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Data: 08/04/2022
Docente: Rodrigo Rossoni
Texto: O Ato Fotográfico - Da Verossimilhança ao Índice
Enfim, as ideias postas nesse período eram voltadas para a fotografia como um
retrato verídico da realidade (o mimetismo), até então inquestionável. Em sua grande
maioria, os pesquisadores acreditavam que não havia distorção do real do que era
feito pelas máquinas fotográfica, isto porque não havia a intervenção do homem (visto
que somos falhos e nossa visão além que cada um tem suas percepções ‘’únicas’’).
Esse procedimento mecânico se dizia ser o processo ‘’natural’’.
Um dos principais críticos é o Charles Baudelaire, a princípio pode parecer que ele
era contra a fotografia, visto que em uma das primeiras citações do texto ele faz uma
denúncia sobre o quanto a sociedade se deixou levar por essa ‘’imagem trivial no
metal’’, colocando-a como ‘’uma loucura, um fanatismo extraordinário que se
apoderou de todos esses novos adoradores do sol’’. Entretanto, ele apoia o uso da
fotografia, ele apenas não queria que a mesma crescesse tanto ao ponto de substituir
a arte (pintura), desejando que as duas coexistissem. Ademais, assim como o Jean
François Chévrier, eles tinham uma visão sobre o quão o homem deixou de ser o
principal objeto a fazer a fotografia para o quanto ele se tornou apenas um assistente
da mesma, em que nesse século XIX uma grande parcela dos artistas estava indo
contra esse crescimento da indústria técnica da arte, em razão dessa nova
modalidade de impressão fotográfica que estava ‘’substituindo’’ a pintura.
Conjuntamente como esse mesmo viés de Baudelaire e Chévrier, o Hippolyte Taine
Nome: Luís Eduardo Carneiro das Mercês
Data: 08/04/2022
Docente: Rodrigo Rossoni
Texto: O Ato Fotográfico - Da Verossimilhança ao Índice
além de apoiar o uso da fotografia, ainda dizia que ela era ‘’um instrumento útil à arte
pictural.
Lady Elizabeth Eastlake, ela basicamente nos diz que por mais perto que a
fotografia esteja da realidade, ainda lhe falta muitas coisas, ela não consegue captar
tudo que há no ambiente. Sendo justamente esse o contraponto que os pensadores
dessa da época vão ter. Até que ponto a fotografia nos traz a realidade? Se tratando
tanto tecnicamente quanto na ética humana, tendo em vista que as máquinas e o
operador da dela podem falhar, sem contar que pode haver uma manipulação por
parte dele. Por parte da técnica, ela cita sobre a questão das sombras e luzes, o preto
e o branco, - que em síntese, é pouca coisa para atender ao que corresponde toda a
realidade. Se tratando da manipulação, creio que qualquer pessoa hoje em dia que
tenha estudado o mínimo tenha noção de que nós humanos somos ‘’canalhas’’, e
fazemos isso facilmente em prol de nossos objetivos. Peguemos como exemplo
eventos históricos em que nos fazem crer numa suposta verdade, principalmente no
campo político.
Citarei duas pessoas que são todos conhecem, Hitler e Stalin que usaram muito
dessa manipulação:
Nome: Luís Eduardo Carneiro das Mercês
Data: 08/04/2022
Docente: Rodrigo Rossoni
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Nesta primeira foto acima tirada em 1930, Stalin ordenou que esse homem a sua
esquerda fosse retirado do retrato, isto porque ele era um comissário com quem Stalin
se desentendeu.
Espero que tenha ficado claro os exemplos, sendo assim voltarei ao texto. Outro
teórico que apontou críticas quanto a verossimilhança das fotografias foi o Rudolf
Arnheim. Ele foca mais na técnica, fala sobre: questões de ângulo da câmera, a
distância, o enquadramento, as cores e os efeitos que tudo isto ira causar na
fotografia, que para ele fugia da ideia do mimetismo de se espelhar na realidade. Onde
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Data: 08/04/2022
Docente: Rodrigo Rossoni
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ele a coloca na verdade como uma, ‘’Cópia Mecânica da Natureza’’. Sua real
preocupação era com a qualidade mecânica e não como era o processo para a
realização da fotografia.
Este aqui foi um das problemáticas que achei mais interessante, a de Alain Bergala.
Em que ele coloca em voga a questão da encenação nas fotos, onde ele critica esse
controle sobre como a foto irá sair para levar as pessoas a entenderem uma ideia
previamente pensada, que normalmente tem o objetivo de criar um sentimentalismo
coletivo para quem as vê. Em alguns casos bem utilizadas em outros nem tanto. Para
ele é um erro do fotografo deixar que sejam levantadas suspeitas quanto a veracidade
do acontecimento.
Por fim, Alan Sekulla. Ele basicamente começa a introduzir no campo da semiótica,
ao menos é o eu me levei a crer após a leitura que eu fiz. Sekulla ele fala sobre a
questão de cultura e mensagem. Onde o entendimento da foto varia de acordo com
cada cultura e a mensagem que cada pessoa irá interpretar. A aqui uma comunicação
entre a imagem e seu espectador, o que uma foto pode significar para mim, não é
necessariamente a mesma coisa que vai significar para você, - sendo que podemos
nem mesmo entender o que a fotografia representa. É onde ele coloca a fotografia
como um dispositivo codificado culturalmente.
Não vou mentir que foi um pouco complicado está parte, muito por eu estar cansado
e o assunto ser realmente problemático. Porém, foi muito menos difícil graças a
matéria de semiótica que estou tendo. E nesse tópico é onde ela está quase que 100%
presente. Vamos lá, espero conseguir discorrer sobre.
Nome: Luís Eduardo Carneiro das Mercês
Data: 08/04/2022
Docente: Rodrigo Rossoni
Texto: O Ato Fotográfico - Da Verossimilhança ao Índice
O Ícone seria a primeira impressão que você tem do objeto; seu formato; suas
cores; que viria a ser o Quali-signo, onde ele é baseado apenas na sua pura qualidade.
É sua percepção.
O Índice é o material em si; a sua existência; todo existente é um índice. Ele tem
uma relação de semelhança com o objeto, ele é indicial. Classificado como ‘’Sin-
signo'’.
Por fim, o símbolo que fala por sim mesmo. São as marcas, já parte de uma
legitimação social. É algo que se dá contemplação. A Cruz por exemplo, é um símbolo
usado pela igreja para simbolizar o credo, o culto, santidade. E é o Legi-signo.
Bem, em resumo ele nos diz que a fotografia a princípio viria a ser índice, em
seguida passaria a ser ícone e por fim símbolo. Aqui o foco voltaria ao referente,
entretanto, sem que aquela ideia do mimetismo que se tinha no primeiro tópico, seria
algo mais consciente por assim dizer. Ele nos diz muito sobre o referente ‘’inteferir’’
na fotografia, como eu coloquei entre aspas, esse interferir não é de maneira negativa,
é mais por ele não conseguir fugir do estar presente no material (foto), entende?
Querendo ou não, ele vai passar seus sentimentos para a obra. Como é dito no texto,
o único momento em que ele não interfere é na hora do ‘’click’’, essa parte fica com a
máquina, tirando isso, não há fuga para o referente.
Sem dúvidas o Barthes contribuiu e muito parece esse pensamento, apesar dos
seus tropeços. É ele que nos faz questão de lembrar do quanto o referente está ligado
ao ato fotográfico.
Nome: Luís Eduardo Carneiro das Mercês
Data: 08/04/2022
Docente: Rodrigo Rossoni
Texto: O Ato Fotográfico - Da Verossimilhança ao Índice