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Nos fale um pouco da sua trajetória no APESP, trazendo alguns números desse
período.
Iniciei meu trabalho pelo Arquivo Público do Estado de São Paulo no primeiro semestre
de 2013 como Diretor II do Núcleo de Apoio Logístico.
Entre 2015 e dezembro de 2017 assumi o Centro de Gestão Documental, mais uma vez
com o objetivo de estruturar o procedimentos e processos para realização das atribuições do
Setor.
No CGD tive a oportunidade de conduzir outros três projetos que ainda hoje são
importantes no APESP:
1 – Estruturação do método de elaboração do plano de Classificação e Tabela de
Temporalidade de Documentos;
Por fim, também tive a oportunidade de trabalhar em projetos estratégicos como a elaboração
do plano diretor do órgão, melhorias de sistemas e desenvolvimento de novas metodologias
de tratamento dos documentos.
http://www.arquivoestado.sp.gov.br/uploads/relatorios/dgsaesp/
relatorio_atividades_dgsaesp_2013.pdf
http://www.arquivoestado.sp.gov.br/uploads/relatorios/dgsaesp/
relatorio_atividades_dgsaesp_2014.pdf
2. Você fez parte do grupo que analisou e propôs a adoção do sistema Sigadoc para o
estado. Nos conte sobre essa experiência.
Para realização dos estudos foi criado um grupo de servidores que tiveram como objetivo
avaliar os sistemas para produção de documentos digitais que eram aderentes às regras
arquivísticas. Nesse sentido, duas soluções foram destacadas: o SEI! e o SIGADOC.
Neste cenário foi fundamental criar uma linha de raciocínios técnicos que estabelecesse
qual solução estaria mais aderente às necessidades do Estado e as necessidades de
preservação dos documentos.
O resultado do trabalho do grupo foi a escolha do SIGA-DOC que hoje é a plataforma base
do SP Sem Papel.
A TI normalmente é uma ferramenta, ou seja, ela viabiliza que uma atividade seja
realizada com mais eficiência e eficácia. Entretanto, é comum encontrarmos
vulnerabilidades nos sistemas que não consideram todas as características necessárias
para as atividades.
Neste cenário, a comunicação entre as diferentes áreas é fundamental para que uma
solução tecnológica esteja aderente às necessidades dos usuários e aos parâmetros de
segurança que garantam autenticidade, integridade e manutenção à longo prazo das
informações produzidas.
4. Você foi dirigir o Arquivo Municipal de São Caetano do Sul. Nos conte sobre essa
experiência.
Iniciei o trabalho em São Caetano do Sul em 2018 e o arquivo tinha apenas eu como
Mão de Obra para realização de todas as tarefas.
Segundo os órgãos de controle foi a primeira vez que viram a gestão de um contrato
para tratamento de documentos utilizar critérios objetivos de medições mensais.
O trabalho com maior retorno que realizei para o Município de São Caetano do Sul foi
a elaboração do Painel de Dados da Covid. Tal projeto teve como premissa a análise dos
documentos produzidos no momento do atendimento dos pacientes, seleção de dados
críticos e criação de um painel onde era possível estabelecer o georreferenciamento, perfil
da população atingida, índice de atendimentos dos próprios municipais e privados e etc.
Tal trabalho foi realizado no primeiro mês da pandemia e foi pioneiro no cenário
nacional, tanto que tivemos participação junto à equipe do google para o desenvolvimento
de uma ferramenta mais completa à nível nacional.
O Arquivo do Estado é um órgão de excelência e foi uma escola fundamental para minha
construção profissional. Lá tive a oportunidade de trabalhar com profissionais muito
capacitados e comprometidos com os resultados.
Penso que o principal ponto para que os trabalhos tivessem êxito foi o apoio institucional e
a capacidade do órgão em colocar o interesse público à frente do privado.
6. Qual a sua visão sobre o papel que Apesp exerce junto aos municípios. Quer seja de
inspiração ou orientação técnica?
Foi um trabalho realizado de forma isolada pelo Arquivo Municipal que rendeu resultados
no curto prazo e, por decisão do prefeito, os atos normativos passaram a ser elaborados por
meio desta plataforma.
Infelizmente o cenário político não foi favorável e o sistema ficou no ar entre agosto de
2020 e dezembro de 2021 sendo encerrado pela Secretaria de Governo, culminando também
com a mudança do modelo de gestão do Arquivo Municipal.
A gestão ativa dos dados reduz as ameaças ao seu valor de pesquisa a longo prazo e mitiga
o risco de obsolescência digital. Além disso, visa reduzir a duplicação de esforços na criação de
dados, visa a melhora do valor de longo prazo dos dados existentes, tornando-o disponível
para pesquisas de alta qualidade.
10. Qual mensagem você deixaria para prefeitos e gestores, que almejam trabalhar por
cidades inteligentes e sustentáveis, na ótica da gestão de documentos?
No mundo dos dados não temos as mesmas convicções do mundo analógico e vivemos na
sociedade da informação com transformações constantes, por isso é preciso ter clareza que as
decisões tomadas hoje acompanharão os gestores públicos ao longo das suas jornadas.
Não existe uma receita do que é certo a se fazer, portanto, é fundamental ter uma equipe
capacitada e comprometida.