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Alexandre Almeida - Curso de Intrumentista de Orquestra – Análise Musical IV

Prof. Emanuel Frazão – Ano letivo 2019/2020


almeida.alexandre.tb@gmail.com

RESUMO DA ANÁLISE DE ANDREW SCHARTMANN – SONATA


PARA PIANO EM DÓ MENOR, OP. III RONDÓ: ALEGRO

No início da obra, a exposição, é apresentado o tema principal da obra, designado


tema A. Este tema incorpora uma cadência à dominante (CD) e uma cadência perfeita
(CP), antes de repetir os 4 compassos anteriores para entrar na secção final do tema, que
termina numa cadência perfeita. Esta é a secção A.

CD

CP

Secção final

CP

Segue-se o 1º episódio, a secção B da obra. Composta por 3 temas subordinados,


interligados entre si através de sequências, esta secção é uma espécie de transição antes
de regressarmos ao tema A, o foco da obra.
Sequência
1º tema subordinado

2º tema subordinado 3º tema subordinado


Segue-se novamente o tema A, como é típico da forma rondó. O 2º episódio, a
secção C da obra, marca o início do desenvolvimento. Nesta secção Beethoven expõe um
pouco da sua mestria enquanto compositor, utilizando contraponto invertido, o ciclo das
quintas e criando uma breve modulação à dominante.

Após um período intenso de uma espécie de “luta” entre as duas mãos do piano,
em que Beethoven acentua a dominante, regressa ao tema A. Andrew Schartmann designa
esta parte da obra por reexposição.

No 3º episódio da peça Beethoven utiliza material temático do 1º episódio,


modificando-o. O 1º tema subordinado aparece agora na homónima maior, Dó Maior.

O 2º tema aparece também novamente, sendo trabalhado e desconstruído até se


fundir com a Coda, que se inicia com o tema A, dando continuidade ao esperado da forma
rondó. Esta “coda” é uma forma de Beethoven não terminar a peça meramente com outra
repetição do tema principal. Assim, ainda que se inicie com o tema, a coda utiliza outros
motivos rítmicos e melódicos que conferem varieadade à obra. No dinal da coda,
Beethoven faz uma breve passagem por Láb Maior terminando acertivamente na
tonalidade original de Dó menor.
2º tema subordinado
Sequência

Coda / Tema A

RESUMO DA FORMA RONDÓ

O rondó é uma forma musical instrumental, que foi formalmente estabelecida em


meados do período Barroco e mais frequentemente utilizada a partir do período do
Classicismo . É estruturada a partir de um tema principal, que é repetido várias vezes após
cada tema secundário. Aos temas secundários pode também ser aplicada designação de
episódios.
Regra geral, um rondó é constituído por 2 ou 3 temas secundários. Os temas
secundários são de natureza constrastante, quer em termos melódicos quer em termos
rítmicos. Existem também modulação nestes episódios, para tonalidades próximas ou não
tão próximas, consoante a vontade e também capacidade do compositor.
Se o rondó for constituído por dois episódios é representado com a
forma A B A C A, se tiver três episódios com a forma A B A C A D A, se tiver quatro
episódios será A B A C A D A E A, e por aí em diante. A cada novo episódio é atribuída
uma nova letra; em teoria, um rondó por ter um número infinito de episódios.
Esquematicamente, pode ser representrado pela imagem seguinte, em que os
pontos representam a infinidade de episódios possíveis, retornando sempre à secção A.

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