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REPÚBLICA DE ANGOLA

GOVERNO PROVINCIAL DE LUANDA


MINICÍPIO DE BELAS
DISTRITO URBANO DO KILAMBA
QUARTEIRÃO D (BATUQUE)
CONDOMÍNIO PRÉDIO - D15

REGULAMENTO DO CONDOMÍNIO

1.° OBJECTO DO REGULAMENTO

1. O presente regulamento é aplicável nas relações entre os condóminos do prédio


D15, situado no Quarteirão – D que foi constituído em propriedade horizontal, e
tem por fim estabelecer os direitos e deveres dos condóminos e a competência
dos órgãos administrativos do prédio.
2. Além dos condóminos, também os familiares, inquilinos, ou qualquer pessoa
que resida no prédio deve cumprir as regras deste regulamento.

2.° PERSONALIZAÇÃO DO CONDOMÍNIO

Os administradores do condomínio devem providenciar a inscrição do condomínio


como pessoa colectiva.

3.° IDENTIFICAÇÃO DAS FRACÇÕES

O prédio está dividido em 20 fracções autónomas, com as identificações,


utilizações e permilagens que constam em quadro anexo

(Anexo 1).

(a) Morada do prédio, n.° de descrição na Conservatória do Registo Predial. n.° do


art, de inscrição na matriz predial
(b) Data da escritura de constituição da propriedade horizontal
(c) N.º de fracções autónomas do prédio D15

4.° IDENTIFICAÇÃO DOS CONDÓMINOS

1. Os condóminos devem fornecer a sua identificação ao administrador do


condomínio e, se não viverem habitualmente no prédio, devem também indicar a
sua residência habitual.
2. O administrador do condomínio deve procurar manter actualizada uma lista com
a identificação dos condóminos nos termos do número anterior, devendo a mesma
ser anexada a este regulamento (Anexo 2).

5.° PARTES COMUNS

São partes comuns deste prédio: (D15)


a) solo, alicerces, pilares, paredes mestras e todos os elementos da estrutura do
prédio; b) telhados ou terraços de cobertura;
c) entrada do prédio, escadas e corredores de passagem;
d) instalações gerais de água, electricidade, comunicações, gás e ar condicionado;
e) condutas de lixo, bombas de água e outras instalações mecânicas semelhantes;
f) pátios e jardins que envolvem o edifício;
g) elevadores;
h) casa do porteiro;
i) garagens e outros lugares de estacionamento colectivos;
j) arrecadações que sirvam a mais do que um condómino;
l) antenas colectivas;
m) sala de condomínio;

6.° DEVERES DO CONDÓMINO NA UTILIZAÇÃO DA SUA FRACÇÃO E DAS


PARTES COMUNS

1. Pagar as quotas previstas no artigo 12.°.


2. Não conferir à fracção um uso diferente do estipulado na constituição da
propriedade horizontal, sem o acordo expresso de todos os condóminos e a
respectiva licença camarária.
A redacção destas alineas deve ser adaptada a situação especifica do prédio D15.
3. Não produzir ruídos que perturbem os vizinhos e respeitar sempre o período de
repouso sem emissão de barulho entre as 21h00 e as 8h00, todos os dias.
4. Não fazer fumos, nomeadamente assados de carvão ou queimadas, nas
varandas, jardins, quintais ou qualquer parte envolvente do prédio.
5. Não estender roupas no exterior sem ser nos estendais colocados
originariamente no prédio e sem verificar se a roupa estendida não prejudica os
andares inferiores.
6. Guardar o lixo em sacos bem fechados que devem ser colocados nos
contentores próprios, de modo a não pôr em perigo a higiene e a saúde dos
moradores.
7. Respeitar as horas indicadas pela Câmara respectiva e os locais apropriados
para colocar os contentores do lixo na rua.
8. Não despejar águas, lançar lixos, pontas de cigarro ou detritos de qualquer
natureza pelas janelas ou em áreas que afectem os vizinhos.
9. Não guardar nas partes comuns do prédio bens próprios sem autorização
expressa da assembleia dos condóminos, como é o caso de bicicletas, motas,
vasilhame e arrumos vários.
10. Ter cuidados redobrados em relação à higiene e sossego nas partes comuns
quando possuir animais de estimação que possam sujá-las ou fazer barulho.
11. Não alterar o arranjo estético do edifício, nomeadamente com a instalação de
marquises de alumínio, aparelhos de ar condicionado exteriores, toldos para o sol,
placas publicitárias ou pintura da fachada da fracção com cores diferentes das do
prédio. 12. Comunicar à administração do condomínio onde é que pode ser
contactado, em caso de ausência superior a 10 dias.
13. Facultar ao administrador do condomínio o acesso à fracção própria, sempre
que este o solicite. 30
14. Não ter nenhum comportamento que prejudique o bem-estar ou ponha em
risco a segurança dos vizinhos.
15. Respeitar e cumprir todas as deliberações da assembleia de condóminos.

7° OBRAS NAS FRACÇÕES AUTÓNOMAS

1. Quando pretender realizar obras que alterem a linha arquitectónica ou o arranjo


estético do edifício o condómino deve obter a aprovação de pelo menos 2/3 dos
votos da assembleia de condóminos e, se pretender dividir a sua fracção em novas
fracções, só o pode fazer se nenhum condómino se opuser a isso na assembleia.
2. O condómino pode fazer obras para juntar duas ou mais fracções contíguas do
prédio sem precisar da autorização dos outros condóminos.
3. Independentemente da autorização dos outros condóminos, as obras deverão
ser licenciadas peia Câmara Municipal respectiva, nos termos da lei em vigor.
4. Antes de iniciar qualquer obra, o condómino deve comunicar ao administrador
do condomínio os trabalhos que vai realizar e a duração dos mesmos.
5. O condómino deve fazer ou consentir que sejam feitas obras na sua fracção,
sempre que esteja em causa a integridade e a segurança dos restantes
condóminos.

8.° OBRAS DE CONSERVAÇÃO NAS PARTES COMUNS

1. As obras a realizar nas partes comuns devem ser aprovadas pela assembleia de
condóminos ou, se forem urgentes, podem ser ordenadas pelo administrador do
condomínio ou algum condómino, nos termos dos números seguintes.
2. Quando a assembleia aprovar a realização de obras nas partes comuns, o
administrador do condomínio deve enviar uma carta registada com aviso de
recepção aos condóminos não residentes e àqueles que, mesmo residentes, não
tenham participado na assembleia que decidiu as obras.
3. Nessa carta, deve comunicar a natureza das obras e os orçamentos que
existirem.
Se os ausentes nada disserem nos 30 dias seguintes à recepção da carta, deve
entender-se que não se opõem à realização das obras nas condições
apresentadas. (e)
4. Qualquer obra que se revele urgente e cujo valor não ultrapasse os (f) ....... Kzs,
pode ser ordenada pelo administrador do condomínio, sem carecer de prévia
aprovação pela assembleia.

9.° OBRAS DE INOVAÇÃO NAS PARTES COMUNS

1. Só a assembleia de condóminos pode decidir, com a aprovação de 2/3 do valor


total do prédio, a realização de obras de inovações.
2. Nenhuma inovação pode prejudicar a utilização de uma parte comum ou da
fracção de um condómino.
3. É aplicável a estas obras o disposto nos n.°s 2 e 3 do artigo anterior.

10.° ENCARGOS DOS CONDÓMINOS


1. As despesas com o pagamento de serviços de interesse comum, a utilização, a
conservação e a inovação das partes comuns devem ser pagas pelos condóminos
na respectiva proporção do valor da sua fracção em relação ao valor total do
prédio.
2. As despesas com a utilização das partes comuns e com o pagamento de
serviços de interesse comum podem, no entanto, ser divididas em partes iguais ou
na medida da utilização de cada condómino se, pelo menos 2/3 dos condóminos,
sem oposição, assim decidirem em assembleia.
3. As despesas com obras de inovação das partes comuns devem ser pagas por
todos os condóminos a não ser que algum recorra a tribunal e seja dispensado do
pagamento. Neste caso, não pode utilizar a inovação que não pagou.
(e) Esta comunicação deve ser enviada em carta registada com aviso de recepção
(f) Valor a decidir pela assembleia de condóminos que aprove este regulamento
(g) Ver como se formam as maiorias no art.18.°

11.° FUNDO COMUM DE RESERVA

1. Os condóminos devem contribuir para o Fundo Comum de Reserva, que


corresponde a um fundo de maneio depositado no banco, para fazer face a
despesas com a conservação do prédio.
2. O pagamento da comparticipação para o Fundo será incluído no valor da quota
referida no Art. 12.° e cada condómino deve comparticipar com o valor estipulado
pela assembleia, que nunca será inferior a 10% do montante da sua quota nas
despesas correntes do prédio.
3. O Fundo só pode ser utilizado para financiar obras de conservação do prédio e
será movimentado pelo administrador sempre e só quando haja uma deliberação
da assembleia nesse sentido.

12.° QUOTAS

1. Os condóminos estão obrigados ao pagamento de uma quota que representa a


sua parte nas despesas correntes do prédio – serviços de interesse comum,
utilização e conservação ordinária das partes comuns – e que inclui ainda a sua
comparticipação para o Fundo Comum de Reserva.
2. A assembleia de condóminos deve decidir se o pagamento das quotas
destinadas a cobrir as despesas correntes é feito mensal, trimestral ou
semestralmente, devendo os condóminos proceder ao pagamento das quotas no
início de cada período a que as mesmas disserem respeito.
3. Para além das quotas referidas nos dois números anteriores, pode a assembleia
deliberar uma quotização extraordinária destinada a fazer face a alguma despesa
de conservação ou de beneficiação cujo valor ultrapasse as disponibilidades do
fundo comum de reserva ou do fundo de maneio corrente do condomínio.
4. O meio de pagamento será aquele que a assembleia decida, dentro das
seguintes hipóteses:
a) entrega ao administrador;
b) depósito na conta do condomínio;
c) transferência bancária para o condomínio.
5. A falta de pagamento da quota nos 8 dias seguintes àquele em que devia ser
paga, faz com que o condómino seja obrigado a pagar mais 50% do valor a que
estava obrigado.

13.° CONTAS BANCÁRIAS DO CONDOMÍNIO

1. O condomínio deve possuir duas contas bancárias: uma conta de depósito à


ordem destinada aos pagamentos e recebimentos correntes e uma conta de
depósito a prazo onde devem ser depositados os montantes respeitantes às
comparticipações para o Fundo Comum de Reserva.
2. A conta de depósito a prazo do Fundo Comum de Reserva deverá ser,
preferencialmente, uma Conta Poupança-Condomínio.
3. As contas bancárias são movimentadas pelo administrador do condomínio.

14.° DIREITOS DOS CONDÓMINOS

1. Os condóminos têm o direito de utilizar não só a sua fracção como as partes


comuns do prédio.
2. Por outro lado, cabe-lhes o direito de participar na gestão do condomínio,
através da sua presença nas assembleias onde se tomam as deliberações
respeitantes ao prédio.
3. Os condóminos têm direito à informação sobre os assuntos respeitantes ao
prédio, podendo para esse efeito solicitar ao administrador do condomínio a
apresentação do livro de actas e outros documentos do prédio.

15.° ASSEMBLEIA DE CONDÓMINOS

1. A assembleia de condóminos deverá reunir obrigatoriamente na primeira


quinzena de cada ano para apreciação das contas do último ano e aprovação do
orçamento.
2. Para além desta reunião, o administrador ou condóminos que representem 25%
ou mais do valor do prédio podem convocar reuniões extraordinárias sempre que
pretenderem colocar algum assunto do prédio à discussão.

16.° CONTAGEM DOS VOTOS

Cada condómino tem tantos votos quanto o total de unidades inteiras da


percentagem ou permilagem de todas as fracções que possuir. (Consultar Anexo
1)

17.° CONVOCAÇÃO DAS ASSEMBLEIAS

1. Os condóminos devem ser convocados com, pelo menos, 10 dias de


antecedência, através de carta registada ou mediante aviso convocatório feito com
a mesma antecedência, desde que haja recibo de recepção assinado pelos
condóminos.
2. A convocatória deve indicar o dia, o local e a ordem de trabalhos da reunião,
bem como os assuntos para cuja aprovação seja necessária a unanimidade dos
votos.

18.° FORMAÇÃO DE MAIORIAS

1. Se não comparecer o número de condóminos suficiente para formar maioria e


na convocatória não tiver sido desde logo fixada outra data, considera-se
convocada nova reunião para uma semana depois, à mesma hora e no mesmo
local.
2. Esta nova assembleia pode deliberar por maioria de votos dos condóminos
presentes, desde que representem pelo menos 1/4 do valor total do prédio.
3. As deliberações que precisem de unanimidade dos votos do prédio podem ser
aprovadas por unanimidade dos condóminos presentes, desde que estes
representem pelo menos 2/3 do capital investido, sob condição de aprovação da
deliberação pelos condóminos ausentes.

19.° CONDÓMINOS AUSENTES DAS ASSEMBLEIAS

1. As deliberações têm de ser comunicadas aos ausentes, por carta registada com
aviso de recepção, no prazo de 30 dias.
2. Os ausentes têm 90 dias para comunicar por escrito à assembleia o seu
assentimento ou discordância. Se não responderem, deve-se entender que
aprovam a deliberação comunicada.

20.° ACTAS DAS ASSEMBLEIAS

1. As actas com o resumo das reuniões devem ser escritas pelo administrador ou
por qualquer terceiro que tenha participado na reunião e assinadas por todos os
condóminos que tenham estado presentes.
2. Devem mencionar a data e o local da reunião, a ordem de trabalhos que
constava na convocatória, as deliberações da assembleia sobre essa ordem de
trabalhos e ainda qualquer outra questão com interesse.

21.° IMPUGNAÇÃO DAS DELIBERAÇÕES DA ASSEMBLEIA

1. Se pretender impugnar uma decisão da assembleia, o condómino tem 10 dias,


contados da deliberação ou da sua comunicação, para exigir ao administrador a
convocação de uma assembleia extraordinária para propor a anulação dessa
decisão, devendo o administrador convocá-la num prazo de 20 dias.
2. Se a assembleia extraordinária não anular a decisão, o condómino interessado
poderá ainda recorrer ao tribunal.

22.° O ADMINISTRADOR DO CONDOMÍNIO


1. O cargo de administrador do condomínio, poderá ser desempenhado por
qualquer condómino a não ser que exista no prédio alguém que habite
normalmente numa fracção como inquilino e seja reconhecido como pessoa
idónea, responsável e voluntariosa e mereça a aprovação da maioria dos restantes
condóminos.

23.° ELEIÇÃO DO ADMINISTRADOR

1. O administrador do condomínio é eleito pelos condóminos na assembleia, sendo


o seu período de funções normalmente de um ano, a não ser que se decida por
outro prazo, mantendo-se sempre em funções até que seja eleito o seu sucessor.
2. Se a assembleia não eleger administrador, e se este não tiver sido nomeado
judicialmente, as correspondentes funções serão obrigatoriamente
desempenhadas por um administrador provisório.
3. Se nenhum condómino quiser exercer o cargo, deve ser escolhido aquele que
tenha mais percentagem ou permilagem do valor total do prédio.
Se existirem vários com os mesmos valores, como as fracções estão indicadas no
Registo Predial por ordem alfabética, deve ser escolhido o que tem a letra mais
anterior.
4. Deve existir sempre na entrada do prédio, ou noutro sítio visível a todos os
condóminos, uma placa com a identificação do administrador do condomínio.

24.° REMUNERAÇÃO DO ADMINISTRADOR

Cabe à assembleia decidir se este cargo é remunerado ou não e se for, quanto


deve o administrador do condomínio receber.

25.° IMPUGNAÇÃO DOS ACTOS DO ADMINISTRADOR

O condómino que não concordar com um acto do administrador do condomínio


pode convocar uma assembleia extraordinária para reclamar desse acto.

26.° FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR

Compete ao administrador:
1. Convocar a assembleia de condóminos;
2. Elaborar os orçamentos anuais de receitas e despesas;
3. Cobrar as receitas e efectuar as despesas comuns;
4. Prestar contas à assembleia;
5. Gerir duas contas bancárias do condomínio: uma para as contas correntes e
outra para o Fundo Comum de Reserva.
6. Executar as deliberações da assembleia;
7. Realizar as reparações no prédio e outros actos necessários à conservação dos
bens comuns;
8. Regular o uso das coisas comuns e a prestação dos serviços de interesse
comum; Uma das formas de pagar retribuição ao administrador é llbertá-lo do
pagamento da quota do condomínio. desde que, como é óbvio, o administrador
seja um condómino
9. Representar o condomínio perante as autoridades administrativas e judiciais;
10. Transmitir aos condóminos todas as notificações que venha a receber das
autoridades administrativas;
11. Assegurar a execução do regulamento e das disposições legais e
administrativas relativas ao condomínio;
12. Guardar e manter todos os documentos que digam respeito ao condomínio;
13. Dar uma cópia do regulamento do condomínio a todas as pessoas que vivam
no prédio, mesmo que não sejam proprietárias dos andares, como é o caso dos
inquilinos. 14. Transmitir aos condóminos não residentes todos os factos
relevantes da vida do condomínio.

27.° RESPONSABILIDADE CIVIL

1. A responsabilidade civil por danos causados pelo imóvel ou por factos que
respeitem ao condomínio, reparte-se entre os condóminos na proporção das suas
fracções.
2. A responsabilidade civil por danos causados paios condóminos, seus familiares,
empregados e pessoas a quem tenham facultado o uso da fracção, onerosa ou
gratuitamente, será da responsabilidade do condómino, independentemente dos
direitos que possa vir a fazer valer sobre os causadores dos factos.

28.° SEGUROS

1. O Seguro de Incêndio do prédio é obrigatório, devendo todos os condóminos


possuir e manter actualizado o referido seguro, cobrindo a sua fracção e a quota-
parte de zonas comuns dos riscos de incêndio.
2. Para efeitos do número anterior, devem os condóminos comunicar ao
administrador a existência de seguro de incêndio das fracções de que são
proprietários, indicando o nome da companhia seguradora, número de apólice e
valor seguro, facultando cópia do contrato ou do último recibo.
3. É obrigatória a actualização anual do seguro contra o risco de incêndio.
4. No caso de rescindirem o contrato de seguro, os condóminos devem comunicar
imediatamente o facto ao administrador. Caso não celebrem um novo seguro, o
administrador deve efectuá-lo pelo valor que, para o efeito tenha sido fixado em
assembleia, ficando com o direito de reaver o respectivo prémio.
5. O pessoal afecto aos serviços comuns deverá estar seguro contra o risco de
acidentes de trabalho, por valor correspondente aos seus ordenados.

29.° LITÍGIOS E PENALIDADES

1. Os litígios provenientes de divergências entre condóminos e/ou entre estes e o


administrador, serão resolvidos pela assembleia de condóminos, depois de
ouvidas as partes em desacordo.
2. Não sendo possível a resolução em assembleia, e consoante a gravidade dos
factos, serão resolvidos os litígios através de recurso ao Tribunal do Foro da
Comarca da área da situação do prédio.
3. As normas deste regulamento, as deliberações da assembleia e as ordens que
para a sua execução emanem do administrador, devem ser escrupulosamente
respeitadas pelos condóminos, moradores e demais utentes do prédio.
4. Quando o administrador, depois de o tentar, não consiga fazer cumprir o disposto no
número anterior, pode propor à assembleia, por escrito, expondo os seus fundamentos, a
aplicação de multas ou penalidades ao infractor, com valor variável entre 10% a 30% de
Kzs, do valor da quota sem prejuízo de outras medidas que incluam a indemnização para
reparação de danos.
5. O produto das multas e dos juros bancários será contabilizado como receita
extraordinária.

30.° APROVAÇÃO E ALTERAÇÃO DO REGULAMENTO

O presente regulamento ou qualquer alteração que lhe seja introduzida, necessita


da aprovação em assembleia de condóminos com uma maioria qualificada de 2/3
dos votos do expressos do valor total do prédio.

31.° ENTRADA EM VIGOR DO REGULAMENTO

O Regulamento ou qualquer alteração entra em vigor 30 dias após a sua


aprovação em assembleia.

Luanda,________de__________________de 2022.

A Coordenação

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REPÚBLICA DE ANGOLA
GOVERNO PROVINCIAL DE LUANDA
MINICÍPIO DE BELAS
DISTRITO URBANO DO KILAMBA
QUARTEIRÃO D (BATUQUE)
CONDOMÍNIO PRÉDIO - D15

(principais regras de convivência)

A vida em condomínios é um exercício de respeito mútuo, responsabilidade e


busca do bem-estar coletivo. Afinal, são indivíduos e famílias residindo na mesma
edificação ou área e, portanto, dividindo espaços comuns.
Devido a essa situação de proximidade e compartilhamento, a conduta e o
comportamento de um vizinho pode influenciar muito a vida dos demais
moradores. Além disso, há diversas questões administrativas a serem resolvidas
com a colaboração de todos.
Mas o que dizem as regras que regem a boa convivência em condomínios? Quais
os direitos e deveres dos moradores?
Neste post, apresentaremos as principais normas (Código Civil, Lei de Condomínio
e novo Código de Processo Civil) para que você saiba como conduzir tanto a
relação entre vizinhos quanto a administração de um condomínio.Principais
normas
Há diversas regras que regem a convivência em condomínios. A principal delas é
o Código Civil. Com base nele, devem ser elaboradas a Convenção do
Condomínio e o Regimento Interno, bem como organizadas as Assembleias.
Depois, temos a Lei de Condomínio. Além disso, os estados e municípios
também podem criar leis sobre a questão.
Outra legislação importante acerca da administração de condomínios é o
novo Código de Processo Civil. Em vigor desde 8 de março de 2016, ele dispõe
sobre os casos de inadimplência.  

A seguir, vamos conhecer melhor o que está previsto no:


 Código Civil;
 Convenção do Condomínio;
 Regimento Interno;
 Assembleias;
 Lei do Condomínio; e
 novo Código de Processo Civil.

1. Código Civil
O novo Código Civil (Lei Federal n° 10.406/02) entrou em vigor em 11 de janeiro
de 2003. Ele modificou a Lei de Condomínio (4.591/64), que até então regia o
tema, e agora  prevalece sobre as demais regras.
O Código Civil regula temas como assembleias e convenções, direitos e deveres
do condômino, inadimplência, vagas, partes comuns e obras.
Veja a seguir alguns dos itens abordados.
Direito e deveres do condômino
Entre os direito do condômino, estão:

 Utilizar livremente de suas unidades e usar as partes comuns, conforme sua


destinação, desde que não exclua a utilização dos demais moradores.
 Participar e votar nas assembleias, desde que esteja com as despesas em
dia.

Deveres do condômino:

 Contribuir para as despesas do condomínio;

 Não realizar obras que comprometam a segurança da edificação;

 Não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas;

 Não prejudicar o sossego, salubridade e segurança dos demais moradores.

Eleição do síndico e conselho fiscal

 A assembleia escolherá um síndico, que poderá não ser condômino, para


administrar o condomínio, por prazo não superior a dois anos, o qual poderá
renovar-se;

 Poderá haver no condomínio um conselho fiscal, composto de 3 membros,


eleitos pela assembleia, por prazo não superior a 2 anos, que deverá aprovar
as contas do síndico.

Funções e deveres do síndico

 Convocar a assembleia dos condôminos;


Dar imediato conhecimento à assembleia da existência de procedimento
judicial ou administrativo, de interesse do condomínio;

 Cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento interno e as


determinações da assembleia;
Diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e zelar pela
prestação dos serviços que interessem aos possuidores;

 Elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano;


Cobrar dos condôminos as suas contribuições, bem como impor e cobrar as
multas devidas;

 Prestar contas à assembleia, anualmente e quando exigido;


 Realizar o seguro da edificação.

 Multas
 Teto da multa por atraso de pagamento das taxas condominiais: 2%;
 Teto da multa por conduta antissocial: pode ser 10 vezes o valor da taxa
condominial;
 Teto da multa por descumprimento das normas: com aprovação de 3/4 dos
condôminos, será possível aplicar multa de até 5 vezes o valor da taxa
condominial para infratores reincidentes.

Obras
 Se a obras for voluptuária (para embelezamento da fachada, por exemplo),
sua realização depende de voto de 2/3 dos condôminos. Se for obra útil, o
voto da maioria é suficiente;
 As obras ou reparações necessárias podem ser realizadas,
independentemente de autorização, pelo síndico, ou, em caso de omissão ou
impedimento deste, por qualquer condômino;
 Se as obras ou reparos necessários forem urgentes e forem gerar despesas
excessivas, o síndico ou o condômino que tomou a iniciativa deverá
convocar a assembleia e comunicá-la;
 Não sendo urgentes, as obras ou reparos necessários que demandem
despesas altas somente poderão ser efetuadas após autorização da
assembleia;
 O condômino que realizar obras ou reparos necessários será reembolsado
das despesas que efetuar. Mas não tem direito à restituição dos gastos que
tiver com obras ou reparos de outra natureza, mesmo que de interesse
comum;
 A realização de obras para aumentar a utilização de estruturas de uso
comum já existentes depende da aprovação de 2/3 dos votos dos
condôminos.

O Código Civil deve ser a base para a elaboração da Convenção do Condomínio e


do Regimento Interno. Também oferece orientações sobre as Assembleias.
Saiba mais:

Convenção do Condomínio

A Convenção do Condomínio tem caráter estatutário ou institucional. Detalha


regras sobre quota proporcional e modo de pagamento das despesas do
condomínio, forma de administração, realização de assembleias e penalidades.
Deve ser respeitada por todos os moradores. Para ter validade perante terceiros,
precisa ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis.
Uma convenção pode ser aprovada com a assinatura de 2/3 dos proprietários.

Regimento Interno

É elaborado pelos próprios condôminos para estabelecer regras sobre a conduta


de moradores e funcionários, uso de áreas e equipamentos compartilhados,
proibições, etc. Essas deliberações podem ser aprovadas por maioria simples.
Deve ser parte da Convenção do Condomínio e registrada em cartório. Trata-se de
um dispositivo que requer constante atualização, para se adaptar às mudanças
sociais e ao perfil dos ocupantes dos condomínios.

Assembleias

As Assembleias deve acontecer, no mínimo, uma vez ao ano. Tem o objetivo de


aprovar despesas, contribuições dos condôminos, prestação de contas e,
eventualmente, eleger o síndico substituto.
Nas Assembleias, também é possível alterar a Convenção do Condomínio (com
2/3 dos votos dos condôminos) e o Regimento Interno (com maioria simples).

2. Lei de Condomínio

A Lei nº 4.591/64, conhecida como Lei de Condomínio, teve seus 27 artigos


iniciais substituídos, ou derrogados, pelos artigos 1.331 a 1.358 do novo Código
Civil.  Mas ela continua valendo no que se refere à incorporação imobiliária. Em
relação a essa questão, o Código Civil trata somente do patrimônio de afetação na
incorporação imobiliária*.
A Lei do Condomínio necessita de atualização, pois de 1964 (quando foi
sancionada) até hoje, a construção de condomínios se tornou muito mais
complexa. Ainda assim, segue sendo referência no assunto.
*Incorporação Imobiliária
Você sabe o que é incorporação imobiliária?
Veja como a Lei de Condomínio define essa atividade, no parágrafo único de seu
artigo 28:
“considera-se incorporação imobiliária a atividade exercida com o intuito de
promover e realizar a construção, para alienação total ou parcial, de edificações ou
conjunto de edificações compostas de unidades autônomas.”
A incorporação se trata de um negócio jurídico, no qual uma incorporadora articula
a construção de uma edificação para venda de unidades habitacionais.
Ela formaliza o empreendimento no cartório de imóveis, definindo número de
apartamentos e de vagas na garagem, áreas comuns, etc.
Depois disso, o incorporador comercializa as unidades habitacionais, mediante
uma promessa de venda e compra, aplicando os recursos na construção do
empreendimento.
3. Código de Processo Civil

Com o novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015),


quem ficar inadimplente com a cota condominial terá apenas 72 horas para
quitar a dívida. Se o valor não for pago, poderá ter o nome negativado, a conta
bancária bloqueada e o imóvel penhorado.
A partir de um mês de atraso, o inadimplente poderá fazer pagamento parcelado
em 6 vezes.
Para efetuar a cobrança, o síndico terá de comprovar os débitos e entrar com uma
ação na Justiça pedindo a penhora do imóvel. Esse processo, que antes demorava
de 2 a 3 anos, diminuirá consideravelmente. Isso porque, com a nova legislação,
não haverá mais audiência, o que levava meses para acontecer.
Além disso, agora o devedor será obrigado a arcar com as custas da defesa.
Antes, não havia despesa para contestar a ação.

Conclusão

Conhecer os direitos e deveres de quem vive em um condomínio e também de


quem o gerencia é muito importante para a boa convivência e a saúde financeira
do empreendimento. Esperamos que essa compilação de normas possa ajudá-lo
com isso.   
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Luanda,________de__________________de 2022.

A Coordenação

__________________

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