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ECONOMIA INTERNACIONAL

AUTOR: ITALO CAIRES RIBEIRO

A CRISE DE 1929

O Estados Unidos da América no período do pós-guerra teve um grande avanço na sua


economia, devido às políticas de exportação de produtos bélicos, automobilísticos e de
alimentos. O ciclo expansivo gerado pela guerra trouxe duas características preocupantes
para a economia americana, sendo elas a má distribuição de renda e o desvio de parcela da
renda e do crédito direcionado para a especulação no mercado acionário. Além disso, o
otimismo exacerbado levou a diminuição das noções de risco, criando a crença de
enriquecimento rápido e fácil nos indivíduos.

O maior nível de movimentação no mercado de ações provocado pelas especulações, trouxe


mais players ao mercado acionário. A prática de tomada de crédito com o intuito de
investimento no mercado de ações tornou-se uma prática recorrente, o que fez com que a
bolha especulativa aumentasse de forma significativa. Galbraith destaca que a economia
americana apresentava pontos negativos que fizeram tornar real a crise, são eles: a má
estrutura das empresas, a má estrutura bancária, o estado incerto da balança comercial e a
insuficiência dos conhecimentos econômicos.

A partir dos anos 1927 e 1928 o crescimento econômico dos EUA começava apresentar uma
queda, o ciclo expansivo passou a apresentar alguns sinais de esgotamento. Os investimentos
se retraíram e o consumo de bens duráveis pelas famílias se reduziu. A política contracionista
realizada pelo FED em 1929 que tinha como intenção controlar as bolhas especulativas do
mercado, modificou a expectativa dos agentes econômicos, levando-os a vender seus títulos.
Devido ao padrão-ouro, as demais nações capitalistas do mundo foram obrigadas a adotarem
o mesmo tipo de política, o que fez os países subdesenvolvidos a passarem por dificuldades.

Em 24 de outubro de 1929 ocorreu o crash na bolsa de Nova York. A quebra da bolsa de


valores levou famílias, empresas e bancos à falência. O poder de compra das famílias foi
afetado diretamente, devido à incapacidade dos bancos em cobrir os depósitos em curto
prazo. O padrão-ouro eliminou qualquer possibilidade de política governamental anticíclica,
que pudesse solucionar a crise, cabendo somente a expandir o processo de crise. A imposição
de taxas de importação levou a generalização da crise, o que fez com que as nações
aumentassem as políticas de protecionismo destruindo a noção de cooperação entre os países.

Em 1933, Roosevelt assume a presidência dos Estados Unidos e define o encerramento da


política de conversibilidade do dólar em ouro. Essa medida trouxe maior liberdade aos
governos e bancos centrais para que adotassem políticas econômicas independentes. A
adoção do New Deal através do intervencionismo do governo, ajudou a plantar a semente do
Welfare State, o Estado de Bem-Estar Social. Após o New Deal, a economia americana se
regenerou somente após a Segunda Guerra Mundial.

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