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Biografia do Compositor
A Sonata Vox Gabrieli para Trombone e Piano é composta por apenas um andamento,
não respeitando a forma clássica da sonata. Apesar de ter apenas um andamento está
divida em várias mudanças de carácter, evidenciadas pela mudança de articulação ou até
mesmo dinâmica.
A mudança mais acentuada consiste no material temático. Se na sonata clássica cada
andamento é independente, ou seja, cada secção detém material temático diferente,
neste caso, o compositor repete partes já apresentadas, mas com notas diferentes. No
final aparece uma reexposição do tema inicial, mas numa dinâmica mais elevada, e com
Após 16 compassos de Tema A, Šulek introduz uma ponte de ligação para o Tema B,
esta com 4 compassos, onde o trombone sustenta notas longas e o piano acompanha
com um ritmo de colcheias.
Depois desta ponte, o trombone faz a anacrusa para o Tema B, em Sol bemol, que
começa com um ritmo definido
pelas colcheias, e que é
acompanhado pelo piano.
O piano acompanha esta melodia igualmente com colcheias, mas estas no contratempo
do primeiro e do terceiro tempo.
Dentro da primeira parte desta sonata, ainda encontramos um Tema C, com o caracter
mais legato, com importância à
Após estes três temas, Šulek dá início à segunda parte da sonata, embora antes disso
aconteça uma ponte de quase trinta compassos. Apesar de ser uma ponte de ligação
entre a primeira e segunda parte da sonata, pode dizer-se que ainda há um tema que é
repetido três vezes, mas com algumas alterações nas notas.
A segunda parte da sonata inicia-se com uma mudança repentina de carácter. Passa a ter
uma articulação mais definida, mas apenas com uma duração de três compassos, depois
retorna ao legato.
Refira-se que mais uma vez este tema mais legato tem uma curta duração, exatamente
dezasseis compassos.
Depois disso, Šulek insere o segundo tema da segunda parte, mais extenso e, dentro
dele, o trombone tem de efetuar dois tipos diferenciados de articulação, no início mais
Antes da segunda parte da sonata terminar, Šulek adiciona mais um tema, este também
dividido em duas partes. A primeira numa dinâmica ff, e a outra f. Inicia de forma
inesperada, pois vem de uma ponte com notas longas e em piano. Para criar o efeito
surpresa, o compositor utiliza tercinas de fusas, muito articulado e em fortíssimo.
Nesta parte, existe uma grande confusão entre o solista e o piano, pois o trombone está a
tocar de forma mais agressiva enquanto o piano acompanha com escalas em
semicolcheias, o que causa uma certa incerteza para quem ouve e até mesmo para quem
está a tocar. Este ambiente segue-se durante dezasseis compassos.
Após isto, o solista encerra a segunda parte com um Sib pedal em fortíssimo.
Para não contrariar completamente a forma da sonata clássica, Šulek para acabar em
grande, faz uma reexposição do primeiro tema da sonata, mas agora, como referido
anteriormente, numa dinâmica mais elevada, mas cumprindo as regras impostas no
primeiro tema. O acompanhamento é ligeiramente alterado para que a sonoridade se
torne mais densa. O trombone explora um registo mais elevado para obter uma lírica
celestial, e fazer do instrumento a voz do Anjo Gabriel, como é sugerido pelo título da
sonata.