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Contextualização:
Este trabalho tem como principal objetivo realizar a análise rítmica (ritmo qualitativo)
de um excerto do iv andamento do Concerto Grosso No.1 em Sol M de Handel utilizando os
conceitos desenvolvidos por C. Bochman e G. Cooper e L. Meyer.
O período barroco, onde esta obra se encontra inserida, é notável pelo
“desenvolvimento progressivo da ideia de harmonia (…); aparecimento e evolução de obras
dramáticas (…) ” e “afirmação da música instrumental” (Borges, M. J. & Cardoso, J. P. (2008)).
Handel é uma das figuras mais relevantes do barroco quer pelas inovações que acrescentou
ao mesmo como pelo legado de repertório que nos deixou.
Handel nasceu no ano de 1726 em Halle, Alemanha mas ao longo da sua vida passa por
Hamburgo, Itália e Londres. É nesta última cidade que Handel se fixa e acaba mesmo por se
naturalizar britânico. Apesar de ter a sua formação baseada no barroco germânico, a sua
passagem por diversos países contribuiu para a síntese de diversos estilos que cunham e
tornam única a sua linguagem musical. Conhecido pela sua aptidão contrapontística e no ramo
da polifonia, Handel é, também, uma figura de destaque não só no repertório vocal (ópera e
oratória) como no instrumental onde se encontra evidentemente o experimentalismo,
capacidade de inovação e liberdade formal.
Nos anos de 1739-1740, Handel compôs uma série de doze concertos entitulada
“Twelve Grand Concertos” a fim de serem apresentados no “Lincoln’s Inn Fields Theatre”
durante os intervalos de outras obras, por exemplo oratória, como mecanismo de atração do
público. O excerto que será analisado neste trabalho, insere-se no primeiro concerto desta
série e a sua estreia deu-se a 29 de setembro de 1739. Este conta com cinco andamentos (i. A
tempo giusto – ii. Allegro – iii. Adagio – iv. Allegro – v. Allegro) e encontra-se na tonlidade de
sol maior.
O quarto movimento do Concerto Grosso No.1 em Sol M é de natureza fugal. Contudo,
distancia-se ligeiramente do género quando se desfaz de algumas convenções
contrapontísticas e opta por uma abordagem menos padronizada, como é o caso do contraste
concertino/ripieno instrumento utilizado pelo compositor para surtir um efeito de surpresa
no público.
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A linha da viola d’arco é bastante simples. Esta é composta, como se pode ver na figura
5, por três torqueos ou, segundo os conceitos veiculados por Bochmann, três anacruses
(visível na figura 6). A proximidade em termos de altura, assim como a distância provocada
pelas pausas são ambos aspetos que contribuem para este agrupamento.
Bibliografia:
Borges, M. J. & Cardoso, J. P. (2008), História da Música, volume II. Lisboa: Sebenta Editora
COOPER, G. & MEYER, L. B. (1960). The Rhythmic Structure of Music. London: The University
of Chicago Press.
Bochmann, C. (2006), Para uma formação actualizada