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Resumo:
O texto da autoria de Philippe Dubois, analisa as várias perspetivas do realismo na
fotografia, este divide-se em três partes.
Inicialmente, é analisada a fotografia como espelho do real, que realiza uma reflexão
e argumentação relativa às posições e oposições da fotografia como arte.
Concluindo que a fotografia é inicialmente índice e apenas depois pode tornar-se ícone e
adquirir símbolos.
Esta teoria perspetiva a imagem fotográfica como uma representação do real e com
diversas simbologias e interpretações possíveis.
Conceitos:
Fotografia de imprensa → é uma mensagem, essa mensagem é constituída por: uma
fonte emissora (redação do jornal- quem tira fotografia, quem escolhe, quem edita e
quem dá o título, legenda e comentário); um canal de transmissão (jornal, em que a
fotografia é o centro, constituídos pelo texto, título, legenda e nome do jornal) e um meio
recetor (leitores do jornal).
Temas:
Já a arte é vista como pura criação imaginária, é livre de qualquer ancoragem com a
realidade, como algo que tem a capacidade de escapar ao real.
Para Bazin a semelhança que a fotografia nos traz, não é proposta pelo resultado,
mas sim pelas modalidades de constituição, isto é, na proximidade imediata entre a
imagem e a sua referência, na transmissão das aparências do real para a película
invisível. Dá-nos a ideia de que a fotografia é o primeiro índice antes de ser ícone.
Para R. Barthes do objeto à imagem há uma redução de proporção, de perspetiva e
de cor, mas esta redução não é de todo uma transformação. E é assim que surge o
estatuto de que a imagem fotográfica é uma mensagem sem código. Ressaltando que o
importante é o facto da imagem fotográfica ser uma mensagem sem código e não uma
perfeição
analógica.
É no próprio artifício que a fotografia se vai fazer verdadeira e atingir a sua própria
realidade interna. A ficção reúne, mesmo supera, a realidade. A conceção de uma forte
dicotomia entre realidade aparente e realidade interna, ou
verdade, que é expressa por estes textos.
Philippe Dubois recorre a Rolan Barthes e a Charle Peirce para avaliar a fotografia e
as suas teorias, realçando o ícone, o símbolo e o índice.
Segundo Barthes, para que haja foto é necessário que o objeto tenha estado
presente num determinado momento. A fotografia é marcada como uma inscrição
referencia e é através da sua origem automática que a considera “sem códigos”.
Segundo Pierce o processo de como é originada a fotografia dita o uso de códigos: a
técnica do processo fotográfico. A fotografia é um “traço do real”, ou seja, ausência de
códigos, compreendida entre dois momentos: O momento de preparação antes da
captura da fotografia (a reflecção sobre o angulo, enquadramento, luz e sombra, …) e a
revelação da fotografia.
Este ponto de vista, defende que apesar da consciência dos códigos presentes na
fotografia, está ainda assim, transmite o sentimento de real. A fotografia é
primeiramente índice, apenas depois pode tornar-se ícone e adquirir símbolo.
Excerto do texto:
«A repartição é clara: a fotografia, a função documental, a referência, o concreto, o
conteúdo, a pintura, a pesquisa formal, a arte, o imaginário. Esta bipartição diz
claramente respeito a uma oposição entre a técnica, por um lado, e a actividade
humana, por outro. Nesta perspectiva, a fotografia seria o resultado objectivo da
neutralidade duma máquina, enquanto a pintura seria o produto subjectivo da
sensibilidade de um artista e do seu talento.» (25/26)
Neste excerto, Philippe Dubois explicita quais as diferenças e semelhanças entre os dois
conceitos principais, a pintura e a fotografia. No texto é também possível observar que
ele descreve a fotografia como uma imagem sem código, ou seja, não é preciso uma
relação entre o objeto representado e a imagem. Desde que surgiu a fotografia deixou de
ser responsabilidade dos pintores e dos artistas na altura de representar a realidade.
Fotografia- “método acheiropoiete” (método feito sem mãos), com função científica e
documental; necessita de uma referência, é concreta e verdadeira relativamente ao
conteúdo que representa no seu método; operando assim sem a necessidade da
presença de um sujeito, dado que esta não é uma atividade somente humana, dai ter um
caráter científico e documental.
Pintura- denominada obra de arte, esta passa por uma individualidade humana, e precisa
de uma procura constante do imaginário,
ou seja, de uma perspetiva distinta do real.
Barthes faz nos observar que as fotografias expostas não nos dizem nada de realmente
sério a respeito desses homens supostamente iguais que expõem. Dada a supressão,
justamente, do caráter histórico, o que fica é algo vago, vazio; logo, uma ilusão. Trata-
se então de um mundo de sentimentalidades baratas. São imagens que, por serem
completamente preenchidas de sentimentalidades e moralismos da sociedade e dos
intretertantes, por vezes ao muito falam sem nada dizerem.
São fotografias ou imagens que não emocionam, ao contrário, anestesiam. Quem as
vemos, já as recebemos modificadas pelo fotógrafo.
Dificuldades:
Encontrámos algumas dificuldades perante a vasta extensão do texto
dificultando a sintetização dos temas.