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Educaçao Física

organizador curricular

Secretaria de Educação | QUIXABEIRA - BA

CURRICULO QUIXABEIRA | 624


Nessa concepção os paradigmas higienista, militarista,
EDUCAÇÃO FÍSICA eugenista e esportivista, que tanto influenciaram a história e a
Ensino Fundamental – Anos Iniciais e Anos Finais prática da Educação Física nas escolas, são revisados e atualizados
em prol de uma visão pela qual o movimento humano está sempre
inserido no âmbito da cultura e não se limita aos seus aspectos
A Educação Física, um dos componentes curriculares que biológicos, instrumentais, tecnicistas e fisiológicos. A lógica
integram a área de Linguagens, define como seu objeto de estudo a corporal e de movimento é aqui compreendida como um processo
Linguagem Corporal43 e suas implicações na educação integral das que integra sujeito (as suas individualidades) e cultura (fatores
crianças e dos jovens brasileiros. É pela Linguagem Corporal, entre históricos e sociais).
outras linguagens, que os estudantes interagem com o mundo e Sujeito e cultura são aspectos indissociáveis e
ampliam suas capacidades expressivas, seus conhecimentos e suas complementares. O desenvolvimento e a aprendizagem humana são
possibilidades de participação e inclusão nos diferentes contextos de aqui entendidos como um processo que integra/conecta/incorpora
vida social. fatores genéticos, hereditários, maturacionais, sociais e culturais.
De acordo com as orientações curriculares produzidas nas O desafio está em compatibilizar uma proposta em que o
últimas décadas, mais recentemente a Base Nacional Comum movimento tenha fim nele mesmo, como nas práticas do brincar, de
Curricular (BNCC), Sujeito, Movimento e Cultura são os três lazer e de usufruto do tempo livre, mas também seja um meio para
elementos fundamentais comuns às práticas corporais, que permitem aprender e se integrar em um mundo que envolve questões
definir a Educação Física como: o componente curricular que cotidianas relacionadas com a pluralidade cultural, a saúde, o
tematiza as práticas corporais em suas diversas formas de trabalho, o engajamento comunitário e o direito a Se-movimentar44.
codificação e significação social, entendidas como manifestações Ao estudarmos o Homem em Movimento inserido na
das possibilidades expressivas dos sujeitos, produzidas por diversos Cultura, encontramos uma vasta produção de conhecimentos
grupos sociais no decorrer da história. (BRASIL, 2017b, p. 211) originária dos códigos e signos da Linguagem Corporal. O gesto
humano é um signo que traz em si um significado, que não é fixo e
imutável, e que representa as intenções, os desejos, os potenciais e
43
Linguagem Corporal = Capacidade humana de se comunicar corporalmente, de dar as limitações individuais daquele que “Se-movimenta”. Dessa
sentido e significado coletivo para as diferentes formas de Se-movimentar, formas que são forma, o componente curricular Educação Física possui saberes
compartilhadas em diferentes contextos e que variam de acordo com as necessidades e específicos contemplados por meio das práticas corporais. A seleção
experiências da vida em sociedade. É a maneira de criar uma comunicação não verbal,
permitindo que o corpo se expresse por meio de gestos, expressões e posturas que 44
Trabalhamos com as ideias do ―Se-movimentar‖ e ―Mundo de Movimento‖ recuperadas por
facilitam o ―diálogo‖ com o outro e com o mundo. E. Kunz (1994; 2006, p. 11-22).

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desses saberes subsidiada na cultura de movimento, vista como razão, a educação física deve oferecer possibilidades de criar e
critério de organização dos conhecimentos de ensino da Educação vivenciar as técnicas corporais, convidando-os a socializar seus
Física, parte das vivências e de sua significância para os alunos. conhecimentos e a se apropriar da pluralidade de práticas corporais
As práticas corporais, normalmente chamadas de unidades que integram a cultura de movimento. Esse período da vida é
ou eixos temáticos nas propostas curriculares, dão origem aos importante para que as crianças se desenvolvam, construam a sua
objetos de conhecimento e habilidades que definem as identidade e percebam-se como participantes nos diferentes
aprendizagens a ser construídas pelos estudantes. Nesse sentido, a ambientes de convívio social. A competência de expressão e
escola se configura como espaço privilegiado para que as novas comunicação pela linguagem corporal é fator de inclusão e melhor
gerações tenham acesso aos conhecimentos historicamente compreensão sobre si, os outros e o mundo.
construídos sobre as diferentes práticas que compõem a Cultura de No Ensino Fundamental – Anos Finais os estudantes são
Movimento45. Ao estudar a diversidade de práticas corporais chamados a aprofundar seus conhecimentos e a exercitar seu poder
presentes nos diferentes cenários de vida social, os estudantes autoral sobre as diferentes práticas. Esse processo é transformador
enriquecem as suas experiências e têm acesso a um vasto universo porque sugere que os estudantes se percebam como produtores de
de conhecimentos que compreende saberes corporais, experiências cultura, uma vez que as práticas corporais não estão prontas e
estéticas, emotivas, lúdicas, sociais, afetivas e de natureza moral que acabadas – muito pelo contrário, estão sempre em vias de
favorecem uma educação integral e cidadã transformação. Assim, a experimentação e a vivência corporal
As práticas corporais podem, portanto, ser objeto do trabalho (concreta), aliadas às atividades e estratégias de reflexão sobre a
pedagógico em qualquer etapa e modalidade de ensino. Para isso, ação, permitem que os estudantes reconstruam e ressignifiquem as
basta que alguns critérios de progressão do conhecimento sejam formas de “Se-movimentar” de acordo com os seus interesses e as
atendidos, tais como os elementos específicos das diferentes práticas suas necessidades. Dessa maneira, os professores podem oferecer
corporais, correspondentes às características dos sujeitos e aos atividades relacionadas às vivências dos educandos, com o propósito
contextos de atuação. de favorecer uma leitura crítica e mais aprofundada do mundo.
No Ensino Fundamental – Anos Iniciais os estudantes já Assim, as práticas corporais devem ser abordadas com base
apresentam uma diversidade de experiências corporais. Por essa em orientações didáticas que valorizem princípios como a inclusão,
o respeito à diversidade, o combate ao preconceito, por meio de
45 práticas significativas, promovidas pelo movimento do corpo em
Cultura de Movimento (KUNZ, 1991; 1994) – Compreendida como critério organizador do
interação com o mundo.
conhecimento da Educação Física, ampliando, assim, as discussões e reflexões da relação do

corpo, da natureza e da cultura. Dessa forma, ela liga as práticas aos modos de ser, de viver e de Desse modo, a expectativa é que as práticas corporais,
fazer de diferentes realidades sociais e históricas consideradas como conteúdo da Educação Física, tornem-se os
meios para uma educação integral que transcenda os limites da aula.

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Compreender a cultura de movimento e sua relação com o corpo, a Física assumiu o caráter científico, por absorver referenciais das
natureza e a cultura favorece a descoberta e o acesso a ciências biológicas, adquiriu mais consideração e respeito pelo
manifestações culturais de outros contextos sociais e permite sistema educacional (COLETIVO DE AUTORES, 2012).
reflexões sobre a sua realidade e a de outros locais, possibilitando No Brasil, nas primeiras décadas do século XX, a Educação
trocas culturais e a comunicação entre as pessoas do mundo inteiro. Física sofreu influências da filosofia positivista da área médica
A cultura do movimento assegura aos estudantes a (re) (higienista), dos militares (nacionalista) e dos pensamentos
construção de um conjunto de conhecimentos que permitem ampliar pedagógicos (escola-novistas da década de 1950), todas reforçando
as suas vivências corporais, além de desenvolver autonomia para a os exercícios físicos mecanizados, sem a preocupação em trabalhá-
apropriação e a fruição de novas práticas, com uma possível los de modo contextualizado nas escolas. Na década de 1970, a
repercussão positiva na educação e na vida dos estudantes dentro e Educação Física passou a ser considerada como a atividade que
fora da escola. Nessa concepção, o movimento humano está sempre desenvolve e aprimora forças físicas, morais, cívicas, psíquicas e
inserido no âmbito da cultura, não se limitando a apenas uma sociais do educando por técnicas próprias. Na década seguinte,
transposição espaço-temporal. devido à insatisfação dos resultados obtidos em competições
De acordo com a BNCC (BRASIL, 2017b), a Educação olímpicas, o objetivo passou a ser o desenvolvimento psicomotor do
Física é o componente curricular que aborda as práticas corporais aluno, o que favoreceu as primeiras produções que assinalavam o
com sua diversidade de formas de codificação e significação social, rumo das novas tendências da Educação Física. As relações entre
ou seja, possibilidades expressivas humanas, produzidas por Educação Física e sociedade, seu papel e sua dimensão política,
diversos grupos sociais no decorrer da história. Desse modo, faz-se passaram a ser discutidas sob a influência das teorias críticas da
necessário entender a evolução da Educação Física, destacando educação, com base em fatores como: criação de organizações
algumas vertentes de pensamentos que evoluíram com o tempo e sociais, aliadas aos setores do meio universitário, identificadas com
com as mudanças de paradigmas, de acordo com as exigências da as tendências progressistas; criação dos primeiros cursos de pós-
época, principalmente, no âmbito escolar. graduação em Educação Física; retorno de professores doutorados
O século XVIII e início do XIX foi o período no qual a que estavam fora do Brasil; publicações de um número maior de
sociedade capitalista explorava a construção do homem forte, ágil e livros e revistas; e aumento do número de congressos e outros
empreendedor. Tais características, consideradas importantes para a eventos dessa natureza na área (BRASIL, 1998b).
força de trabalho, motivaram o sistema nacional de ensino europeu, Atualmente, devido ao avanço da pesquisa e da reflexão
orientando a prática pedagógica da Educação Física centrada nos teórica específicas da área e da educação escolar de modo geral, bem
exercícios físicos de caráter higienista. As primeiras sistematizações como à sistematização decorrente da reflexão sobre a prática
dos exercícios físicos surgiram com os denominados Métodos pedagógica concreta, a Educação Física segue inovando a despeito
Ginásticos, advindos da Escola Alemã, contribuindo para o de situações desfavoráveis existentes em muitas instituições
crescimento das indústrias e para os militares. Quando a Educação escolares. Ao mesmo tempo, ainda se encontram propostas de

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ensino pautadas em concepções ultrapassadas, que não suprem as grande dessas brincadeiras e jogos é difundido por meio de redes de
necessidades e as possibilidades da educação contemporânea. sociabilidade informais, o que permite denominá-los populares.
Portanto, a comunidade escolar precisa valorizar e ser (BRASIL, 2017b, p. 212)
valorizada, assumindo a responsabilidade da integração dessa área A respeito de jogos, Johan Huizinga (2001, p. 33)46 define
do conhecimento humano ao projeto pedagógico de cada escola, que o jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro
exigindo plenas condições para o exercício de seu trabalho e de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo
garantindo para o aluno a manutenção de número adequado de aulas regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias,
e de condições efetivas para a aprendizagem. dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de
O componente curricular Educação Física possui alegria e de uma consciência de ser diferente da “vida quotidiana”.
competências específicas (apresentadas adiante) e saberes Na visão de Cacilda Gonçalves Velasco (1996)47, a
específicos definidos na BNCC (BRASIL, 2017b) e aqui brincadeira é uma diversão típica e inerente da infância, que auxilia
contemplados em unidades temáticas organizadas em seis práticas o desenvolvimento e socialização nesta fase.
corporais: Brincadeiras e jogos; Danças; Ginásticas; Esportes; Lutas; Os jogos exercem uma grande importância no processo de
e Práticas corporais de aventura. Assim, as unidades temáticas estão aprendizagem das crianças. O Coletivo de Autores (2012) traz o
organizadas em blocos de anos de escolaridade e, de acordo com o jogo como satisfação às necessidades de “ação” das crianças,
currículo de cada escola, podem sofrer adaptações, respeitando as estimula o exercício do pensamento, faz desenvolver suas vontades
características de cada região e localidade. Esses conhecimentos e, ao mesmo tempo, as tornam conscientes de suas escolhas e
construídos historicamente e acumulados pela cultura necessitam ser decisões. Huizinga (2001) afirma que o jogo é muito mais que
sistematizados na escola. meramente um fenômeno fisiológico ou reflexo psicológico, ou seja,
A seguir, discutiremos sobre as unidades temáticas adotadas faz transcender as necessidades imediatas, dá sentido à ação, é livre,
neste referencial. trata-se de uma evasão da vida real, é desinteressado e exerce uma
função cultural por seu valor expressivo e por suas associações
Brincadeiras e jogos espirituais e sociais.
Atualmente, brincar torna-se um dos temas importantes para
Esta unidade temática tem por finalidade explorar atividades a quebra de fronteiras de diferentes áreas do conhecimento, pois sua
nas quais o aluno participa voluntaria-mente, sendo estabelecidos, ação lúdica tem potencialidade de penetrar tanto nas ciências quanto
previamente e de for- ma coletiva, alguns combinados quanto a
limites de tempo e de espaço e possíveis alterações de regras. 46
Essas práticas não possuem um conjunto estável de regras, HUIZINGA, J. Homo Ludens: o jogo como elemento de cultura. São Paulo:
podem ser recriados, constantemente, pelos diversos grupos Perspectiva, 2001.
47
VELASCO, Cacilda Gonçalves. Brincar: o despertar psicomotor. Rio de Janeiro:
culturais. Mesmo assim, é possível reconhecer que um conjunto Sprint, 1996.

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na educação e integrá-las. Assim, essa forma lúdica é configurada desenvolvimento das capacidades humanas de expressão e criação,
pela sequência de decisões do brincante, tomado como ser social permitindo que o aluno perceba com maior clareza as sensações
protagonista, ou seja, que tem capacidade de decisão embebida pela contidas na expressão dramática, tanto na dança teatral quanto na
cultura na qual vive e acompanhada por regras que provêm do dança social. Nesse sentido, propõe-se que a educação em dança e
exterior, mas que podem ser negociadas ou construídas conforme o pela dança propicie uma relação não hierárquica entre subtexto
jogo avança e que orientam as ações lúdicas. Por não terem (elementos estruturais da dança e elementos sócio-afetivo-culturais),
consequências na vida do brincante, as ações lúdicas tornam-se texto da dança (improvisação, composição coreográfica e repertório)
frívolas e, por dependerem de suas decisões, viram atos incertos e de e seus contextos (história, música, cinesiologia, antropologia,
difícil previsão (KISHIMOTO, 2016). anatomia, estética crítica etc.), entre a educação e a sociedade. A
dança como forma de conhecimento, de experiência estética e de
Danças expressão do ser humano pode ser um meio de educar socialmente o
indivíduo, criando expectativas de que as ações lúdicas, prazerosas,
A dança, em todas as suas potencialidades cênicas, estéticas com aspectos estéticos no dançar e no educar, favoreçam exercícios
ou educacionais, é entendida como forte aliada na educação do ser de cidadania cultural para todos (MARQUES, 1999)50.
humano e vem conquistando cada vez mais seu espaço nas Silveira (2016)51 afirma que a dança, nos últimos anos, tem
academias, instituições de lazer, universidades ou escolas. A visão passado por algumas modificações da livre expressão, até podermos
integradora da dança é um dos motivos que afirma sua importância compreendê-la como uma experiência por meio da qual as crianças
para a educação, englobando o ser humano por inteiro, integrando o possam entendê-la e aprendê-la como manifestação artística em
conhecimento intelectual à liberdade de expressão do aluno em seu todos os seus contextos culturais. A experiência com a dança-
aprendizado. A dança-educação apresenta novas “visões para o ser educação, utilizando-se da livre expressão, pode proporcionar
humano, mostra o quanto ele pode criar, expressar, aprender, aspectos referentes aos espaços de aprendizagem, às trocas culturais
socializar e cooperar, se educando também pela dança” e à ressignificação do corpo uno e plural. Segundo Freire (2001)52, o
(SCARPATO, 2001, p. 5)48. professor tem por objetivo motivar seus alunos a apreciar a dança,
O termo “dança-educação”, utilizado por Rudolf Laban49, foi possibilitando-lhe conhecer essa arte como produção cultural,
criado em seu trabalho educacional em contraposição à técnica considerando três ações: ver, criar e executar. Ao relacionar dança à
rígida e mecanicista utilizada na época pelo balé clássico. Assim, educação do movimento, objetiva-se aumentar as possibilidades de
tem -se a preocupação de fazer do ensino da dança um meio de
50
MARQUES. Ensino de dança hoje: textos e contextos. São Paulo: Cortez, 1999.
48 51
SCARPATO, Marta Thiago. Dança educativa: um fato em escolas de São Paulo. SILVEIRA, A. P. S. Danças tradicionais do Rio Grande do Norte: arte, estética e
Cadernos Cedes, Campinas, v. 21, n. 53, p. 57-68, abr. 2001. educação. Natal: Offset, 2016.
49 52
LABAN, Rudolf. Dança educativa moderna. São Paulo: Ícone, 1990. FREIRE, Paulo. A educação na cidade. São Paulo: Cortez, 2001.

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experiência da corporeidade, por meio de movimentos expressivos fazendo, apreciando e contextualizando. Para além de compreender
característicos dessa atividade, sem visar necessariamente à a dança como conhecimento inserido na práxis social, nós a
performance, embora não a exclua, tendo em vista a utilização do consideramos também como linguagem capaz de despertar a
potencial educativo da arte e das características lúdicas dos consciência crítica de quem a vivencia. Nessa tessitura, a dança
movimentos da dança (NÓBREGA, 1998)53. enquadra-se como linguagem que deve ser ensinada, aprendida e
A relação entre Dança e Educação é abordada pelos vivenciada, na medida em que favorece o desenvolvimento de
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), nos documentos de Arte vertentes cognitivas, éticas e estéticas, contribuindo qualitativamente
e, de forma complementar, nos de Educação Física. Nestes, a para as questões da socialização e expressão.
Educação Física é compreendida como cultura corporal, já que seus Dessa forma, vislumbramos uma concepção de aula de
conhecimentos são acumulados historicamente e transmitidos pelo Educação Física que perpasse pelo viés do movimento significativo,
convívio social. Desse modo, a dança foi incorporada pela Educação consciente e criativo, abordando as várias dimensões do movimento
Física como representação corporal possuidora de características humano para a formação do sujeito crítico, expressivo e atuante,
lúdicas de diversas culturas humanas e, por compor um amplo dotado de intencionalidade e sensibilidade, que se reconhece como
patrimônio cultural, deve ser valorizada, conhecida e usufruída . corpo e que se expressa no mundo e para o mundo por meio das
Considerando o ser humano um ser aprendiz, visceral, manifestações de sua corporeidade.
sensível e criativo, é incompleta a compreensão do ensino apenas
como o ato de transmitir conhecimentos. Devemos compreendê-lo Esportes
como experiências que proporcionam uma aprendizagem mais
instigante, que possibilitam ao aluno problematizar sua própria Esporte é a unidade temática de maior adesão dos alunos
existência, agindo de forma criativa em seu espaço de convívio dentro e fora do ambiente escolar. Segundo Tubino (1999)55, o
(PORPINO, 2001)54. esporte é entendido como fenômeno sociocultural, que além de
Nesse sentido, a dança, entendida como manifestação movimentar o mercado financeiro, possui ciência própria, com
artística e cultural além de atividade expressiva, forma indivíduos tecnologia específica, cujas discussões vêm ganhando cada vez mais
críticos, cientes da pluralidade cultural e das contradições sociais, espaços. O termo esporte vem do século XIV, quando os
capazes de se relacionar com a arte de modo mais abrangente, marinheiros usavam o termo “fazer esporte” para se referirem a “sair
do porto” visando realizar atividades físicas. O esporte,
53
NÓBREGA, T. P. Educação motora e dança: rua, palco, escola... uma coreografia compreendido como manifestação da cultura física, assim como a
desejável. In: Anais do I Congresso latino Americano e II Congresso Brasileiro de dança e a recreação, fundamenta-se na Educação Física. Quanto à
Educação Motora. 1998, Foz de Iguaçu.
54
PORPINO, K. Dança é educação: interface entre corporeidade e estética. Tese
55
(Doutorado em Educação) – UFRN, Natal, 2001. TUBINO, Manuel. O que é esporte. São Paulo: Brasiliense, 1999. (Coleção
Primeiros passos).

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sua origem, existem duas vertentes, uma que afirma que o esporte proporcionando o desenvolvimento de um espírito comunitário e de
surgiu para fins educacionais e outra, como fenômeno biológico. interações sociais e fortalecendo as parcerias e as relações pessoais.
Embora as duas vertentes se fundamentem distintamente, coincidem A terceira dimensão, por fim, obedece rigidamente às re-gras
em um aspecto: a competição. existentes de cada modalidade, considerando o esporte como algo
Em tempos antigos, os homens praticavam exercícios físicos institucionalizado (TUBINO, 1999)56.
para a sobrevivência. Foram os gregos que marcaram a história Para González et al. (2014)57, o esporte educacional é
esportiva com os Jogos Olímpicos, primeiros registros de indicado, de acordo com a Lei Pelé (Lei n. 9.615/1998), para o
organizações de competições. Ao final do século XIX, o esporte foi desenvolvimento integral e a formação para a cidadania e o lazer,
utilizado para tentar evitar conflitos internacionais, pois se obedecendo aos princípios de totalidade, emancipação, cooperação e
acreditava que tivesse o poder de estimular a paz e as relações regionalismo, além dos já citados acima. Tem ainda o intuito de
humanas. Desde aquela época, o esporte moderno foi crescendo, até reverter o quadro de vulnerabilidade social que assola nosso país,
atingir a estabilidade, mantendo-se assim até a eclosão da Segunda possibilitando maior convivência social, construção de valores,
Guerra Mundial, quando a perspectiva pedagógica foi sendo promoção da saúde e aprimoramento do senso crítico e de cidadania.
abandonada em favor da ideia de rendimento. Na década de 1930, Nesse sentido, o Estado brasileiro possui na atualidade uma
Adolf Hitler percebeu que o esporte seria um meio político importante função de fomento às atividades socioeconômicas, nas
poderoso, de grande apelo popular e o transformou em um palco de diversas esferas de poder.
disputa entre o capitalismo e o socialismo. A visão de rendimento
permaneceu por um longo período. Ginásticas
Apenas ao final da década de 1970, com a publicação da
Unesco, o mundo passou a aceitar o novo conceito de esporte: além Historicamente, há registros da presença da ginástica desde a
de ser direito de todos, assim como a educação e a saúde, é Pré-história, sendo fundamentada na Idade Moderna e sistematizada
entendido pela abrangência de suas três dimensões sociais: esporte- apenas na contemporaneidade. Muitos métodos ginásticos foram
educação, esporte-participação e esporte-performance, propostas desenvolvidos na Europa a partir do século XIX e influenciaram a
corroboradas no Brasil pela Constituição Federal de 1988. A ginástica em todo o mundo. Como resultado desse longo processo de
primeira dimensão ressalta o caráter formativo, exercício de formação da ginástica, nos dias de hoje existe uma gama de nomes
cidadania, devendo-se evitar a seletividade e a competição acirrada. de referência de práticas de ginástica influenciados pelo modismo,
Ela corrobora, ainda, princípios educacionais de participação,
56
coeducação e responsabilidade. A segunda dimensão apoia TUBINO, Manuel. O que é esporte. São Paulo: Brasiliense, 1999. (Coleção
princípios de ludicidade, no lazer e na utilização construtiva do Primeiros passos).
57
tempo livre, sem compromisso com regras institucionalizadas e GONZÁLEZ, Fernando Jaime et al. Esporte de invasão: basquete, futebol, futsal,
handebol, ultimate frisbee. Maringá: Eduem, 2014. (Coleção Práticas corporais e
tendo por finalidade maior o bem-estar dos praticantes, a organização do conhecimento, 1).

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sobretudo nas academias. Sendo assim, estabelecer um único lutas corporais, caracterizadas pelo enfrentamento físico direto entre
conceito à ginástica seria restringir seu universo. Pensando no pessoas e regido por regras preestabelecidas. Nas lutas, as ações são
ambiente escolar, ao se trabalhar esta unidade temática nas aulas de simultâneas e imprevisíveis, com o foco no corpo do oponente, e o
Educação Física, é importante promover condição aos alunos para modo e a intensidade do contato variam conforme a modalidade da
que a compreendam como área do conhecimento, com luta. Suas regras servem para manter a segurança de todos. Para
características, princípios, objetivos e técnicas de movimentos acontecer o enfrentamento, ocorrem ações de ataque e de defesa,
específicos. A ginástica, na escola, vem contribuir para que o aluno sendo necessário que os praticantes mantenham sempre a atenção.
constate, interprete, compreenda, explique e possa transformar a As lutas preservam questões históricas e filosóficas, por meio
realidade do meio em que vive (RINALDI, 2014). dos trajes, das saudações, entre outras características. Existem
A prática da ginástica possibilita atividades que instigam alguns fatores que dificultam as práticas das lutas na escola, como o
ricas experiências corporais da cultura de movimento das crianças, preconceito com relação a elas, a falta de materiais e de condições
tornando-se necessária para que os alunos deem sentido próprio às de infraestrutura e a formação insuficiente – observa-se que as
suas práticas ginásticas. Souza (1997) divide a ginástica em cinco escolas que desenvolvem mais as lutas em seu currículo são, em
campos: condicionamento físico (aeróbica, localizada), competição geral, as que possuem um ou mais professores que já foram atletas
(ginástica rítmica, ginástica artística), demonstração (ginástica de luta. No entanto, não é objetivo da aula de Educação Física
geral), consciência corporal (ioga, práticas orientais) e fisioterápicas formar atletas, não necessitando, portanto, que o professor seja um
(não trabalhadas pela Educação Física, como a reeducação postural). especialista. Do profissional que vai atuar no segmento, exige-se
Entendemos que para reconhecer a ginástica como apenas o domínio de conhecimentos que subsidiem suas
conhecimento, deve-se permitir a participação de to- dos os intervenções (RUFINO, 2015)58.
estudantes, com liberdade gestual, além da valorização das Precisamos pensar em como democratizar o ensino das lutas
experiências individuais e coletivas, advindas da corporeidade de nas escolas, respeitando as individualidades e buscando o
cada aluno, considerando os aspectos históricos, sociológicos, desenvolvimento humano, a aprendizagem de conceitos, os
antropológicos, filosóficos, biológicos etc., e não só se limitar aos procedimentos e as atitudes das mais diversas práticas da cultura de
aspectos técnicos. Assim, o professor pode realizar diálogos sobre movimento. Assim, os jogos surgem como possibilidade para o
qualidade de vida, promoção da saúde e prevenção de doenças, entre ensino das lutas, que são transformadas em estratégias lúdicas, mas
outras questões que os estudantes possam manifestar. sem perder de vista suas características originais. Um exemplo é o
pega-pega em dupla com prendedores, brincadeira que permite
Lutas algumas ações vinculadas às lutas.

Essa unidade trata de uma modalidade cujo termo é utilizado 58


RUFINO, L. G. B.; DARIDO, S. C. O ensino das lutas na escola: possibilidades
em vários contextos. Aqui, nós nos ateremos especificamente às para a educação física. Porto Alegre: Penso, 2015.

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Segundo Rufino (2015)59, há algumas classificações que Segundo Cantorani e Pilatti (2005)60, sempre existiram
agrupam as lutas de acordo com suas especificidades, podendo ser atividades desafiadoras, de fortes emoções, mas não com a função
quanto à imprevisibilidade das ações: ações de forma e que assumem hoje. Com o passar do tempo, os agentes que atuam
demonstração (Katas) e ações de enfrentamento físico direto (lutas no mercado esportivo descobriram o nicho “aventura”,
esportivizadas); ou quanto às distâncias: curta (judô), média (boxe) e conformando, assim, um novo ramo de negócio. Em relação aos
longa (esgrima). Outros aspectos essenciais a ser ensinados são: esportes radicais (práticas de aventura), o surfe foi o precursor. A
história das lutas (contexto e transformações), lutas versus brigas, partir da década de 1980, esses esportes sofreram um
práticas previsíveis e imprevisíveis, aspectos gerais sobre as lutas, desenvolvimento considerável tanto nas diversificações de
noções de distância entre as lutas e entendimento de algumas modalidades quanto nas suas organizações. Paralelamente, foram
modalidades. ocorrendo investimentos em equipamentos de segurança cada vez
Por sua vez, ao ensinar as lutas, o professor precisa ter alguns mais sofisticados. Mesmo com o estabelecimento de normas e a
cuidados com relação às formas de apresentação das informações, à institucionalização das modalidades, ainda há pessoas que os
questão de gênero, à segurança, à inclusão e ao método de avaliação, praticam de forma mais radical, deixando de lado as competições.
que deve ser contínua e não só ao final de cada bimestre. Betrán (2003)61, por sua vez, defende a proposta de
Atividades Físicas de Aventuras na Natureza, aqui entendidas como
Práticas corporais de aventura práticas corporais de aventura, cujas características são a velocidade,
a busca do equilíbrio, o deslizamento sobre superfícies naturais e a
É a unidade temática mais atual, na qual seus praticantes se presença de energias da natureza e de diferentes riscos. O termo
reaproximam da natureza e da vontade de desafiar-se e superar “práticas corporais” se dá também pelo fato de muitas modalidades
limites. As práticas corporais de aventura possuem adeptos de várias ocorrerem em ambientes urbanos, como o skate e o parkour. Elas
idades, de diversos países, alcançando um número expressivo de também podem ser classificadas como Ambiente pessoal, Impactos
praticantes no Brasil. Nosso país, particularmente o estado da Bahia, ambientais, Ambiente social e Ambiente físico, sendo esta última a
apresenta grande potencial, com características geográficas e mais corriqueira (FRANCO et al., 2014).
climáticas propícias às atividades de aventura, tanto nas cidades
quanto fora delas. Desse modo, ressaltamos que todas essas ricas
60
possibilidades ambientais podem ser exploradas pelo professor nas CANTORANI, José Roberto Herrera; PILATTI, Luiz Alberto. O nicho “esportes de
aulas de Educação Física. aventura”: um processo de civilização ou descivilização? EFDeportes, Buenos
Aires, ano 10, n. 87, 2005. Disponível em:
<www.efdeportes.com/efd87/aventur.htm>. Acesso em: 17 out. 2019.
59 61
RUFINO, L. G. B.; DARIDO, S. C. O ensino das lutas na escola: possibilidades BETRÁN, J. O. Rumo a um novo conceito de ócio ativo e turismo na Espanha: as
para a educação física. Porto Alegre: Penso, 2015. atividades físicas de aventura na natureza. In: BRUHNS, H. T.; MARINHO, A.
(Org.). Turismo, lazer e natureza. São Paulo: Manole, 2003.

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As experiências com as práticas corporais de aven-tura Física são divididas em seis: Brincadeiras e jogos; Dança; Esporte;
variam de acordo com a localidade da escola, suas características, Ginástica; Lutas; e Práticas corporais de aventura, constando
estruturas e possibilidades. Devem servir como instrumento para a separada-mente nos quadros. Abaixo do quadro de cada bloco, há
formação de cidadãos mais engajados e responsáveis para consigo, sugestões de procedimentos e instrumentos de avaliação separados
com o outro e com o meio ambiente. pelos objetivos: Socioemocional, Atitudinal e Procedimental.
Para colocar este Documento Curricular em prática, os
Na fase do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, os estudantes professores devem buscar formas de trabalho pedagógico pautadas
apresentam sua individualidade, suas experiências pessoais e sociais, no diálogo, considerando a impossibilidade de ações uniformes,
tornando-se imprescindível o reconhecimento das infâncias aumentando a flexibilidade na delimitação dos currículos e
existentes, bem como a singularidade do processo escolar e sua propostas curriculares, tendo em vista a adequação às realidades
inter-relação com as características da localidade que vivem. Faz-se locais, as habilidades de Educação Física para o Ensino
necessário reconhecer, ainda, a continuidade das vivências do Fundamental.
brincar na transição da Educação Infantil para o Ensino
Fundamental. Já nos Anos Finais os estudantes começam a ampliar
o leque de informações dentro do repertório escolar, tendo contato QUADRO DAS COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE
com um número maior de docentes, consequentemente com um EDUCAÇÃO FÍSICA
número maior de componentes curriculares, havendo um aumento
também na complexidade da interdisciplinaridade. Por isso, há a
necessidade de melhorar a sistematização tanto de ensino por parte
dos docentes quanto dos estudos pelos alunos. No entanto, os 1. Compreender a origem da cultura corporal de movimento e
estudantes da faixa etária dos Anos Finais possuem maior capa- seus vínculos com a organização da vida coletiva e individual.
cidade de obter e acessar informações, permitindo que se
aprofundem nos estudos das práticas corporais na escola . 2. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e
Assim, o Documento Curricular para o Ensino Fundamental aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas corporais,
também se dá por blocos, compreendendo, nos Anos Iniciais, 1º e 2º além de se envolver no processo de ampliação do acervo cultural
anos e 3º ao 5º ano e, nos Anos Finais, 6º e 7º anos e 8º e 9º anos. Os nesse campo.
quadros que seguem se constituem de quatro colunas: a primeira
com sugestões de problematizações; a segunda com os objetos de 3. Refletir, criticamente, sobre as relações entre a realização das
conhecimento; a terceira com as habilidades para cada objeto de práticas corporais e os processos de saúde/doença, inclusive no
conhecimento; e a quarta com sugestões didáticas para desenvolver contexto das atividades laborais.
as habilidades propostas. As unidades temáticas para a Educação

CURRICULO QUIXABEIRA | 634


4. Identificar a multiplicidade de padrões de desempenho,
saúde, beleza e estética corporal, analisando, criticamente, os
modelos disseminados na mídia e discutir posturas consumistas e
preconceituosas.

5. Identificar as formas de produção dos preconceitos,


compreender seus efeitos e combater posicionamentos
discriminatórios em relação às práticas corporais e aos seus
participantes.

6. Interpretar e recriar os valores, os sentidos e os significados


atribuídos às diferentes práticas corporais, bem como aos sujeitos
que delas participam.

7. Reconhecer as práticas corporais como elementos


constitutivos da identidade cultural dos povos e grupos.

8. Usufruir das práticas corporais de forma autônoma para


potencializar o envolvimento em contextos de lazer, ampliar as redes
de sociabilidade e a promoção da saúde.

9. Reconhecer o acesso às práticas corporais como direito do


cidadão, propondo e produzindo alternativas para sua realização no
contexto comunitário.

10. Experimentar, desfrutar, apreciar e criar diferentes


brincadeiras, jogos, danças, ginásticas, esportes, lutas e práticas
corporais de aventura, valorizando o trabalho coletivo e o
protagonismo.

CURRICULO QUIXABEIRA | 635


EDUCAÇÃO FÍSICA
Ensino Fundamental
6º e 7º anos

EDUCAÇÃO FÍSICA – 6º E 7º ANOS


UNIDADE TEMÁTICA: BRINCADEIRAS E JOGOS

OBJETOS DE
PROBLEMATIZAÇÃO HABILIDADES SUGESTÕES DIDÁTICAS
CONHECIMENTO

Existem jogos eletrônicos Jogos eletrônicos (EF67EF01) Experimentar e fruir, na escola • Pesquisar em livros, revistas e internet
que integram o mundo e fora dela, jogos eletrônicos diversos, sobre jogos eletrônicos e relacioná-los com
virtual e o mundo real? valorizando e respeitando os sentidos os significados atribuídos por diferentes
Como podemos e significados atribuídos a eles por grupos sociais e etários.
tematizar e estudar diferentes grupos sociais e etários. • Propor aos estudantes a organização e
os jogos eletrônicos (EF67EF02) Identificar as transformações sistematização, em um grande painel coletivo,
nas aulas de Educação nas características dos jogos eletrônicos das características dos jogos eletrônicos, em
Física? em função dos avanços das tecnologias função dos avanços das tecnologias.
Quais são os jogos e nas respectivas exigências corporais • Apresentação de proposta colaborativa para
os estudantes que apresentam dificuldades
eletrônicos mais colocadas por esses diferentes tipos de
ao jogar.
utilizados por nossos jogos.
• Utilização do laboratório de informática
pais?
para que os alunos tenham acesso aos jogos
Quais são os jogos
eletrônicos em rede.
eletrônicos que mais
• Organização de um festival de jogos
utilizamos em nossos
eletrônicos com a utilização dos celulares dos
celulares?
estudantes.
• Criação de jogos e brincadeiras com
as características dos jogos eletrônicos
utilizados pelos estudantes.
• Utilização das lousas digitais para
elaboração de torneios e festivais de jogos
eletrônicos entre os estudantes.
• Utilização de equipamentos eletrônicos
como X-Box, PS4, Game Station ou aplicativos
como o Just Dance Now para demonstração
das possibilidades de práticas corporais por
meio dos jogos eletrônicos.

CURRICULO QUIXABEIRA | 650


EDUCAÇÃO FÍSICA
Ensino Fundamental
6º e 7º anos

UNIDADE TEMÁTICA: DANÇAS

OBJETOS DE
PROBLEMATIZAÇÃO HABILIDADES SUGESTÕES DIDÁTICAS
CONHECIMENTO

Quais são as danças Danças urbanas (EF67EF11) Experimentar, fruir e recriar • Apresentação de proposta aos estudantes
urbanas que estão danças urbanas, identificando seus para mapear as práticas corporais
ganhando espaço na elementos constitutivos (ritmo, espaço, brasileiras e danças mais conhecidas.
cultura brasileira? gestos). • Observação e garantia de tempos de
Existe diferença de (EF67EF12) Planejar e utilizar estratégias experimentação e reflexão que permitam
ritmos nas danças para aprender elementos constitutivos das aos estudantes explorar e identificar as
urbanas? danças urbanas. danças urbanas.
Existe diferença dos (EF67EF13) Diferenciar as danças urbanas • Fabricação com material reciclado de
locais de realização das das demais manifestações da dança, instrumentos utilizados nas danças
danças urbanas? valorizando e respeitando os sentidos urbanas.
Existe diferença de e significados atribuídos a eles por • Pesquisa em livros, revistas e internet
gestos nas danças diferentes grupos sociais. sobre as principais danças urbanas do
urbanas? nosso estado.
Quais são os elementos • Identificação dos elementos comuns das
que constituem as danças urbanas e as principais diferenças
danças urbanas? das demais manifestações da dança entre
Qual é a diferença as práticas corporais mais relevantes na
das danças urbanas cultura brasileira e internacional.
praticadas na escola e
fora dela?

CURRICULO QUIXABEIRA | 651


EDUCAÇÃO FÍSICA
Ensino Fundamental
6º e 7º anos

UNIDADE TEMÁTICA: ESPORTES

OBJETOS DE
PROBLEMATIZAÇÃO HABILIDADES SUGESTÕES DIDÁTICAS
CONHECIMENTO

Quais esportes expressam Esportes de marca (EF67EF01) Experimentar e fruir esportes • Organização de um festival de esportes
melhor a identidade e a Esportes de precisão de marca, precisão, invasão e técnico- de marca, precisão, invasão e técnico-
cultura brasileira? Em qual Esportes de invasão combinatórios, valorizando o trabalho combinatórios.
categoria está cada um Esportes técnico- coletivo e o protagonismo. • Pesquisa na internet sobre os esportes
deles? -combinatórios (EF67EF02) Praticar um ou mais esportes de marca, precisão, invasão e técnico-
Qual categoria de esporte de marca, precisão, invasão e técnico- combinatórios mais praticados na região
podemos utilizar como combinatórios oferecidos pela escola, em que a escola está inserida.
prática corporal nos espaços usando habilidades técnico-táticas básicas • Vivência dos esportes de marca, precisão,
públicos disponíveis na sua e respeitando regras. invasão e técnico-combinatórios.
comunidade? • Transformação dos esportes de marca,
(EF67EF03) Planejar e utilizar estratégias
Qual esporte de marca pode precisão, invasão e técnico- combinatórios
para solucionar os desafios técnicos e
ser utilizado nos espaços em jogos.
táticos, tanto nos esportes de marca,
livres da escola? • Pesquisa em livros, revistas e internet
precisão, invasão e técnico-combinatórios
Qual esporte de precisão sobre os esportes de marca, precisão,
como nas modalidades esportivas
pode ser utilizado nos invasão e técnico-combinatórios mais
escolhidas para praticar de forma
espaços livres da escola? utilizados em nosso estado.
específica.
Qual esporte de invasão • Fabricação com material reciclado de
pode ser utilizado nos (EF67EF04) Analisar as transformações na instrumentos utilizados nos esportes
espaços livres da escola? organização e na prática dos esportes em de marca, precisão, invasão e técnico-
Qual esporte técnico- suas diferentes manifestações (profissional combinatórios.
-combinatório pode ser e comunitário/lazer). • Apreciação de filmes que demonstrem
utilizado nos espaços livres (EF67EF05) Propor e produzir alternativas os esportes de marca, precisão, invasão e
da escola? para experimentação dos esportes não técnico-combinatórios.
Quais brincadeiras e jogos disponíveis e/ou acessíveis na comunidade • Reflexão sobre o esporte na escola, no
podemos recriar para e das demais práticas corporais bairro e nos clubes.
simular os esportes de tematizadas na escola. • Criação/adaptação de brincadeiras que
marca, precisão, invasão e simulem os esportes de marca, precisão,
técnico- combinatórios? invasão e técnico-combinatórios.

CURRICULO QUIXABEIRA | 652


EDUCAÇÃO FÍSICA
Ensino Fundamental
6º e 7º anos

UNIDADE TEMÁTICA: GINÁSTICAS

OBJETOS DE
PROBLEMATIZAÇÃO HABILIDADES SUGESTÕES DIDÁTICAS
CONHECIMENTO

Quais são os exercícios Ginástica de (EF67EF08) Experimentar e fruir • Propor e estudar algumas práticas
físicos que trabalham condicionamento exercícios físicos que solicitem diferentes brasileiras e internacionais que foram
força, velocidade e físico capacidades físicas, identificando seus mapeadas e que sejam de interesse dos
resistência? tipos (força, velocidade, resistência, estudantes e de possível experimentação
Todos os exercícios flexibilidade) e as sensações corporais no ambiente escolar.
físicos promovem saúde? provocadas pela sua prática. • Fabricação com material reciclado de
Quais são as diferenças (EF67EF09) Construir, coletivamente, instrumentos utilizados na ginástica de
entre exercício físico e procedimentos e normas de convívio que condicionamento físico.
atividade física? viabilizem a participação de todos na • Valorização e motivação dos estudantes
Quais atividades físicas prática de exercícios físicos, com o objetivo à experimentação de exercícios físicos que
podem ser realizadas de promover a saúde. solicitem diferentes capacidades físicas.
nos ambientes públicos (EF67EF10) Diferenciar exercício físico de • Organização de um festival de ginástica
como praças e quadras atividade física e propor alternativas para com o objetivo de trabalhar velocidade e
nos arredores da escola? a prática de exercícios físicos dentro e fora resistência.
Estudantes com do ambiente escolar. • Pesquisa em livros, revistas e internet
deficiência podem sobre a relação de atividade física e saúde.
participar das ginásticas • Apreciação de filmes que demonstrem as
de condicionamento principais ginásticas de condicionamento
físico? físico.
Quais são as sensações • Organização de mesa-redonda e/ou
corporais provocadas seminários para discutir a importância das
pelas ginásticas de ginásticas de condicionamento físico.
condicionamento físico? • Mediação de rodas de conversa em que
os estudantes tenham a oportunidade de
discutir sobre a diferença entre exercício
físico e atividade física.

CURRICULO QUIXABEIRA | 653


EDUCAÇÃO FÍSICA
Ensino Fundamental
6º e 7º anos

UNIDADE TEMÁTICA: LUTAS

OBJETOS DE
PROBLEMATIZAÇÃO HABILIDADES SUGESTÕES DIDÁTICAS
CONHECIMENTO

Quais são as lutas típicas Lutas do Brasil (EF67EF14) Experimentar e fruir diferentes • Mediação de rodas de conversa em que
de nosso estado e país? lutas do Brasil, valorizando a própria os estudantes tenham a oportunidade de
Nas atividades de lutas, segurança e integridade física, bem como manifestar suas percepções e opiniões sobre
quais estratégias podemos as dos demais. as diferentes lutas do Brasil.
adotar para respeitar a (EF67EF15) Planejar e utilizar estratégias • Pesquisa em livros, revistas e internet sobre
integridade física de nosso básicas das lutas do Brasil, respeitando o as lutas típicas do Brasil.
oponente? colega como oponente. • Propor aos alunos a organização de um
Quais são as vestimentas (EF67EF16) Identificar as características bloco de aulas com foco na experimentação
características das (códigos, rituais, elementos técnico-táticos, das lutas do Brasil e no respeito ao
principais lutas do Brasil? indumentária, materiais, instalações, adversário.
Em quais espaços devem instituições) das lutas do Brasil. • Pesquisa sobre a história das lutas no Brasil.
ser praticadas as principais (EF67EF17) Problematizar preconceitos e • Fabricação com material reciclado de
lutas do país? estereótipos relacionados ao universo instrumentos utilizados nas lutas do Brasil.
Existem diferenças de das lutas e demais práticas corporais, • Apreciação de filmes que demonstrem as
códigos e rituais entre as propondo alternativas para superá-los, principais lutas do Brasil.
principais lutas do país? com base na solidariedade, na justiça, na • Identificação das características das lutas
Os alunos com obesidade equidade e no respeito. do Brasil e sua relação com o mundo e a sua
podem praticar as lutas realidade.
típicas do Brasil? • Criação/adaptação de brincadeiras que
Quais estratégias podem simulem as lutas do Brasil.
ser adotadas para que os • Identificação dos elementos comuns das
alunos com deficiência lutas do Brasil e suas principais diferenças.
possam participar das lutas • Mediação de rodas de conversa em que
típicas de nosso país? os estudantes tenham a oportunidade de
discutir sobre preconceitos e estereótipos
relacionados ao universo das lutas e demais
práticas corporais.

CURRICULO QUIXABEIRA | 654


EDUCAÇÃO FÍSICA
Ensino Fundamental
6º e 7º anos

UNIDADE TEMÁTICA: PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA

OBJETOS DE
PROBLEMATIZAÇÃO HABILIDADES SUGESTÕES DIDÁTICAS
CONHECIMENTO

Quais são as principais Práticas corporais de (EF67EF18) Experimentar e fruir diferentes • Organização de um festival de práticas
práticas corporais de aventura urbanas práticas corporais de aventura urbanas, corporais de aventura como o parkour,
aventura urbana praticadas valorizando a própria segurança e skate, ciclismo, patinete e patins.
em nosso estado? integridade física, bem como as dos • Mediação de rodas de conversa em que
Quais estratégias de os estudantes tenham a oportunidade de
demais.
segurança podem ser discutir os riscos durante a realização de
adotadas para assegurar a (EF67EF19) Identificar os riscos durante práticas corporais de aventura urbanas.
integridade física de quem a realização de práticas corporais de
• Criação/adaptação de brincadeiras que
pratica as práticas corporais aventura urbanas e planejar estratégias simulem as principais práticas corporais de
de aventura? para sua superação.
aventura urbanas de nosso estado.
Quais estratégias podem (EF67EF20) Executar práticas corporais • Pesquisa em blogues sobre a origem das
ser adotadas para que os
de aventura urbanas, respeitando o principais práticas corporais de aventura
estudantes com deficiência
patrimônio público e utilizando alternativas comum entre os estudantes.
possam participar das
para prática segura em diversos espaços. • Criação de espaços na escola para
práticas corporais de
aventura urbana? (EF67EF21) Identificar a origem das a realização de práticas corporais de
Quais práticas corporais de práticas corporais de aventura e as aventura urbanas como o trekking.
aventura urbana podem ser possibilidades de recriá-las, reconhecendo • Mesa-redonda para a discussão sobre
realizadas nos ambientes as características (instrumentos, a importância dos equipamentos de
públicos como praças e equipamentos de segurança, indumentária, segurança e sua relação com a saúde nas
quadras nos arredores da práticas corporais de aventura urbanas.
organização) e seus tipos de práticas.
escola? • Oficinas com atletas convidados das
Quais são as vestimentas práticas corporais de aventura urbanas
características das principais realizadas perto da escola.
práticas corporais de • Criação de painel com fotos e textos
aventura urbana? sobre as principais práticas corporais de
Qual é a relação entre aventura urbanas de nosso estado.
equipamentos de segurança e • Fabricação com material reciclado de
o aumento de praticantes das instrumentos utilizados nas práticas
principais práticas corporais corporais de aventura urbanas.
de aventura urbana?

CURRICULO QUIXABEIRA | 655

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