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BAUDRILLARD, Jean. Simulacros e Simulações. Lisboa: Relógio D’água,1991.

Trabalho elaborado pelo acadêmico Jean Carlos Ramos Ventura, na forma de


fichamento para fins de avaliação parcial da disciplina de Teoria da Comunicação II,
ministrada pelo professor Me. Rafael Marques, para o 4º semestre do curso de
Comunicação Social – Jornalismo, da Universidade do Estado de Mato Grosso,
Unemat.

Jean Baudrillard representava assim como outros grandes autores a chamada “Nova Teoria
Francesa”.

Um de seus mais famosos livros foi “Simulacros e Simulações”, em que apresentou a tese dos três
estágios de simulacros: a imitação, a produção (Cópia mecânica) e a simulação, onde interagimos
com representações/signos/imagens, achando que é o original.

“O quarto estágio (o terminal) do signo” não é a oposição entre simulação e realidade, mas sim, as
experiências, formas e códigos que se apresentam mais reais do que a própria realidade (“Hiper-
reais”).

Citação: “A simulação já não é a simulação de um território, de um referencial, de uma


substância. É a geração pelos modelos de um real sem origem nem realidade: Hiper-Real”

Segundo Baudrillard tudo na sociedade se torna um simulacro.

Citação: “tudo se metamorfoseia no seu inverso para sobreviver na sua forma expurgada. Todos
os poderes, todas as instituições falam de si próprios pela negativa, para tentar, por simulação de
morte, escapar à sua agonia real”.

A organização mundana é baseada em torno de simulacros e simulações tendo como força


constitutiva deste jogo de simulacros, os meios de comunicação.

No texto a “A transparência do mal”, o autor reafirma a ligação das novas tecnologias de


informação, comunicação e entretenimento com a hiper-realidade gerando angústias, dúvidas e
medos nos indivíduos.

Ele propõe as seguintes perguntas: “sou homem ou maquinas?”; “sou um homem ou um clone
virtual?”; “como podemos ser humanos?”. Perguntas que levam a constituição da imensa rede de
simulacros.

Ciberespaçotempo – Terreno cibernético que acaba com a distância entre o metafórico e o real,
subordinando totalmente os indivíduos.

Quanto maior o desenvolvimento do sistema tecnocientífico, a busca por mais informações e


comunicação maior o grau de incerteza.
Jean Baudrillard destaca especialmente a televisão, pois este meio comunicacional originou o
“mundo dos simulacional” onde indivíduos mudam tão rapidamente seus códigos, que anulam
tanto e qualquer relação com o passado. Ele não acreditava em meios possíveis do bom uso das
mídias, pois os entendia como manipuladores dos indivíduos.

As obras de Baudrillard sempre tinham críticas ao processo de consumo contemporâneo. Em sua


obra “sinal-valor”, explica o fim do “valor de uso” ou “de troca” (teoria marxista) e a introdução da
marca, do prestígio, do luxo e da sensação de poder.

Já no texto “A sociedade de consumo” caracteriza nossa sociedade como uma sociedade-cultural


de consumo, pois reduz o indivíduo a consumidor de signos (e não de coisas).

Citação: “Até o mais marginal, o mais banal, o mais obscuro estetiza-se”.

Implica a publicidade como a arte oficial do capitalismo, pois esta além de se impor, desenvolve-
se à custa de todas as outras linguagens.

Os códigos e modelos de Marketing produziram formas infinitas de estilos de vidas; em que a


sociedade foi dissolvida. Atualmente, o estilo de vida que direciona as estruturas sociais de classe,
gênero e etnia.

São estes meios que fascinam, manipulam desejos e gostos que direcionam a prática consumista
como solução para os problemas da vida. Mesmo aceitando que atendam satisfações superficiais,
o autor evidencia que o consumo nunca supri os aspectos mais profundos como é prometido pelos
meios.

Tendo por base as relações político-econômicas e socioculturais contemporâneas, são validas as


idéias de Baudrillard sobre uma sociedade-cultura de simulacros e simulações; sobre o privilégio
dado pelo capitalismo pós-moderno à produção de signos e imagens ao invés das próprias
mercadorias; sobre a desestabilização da noção original das coisas e das ilusões culturais
empreendidas pela publicidade, pela mídia e pelas técnicas de exposição dos produtos e que o
consumismo está moldando as relações entre os indivíduos na pós-modernidade.
O grande problema é que, seus argumentos reduzem os indivíduos à condição de meros
consumidores passivos.

Baudrillard morreu no dia 06 de Março de 2007. Também era fotógrafo, e justificava sua forma
de escrever fragmentada como sendo pequenos retratos do mundo. Para quem não consegue “ler”
suas fotografias, ou não entende seus “enquadramentos”, ou assim como eu, não curte suas
“cores” demasiadamente fortes, atente para o seu princípio:“já que o mundo se encaminha para
um delirante estado de coisas, devemos nos encaminhar para um ponto de vista delirante”.
Bibliografia:

“Jean Baudrillard: Importância e contribuições pós-modernas”. Holgonsi Soares Gonçalves


Siqueira

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