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1929 e a
Grande
Depressão
HISTÓRIA ECONÔMICA GERAL
PROF. SERGIO LUIZ DE
CERQUEIRA SILVA
Uma crise ainda em estudo
Passados 90 anos, ainda não há um
consenso sobre as causas da Crise de 1929
e nem sequer sobre a sua relação com a
Grande Depressão.
O interesse pela Crise de 1929 e a Grande
Depressão foi renovado na Crise do
Subprime em 2008/2009.
Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-ND
A relação entre 1929 e a Grande
Depressão
Os autores que recorrem às estatísticas do período costumam afirmar que a economia americana
já vivia uma recessão antes do Crash e, por isso, descartam o senso comum de que foi este que
determinou a Grande Depressão.
Falhas regulatórias;
Além disso, o arcabouço teórico do período defendia que o Governo não deveria salvar
“instituições fracas”, o que contribuiu para que a crise se ampliasse.
Barry Eichengreen assinala ainda que os bancos comerciais tinham baixa aversão ao risco e
assumiram posições especulativas com fundos de depositantes, o que levou à falência de
centenas de bancos e às corridas bancárias, agravadas pela postura não-intervencionista do FED.
As visões
keynesianas
Keynes era particularmente cético quanto à capacidade da política monetária reverter uma crise.
Para Keynes as crises deveriam ser enfrentadas com gastos públicos.
Duas outras teses
keynesianas
A tese da
responsabilidade:
Charles
Kindleberger
A tese da responsabilidade
Para Kindleberger no seu livro “Manias, Panics, and Crashes” de 1978 a Grande Depressão foi resultado da
incapacidade da Grã Bretanha de sustentar o sistema (como fazia até a Primeira Guerra Mundial) e a
relutância dos Estados Unidos em fazê-lo (antes de 1936).
A Inglaterra não cumpria mais o seu papel de liderança e os EUA não ocupou seu lugar: (a) manter uma
ampla pauta de importações e exportações; (b) ser capaz de fornecer empréstimos de longo prazo de forma
estável; (c) manter um sistema relativamente estável de taxas de câmbio; (d) coordenar políticas
macroeconômicas; (e) atuar como emprestador de última instância, isto é, atuar como fornecedor de liquidez
nas crises financeiras.
Em resumo, estabilidade do padrão-ouro do período anterior à I Guerra Mundial foi resultante da capacidade de
liderança da Grã-Bretanha e do Banco da Inglaterra. Uma vez que esta capacidade de liderança foi abalada, o
padrão-ouro deixou de funcionar como mecanismo de estabilização da economia internacional, facilitando os
mecanismos de transmissão dos problemas econômicos, monetários, financeiros ou reais de um país para outro.
A tese da
credibilidade e
cooperação: Barry
Eichengreen
O sistema era baseado na crença de que eventuais problemas domésticos que não pudessem ser
resolvidos em âmbito nacional seriam solucionados por meio da cooperação internacional entre
governos e bancos centrais.
Depois da I Guerra, este esquema de cooperação internacional se desmonta, seja por causa das
“feridas” da guerra, seja em razão das mudanças nas políticas domésticas, que reduzem o
espaço para a cooperação internacional.
Bibliografia
Heller, Claudia Convergências nas interpretações da Grande Depressão ;
Heller, Claudia Notas Sobre as Relações entre a Quebra da Bolsa em 1929 e a Grande Depressão
Versão concluída em março de 2010, preparada para o XV Encontro Nacional de Economia
Política- Área 2.2 História Econômica Geral, Sessões Ordinárias