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FICHA DE LEITURA N° 1

Referência: COLLINS, Michael; PRICE, Matthew A. História do cristianismo. São


Paulo, SP: Loyola, 2000.
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A música está presente desde os primórdios dos primeiros cristãos. Certo dizer
também, que eles herdaram uma rica e antiga tradição da música judaica que já tinha
um papel de grande importância na própria liturgia ou no culto público. Até antes do
século V, infelizmente, não há registros escritos de melodias quer da tradição judaica
ou da tradição cristã. Tem-se conhecimento que as primeiras pessoas cristãs ao serem
perseguidas, realizavam suas celebrações uma nas casas das outras. Neste ínterim,
tanto a música como a liturgia não eram tão elaboradas em seu desenvolvimento. 73
“O favor concedido aos cristãos no século IV pelo imperador Constantino e seus
sucessores teve um papel essencial no desenvolvimento da música litúrgica.
Constantino fundou diversas igrejas, sobretudo em Jerusalém, Roma e Constantinopla.
Esses edifícios imponentes, erguidos para o culto, permitiram o florescimento da
liturgia. A acústica, por exemplo, deve ter estimulado os compositores a experimentar
arranjos elaborados. No final do século V, o papa Gregório (r. 590-604) classificou toda
a música composta até então e estimulou uma uniformidade de estilos de culto em todo
o império.” 73
“O aumento na construção de igrejas a partir do século 313 bonificou não apenas
a música e as liturgias, mas também a arte que, até o final da Idade Média, era
principalmente de natureza religiosa. A arte religiosa serviu aos cristãos de diversos
modos, inspirando temor e admiração na presença de Deus e ajudando os fiéis a
apreender, interpretar e meditar a obra e a mensagem de Deus.” 73
Com o desenvolvimento da liturgia em curso, concomitantemente a música sacra
também ganha mais preocupação quanto ao seu desenvolvimento. Gregório I
reorganizou a liturgia e também a música. Ele começa a registrá-la, culminando em um
estilo musical que leva o seu nome: o canto Gregoriano. Gregório organizou uma
Schola Cantorum especial, nesta escola se ensinaria a arte do canto aos meninos, bem
como todas as músicas que seriam utilizadas para acompanha a liturgia. 93
Com a coroação de Carlos Magno em 800, a música litúrgica ganha ainda mais
força e estimo. Sua ânsia em ter um estilo musical padrão nas liturgias celebradas em
todo o Sacro Império Romano fez com que ele fundasse escolas em seus territórios
para o ensino do estilo. “A energia com que Carlos Magno empreendeu a tarefa fez
com que o cantochão [canto gregoriano] se tornasse a música mais comumente ouvida
ne Igreja em todo o Ocidente até a Reforma protestante do século XVI.” 93
No final do século XVII a música sacra floresce. Muitas composições de hinos,
motetos e salmodias ganham também arranjos de orquestração, fazendo com que se
tornassem muito populares. Os compositores, por sua vez, buscavam cada vez mais e
maior veemência “incitar o povo a alturas cada vez maiores de devoção. As cidades
competiam entre si para ter igrejas dotadas de excelentes coros e orquestras.” 162
Em um contexto pleno de inúmeras pessoas analfabetas, Lutero almejou ajudar,
instruir o povo para que pudessem compreender a Bíblia. Para tal, iniciou suas
composições musicais com melodias simples e fáceis de decorar, isso possibilitaria que
a comunidade pudesse cantá-las. Pode-se dizer que o século XVII “foi uma era de ouro
da hinografia”. 165

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