[1] O documento analisa o ritmo do segundo movimento da suíte sinfônica "Sheherazade" de Nikolai Rimsky-Korsakov, especificamente um solo de oboé. [2] Dois níveis rítmicos são analisados: o nível dos tempos e o nível dos compassos. [3] A análise conclui que, embora seja uma peça relativamente simples, o ritmo pode ser interpretado de diferentes formas dependendo da escolha do intérprete.
[1] O documento analisa o ritmo do segundo movimento da suíte sinfônica "Sheherazade" de Nikolai Rimsky-Korsakov, especificamente um solo de oboé. [2] Dois níveis rítmicos são analisados: o nível dos tempos e o nível dos compassos. [3] A análise conclui que, embora seja uma peça relativamente simples, o ritmo pode ser interpretado de diferentes formas dependendo da escolha do intérprete.
[1] O documento analisa o ritmo do segundo movimento da suíte sinfônica "Sheherazade" de Nikolai Rimsky-Korsakov, especificamente um solo de oboé. [2] Dois níveis rítmicos são analisados: o nível dos tempos e o nível dos compassos. [3] A análise conclui que, embora seja uma peça relativamente simples, o ritmo pode ser interpretado de diferentes formas dependendo da escolha do intérprete.
Análise rítmica de excerto do segundo movimento do suíte sinfônica Sheherazade
de Nikolai Rimsky-Korsakov Análise Musical III 2019/2020 João Pedro Schwingel Carada, 42295
1 Introdução
A suíte sinfônica Sheherazade foi composta em 1888 pelo compositor russo
Nikolai Rimsky-Korsakov. A obra é baseada nos contos de “The Arabian Nights” e tem quarto movimentos, respectivamente: The Sea and Sinbad's Ship, The Legend of the Kalendar Prince, The Young Prince and The Young Princess e Festival at Baghdad. O segundo movimento é composto por um tema principal que se repete em várias seções da orquestra, mudando o acompanhamento e o andamento em cada seção. A parte analisada neste trabalho faz parte do solo de oboé, que é a segunda seção exposta neste movimento.
2 Análise
Há dois níveis rítmicos a serem analisados neste excerto. O primeiro é o nível
mais baixo, levando em consideração os tempos. Por consequência da melodia em A começar com uma anacruse do primeiro para o segundo compasso e a harmonia1 do primeiro ser dominante com sensível do acorde de mi menor do segundo, temos uma organização rítmica em anfíbraco – como pode ser visto na figura 1. Esta organização se mantém até o décimo primeiro compasso de A, quando a harmonia muda e o mi menor passa a ser dominante do acorde de lá maior, que vem a seguir. A ligadura do compasso 11 até a primeira colcheia de 12 afasta-a dos outros dois tempos (além de haver um tenuto escrito nestas notas), fazendo com que se tornem uma anacruse – sendo o segundo tempo um pivot para a transição (como indicado na figura 1). Deste modo, a organização acaba se tornando um anapesto, que, por causa dos padrões de ligaduras e motivos musicais, se mantém até o fim.
1 Ver anexo 1. 2
No segundo nível, a análise se dá pelos compassos. A harmonia tem um padrão
de dominante, tônica, dominante no início, sendo que o sexto compasso, como a dominante não se repete, torna-se pertencente a dois grupos (figura 2) que se organizam na forma de anfíbraco novamente. No décimo primeiro compasso, pelo mesmo motivo da mudança de harmonia analisada no primeiro nível, a organização passa a ser iâmbica e o compasso pode ou não funcionar como pivot, dependendo da interpretação feita. Então, a harmonia se organiza de dois em dois compassos, dando tendência ao mesmo agrupamento até o fim.
Figura 1 – Excerto do solo de oboé do segundo movimento de Scheherazade
1 2 3 4 5 6 7 8
Figura 2 – Harmonia dos primeiros 8 compassos do excerto
3
Conclusão
Scheherazade é uma das peças mais tocadas no circuito das orquestras
sinfônicas e, portanto, a memória musical pode afetar o modo como o ritmo é sentido por cada um. Apesar de ser um excerto relativamente simples, o segundo movimento pode ser analisado ritmicamente de diversas formas, pois como a harmonia se mantém muitas vezes estática e as ideias musicais se repetem, é escolha do intérprete quais figuras valorizar mais, sendo as indicações na partitura apenas uma guia – também podendo haver contrastes de organizações rítmicas entre as diferentes seções. 4
Referências
COOPER, G.; MEYER, L. B. The Rythmic Strucutre of Music. London: The
University of Chicago Press, 1960. PEREZ, K. R. O. “SCHEHERAZADE”, SUITE SINFONICA OP. 35 DE RIMSKY– KORSAKOV: ANÁLISIS ESTRUCTURAL. Bogotá: UNIVERSIDAD NACIONAL DE COLOMBIA, 2014. RIMSKY--KORSAKOV, N. Scheherazade, Op. 35. Moscow: Ernst Eulenburg, 1931. 5