atividades, seguir as orientações anteriores de interpretação de texto.


Esta atividade será feita oralmente.

Perguntar: (podem ser feitas outras perguntas...)


- Qual é o título da história?
- Quem são os personagens que aparecem?
- O que você aprendeu com esta história?

Registre no Caderno

Atividade 1

DITADO: Diferença do som entre F/V (há sempre um pouco de confusão referente ao som
destas letras). Dite as palavras abaixo, retiradas do texto, para que a criança as escreva no
caderno, depois as leia e faça a correção. Na leitura de cada uma, peça-lhe que ressalte o som
/f/ ou /v/.

FAMÍLIA
VIDA
VETANDO
VIVA
FOI
VOZES
FIÉIS

103
Memorizando...

Para esta semana, memorizar:


NOS CALAMOS, COM MEDO.
ATÉ MESMO OS MAIS FORTES!
O MAR RUGIA, E AS ONDAS
CONVERSAVAM COM A MORTE.

SENTADOS NA ESCURIDÃO,
CADA QUAL COM SUAS PRECES.
- É O FIM! – DIZ O CAPITÃO,
E OS MARUJOS ESTREMECEM.

Atividade 2 – AR / ER / IR / OR / UR

1 - Relembre a criança que na semana anterior ela aprendeu a leitura das sílabas com: (escreva
na lousa para que ela diga):

AM EM IM OM UM
AN EN IN ON UM

Em todos estes casos temos uma vogal seguida de N ou M. Peça que ela aponte no quadro
as vogais. Explique-lhe que agora ela aprenderá outro som, que também será formado pelas
vogais, mas agora seguido do som /r/.

2 - Primeiro, diga para a criança:


- Escute estas palavras:
CATA – CARTA

- Percebe que na segunda palavra existe um som a mais no meio? Peça que ela repita as
palavras.
Agora diga-lhe:
-Vamos pensar em todos os sons destas palavras. Comece por CATA. Segmente
oralmente seus fonemas;
- /k/ /a/ /t/ a/
- Temos aqui quatro sons. Agora a palavra carta:
- /k/ /a/ /r/ /t/ /a/

104
Ajude a criança a perceber o som /r/ no meio – na leitura ele fica emendado ao som da vogal,
mas queremos que ela perceba que existe uma diferença no som, pela presença da letra R.
Agora, peça que a criança diga as letras que representam os sons que ela acabou de segmentar,
para que você as coloque na lousa:

CATA – CARTA
• Mostre-lhe nas palavras escritas que a diferença está no acréscimo da letra R. Diga:
- Veja, o som “/ar/” é formado pela vogal A e a consoante R. Peça que ela repita:
O som “/ar/” é escrito pelas letras AR.

3 - Dê outro exemplo agora. Diga-lhe:


- Escute as palavras:
EVA – ERVA

- Percebe que na segunda palavra existe um som a mais no meio? Peça que ela repita as
palavras.

Agora diga-lhe:
-Vamos pensar em todos os sons destas palavras. Comece por EVA. Segmente oralmente
seus fonemas:
- /e/ /v/ /a/
- Temos aqui três sons. Agora a palavra erva:
- /e/ /r/ /v/ /a/
Ajude a criança a perceber o som /r/ no meio – na leitura ele fica emendado ao som da vogal,
mas queremos que ela perceba que existe uma diferença no som, pela presença da letra R.
Agora, peça que a criança diga as letras que representam os sons que ela acabou de segmentar,
para que você as coloque na lousa:
EVA – ERVA

• Agora, mostre-lhe nas palavras escritas que a diferença está no acréscimo da letra R.
Diga-lhe:

- Veja, o som “/er/” é formado pela vogal E e a consoante R. Peça que ela repita:
- O som “/er/” é escrito pelas letras ER.

105
4 - Diga para a criança:
- Agora escute estas palavras:
VI - VIR

- Percebe que na segunda palavra existe um som a mais, mas agora no final da palavra?
Peça que ela repita as palavras.
Agora diga-lhe:
-Vamos pensar em todos os sons destas palavras. Comece por Vi. Segmente oralmente
seus fonemas:
- /v/ /i/
- Temos aqui dois sons. Agora a palavra carta:
- /v/ /i/ /r/
- Agora temos três sons. Um som a mais. Qual é o som?

Ajude a criança a perceber o som /r/ no final – na leitura ele fica emendado ao som da
vogal, mas queremos que ela perceba que existe uma diferença no som, pela presença da letra
R.
Atenção: às vezes acontece, numa fala corrente, de o R final da palavra não ser pronunciado.
Isso também ocorre por mudanças regionais da linguagem. Essa omissão da consoante R ocorre
em algumas formas verbais no infinitivo, como em dá, em vez de dar. Por isto, é importante
ressaltar o som final no momento da grafia.

Peça que a criança diga as letras que representam os sons que ela acabou de segmentar,
para que você as coloque na lousa:
VI - VIR

• Mostre-lhe nas palavras escritas que a diferença está no acréscimo da letra R ao final.
Diga-lhe:
- Veja, o som “/ir/” é formado pela vogal I e a consoante R. Peça que ela repita:
O som “/ir/” é escrito pelas letras IR.

5 - Diga para a criança:


- Escute estas palavras:
COPO - CORPO

106
- Percebe que na segunda palavra existe um som a mais? Ele está no começo, meio ou
final? Peça que ela repita as palavras.
Agora diga-lhe:
-Vamos pensar em todos os sons destas palavras. Comece por COPO. Segmente
oralmente seus fonemas:
- /k/ /o/ /p/ /o/
- Temos aqui quatro sons. Agora a palavra CORPO:
- /k/ /o/ /r/ /p/ /o/
- Agora temos cinco. Um som a mais. Qual é o som?

Ajude a criança a perceber o som /r/ no meio – na leitura ele fica emendado ao som da
vogal, mas queremos que ela perceba que existe uma diferença no som, pela presença da letra
R.

Agora, peça que a criança diga as letras que representam os sons que ela acabou de
segmentar, para que você as coloque na lousa:
COPO - CORPO
• Mostre-lhe nas palavras escritas que a diferença está no acréscimo da letra R. Diga-lhe:
- Veja, o som “/or/” é formado pela vogal O e a consoante R. Peça que ela repita:
O som “/or/” é escrito pelas letras OR.

6 - Diga para a criança:


- Escute estas palavras:
UNA - URNA

- Percebe que na segunda palavra existe um som a mais? Percebe que agora ele está no
início? Peça que ela repita as palavras.
Agora diga-lhe:
-Vamos pensar em todos os sons destas palavras. Comece por UNA. Segmente oralmente
seus fonemas:
- /u/ /n/ /a/
- Temos aqui três sons. Agora a palavra URNA:
- /u/ /r/ /n/ /a/
- Agora temos quatro. Um som a mais. Qual é o som?

107
Ajude a criança a perceber o som /r/ na sílaba inicial – na leitura ele fica emendado ao
som da vogal, mas queremos que ela perceba que existe uma diferença no som, pela presença
da letra R.

Agora, peça que a criança diga as letras que representam os sons que ela acabou de
segmentar, para que você as coloque na lousa:
UNA - URNA

• Mostre-lhe nas palavras escritas que a diferença está no acréscimo da letra R. Diga-lhe:
- Veja, o som “/ur/” é formado pela vogal U e a consoante R. Peça que ela repita:
O som “/ur/” é escrito pelas letras UR.

Atividade 3

Retome com a criança - Temos então 5 vogais:


AEIOU
Quando elas são seguidas da consoante R temos os sons:

AR ER IR OR UR

Eles podem aparecer no começo, meio ou final de palavras. Agora, escreva as palavras abaixo
para que a criança as copie no caderno e faça a leitura:

PALAVRAS COM AR – ER – IR – OR − UR

ARMÁRIO
ORDEM
ERVILHA
BARCA
CERCA
COMER
IRMÃO
CIRCO
FALAR

108
URSO
DORMIR
ABAJUR
TORTA
CURVA

Ao fazer a leitura de cada palavra, peça que ela grife onde aparecem os sons AR – ER – IR –OR-
UR.

~†~
109
Dia II
Oração inicial

Leitura

“Uma luz salvadora...”

P
ETER era um menino que gostava de contemplar o céu estrelado, os pores do sol e os
raios nas tempestades. Nascera no seio de uma família muito católica, numa aldeia
conhecida por seus altos penhascos e frondosos bosques, entre os quais costumava
caminhar e brincar. Comprazia-lhe imaginar os Anjos a governar os elementos da natureza, como
havia aprendido nas aulas de catecismo.

Peter era um menino que gostava de contemplar o


céu e os pores do sol.

Numa aprazível manhã de primavera, enquanto passeava entre as árvores, sentiu uma forte
inspiração, decerto angélica, e fez a promessa de rezar diariamente, por toda a sua vida, três Ave-
Marias a mais: uma pedindo a Nossa Senhora que o protegesse; outra a São José, suplicando-lhe
que o guardasse na hora de sua morte; e a terceira a seu Anjo da Guarda, para que o livrasse de
desviar-se do caminho do bem.
Com o passar do tempo, todavia, Peter foi-se deixando levar pela má influência de outros
meninos e seu relacionamento com o sobrenatural acabou por esfriar-se. Aos dezoito anos já havia
abandonado os Sacramentos e deixara de ir à Missa, mas não perdera o costume de rezar as três
Ave-Marias de sua promessa.
Por essa época, o país entrou em guerra e logo se tornou urgente reforçar com voluntários
seu debilitado exército. Um vistoso pelotão de recrutamento passou pela aldeia de Peter,
convidando todos os jovens a unir-se a eles, prometendo fama e poder a quem se alistasse. O rapaz
não duvidou daquela sedutora proposta e partiu com as tropas.

110
Entre outras qualidades, Peter possuía um raro talento para orientar-se em lugares difíceis
e uma grande capacidade de liderança. Foi posto à frente do seu pelotão e não tardou em ascender
a capitão. Comandava uma valente companhia, que muito se distinguira em renhidas batalhas, e
com o crescimento de seu prestígio militar, seu orgulho ia também aumentando. Entretanto, no
fundo de seu coração sentia um vazio que parecia sufocá-lo…
Certo dia, estando no fragor de uma terrível batalha, o jovem oficial se viu em enorme
apuro: sua unidade estava rodeada pelos inimigos. A situação era tão precária, que não cabia outro
remédio senão furar o cerco à noite, fugir sem serem vistos e alcançar sigilosamente o corpo do
próprio exército. Isto, porém, equivalia a reconhecer um vergonhoso fracasso. A fama de brilhante
militar que Peter alcançara sofreria um baque tremendo… pela primeira vez não teria conseguido
realizar com êxito uma missão que lhe fora encomendada.
A arrogância venceu-lhe a razão! Abafando a voz da consciência decidiu fazer uma
manobra diferente e temerária, para o que ordenou:
— Avancemos! Entremos pelo bosque e cerquemos o inimigo pelas costas. Talvez todos
morreremos sem glória e sem obter nenhum proveito para nossa pátria, mas ninguém poderá dizer
que fomos covardes.
Julgando-se exímio conhecedor do campo de batalha, embrenhou-se com seu esquálido
esquadrão por íngremes atalhos. A floresta ia se tornando mais espessa conforme caminhavam.
Ao cair da noite, estavam completamente perdidos! E não tinham uma bússola sequer para se guiar
ou lanterna para iluminar o sendeiro. Era impossível sair dali…
Parado na obscuridade e sem saber o que fazer nem que rumo tomar, Peter se recordou de
rezar as três Ave-Marias de sua promessa. O céu, de um azul-marinho aveludado e repleto de
estrelas, lembrava-lhe os passeios e orações que fazia quando era criança. Quantas saudades sentia
daquela época!
Ao terminar de rezar, um dos soldados que o acompanhava divisou um resplendor, sem
conseguir distinguir exatamente de onde provinha. Fatigado e temeroso, exclamou:
— Olhem para aquele lado! Uma luz se aproxima… deve ser o inimigo!
Alertados pela voz da sentinela, os soldados foram se agrupando sem fazer ruído, prontos
para repelir o ataque.
À medida que a luz se tornava mais forte, as sombras do bosque se desvaneciam,
permitindo ver as árvores com clareza. Nada no ambiente fazia pressentir um embate com o
inimigo. Os soldados, pelo contrário, sentiam-se inundados de inesperada paz.
De repente, Peter saiu correndo na direção de uma clareira e ajoelhou-se diante do que
parecia ser o foco daquela luz intensa e benéfica. Seus companheiros de armas se detiveram a uma
respeitosa distância, prevendo que algo de extraordinário estava para suceder.
Por uma graça mística, Peter viu diante de si uma Senhora, vestida com o escapulário do
Carmo e toda inundada de luz, trazendo no braço direito o Menino Jesus. Contudo, Ele não sorria
e virava-lhe o rosto! Parecia estar desgostoso com o comportamento deste arrogante militar, cuja
piedade na infância e juventude lhe havia dado tantas consolações.
Caindo em si, Peter começou a chorar. Entre prantos e soluços, exclamou:

111
— Que desgraçado sou! Fugi em busca de poder e fama e agora me sinto triste e vazio…
Perdoai-me, meu Senhor, por haver-me afastado de Vós! Maria Santíssima, tende pena deste
miserável que sou eu!
Cheia de compaixão, a Virgem Imaculada olhava para seu Divino Filho e Lhe dizia:
— Vede, meu Filho e Senhor, quão sincero é o arrependimento deste pecador! Não
gostaríeis de perdoá-lo, por amor a Mim?
Cativado pelas palavras da sua Mãe Santíssima, o Menino Jesus fez um nobre gesto de
assentimento e começou a sorrir. Ela então se voltou para Peter e disse:

Cativado pelas palavras da sua Mãe Santíssima,


o Menino Jesus começou a sorrir.

— Graças às três Ave-Marias que rezavas todos os dias, pude interceder para que meu
Filho Santíssimo te concedesse agora esta graça de conversão. Promete fazer uma boa Confissão
e não mais pecar contra Ele. Meu Filho e Eu estaremos a teu lado até a guerra terminar.
Nesse momento a luz desapareceu…
Peter contou o acontecido aos seus companheiros, que o escutavam extasiados. A seguir o
batedor da companhia retornou cheio de júbilo. Não estavam longe do grosso do exército. Uma
trilha discreta, bem escondida no meio das árvores, conduzia diretamente até ele.
Algumas semanas depois o exército venceu a guerra. Peter voltou totalmente mudado para
a aldeia. Fez-se ardentíssimo devoto de Nossa Senhora e passou o resto de sua vida dando
testemunho d’Aquela que não só lhe salvou de uma situação sem saída, como, com um admirável
ato de bondade, obteve a salvação de sua pobre alma.
(Revista Arautos do Evangelho, maio/2017, n. 185, pp. 46 a 47)

Seguir as orientações anteriores de interpretação de texto. Esta atividade será feita oralmente.

112
Atividade 1

DITADO: diferença do som entre P/B (há sempre um pouco de confusão referente ao som
destas letras). Dite as palavras e peça à criança que as escreva, leia-as e corrija-as. Ressalte
os sons iniciais /p/ /b/.

PETER
BEM
POSTO
BENÉFICA
PECADOR
BONDADE
PIEDADE

Atividade 2

1 - Escreva as palavras abaixo em uma lousa. Peça que a criança as leia. Depois, deverá reescrevê-
las, trocando as letras M ou N pela letra R, após a vogal, para formar uma nova palavra.

Ajude-a a perceber que mudará os sons, trocando uma letra. O que significa que mudará a
palavra.
Exemplo: vem – ver.
Na primeira palavra temos o som /em/ e na segunda /er/.

VEM - CONTE – CINCO – TEM – CONTO – BANCO – COM – ANDE – DOM –


COLAM - ANGOLA

2 - LEITURA: Escreva as frases abaixo na lousa. Não lhe diga o que está escrito. Peça que ela
tente ler cada uma. Depois que ela fizer a leitura da frase, peça-lhe que as copie no caderno e
prossiga para a leitura da próxima, fazendo o mesmo procedimento (leitura – cópia).

1. O AMOR É PACIENTE, O AMOR É BONDOSO.


2. EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA.
3. SE O SEU DOM É SERVIR, SIRVA. SE É ENSINAR, ENSINE.

113
Por fim, peça-lhe que circule de vermelho onde aparecer as letras que representam os sons
/am/ /em/ /im/ /om/ /um/ e com azul onde aparecer as letras que representam os sons /ar/ /er/ /ir/
/or/ /ur/.

Memorizando...

Para esta semana, memorizar:


NOS CALAMOS, COM MEDO.
ATÉ MESMO OS MAIS FORTES!
O MAR RUGIA, E AS ONDAS
CONVERSAVAM COM A MORTE.

SENTADOS NA ESCURIDÃO,
CADA QUAL COM SUAS PRECES.
- É O FIM! – DIZ O CAPITÃO,
E OS MARUJOS ESTREMECEM.

~†~
114
Dia III
Oração inicial

Leitura

“Uma ponte para o Céu”

A
PROXIMAVA-SE a solene festa de Primeira Comunhão no colégio das Irmãs da
Caridade. Apressavam-se as religiosas na confecção dos trajes das crianças e nos
bordados das toalhas e alfaias litúrgicas que seriam utilizados em tão importante
celebração. Muito ocupada e diligente, a bondosa irmã Estella preparava as crianças para o
Banquete Celestial. Ela podia se considerar uma mestra feliz: seus alunos mostravam-se zelosos e
entusiasmados pelas verdades da Fé, e a devoção refulgia em seus inocentes corações.
Um, porém, a contristava: Lucas, o mais travesso do grupo e muito preguiçoso no
cumprimento dos deveres. Apesar de ser piedoso e ter bom coração, ele passava o tempo todo
reclamando dos sofrimentos, incômodos ou aborrecimentos do dia a dia. De manhã, quando sua
mãe ia acordá-lo, enrolava-se nos cobertores e continuava dormindo. Intimado a levantar-se, fingia
com grande talento indisposições e moléstias que lhe angariassem alguns minutos extras na
cama…
Na escola, nunca apresentava os trabalhos com
pontualidade e fugia das provas sempre que podia. Para
evitar uma delas, chegou a simular uma misteriosa
paralisia muscular que lhe impedia de segurar o lápis
nas mãos… O professor decidiu, então, tomar-lhe a
lição oralmente. No entanto, foi uma tentativa frustrada,
pois ele aparentou sentir uma terrível dor nos joelhos
por ficar de pé durante a arguição, e queixou-se de
agudas pontadas na coluna quando recebeu ordem para
sentar-se!
Preocupada, irmã Estella resolveu expor suas
inquietações à madre superiora e, juntas, decidiram dar
ao teimoso jovenzinho um Crucifixo, pedindo-lhe que a
cada dia, antes de se deitar, meditasse no sofrimento de
Nosso Senhor durante a Paixão.
Naquela noite, Lucas foi se recolher antes do O professor decidiu tomar-lhe a lição
oralmente; no entanto, foi uma tentativa
habitual, tomou a imagem nas mãos e, pensativo, frustrada…
sentou-se na cama:
– O que devo fazer com esta Cruz? – perguntava-se, esquecido das instruções recebidas –
Irmã Estella não me explicou direito. E estou com muito sono…
Depositou com cuidado o Crucifixo no criado-mudo, recostou a cabeça no travesseiro e
adormeceu.

115
Em sonho, viu seus colegas se reunindo para uma excursão pelo bosque, a caminho de um
local onde lhes tinha sido preparado um estupendo banquete. Entretanto, para desfrutá-lo
precisavam vencer um desafio: todos deveriam carregar uma cruz de madeira ao longo do percurso.
Desejando que a sua fosse bem leve, Lucas espantou-se ao receber uma, a seus olhos, de tamanho
descomunal! Apesar de protestar teve que partir, e o fez arrastando os pés, resmungando a cada
passo.
Após algum tempo, revoltado com a própria sorte, sentou-se à beira do caminho para
recuperar as forças. Ao levantar os olhos, observou com inveja seus companheiros: alguns
conversavam animados, outros cantavam ou rezavam. “Devem ser leves aquelas cruzes” – pensou
– “Se fossem tão pesadas como a minha, não estariam tão contentes!”.
– Ah, já sei! – disse consigo – Cortarei um pouco suas pontas, para que fique menos
pesada… Assim poderei andar mais depressa!
Poucos minutos depois, ele havia serrado discretamente os extremos da sua cruz. Seguro
de que ninguém perceberia a trapaça, juntou-se aos amigos em alegre caminhada.
Contudo, ela continuava muito pesada… O esforço e o clima inclemente não tardaram a
deixá-lo de novo abatido. Seus companheiros o animavam a prosseguir, oferecendo-lhe água e
guloseimas, mas Lucas deixou-se cair à sombra de um bambuzal e ali ficou remoendo com
amargura seus queixumes. À sua vista passavam vários meninos com suas cruzes.
Alguns até escorregavam ou caíam sob o peso delas, todavia refaziam suas forças,
invocando o nome de Maria Santíssima, e seguiam a marcha.
Certo de que o tamanho de sua cruz ainda era exagerado, Lucas esgueirou-se entre os
arbustos e, bem escondido, cortou-lhe outros tantos centímetros.
– Ficou perfeita! – exclamou.
Orgulhoso de seu ardil, pôs-se a andar. Não obstante, quando a fadiga e a preguiça se apoderavam
dele novamente, repetia aquela ação. Pouco a pouco a cruz estava ficando menor.
No fim do dia, o grupo deparou-se com uma encosta íngreme que levava ao alto de uma
montanha. O cansaço e a irritação de Lucas foram tais que, sem pensar duas vezes, cortou mais e
mais os extremos da haste e da trave. E enquanto os colegas subiam com admirável agilidade, ele
ia penosamente arrastando o que lhe restava de cruz, agora com menos de um palmo de
comprimento…
Ao atingir o cume, um espetáculo maravilhoso se abriu diante de seus olhos: o céu parecia
tocar a Terra e, no horizonte, vislumbravam-se vales, montes e colinas, encimados por castelos e
majestosas fortalezas. Na montanha oposta, plantações e jardins entremeados de lagos reluziam
com incomparável beleza, os pássaros trinavam encantadoras melodias, sendo acompanhados por
jubilosos hinos entoados por crianças e Anjos que, exultantes, desfrutavam do banquete ao qual
haviam sido convidados. Os meninos pararam extasiados ante tão magnífica cena. Ao vê-los, os
comensais os chamaram para o bem-aventurado convívio.
Sem embargo, antes era preciso transpor um terrível precipício. Para fazê-lo, cada qual
devia deitar sua cruz, usando-a como uma ponte. Um a um, os meninos foram vencendo o perigoso
abismo. Lucas, atônito e paralisado, ouviu que alguém o chamava do outro lado:
– Venha! Só falta você! Use a cruz como ponte!

116
No entanto, ela ficara tão pequenina por causa
de suas artimanhas, que nem sequer podia dar um passo
sobre ela… Como iria atravessar?! Seu desespero e
tristeza foram tais, que despertou num mar de lágrimas!
No dia seguinte, bem cedo, Lucas aprontou-se e
foi correndo ao colégio à procura da irmã Estella,
segurando o Crucifixo entre as mãos. Ao encontrá-la,
contou-lhe o que havia acontecido no sonho e prometeu
nunca mais fugir nem reclamar dos sofrimentos e
contrariedades. Agradecido pelo bem que ela lhe havia
feito com o presente, disse:
– Agora compreendi que a Cruz é a única ponte
que me levará ao Céu!

(Revista Arautos do Evangelho, abril/2016, n. 172, pp. 46-47)

Oralmente:
Perguntar: (podem ser feitas outras perguntas)
- Qual é o título da história?
- Quem são os personagens que aparecem?
- O que você aprendeu com esta história?

Registre no Caderno

Atividade 1
1-Escreva na lousa as palavras abaixo. Peça que a criança as copie, acrescentando a letra R ao
final e depois leia-as, para descobrir a nova palavra:
1. DA
2. MA
3. DO
4. CAI
5. COME
6. BATE
7. CASA
8. AMO
9. CALO

117
Atividade 2

DITADO: Dite as palavras abaixo. Peça que a criança as escreva, leia-as e corrija-as reescrevendo
na frente (se houverem erros). Depois, peça-lhe que grife onde aparecem as letras que representam
os sons /ar/ /er/ /ir/ /or/ /ur/.

1. ÁRVORE
2. VERDE
3. FORTE
4. URSO
5. VIRTUDE
6. ORDEM
7. ANDAR
8. SAIR
9. ARMÁRIO
10. CAIR
11. CORTINA
12. CURSO
13. ERVILHA
14. MARTA
15. LER

Memorizando...

Para esta semana, memorizar:

NOS CALAMOS, COM MEDO.


ATÉ MESMO OS MAIS FORTES!
O MAR RUGIA, E AS ONDAS
CONVERSAVAM COM A MORTE.

SENTADOS NA ESCURIDÃO,
CADA QUAL COM SUAS PRECES.
- É O FIM! – DIZ O CAPITÃO,
E OS MARUJOS ESTREMECEM.

118
Dia IV
Oração inicial

Leitura

“Pequenos heróis da Eucaristia”

E
RA o primeiro dia da novena a Santo Anselmo, Bispo da Cantuária e grande Doutor da
Igreja, cuja festa se celebra em 21 de abril. A matriz do povoado encontrava-se repleta
de aldeões que juntos rezavam ao seu padroeiro:
— Santo Anselmo, intercedei por nós!
As orações, intercaladas por piedosas melodias, ecoavam no interior do templo, fazendo
estremecer o coração dos fiéis. Entre eles havia três crianças que tudo acompanhavam com enorme
fervor, enquanto se encomendavam ao santo Bispo, pedindo-lhe a graça que mais almejavam: fazer
a Primeira Comunhão. Eram eles: Leonardo, de sete anos, Filipe, de seis, e sua prima Beatriz,
também com sete anos.
Na véspera da solenidade, a novena seria mais cedo, para dar tempo à procissão de
percorrer todo o vilarejo. Os pequenos saíram ligeiros do colégio a fim de tomar um lanche rápido
no parque, antes de seguir para a matriz. Enquanto merendavam, Beatriz viu umas flores muito
bonitas e quis colher algumas para levar à cerimônia.
Ao aproximar-se, observou quatro homens
estranhos escondidos entre os arbustos. Falavam baixo,
olhavam ao redor, temerosos de estarem sendo
observados, e soltavam abafadas e sinistras gargalhadas.
A menina, então, escutou uma voz grave e rouca dizer:
— Esse tal de Anselmo é uma lorota inventada
pelo pároco! E a Eucaristia, uma mentira maior ainda.
Quando encontrem amanhã a igreja arrombada, saberão
que nada disso existe!…
— Não vai sobrar nem uma Hóstia para eles
comemorarem seu padroeiro! Vamos levar embora tudo
o que estiver no sacrário – continuava outro.
— Deixem de bobagens! – interveio o mais velho
– Ao invés de ficarem com comentários idiotas,
combinemos a que horas vai começar a “festa”.
Depois de uma breve discussão, alguém disse:
— Uma da madrugada! Neste horário estarão todos dormindo…
Os larápios concordaram e desapareceram. Beatriz estava imóvel, assustadíssima com o que
acabara de ouvir. Ao certificar-se de que estava só, correu para contar tudo aos primos.
Filipe não resistiu:

119
— Defendamos a Nosso Senhor Jesus Cristo! Seremos heróis da Eucaristia!
Leonardo, porém, era mais cauteloso:
— Não podemos fazer loucuras! Temos de avisar a alguém mais velho. Não seria melhor
falar com nossos pais?
— Leonardo, você não percebe? É uma oportunidade única para nós! Se defendermos o
Santíssimo Sacramento desses malvados, o pároco nos deixará fazer logo a Primeira Comunhão!
– retorquiu Filipe.
— Não, não, Filipe! – disse Beatriz – Não temos condições. O que são três criancinhas
diante de bandidos assim?
Filipe exclamou indignado:
— Com Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora do nosso lado, além de Santo
Anselmo, podemos fazer tudo! Como vocês podem duvidar?
Leonardo e Beatriz abaixaram a cabeça envergonhados… Por fim, Leonardo quebrou o
silêncio:
— Já sei! Façamos um exército de crianças.
Reunamos os nossos colegas que ainda não fizeram
a Primeira Comunhão e defendamos juntos Nosso
Senhor!
Após a unânime aceitação da proposta,
correram até a matriz, onde o povo já estava formado
para iniciar o cortejo. A toda pressa, começaram a
convocar, um por um, os integrantes do futuro
“exército mirim”, chegando ao número de dezesseis.
Todos ficaram cheios de contentamento por tão
inusitada incumbência!
— Que graça formidável Santo Anselmo nos
concede! – exclamava um.
— Defenderemos o próprio Deus! –
comentava outro. Aquelas inocentes crianças não se
preocuparam em conseguir algum instrumento
Uma das meninas mais novas que ali para se defender…

estavam, Sofia, de apenas cinco anos, advertiu com voz decidida:


— Mas, amigos, preparemo-nos! Pode ser que Nosso Senhor nos queira mártires!
Ao ouvirem tais palavras, os outros quinze se admiraram! Em suas mentes só viera a ideia
de defender Nosso Senhor Jesus Cristo, contudo não pararam para pensar que poderiam vir a
entregar suas vidas por Ele… Diante desta perspectiva, encheram-se de maior ânimo, enlevados
com a possibilidade de naquela noite voarem para os Céus!
Acabada a procissão, as crianças se congregaram para rezar diante do tabernáculo, a fim
de pedir forças e graças para o cumprimento da missão. Os pais e conhecidos observavam curiosos,
sem, todavia, nada lhes perguntar.

120
À meia-noite, saíram de casa escondidos, pé ante pé, pedindo aos seus Anjos da Guarda
que ninguém os visse, e se encontraram a dois quarteirões da igreja, para juntos se dirigirem até
lá. Filipe e Sofia, os menorzinhos do grupo, adentraram no templo por uma janela semicerrada e
abriram a porta da sacristia. Depois que o “exército” entrou, passaram de novo a trave e ficaram
esperando os criminosos, rezando diante do sacrário iluminado apenas pela lamparina.
À uma e dez da madrugada escutaram um ruído vindo da lateral direita. Com suas
ferramentas de assalto os bandidos arrombaram a porta e invadiram o santuário. Não viram
ninguém, pois os pequenos “soldados” ficaram agachados atrás do altar. Aquele infantil e valente
“batalhão” estava com o coração batendo aceleradamente. Alguns pensavam que logo seriam
mortos e sentiam-se já habitando no Paraíso!
Quando os patifes se acercaram do altar, todos pularam em cima deles. As almas inocentes
daquelas crianças nem se preocuparam em conseguir algum instrumento para se defender… tudo
o que tinham era a fé em Nosso Senhor e na intercessão de sua Mãe Santíssima, como também na
de Santo Anselmo.
Os facínoras estremeceram ao se depararem com tanta ousadia! Tomados pela surpresa e
pela raiva, começaram a espancar suas inocentes vítimas, mas o ruído e os gritos despertaram o
sacristão, que acendeu as luzes da igreja, fazendo com que os bandidos fugissem espavoridos,
sendo capturados pela polícia.
Várias crianças ficaram muito machucadas. Sofia, a mais atingida, teve de ser levada às
pressas para a casa do médico, onde passou por dolorosos curativos. Dir-se-ia que a tragédia tinha
se debruçado sobre elas e sobre suas famílias.
Entretanto, não foi bem assim… A festa de Santo Anselmo nunca foi tão alegre como
naquele ano, pois o heroísmo das crianças despertara o entusiasmo dos fiéis. Durante a Missa, elas
ocuparam os primeiros bancos, adornadas com faixas e curativos, que mais pareciam gloriosas
condecorações!
E no fim da celebração, antes de dar a bênção final, o pároco anunciou-lhes, como prêmio,
a tão esperada notícia: por terem dado mostras de tanta devoção e ardor eucarístico, os pequenos
heróis receberiam a Primeira Comunhão tão logo se restabelecessem.
(Revista Arautos do Evangelho, abril/2017, n. 184, p. 46 a 47)

Interpretando o texto: Esta atividade será feita oralmente.

Perguntar: (podem ser feitas outras perguntas)


- Qual é o título da história?
- Quem são os personagens que aparecem?
- O que você aprendeu com esta história?

121
Registre no Caderno

Atividade 1
Escreva na lousa as palavras abaixo e peça que a criança as leia e as copie. Em seguida,
peça que as reescreva na frente, acrescentando ÃO ao final, para formar uma nova palavra.

Exemplo: na – não.

1. NA-
2. CHÁ -
3. SALA -
4. BALA-
5. ANTA-
6. CARTA-
7. CAIXA-
8. VARA-

Atividade 2

Escreva as duas colunas abaixo na lousa. Peça que a criança leia as duas formas,
verificando qual delas possui a grafia correta e depois copie a forma certa.

1. SENTADO – SEMTADO
2. ÂNBULÂNCIA - AMBULÂNCIA
3. REZAN – REZAM
4. QUENTE – QUEMTE
5. VEMTO – VENTO
6. CAMPO – CANPO
7. TOMAN – TOMAM
8. SAMTO – SANTO
9. BANCO – BAMCO
10. LÂMPADA - LÂNPADA

122
Memorizando...

Para esta semana, memorizar:

NOS CALAMOS, COM MEDO.

ATÉ MESMO OS MAIS FORTES!


O MAR RUGIA, E AS ONDAS
CONVERSAVAM COM A MORTE.

SENTADOS NA ESCURIDÃO,
CADA QUAL COM SUAS PRECES.
- É O FIM! – DIZ O CAPITÃO,
E OS MARUJOS ESTREMECEM.

~†~

123
Dia V
Oração inicial

Leitura

“Um estranho visitante...”

É
inverno. A neve cai com suavidade naquela pequena cidade ao sul da Itália, cobrindo com
seu manto de inocência as casas e a vegetação. Pelas ruas, algumas crianças fazem guerra
de bolas de neve, enquanto os adultos as vigiam discretamente…
Próximo dali, no convento, os dias dos frades se sucedem como de costume: soa o sino,
realizam-se as refeições em conjunto, aproveita-se o tempo para meditação, trabalho e oração, e
também se lê bastante. Tudo isso numa atmosfera sobrenatural, cheia de fé e piedade.
Tal estado de espírito, todavia, teve seus períodos de altos e baixos, segundo contam os
religiosos. Nos primórdios da fundação ingressou no mosteiro um jovem chamado Luigi, que
andava meio relaxado em sua vida interior. Certo dia, ele recebeu a função de porteiro, o que lhe
impedia participar de quase todos os atos comuns.
Cada vez mais distante das santas cogitações a que convida a vida comunitária, não
encontrou nada melhor para passar o tempo do que ler um livro de História focado em tramas
políticas e assuntos frívolos, que em nada ajudava a elevar as vistas para o Céu.
Após algumas horas lendo um interminável relato de façanhas feitas por reis para aumentar
seus domínios, acirradas rivalidades entre nobres, visando satisfazer tão só seu egoísmo, e
intrincadas alianças entre governantes sequiosos de poder, o irmão porteiro foi interrompido por
lentos e fortes golpes da aldrava: alguém havia chegado. Pela solenidade dos toques, decerto
tratava-se de uma pessoa bem-educada…
Curioso por descobrir quem era o ilustre visitante, foi depressa recebê-lo:
— Pois não, senhor, o que desejais?
Tratava-se de um personagem incomum, vestido com roupas pesadas, escuras, porém
elegantes, parecidas às usadas há muito tempo… com o rosto sério, revelou ele, em poucas
palavras e num italiano perfeito, o motivo de sua vinda.
— Venho pedir encarecidamente que rezem por mim.
— Ah… É claro! Teríeis a bondade escrever vosso nome? – respondeu com solicitude
irmão Luigi – Mandarei entregá-lo a um sacerdote para que amanhã bem cedo inclua as vossas
intenções na Santa Missa.
O homem se reclinou com distinção sobre um móvel próximo e escreveu: Gilles-Gilbert
de Peyraud. Sem dúvida, não era italiano! E sua forma de se comportar parecia saída dos antigos
tempos…
O religioso procurou não exteriorizar seu espanto e logo encaminhou o pedido para um dos
sacerdotes da comunidade. Tendo feito isso, despediu-se do insólito visitante e voltou à sua leitura
com a imagem do aristocrata girando-lhe pela mente.

124
De súbito, algo lhe fez perder a cor… estupefato, não podia acreditar no que estava lendo!
Levantou-se, deixou o livro aberto sobre a mesa e ajoelhou-se diante de um Crucifixo próximo. O
que lhe causara tanto assombro? O que poderia haver de tão impressionante num simples livro de
História?!…
Neste momento passava por ali um frade que, ao notar a pálida fisionomia de seu
companheiro, correu ao seu encontro e perguntou-lhe o que havia acontecido. Irmão Luigi indicou
com um gesto o trecho do livro que estava lendo: “No meio daquela crítica situação, o rei teve de
lamentar a perda de uma das mais notáveis figuras de sua corte: Monsieur Gilles-Gilbert de
Peyraud, morto repentinamente durante a guerra…”.
Sem entender o espanto de seu companheiro, ouviu atento seu relato e os dois,
impressionados, decidiram contar tudo ao superior. No caminho, iam conversando:
— Meu Deus, meu Deus… – exclamou o irmão porteiro – Foi um nobre e agora é uma
alma do Purgatório! Apareceu-me para pedir orações…
— Por isso ele usava uma vestimenta tão diferente! E seu nome está em outro idioma…
Também, não é para menos: morreu há mais de um século!
Encontraram o padre superior, afinal, aos pés do Santíssimo Sacramento. Depois de ouvir
com atenção o ocorrido, convocou ele todos os sacerdotes e religiosos da comunidade e pediu que
rezassem por aquela pobre alma durante todo o período do Advento.
Os dias se passaram e o irmão Luigi parecia outra pessoa: rezava com fervor, dedicava-se
à meditação e sempre oferecia as Missas a que assistia pelos fiéis defuntos, seguro de que os véus
que separam nossas vidas terrenas do mundo sobrenatural são apenas as barreiras dos sentidos.
Contudo, uma dúvida o perturbava: teria o homem misterioso subido ao Céu? Ou ainda era
necessário rezar mais por ele?
Transcorrido o Advento e os júbilos do Natal, a vida comunitária voltou para sua abençoada
rotina. Inteiramente mudado, o jovem porteiro dedicava-se agora, nos intervalos do trabalho, a ler
escritos sobre a bem-aventurança eterna e o convívio entre os Anjos e Santos. No dia seguinte à
Solenidade do Batismo do Senhor, quando mais ensimesmado estava com sua leitura, veio-lhe de
novo ao pensamento a figura do ilustre ancião…
Desejoso de mandar celebrar mais Missas em sufrágio por sua alma, caso fosse preciso,
decidiu pedir um sinal que revelasse com clareza onde ele se encontrava. Mal havia terminado de
formular o pedido, ouviu a aldrava batendo de forma enérgica e solene… Um arrepio interior
tomou conta do religioso. Seria uma segunda visita da eternidade?
Caminhou pressuroso para ver quem era. Ao abrir a porta, não havia ninguém… Não
obstante, um perfume celestial suavíssimo se alastrou por todo o ambiente, inundando-o de uma
alegria calma, de uma paz indizível. Fora de si de contentamento, concluiu ser uma prova de que
seu novo amigo já estava no Céu! As orações de todos o haviam libertado! Logo correu a espalhar
a notícia pelo convento.
Ao cair da tarde, todos se reuniram na igreja para agradecer o acontecido. O singular
episódio serviu para afervorar o ânimo de certos monges que, como irmão Luigi, andavam um
pouco abatidos. Agora, ao invés de rezarem por Gilles, rezavam para ele! Uma vez que já gozava
do convívio com Deus, com Nossa Senhora e com todos os Bem-aventurados, poderia obter-lhes

125
inúmeras graças. A partir de então, aquele que antes era um estranho visitante tornou-se um fiel
intercessor da comunidade, que sempre o invocava pedindo diversos auxílios e favores.

Interpretando o texto: Esta atividade será feita oralmente.

Perguntar: (podem ser feitas outras perguntas)


- Qual é o título da história?
- Quem são os personagens que aparecem?
- O que você aprendeu com esta história?

Lembrando: no último dia da semana faremos o registro de uma leitura!

Registre no Caderno

Atividade 1- registro de leitura

1- Escolha uma das histórias lidas nesta semana. Faça a recontagem com suas palavras.
2- Faça uma ilustração.
3- Escreva o título e uma pequena frase que lhe chamou atenção.

Atividade 2

1 - Revisaremos agora o que foi aprendido esta semana. Faça colunas no caderno da criança como
as do exemplo abaixo:

AR ER IR OR UR

Dite as palavras abaixo e peça que ela escreva na respectiva coluna (seja o som no começo ou
meio).

126
DOR
VIRTUDE
ÚRSULA
ARCANJO
SURDO
BARCA
PERFUME
IRMÃO
AMAR
CURTO
SERMÃO
DORMIR
ORDEM
VERDE
SAIR

2 - Deverá ler e corrigir cada palavra. Depois, circular onde aparece os sons /ar/ /er/ /ir/ /or/ /ur/,
seja no começo, meio ou final.

Memorizando...

Para esta semana, memorizar:

NOS CALAMOS, COM MEDO.


ATÉ MESMO OS MAIS FORTES!
O MAR RUGIA, E AS ONDAS
CONVERSAVAM COM A MORTE.

SENTADOS NA ESCURIDÃO,
CADA QUAL COM SUAS PRECES.
- É O FIM! – DIZ O CAPITÃO,
E OS MARUJOS ESTREMECEM.

127
Semana 4

Dia I
Oração inicial

Leitura

“Alívio para um terrível remorso”

B
EM cedinho, ao bimbalhar dos sinos da matriz, Josefina correu para a Missa às escondidas
de Martim, seu esposo, que não tolerava nenhuma prática religiosa. Estava aflita, pois sua
filhinha, Mariana, ainda sem ter completado um ano de idade, padecia de uma misteriosa
doença, desconhecida para os médicos da vila. Deixara a menina com Gretel, a governanta, e pedia
muito a Jesus Sacramentado que pudesse logo batizá-la, pois, apesar da insistência dos parentes e
vizinhos, o orgulhoso e arrogante Martim não permitia que ela recebesse o Sacramento que a
tornaria filha de Deus.
Gretel era uma pessoa de fé e tentava ajudar Josefina em seu empenho, chegando a
oferecer-se para levar discretamente a criança até a paróquia enquanto o pai se encontrasse no
campo. A piedosa mãe a princípio não aceitou, pois se ele ficasse sabendo a mandaria embora de
imediato. A governanta, porém, arquitetou um meio de levá-la à igreja sem que o patrão soubesse,
com a anuência de Josefina.
Algumas semanas depois, a situação da menina se agravou e, sem poder resistir, ela partiu
para a eternidade. Sua mãe não tardou muito em acompanhá-la, vítima da mesma estranha
enfermidade.
Com o passar dos anos, Martim se afundava mais e mais no materialismo. Para ele a única
coisa que importava era o vinhedo que herdara da família de sua falecida esposa e a fabricação do
vinho. Não poupava esforços para fazer crescer a produção e, aparentemente, tudo corria da melhor
forma possível. Até que, certo dia, um dos empregados se apresentou dizendo:
— Senhor, venho da parte de todos os trabalhadores da vossa plantação comunicar-vos
uma péssima notícia: há mais de uma semana uma praga de insetos está devorando o vinhedo.
Tentamos exterminá-la de todos os modos possíveis, mas em vão, pois a cada tentativa continuam
a proliferar. Não sabemos o que fazer. Se a situação ainda se prolongar, a próxima safra estará
perdida.
Indignado, Martim mandou-lhe retornar ao campo e dar um jeito na questão, junto com os
outros, caso contrário seriam todos despedidos. Ao que o empregado respondeu:
— Senhor, sinto dizer… mas todos cremos tratar-se de um castigo mandado por Deus por
sua obstinação em estar longe d’Ele! Por isso lhe propomos algo: nós faremos à Santíssima Virgem
uma promessa, para que Ela nos auxilie e extirpe a praga. Com a condição de que, sendo atendidos,
o senhor volte à Religião Católica. O senhor aceita?

128
O patrão tomou as palavras do empregado como fruto da ignorância, não obstante decidiu
consentir. Concordando com a proposta feita, eles se manteriam entretidos e trabalhando
empenhadamente na vinha, e enquanto isso elucubraria uma solução científica para o problema.
Para ele, aqueles camponeses recorriam a superstições para explicar o que não entendiam, contudo
não faltariam agrônomos na capital capacitados para resolver qualquer problema, por grave que
fosse.
Dois dias depois, quando Martim se preparava para viajar a fim de se encontrar com um
desses especialistas, recebeu a visita de todos seus empregados. Exultantes, eles lhe diziam que
tinha de acompanhá-los à igreja para cantarem juntos o Te Deum. A praga havia desaparecido e
as uvas se multiplicaram prodigiosamente. Impunha-se encomendar logo mais cestas e contratar
mais braços para a colheita.
O incrédulo vinhateiro quis comprovar por si mesmo a veracidade das informações. Foi
correndo até seu campo e, depois de percorrê-lo inteiro, caiu de joelhos em terra, estarrecido.
Nunca vira nada assim: o que contemplava materializava os sonhos do mais exigente produtor.
Ouviram-se alguns soluços e, pouco depois, fortes batidas no peito. Em alguns instantes,
Martim pôs-se a chorar. Em voz alta pedia perdão à Santíssima Virgem por ter estado durante
tantos anos fechado à voz graça e, levantando-se, saiu em busca do pároco para reconciliar-se com
Deus.
Fez uma boa Confissão geral e tornou-se um católico fervoroso. Todavia, um problema lhe
aguilhoava dia e noite a consciência: onde estaria a alma de sua pequena Mariana, uma vez que
não lhe permitira ser batizada? Pensava aflito: “E se, por culpa minha, ela não pôde entrar no
Céu?”.
Não podendo mais aguentar o remorso, procurou um monge capuchinho com fama de
grande virtude, o padre Cristiano, e expôs-lhe seu caso. O piedoso sacerdote sugeriu-lhe que
rezasse com empenho pela alma da filha e assistisse a muitas Missas em sua intenção.
— Padre, como vou rezar por alguém que já faleceu há mais de cinco anos? O que poderia
Deus fazer, se tudo isso ficou no passado? – perguntou Martim.
— Meu filho, para Deus não há passado nem futuro. Na eternidade tudo é presente. Reze
por ela porque ainda há tempo.
Satisfeito com o conselho do sacerdote, ele voltou para casa. E, a partir daí, por vários anos
bombardeou os Céus com incessantes orações. Ia a inúmeras Missas durante a semana, e a todos
os clérigos ou religiosos que encontrava pelo caminho pedia orações pela alma da menina.
Um dia, Gretel foi visitá-lo. Martim ficou feliz ao vê-la, pois lhe recordava muito a Josefina
e Mariana, e lhe contou sua conversão. Com grande alegria a antiga governanta disse:
— Pois saiba que em todos esses anos rezava diariamente por sua conversão e vejo que Deus
ouviu minhas súplicas.
Depois de conversarem sobre temas diversos, ele lhe confidenciou a tremenda angústia que
conservava no coração.
— Não se preocupe senhor Martim, Mariana está no Céu gozando da visão beatífica e velando
por nós! Quem sabe não foi ela quem obteve a conversão de seu pai?

129
— Como a senhora pode ter certeza?
Não foi batizada…
Gretel explicou-lhe que, de
comum acordo com Josefina, ela levara
a menina à matriz para receber o
Sacramento alguns dias antes de sua
morte. E acrescentou:
— Quem sabe se isso não aconteceu
por causa das orações que o senhor fez?
Martim ficou fora de si de
contentamento! O padre Cristiano não
o enganara ao falar-lhe do valor
retroativo da oração. A partir de então
sua alma ficou em paz, e nunca mais se
“Padre, como vou rezar por alguém que já faleceu há mais de cinco
afastou de Deus e dos Sacramentos. anos?”

(Revista Arautos do Evangelho, fevereiro/2017, n. 182, pp. 46 a 47)

Interpretando o texto: Esta atividade será feita oralmente. Fazer perguntas ao estudante sobre a
história.

Registre no Caderno

Atividade 1 – AS / ES/ IS/ /OS/ /US/

1 - Relembre a criança que na semana anterior ela aprendeu (escreva na lousa para que ela diga)
AR ER IR OR UR

Em todos estes casos temos uma vogal seguida da consoante R. Peça que ela aponte no
quadro as vogais. Explique-lhe que agora ela aprenderá a escrita formada pelas vogais, mais
agora seguido do som /s/.

2- Faremos a mesma sequência de perguntas da semana anterior, pois nosso objetivo é que a
criança reflita sobre a escrita, perceba as mudanças dos fonemas nas palavras, e não apenas
decore sílabas.
Primeiro, diga para a criança:

130
- Escute estas palavras:
CATA – CASTA

- Percebe que na segunda palavra existe um som a mais no meio? Peça que ela repita as
palavras.
Agora diga-lhe:
-Vamos pensar em todos os sons destas palavras. Comece por CATA. Segmente
oralmente seus fonemas:
- /k/ /a/ /t/ a/
- Temos aqui quatro sons. Agora a palavra CASTA:
- /k/ /a/ /s/ /t/ /a/

Ajude a criança a perceber o som /s/ no meio – na leitura ele fica emendado ao som da
vogal, mas queremos que ela perceba que existe uma diferença no som, pela presença da letra
S. Agora, peça que a criança diga as letras que representam os sons que ela acabou de
segmentar, para que você as coloque na lousa:

CATA – CASTA
• Mostre-lhe nas palavras escritas que a diferença está no acréscimo da letra S. Diga-lhe:
- Veja, o som “/as/” é formado pela vogal A e a consoante S. Peça que ela repita:
O som “/as/” é escrito pelas letras AS.

3 - Dê outro exemplo agora. Diga:


- Escute as palavras:
RETO - RESTO

- Percebe que na segunda palavra existe um som a mais no meio? Peça que ela repita as
palavras.
Agora diga-lhe:
-Vamos pensar em todos os sons destas palavras. Comece por RETO. Segmente
oralmente seus fonemas:
- /R/ /e/ /t/ /o/
- Temos aqui quatro sons. Agora a palavra RESTO:
- /R/ /e/ /s/ /t/ /o
- Temos aqui cinco sons.

131
Ajude a criança a perceber o som /s/ no meio – na leitura ele fica emendado ao som da
vogal, mas queremos que ela perceba que existe uma diferença no som, pela presença da letra
S. Agora, peça que a criança diga as letras que representam os sons que ela acabou de
segmentar, para que você as coloque na lousa:
RETO - RESTO

• Mostre-lhe nas palavras escritas que a diferença está no acréscimo da letra S. Diga-lhe:

- Veja, o som “/es/” é formado pela vogal E e a consoante S. Peça que ela repita:
- O som “/es/” é escrito pelas letras ES.

4 - Diga para a criança:


- Agora, escute estas palavras:
MITO - MISTO
- Percebe que na segunda palavra existe um som a mais? Peça que ela repita as palavras.
Agora diga-lhe:
-Vamos pensar em todos os sons destas palavras. Comece por MITO. Segmente
oralmente seus fonemas:
- /m/ /i/ /t/ /o/
- Temos aqui quatro sons. Agora a palavra carta:
- /m/ /i/ /s/ /t/ /o/
- Agora temos cinco sons. Um som a mais. Qual é o som?

Ajude a criança a perceber o som /s/ no meio – na leitura ele fica emendado ao som da
vogal, mas queremos que ela perceba que existe uma diferença no som, pela presença da letra
S. Agora, peça que a criança diga as letras que representam os sons que ela acabou de segmentar,
para que você as coloque na lousa:

MITO - MISTO

• Mostre-lhe nas palavras escritas que a diferença está no acréscimo da letra S. Diga-lhe:
- Veja, o som “/is/” é formado pela vogal I e a consoante S. Peça que ela repita:
O som “/is/” é escrito pelas letras IS.

132
5 - Diga para a criança:
- Escute estas palavras:
POTE - POSTE
- Percebe que na segunda palavra existe um som a mais? Peça que ela repita as palavras.
Agora diga-lhe:
-Vamos pensar em todos os sons destas palavras. Comece por POTE. Segmente
oralmente seus fonemas:
- /p/ /o/ /t/ /e/
- Temos aqui quatro sons. Agora a palavra POSTE:
- /p / /o/ /s/ /t/ /e/
- Agora temos cinco. Um som a mais. Qual é o som?

Ajude a criança a perceber o som /s/ no meio – na leitura ele fica emendado ao som da
vogal, mas queremos que ela perceba que existe uma diferença no som, pela presença da letra
S. Agora, peça que a criança diga as letras que representam os sons que ela acabou de segmentar,
para que você as coloque na lousa:

POTE - POSTE

• Mostre-lhe nas palavras escritas que a diferença está no acréscimo da letra S. Diga-lhe:
- Veja, o som “/os/” é formado pela vogal O e a consoante S. Peça que ela repita:
O som “/os/” é escrito pelas letras OS.

6 - Diga para a criança:


- Escute estas palavras:
DEU - DEUS
- Percebe que na segunda palavra existe um som a mais? Percebe que agora ele está no
final? Peça que ela repita as palavras.
Agora diga-lhe:
-Vamos pensar em todos os sons destas palavras. Comece por DEU. Segmente oralmente
seus fonemas:
- /d/ /e/ /u/
- Temos aqui três sons. Agora a palavra DEUS:
- /d/ /e/ /u/ /s/
- Agora temos quatro. Um som a mais. Qual é o som?

133
Ajude a criança a perceber o som /s/ na sílaba final – na leitura ele fica emendado ao
som da vogal, mas queremos que ela perceba que existe uma diferença no som, pela presença
da letra S. Agora, peça que a criança diga as letras que representam os sons que ela acabou de
segmentar, para que você as coloque na lousa:
DEU - DEUS
• Mostre-lhe nas palavras escritas que a diferença está no acréscimo da letra S. Diga-lhe:
- Veja, o som “/us/” é formado pela vogal U e a consoante S. Peça que ela repita:
O som “/us/” é escrito pelas letras US.

Registre no Caderno

Retome com a criança - Temos então 5 vogais:


AEIOU
Quando elas são seguidas da consoante S temos os sons:
AS ES IS OS US
Eles podem aparecer no começo, meio ou final de palavras. Agora, escreva as palavras abaixo
para que a criança as copie no caderno e faça a leitura:

CABEÇALHO
PALAVRAS COM AS – ES – IS –OS- US

ÁSPERO ARTISTA
MÊS CASTIDADE
PARIS MASTIGAR
ESPÍRITO BUSCA
ROSTO ADEUS
ESTER MAS
MÍSTICA BOSQUE

Ao fazer a leitura de cada palavra, peça que ela grife onde aparecem os sons AS – ES – IS –OS-
US.

134
Memorizando...

Para esta semana, memorizar:


SUA FILHA PEGOU-LHE A MÃO
E SE PÔS A SUSSURRAR:
- ASSIM COMO ESTÁ NA TERRA,
DEUS NO MAR HÁ DE ESTAR!

DEMOS VIVAS À MENINA,


AGORA REANIMADOS,
E FOMOS ROMPER LINDO DIA
NO PORTO, A SALVO, ANCORADOS.

~†~

135
Dia II
Oração inicial

Leitura

“Aconteceu na Amazônia”

M
EU nome é Guido. Sou sacerdote e vivo num povoado da Amazônia, ao qual só é
possível chegar em barco, saindo de Santarém. Certa tarde, dessas nas quais o úmido
calor da floresta parece nos sufocar, encontrava-me recostado entre duas árvores, em
frente à igreja, tentando descansar, quando, de repente, senti a mãozinha de uma criança me
tocando o braço e ouvi:
— Padre, minha avó está muito mal… Seu corpo está perdendo as forças e quero que ela
receba os Sacramentos para poder entrar tranquila no Paraíso.
Meio transtornado me levantei, fui até o sacrário, recolhi uma partícula consagrada numa
teca e segui pela estrada, ou melhor, pela picada que a menina trilhava, em direção a outro vilarejo,
distante cinco quilômetros dali.
Durante o longo percurso, de tempos em tempos, a pequena rompia o silêncio com alguma
afirmação singular, revelando uma maturidade muito acima dos poucos oito anos que ela
aparentava:
— Se soubésseis, padre, como é aquele que portais nesta teca sagrada, vos emocionaríeis
de alegria…
Transcorrido certo tempo, ela deu um leve toque em minha mão, e com sua terna voz
infantil acrescentou:
— Sabeis, padre, que quando uma criança morre depois da Primeira Comunhão vai direto
para o Céu?
Eu pensava maravilhado: “Quem terá sido a catequista que deu a esta menina tão excelente
formação?”. Contudo não lhe dizia nada e escutava com boa vontade seus comentários, assentindo
afirmativamente com a cabeça.
Como eu fizesse sinal de apertar o passo, a pequena reclamou:
— Padre, padre, não corrais tanto! Falemos de Jesus. É muito bonito falar sempre d’Ele!
Ao ouvir isto, não pude me conter e perguntei:
— Menina, como podes saber tanta coisa em tão tenra idade?
Ela me disse:
— Ah! Diante de Deus não conta a idade, só a simplicidade e o amor. Jesus Se revela aos
pobres de espírito. E também aos grandes, quando se tornam como os pequeninos.
Neste momento fez-se um silêncio mais prolongado, e dentro de mim tudo não era senão
confusão. Passados alguns instantes ela indagou:

136
— Padre, estais contente de ser missionário?
— Sim, sim… ainda que me esteja custando muito esforço – confessei, meio encabulado.
Ela me respondeu:
— Se uma vocação não é seriamente praticada, é uma vocação fracassada…
Algo me impeliu a confidenciar-lhe minha provação:
— Quando parti da Itália para vir para cá em missão, estava cheio de entusiasmo. Meu
pároco fez soar os sinos do campanário como em festa, para agradecer o dom que o Senhor estava
dando à paróquia, e eu estava feliz por ter a alegria de me entregar por inteiro. Fiz uma longa
viagem e cheguei aqui, na Amazônia. Os primeiros contatos e o convívio entusiasmado entre os
missionários me animavam! Porém, depois… as dificuldades passaram a me pesar muito! Os
grandes e os pequenos problemas, as condições precárias, o clima, a alimentação, as pessoas e
mesmo minha comunidade se me tornaram enfadonhos. Numa tarde, até me dirigi à igreja, não
para rezar, apenas para perguntar a Deus: o que vim fazer aqui? Por que estou num lugar tão
difícil?…
A pequena se limitou a dizer:
— Sim, padre, como os hebreus resmungaram com Moisés: “Por que nos trouxeste a este
deserto?” …
Diante de comentário tão sábio e certeiro, exclamei:
— Como é possível que tenhas respostas tão superiores à tua idade?
Ela me retorquiu:
— Porque Jesus me instrui. E Ele me pediu para vos dizer que, em vossa vida, vós só
procurastes agradar a vós mesmo e a estima dos homens.
Fiquei como que petrificado e, à maneira de um relâmpago, vi passar diante de mim todas
as graças que recebi, correspondidas e não correspondidas, todos os encantos com minha vocação,
os enlevos com a vida religiosa…
Nisso, chegamos. A menina correu pelo jardim e desapareceu. Ao bater à porta, me abriu
uma senhora jovem, que perguntou:
— Padre, que deseja nesta casa?
— Senhora, me fizeram caminhar muitos quilômetros por difíceis trilhas para trazer aqui o
Viático. Não há em sua casa uma anciã que deseja recebê-lo?
— Ah, sim! Venha, padre, venha…
Uma pobre idosa se encontrava acamada e, ao ver-me, seu rosto se iluminou:
— Padre, quanto tempo o esperei!
Administrei-lhe os Sacramentos e ela dormiu profundamente. Pus-me a conversar um
pouco com a senhora jovem, que me disse estar revoltada contra Deus e, por isso, há muitos meses
não ia à Igreja.
Para desanuviá-la um pouco, comentei:

137
— A senhora precisa conversar com a menina que me acompanhou até aqui… Vou chamá-
la no jardim.
Irritada, ela desabafou:
— Não há nenhuma menina aqui! Havia uma… Mas fez a Primeira Comunhão e logo
depois Deus a levou, deixando-me triste e sozinha.
Tomou de cima da cômoda, então, uma foto e mostrou-a, dizendo tratar-se de sua falecida
filha. Ao me deparar com aquela figura, identifiquei a menina que me acompanhara durante todo
o trajeto! Caí de joelhos diante
daquele enorme mistério da graça,
lembrando-me de tudo o que a
pequena dissera, muitíssimo tocado.
A mãe também se emocionou
e pediu para se confessar,
prometendo, daí em diante, a nunca
mais faltar à Missa aos domingos e
dias santos de guarda.
Contente e meditativo voltei
para minha comunidade, a passos
lentos. Transcorridas algumas horas,
através de um mensageiro soube que
a anciã havia falecido. Ainda
ressoava em meus ouvidos aquela
voz infantil e cheia de ternura:
— Padre, quero que minha
avó receba os Sacramentos para
poder entrar tranquila no Paraíso.
(Revista Arautos do Evangelho, Ao me deparar com aquela figura, identifiquei a menina que
novembro/2016, n. 179, pp. 46 a 47) me acompanhara!

Interpretando o texto: Esta atividade será feita oralmente.


Fazer perguntas ao estudante sobre a história.

~†~

138
Registre no Caderno

Atividade 1
DITADO:
Dite as palavras abaixo, retiradas da história. Depois peça-lhe que leia cada uma e corrija-as se
necessário.

SACERDOTE
FESTA
MISTÉRIO
LENTOS
TEMPO
DOMINGOS

Atividade 2

1 - Dite a lista abaixo para que ela a escreva, leia-a e corrija-a. Antes de começar, peça que escreva
pulando uma linha entre uma palavra e outra.

QUIS
JESUS
ESPÍRITO
CASTELO
ROSTO
BISPO

2 - Ela deverá escrever embaixo de cada letra de cada palavra ditada a letra C para as consoantes
e a letra V para as vogais, conforme o exemplo abaixo:

JESUS
CVCVC

139
3 - Agora peça-lhe que escolha uma palavra da lista e crie uma frase simples. Ajude-a escolher
palavras com as sílabas que está aprendendo; em seguida, escreva a frase no caderno. Ela poderá
decorar com uma ilustração.

4 - Peça que ela escreva seu nome completo e verifique se possui alguma das sílabas complexas
que aprendeu neste volume e as circule. Depois, pense em nomes de seus familiares, amigos,
conhecidos, que possuem alguma das sílabas aprendidas e copie-os no caderno.

Exemplo:

ANTÔNIO - O SOM AN
BÁRBARA - O SOM AR
LAÍS - IS

~†~

140
Dia III
Oração inicial

Leitura

“Um sino à meia-noite!”

C
ORRIA o ano de 1793. Acampados numa clareira da floresta, os soldados da brigada
republicana aqueciam-se em torno da fogueira naquela noite de inverno. Apesar do frio
intenso estavam satisfeitos, pois no dia anterior, 23 de dezembro, em Savenay, próxima
do rio Loire, haviam derrotado o exército dos insurgentes: os camponeses das regiões da Vandeia
e da Bretanha. As autoridades de Paris, as mesmas que faziam funcionar a guilhotina nas praças
das principais cidades, decretaram a supressão dos ditos revoltosos e na batalha de Savenay tal
objetivo parecia ter sido alcançado.
Por isso as tropas vencedoras entregavam-se a festejos, regados com abundante aguardente.
Se apanhavam algum inimigo remanescente, aproveitavam para desforrar-se dele com desumano
requinte de maldade. Mas eis que um prisioneiro inesperado foi apresentado ao comandante
— Capitão, capturamos um combatente do exército da Vandeia! Ele diz ser ajudante de
campo de Henri de la Rochejaquelein, generalíssimo das hostes adversárias.
Sem deixar de aquecer as mãos junto ao fogo, o oficial levantou os olhos, nos quais luziu
rapidamente um fulgor sinistro:
— Trazei-o aqui! – exclamou.
Os dois soldados se afastaram para logo voltar trazendo aos empurrões um camponês
coberto de farrapos, com as roupas manchadas de barro e sangue, tendo as mãos atadas com uma
corda. Sobre sua camisa destacava-se uma efígie do Sagrado Coração de Jesus. Ao ver aquele
prisioneiro, tão jovem que parecia uma criança, o capitão soltou uma sonora gargalhada…
— Como te chamas? – indagou com desprezo.
— Yves – respondeu o menino sem se intimidar.
— E quantos anos tens?
— Catorze!
— Então, conta-me! O que fazias junto ao bando de revoltosos? E por que não ficaste em
casa com tua mãe?
— Há quase um ano que os sinos de minha paróquia não soam mais o Angelus, há muitos
meses que o nosso pároco se viu forçado a desaparecer para não ser morto! Não temos mais Missas
em nossa aldeia, nossa igreja está fechada, as imagens quebradas, os altares vazios, a Religião
proibida… Somos obrigados a nos esconder para recitar o Rosário ou cantar um Salmo! Achais
que tenho poucas razões para lutar? Foi isso – tão só isso! – o que me moveu a abandonar minha
mãe e meus irmãozinhos, meu lar e minha horta, para servir junto a meu senhor, Henri de la
Rochejaquelein. Eu ajudo a cuidar de seu cavalo, sua sela e seus arreios. Também o auxílio na
limpeza das armas, e disto me sinto muito orgulhoso!…

141
O militar teve que disfarçar a surpresa. Não esperava uma resposta tão convicta e ufana dos
lábios de um campônio. Um tanto abalado, quase comovido diante de tanta firmeza, disse em tom
mais suave:
— Vamos, tu és muito novo ainda! Não percas teu tempo! Tens um belo futuro pela frente!
Se fosses mais velho, mandaria fuzilar-te de imediato. Porém, em atenção à tua pouca idade, te
deixarei em liberdade, desde que jures não mais tornar à guerra e voltar para casa!
— É inútil! Aceitar vossa proposta seria para mim o mesmo que renegar minha Fé! Só
voltarei para junto de minha família quando nos devolverdes nossa igreja e nossos bons padres, e
nos permitirdes rezar em paz!
— Sabes que tenho poder para te matar agora?
— Minha vida já está oferecida a Jesus há muito tempo! De que me adiantaria viver se não
for para servi-Lo?
Desta vez, o capitão ficou visivelmente embaraçado: o olhar límpido daquele inocente o
incomodava. Não porque suplicasse clemência, senão porque parecia censurar o crime que ele
maquinava cometer.
Ao mesmo tempo, sucessivas recordações avolumavam-se em sua memória: viu-se criança
aprendendo a rezar a Ave-Maria; reviveu o dia de sua Primeira Comunhão e as inúmeras
experiências como coroinha em sua longínqua paróquia do sul da França! Quantos momentos de
felicidade que só a prática da Religião pode proporcionar!… Tal felicidade o pequeno Yves,
embora algemado como um vil cativo, a possuía.
Estava prestes a ceder… Entretanto, encontrou os olhares de seus subalternos que o fitavam
com insistência. Se fraquejasse, decerto seria por eles denunciado aos superiores por ter deixado
escapar um inimigo da pátria!
O medo, o apego à carreira apenas iniciada e o respeito humano gritaram mais alto em seu
coração endurecido pelo orgulho. Era preciso executar o jovem e tornava-se imperioso fazê-lo de
forma exemplar, para evitar que a tropa duvidasse de sua fidelidade à causa revolucionária.
Enraivecido contra si mesmo, sentenciou com voz cortante:
— Enforcai-o e acendei uma fogueira debaixo de seus pés!
Um murmúrio percorreu as fileiras dos milicianos. Eles, sempre tão cruéis, não esperavam
tal veredicto contra alguém que era quase um menino! Contudo, o efetuaram com prontidão.
Em poucos instantes Yves balançava-se no ar, respirando com dificuldade e encolhendo as
pernas sob o ardor das chamas que já começavam a queimá-lo!
— Meu Jesus! – exclamou num sussurro – Divino Filho de Maria, tende piedade de mim e
dai-me forças! Possa meu sangue ser-Vos agradável! Tudo eu Vos ofereço para que a Religião
volte a ser praticada…
A voz já lhe falhava e ele continuava:
— Que os sinos novamente repiquem no alto das torres…
Foi então que ocorreu o milagre: ao longe, mas nítido e cristalino, ouviu-se o bimbalhar de
um sino! Era meia-noite de 24 para 25 de dezembro e na aldeia próxima um punhado de fiéis,
desafiando as férreas proibições revolucionárias, celebrava o Natal… Apesar do perigo,

142
arriscavam a tocar aquele som argênteo que recordava uma verdade imortal: Jesus nasceu em
Belém para redimir os homens! Todos se entreolharam… não podendo mais resistir, o capitão
bradou com voz comovida:
— Soltai o menino!
Os guardas se apressaram em obedecer e o oficial disse a Yves:
— Corre! Vai-te embora depressa! Não podes perder a Missa do Galo!
Em meio à escuridão, sob o vento gélido que sacudia as árvores ressequidas, o rapazinho
se afastou em direção ao alegre repicar. Seu testemunho de fé e de amor, todavia, deixara uma
marca indelével nos corações daqueles rudes militares, como semente fecunda de eterna salvação.

Interpretando o texto: Esta atividade será feita oralmente.


Fazer perguntas ao estudante sobre a história.

Registre no Caderno

Atividade 1
1 - Peça que a criança copie no caderno, pense e complete:
JOÃO RIMA COM_______.
REZAR RIMA COM ______.
JESUS RIMA COM_______.
SALOMÃO RIMA COM_____.
FALAM RIMA COM _______.
DOER RIMA COM______.
CAIR RIMA COM______.

Atividade 2
2 - LEITURA: Escreva as frases abaixo na lousa. Não diga à criança o que está escrito. Peça que
ela tente ler cada uma. Depois que ela fizer a leitura das frases, peça-lhe que as copie no caderno
e prossiga para a leitura da próxima, fazendo o mesmo procedimento (leitura – cópia).
1. O AMOR TUDO ESPERA, TUDO SUPORTA.
2. POR QUE ME ABANDONASTES?

143
Memorizando...
Para esta semana, memorizar:

SUA FILHA PEGOU-LHE A MÃO


E SE PÔS A SUSSURRAR:
- ASSIM COMO ESTÁ NA TERRA,
DEUS NO MAR HÁ DE ESTAR!

DEMOS VIVAS À MENINA,


AGORA REANIMADOS,
E FOMOS ROMPER LINDO DIA
NO PORTO, A SALVO, ANCORADOS.

~†~

144
Dia IV
Oração inicial

Leitura

“Um jovem cheio de luz”

C
ORRIA tranquilo o ano de 1777 na pequena vila de Bouzillé, nos domínios dos senhores
de Bonchamps. Michel Pajot, de apenas seis anos, lá vivia no seio de uma família
fervorosamente católica, numa casa simples e aconchegante, embora não fosse rica.
A senhora Pajot, sua extremosa mãe, ensinara ao pequeno a tradicional oração a este
bondoso amigo de todas as horas: “Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador…”, e assegurava
ser São Miguel o seu padroeiro, de quem lhe havia tomado o nome, consagrando-o a ele desde o
nascimento. Todos os dias, antes de dormir, o menino se ajoelhava e repetia a prece. Em seu quarto
não se encontrava mais adorno que um belo quadro, presente da senhora de Bonchamps para sua
avó. Retratava uma criança que, ao atravessar uma ponte carcomida pelo tempo, punha seu pezinho
em uma das fendas da madeira, arriscando-se a cair num rio de tão forte correnteza que sua espuma
branca o cobria de margem a margem. Ao lado da criança, sorridente e prestativo, achava-se um
Anjo, pronto para socorrer seu protegido.

A senhora Pajot ensinara ao pequeno a tradicional oração a este bondoso amigo de todas as horas.

Decorrido o tempo, o quadro foi retirado do quarto de Michel, pois já não condizia com
sua idade. A partir de então, com frequência o rapazinho esquecia-se de rezar ao Anjo e o convívio
com seu protetor ficou nas brumas da infância.
Quando Michel contava 21 anos, a impiedade e a perseguição se espalharam por toda a
França, e o remoto povoado de Bouzillé não ficou alheio a elas. O sino da igreja emudeceu, as
crianças não mais acorriam à sacristia para receber o ensino elementar, e até tinham receio de ficar
brincando pelas ruas. Depois de sofrer muitas humilhações, o ancião e bondoso sacerdote da matriz
acabou sendo preso pelos jacobinos e levado da aldeia.
Numa manhã de domingo, pesaroso por não ter podido assistir à Missa na igreja paroquial,
transformada em armazém pelos revolucionários, Michel saiu de casa a fim de recolher algumas

145
batatas para o almoço. Preparava-se ele para deixar a horta, quando uma voz desconhecida o
chama:
– Jovem!
Virando-se, viu um homem de meia-idade. Vestia-se como um camponês, apesar de seu
sotaque não ser do campo…
– Estou de viagem, caminhei toda a noite e preciso repousar alguns instantes. Aceitar-me-
iam em sua casa?
Tal pedido não era esperado, muito menos nas circunstâncias do momento… Como dar
hospedagem a um estranho em época de tantos temores? Perguntou-lhe o rapaz:
– Quem é o senhor e de onde vem?
– Sou Pierre e venho dos arredores de Nantes – respondeu o desconhecido.
– E como vão as coisas por aquelas terras?
– Dias tristes e “céu nublado”…
Michel entendeu que o desconhecido empregava termos metafóricos. Por sua linguagem,
o homem não era adepto dos perigosos revolucionários. Quem sabe era um homem de Fé?
Respondeu-lhe no mesmo tom o jovem agricultor:
– Pois bem, meu amigo, aqui em Bouzillé o céu “promete chuva”, mas ainda temos réstias
de luz… Que tal procurarmos sombra dentro de casa?
Entrou com Pierre, que observou, sob uma imagem da Virgem, um pequeno papel no qual
estava escrito em letras quase infantis “Dieu et le roi – Deus e o rei”. Eram as intenções das orações
familiares: a glória de Deus e a libertação do monarca francês, recém-encarcerado pela revolução.
Indicando o altarzinho, o inusitado visitante disse:
– Sua família é bem católica, hein?
Michel mordeu os lábios e temeu revelar suas convicções ao desconhecido. Parecia boa
pessoa, no entanto, poderia ter sido enviado pelos jacobinos… Uma afirmação imprudente poderia
custar-lhe a vida!
– Não se preocupe – continuou Pierre -, hoje mesmo você poderá assistir a uma Santa
Missa. Pode me fornecer um pouco de vinho e pão?
Atônito, Michel não sabia o que dizer. Quem era aquele homem que prometia uma Missa,
se o pároco estava preso, segundo diziam, numa das infectas galeras de La Rochelle?
Diante de sua hesitação, o forasteiro abriu a bolsa e de lá tirou o material necessário para o
Santo Sacrifício: um pequeno cálice e uma patena dourados, alfaias litúrgicas simples, mas muito
limpas, uma estola bordada com cruzes e uma casula cuidadosamente dobrada. Não precisava mais
explicações. Chamou os pais e todos assistiram com suma piedade à Missa daquele sacerdote
fugitivo.
No momento da homilia, o padre Pierre dirigiu-se ao rapaz:
– Michel, não vim a esta casa por acaso. Viajava já em direção a Marselha quando um
jovem fora do comum começou a caminhar do meu lado. Suas palavras me cativaram e, embora

146
parecesse uma loucura, aceitei sem hesitar o pedido que me fez de mudar meu percurso, a fim de
celebrar uma Missa aqui. Ele dizia chamar-se Miguel e ser muito amigo de sua família.
A devoção da infância inflamou-lhe novamente o coração. Com o tempo, ele se esquecera
de seu santo protetor, mas o grande São Miguel jamais deixara de estar a seu lado. Chorando de
emoção, fez uma longa Confissão declinando ao sacerdote sua ingratidão e frieza, recebeu a
Sagrada Eucaristia. No dia seguinte, despediu-se dele comovido.

Quando uma chusma enraivecida quis profanar a imagem da Mãe de Deus, Michel lutou como um leão para defendê-la.

Passaram-se alguns meses e o “céu nublou-se” também em Bouzillé… Alguns dos jovens
mais valentes do lugar fugiram para não serem alistados à força nas milícias revolucionárias;
outros, menos corajosos, renunciaram à Religião dos seus maiores, como preço de sua
permanência na aldeia.
Michel ficou no povoado, porém, sem renegar a Fé. Cheio de confiança na ajuda do seu
angélico protetor, nada temia. E quando uma chusma enraivecida de jacobinos quis profanar a
imagem da Mãe de Deus, que ainda era venerada na matriz por alguns aldeões mais intrépidos,
lutou como um leão até a morte para defendê-la. Graças à sua heroica resistência, umas piedosas
senhoras conseguiram escondê-la em local seguro.
Conta-se em Bouzillé que, ao receber o golpe mortal, Michel caiu com serenidade e ainda
fez com desembaraço um grande sinal da Cruz. Ao seu lado, alguns viram que um jovem cheio de
luz o segurava com delicadeza e, logo que exalou o último suspiro, conduziu sua bela alma para o
Céu.
(Revista Arautos do Evangelho, setembro/2016, n. 177, pp. 46 a 47)

Proceder como nas vezes anteriores

147
Registre no Caderno

Atividade 1
Peça-lhe que pense e complete as sílabas para formar uma palavra.
AR_____
VER___
PAS____
VES___
VIR____
BIS____
CIN___
CAN___
POR___
MOS____
SUS____
AM___
BEN___
COR___
___BÃO
___JÃO
___TÃO
___US

Atividade 2
2 - LEITURA: Escreva as frases abaixo na lousa. Não diga à criança o que está escrito. Peça que
ela tente ler cada uma. Depois que ela fizer a leitura das frases, peça-lhe que as copie no caderno
e prossiga para a leitura da próxima, fazendo o mesmo procedimento (leitura – cópia).

1. QUE SEU SIM SEJA SIM.


2. EM VERDADE VOS DIGO.

148
Memorizando...

Para esta semana, memorizar:

SUA FILHA PEGOU-LHE A MÃO


E SE PÔS A SUSSURRAR:
- ASSIM COMO ESTÁ NA TERRA,
DEUS NO MAR HÁ DE ESTAR!

DEMOS VIVAS À MENINA,


AGORA REANIMADOS,
E FOMOS ROMPER LINDO DIA
NO PORTO, A SALVO, ANCORADOS.

~†~

149
Dia V
Oração inicial

Leitura

“Combinação entre Anjos”

N
UMA pequena e aprazível cidade, em terras longínquas, vivia Dom Pedro, Bispo cheio
de amor a Deus e grandeza de alma, sempre disposto a ajudar, como bom pastor, às
ovelhas do seu rebanho. Gostava de visitar os enfermos para levar-lhes os Sacramentos,
animá-los a praticar a virtude e ensinar que o sofrimento, além de ser sinal de predileção divina, é
um excelente meio de santificação.
Pela manhã, com ardente fervor celebrava a Missa e depois passava horas sentado no
confessionário, desejando ser instrumento de Deus para reconciliar os pecadores arrependidos.
Algumas vezes por ano organizava soleníssimas cerimônias de Crisma e com frequência – oh
alegria! – ordenava novos ministros de Deus. Fazia ele questão de serem os Matrimônios
revestidos de pompa e decoro, mantendo acesa nas almas a noção de ser criado, neste Sacramento,
um vínculo sagrado que nenhum homem pode desfazer.
O piedoso Bispo tinha também o costume de rezar diariamente o Rosário, caminhando
pelas redondezas do palácio episcopal, dando ensejo a todos de o verem e receberem sua bênção.
Em certa ocasião, o juiz municipal o convidou para celebrar as núpcias de sua filha Adélia,
que seriam realizadas na Igreja da Sagrada Família, um belo templo situado nas adjacências da
cidade. Dom Pedro aceitou o convite, e programou a hora em que precisaria sair do palácio na data
do casamento, para ir andando até a igreja, rezando seu Rosário. Fazendo os cálculos, chegaria ao
local com tempo suficiente para paramentar-se e combinar os detalhes da celebração, marcada para
as seis horas da tarde.
No dia das bodas, ele já se preparava para a saída, quando seu secretário veio avisá-lo de
que um homem, muito aflito, suplicava para confessar-se com o Senhor Bispo. Consultando seu
relógio, viu que tinha apenas dez minutos disponíveis. Se fizesse entrar aquele homem se atrasaria
para a cerimônia…
Sem duvidar um instante, ajoelhou-se e rezou:
– Ó Santo Anjo da Guarda protetor desta alma que vem me procurar em momento tão
inoportuno, façamos um trato: eu a atenderei agora e vós me ajudareis a não me atrasar para a
celebração do Matrimônio!
Confiante, mandou entrar o homem. Ouviu-o em Confissão, aconselhou-o e o encorajou.
Depois de dar-lhe a absolvição, despediu-o com uma paternal bênção.
– Que Deus o recompense, Excelência! – disse o penitente antes de retirar-se – Espero não
lhe haver atrapalhado os horários.
Horário… Era justamente o que preocupava Dom Pedro! Contudo, não deixou transparecer
seus pensamentos, respondendo que ficara muito satisfeito por ajudá-lo.

150
Logo que o homem saiu, o prelado levantou-se
e, a passo rápido, iniciou a caminhada. Tomando um
atalho, entrou pela velha estrada de terra que serpeava
no meio do bosque. Enquanto avançava sob as
frondosas árvores, em cujos galhos gorjeavam
passarinhos coloridos, ia desfiando as contas do Terço.
Depois de uns vinte minutos, chegou a uma
clareira desconhecida. Para qualquer direção que
olhava só havia árvores e mais árvores… nenhuma
trilha sequer! Como era possível ter-se desviado tanto
de sua direção, a ponto de chegar a um lugar tão
afastado?
Tentando descobrir qual seria o melhor
caminho a seguir, viu um riacho e pensou: “Vou
acompanhar este curso d’água, confiando no Anjo da
Guarda daquele homem”. E assim fez.
De repente, deparou-se com uma casinha
simples e, sem titubear, bateu à porta. Quem sabe o
morador poderia dar-lhe alguma orientação. Uma
senhora o atendeu e, percebendo ser o Bispo, ficou Horário… Era justamente o que preocupava
Dom Pedro! Contudo, não deixou transparecer
tomada de admiração. Neste momento, ouviu-se a voz seus pensamentos.
de outra pessoa, vinda de dentro da casa. Dom Pedro
quis saber quem era:
– É o meu pai – disse a mulher – Ele está mal à morte, todavia afirma que não vai morrer…
– Eu poderia vê-lo rapidamente? – perguntou o Bispo.
– Claro! – respondeu ela, conduzindo-o ao quarto do enfermo.
Era um senhor bem idoso, fraquinho, que quase não enxergava. Só percebeu a presença do
prelado quando este se aproximou de seu ouvido e lhe disse algumas palavras. O doente respondeu
com inteira segurança:
– Não, não morrerei logo!
– E por que o senhor diz isto?
– Porque sou católico!
– Ora, eu também sou! E é por caridade que lhe asseguro estar grave sua saúde, pelo que o
senhor precisa se preparar para encontrar-se com Deus.
– Mas eu lhe digo, com toda a convicção, que não morrerei logo! Desde os meus sete anos
de vida, quando fiz a Primeira Comunhão, peço todos os dias ao meu Anjo da Guarda a graça de
não morrer sem receber os últimos Sacramentos. Tenho certeza de que me recuperarei para
levantar desta cama e ir à cidade buscar um sacerdote! Por isso insisto em dizer que não morrerei
logo!…
Segurando as lágrimas, D. Pedro compreendeu, naquele instante, tudo o que acontecera:
fora uma combinação entre Anjos da Guarda, cada qual querendo favorecer seu protegido!

151
Primeiro, o homem que o procurara à hora da saída; agora, o devoto moribundo; por fim, ele
próprio, cujo coração sacerdotal exultava de felicidade ao fazer bem às almas! Disse então ao
doente:
– Meu filho, suas orações foram atendidas! Eu
sou o seu Bispo e jamais teria vindo a esta casa
se não me tivesse perdido no bosque! Sem
dúvida, foi o seu Anjo da Guarda que me
conduziu até aqui!
O enfermo, consoladíssimo e fortalecido
na fé, fez uma excelente Confissão e recebeu a
Unção dos Enfermos para no dia seguinte, ao
raiar do Sol, entregar sua alma a Deus.
E o casamento da filha do juiz?
Dom Pedro saiu do casebre montado
numa airosa jumenta que a senhora e seu marido
lhe deram e, seguindo as orientações deles,
chegou em pouco tempo à igreja, exatamente
quando os sinos anunciavam o Angelus, ou seja,
às seis horas em ponto!
– Como aconteceu isto?! – perguntou-se
a si mesmo, puxando do bolso seu relógio.
E mais uma vez constatou a mão
poderosa de seu fiel amigo, o Anjo da Guarda: os
ponteiros estavam parados, indicando que havia
saído do palácio episcopal muito mais cedo do
O bispo chegou à igreja exatamente quando os sinos
anunciavam o Angelus. que imaginara!
(Revista Arautos do Evangelho, agosto/2016, n. 176, pp.
46 a 47).

Registre no Caderno

Atividade 1- registro de leitura

1 - Escolha uma das histórias lidas nesta semana. Faça a recontagem com suas palavras.
2 - Faça uma ilustração.
3 - Escreva o título e uma pequena frase que lhe chamou atenção.

152
Atividade 2

1-Revisaremos agora o que foi aprendido esta semana. Faça colunas no caderno da criança como
as do exemplo abaixo:

AS ES IS OS US

Dite as palavras abaixo e peça que ela escreva na respectiva coluna (seja o som no começo, meio
ou fim).

ESPERA
PÁSCOA
FOSCO
DEUS
OSMAR
GOLIAS
SUSTO
AQUELES
ISTO
JUSTO
FESTA
PISTA
ÁSPERO
LAÍS
BOLOS

2-Deverá ler e corrigir cada palavra. Depois, circular onde aparece os sons /as/ /es/ /is/ /os/ /us/,
seja no começo, meio ou final.

153
3-LEITURA: Escreva as frases abaixo na lousa. Não diga à criança o que está escrito. Peça que
ela tente ler cada uma. Depois que ela fizer a leitura das frases, peça que copie duas no caderno,
fazendo o mesmo procedimento (leitura – cópia).

1. BEM AVENTURADOS OS JUSTOS.


2. O AMOR NÃO TEM INVEJA.
3. PERDOE SETENTA VEZES SETE.
4. O BOM PASTOR DÁ A VIDA.

Memorizando...
Para esta semana, memorizar:

SUA FILHA PEGOU-LHE A MÃO


E SE PÔS A SUSSURRAR:
- ASSIM COMO ESTÁ NA TERRA,
DEUS NO MAR HÁ DE ESTAR!

DEMOS VIVAS À MENINA,


AGORA REANIMADOS,
E FOMOS ROMPER LINDO DIA
NO PORTO, A SALVO, ANCORADOS.

154
Retomando – VOLUME 1

Ao final deste volume, retome com a criança os principais conteúdos vistos. Anote aquilo
que ela, possivelmente, apresentou de dificuldades e retome até verificar que conseguiu
alcançar o objetivo.

1. Conhecimento dos nomes de todas as letras do alfabeto, dominando a escrita de forma


MAIÚSCULA.
2. Identificação das vogais e consoantes do alfabeto.
3. Escrita de seu nome completo.
4. Escrita e leitura de palavras que contenham os dígrafos vocálicos: AN, EN, IN, ON,
UN, AM, EM, IM, OM e UM.
5. Utilização da letra M antes das letras B e P.
6. Palavras com acento til (~) em sílabas com: ÃO
7. Escrita e leitura de palavras com a junção das vogais com a consoante R: AR, ER, IR,
OR e UR
8. Escrita e leitura de palavras com a junção das vogais com a consoante S: AS, ES, IS,
OS e US.

JHS 155
156
157
Sobre a capa
SANTO ISIDORO DE SEVILHA
(4 de abril)

Nasceu próximo do ano 556, numa família muito cristã da nobreza goda. Seus três irmãos
foram elevados às honras dos altares: São Leandro, São Fulgêncio e Santa Florentina. Seu irmão,
São Leandro, funda um mosteiro, onde os jovens passam a ser educados, inclusive Isidoro. Depois
que seu irmão Leandro foi eleito bispo, tornou-se o abade do mosteiro, e não mostrou menos
empenho do que ele na santificação de seus monges e jovens. Para ele, o trabalho manual e
intelectual estavam unidos, e frisava que o estudo faz parte dos deveres do religioso. Desta forma,
incentivava seus monges a darem importância à leitura, em especial das Sagradas Escrituras,
recomendando que a esta se seguisse a meditação. Depois, escreveria em seu Terceiro Livro das
Sentenças: “Todo proveito nos vem da leitura e da meditação, pois com a leitura aprendemos as
coisas que ignoramos e com a meditação conservamos as que aprendemos”.
Quanto ao trabalho intelectual, dedicou-se com afinco a escrever várias obras que se
conservam até hoje. A principal delas, “Etimologias”, é um compêndio de todos os ramos da
ciência da época, inclusive a ciência da Aritmética e da Geometria. Exímio professor, a escola de
Sevilha tornou-se célebre em toda a Europa, e formou Santos como São Bráulio e Santo Ildefonso,
além dos reis Sisenando e Sisebuto.
Por volta do ano 600 seu irmão São Leandro faleceu, e ele teve de suceder-lhe nas honras
do episcopado. Seu fervor e sabedoria marcavam suas pregações, que logo atraíram multidões de
fiéis, dedicando especial atenção, principalmente, na formação de seus sacerdotes.
No dia 31 de março de 636, acompanhado de seus dois bispos sufragâneos, dirigiu-se à
Basílica de São Vicente, para cumprir o rito preparatório para a morte, segundo o costume do
tempo. Prostrado ante o altar, vestido de saco e movido por profunda humildade, fez pública
penitência de seus pecados, pediu perdão aos fiéis por seus possíveis maus exemplos e deu seus
derradeiros conselhos à multidão, que via pela última vez seu Pastor. Passados quatro dias, sua
santa alma subiu ao Céu.

158
Introdução

No decorrer deste material, as atividades pretendem desenvolver o pensamento matemático,


estimulando a capacidade de refletir e raciocinar. Trabalharemos com os conceitos matemáticos
pertinentes à idade: números em suas formas gráficas, relacionando os numerais com a quantidade,
ordenação, as operações de adição e subtração, as tábuas de adição e subtração, decomposição
numérica e valor posicional, etc.

Para os pais
A palavra “Matemática” deriva de Mathematiké, de origem grega:
- Máthema: Conhecimento, aprendizagem.
-Tikhe: arte.
Portanto, a palavra era utilizada para designar a arte de aprender, ou mesmo até de pensar1.
Num primeiro momento, sua origem pouco tem relação com os números, e isso se dá porque os
pensadores modernos querem atribuir à matemática somente um caráter prático. No entanto, é
comum entre os melhores filósofos antigos, que a matemática prepara o caminho para a metafísica,
que por sua vez prepara a alma para a teologia. Portanto, a matemática não possui somente um
caráter prático, mas é, antes de tudo, o estudo de realidades imutáveis.
Em sua obra intitulada “O livre-arbítrio”, Santo Agostinho faz emergir de seus mais
profundos pensamentos a realidade de que existe algo imutável, que não perde sua essência e que
não se transforma, independente do gosto ou da maneira como cada um utiliza: o Número! Não
importando como serão utilizados, a essência e verdade dos números nunca serão alteradas.
Acreditar ou não que a soma de quatro e três resulta em sete, não mudará a realidade desta
constatação, e isto é um fato imutável em todos os países, para todas as culturas de todos os séculos,
passados e vindouros. Desde o primeiro instante da criação do mundo isso é verdade, mas foi
somente no sexto dia que Deus criou um ser material capaz de a compreender: o ser humano.
Santo Isidoro de Sevilha, em seu livro “Etimologias”, diz:
Chamamos em latim “matemática” a ciência que tem por objeto de estudo a
quantidade abstrata. A quantidade é abstrata quando, por um processo intelectual,
a isolamos da matéria e de outros elementos acidentais, ou quando a analisamos
simplesmente em um aspecto especulativo, à margem de outros elementos
similares.
Explicamos: no processo inicial do aprendizado da matemática, a criança começa por
sempre associar uma quantidade, isto é, um número, à um objeto material. Então, se ela possui três
(3) brinquedos e quatro (4) sapatos, não pode simplesmente dizer que possui sete (7) brinquedos
ou sete (7) sapatos, mas poderia dizer que possui sete objetos. Só é possível fazer isso se isolarmos
as quantidades 3 e 4 dos itens a que elas se referem e considerar todas elas como pertencentes à

1
A definição “arte de pensar” ou até mesmo “ciência do raciocínio”, no entanto, se enquadra melhor à Lógica do
que à Matemática.

159
uma nova modalidade: como objetos. Nesse caso, já começamos a isolar os números dos objetos
a que se referem, associando-os a simplesmente como objetos. No entanto, chega um momento
em que paramos de considerar os objetos e passamos a tratar somente dos números, utilizando-os
no máximo de abstração que é possível, isto é, com símbolos: 4 + 3 = 7. Não importa, por exemplo,
a que se referem os números 3 e 4, sabemos que se os multiplicarmos teremos como resultado a
quantidade, o valor, o número 12. Num determinado problema podem ser 12 cadeiras, noutro
podem ser 12 laranjas: mas sempre 3 e 4 multiplicados resultam em 12. Mas chegar a isso será um
processo.
Santo Tomás, confirmando o que dizia Aristóteles, diz: Nada está no intelecto que antes
não tenha passado pelos sentidos. Isso se dá com os números: não é possível ter noção do que são
os números sem antes associá-los a objetos pelo processo de contagem: contamos com os dedos,
contamos utilizando pedrinhas etc. Aliás, até mesmo a palavra “Cálculo” deriva desta utilização
de objetos concretos para a contagem, pois deriva do latim Calcŭlus, que significa “pedrinhas”:
para cada ovelha que saia do redil, o pastor colocava uma pedrinha num saco, e para cada uma que
voltava ao redil, ele retirava. Se no fim sobrassem pedrinhas, significa que estava faltando uma
ovelha. Será que não foi assim que o bom pastor percebeu a perda de sua ovelhinha?
Portanto, somente depois que entendemos que cada número não se associa a um
determinado objeto (como por exemplo, associar o número três a três brinquedos) e sim representa
todos os conjuntos que possuem essa quantidade (o número três se refere a todo conjunto que
possui três elementos, portanto, não precisamos associá-lo a um conjunto em específico) é que
conseguimos abstrair a ideia de número: mas ela antes passou pelos sentidos, seja da visão, seja
do tato.
Veja o que dizem os santos a respeito da matemática ou dos números:
“Sem os recursos da matemática não nos seria possível compreender muitas passagens da Santa
Escritura”
Santo Agostinho

“A Matemática possui uma força maravilhosa capaz de nos fazer compreender muitos mistérios
de nossa fé”
São Jerônimo

“Em alguma medida, nossa vida dá-se sob a ciência dos números: por ela sabemos as horas,
acompanhamos o curso dos meses, sabemos quando retorna cada época do ano. Pelo número
aprendemos a evitar enganos. Suprimido o número de todas as coisas, tudo perece. Se se tira o
cômputo dos tempos, tudo ficará envolto na cega ignorância e o homem não se pode diferenciar
dos animais, que ignoram os procedimentos de cálculo.”
Santo Isidoro

“Não se deve desprezar os números, pois em muitas passagens da Sagrada Escritura se


manifesta o grande mistério que encerram”

160
Santo Isidoro

"Em muitas passagens da Sagrada Escritura se mostra quão profundo é o mistério que (os
números) encerram. Não em vão, em louvor de Deus, diz a Escritura: “Deus dispôs de tudo com
medida, quantidade e peso” (Sb 11, 20).
Santo Isidoro
Como pudemos ver, os grandes santos não negligenciaram o estudo da matemática e nós
também não o faremos. Sendo a matemática meio tão eficaz para dispor a alma das crianças ao
estudo da sabedoria, cumpre, pois, estudá-la, afinal Deus dispôs “tudo com medida, número e
peso”(Sb 11,20).
Até o sexto ano do ensino fundamental, quando a criança geralmente tem entre dez ou onze
anos, dois ramos da matemática são principalmente estudados: A Aritmética e a Geometria, sendo
a primeira o grande foco deste primeiro ciclo de estudos. Vejamos agora o objeto de estudo de
cada uma delas e o que será ensinado à criança ao longo deste ano.

Aritmética
O termo ‘aritmética’ deriva do grego ‘arithmón’, que significa ‘número’. É o ramo da
matemática que estuda os números e as operações entre eles. Diz-se o ramo mais importante pois
não depende de nenhum outro.
Ao longo deste ano, estudaremos:
- A contagem dos números.
- A utilização dos dez algarismos (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9) para compor todos os números
que existem, assim como as 26 letras do alfabeto compõem todas as palavras da nossa língua.
- A utilização destes números para contagem de objetos (Números Cardinais).
- A utilização destes números para indicar a ordem de um determinado elemento em uma
série (Números Ordinais).
- O símbolo de cada número, bem como a correspondência entre símbolo e quantidade.
- O conceito e introdução do zero.
- Noções de senso numérico.
- Decomposição numérica.
- Operações de soma e subtração.
- Valor posicional.

Geometria
O termo ‘geometria’ deriva do grego ‘geo’ e ‘metra’, que significam ‘terra’ e ‘medida’,
respectivamente. É o ramo que estuda linhas, retas, ângulos, distâncias, medidas e as figuras; e nas
figuras se consideram as dimensões e os números.

161
Ao longo deste ano, estudaremos:
- As principais formas geométricas, bem como o nome de cada uma delas. São elas:
Círculo, Triângulo, Quadrado, Retângulo, Hexágono, Trapézio, Octógono e Losango.
- Noções espaciais de esquerda, direita, cima e baixo.
- Composição de figuras geométricas.
Outros assuntos afins
Sendo a aritmética e a geometria os dois grandes ramos que estudaremos, isso não significa
que serão os únicos tópicos que estudaremos ao longo deste ano. Aprenderemos também outros
conteúdos, que são princípios da matemática, ainda que aqui sejam expostos de maneira bem
simples. São eles:
- Relação de Correspondência e Comparação num dado conjunto de elementos.
- Estabelecimento de critérios.
- Padrões e Sequências.

Aplicação da disciplina
Ao longo do material propomos três atividades semanais, que devem ser feitas para
alcançar nossos objetivos, isto é, o aprendizado dos primeiros conceitos matemáticos, que estão
por detrás de cada uma das atividades. Separe 15 minutos para realizar cada uma das três
atividades, em dias diferentes. Toda exposição de conteúdos de matemática será precedida pelo
seguinte símbolo:

Escolhemos por padroeiro de nossa disciplina a Santo Isidoro de Sevilha. Que ele possa
interceder por nós nesta árdua tarefa de instruir e educar nossas crianças.
Santo Isidoro, rogai por nós!

162
Atividade 1 - Matemática
Aritmética: Os algarismos e a Primeira dezena.
Primeiramente é importante que a criança compreenda para que servem os números.
1º Diga à criança que os números são utilizados para diversas coisas:
— Para contar. Conte um a um com a criança.

Pássaros

Cavalos

— Para medir. Diga-lhe que com o relógio medimos o tempo, com o calendário o mês,
com a balança medimos o nosso peso, com a fita métrica nossa altura. Mostre-lhe estes objetos em
sua casa e faça-lhe observar os números. Exemplos:
- No relógio, mostre horas exatas, mostrando tanto os relógios parede/pulso, como as horas que
estão indicadas no celular, por exemplo.
- No calendário, faça-a reparar que se hoje é dia 5, o próximo dia será 6, depois 7 e assim
sucessivamente, exatamente como ela conta os números.

163
2º Diga-lhe que assim como existem 26 letras em nosso alfabeto para formar todas as
palavras da língua portuguesa, da mesma forma existem 10 símbolos, chamados de algarismos
para representar todos os números que existem. Mostre-lhe então, os símbolos abaixo, apontando
um a um e dizendo seu nome:

3º Diga-lhe que cada um deles representa uma quantidade exata de


elementos/objetos/coisas. Volte na página anterior o mostre que o algarismo 5 corresponde à
quantidade cinco, que o algarismo 3 corresponde à quantidade três. Diga-lhe ainda que quando
esses algarismos são combinados, formamos novos números. Mostre os exemplos abaixo: Conte
um a um, e explique com quais algarismos aquela quantidade é representada.

Insetos

Soldados

4º No caderno da criança, peça para que ela escreva a sequência dos números de 0 ao 10.
Caso a criança não saiba como cada número deve ser feito, o esquema de cada número se encontra
na página seguinte. Faça-a preencher três linhas com cada um deles. Ainda se ela apresentar
dificuldade na utilização de uma única linha, demarque o espaço de duas linhas no caderno.

164
165
5º Em “Anexos de Matemática: Atividade 1” constam as figuras de grupos que devem ser
contados. Ao lado de cada grupo, há quatro números, dos quais a criança deve pintar apenas o que
se referir ao grupo ao lado.

166
Atividade 2 - Matemática

Aritmética: Adição
Na aritmética existem quatro operações fundamentais: adição, subtração, multiplicação e
divisão. Ao longo do ano a criança trabalhará diversas atividades que abordam os conceitos de
adição e subtração.

A adição
A adição, também chamada de ‘soma’, é uma operação que consiste em juntar quantidades
de mesma natureza. Para entender o significado desta breve definição, considere o seguinte
problema: numa gaiola há três periquitos e duas andorinhas. Não se pode dizer que temos ‘cinco
periquitos’ ou ‘cinco andorinhas’, mas podemos dizer ‘temos cinco pássaros’. Isto é possível
somente se considerarmos todos os elementos ali contidos a partir de sua natureza comum, isto é,
o fato de serem pássaros.
Existem duas formas de se considerar a operação da adição:
- Adição Estática: a melhor palavra para definir este tipo de adição seria ‘juntar, unir’. Nela,
são dadas situações fixas, nas quais há aparentes diferenças entre os elementos, mas que se bem
observados podem ser enquadrados em uma mesma natureza. Exemplo: mostramos à criança a
imagem de três maçãs e duas peras, e perguntamos: quantas frutas temos?
- Adição Dinâmica: a melhor palavra para definir este tipo de adição seria ‘acrescentar,
aumentar’. Nela, alguma coisa muda na situação que é dada, de tal forma a aumentar o número de
elementos ali contidos. Exemplo: mostramos à criança uma imagem com três pássaros, aos quais
vêm ajuntar-se dois outros, e perguntamos: quantos pássaros temos agora?
As palavras-chaves desta operação são: ganhar, aumentar, acrescentar, combinar, juntar,
unir.
Um dos recursos que utilizaremos para o ensino da adição (e em outras operações) são os
números-ligados (number-bonds), cuja estrutura é da seguinte forma:

Todo

Parte Parte

Essa ferramenta é muito útil pois auxilia a verificar a relação direta entre as partes e o todo
em uma operação.

167
Veja um exemplo de como ele pode ser utilizado: uma mãe e seus filhos fizeram uma festa
de aniversário para o irmão mais velho. Quantas crianças estavam nessa festa? Quantos adultos
estavam nessa festa? Contando adultos e crianças, quantas pessoas temos nesta festa?

Resolução: a criança vê a imagem, conta as crianças e diz “Temos cinco crianças”; conta
os adultos e diz “Temos um adulto”; “contando os adultos e as crianças juntos temos seis pessoas”.
Uma forma de visualizar essa resposta e a relação entre os números é utilizando os
números-ligados. Através dessa ferramenta, vemos que 1 e 5 compõem o número 6. Assim, a
criança se familiariza com a decomposição dos números, o que facilitará a aprendizagem
futuramente.

Total de pessoas

Crianças Adultos

Além disso, essa ferramenta permite introduzir as primeiras Propriedades da Aritmética,


como por exemplo, a comutativa da adição (a ordem das parcelas não alteram a soma), pois a
criança será levada a perceber que podemos trocar a ordem dos números 5 e 1 e sempre teremos
como resultado o número 6, ou ainda, a prova real da soma, pois 6 – 5 = 1 e 6 – 1 = 5.

Total de pessoas Total de pessoas

Crianças Adulto Crianças Adulto

168
Dada esta pequena introdução a respeito de como iremos desenvolver os conceitos de
adição, podemos enfim iniciar as atividades de adição com a criança.
1º Peça à criança para contar de 1 a 20, sem interrupção.
2º Conte-lhe a seguinte história:
“Num pequeno galinheiro viviam duas galinhas. Qual é o símbolo do número dois? Peça-
lhe que desenhe o símbolo no ar.

O fazendeiro decidiu comprar mais uma galinha para sua fazenda. Com quantas galinhas
ele ficou? Antes de mostrar a imagem a seguir, faça a criança pensar no resultado e concluir “com
três galinhas”. Auxilie-a a chegar ao resultado. Ela pode representar as duas galinhas que já
estavam no galinheiro com dois dedos da mão direita, e a galinha nova que chegou com um dedo
da mão esquerda. Então, ela conta os dedos que estão levantados e chega à conclusão de que agora
o fazendeiro possui três galinhas. Após isso, mostre a imagem e faça com que conte um a um.

Vamos agora preencher o esquema dos números-ligados. Mostre-lhe as etapas de como ele
foi preenchido:

Total de galinhas Total de galinhas

Galinhas Galinhas
da Galinhas da Galinhas
fazenda novas fazenda novas

Total de galinhas

Galinhas
Galinhas
da
fazenda novas

169
4º Diga-lhe: “Dois mais um são três”.
5º Tome alguns feijões para representar os personagens dos contos a seguir. Peça-lhe para
separar a quantidade de feijão cada vez que um número for citado. Logo após, peça para a criança
preencher os números-ligados que se encontram em “Anexos de Matemática: Atividade 2”.
a) A fim de enfeitar seu pequeno altar, um jardineiro plantou uma rosa. A criança separa
um feijão. Vendo que uma rosa seria insuficiente, o jardineiro plantou mais uma rosa. A criança
separa mais um feijão. Quantas rosas o jardineiro terá? A criança conta o número de feijões e
responde “Duas”. Então, diga-lhe e peça-lhe que repita várias vezes: “Um mais um é dois”. Ela
deve preencher os números-ligados e fazer uma bela ilustração do problema.
b) Um pastor possuía duas ovelhas (a criança separa dois feijões), e ganhou mais uma de
seu melhor amigo (a criança separa mais um feijão). Com quantas ovelhas o pastor ficou? A
criança conta o número de feijões e responde ‘Três”. Então, diga-lhe e peça-lhe que repita várias
vezes: “Dois mais um é três”. Ela deve preencher os números-ligados e fazer uma bela ilustração
do problema.

170
Atividade 3 - Matemática
Geometria: identificação das formas
As quatro formas geométricas principais são: círculo, triângulo, quadrado e retângulo. Elas
já foram ensinadas à criança, e por isso aqui retomaremos brevemente cada uma delas.
1º Diga à criança que ela aprenderá as formas geométricas. Diga-lhe que elas estão
espalhadas por todos os lugares, e cada uma delas possui um nome específico.
— O Círculo é redondo. Vemos seu formato no Sol e na Lua, na bola de futebol e de
basquete, na aliança do papai e da mamãe, na roda do carro, no formato da letra “O”. Pergunte-
lhe: Você se lembra de mais alguma coisa que tenha esse formato?

— O Triângulo possui três lados. Vemos seu formato nas casquinhas de sorvete, nos
pedaços de pizza, nas bandeirinhas de festa junina, no telhado da nossa casa e na torre da Igreja,
no formato da letra “A”. Pergunte-lhe: Você
se lembra de mais alguma coisa que tenha
esse formato?

171
— O Quadrado e o Retângulo possuem quatro lados. Mas no quadrado, os quatro lados
são iguais. No retângulo, o lado de cima é igual ao lado de baixo, e o lado da esquerda é igual ao
lado da direita. O formato do retângulo vemos o tempo todo: nos outdoors, aparelhos eletrônicos,
nas portas e janelas, nos livros. O formato do quadrado vemos nos dados e cubos, no tabuleiro de
xadrez e de outros jogos. Pergunte-lhe: Você se lembra de mais alguma coisa que tenha esses
formatos?

2º Em “Anexos de Matemática: Atividade 3” constam diversas formas geométricas. Cada


qual deve ser pintada com uma cor e a criança precisa indicar a quantidade de cada uma delas, no
espaço indicado.

172
Atividade 4 - Matemática
Aritmética: Contagem
1º Peça à criança para contar do número 1 ao 20, sem interrupções.
2º Mostre os números abaixo e pergunte o nome de cada um deles à criança.

3º Pergunte-lhe: Que número vem depois do dez? A criança deve responder: onze. Então,
diga-lhe que os números logo após o dez também são representados pelos algarismos. Mostre-lhe
a reta numérica abaixo, e conforme aponta para cada número, diga seu nome e faça-a repetir.

4º Peça-lhe para escrever a sequência dos números de 1 a 20 no caderno, pelo menos 2


vezes.
5º Em “Anexos de Matemática: Atividade 4” há diversos grupos de imagens. Peça à criança
para que conte e indique a quantidade, utilizando os algarismos.

173
Atividade 5 - Matemática

Aritmética: Adição
Vamos retomar com a criança os símbolos da adição, uma vez que o conceito da operação
da adição já foi ensinado à criança, e a partir deste momento sempre trabalharemos com os
símbolos.
1º Mostre à criança a imagem abaixo e o esquema dos números-ligados, e pergunte-lhe se
ela consegue perceber qual é a relação entre eles. Deixe-a observar e pensar. Caso ela não consiga
perceber, vá fazendo perguntas que a levem à resposta. Faça perguntas do tipo: “O que temos nessa
imagem? Eles são todos iguais? Então, como podemos relacionar os números-ligados com essas
informações”? Por fim, a criança perceberá que o todo (3) representa o número de pássaros, uma
das partes (2) representa os pássaros azuis e a outra parte (1) representa o pássaro marrom.

Então, faça-lhe dizer “Dois e um são três” ou “Dois mais um são três”.
2º Diga-lhe que para representar a operação da adição, devemos utilizar dois símbolos: o
sinal de ‘mais’ e o sinal de ‘igualdade’. Mostre-lhe os símbolos.

174
Retome o exemplo que foi dado anteriormente e diga-lhe: “Vamos utilizar esses símbolos
para representar os cálculos”. Explique que o sinal + substitui as palavras “mais/e” e que o sinal =
substitui as palavras “são/dão/igual”.

2 mais 1 são 3

3º Em “Anexos de Matemática: Atividade 5” a criança deverá contar os conjuntos,


preencher os números-ligados e preencher os espaços da adição.
Após terminar a contagem e o preenchimento dos números-ligados e da operação de cada
conjunto, faça-lhe dizer (3 vezes cada um): “1 mais 1 é igual a 2”, “2 mais 1 é igual a 3”, “3 mais
1 é igual a 4”.

175
Atividade 6 - Matemática
Geometria: Identificação das formas
Além das quatro formas geométricas principais, há ainda outras formas que apresentaremos
às crianças. São elas: Trapézio, Losango, Hexágono e Octógono.
1º Diga à criança que além do Círculo, Triângulo, Quadrado e Retângulo existem muitas
outras, e que veremos aqui as principais.
— O Trapézio possui quatro lados. Ela sempre é utilizada para desenhar barquinhos.

— O Losango também possui quatro lados. Ele se parece muito com uma pipa. Ele também
se encontra na Bandeira do Brasil.

176
— O Hexágono possui seis lados. As abelhas constroem seus favos de mel nesse formato.

— O Octógono tem oito lados. Ele é muito utilizado nas placas de trânsito e é o formato
do guarda-chuva e do guarda-sol.

177
2º Em “Anexos de Matemática: Atividade 6” constam diversas formas geométricas. Cada
qual deve ser pintada com uma cor e a criança precisa indicar a quantidade de cada uma delas, no
espaço indicado.

178
Atividade 7 - Matemática

Aritmética: Subtração

A outra operação elementar da Aritmética que estudaremos com maior enfoque ao longo
deste ano será a subtração.

A subtração
A subtração, também conhecida como ‘conta de menos’, é uma operação que consiste em
diminuir quantidades de mesma natureza.
Existem quatro formas de se considerar a operação da subtração:
— Subtração por retirada: neste tipo de problema, a subtração é tratada como perda.
Remove-se uma certa quantidade de um grupo dado e se fazem perguntas como “Quantos
restaram/sobraram/ficaram?”. Exemplo: numa cesta havia cinco maçãs. Se uma foi comida,
quantas restaram?
— Subtração por completamento: neste tipo de problema é dada uma certa quantidade e a
questão que se coloca é saber quantos objetos faltam para obter um grupo com um determinado
número de objetos. Exemplo: o padre João Maria possui 5 relíquias, mas precisaria ter oito para
completar seu relicário. Quantas lhe faltam?
— Subtração por comparação: neste tipo de problema são apresentados dois conjuntos com
quantidades diferentes e se deseja saber qual possui maior/menor quantidade. Exemplo: Teresa
possui 5 pássaros e Josefina 3 pássaros. Quantos pássaros Teresa possui a mais que Josefina?
— Subtração por separação: neste tipo de problema separa-se um conjunto em duas partes.
Sabe-se o total e a quantidade de uma das partes, e se deseja saber a quantidade da outra parte.
Exemplo: Dona Aparecida possui 6 filhos, dos quais 4 são mulheres. Quantos são os homens?
As palavras-chaves desta operação são: perder, diminuir, falta, menos.
Dada esta pequena introdução a respeito de como iremos desenvolver os conceitos de
subtração, podemos enfim iniciar as atividades de subtração com a criança.
1º Peça à criança para contar dos números 1 a 20, sem interrupções.
2º Mostre os números abaixo e pergunte o nome de cada um deles à criança.

179
3º Conte-lhe a seguinte historieta:
“Uma grande árvore possuía uma única flor, mas de tão bela
que era esta flor, a grande árvore era toda orgulhosa. O vento que por
ali passava, ao ouvir a árvore se gabar, logo agitou-se por todos os
lados, e de tão forte que soprou, causou à árvore um pequeno estrago:
sua bela flor no chão jazia, e ela que era toda orgulhosa, agora sofria.”

(Moral da história: Não devemos ser


orgulhosos, pois por coisa qualquer
podemos perder o bem que possuímos.
O orgulho destrói o bem).
4º Pergunte-lhe:
a) Quantas flores a árvore possuía? Resposta: uma flor.
b) Depois que o vento soprou, a flor caiu. Com quantas flores a árvore ficou? Resposta:
“Com nenhuma flor” ou “Com zero flores”.
5º Então, diga à criança “Se tenho um e perco um, fico com nada”. “Logo, um menos um
é zero”. Faça-lhe repetir “Um menos um é zero”.

MENOS É

6º Tome um objeto, o dê para a criança e pergunte-lhe: “Quantos ________ você tem?”,


ao que ela deve responder “Um”. Então, peça-lhe para que devolva esse objeto, e pergunte:
“Quantos _______ você tem agora?”, ao que ela deve responder “nada, zero”. Então, diga-lhe:
“Quando temos um e perdemos um, ficamos com nada, ficamos com zero. Um menos um é zero”.
Faça o mesmo processo, só que agora com dois objetos: entregue-os à criança, pergunte a
quantidade que ela possui e logo em seguida peça-lhe para entregar um deles. Pergunte: “Com
quantos _______ você ficou?”, ao que ela deverá responder “Um”. Então, diga-lhe: “Quando
temos dois e perdemos um, ficamos com apenas um. Dois menos um é um”. Faça-lhe repetir: dois
menos um é um. Uma outra forma de mostrar esse resultado à criança seria mostrando dois dedos
e perguntando quantos dedos estão levantados. Logo em seguida, abaixe um dedo e pergunte:
quantos dedos sobraram levantados?

MENOS É

180
Atividade 8 - Matemática

Aritmética: Adição
1º Pergunte-lhe:
a) Quanto é um mais um?
b) Quanto é dois mais um?
2º Conte-lhe a seguinte historieta: três pequenas formigas encontraram um delicioso
bolinho para se deliciar. Quando estavam já perto do bolinho, viram que pelo outro lado estava
chegando mais uma formiguinha. Quantas formiguinhas vão comer o bolinho? Antes de mostrar
as imagens abaixo para a criança, estimule-a a pensar “se tinham três formiguinhas e chegou mais
uma formiguinha, quantas agora estão lá?”. Então, faça-lhe levantar três dedos em uma mão e um
na outra mão e contar quantos estão levantados. Após isso, mostre-lhe a imagem e peça-lhe para
contar as formiguinhas uma a uma.

Peça-lhe então para repetir várias vezes: “Três mais um são quatro”.

MAIS É

3º Em “Anexos de Matemática: Atividade 8” há três grupos de imagens, que representarão


as adições 1 + 1, 2 + 1 e 3 + 1. Peça à criança para preencher os números-ligados e as adições.

181
Atividade 9 - Matemática

Relações: Sequências e Padrões

Em um determinado conjunto, os elementos podem relacionar-se entre si de diversas


maneiras. Destas relações, as que mais nos interessam nesta etapa são as sequências e a
identificação dos padrões.
1º Na sequência abaixo temos um evento de repetição do tipo ABABAB. Chamaremos a
esse evento de “Meia-Chapéu”. Tampe o último chapéu, mostre a sequência abaixo e pergunte: o
que deve aparecer após essa meia? A criança deve responder “Um chapéu”. Então, mostre que de
fato ali há um chapéu. Caso ela responda errado, explique, apontando para cada termo da
sequência, que sempre temos “uma meia, depois um chapéu, uma meia, depois um chapéu”. Por
fim, depois de ter dito “uma meia, um chapéu, uma meia, um chapéu…” diga, no tom de indagação,
“uma meia…?”, ao que a criança deverá responder: “um chapéu.”.

2º Treine oralmente algumas sequências do tipo ABABAB com a criança. Exemplos:


a) Leão, Ovelha, Leão, Ovelha, Leão…? Ela responde: Ovelha.
b) Papai, Mamãe, Papai, Mamãe, Papai…? Ela responde: Mamãe.
c) Bata uma palma, depois dê dois socos na mesa, uma palma, dois socos, uma
palma… Ela dá dois socos na mesa ou diz que isso precisa ser feito.
3º Peça-lhe para completar as sequências que se encontram em “Anexos de Matemática:
Atividade 9”, pedindo que explique o motivo. Por explicação, pedimos que a criança diga coisas
do tipo “Coloquei uma vela, pois a sequência mostrava um sino e depois uma vela, um sino e
depois uma vela”.

182
Atividade 10 - Matemática

Aritmética

1º Peça à criança para contar do número 1 a 20, sem interrupções.


2º Mostre os números abaixo e pergunte o nome de cada um deles à criança.

3º Pergunte-lhe:
a) Quanto é um mais um?
b) Quanto é dois mais um?
c) Quanto é três mais um?
d) Quanto é um menos um?
e) Quanto é dois menos um?
4º Peça à criança para que recorte os números que se encontram em “Anexos de
Matemática: Atividade 10”. Depois, embaralhe esses números, conforme as orientações abaixo, e
peça-lhe para que os organize conforme a sequência numérica. Este anexo foi impresso em uma
folha mais grossa, pois a criança o utilizará outras vezes. Por isso, faça-a manusear com cuidado
e após a atividade, armazene-o.
a) Tome os números de 1 a 4, e os coloque alinhados da seguinte maneira: 3, 2, 4,1.
Faça-a arrumar na sequência:1, 2, 3,4.
b)Tome os números de 6 a 9, e os coloque alinhados da seguinte maneira: 9, 8, 7 e
6. Faça-a arrumar na sequência: 6, 7, 8, 9.
c) Tome os números de 4 a 7, e os coloque alinhados da seguinte maneira: 4, 6, 5,
7. Faça-a arrumar na sequência.
d) Tome os números de 5 a 9, e os coloque alinhados da seguinte maneira: 5, 8, 7,
6, 9. Faça-a arrumar na sequência.

183
Atividade 11 - Matemática

Aritmética: Subtração

1º Diga à criança: Na pequena história da árvore orgulhosa, ela perdeu a única flor que
possuía e, portanto, ficou sem nenhum flor. Se temos um, e perdemos um, ficamos com nada,
ficamos com zero. Um menos um é zero.
2º Conte-lhe agora a seguinte história:
“Um pequeno sabiá, que adorava acerolas, certa vez viu duas acerolas num raminho do pé
de acerola.

Ele mais do que depressa, voou em sua direção e abocanhou uma delas, deixando a outra
no raminho para o próximo sabiá que por ali passaria, pois sua alegria ao encontrá-la foi tanta, que
quis que outros sentissem a mesma felicidade ao encontrar a acerola restante. Que bondoso sabiá!”

3º Pergunte-lhe: Quantas acerolas ficaram no raminho? Espere-a pensar e responder


“Uma”. Se a criança não conseguir encontrar a resposta, deixa-a ver os raminhos de acerola, e peça
para que conte quantas acerolas temos em cada situação.
Diga-lhe, então: se temos duas e perdemos uma, ficamos com apenas uma. Dois menos um
é um. Faça-a repetir “Dois menos um é um”.
4º Então, diga-lhe que assim como na adição existem símbolos para representar essa
operação, também na subtração eles existem. Mostre-lhe os símbolos a seguir, explicando-lhe
para que sevem cada um deles:

184
MENOS É

5º Mostre-lhe:
a) 1 – 1 = 0.
b) 2 – 1 = 1.
6º Tome três objetos, os entregue à criança e pergunte-lhe: “Quantos ________ você tem?”,
ao que ela deve responder “Três”. Então, peça-lhe para que lhe devolva um desses objetos, e
pergunte: “Quantos _______ você tem agora?”, ao que ela deve responder “Dois”. Então, diga-
lhe: “Quando temos três e perdemos um, ficamos com dois. Três menos um é dois”. Faça-a repetir:
Três menos um é dois.

MENOS É

7º Em “Anexos de Matemática: Atividade 11” há algumas subtrações para que a criança


resolva. Peça-lhe para preencher as subtrações.

185
Atividade 12 - Matemática

Relações: Sequências e Padrões

1º Em “Anexos de Matemática: Atividade 12” há algumas sequências envolvendo cores e


formas. Peça à criança para que identifique o padrão e o replique duas vezes. Peça-lhe que diga o
nome das formas e das cores.

186
Retomando – Volume 1
Ao final desta Unidade, retome com a criança os seguintes conteúdos, avaliando se ela
alcançou os objetivos:
1. Contagem do número 1 ao 20.
2. Conceitos iniciais de adição, bem com a utilização dos números-ligados e dos
sinais próprios desta operação.
3. Conceitos iniciais da subtração, bem como a utilização dos sinais próprios desta
operação.
4. Identificação das formas geométricas: Círculo, Triângulo, Quadrado, Retângulo,
Trapézio, Losango, Hexágono e Octógono.
5. Replicação de padrões do tipo ABAB e ABCABC.

187
188
Anexos de
Matemática

189
Após o término de todas as atividades, destaque a página e
insira-a na pasta catálogo.

190
Atividade 1

Continua…

191
192
193
194
Atividade 2

Total de rosas

Rosa Rosa

Total de ovelhas

Ovelhas Ovelhas
Antigas novas

195
196
Atividade 3

Quantos retângulos? Quantos quadrados?

Quantos círculos? Quantos quadrados?

197
198
Atividade 4
Quantas bolinhas de Natal?

Quantas folhas?

Quantas nozes?

Quantos violinos?

Quantas abelhas?

199
200
Atividade 5

201
202
Atividade 6

Quantos trapézios? Quantos hexágonos?

Quantos losangos? Quantos octógonos?

203
204
Atividade 8

MAIS É

MAIS É

CONTINUA

205
206
MAIS É

207
208
Atividade 9

209
210
Atividade 11

Numa festa havia três balões, um estourou. Quantos restaram? Faça a


criança fazer um xis no balão que estourou e contar quantos restaram.
Depois, faça-a preencher os esquemas abaixo e repetir “três menos um
é dois”. Siga esse mesmo procedimento nas outras subtrações.

MENOS É

Numa festa havia dois balões, um estourou. Quantos restaram?

MENOS É

Numa festa havia um balão e ele estourou. Quanto restou?

MENOS É

211
Atividade 12

212
213
Sobre a capa
SANTA HILDEGARDA
(17 de setembro)
Santa Hildegarda foi a décima filha de seus pais, e apesar da frágil saúde, dava ela – desde
os primeiros anos de existência – mostras de muita inteligência e inclinação religiosa.
Certo dia, caminhando com sua ama pelas redondezas do castelo, exclamou radiante: “Veja
aquele bezerrinho, como é bonito! Todo branco, tem manchas apenas na cabeça e nas patas. Ah!
tem uma também no lombo!” A criada, olhando para os lados e nada vendo, perguntou-lhe onde
estava o bezerro. Sem compreender como ela não via o animalzinho, a menina apontou uma grande
vaca e disse incisiva: “Está ali! Está ali!”. Perplexa, a mulher pensou estar ouvindo mais uma
fantasia infantil e, em tom de gracejo, contou o sucedido à mãe de Hildegarda. Entretanto, algum
tempo depois nasceu um bezerro e ninguém mais riu: possuía exatamente o aspecto predito pela
menina!
Como Hildegarda dava sinais inequívocos de vocação contemplativa, aos oito anos de
idade, ela ingressou na ermida de Disibodemberg, onde “cresceu em graça e santidade” a exemplo
do Menino Deus. Havia, entretanto, um fator que a unia especialmente a Deus: as comunicações
sobrenaturais de que era objeto. Iniciadas as visões na primeira infância e tendo continuidade ao
longo de toda a sua vida, elas deram a Santa Hildegarda um discernimento profundo da ação do
bem e do mal, da graça e do pecado, da realização da vontade de Deus a que o homem é chamado
e a facilidade que este tem em desprezar os desígnios divinos.
Sabe-se que, naquele tempo, a Bíblia era quase sempre divulgada em latim. Embora não
entendesse o significado das palavras, Santa Hildegarda conseguia explicar o conteúdo dos textos
sagrados. Fato que constitui um milagre dos mais assinalados, e também contínuo e palpável. Era
um fenômeno manifestado exteriormente, e qualquer um podia constatá-lo.
Em determinado tempo a ordem divina lhe disse: “Manifesta as maravilhas que aprendes.
Escreve e fala!” Assim originou-se a principal obra escrita de Santa Hildegarda, “Liber Scivias”,
o qual recebeu nada menos que o louvor de São Bernardo de Claraval e a aprovação do Papa
Eugênio III. Ambos reconheceram em suas palavras e em sua vida a autenticidade das revelações.
Para ela, o Universo criado é um espelho admirável das realidades espirituais e divinas:
“Deus, que fez todas as coisas por um ato de sua vontade e as criou para tornar conhecido e honrado
o seu nome, não se contenta em mostrar através do mundo apenas o que é visível e temporal, mas
manifesta nele aquelas realidades que são invisíveis e eternas. Isto é o que me foi revelado”. Por
isso escolhemos Santa Hildegarda para ser a intercessora dos estudos de ciências.
Aos 81 anos, aquela que nunca recusou socorro aos filhos de Deus entregou sua alma em
meio à grande paz e serenidade de seu mosteiro. Era o dia 17 de setembro de 1179. Em pouco
tempo, encheu-se de peregrinos o seu túmulo, multiplicaram-se os milagres. A vida e a ação desta
celebérrima Santa nos ensinam que a união com Deus e o cumprimento da vontade divina são os
bens que, acima de todos, se devem ambicionar. Além disso, esta mestra, cheia de Deus, mostra
que o mundo só pode ser entendido e governado, se visto como criatura saída das mãos do Pai que
está nos céus, cheio de amor e providência. Sem jamais se vangloriar de suas prerrogativas ou
utilizar em benefício próprio os dons recebidos, ela pode ser definida com estas suas próprias
palavras: “Aqueles que, na elevação de sua alma, gozaram da sabedoria de Deus e se portaram
com humildade, converteram-se em colunas do Céu”.

214
Aula 1
Capítulo 1 – fundamentos
O que é Ciência?
A palavra Ciência vem do latim (Scientia) e significa conhecimento. Ter uma verdadeira
ciência de algo é conhecer o que se estuda de forma profunda, procurando compreender o sentido
do que Deus fez, a causa daquilo existir. Há diversas formas de ciência, neste volume estudaremos
as ciências naturais.

Ciências naturais
Nesta etapa, estudaremos as Ciências Naturais a partir dos elementos da Criação que são
citados na Sagrada Escritura. Nosso objetivo é que a criança compreenda o que estuda as Ciências
Naturais e, ao mesmo tempo, contemple a Criação. As aulas se estruturarão da seguinte forma:
1) Começaremos com um versículo bíblico que trate sobre algum elemento da Criação.
2) Explicaremos o elemento escolhido em seu aspecto material e também seu sentido espiritual.

O que são Ciências Naturais?


As Ciências Naturais estudam a Criação (os seres vivos, como o homem, os animais, os
vegetais, e os seres não vivos, como o Sol, os astros, o ar, o fogo etc.). Procura compreender
profundamente toda a Criação, chegando até à causa de cada coisa, e, consequentemente, em Deus.

Monge carmelita norte-americano rezando e contemplando a Criação.

215
Atividades
1) Pergunte para a criança (que deverá responder oralmente):
a) O que significa a palavra Ciência? (Conhecimento).
b) O que a Ciências Naturais estudam? (A Criação, ou seja, os seres vivos e os não vivos).
c) Quando estudamos profundamente a Criação onde podemos chegar? (Em Deus).
2) Copie estas frases no caderno:
- “A PALAVRA CIÊNCIA VEM DO LATIM (SCIENTIA) E SIGNIFICA
CONHECIMENTO”.
- “AS CIÊNCIAS NATURAIS ESTUDAM A CRIAÇÃO”.

216
Aula 2
Capítulo 1 – Fundamentos
Importância das Ciências Naturais
Há muitos motivos importantes para se estudar a Ciência Natural. Alguns são:
1) Ao estudarmos profundamente a Criação, deixamos de ser ignorantes, retirando a
superstição e criando uma piedade confiante em Deus. Por exemplo: ao estudarmos o Sol,
concluiremos que ele é uma estrela fundamental para a preservação da vida, criado por Deus para
iluminar e aquecer a Terra, governar o dia, e sem o qual tudo morreria. Alguns povos supersticiosos
já chegaram a adorá-lo, achando que era um deus. Mas nós católicos, ao contemplarmos a sua
grandeza, louvamos o Criador, perto de quem o Sol é somente um grãozinho de areia.

2) A observação da Criação nos permite reconhecer que tudo está devidamente ordenado
por Deus. Por exemplo: pense em uma colmeia de abelhas. Cada colmeia possui uma abelha
rainha, que põe os ovos, garantindo a continuidade da colmeia (uma abelha rainha pode pôr até 3
mil ovos por dia). As abelhas operárias são responsáveis por todo trabalho dentro da colmeia e
pela proteção. Os zangões são os machos da colmeia, cuja função é dar origem a novas abelhas.
Observe a complexidade da organização destes seres minúsculos, tudo é devidamente ordenado.
Da mesma forma, todo o Universo é ordenado por Deus.

3) O ser humano é a única criatura capaz de compreender o que vê, conhecer em


profundidade a si mesmo, a criação, o sentido das coisas existirem e também o Criador. Por
exemplo: uma pedra não pode se locomover e nem conhecer-se a si mesma. Um leão pode se
locomover, mas é incapaz de conhecer-se a si mesmo e o sentido das coisas. Os animais agem

Pôr-do-Sol

217
através dos instintos. Já o ser humano é criado à imagem e semelhança de Deus, isto é, possui uma
alma racional. Somos criaturas especialíssimas diante de toda a criação, pois temos uma realidade
material, o corpo, assim como os animais, e temos uma realidade espiritual, a alma racional. Os
anjos são criaturas puramente espirituais.
Estudar e contemplar a Criação é, portanto, um caminho para reconhecer o Criador em
todas as realidades e assim caminhar na direção d’Ele, o princípio e o fim de tudo.

Atividades
1) Peça para a criança dizer um motivo importante para estudar as Ciências Naturais.
2) Copie a frase:
“ESTUDAR E CONTEMPLAR A CRIAÇÃO É UM CAMINHO PARA RECONHECER
O CRIADOR EM TODAS AS REALIDADES E ASSIM CAMINHAR NA DIREÇÃO
D’ELE, O PRINCÍPIO E O FIM DE TUDO”.

218
Aula 3
Capítulo 2 – O Sol
O Sol
Leia pausadamente os versículos abaixo:
“Louvai-O, Sol e lua, louvai-O todas as estrelas luzentes”.
Sl 148, 3
“O Sol se levanta no horizonte e ao fim do dia se põe, e depressa volta ao lugar de onde se
levanta para um novo dia”.
Ecl 1, 5
“Deste modo sereis filhos de vosso Pai que está nos céus, o qual faz nascer o Sol sobre os maus e
os bons, e manda a chuva sobre os justos e os injustos”.
Mt 5, 45
“Depois apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida de Sol, com a lua debaixo de seus
pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça”.
Ap 12, 1

Introdução
O Sol é uma estrela muito
importante para a manutenção da
vida na Terra. É chamado de estrela,
pois assim como toda estrela, ele
emite luz própria. Sem ele não
teríamos o dia, a luz e o calor, as
plantas não sobreviveriam, pois não
realizariam um processo
fundamental para a sua alimentação:
a fotossíntese.
Para nós seres humanos, o
Sol é muito importante, pois
precisamos dele para a produção dos
nossos alimentos. Outro aspecto
importante do Sol é que ele ativa a
produção de Vitamina D, elemento
fundamental para nossos ossos
ficarem fortes, além de nos deixar
mais saudáveis.

219
Tudo o que existe deve louvar a Deus de acordo com a missão dada por Ele no princípio
da Criação. Dessa forma, o Sol louva a Deus iluminando e aquecendo a Terra e governando o dia.
Todos os astros foram criados por Deus e são governados pelos Anjos. Isto significa que
existe um anjo responsável para que o Sol consiga realizar a sua missão na Criação. É um anjo que
faz o Sol nascer e se pôr todos os dias.
O Sol também é conhecido como o “Astro Rei”, por sua grandeza e importância. No livro
do Apocalipse, São João vê “uma mulher vestida de sol”. Essa mulher é Maria Santíssima, a Mãe
de Deus. Dizer que Maria está vestida de sol significa dizer que Ela está vestida da glória de Deus.

A pintura estampada no manto de São Diego é de Nossa Senhora de


Guadalupe. Observe que a pintura contém todos os elementos descritos
no Apocalipse.

220
Atividades
1) Pergunte para a criança:
a) O que é o Sol? (O Sol é uma estrela).
b) O que ele nos traz de benefícios? (Luz, dia, calor, ativa a Vitamina D, possibilita a
fotossíntese).
c) Quem criou o Sol? (Deus).
d) Quem governa o Sol? (Os anjos).
e) Por que o Sol é conhecido como o Astro Rei? (Por sua grandeza e importância).
f) Quem é a Mulher vestida de Sol no Apocalipse? (A Virgem Maria).
2) Contemple por alguns minutos a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. Peça para a criança
analisar a imagem e dizer suas impressões. Conte brevemente a história de Nossa Senhora de
Guadalupe para a criança.
3) Copie as frases no caderno:
- “O SOL SE LEVANTA NO HORIZONTE E AO FIM DO DIA SE PÕE, E DEPRESSA
VOLTA AO LUGAR DE ONDE SE LEVANTA PARA UM NOVO DIA”. Ecl 1, 5
- “TODOS OS ASTROS FORAM CRIADOS POR DEUS E SÃO GOVERNADOS PELOS
ANJOS”.

221
Aula 4
Capítulo 2 – O Sol
O Milagre do Sol
Na Bíblia podemos encontrar muitos milagres impressionantes:
a abertura do Mar Vermelho, a cura do leproso Naamã, fogo descendo
do céu, os milagres feitos pelo próprio Cristo. Sem dúvida, o maior de
todos os milagres que já houve foi a Ressureição de Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Há mais de cem anos atrás aconteceu um milagre com o sol,
digno de estar nas páginas das Escrituras. Foi na cidade de Fátima, em
Portugal, no dia 13 de outubro de 1917. Nossa Senhora havia
aparecido cinco vezes para três pastorzinhos chamados Lúcia, Jacinta
e Francisco.
Na sexta aparição, a Virgem Maria prometeu que faria
um grande milagre à vista de todos que estivessem reunidos
naquele lugar. O dia amanheceu chuvoso, mas os
pastorzinhos não desanimaram. A chuva, contudo, não
afastou uma imensa multidão de mais de 70 mil pessoas de
se reunirem no local das aparições.
O Sol, o Astro Rei, começou a dançar no céu. Certamente “estava alegre” em ser digno de
estar a serviço da Mãe de Deus. As pessoas olharam para o céu e viram uma grande bola de fogo
girando, indo de um lado para o outro, como que louvando o Criador. Que grande dia para o Sol:
desde a Criação ele cumpriu exatamente, através do governo dos anjos, o movimento que Deus
lhe havia determinado. Mas, no dia 13 de outubro pôde girar livremente no céu de Fátima.
Todos caíram de joelhos
diante de tamanho milagre e
podemos imaginar o que se
passava na cabeça daqueles
pobres homens: quem é essa
Mulher que tem poder para
mover o poderoso Sol? Será
que vamos todos morrer?
Perdoai-nos Senhor, pois
pecamos contra Vós!
A dança do Sol foi o grande
milagre prometido, mas
serviu apenas para manifestar
a Onipotência de Deus e a
Multidão que esteve presente no dia do milagre do Sol. Onipotência Suplicante de

222
Nossa Senhora. As pessoas não se ajoelharam para o astro que dançava no céu, mas sim diante do
Senhor de todas as coisas. O Sol mais uma vez serviu bem ao seu Criador.

Os três pastorzinhos: Jacinta, Lúcia e


Francisco.

Atividades
1) Pergunte para a criança:
a) Cite dois milagres da Bíblia.
b) Narre brevemente o milagre do Sol.
c) Quais os nomes dos três pastorzinhos?
2) Copie as frases no caderno:
- “O SOL, O ASTRO REI, COMEÇOU A DANÇAR NO CÉU. CERTAMENTE ‘ESTAVA
ALEGRE’ EM SER DIGNO DE ESTAR A SERVIÇO DA MÃE DE DEUS”.
- “A DANÇA DO SOL FOI O GRANDE MILAGRE PROMETIDO, MAS SERVIU
APENAS PARA MANIFESTAR A ONIPOTÊNCIA DE DEUS E A ONIPOTÊNCIA
SUPLICANTE DE NOSSA SENHORA”.

223
224
225
Sobre a capa
BATALHA DE LEPANTO

A imagem da capa do material de História representa a grande Batalha de Lepanto, ocorrida


em 1571, onde a Liga Católica, com a ajuda de Nossa Senhora do Rosário, triunfou sobre a invasão
muçulmana na Europa. Essa foi uma das maiores batalhas navais da História. Os muçulmanos
ameaçavam dominar e escravizar toda a Europa, destruindo o cristianismo. Formou-se, então, a
Liga Católica convocada pelo Papa São Pio V e liderada pelo príncipe Dom João d’Áustria, filho
do imperador do Sacro Império Carlos V. A preparação dos soldados católicos consistiu em jejuns,
orações e procissões, suplicando a Deus, por meio de Maria Santíssima, a graça da vitória, pois o
inimigo não era apenas uma ameaça para a Igreja, mas também para a civilização. Tendo recebido
a Santa Eucaristia, partiram para a batalha. No dia 7 de outubro de 1571, invocando o nome de
Maria, Auxiliadora dos Cristãos, travaram dura batalha nas águas de Lepanto. Em terra, toda a
Igreja, comandada pela fé e piedade de São Pio V, se pôs a rezar o Santo Rosário. Após algumas
horas de conflito, a Liga Católica derrotou a frota muçulmana que viu sobre os navios católicos
“uma Senhora majestosa e ameaçadora”. Era Nossa Senhora que auxiliou a Santa Igreja e
conseguiu do Senhor dos Exércitos o triunfo sobre o mal.
Esse grande acontecimento histórico foi escolhido, por comprovar a visão adotada neste
material:
1. A História é palco de uma grande batalha entre o bem e o mal (Liga Católica X
Muçulmanos);
2. Nessa batalha, Deus intervém constantemente em favor de seus eleitos (aparição e
intervenção de Maria Santíssima);
3. O bem triunfará definitivamente sobre o mal no fim dos tempos (vitória católica).

226
Introdução
Este material didático de História tem como objetivo auxiliar o processo de leitura dos
alunos, ao mesmo tempo, habituá-los à linguagem histórica (passado, séculos, antiguidade, etc.)
para que, posteriormente, tenham mais facilidade em compreender esta disciplina. Não se
pretende, entretanto, extrapolar esta compreensão superficial da História, pois o objetivo nesta
Etapa é o processo de alfabetização. Escolhemos narrar a história dos homens providenciais, ou
seja, aqueles que tiveram, por causa da relação de amizade com Deus, um papel fundamental no
decorrer do tempo. Veja, abaixo, o conteúdo das aulas de cada volume. Sugerimos que se estude
um capítulo por semana.
Conteúdo Programático de História
Volume 1 - Apresentação da disciplina: o que é História?; a grande batalha; o estudo da
História; os homens providenciais.
- Toda a História converge para Cristo.
Volume 2 - História de Noé.
- História de Abraão.
- Abraão no Egito.
- História de Moisés.
Volume 3 - As dez pragas do Egito.
- Os Dez Mandamentos.
- História de Josué.
- História do Rei Davi.
Volume 4 - O Reinado de Davi.
- História do Profeta Elias.
- História de Judas Macabeu.
- História de Maria Santíssima.
Volume 5 - A Assunção de Maria.
- A ação de Nossa Senhora na História.
- História de São João Batista.
- História de São Pedro.
Volume 6 - História de São Paulo.
- História de Santo Agostinho.
- História de São Bento.
- História de Constantino.
Volume 7 - História de Clóvis.
- História de Carlos Magno.
- História de São Gregório VII.
- História de São Francisco de Assis.
Volume 8 - Santo Tomás de Aquino.
- São Luís IX.
- Santa Joana d’Arc.
- História de Dom Henrique, o Navegador.
Volume 9 - História de Santo Inácio de Loyola.
- História de São Pio V.
- História de Santa Tereza d’Ávila.
- História do Padre José de Anchieta.
- História de São João Bosco.
Volume 10
- História de São Pio X.
- História do Padre Pio.

227
Capítulo 1
Apresentação da disciplina

Introdução
Nos quatro capítulos seguintes, estudaremos:

• Apresentação da disciplina.
• A grande batalha.
• O estudo da História.
• Os homens providenciais.
Neste capítulo, apresentaremos os princípios básicos da História, pois a humanidade vive
no tempo e, através de suas escolhas, participa ou não do plano de Deus.

O que é a História?
A História é o período de tempo entre a Criação e o Juízo Final, onde todos os homens
serão julgados por Deus, sendo que uns serão salvos e outros condenados. O acontecimento mais
importante que ocorreu na história da humanidade foi a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Há milhares de anos atrás, Deus criou todas as coisas, e as criou para o homem, sua criatura
mais bela, pois foi criado à imagem e semelhança do Criador. Desde Adão e Eva, os filhos de
Adão (que são todos os homens) marcham no tempo, assim como um exército marcha em um
campo de batalha. Este tempo se encerrará no Juízo Final, onde todos serão julgados segundo suas
obras.
Gustave Doré. A criação do mundo.

Gustave Doré. O Juízo Final.

Todas as pessoas vivem no tempo. Qual é a sua idade? Qual é a data do seu nascimento?
Quantos anos tem a mamãe? E o papai? Perceba que o tempo passou desde que você era um bebê;

228
quantas coisas mudaram, não é verdade? É no tempo que o homem se salva ou se perde. Por isto,
não podemos usar mal este período de prova.
Cada um de nós tem a sua própria história, ou seja, nascemos de uma família, em tal cidade,
em tal estado; em tal data fomos batizados, em tal igreja, por tal padre. Além disso, passamos por
diversas situações diferentes ao longo de nossa vida. Todas as nossas ações, pensamentos e
palavras estão inseridos na história e prestaremos conta de cada um deles. Mas nossas histórias se
inserem na grande História da humanidade, onde Deus, com sua infinita bondade e graça, quer
salvar as almas que o amam.
Dissemos, acima, que a humanidade marcha como um exército no tempo. Agora é preciso
entender que não há só um, mas dois exércitos: os filhos de Deus e os filhos das trevas, o trigo e o
joio, as ovelhas e os cabritos, para usarmos os termos da Sagrada Escritura. Um grande doutor da
Igreja chamado Santo Agostinho usa os seguintes termos para expressar estes dois exércitos: a
Cidade de Deus e a cidade dos homens.
“Dois amores fundaram duas cidades, a saber: o amor-próprio, levado ao desprezo de Deus, a
terrena; o amor a Deus, levado ao desprezo de si próprio, a celestial.”2
Santo Agostinho
Uma cidade ama a Deus e a outra ama a si mesmo. Estas duas cidades estão em guerra,
mesmo que os nossos olhos não vejam o conflito. Na verdade, este conflito se passa dentro de cada
um de nós. Todas as nossas ações, palavras e pensamentos ou são por amor a Deus ou por amor a
nós mesmos.

Santo Agostinho, A Cidade de Deus, 1450, Strasbourg, Bibliothèque nationale et. universitaire.
Provavelmente esta iluminura foi pintada por Jean le Tavernier

A imagem acima representa o conflito entre as duas cidades na História. O homem vive este drama, pois os
seus inimigos, o mundo, o demônio e a carne, tentam perdê-lo enquanto a graça de Deus é dada para salvá-lo.

2
Trecho retirado da obra “A Cidade de Deus”, parte 2, de Santo Agostinho, p. 165.

229
Atividades
1) Repita para a criança: A História é o período de tempo que vai da Criação até o Juízo Final.
Agora peça para ela responder:
a) Quando se iniciou a História?
b) Quando terminará a História?
2) Pergunte para a criança: Como Santo Agostinho chama os dois exércitos que são inimigos um
do outro?

230
Capítulo 2
A grande Batalha

Por que estudar História?


Imagine um teatro muito bonito, cheio de pessoas ansiosas para assistir uma peça
famosíssima onde ocorre uma batalha entre dois exércitos. “Quem será o vencedor?”, é a grande
questão que passa no pensamento de cada pessoa ali presente. Inicia-se a peça! A trama teatral se
desenvolve perfeitamente, fazendo com que cada pessoa não tenha tempo sequer de piscar. A
sensação geral é a de que aquilo ocorre realmente. Barulhos de espadas se chocando, homens
gritando, um grande espetáculo de luzes e sons. Um exército vestia, por cima das armaduras,
longas túnicas brancas com uma grande Cruz vermelha no peito. Eram liderados por um grande
general, conhecido pelas suas virtudes heroicas e por sua piedade que causava admiração até
mesmo nos monges mais fiéis. Do
outro lado estavam os bárbaros,
homens cheios de vícios, mal
vestidos, fétidos, sujos, acostumados
a todo tipo de maldade. Eram
liderados por um homem obscuro,
cuja origem ninguém conhecia ao
certo. Eram em maior número.
A batalha se desenvolveu
envolvida por uma grande trama de
traições, desertores de ambos os
lados, mas também exemplos de
heroísmo, sacrifício e coragem. A
maior parte da peça deixava antever
que os bárbaros venceriam a luta.
Mas, por fim, um exército sai
vitorioso! É aquele que lutava pela
causa mais nobre: por Deus, pela
Igreja, pela Civilização, pela Pátria!
O exército vencido é lançado no fogo
do inferno, pois lutava por motivos
egoístas, rancorosos, orgulhosos. Ao
término da peça, todos se levantam
comovidos e aplaudem por um longo
Vitral de São Miguel Arcanjo. período.
Assim é a História. Isto acontece todos os dias desde a Criação até o Juízo Final. A História
é o palco onde se desenvolve esta grandiosa batalha. Porém, existe uma diferença. Neste “teatro”
da História não existe expectadores, ou seja, todos estão envolvidos diretamente. A questão é: a

231
qual exército você pertence? Àquele que luta por Deus e pela Igreja ou àquele que luta por si
mesmo?
Esta batalha se iniciou no Céu, quando Lúcifer, o maior dos Anjos, gritou: “Não servirei a
Deus”! Ao ouvir este grito ímpio, um Arcanjo gritou ainda mais forte: “Quem é como Deus?”. Era
Miguel, o Fiel. Então travou-se a maior batalha de que já se ouviu notícia. Os Anjos maus foram
expulsos e condenados eternamente. Esta luta, contudo, estendeu-se para a Terra, a partir do dia
que Adão e Eva comeram o fruto proibido e só terminará quando Jesus Cristo voltar pela segunda
vez no Fim do Mundo e da História.
Não podemos ter ilusões. Tudo o que fazemos contribui ou prejudica a causa do Evangelho.
Uma coisa temos por certo: o triunfo de Jesus Cristo, de Maria Santíssima, da Igreja Católica e de
todos os eleitos é inevitável.

Atividades
1) Peça para a criança recontar a história passada no teatro descrita acima. Fique atento aos fatos
narrados pela criança. Caso ela pule algum ponto importante faça as seguintes perguntas:
a) Qual era o tema da peça de teatro?
b) Qual era a diferença entre os dois exércitos?
c) Qual exército aparentava vencer? Qual de fato venceu?
d) Pelo que o exército vitorioso lutava?
2) Pergunte para a criança qual é a relação entre a história contada acima com a História da
humanidade. Ela deve entender que na História da humanidade ocorre uma imensa luta entre o
bem e o mal. Diga para ela que desde cedo é necessário lutar pelo Reino de Deus.

232
Capítulo 3
O estudo da História

Introdução
Vimos no capítulo anterior que a história é o período de tempo que vai da Criação até o
Juízo Final. O tempo tem três partes, a saber: passado, presente e futuro. A disciplina de História
tem o objetivo de estudar o passado humano.

Como devemos estudar História?


O historiador estuda as causas verdadeiras dos fatos históricos (acontecimentos). Ou seja,
estudar História é compreender o que realmente aconteceu. Buscamos entender desde o princípio
até o fim os acontecimentos, em suas causas e consequências, respondendo as seguintes perguntas:
O que aconteceu (o fato histórico)? Quando (época)? Quem (o sujeito da ação)? E onde (o local
do fato)? Por exemplo: O nascimento de Jesus.
1) O que aconteceu? O nascimento de Jesus Cristo.
2) Quando? No ano 1 d.C., pois este evento é o que marca o início do nosso calendário.
3) Quem? Jesus Cristo, o Filho de Deus.
4) Onde? Na cidade de Belém, na Judeia.
Como foi dito acima, o historiador deve
buscar as causas dos acontecimentos, não se
limitando a responder às quatro perguntas.
Vamos dar outro exemplo: as Grandes
Navegações.
Há muitos anos atrás, em uma época
em que não existiam carros e aviões, os
portugueses iniciaram as chamadas Grandes
Navegações, ou seja, organizaram grandes
expedições marítimas com seus barcos à vela
(designadas caravelas). Era uma grande
aventura!
Inicialmente o historiador deve
responder às quatro perguntas: o que
aconteceu? O início das Grandes Navegações; Duccio. O nascimento de Jesus.
quando? No ano de 1415 d.C.; quem? Os
portugueses, especialmente Dom Henrique, o Navegador; onde? Em Portugal.
Mas temos que ir além disso e perguntar: por que os portugueses fizeram isso? O que os
moveu? Qual foi a causa deste acontecimento? As respostas para estas perguntas não são fáceis de
conseguir. Para isso, o historiador analisa documentos, tradições, obras literárias, etc. Algumas

233
destas respostas já foram encontradas: Os portugueses desejavam expandir a fé católica e o
império, ou seja, desejavam que mais almas conhecessem o nome de Jesus e fossem civilizadas.
Isto quer dizer que a expansão da fé foi a causa do acontecimento conhecido como grandes
navegações. Evidentemente que havia outras intenções como a conquista de novas terras,
comércio, a busca por ouro e prata, mas a causa principal foi a dilatação da fé católica.
Roque Gameiro. Caravelas portuguesas.

Victor Meirelles. A primeira Missa no Brasil.


“Tal fé católica, tendo sido, de certo modo, a linfa vital, que alimentou a nação portuguesa desde
seu nascimento, assim foi senão a única, certamente a principal fonte de energia, que elevou a
vossa pátria ao apogeu da sua glória de nação civil e nação missionária, ‘expandindo a fé e o
império’. Refere-o a história e os fatos o atestam”.3
Papa Pio XII

Atividades
1) Pergunte para a criança:
a) Em quantas partes o tempo é dividido?
b) Como se chamam estas partes?
c) Quais são as quatro perguntas que o historiador deve responder?
d) O que mais o historiador deve responder?
e) Qual foi a causa das Grandes Navegações?

3
Trecho da encíclica “Saeculo exeunte octavo” do Sumo Pontífice Papa Pio XII aos bispos de Portugal, nº 4.

234
Capítulo 4
Os homens providenciais

Introdução

C
OMO vimos nos capítulos anteriores, a
História é o palco onde se desenvolve
a grande luta entre os bons e os maus.
Dentro desta batalha, destacam-se figuras
fundamentais que marcham rumo ao triunfo da
Igreja. Estes são chamados homens
providenciais, pois Deus os suscitou para serem
como que colunas de sustentação de um
edifício. Ao longo deste ano, estudaremos a
história destes homens e mulheres que
marcaram permanentemente as páginas da
História da humanidade.
Há também homens que mancharam a
História com os piores pecados possíveis. Estes
causaram grande dano para a humanidade,
levando muitas vezes multidões à condenação
eterna.

Quem são os homens


providenciais? São José, Protetor da Igreja. São José pode ser considerado
um dos homens mais providenciais da História, pois a ele foi
Os homens providenciais são como confiado a proteção dos dois maiores tesouros de Deus: Jesus
e Maria.
faróis que iluminam o escuro trajeto da história
que não poucas vezes é assolada por grandes
tempestades. Esses homens podem ser comparados a postes. A energia elétrica é produzida
normalmente nas hidrelétricas e chega a nossas casas através de uma rede complexa de energia.
Os cabos elétricos são sustentados por postes que se encontram desde a hidrelétrica até a nossa
casa. Assim são os homens providenciais: aqueles que sustentam a vontade de Deus ao longo da
História.

Jesus Cristo: O Homem Providencial


Vimos, acima, que existem homens providenciais na História. Porém, em toda a História,
desde a Criação até o Juízo Final viveu um homem que pode ser chamado O Homem Providencial:
Jesus Cristo Nosso Senhor. Na verdade, Ele é a própria Providência, pois é Deus, a Segunda Pessoa
da Santíssima Trindade. Logo que Adão e Eva cometeram o primeiro pecado, Deus prometeu um

235
Salvador que viria da descendência de uma Mulher, que é a Virgem Maria, a segunda pessoa mais
providencial da História.
Há mais de dois mil anos atrás, Jesus Cristo nasceu da Virgem Maria na cidade de Belém,
na região da Palestina. Sendo Deus, Jesus tinha a maior missão da História: salvar o gênero
humano do pecado. O nome “Jesus” significa “Deus Salva”, justamente a missão de Nosso Senhor.
Além de salvar a humanidade através da Sua Paixão, Morte e Ressurreição, Jesus ensinou a Sua
doutrina, semeou a Sua Palavra, conviveu com os homens, fundou a Igreja Católica, continuadora
de sua missão salvadora, e no final da Sua vida nos deu o maior presente da História: a Santíssima
Eucaristia que é seu próprio Corpo, Sangue, Alma e Divindade.

Nascimento de Jesus. Por Fra Angélico.

Nesta missão salvadora de Cristo está presente Sua Mãe, Maria Santíssima, de tal modo
que podemos chamá-La de Corredentora, pois Cristo só pôde realizar a Sua missão graças ao SIM
dado por Maria ao Arcanjo Gabriel.
Diante de tudo isso, podemos declarar com certeza que Jesus foi o Homem mais
providencial da História, porque sem Ele e a Virgem Maria seríamos escravos do Diabo e não
poderíamos ir para o Céu. Deus quer viver conosco eternamente, mas para isso precisamos lutar
ao lado dos justos neste mundo para que, através dos méritos de Jesus, mereçamos ir para o Paraíso.
Se formos fiéis, Deus nos dará a recompensa; nossa obrigação é amá-Lo e glorificá-Lo. Assim
afirmou Santa Teresa:
“Move-me o Teu amor, Senhor,
E de tal maneira,
Que ainda que não houvesse Céu eu Te amaria,
E ainda que não houvesse inferno Te temeria”.

A História atingiu seu ponto máximo em Jesus Cristo


A História começou na Criação e irá terminar com o Juízo Final, mas seu ponto mais
importante foi a vinda de Jesus Cristo. Ele dividiu a História em duas partes: todos os
acontecimentos antes de Cristo nascer assinalamos como “antes de Cristo” (a.C.) e tudo o que
aconteceu depois de Cristo colocamos “depois de Cristo” (d.C.). Esta divisão é adotada em quase
todo o mundo, provando a importância de Jesus na História.

236
O início da vida de Jesus se deu no dia 25 de dezembro do ano 1 (nesta data celebramos o
Natal) e o fim da Sua vida terrestre se deu na Ascensão de Cristo, no ano 33, quarenta dias após a
Sua Ressurreição.

Linha do Tempo

Atividades
1) Pergunte para a criança:
a) Pergunte para a criança o que ela entendeu a respeito dos homens providenciais.
b) Quem é o homem mais providencial da História?
c) Qual era a missão de Jesus?
d) Além de salvar a humanidade, o que Jesus fez?
e) Qual é o papel de Maria na História?
f) Quando a História começou e quando terminará?
g) Como se divide a História após o nascimento de Jesus?
2) Copie a linha do tempo acima. (Caso necessário auxilie a criança).

237
238
239
Sobre a capa
SÃO JOÃO BOSCO
(31 de janeiro)

São João Bosco é um dos Santos mais populares da Igreja e do mundo. Foi sua missão
específica a educação cristã da juventude. Para o desempenho da sua missão salvadora, jamais o
Céu lhe faltou com extraordinários dotes humanos e sobrenaturais.
Dom Bosco tinha sonhos místicos e em um destes sonhos determinou a latitude e a
longitude de uma região, que hoje reconhecemos como sendo Brasília, a capital do Brasil. Por
estes conhecimentos geográficos místicos, escolhemos Dom Bosco como o padroeiro da Geografia
nesta trajetória de estudo.

240
Orientações e práticas de estudo
geográfico

Caríssimos responsáveis, leiam atentamente cada uma das proposições abaixo antes de
prosseguir para os estudos!
É com grande alegria que lhes apresentamos este humilde material didático da ciência
geográfica, que tem por finalidade o engrandecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, de Sua Igreja
e o triunfo da Bem-Aventurada Virgem Maria nos corações e mentes e que, através deste estudo,
consigam contemplar a Beleza, o Bem, a Verdade e a Unidade expressos no Catolicismo.
É de extrema relevância que se dediquem à Geografia, pois o presente material quer
apresentar uma nova Geografia, a Católica! Ao longo dos estudos veremos que em muito ela se
assemelha à Geografia convencional que estamos acostumados a estudar, mas, o que mais importa,
não é o assunto que vamos estudar, mas sim a forma como olhamos, ou seja, o fio condutor que
guia o estudo geográfico. Nos primeiros capítulos veremos cada um desses detalhes.
Mas, antes de definirmos o que vem a ser a Geografia e sua visão católica, passemos a
algumas orientações simples e objetivas de como o estudante e os educadores/pais devem proceder
ao longo deste ano. Elas são de extrema importância no aprendizado do estudante; e se forem
seguidas haverá o desenvolvimento intelectual e espiritual que o aluno necessita e as qualidades
necessárias para prosseguir no estudo da ciência geográfica.
Seguem as orientações:
1ª) Os escritos vermelhos em itálico são orientações para facilitar a condução dos conteúdos a
serem ensinados.
2ª) Neste primeiro volume será apresentado os principais fundamentos da Geografia, para que o
estudante tenha a base para compreender o conteúdo de cada capítulo. A cada capítulo resgatamos
elementos importantes desses fundamentos.
3ª) É de extrema importância que o estudante seja aplicado no estudo semanal de Geografia, tanto
teórico (leitura), quanto prático (exercícios e atividades), para que a meta seja alcançada. No
entanto, como os alunos da Etapa 1 ainda estão se habituando à escrita e carecem de certa
velocidade e da correta ortografia, dê preferência a realizar os exercícios de forma oral, exceto
quando forem mais objetivos.
4ª) Para o estudo teórico recomenda-se que se estude cerca de 30 minutos semanais; para o estudo
prático não há recomendação de duração, pois deve-se utilizar o tempo necessário até que o
estudante tenha adquirido todo o conhecimento essencial do capítulo estudado.
5ª) Ainda sobre o estudo prático: semanalmente será proposta uma atividade escrita ou oral
chamada “Reforçando o Saber”, composta de exercícios sobre o capítulo, ou algum outro tipo de
atividade. Haverá também, no final do capítulo, o “Registre no Caderno”, que nada mais é que
um breve resumo do capítulo para que o estudante o escreva no caderno.

241
6ª) Trabalho de mapas: será proposto, ocasionalmente, uma atividade sobre mapas, para que o
estudante adquira noção da localização dos lugares que estão à sua volta e do estudo que está
realizando.
7ª) É importante ter sempre em mãos um dicionário da língua portuguesa para encontrar o
significado das palavras desconhecidas presentes nos textos.
8ª) A tutoria online está à disposição em caso de dúvidas, via Skype, ou Whatsapp.
9ª) É bom evitar ao máximo assistir TV, usar computador (a menos que seja necessário) e jogar
videogame. Essas práticas, na maioria das vezes, além de conter ideologia e sensualidade e levar
ao vício pela quantidade de imagens e o prazer que causam, destroem a imaginação sadia, a
vontade de estudar e a busca pela virtude.
Posto tudo isto, é muito importante ressaltar a prática da virtude da humildade nos estudos,
pois, como diz Hugo de São Vitor, “a humildade é o princípio do aprendizado, e sobre ela, muita
coisa tendo sido escrita, as três seguintes, de modo principal, dizem respeito ao estudante. A
primeira é que não tenha como vil nenhuma ciência e nenhuma escritura. A segunda é que não se
envergonhe de aprender de ninguém. A terceira é que, quando tiver alcançado a ciência, não
despreze os demais.”4 Estas três prescrições da humildade são o ponto chave para o bom estudo e
alcance da graça santificante. Mas, acima de tudo, tanto o estudante quanto os
responsáveis/pais/mestres, devem procurar em tudo a virtude e agradar a Deus em suas ações:
“Buscai primeiro o Reino de Deus e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”
(Mt 6, 33).

“Aos que fizeram tudo o que tiveram em seu alcance para permanecer fiéis, não lhes faltará
nada, nem a guarda dos anjos nem a proteção dos santos.”
(Santo Hilário de Poitiers)

4
SÃO VITOR, Hugo de. Opúsculo sobre o modo de aprender e de meditar. Disponível em:
www.cristianismo.org.br.

242
Introdução
O conteúdo de Geografia para a Etapa 1 tem como objetivo auxiliar o processo de leitura
dos alunos, ao mesmo tempo, habituar à linguagem geográfica (definição de alguns elementos da
paisagem natural e humanizada, princípios cartográficos para interpretação de mapas e localização
no espaço, etc.) para que, posteriormente, tenham mais facilidade em compreender a Ciência
Geográfica propriamente dita. Não se pretende, extrapolar esta compreensão superficial da
Geografia, pois o propósito desta Etapa é o processo de alfabetização.
Para alcançar estes objetivos, primeiramente apresentaremos os fundamentos que
sustentam a Geografia, para depois iniciarmos um estudo sobre os princípios da Cartografia, dando
ênfase à leitura de mapas, localização e orientação no espaço. Veja, abaixo, o Conteúdo
Programático de cada Volume.

Conteúdo Programático de Geografia


- Apresentação da disciplina.

- Definição de Geografia.
Volume 1
- Missão geográfica de cocriação.

- Contemplação das belezas de Deus.


- Relembrando as direções.

- O que é Cartografia.
Volume 2
- O que é um mapa.

- Atividades sobre mapas.


- O primeiro mapa.

Volume 3 - Construção de um mapa rupestre.

- Pontos de referência.
- Definição e elementos da paisagem.
Volume 4
- Elementos do mapa.
- Revisão do 1º ao 4º volume.
Volume 5
- Explorando mapas.
Volume 6 - Definições e diferenças entre bairro, cidade, estado e país.
- Cartografia da História da Salvação.
Volume 7
- Localizando o Jardim do Éden.
Volume 8
- Noé e seus filhos – local do dilúvio e para onde foram os filhos de
Noé.

243
- Babel, o símbolo do pecado.

- Caminhos para Abraão.


Volume 9
- As doze tribos de Israel.

- Caminhos para o Êxodo.


- Revisão do 5º ao 9º volume.

- Os talentos enterrados nas areias do Egito.


Volume 10
-A terra prometida.

- A morada e o povo de Nosso Senhor.

244
Introdução
O presente volume tem como objetivo apresentar o que vem a ser a disciplina Geografia,
de modo que serão desenvolvidos os principais fundamentos dessa ciência, para que o estudante
consiga compreender o fio condutor de cada conteúdo e entender a essência do conhecimento
geográfico.

Capítulo 1
O que é Geografia
É de extrema importância que o estudante entenda este capítulo, pois, mesmo que se apresente de forma bem simplificada,
como dito na introdução, o fundamento é o fio condutor de todos os assuntos estudados ao longo do ano. Portanto, deve ser
bem estudado. Explique primeiramente a definição que consta no primeiro parágrafo deste capítulo. Em seguida, utilize o
exemplo do texto para firmar o conhecimento.

Definindo a Geografia
A Geografia é uma ciência que estuda as ações humanas em sociedade e sua relação com
a criação, e contribui para a perfeição do homem.
A partir desta breve mas rica definição, podemos determinar cinco pilares que sustentam
essa ciência geográfica:
1) Missão de cocriação.
2) Trabalho.
3) Contemplação da criação.
4) Vocação à civilização.
5) Cultura.
Ao longo deste volume nós estudaremos os três primeiros pilares.
Leia o seguinte trecho da Sagrada Escritura:
“26E (por fim) disse: Façamos o homem a nossa imagem e semelhança, e presida aos peixes do
mar, e as aves do céu, e aos animais selváticos, e a toda a terra, e a todos os répteis, que se
movem sobre a terra. 27E criou Deus o homem a sua imagem; criou-o a imagem de Deus, varão
e fêmea os criou. 28E Deus os abencoou, e disse: Crescei te multiplicai-vos, e enchei a terra, e
sujeitai-a, e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves do céu, e sobre todos os animais
que se movem sobre a terra. 29E Deus disse: eis que vos dei todas as ervas, que dão semente
sobre a terra, e todas as árvores, que encerram em si mesmas a semente do seu gênero, para que
vos sirvam de alimento, 30e a todos os animais da terra, e a todas as aves do céu, e a tudo o que
se move, sobre a terra, e em que há alma vivente, para que tenham que comer. E assim se fez.” 5
(Gn 1, 26-30)

5
Bíblia Sagrada do Padre Matos Soares, 1956.

245
Esta passagem da Sagrada Escritura é essencial para o entendimento daquilo que é mais
essencial à ciência geográfica.
Ao ser criado à imagem e semelhança de Deus, Adão, e por consequência toda a
humanidade, recebeu do Senhor uma grande missão 6: conhecer e contemplar Sua criação, mas
também transformá-la e usá-la livremente, desde que com sabedoria, a fim de sobreviver e servir
ao Único Deus. Desta maneira, nos tornamos cocriadores das obras de Deus.
Aliás, esta missão de cocriação deve também favorecer a vocação do homem para a
construção da civilização, que nada mais é que o aperfeiçoamento de si e de seus costumes,
expressos em suas obras materiais e espirituais, sustentados por uma autêntica e verdadeira cultura.
Para facilitar o entendimento, imagine que seus pais planejem construir uma casa. Para
isso, contratarão uma equipe de pedreiros qualificados para o trabalho. Embora sejam eles que
façam todo o serviço, quem dá os comandos de como e onde cada coisa deve ser feita, é o pai.
Agora vamos à
construção da casa
propriamente dita: o primeiro
e o mais importante passo
para sua construção, depois
de limpar o terreno, é o
alicerce. Ele é a base da casa,
pois, além de evitar que ela
fique torta, confere-lhe
firmeza. Depois disso, as
paredes são levantadas, e por
último é posto o telhado.
O alicerce da
Geografia é a missão de

https://icon-library.com/6508994.html
cocriação que Deus deu ao
homem. Ser cocriador e
administrador do mundo: esta
é a base de todo o nosso
estudo.
As paredes da casa,
são os conteúdos referentes
ao mundo natural e à
formação da sociedade, as
principais transformações da paisagem realizadas pelo homem, desde a época de Adão até a
atualidade, e sua vivência em sociedade.
O telhado, que cobre toda a casa e dá o acabamento à construção, é o estudo e a
contemplação da Grandeza e Beleza de Deus Criador expressas na Sua criação, nas ações de Sua
Igreja e nas boas ações humanas.

6
Primeiro pilar da Geografia.

246
Assim sendo, o pedreiro que constrói a casa representa o homem cocriador que transforma
a criação divina e constrói a sociedade. Embora seja o pedreiro que esteja construindo a casa, quem
lhe dá as ordens é o mestre de obras e o dono da casa; da mesma maneira, o homem cocriador
transforma o espaço e é submisso ao mestre de todas as obras, Deus.

Reforçando o Saber
1- O que é Geografia. Para facilitar a explicação, utilize o exemplo da construção da casa.
2- Quais são os cinco pilares da Geografia?

Registre no Caderno
CABEÇALHO (cidade, data e o tempo atmosférico – sol, chuva, nublado, etc.).

TÍTULO DO CAPÍTULO (“Capítulo 1 - O que é Geografia”).


A GEOGRAFIA É UMA CIÊNCIA QUE ESTUDA AS AÇÕES HUMANAS EM
SOCIEDADE E SUA RELAÇÃO COM A CRIAÇÃO, CONTRIBUI PARA A PERFEIÇÃO
DO HOMEM.

247
Capítulo 2
A missão de cocriação
O presente capítulo trata da missão de cocriação que permeia toda a história humana, a missão começou com a criação de
Adão. Se esta história despertar certo interesse no estudante, leia e explique o primeiro capítulo do livro de Gênesis. Em seguida,
explique o que é a missão geográfica de cocriação, seguido do exemplo bíblico, conforme o conteúdo abaixo.

N
O princípio, quando Deus criava todas as coisas, no sexto dia, criou o homem do barro e
o chamou de Adão. Tanto Adão quanto toda a humanidade foram criados à imagem e
semelhança de Deus, e o Senhor deu à humanidade a grande missão de cocriador do
universo.
Ser cocriador significa ser auxiliar de Deus em Sua criação. É óbvio que não criamos nada
em conjunto com Ele, mas, nos tornamos os seres mais nobres e soberanos do universo, não em
poder (pois os aAnjos são infinitamente mais poderosos que nós), mas em dignidade. Assim como
o leão é considerado o “rei da floresta”, nós somos os reis e senhores de todo o universo criado
(animais, vegetais e minerais).
Contudo, isto não significa que somos naturalmente perfeitos e merecedores do Céu.
Precisamos nos esforçar para alcançar a santidade e buscar fazer parte da família de Deus, a Sua
Igreja.
Um dos meios de crescermos em santidade é realizando a missão de cocriador, por meio
do trabalho7, que pode ser dividido em dois tipos: a) trabalho corporal, que consiste na
transformação da paisagem para nossa sobrevivência corporal. É a construção a sociedade; e b)
trabalho espiritual, que todo o nosso esforço para amar a Deus e glorificá-lo, na da oração íntima
e na penitência para expiar nossos inúmeros pecados.
Um grande exemplo das Sagradas
Escrituras em que os personagens tiveram
que escolher entre viver a missão de
cocriador corretamente, ou fazer somente a
própria vontade, vemos na história de Caim
e Abel. Os dois trabalhavam muito, Caim
plantando e Abel pastoreando animais.
Ambos deveriam dar uma parte do que
produziam para Deus na forma de louvor e
expiação dos pecados.
Porém, Caim era mau e oferecia a
Deus os piores frutos, ficando com os
melhores para si, pois era egoísta e guloso.
Abel, ao contrário, pegava suas melhores
ovelhas, carneiros, ou outro animal que se
destacasse e o oferecia a Deus com grande
Abel, ajoelhado, oferece o melhor a Deus, que aceita de bom grado
alegria e amor. sua oferta, consumindo-a pelas chamas, enquanto que os frutos
ruins de Caim não elevam sequer uma faísca.

7
Segundo pilar da Geografia.

248
Qual dos dois agradava mais a Deus? Ambos receberam a missão de cocriação, um na
plantação e outro no pastoreio, mas Abel a realizava em sua plenitude, pois além de trabalhar para
sua sobrevivência, fazia tudo para a glória de Deus, enquanto Caim, embora dominasse a criação,
não se deixava dominar pelo Senhor, por isso não alcançou a santidade.
Esta missão foi dada à humanidade logo após a criação de Adão. Deus nos destinou a
sermos Seus auxiliares na obra da criação, não criando, mas dominando todos os seres e coisas da
terra, trabalhando para nossa sobrevivência e para construir a civilização, através da transformação
da paisagem, e para nosso aperfeiçoamento, por meio da contemplação da natureza, das obras de
misericórdia, da meditação, da oração, etc.

Reforçando o Saber
1- Explique o que é a missão de cocriação e quando a humanidade a recebeu.
O melhor meio de cumprirmos a missão de cocriação é o trabalho? Quais são os dois tipos de
trabalho?
2- Utilize o exemplo de Caim e Abel para explicar como se exerce a missão de cocriação de
modo imperfeito ou de modo perfeito.

Registre no Caderno
CABEÇALHO (cidade, data e o tempo atmosférico – sol, chuva, nublado, etc.).

TÍTULO DO CAPÍTULO (“Capítulo 2 - A missão geográfica de cocriação”).

LOGO APÓS A CRIAÇÃO DE ADÃO, TODA A HUMANIDADE RECEBEU A


MISSÃO DIVINA DE SER AUXILIAR DE DEUS NA OBRA DA CRIAÇÃO, NÃO
CRIANDO, MAS TRABALHANDO PARA A SOBREVIVÊNCIA E PARA CHEGAR À
PERFEIÇÃO.

249
Capítulo 3
Contemplação das belezas de Deus

N
O capítulo anterior estudamos os principais aspectos da missão de cocriação e o principal
meio de exercê-la, que é o trabalho. Como dissemos anteriormente, o trabalho abrange o
esforço corporal, útil à nossa sobrevivência e à construção da sociedade, também o esforço
espiritual, que exige uma vida de intimidade com Deus para Lhe reder glória. A contemplação
contribui ao reconhecer, por exemplo, que Deus é o Criador e Senhor do universo. Neste capítulo,
estudaremos um dos principais aspectos do trabalho espiritual, que é a contemplação da criação
divina.
Contemplar é possuir um olhar mais profundo sobre as coisas, a ponto de enxergar que é o
Senhor quem criou e move todas as coisas: nenhuma pena de um pássaro cai ou um peixe é fisgado
no anzol do pescador sem que Deus o saiba. Ele conhece e auxilia em todas as coisas.
Assim como a abelha nasceu para fazer mel e a aranha suas teias, o homem nasceu para ser
feliz. As pessoas não se estabeleceram em sociedade somente para nascer, crescer e morrer, mas
para viver felizes, pois essa é a finalidade da vida humana, a Felicidade.
Evidentemente, não estamos falando de uma felicidade mundana e passageira, arraigada
nas riquezas, ambições e prazeres pecaminosos, mas sim da perfeita felicidade. E qual seria?
Segundo Santo Tomás de Aquino, “a perfeita felicidade consiste na contemplação da Verdade”8,
que é Deus.
Como, porém, pode o homem alcançar tal objetivo? Para nós é muito difícil conseguirmos
contemplar os bens eternos. Por isso, Deus dispôs dos bens visíveis (a criação) para facilitar nosso
caminho de perfeição.
Segundo D. Thiago Sinibaldi, a partir dos estudos de Santo Tomás de Aquino (Sum. Th. P.
I, q. 2), a nossa inteligência conhece Deus por um modo indireto, porque não podemos conhecer
Deus em si mesmo, mas nas coisas criadas. Ou seja, a partir dos seres finitos, chegamos ao Ser
infinito; a partir dos seres criados, chegamos ao Criador9.
O nosso espírito, para se unir a Deus, precisa ser conduzido pelas coisas sensíveis, isto é,
pelas coisas que podemos tocar, ver, sentir, ouvir, porque “as coisas invisíveis de Deus são
conhecidas por intermédio das criaturas” (Rm 1, 20). Nenhuma pessoas consegue ver a Deus
diretamente. Ela se eleva até onde pode na contemplação do divino por meio de imagens sensíveis.
O culto a Deus precisa usar de coisas corpóreas para que, por elas, que são como sinais, a
mente humana desperte para o que é espiritual, podendo, assim, se unir de fato com Deus. As
coisas corpóreas, como as árvores, belas aves, flores, rios, não são o fim da santidade, quer dizer,
elas não podem nos levar para o Céu sozinhas, mas podem, sim, ser como uma janela na muralha
que existe entre nós e Deus, convidando-nos a uma atitude de admiração, entrega e gratidão.

8
Santo Tomás de Aquino, In Libros Ethicorum Expositio, L. X, l. 10, 2092.
9
SINIBALDI, D. Thiago. Elementos de Philosophia. 4ª ed., v. 2, Roma: Via del Banco S. Spirito, 1916, p. 331.

250
São Francisco de Assis é um exemplo perfeito de contemplação, pois através do
Cântico das Criaturas, expõe a Beleza, Grandeza e Imensidão de Deus na natureza.
Ele não amou e adorou a natureza, mas amou e adorou a Deus através da natureza.

À princípio, Deus não podia colocar toda a Sua Bondade e Beleza em uma única criatura,
por isso, multiplicou as criaturas e as espécies, colocando como que faíscas de suas propriedades
divinas em cada uma delas. Ele produziu coisas diversas para que aquilo que faltasse a uma seria
suprido por outra.
A águia possui os olhos mais aguçados; o guepardo talvez não tenha uma visão tão boa,
mas é o mais veloz; a tartaruga, embora não tenha uma potente visão, nem velocidade em seus
atos, possui um casco de grande rigidez, o que lhe confere proteção; o rato-canguru é capaz de
passar a vida inteira sem ingerir água, e o pavão tem as mais belas penas.

251
Um dos meios de encontrar essas faíscas de Deus na natureza, é reconhecer que todas as
criaturas foram criadas por Ele, que toda a grandeza, perfeição, harmonia e beleza do universo
foram feitas pelas Mãos Divinas e Poderosas do Senhor.

Reforçando o Saber
1 - Qual é a importância da contemplação para a missão de cocriação?

2 - Como podemos contemplar a Deus na natureza?

Registre no Caderno
CABEÇALHO (cidade, data e o tempo atmosférico – sol, chuva, nublado, etc.).

TÍTULO DO CAPÍTULO (“Capítulo 3 - Contemplação das belezas de Deus”).


Peça ao estudante que copie o texto abaixo.

A CONTEMPLAÇÃO DA CRIAÇÃO DE DEUS É MUITO IMPORTANTE PARA


A MISSÃO DE COCRIAÇÃO, POIS AJUDA A RECONHECER QUE DEUS É O
CRIADOR E SENHOR DO UNIVERSO E QUE NÓS SOMOS APENAS SEUS
AUXILIARES.

252
Capítulo 4
O homem cocriador
Este capítulo tem por finalidade ilustrar neste a teoria estudada ao longo deste volume. Portanto, ao longo da narrativa,
relembre alguns conceitos fundamentais aprendidos. Se houver dúvida, o último parágrafo cumpre esta função.

C
ERTO dia, São José caminhava no bosque perto de sua casa, em Nazaré, com o objetivo
de encontrar a árvore com a madeira mais bela e resistente, pois, seu filho, Nosso Senhor
Jesus Cristo, estava grande para dormir no berço e, portanto, ele precisava construir-lhe
uma cama.
Com o machado na mão e o serrote nas costas, olhou árvore por árvore; enquanto isso, foi
notando a perfeição de cada uma: umas exalavam um ótimo perfume de suas numerosas flores,
outras eram cheias de galhos que mal dava para ver o céu acima delas e suas incontáveis folhas
não paravam de balançar com o movimento do vento; umas eram todas retorcidas com casca bem
grossa, outras retas e compridas, parecendo até que iriam alcançar as estrelas. Além disso, muitos
animais e insetos interagiam com elas, procurando comida, construindo moradia em seus galhos,
se protegendo de predadores, etc.
Depois de horas
observando e contemplando as
belezas criadas por Deus, São
José encontrou a árvore perfeita:
não era muito velha, nem muito
nova; era a maior de todas as
árvores, e seus galhos estavam
arranjados de tal forma que
formavam como que uma coroa
sobre o tronco; a madeira, além de
ser bem firme e resistente,
possuía cores em tons de marrom
escuro e vermelho, que mais
pareciam ter sido pintadas por um
artista profissional; em meio aos
galhos havia inúmeras flores
brancas e rosas, que além de
exalarem um perfume
maravilhoso, desciam em direção
ao chão, formando como que um
véu na árvore.
O Santo, encantado,
percebeu que ela era a mais digna
de todas para servir de repouso
para o Senhor do universo. Não
perdeu tempo e, num golpe atrás
São José na carpintaria com seu filho Jesus.

253
do outro com o machado, derrubou a imensa árvore, e com sua força descomunal a levou até sua
carpintaria, onde teve a honra da companhia de Jesus que lhe servia de inspiração para saber qual
parte cortar e serrar, onde colocar cada prego, etc. No mesmo dia ela estava pronta e depois que
foi entronizada no quarto do Salvador, Este dormiu em companhia dos Anjos.
Da mesma forma como São José realizou todas essas ações, toda a humanidade, como
cocriadora, deve agir, não somente para sua sobrevivência e realização da própria vontade, mas,
contemplando as belezas criadas por Deus, deve trabalhar, estudar, enfim, viver, para servir e amar
a Deus acima de todas as coisas, sendo auxiliador por Ele, da mesma maneira como São José fez,
ao ir ao bosque à procura de madeira para confeccionar uma cama, apenas para agradar a Jesus;
ali contemplou as belezas magníficas das árvores, e, depois, ao começar o trabalho de fato, deixou-
se guiar pelo Senhor.

Reforçando o Saber
1- Por qual motivo São José estava procurando uma árvore perfeita?
2- O que São José fez ao longo da história que o ajudou a realizar plenamente a missão de
cocriação?

254
255
Sobre a capa

São Lucas, o Evangelista, era médico, como podemos notar na epístola de São Paulo aos
colossenses, do qual era inseparável e fiel companheiro de missão (“o caríssimo médico”,
Colossenses 4, 14). Mas, não raro, também se diz que ele era pintor, por isso é o padroeiro dos
médicos e pintores. Além de médico, homem culto e letrado, o Evangelista teria sido o primeiro a
retratar a Virgem Maria. Segundo antiga tradição, São Lucas a teria pintado enquanto ela relatava
o que teria acontecido com seu Filho, Jesus. Há pinturas atribuídas a ele que existem até hoje,
como é o caso dos ícones da “Theotokos de Vladimir” e de “Nossa Senhora de Czenstochowa”.
São Lucas pinta a Virgem (detalhe), obra preservada na Academia Nacional de San Luca,
em Roma. Obra atribuída a Rafael Sanzio.

Imagem disponível em:


https://i0.wp.com/www.ilmessaggeroitaliano.it/news/wp-
content/uploads/2015/10/San-Luca-dipinge-la-Vergine.jpeg

256
Introdução

E
SSE material tem por objetivo levar o aluno a contemplar a beleza como reflexo
de Deus, expressa na obra da criação. Que o mesmo compreenda, através da
arte, que Deus é o autor de toda criação, que dispôs com beleza as partes do
Universo; que ele aprenda a contemplar a beleza da Arte Sacra e perceba que o dom
artístico, dado por Deus, é a forma do homem se expressar e de contemplar, em sua obra,
o próprio Criador. Que pela apreciação e escuta musical, o estudante entenda a
importância de saber ouvir e fazer silêncio, virtude necessária para alcançar a intimidade
com Deus.
Que pelo estudo da Arte, o aprendizado e desenvolvimento das habilidades
artísticas conduzam o estudante à aquisição de virtudes, tal como a busca pelo bem, pelo
belo e pela verdade, frutificando em uma vida autenticamente cristã, de santidade.

Senhores Pais e Caros alunos,

É importante que a leitura dos textos seja feita com a presença e ajuda dos senhores, para maior
entendimento e aprendizado de seus filhos. Oriente-os na realização das atividades. Faça com seu filho
uma leitura calma e certifique-se de que ele está compreendendo o assunto; faça pequenas pausas na
leitura e dirija a ele perguntas.

Para exercer a apreciação e a escuta musical, durante as atividades escute alguns Cantos Gregorianos.
A saber, o Canto Gregoriano é o canto oficial da Igreja Católica e por essência é uma oração. Foi
estabelecido pelo papa São Gregório Magno no século VI. Indicação para encontrar os cantos:

TV Arautos (Cantos disponível em:


<https://www.youtube.com/channel/UCV7p2362kGftQc07bpV
omUQ>
Procure a sessão “Clave de Sol”.)

Ao escutar os cantos, procure fazer silêncio, aproveitando esse


tempo para rezar e exercer essa virtude.

As aulas de Arte podem acontecer uma vez por semana. Para


que os trabalhos de Arte sejam organizados e preservados,
guarde-os em uma pasta. Sugestão: arquivar os trabalhos em
uma pasta catálogo (fácil acesso).

257
Estudo da Arte: qual a importância?

S EGUNDO a doutrina da Igreja Católica, contida no Catecismo, a arte é de fato uma forma
de expressão propriamente humana; acima da procura das necessidades vitais, comum a
todas as criaturas vivas, ela é uma superabundância gratuita da riqueza interior do ser
humano. Nascendo de um talento dado pelo Criador e do esforço do próprio homem, a arte é uma
forma de sabedoria prática, que une conhecimento e habilidade para dar forma à verdade de uma
realidade na linguagem acessível à vista e ao ouvido. A arte inclui certa semelhança com a
atividade de Deus na criação, na medida em que se inspira na verdade e no amor das criaturas.
Como qualquer outra atividade humana, a arte é ordenada e enobrecida pelo fim último do homem:
o Céu. (Catecismo da Igreja Católica - 2501)

Deus: criador de todas as coisas. Homem: criatura capaz de


criar.

“A criação, admirável e harmoniosa, Deus não a fez senão para o homem, e se a fez
tão maravilhosa, tão grande, diversificada, rica, útil, benéfica, para alimentar o
corpo e conduzir a alma a Deus, é por causa do homem”.

(São João Crisóstomo)

Sendo Criador, Deus dá o próprio ser, tira algo do nada — ex nihilo sui et subiecti — e isto,
em sentido exato, é um modo de proceder exclusivo do Onipotente.

“No princípio, Deus criou o céu e a terra.” (Gênesis 1, 1)

Ícone Criação do
mundo

258
O Altíssimo sustenta todas as criaturas, é o único Ser necessário; todos os outros são
casuais, ou seja, poderiam não existir.
“Ele existe antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem n’Ele.” (Cl 1, 17)

“E transcende os seres criados, pois está acima de todas as suas obras.” (Eclo 43, 30)

O grande e único Autor de todas as coisas, nosso Deus Todo Poderoso, vendo toda a sua
obra, a Criação, considerou-a muito boa. São João Paulo II declara, em sua carta aos artistas, que
a página inicial da Bíblia nos apresenta Deus quase como o modelo exemplar de toda a pessoa que
produz uma obra de arte; no artesão, reflete-se a sua imagem de Criador. No final de sua obra,
criou o homem, o fruto mais nobre do seu projeto, a quem submeteu o mundo visível como um
campo imenso onde exprimir a sua capacidade inventiva.

Detalhe das mãos do Artesão

Por isso, quanto mais consciente está o artista do dom que possui, tanto mais se sente
movido a olhar para si mesmo e para a criação inteira com olhos capazes de contemplar e
agradecer, elevando a Deus o seu hino de louvor. Só assim é que ele pode compreender
profundamente a si mesmo e à sua vocação e missão.

259
Arte Sacra: santas imagens

Uma obra de arte (arquitetura, pintura, escultura, música etc.) é considerada sacra quando
é destinada à uma função litúrgica.

Entre as mais nobres atividades do espírito humano estão, de pleno direito, as belas artes,
e muito especialmente a arte religiosa e o seu mais alto cume, que é a arte sacra. Elas tendem, por
natureza, a exprimir de algum modo, nas obras saídas das mãos do homem, a infinita beleza de
Deus, e estarão mais orientadas para o louvor e glória de Deus se não tiverem outro fim senão o
de conduzir piamente e o mais eficazmente possível, através das suas obras, o espírito do homem
até Deus.
É esta a razão pela qual a santa Mãe Igreja amou sempre as belas artes, formou artistas e
nunca deixou de procurar o contributo delas, procurando que os objetos referentes ao culto fossem
dignos, decorosos e belos, verdadeiros sinais e símbolos do sobrenatural. A Igreja julgou-se
sempre no direito de ser como que o seu árbitro, escolhendo entre as obras dos artistas as que
estavam de acordo com a fé, a piedade e as orientações veneráveis da tradição e que melhor
pudessem servir ao culto.

Anunciação" - Beato Fra Angélico

260
A tradição musical da Igreja é um tesouro de inestimável valor, que excede todas as outras
expressões de arte, sobretudo porque o canto sagrado, intimamente unido com o texto, constitui
parte necessária ou integrante da Liturgia solene. A música sacra será, por isso, tanto mais santa
quanto mais intimamente unida estiver à ação litúrgica, quer como expressão delicada da oração,
quer como fator de comunhão, quer como elemento de maior solenidade nas funções sagradas.

Ilustração: Monges cantando Canto Gregoriano

Pelas palavras de Bento XVI, em um discurso de agradecimento após assistir a um concerto


(2007), percebe-se a riqueza e a beleza própria da música:
"Agradeço àqueles que unem a música e a oração no louvor harmonioso de Deus e das suas
obras: eles ajudam-nos a glorificar o Criador e Redentor do mundo, que é a obra maravilhosa
das suas mãos. Estes são os meus bons votos: que a grandeza e a beleza da música possam
infundir inclusive em vós, queridos amigos, uma renovada e contínua inspiração para construir
um mundo de amor, de solidariedade e de paz.”

261
Beleza: expressão e reflexo de Deus

Os salmos são expressão da beleza Divina e por meio deles é possível contemplar a obra
perfeita do Criador:

Salmo 8

Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra!


Vossa majestade se estende, triunfante,
por cima de todos os céus.
Da boca das crianças e dos pequeninos
sai um louvor que confunde vossos adversários,
e reduz ao silêncio vossos inimigos.
Quando contemplo o firmamento, obra de vossos dedos,
a lua e as estrelas que lá fixastes:
Que é o homem, digo-me então, para pensardes nele?
Que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles?
Entretanto, vós o fizestes quase igual aos anjos,
de glória e honra o coroastes.
Deste-lhe poder sobre as obras de vossas mãos,
vós lhe submetestes todo o universo.
Rebanhos e gados, e até os animais bravios,
pássaros do céu e peixes do mar,
tudo o que se move nas águas do oceano.
Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra!

Paisagem: natureza

262
São João Damasceno diz que a beleza e a cor das imagens estimulam sua oração. É uma
festa para seus olhos, tanto quanto o espetáculo do campo estimula seu coração a dar glória a Deus.
A beleza é a chave do mistério e apelo ao transcendente. É convite a saborear a vida e a sonhar o
futuro.
Por isso, a beleza das coisas criadas não pode saciar, e suscita aquela misteriosa saudade
de Deus que Santo Agostinho soube interpretar com expressões incomparáveis: “Tarde Vos amei,
ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei!” Há belezas existentes nas criaturas, que são
reflexos da Beleza do Criador e ao contemplar tal beleza estaremos conhecendo, amando,
louvando e glorificando a Deus.

“A beleza é o reflexo de Deus”

(Santo Tomás de Aquino)

263
Atividades
Exercício 1: Leia o texto novamente destacando as partes que mais lhe chamaram a atenção.
Em seguida, responda à pergunta, oralmente, e realize os exercícios abaixo.

Pergunta:

1. Segundo o que foi estudado, o que é Arte?

Exercício 2: Em um ambiente aberto, observe o que está a sua volta, observe a paisagem que
compõe sua visão. Contemple-a percebendo a beleza da obra de Deus e compreendendo que nada
do que está vendo existiria se Ele não o tivesse criado.
Use o talento dado por Deus a você e faça uma produção artística que expresse a beleza do
grande e único Autor.
Essa produção artística pode ser feita por ilustração em folha sulfite A4, usando lápis de
cor, giz ou mesmo tinta para colorir.

A ilustração é uma imagem, desenho, pintura ou colagem que serve normalmente para
acompanhar um texto, a fim de, acrescentar informações, sintetizar, decorar ou representar
visualmente o texto.

Exercício 3: Apreciação de imagens.


Observe as imagens a seguir:
Na primeira imagem, contemple a obra de Deus: a criação. Aprecie na imagem a beleza da
obra do grande e único Autor de todas as coisas: nosso Deus Todo Poderoso.
Na segunda, contemple-a compreendendo que o homem, como criatura de Deus, recebeu um
dom de Deus e então é capaz de representar, através da Arte, a beleza e elevar nossas almas a
Deus.
Ao contemplar cada imagem, faça duas ilustrações representando cada imagem que você
apreciou.

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