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Versão impressa: 18/05/2022


Relógio d’água BAUDRILLARD, Jean.
Link: Simulacros e Simulações: capítulo
https://drive.google 1 “Precessões do Simulacros’’
.com/drive/u/0/fold
ers/1iYsdI0z3gObb
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Página Citação Palavra - chave


8 “A simulação já não é a simulação Simulação; referencial;
de um território, de um ser hiper-real.
referencial, de uma substância. É
a geração pelos modelos de um
real sem origem nem realidade:
hiper-real”
9 “Dissimular é fingir não ter o que Dissimular; simular;
se tem. Simular é fingir ter o que presença; ausência.
não se tem. O primeiro refere-se a
uma presença, o segundo é uma
ausência.”
9 Hiperreal, doravante ao abrigo do Hiper-Real; imaginário;
imaginário, não deixando lugar geração simulada.
senão à recorrência orbital dos
modelos e à geração simulada das
diferenças.
9 […]enquanto que a simulação põe Simulação; verdadeiro;
em causa a diferença do falso; real; imaginário;
«verdadeiro» e do «falso», do doente; não-doente.
«real» e do «imaginário». O
simulador está ou não doente, se
produz «verdadeiros» sintomas?
Objectivamente não se pode
tratá-lo nem como doente nem
como não-doente.
10 [...] iludir a interrogação que a Interrogação; referência;
simulação coloca ― ou seja, que a deixar de existir
verdade, a referência, a causa
objectiva deixaram de existir.
22 “A Disneylândia é um modelo Disneylândia; modelo;
perfeito de todos os tipos de simulacros confundidos;
simulacros confundidos.[...] mundo imaginário;
Supõe-se que este mundo operação.
imaginário constitui o êxito da
operação.”
22 “Mas o que atrai as multidões é Atração; microcosmos
sem dúvida muito mais o social; miniaturização;
microcosmos social, o gozo América real.
religioso, miniaturizado da
América real, dos seus
constrangimentos e das suas
alegrias.”
23 “Já não se trata de uma Representação falsa;
representação falsa da realidade (a realidade; esconder;
ideologia), trata-se de esconder salvaguardar o princípio da
que o real já não é o real e realidade; ideologia.
portanto de salvaguardar o
princípio de realidade.”
23 “O imaginário da Disneylândia Imaginário; Disneylândia;
não é verdadeiro nem falso, é uma dissuasão encenada para
máquina de dissuasão encenada regenerar; ficção do real
para regenerar no plano oposto a
ficção do real.”
35 “Assim, em toda a parte, o hiper-realismo da
hiper-realismo da simulação simulação; alucinante
traduz-se pela alucinante semelhança do real.
semelhança do real consigo
próprio”
41 “A finalidade da análise Ideológica; falso
ideológica continua a se restituir problema; reinserir a
sob o processo objectivo, é verdade; simulacro.
sempre um falso problema querer
reinserir a verdade sob o
simulacro”
48 (sobre o suspense nuclear)[…]“ele hiper-real; simulacro;
próprio uma forma hiper-real, um acontecimentos; cenários
simulacro que nos domina a todos efêmeros; problema sem
e reduz todos os acontecimentos problema.
«ao solo», a não serem mais que
cenários efêmeros, transformando
a vida que nos é deixada em
sobrevivência num problema sem
problema ―nem sequer numa
«letra» que será descontada com a
morte: numa «letra»
antecipadamente desvalorizada. ”

Questionamentos Metodologia Meus questionamentos


do autor
Onipotência dos Baudrillard lembra dos Se toda imagem pode se
Simulacros iconoclastas, religião para tornar um simulacro, a
explicar que os ícones apresentam imagem é real? O
a onipotência dos simulacros, o simulacro já existe a partir
poder de “apagar” Deus da da primeira existência de
consciência coletiva. Deus nunca um signo?
existiu, nunca existiu nada senão
o simulacro. Deus era seu próprio
simulacro.
Poder assassino das Baudrillard levanta a questão após Se todo simulacro
imagens analisar os iconoclastas. Questão: assassina sua origem,
“poder assassino das imagens”, as como o signo é
imagens como assassinas do real, interpretado pelo homem?
de seu referencial. Exemplifica O signo é interpretado pelo
usando os ícones de Bizâncio que homem ou o seu
podiam ser também os ícones da simulacro?
identidade divina.
Mas e se o próprio O questionamento é levantado Se tudo é uma simulação,
Deus pode ser para responder que o sistema como podemos classificar
simulado, perde “gravidade” e se torna um o verdadeiro real? Se os
reduzir-se aos grande simulacro. Nunca mais simulacros criam um
signos que o passível de ser real novamente ou circuito infinito, como
provam? trocado por real. Um circuito de restaurar o sistema, sem se
representações de simulacros aplicar a ideia de deus de
infinito, sem referências. (Explica platão ou desistir da
a simulação.) representação por
imagens?
imaginário e O autor exemplifica com a Grandes grupos midiáticos
Hipereal Disneylândia como modelo de são exemplos de
todos simulacros confundidos. O simulacros? O metaverso é
imaginário que não é real ou falso a nova dissuasão
e sim, uma dissuasão encenada. A encenada, já que replica e
Disneylândia existe para esconder esconde o mundo não mais
a América real. Pela reciclagem real? Os costumes
da infância, se “renomeam” novas “reciclados” são novos?
atividades, como a Disneylândia,
escondendo o real. Uma
simulação, o simulacro de terceira
categoria. Salva o princípio de
realidade, escondendo o real que
já não é mais real.
ideia e anti-ideia. Para o autor, a ideia simulada A existência do signo real
Provar o real pelo comprova a ideia de que o real depende do seu
imaginário. existe, como uma manipulação. “anti-signo”? A
Usa-se o termo inverso para que o manipulação é a condição
simulacro da negatividade da existência ou de
sobreviva na sua forma sobrevivência de um
expurgada. Agora, o signo é simulacro?
provado de existência a partir do
seu anti-signo.
Simulacro de O autor aqui explica o simulacro Com a existência da
inversão ou de universal da manipulação, a manipulação e do
involução dos inversão da mensagem. É como a hiper-real, o real deixa de
pólos interação meio/mensagem onde o existir? A inversão dos
espaço é dissuasivo como a polos provém da
simulação e o neo-real e espetacularização da
hiper-real. sociedade?
Mediação por Usando o povo Tadasay, A media se torna uma
Simulações Baudrillard explica a mediação da terceira força na relação?
realidade e seus signos, agora não Quem controla a
feita entre humanos, mas a partir tecnologia? Os “donos” da
de media, as simulações. A media podem modificar ou
função do meio é espetacularizar controlar a verdade? A
o mundo e a verdade (televisão e verdade é um novo
comunicação), causando a simulacro por passar por
hiperrealização. manipulações?

Conceitos do Definições dos conceitos Opinião


Autor
“Simulacros” são cópias que representam São criações que
elementos que nunca existiram ou pretendem ultrapassar a
que não possuem mais o seu imagem e o imaginário,
equivalente na realidade. em seu terceiro estágio
Divisão em Três etapas. quando “renega” as
relações com o real, é
quando tem maior sucesso,
é um mecanismo criado
para que se discuta a
veracidade de tudo (de
todos os códigos, antes
conhecidos como signos.)
Simulação é a imitação de uma operação ou Por acabar com suas
processo existente no mundo real. referências, a simulação
Um circuito de representações de não é real mesmo que
simulacros infinito, sem pareça. É a “representação
referências. Negação radical do do real do simulacro.” Se é
signo como valor, parte do signo um espaço do simulacro, a
como reversão e aniquilamento de simulação é falha por não
toda a referência. (p14) se apoiar em nenhuma
Envolve todo o próprio edifício da referência real, seu apoio e
representação como simulacro. funcionamento não vem de
Espaço habitado pelo simulacro uma fonte
pré-reconhecida. Uma
simulação bem sucedida
consegue apagar as
diferenças entre o
simulacro e o real. Toda
simulação é passível de
falha por não ser parte da
realidade.
Imagem/signos Representação da realidade, o que Na era da simulação, o
significa ser o real. Mesmo que o signo e a imagem é
real não exista após a inserção do substituído pelo código
simulacro e da simulação. binário. Os signos são
As fases sucessivas da imagem: quaisquer imagens,
- ela é o reflexo de uma palavras. A imagem é
realidade profunda modificada em seu
- ela mascara e deforma sentido e uso, de acordo
uma realidade profunda com a interferência
- ela mascara a ausência da humana e tecnológica.
realidade profunda Deixando de existir ao
- ela não tem relação com atingir a tecnologia do
qualquer realidade: ela é hiper-espaço. Todo objeto
o próprio simulacro. é transformado em
Signo: imagem real imagem e em signo.
“Imaginário” Imagem mental, o que já é O imaginário é
previamente instalado, conhecido. socialmente construído,
tem signos, valores e
convenções
pré-estabelecidas. O
imaginário é sedutor, feito
para seduzir o ser humano
por meio de tecnologias,
especialmente no espaço
do hiperespaço e dá-se a
criação do hiper-real.
(onde se perde para a
simulação)
“hiper-real” Um real fabricado pelos O espaço da Matrix, o
simulacros, provém do local do holograma, é
hiper-espaço (espaço do independente do espaço
simulacro), ultrapassa as barreiras real. Porém, nem sempre
do real. Real mais real, mais utópico. Habitado por
atraente. O auge da simulação, números, sem
PERDE REFERÊNCIAS. referenciais de signos
HIPER REAL SIMULADO: (imagens) e referenciais
Holograma, o hiper-real simulado físicos. O hiper-real é
novamente ainda mais vivo e atraente por ter maior
interessante do que a realidade. mediação tecnológica.
DESCONECTADO da O neo-real vem com a
realidade, mediado pela tecnologia, o hiper-real
tecnologia e suas criações. chega com a substituição
do signo pelo código, o
código binário.
Representação Equivalência com o signo do A representação é uma
real.Tenta absorver a simulação, forma de “mostrar o real”,
interpretando-a como uma falsa porém, dentro de uma
representação. simulação, é uma tentativa
porém no hiper-espaço. A
representação tenta ser
fiel, porém, pode falhar e
se tornar não-real. A
equivalência não tem a
mesma regra da cópia e,
portanto, não tem o mesmo
valor. Pode se afastar do
real.
Cópia A cópia tem regras e normas A cópia é semelhante, o
semelhantes ao seu modelo (seu que permite a
referencial real). possibilidade de
originalidade de ambos.
Porém, por seguir regras, a
cópia nunca será parte do
real e sempre será
relacionada ao seu
referencial.

Três etapas do Simulacro: Na primeira, o simulacro é natural, baseado na imitação


da realidade. É otimista e utópico, consciente da impossibilidade de igualar
representação e realidade (como se via, no período pré-moderno, nas pinturas, por
exemplo). Guarda-se, no caso, a diferenciação e se mantém o referencial, ou seja, o
objeto real. Nas palavras do autor: "é a ilha da utopia oposta ao continente do
real".
Na segunda categoria, o simulacro é produtivo, mecânico, metalúrgico,
materializado pela máquina, produtor de potência. Ele surge no período da
Revolução Industrial. Aqui, a cópia, produzida massivamente, ameaça a fonte, o
objeto real, a referência originária.
Na terceira categoria, o simulacro é cibernético, computadorizado. Ele se baseia na
informação e controle total. Não há mais o "objeto real". O simulacro, aqui,
precede qualquer referência e implode os modelos. Os signos saturam os valores
simbólicos e escondem a realidade, que se tornou uma utopia inalcançável, tal
como sonhar com um objeto perdido para sempre. O simulacro de primeira ordem
é "operático"; o de segunda, operatório; e o de terceira, operacional.
A era da simulação inicia-se, pois, com uma liquidação de todos os referenciais — pior:
com a sua ressurreição artificial nos sistemas de signos, material mais dúctil que o
sentido, na medida em que se oferece a todos os sistemas de equivalência, a todas as
oposições binárias, a toda a álgebra combinatória. Já não se trata de imitação, nem de
dobragem, nem mesmo de paródia. Trata-se de uma substituição no real dos signos do
real, isto é, de uma operação de dissuasão de todo o processo real pelo seu duplo
operatório, máquina sinalética metaestável, programática, impecável que oferece todos
os signos do real e lhes curto-circuita todas as peripécias. O real nunca mais terá
oportunidade de se produzir― tal é a função vital do modelo num sistema de morte, ou
antes de ressurreição antecipada que não deixa já qualquer hipótese ao próprio
acontecimento da morte. Hiper-real, doravante ao abrigo do imaginário, não deixando
lugar senão à recorrência orbital dos modelos e à geração simulada de diferenças.
Este simulacro de inversão ou de involução dos pólos, este subterfúgio genial que é o
segredo de todo o discurso da manipulação e portanto, hoje em dia, em todos os
domínios, o segredo de todo o novo poder, no apagamento da cena do poder, na
assunção de todas as palavras de que resultou esta fantástica maioria silenciosa que é a
característica do nosso tempo — tudo isto começou certamente na esfera política com o
simulacro democrático, isto é, a substituição da instância de Deus pela instância do
povo como fonte do poder e do poder como emanação pelo poder como representação.
Revolução anticoperniana: acabou a instância transcendente do Sol e da fonte luminosa
do poder e do saber — tudo provém do povo e tudo a ele retorna. E com esta magnífica
reciclagem que começa a instalar-se, desde o cenário do sufrágio de massas até aos
fantasmas atuais das sondagens, o simulacro universal da manipulação.
p.39 A ideologia não corresponde senão a uma malversação da realidade pelos signos, a
simulação corresponde a curto-circuito da realidade e à reduplicação pelos signos. A
finalidade da análise ideológica continua a ser restituir o processo objetivo, é sempre
um falso problema querer reinserir a verdade sob o simulacro.

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