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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Turma: D

Tema: A Problemática da Construção de Gráfico da Função Quadrática

Nome: Belton Marinho Damião

Código: 708211383

Quelimane, Novembro de 2021

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Turma: D

Tema: A Problemática da Construção de Cráfico da Função Quadrática

Nome: Belton Marinho Damião

Código: 708211383

Curso: Lic. Em Matemática


Disciplina: Fundamentos de Matematica
Ano de Frequência:1º Ano

Docente: Isidro Ramos Mualacua

Quelimane, Novembro de 2021

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INDICE Pag
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 4
FUNÇÃO QUADRATICA OU DO 2º GRAU ................................................................ 5
AS DIFICULDADES ENCARRADAS PELOS ALUNOS PARA A CONSTRUÇÃO
DE GRÁFICO DUMA FUNÇÃO QUADRÁTICA ........................................................ 5
UM MÉTODO MATEMÁTICO ADEQUADO E SIMPLES DE COMPREENDER
QUE RECOMENDARIA AOS MEUS ALUNOS .......................................................... 9
CONCLUSÃO ................................................................................................................ 11
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA ................................................................................ 12

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Introdução

Este trabalho relata sobre as dificuldades apresentadas por estudantes sobre a


representação gráfica da Função Quadrática. Concluímos que os estudantes
apresentaram dificuldades com o conceito de Função Quadrática, tais como: construção
de gráficos e esboços, por meio de funções algébricas; compreensão na distribuição da
reta numérica nos eixos; noção de escala; posição dos pontos no plano cartesiano;
orientação dos eixos do plano cartesiano; orientação da concavidade da parábola.
Inferimos que essas dificuldades se devem ao fato de esses estudantes não estarem
habituados a construir gráficos.

Com isso, foi discutido neste trabalho alguns aspectos teóricos sobre a compreensão de
Função Quadrática e seu ensino, assim como as dificuldades que os estudantes
apresentam sobre este objeto matemático. Apresentamos, também, a metodologia de
análise de conteúdo, proposto por Bardin (1977), para analisar as produções escritas dos
estudantes pesquisados. E, finalmente, analisamos as atividades produzidas pelos
estudantes e as dificuldades por eles apresentadas.

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FUNÇÃO QUADRATICA OU DO 2º GRAU

Uma função do 2º grau é definida pela seguinte lei de formação f(x) = ax² + bx +
c ou y = ax² + bx + c, em que a, b e c são números reais e a ≠ 0. Sua representação no
plano cartesiano é uma parábola que, de acordo com o valor do coeficiente a,
possui concavidade voltada para cima ou para baixo.

A função do 2º grau assume três possibilidades de resultados ou raízes, que são


determinadas quando fazemos f(x) ou y igual a zero, transformando a função em uma
equação do 2º grau, que pode vir a ser resolvida por Bháskara.

AS DIFICULDADES ENCARRADAS PELOS ALUNOS PARA A


CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO DUMA FUNÇÃO QUADRÁTICA

As dificuldades encarradas pelos alunos na construção de graficos da função quadratica


remota dos tempos e é influenciado pelo fraco dominio na resolução de equações
quadraticas assim como na localizaçao dos pontos no Sistema Cartesiano Ortogonal.

Para que possamos compreender o objeto que estudamos, devemos distinguir as


diferentes formas de representação, no nosso caso, o objecto Função Quadrática e seus
registros de representação algébrica, de tabela e/ou gráfica. Duval (2012) afirma que
uma confusão entre o que é o objecto e sua representação pode acarretar em uma perda
de compreensão dos conhecimentos que são adquiridos, assim, tornando-os inutilizáveis
durante o processo de aprendizagem. Portanto, a distinção entre um objeto e sua
representação é um ponto estratégico para a compreensão da matemática (DUVAL,
2012).

Damm (2010, p. 169) afirma que “não existe conhecimento matemático que possa ser
mobilizado por uma pessoa, sem um auxílio de uma representação”. Deste modo, para
verificar a aquisição de conhecimentos matemáticos, mais especificamente
conhecimentos acerca de funções quadráticas, devemos recorrer a noção de
representação.

Segundo Markovits, Eylon e Bruckheimer (1995), os estudantes têm dificuldades com


os termos domínio e imagem, e isso levam a outras dificuldades, tais como encontrá-los
nos eixos cartesianos em representações gráficas e identificar pares ordenados a partir

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de funções dadas na forma algébrica. Conforme esses autores, “a complexidade do
conceito de função também é parcialmente responsável pelas dificuldades dos alunos”
(p. 59), pois a definição de função da maneira que é ensinada envolve muitos conceitos.
Os estudantes têm algumas concepções equivocadas e, para Markovits, Eylon e
Bruckheimer (1995), um exemplo é que para os estudantes toda função é uma função
linear. Esses autores destacam que os estudantes apresentam dificuldades para trabalhar
com funções constantes (pois todo o domínio tem a mesma imagem), apresentam erros
nos gráficos das funções (pois apresentam as funções representadas por gráficos
desconexos), dificuldades com a definição de função e dificuldades com a manipulação
algébrica (como, por exemplo, a dificuldade que ocorre na passagem de uma forma de
representação de uma função para outra)

Algumas dificuldades comuns na representação da função quadratica:


 Os alunos ao lerem um monomio onde o coeficiente 1 ou -1, nao seja explicito,
relacionado com nao existencia do mesmo associando-o como o numero zero;
 Alguns alunos colocaram os coeficientes como o valor absoluto do numero;
 Os ramos das parabolas terminando na altura da maior ou menor ordenada obtida na
tabela e alguns alunos esboçamn o grafico em forma de ogiva apontando para uma
crença que os ramos da parabola não se estendem e que o vertice da parabola tem a
forma de ponta de uma flecha
 Confusão de representação entre ponto do plano cartesiano, representado por um par
ordenado de números e anuladores, representado por dois números ligados pelo
conectivo.

Duval (1988) afirma que as representações gráficas são introduzidas e definidas por
meio do tratamento por pontos. E, conclui que este procedimento é necessariamente
favorecido quando se trata de traçar o gráfico correspondente a uma equação do 1º grau,
a uma equação do 2º grau... ou de ler as coordenadas de um ponto especial (como o
ponto de intersecção com um dos eixos, ou com uma outra reta, ponto de máximo, etc.),
porém focaliza-se somente o traçado e não se leva em conta as variáveis visuais
relevantes da representação gráfica, sendo orientado para a investigação de valores
específicos, sem se prender a escrita algébrica. Com base no exposto, percebemos a
importância da Álgebra no que diz respeito à compreensão de conceitos ligados à
função, como variáveis e grandezas. Também, é notória a importância dada às
representações da função, bem como a passagem de uma a outra.
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Nossa pesquisa vem como uma complementação a estes estudos no sentido de trazer
uma abordagem diferenciada para o estudo de funções quadráticas, pois além, de
permitir ao aluno perceber as mudanças na escrita algébrica (forma canônica) acarretam
mudanças na representação gráfica e vice-versa, ela insere o caráter lúdico para a
discussão da noção de intervalo de função.

Desenhando as parábolas mostra que o gráfico de y=x2 já construído e diz “Os valores
de y de qualquer ponto desta figura dependem dos valores de x, conforme a função y=x2
E, ainda, mostra que o gráfico foi construído a partir de uma tabela, na qual foram
escolhidos valores para x e substituindo na fórmula foram encontrados os valores para
y. Vale salientar que para todos os exemplos dados no capítulo sempre são atribuídos
valores inteiros para x e sempre entre -3 e 4. O que pode levar o aluno a sempre atribuir
esses valores e pensar que não se pode substituir outros valores como números racionais
ou irracionais. Constrói, logo após, o gráfico de y=-x2 , e explica sobre a concavidade da
parábola ser voltada para cima quando a>0 e voltada para baixo quando a<0. Passa,
então, para a construção de gráficos utilizando para isso três exemplos, todos
semelhantes a situação a seguir. Situação: “Construa o gráfico da função y=x2+4

Definição de função quadrática associando a cada x ∈IR o elemento ax2+bx+c ∈ IR em


que a, b, c são números reais dados e 0≠a. Nos dois primeiros exemplos são destacados
no gráfico e na tabela as intersecções com o eixo das abscissas dizendo que esses pontos
representam os zeros ou raízes das funções. E, também o vértice da parábola, obtendo a
𝑏
coordenada x do vértice pela fórmula Xv = − 2𝑎 e para encontrar a coordenada y,

substiuiu-se a coordenada x do vértice nas funções dadas.

No terceiro exemplo é dada uma função cujas raízes não são reais, destacando-se
apenas o vértice da parábola tanto no gráfico como na tabela. Cabe dizer que em
nenhum dos exemplos foi definido o vértice da parábola e sim indicado no gráfico.
Logo após estas explicações é apresentado um outro texto onde se faz uma conexão com
a física, ou seja, relaciona com a função horária do movimento uniformente variado.

Então são apresentados cinco exercícios, basicamente semelhantes aos do Livro A, onde
destacamos as tarefas: construir gráficos, identificar a concavidade da parábola,
determinar alguns pontos (raízes e vértice).

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O próximo tópico é intitulado de “Estudando as parábolas”, onde a autora verifica a
existência das raízes em função do valor do discriminante (∆ =b2-4ac) e identifica a
concavidade das parábolas em função do valor do coeficiente a. Do mesmo modo que o
primeiro livro analisado encontrou as tarefas: determinar a intersecção com o eixo x e
esboçar gráficos, além destas temos um outro tipo de tarefa.

Uma função do 2º grau escrita na forma y = ax2 + bx + c tem ∆<0, onde (∆ =b2-4ac).

a) O que se pode afirmar sobre as raízes desta função?

b) O que se pode afirmar sobre os pontos de intersecção da parábola que representa esta
função com o eixo x?

c) Faça dois esboços gráficos desta função, considerando a>0 e a<0.”

Raízes da função quadrática e ínterpretação geométrica das raízes. A autora continua o


assunto apresentando mais um texto intitulado de “Máximos e mínimos”. O texto ainda
traz uma descrição do ponto de máximo e ponto de mínimo.

Identificar a concavidade da parábola. Discurso Teórico-Tecnológico: Definição de


vértice, ponto de máximo e de mínimo.A seguir, vem o último tópico do capítulo que se
refere ao estudo dos sinais da função quadrática, no qual a autora analisa as seguintes
situações

Situação: “Observe o gráfico da função de 2º grau definida por y = x2 + 6x +8, e


responda: qual é o sinal de y, quando se substitui x por um valor maior que 4? E por um
valor menor que 2?” Tarefa: Estudar o sinal da função para x < 2 ou x > 4. Técnica:
Esboçar o gráfico indicando as raízes da função, e observar quais os valores de y
correspondentes a x < 2 ou x > 4. Discurso Teórico-Tecnológico: Conceito de Imagem e
estudo dos sinais da função. Após esta situação, a autora modifica a função dada apenas
invertendo a concavidade da parábola, e mostra que agora os valores para y serão
negativos. E, prossegue pedindo para que os alunos calculem alguns valores
correspondentes aos números maiores que 4 e menores que 2, pelas duas funções dadas,
para confirmarem as respostas das duas situações. Continuando, ela completa o estudo,
observando o que acontece com os valores de y quando se substitui valores para x entre
2 e 4. E, finalmente apresenta mais três exemplos. O primeiro exemplo é estudar o sinal
de uma função que possui duas raízes reais iguais e tem a concavidade voltada para
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cima, o segundo exemplo, é dada uma função que não possui raízes reais e a
concavidade é voltada para baixo. E, o terceiro exemplo é representado pela seguinte
situação. Situação: “Qual é o conjunto solução da inequação –x2 – 3x + 4 >0?” Tarefa:
Resolver uma inequação. Técnica: Representar a expressão algébrica dada por y e
analisar a função assim definida.
Segundo Duval (2003) a compreensão em matematica implica na capacidade de mudar
de registro e também em saber explicar as propriedades ou aspectos diferentes de um
mesmo objecto matemático em suas diferentes representações.
As técnicas apresentadas reforçam a ideia de que o procedimento privilegiado para a
construção do gráfico é o procedimento por pontos. Do ponto de vista cognitivo,
construir gráficos desta maneira pode tornar o aprendizado falho, no sentido de que este
procedimento implica numa visao pontual do gráfico, na qual o aluno preocupa-se em
encontrar pares ordenados e localiza-los no plano cartesiano, e não fazendo muitas
vezes a volta, ou seja, a partir do gráfico obter a expressao algébrica. E isso segundo
Duval (2003), leva a nao compreensao do conceito matematico.

UM MÉTODO MATEMÁTICO ADEQUADO E SIMPLES DE COMPREENDER


QUE RECOMENDARIA AOS MEUS ALUNOS

O gráfico das funções do 2º grau são curvas que recebem o nome de parábolas.
Diferente das funções do 1º grau, onde conhecendo dois pontos é possível traçar o
gráfico, nas funções quadráticas são necessários conhecer vários pontos.

A curva de uma função quadrática corta o eixo x nas raízes ou zeros da função, em no
máximo dois pontos dependendo do valor do discriminante (Δ). Assim, temos:
 Se Δ > 0, o gráfico cortará o eixo x em dois pontos;
 Se Δ < 0, gráfico cortará o eixo x em dois pontos;
 Se Δ = 0, a parábola tocará o eixo x em apenas um ponto.

Existe ainda outro ponto, chamado de vértice da parábola, que é o valor máximo ou
Δ
mínimo da função. Este ponto é encontrado usando-se a seguinte fórmula: Yv= 42

O vértice irá representar o ponto de valor máximo da função quando a parábola estiver
voltada para baixo e o valor mínimo quando estiver para cima.

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É possível identificar a posição da concavidade da curva analisando apenas o sinal do
coeficiente a. Se o coeficiente for positivo, a concavidade ficará voltada para cima e se
for negativo ficará para baixo, ou seja:

Assim, para fazer o esboço do gráfico de uma função do 2º grau, podemos analisar o
valor do a, calcular os zeros da função, seu vértice e também o ponto em que a curva
corta o eixo y, ou seja, quando x = 0.
A partir dos pares ordenados dados (x, y), podemos construir a parábola num plano
cartesiano, por meio da ligação entre os pontos encontrados.

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Conclusão

Este trabalho apresentou o relato sobre a construção de gráficos da função quadrática,


relacionando com situações cotidianas dos estudantes. Inicialmente foi apresentado uma
situação problema, presente num livro didático, para instigar os estudantes a perceberem
que a parábola está presente no cotidiano dos estudantes, compreendendo e analisando
alguns conceitos, como: ponto máximo/ponto mínimo, vértice da parábola, estudo das
raízes, concavidade da parábola e simetria das raízes com a coordenada x do vértice.
Realizado o estudo sobre esses conceitos, os estudantes construíram gráficos de
diferentes funções quadráticas, representando uma situação do cotidiano. Os resultados
foram interessantes, pois foi possível avaliar se haviam compreendido os conceitos
abordados, a localização de coordenadas no gráfico, além de explorar a criatividade e
arte de cada um, estabelecendo uma relação entre o conhecimento abstrato e o mundo
real. Desta forma, espera-se que este artigo sirva de apoio a outros educadores que
buscam uma estratégia ativa para a aprendizagem da função quadrática.

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Referencia Bibliografica

MARKOVITS, Z. EYLON, B. S. BRUCKHEIMER, M. Dificuldades dos alunos com


o conceito de função. IN: COXFORD, A. F. SHULTE, A. P. (Org.). As Idéias da
Álgebra. Traduzido por Hygino H. Domingues. São Paulo: Atual, 1995. p. 49-69.
Tradução de: The ideas of algebra.
DUVAL, R. Registros de representação semiótica e funcionamento cognitivo do
pensamento. Tradução de Méricles Thadeu Moretti. REVEMAT: Revista Eletrônica de
Educação Matemática. Florianópolis, v. 07, n. 2, p. 266-297, 2012.
OLIVEIRA, Gabriel Alessandro de. "Gráfico da função de 2º grau"; Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/matematica/grafico-funcao.htm. Acesso
em 30 de novembro de 2021

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