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MUNDO DO CONSUMO
Segundo Pelbart (2000, p. 34) esta nova fase do capitalismo, que a denomina
de neocapitalismo, propende a subsumir a integralidade do tempo em função
da produção de sentidos. Tudo visa aceleração do consumo e acumulação
capitalista. De modo que “o tempo livre virou tempo escravizado”. Assim, o
consumidor, onde quer que esteja, tende a conceber a visita às lojas e o ato do
consumo mais como uma saída lúdica do que como uma tarefa enfadonha.
Segundo Padilha (2006, p. 55), “os objetos passaram a ser adquiridos não pelo
seu valor de uso, mas pelo significado social de sua posse” e “não apenas a
compra de bens materiais para a satisfação das necessidades, mas também o
consumo de imagens e de valores para uma grande parte da sociedade”. De
acordo com Debord, (1992, p. 9) “o consumidor real torna-se um consumidor
de ilusões”.
De forma geral, diversos autores discutiram este tema por diferentes caminhos
e reflexões. Pode-se destacar: “sociedade burocrática do consumo dirigido iii”
(Lefebvre, 1975); “sociedade do consumo iv” (Boudrillard, 1972); “sociedade
dos consumidoresv” (Arendt, 1958); e “sociedade do espetáculo vi” (Debord,
1998). O fator comum, entre todos, foram os efeitos que o consumo exerce
sobre a sociedade e, em particular, sobre o indivíduo. Assim, o consumo
revela-se como termo forte da sociedade contemporânea. Portanto, este
resultado pode ser passivo ou ativo. Em nossas análises centramos atenção
entre dois pilares: por um lado, o consumo como um querer de coisas e
inerente a natureza do indivíduo e, por outro, o consumo como fim do
processo produtivo.
Estas atividades representam uma das etapas da esfera produtiva da atual fase
do capitalismo. Para isto, as práticas de marketing e publicidade incidem sob a
esfera do consumo e transformam imagens em mercadorias. Assim, os
pressupostos vislumbrados visam à celebração do fetichismo e de simulacros
na busca contínua pela novidade, pela satisfação, pela realização, além da
eficiência, lucratividade e acumulação de capitais.
Notas
i Um regime de acumulação explicita o conjunto das regularidades que permitem uma acumulação mais
ou menos coerente do capital, isto é, que amortecem e esbatem no tempo os desequilíbrios gerados
constantemente pelo próprio processo de formação do capital. (Boyer, 1994, p. 122).
ii Em relação à polêmica teórica em torno da concepção de uma economia com relações de produção
denominadas flexíveis, preferiu-se o não aprofundamento deste problema, tampouco, a aceitação sem
fundamentos prévios, da idéia de que a expansão do capitalismo “pós-fordista” ocorre de igual modo em
diferentes escalas espaciais. De passagem, vale dizer que as formas organizacionais da acumulação
flexível não se tornaram hegemônicas em escala planetária – mas o fordismo que as precedeu também
não (Harvey, 1992; GODOY, 2002; Braga, 2003).