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(DIOGO) O conceito de Idolatria contém uma censura que se encontra na forma verbal.
Defende-se que os objetos fazem forma de adoração, mas de imagens falsas. O conceito de
ídolo vem do antigo testamento que também se estende como imagens culturais das tribos.
Assim via-se nesta adoração da imagem materiais que acreditavam em deuses falsos e falsas
religiões.
No texto podemos observar que as imagens mortas eram uma falsificação do deus invisível.
Assim Paulo nas cartas atacou os pagãos com a acusação “fugi da idolatria, falo-vos como a
pessoas sensatas”.
Paulo comenta que “será, pois, o ídolo alguma coisa?”
A única razão para ele aceitar/acreditar é porque cristo esteve vivo e não era uma idolatria.
Agora as vítimas da idolatria eram os cristãos, sobre estes caia o veredito que os inculpava do
culto idolátrico.
A idolatria carrega bastante sobre a religião.
Jean Baudrillard entende que a imagem é o simulacro de si mesma, pois já não comporta
nenhuma referencia á realidade ou á verdade.
Braudrillard suspeita de
que o próprio Deus foi
já sempre o seu próprio
(DANIELA) Baudrillard assume que o próprio Deus sempre foi seu simulacro. Isso se deve ao
fato de o real se perder, no mundo de hoje, como experiência fundadora de sentido. As
imagens simulariam assim o próprio real, deixando-nos que ele existe mesmo sem elas. Pode-
se, portanto, deplorar o real enquanto o possuímos apenas em imagens que, afirmando-o,
negam-no.
Hollywood surge aqui através de uma crítica nos anos da Segunda Guerra Mundial, pois na
perspetiva europeia, este falsificava, a verdade da morte e os aspetos dos mortos ao
transformá-los em imagens de vivos. Assim, matava-se também toda a verdade da vida. Se vida
e morte já não se podiam distinguir, antes se tornavam semelhantes na imagem, então
também a verdade e a ilusão já não se podiam separar uma da outra.
Vilém Flusser afirma que as “imagens já não são janelas”. Em vez de representarem o mundo,
na verdade, alteram-no, até que o homem, em vez de decifrar essas imagens criticamente, as
projete no mundo “indecifradas”. Na atualidade, as pessoas já não conseguem distinguir o que
é a imagem daquilo que parece ser apenas imagem. Em qualquer altura da história, as imagens
sempre tiveram um desempenho ativo, assim nessa época chamavam-se real. Esta palavra
posteriormente foi alterada pela palavra evento. A representação pressupõe a existência do
real, mas só traz à consciência quando o afirma e o torna descritível.
A representação
pressupõe a existência
do real, mas só traz à
consciência
Um evento é algo de produzido que, não se limita a acontecer, mas é encenado para os hábitos
de consumo; é um acontecimento mediático. Elaboram-se factos que só na imagem se tornam
realidade.
(DANIELA) A mania das imagens explica-se porque o homem cria para si uma existência
complexa e ambiciona a evadir-se assim da sua individualidade; a “idolatria” das imagens surge
como uma forma do indivíduo se sentir acompanhado, de sentir que não é o único ser
imperfeito. O consumo síncrono das mesmas imagens dá-nos a sensação de viver num mundo
sem limites sociais e culturais, o que é sem dúvida uma autoilusão.
(MIGUEL) Günther Anders cunhou o conceito de iconomania para designar uma nova
dimensão na economia imaginal da sociedade. Nesta identificou a mania à ilusão do homem de
se multiplicar do mesmo modo que se pode fazer produtos técnicos. Na revolução pós-
industrial, a sociedade produz cada vez menos coisas materiais e cada vez mais dados ou
informações. O centro de gravidade desloca-se assim definitivamente, da coisa para a imagem,
isso também se deve ao crescimento da imprensa que trouxe novos meios de comunicação. As
imagens transmutam-se em símbolos e, aos mesmo tempo, em mascaras de informação
incorpórea. As imagens são hoje consumidas como informações, que poupam ao publico as
fadigas da leitura. São informações com a intimação tática à idolatria.
Günther Anders também defende que o mundo se transformou em fantástico desde que nos
chega somente em imagens. Atualmente um acontecimento só ganha reconhecimento e
importância social enquanto imagem, desvaneceu-se a diferença entre ser e aparência. Evola-
se o hiato temporal que, outrora, existia entre imagem e acontecimento. As imagens surgem e
esvaem-se em sincronia, como se fossem o próprio acontecimento. Capta-se tão-só na imagem
e de modo igualmente veloz se perde. “Tudo o que é real se torna fantástico, tudo o que é
fictício se torna real”, mas será que faz sentido ainda haver diferença?
(DIOGO) Günther documentava o estado de coisas, como por exemplo “Avos que fazem
croché para fantasmas e são educadas pela idolatria”.
Aludia á primeira geração de TV americana, que desenvolviam relações pessoas com os novos
ídolos, como se fosse reciprocada pelas personagens do ecrã.
As mesmas (Avos) adoravam as imagens como se fossem humanos. Isto deve-se ao facto de as
imagens ocuparem um lugar nas nossas vidas, criando laços com personagens que não sabem
nada sobre nós e idolatramos desconhecidos.
(DANIELA) "só é possível amar fantasmas se eles forem tomados por seres reais", podemos
perceber como as imagens têm o domínio de tornar coisas imagináveis em reais. Guy Debord
definiu a sociedade como uma imensa acumulação de espetáculos, na qual tudo era
diretamente vivenciado, fugiam em simples representações. Afirmou também que o
espetáculo não é um conjunto de imagens, mas sim uma relação social entre indivíduos
mediada pelas imagens.
(MIGUEL) Em 1976 Baudrillard fez críticas a esta tese da sociedade do espetáculo, dizendo
que essa era, foi ultrapassada, afirmando que a característica mais importante desta nova era é
a confusão do meio e da mensagem. Os meios perderam o seu sentido literal e tornaram-se
impercetíveis, difusos cobrindo o real. A realidade passou a não ser suficiente para a exaltação
ou falsificação da imagem. Uma realidade que só pode existir na imagem impede justamente
esta última de ser trocada pela realidade. A confusão entre imagem e realidade corresponde,
na imagem, um anti mundo que dê novas asas a idolatria claudicante.
(DIOGO) Com as antigas premissas, os ídolos eram imagens vãs, sem fundamento real. A
Idolatria equivalia a uma veneração de ilusões usuais, que os ídolos falsificavam a natureza da
imagem. Os efeitos especiais nas imagens tornam-se mais importantes que as verdades.
Deixamos de acreditar que as imagens são mais que as imagens, assim nem sequer nos damos
ao trabalho de refutar as mesmas. A idolatria torna-se num iconoclasmo sob auspícios
modificados.
(GONÇALO) A segunda instância é o poder económico que oculta agora a sua presença por de
trás das imagens. As imagens guias, que produzem, são ícones de consumo. Estas deixaram de
ser ícones de ideias ou de ideologias políticas, como eram antigamente. Agora, os Políticos
vendem-se como se fossem mercadoria. O importante hoje é ter visibilidade seja de que
maneira for e o Consumo é valorizado como consenso político.
Argumento da idolatria:
A aparência visível é o retrato da sociedade real. Nas imagens aprecia-se a beleza e a sua
estética agradável. Essa estética faz-nos ser seduzidos apenas pelo que vemos e faz-nos
consumir por impulso e por um desejo de compra exuberante.
Essa estética faz-nos ser seduzidos apenas pelo que vemos e faz-nos consumir por impulso e
por um desejo de compra exuberante.
O Consumo de imagens revela relações de força na nossa sociedade, tanto que as imagens
anunciam uma verdade inegável, sem que se seja realizada uma análise.
Porque nos meios públicos o custo da sua produção rege, a duração e o objetivo da sua
emissão.
A Compreensão da idolatria é neste sentido ainda mais aplicável. Veneramos na imagem o que
ela nos comunica e o que renegamos no nosso quotidiano. Encontramos nela uma espécie de
falsa realidade.
Assim, começámos a medir o mundo com base na semelhança que ele tem com as imagens.
Isto fez com que o mundo deixasse de ser matriz para as imagens, e sim as imagens tornaram
matrizes do mundo.
O imaginário de antigamente é agora ocupado pelo visual e abastecido pelo fictício das
imagens.
CONCLUSÃO:
Podemos então concluir que, este texto escrito por Hans Belting critica fortemente a idolatria
de imagens que não são reais. Podemos também ver a evolução da mesma, pois, ao longo dos
seculos criámos ídolos nas nossas cabeças que não são reais. Como podemos observar Günther
Anders defende que “o mundo se transformou em fantástico desde que nos chega somente em
imagens.”, este excerto do livro coloca a hipótese de hoje o mundo se torna em fantástico
desde que possamos ver imagens.
Podemos agora perguntar-nos se idolatrar algo ou alguém é bom? Sim e, não. Com este texto
percebemos que dependendo da necessidade, é bom idolatrarmos algumas coisas, como por
exemplo Deus. Ao mesmo tempo, devemos estar atentos a este tipo de “lavagens cerebrais”
que nos são colocadas diariamente através de imagens de variados domínios e reconhecer que
não lhes devemos dar crédito e mediatismo. É verdade que este conceito todo está muito
ligado à religião, gostamos de enaltecer falsos deuses, gostamos de atribuir atividades “divinas”
a seres que podem não existir, mas desde que isto não se torne algo doentio nem que
prejudique a nossa vida.