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Georg

Friedrich
Händel
"Paciente com calo no
barbeiro-cirurgião."
Pintura do século XVII,
Registro de batismo de Händel atribuída a Joos van
Craesbeeck.

A casa de Händel em Halle, hoje um museu e um


importante centro de estudos sobre sua obra

Georg Friedrich Händel, ou Haendel, nasceu em Halle an der Saale, na


Alemanha, no dia 23 de fevereiro de 1685. Era filho de um cirurgião-
barbeiro que não concordava com a vocação de seu filho para a música.
Friedrich Wilhelm Zachow Igreja de Nossa Senhora de Halle

Com apenas 11 anos de idade, Händel já era um virtuose no cravo e


órgão. Recebeu os primeiros ensinamentos musicais do compositor F.
W. Zachow, organista da Igreja de Nossa Senhora de Halle. Sua
primeira composição de que se tem notícia, uma sonata para dois
violinos e baixo contínuo em sol menor, data de 1699. Aos 17 anos,
assume o posto de organista na catedral de sua cidade natal, iniciando
paralelamente o estudo de Direito.
Já em 1703, muda-se para Hamburgo,
onde ocupa o posto de diretor musical da
ópera da cidade. Dois anos mais tarde,
estreia sua primeira obra cênica, Almira.
No ano seguinte, já um superstar local,
ele viaja para Florença a convite de um
membro da família Medici. Nos próximos
quatro anos, Händel passará por Roma,
Nápoles e Veneza, travando contato com
os compositores Arcangelo Corelli e
Alessandro e Domenico Scarlatti.
Durante a temporada na Itália, ele
escreve uma série de obras vocais.
Acima de tudo, o jovem músico
alemão estuda a ópera italiana, onde
encontra diversos impulsos para sua
própria música. A apresentação de sua
quinta ópera, Agrippina, em Veneza,
conquista o apreço do público
Ao retornar ao país natal, em 1710, Händel se estabelece em Hannover,
onde se torna mestre-de-capela do príncipe eleitor Jorge Ludovico –
coroado, quatro anos mais tarde, rei Jorge 1º da Grã-Bretanha. Já no ano
seguinte viaja para a Inglaterra em turnê com sua ópera Rinaldo, cuja
ária "Lascia ch'io pianga" – ao lado de "Ombra mai fù",
de Xerxes (1737) –, é uma das melodias operísticas barrocas mais
populares até hoje.
Händel aperfeiçoa seus conhecimentos do
idioma inglês, e já no ano seguinte retorna
a Londres, desta vez definitivamente. Logo
se estabelece como favorito dos círculos
aristocráticos e da casa real, o que lhe
assegura uma polpuda pensão anual.
Consta que o sucesso da suíte Música
aquática, numa festividade às margens do
Tâmisa, haveria levado o rei a duplicar seu
salário. Em 1719, por ordem do soberano,
Händel funda a casa de ópera Royal
Academy of Music, onde estrearão nos
próximos anos Radamisto, Júlio
César, Tamerlano e Rodelina, entre muitas
outras. Em 1727, "George Frideric Handel"
recebe a cidadania britânica, um dos
Porém as finanças reais vão mal, e a Royal Academy of Music tem que ser fechada em 1728, apesar de todas tentativas de
salvamento empreendidas pelo compositor em pessoa. Ele se transfere para o recém-construído – e menor – Covent Garden
Theatre e vai recrutar cantores na Itália para reforçar seu elenco.
Entretanto, a Opera of the Nobility, de Antonio Porpora, é uma dura concorrente, privando-o de espectadores e de seus melhores
cantores, entre os quais o castrato Senesino. O interesse público pelo canto italiano em si declina. E na última década o
movimento burguês ganhara força na ilha britânica, munido de aversão à aristocracia e a todas as suas formas de entretenimento.
Em 1737 o anglo-alemão é forçado a declarar bancarrota. Um derrame o deixa parcialmente paralisado. Nos quatro anos
seguintes ainda realizará várias tentativas de apresentar suas óperas, até Deidamia, a última de uma produção lírica total de 46
obras.
Mas o astuto homem de negócios sabe quando chegou a hora de mudar de ramo. Nos anos seguintes, os concertos para diversos instrumentos
com orquestra e os oratórios compõem o foco das atividades de Händel. Entre estes últimos, o mais famoso é certamente O Messias, com o
indefectível coro Aleluia. Por desejo do compositor, a bilheteria da estreia em Dublin, em 1742, reverte para os presos por inadimplência e
para os hospitais de pobres. Entre 1743 e 1752, Händel produz, a cada temporada, de um a nove oratórios, um gênero em que não tinha
concorrentes. Durante a composição de Jephta, em 1751, apresenta os primeiros sintomas de catarata, e um ano mais tarde está
completamente cego, apesar de uma série de operações. Um de seus cirurgiões é o duvidoso John Taylor, que – igualmente sem sucesso –
também operara J.S. Bach, morto em 1750.
Apesar da cegueira, Händel continua participando das apresentações de seus oratórios, inclusive tocando nos intervalos concertos para
órgão, em parte improvisados. E ainda compõe novas árias ou adapta peças antigas. Poucas semanas antes de sua morte, acompanha ao
órgão uma apresentação do Messias.
Georg Friedrich Händel gozou do apreço tanto do público como de seus colegas, contemporâneos ou póstumos. Consta que Mozart o
considerava um mestre dos efeitos: "Quando ele escolhe, acerta como um raio". E Beethoven, em reconhecimento a seu apelo popular:
"Vá até Händel, se quiser aprender a atingir grandes efeitos com meios tão simples".
O compositor natural da Saxônia morreu em 14 de abril de 1759, solteiro, um Sábado de Aleluia, em sua residência em Londres, sendo
sepultado na Abadia de Westminster.
Contexto: barroco europeu
• Reforma Protestante e Contrarreforma
• Monodia;
• homofonia com uma voz diferente cantando por cima do acompanhamento, como nas árias italianas;
• Expressões mais dramáticas, como na ópera.
• Combinações de Instrumentações e vozes mais variadas em conjunto a oratórios e cantatas
• Notes inégales (Francês para "notas desiguais") usadas. Técnica barroca que envolvia o uso de notas pontuadas que eram
usadas para substituir notas não pontuadas, dentro de um mesmo tempo que alternavam entre duração de valores longos e
curtos;
• a ária (curta peça cantada em uma cantata, ou instrumental na suíte);
• o Ritornello (simbolo que significa o retorno a certo trecho da música);
• o concertante (o estilo que contrasta entre a orquestra e os instrumentos solo, ou pequeno grupo de instrumentistas);
• instrumentação precisa anotada (no período anterior, a Renascença, a partitura raramente listava os instrumentos);
• Escrita Idiomática (Linha melódica escrita para um instrumento específico)
• Notação musical para interpretação virtuosa, tanto instrumental como vocal
• ornamentação
• Desenvolvimento profuso na tonalidade da música ocidental (escala maior e menor)
• cadenza, uma seção ad lib nas cadências das partituras para o virtuoso improvisar.
A obra mais conhecida de Händel: Messiah

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