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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS-

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTO CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CURSO CIÊNCIAS CONTÁBEIS - CAMPUS SALINAS

INVENTÁRIO E AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

Docentes: Beatriz Rosa, Caroline Pereira Castro


Cruz, Edson Celestino Rocha, Igor Marinho de
Castro Lima e Laura Hevellin Mendes Santos,
ministrado pelo discente: Sidnei Pereira da Silva.

SALINAS -MG
Maio, 2022
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS-
CAMPUS SALINAS
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CURSO CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CAMPUS SALINAS

INVENTÁRIO E AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

Trabalho escrito acerca do tema Inventário


e Avaliação de Estoques como nota parcial
da disciplina Contabilidade Intermediaria I

SALINAS -MG
Maio, 2022
Sumário
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 4
1 – CONCEITOS DE ESTOQUE ........................................................................................................ 5
1.1- Mensuração ............................................................................................................................... 6
1.2- Valor Líquido e Valor Realizável Líquido .............................................................................. 7
2 – CUSTOS DE ESTOQUES............................................................................................................ 7
2.1 – Custo de Aquisições .................................................................................................................. 7
2.1- Custos de Transformação ........................................................................................................... 8
2.2- Produção conjunta ..................................................................................................................... 10
2.3 - Outras formas para mensuração do custo ............................................................................ 11
3- CRITÉRIOS DE VALORAÇÃO DE ESTOQUES ..................................................................... 12
3.2- Custo Médio Ponderado ........................................................................................................ 13
3.3 - Método UEPS ........................................................................................................................ 13
3.4 - Reconhecimento como despesa ......................................................................................... 14
4 - INVENTÁRIO ................................................................................................................................ 15
4.1- Sistema de inventário periódico ........................................................................................... 16
4.2 - Inventário Permanente ......................................................................................................... 17
CONCLUSÃO ..................................................................................................................................... 19
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 20
INTRODUÇÃO

Sendo parte do Ativo de qualquer entidade, o estoque é parte imprescindível


no curso de uma empresa, seja como objeto de venda, produção ou manutenção da
mesma, portanto, lidar com esses ativos faz parte da rotina organizacional, assim
como o controle e logística dos mesmos. Neste trabalho, portanto, será apontado e
explicado alguns pontos decorrentes sobre Estoque: avaliação e inventario, assim
também como citações do Comitê de Pronunciamentos Contábeis que endossam os
itens apresentados. Nele foi abordado pontos pertinentes que discorrem sobre o
assunto e explanado suscintamente os pronunciamentos do CPC 16 (R1).

Desta forma, destaca-se a importância do controle de estoques na gestão de


um negócio. Pois segundo Tubino (2008) apud Borges et al (2010), as empresas
trabalham com estoques de diferentes tipos que necessitam ser administrados.
Contudo, a gestão de estoques é uma das atividades mais importantes de uma
manufatura. Um dos principais motivos para se ter um bom planejamento e controle
de estoques é o grande impacto financeiro que é possível alcançar através do
aumento da eficácia e eficiência das operações da Organização (BORGES et al,
2010).

No âmbito empresarial, a classificação, gestão e controle destes ativos são


feitas pelo inventário, que se destaca como uma ferramenta primordial na organização
dos bens e direitos de uma entidade, sua função vai além de apenas enumerar um rol
de itens de sua posse, como também ajudar no controle e quantidade de itens para
eventuais compras e auxílio na criação de relatórios com base no montante vendido
e ou consumido

Por fim, a metodologia utilizada para a criação deste trabalho foi a revisão de
bibliografia, que segundo Gil (2005) consiste na pesquisa em materiais já publicados
que neste caso concentrou-se principalmente no Comitê de pronunciamentos
Contábeis 16 (R1), além de outros autores em sua maioria profissionais de
contabilidade, para o auxílio com conceitos encontrados durante o curso de produção
do trabalho.
1 – CONCEITOS DE ESTOQUE

Tendo como base o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC),


especificamente o (CPC 16(R1)) no item 6, define-se estoque como:

Estoques são ativos: mantidos para venda no curso normal dos


negócios; estejam em processo de produção para venda; ou que
estejam na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos
ou transformados no processo de produção ou na prestação de
serviços.

Um exemplo prático e de fácil visualização de estoques, mantidos para venda


no curso normal dos negócios, são as mercadorias para revenda, imagine um
supermercado ou até mesmo uma farmácia, elas fazem aquisição de mercadorias
para revendê-las, e assim se dá à venda no curso normal dos negócios.

Já o estoque em processo de produção, pode ser a matéria prima, a exemplo


disso tem-se a farmácia de manipulados, supõem-se que ela comprou uma matéria
prima para a composição de um determinado medicamento, o produto final para a
comercialização vai ser um composto de várias matérias primas. Ou ainda uma
empresa que compra madeira para a produção de móveis. Os estoques
administrativos, como lápis, caneta, papel, entre outros e os bens de consumo, são
exemplos de estoques na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos.
Para Marion (2009, p.309) o estoque é apresentado de três formas:

Os estoques assumem diferentes significados conforme o tipo de


empresa onde sejam considerados, mas sempre trazem a conotação
de algo à disposição, seja de vendas (como as mercadorias nas
empresas comerciais ou de produtos acabados em empresas
industriais), seja de transformação (como as matérias-primas ou
materiais em processo) seja de consumo (o estoque de material de
consumo pode acontecer tanto na empresa comercial, industrial como
na de serviço).

Para fins acadêmicos, este trabalho tem como direcionamento o CPC 16,
visando um conhecimento técnico a respeito do tema. De acordo, (CPC 16(R1)) no
item 8, os estoques compreendem:
Os estoques compreendem bens adquiridos e destinados à venda,
incluindo, por exemplo, mercadorias compradas por varejista para
revenda ou terrenos e outros imóveis para revenda. Os estoques
também compreendem produtos acabados e produtos em processo
de produção pela entidade e incluem matérias-primas e materiais,
aguardando utilização no processo de produção, tais como:
componentes, embalagens e material de consumo. Os custos
incorridos para cumprir o contrato com o cliente, que não resultam em
estoques (ou ativos dentro do alcance de outro pronunciamento),
devem ser contabilizados de acordo com o CPC

Em resumo os estoques compreendem:

● Mercadorias para revenda;


● Terrenos e imóveis para revenda;
● Produtos acabados, matérias- primas, componentes, material de consumo.

1.1- Mensuração

Segundo (CPC 16 (R1)) no item 9, mensuração deve ser: “Os estoques objetos
deste Pronunciamento devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor
realizável líquido, dos dois o menor”. Assim, o Pronunciamento exige que os estoques
devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o
menor. Neles se incluem todos os custos de aquisição, de transformação e outros
incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais.

Por isso, devem compreender o preço de compra, os impostos de importação


e outros tributos (que não sejam aqueles posteriormente recuperáveis pela empresa),
custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição
de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e
outros itens semelhantes devem ser deduzidos do preço na determinação do custo de
aquisição.
1.2- Valor Líquido e Valor Realizável Líquido

De acordo (CPC 16(R1)) no item 6, o Valor realizável Líquido e o Valor Justo


são definidos como:

Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal


dos negócios deduzido dos custos estimados para sua conclusão e
dos gastos estimados necessários para se concretizar a venda. Valor
justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria
pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada
entre participantes do mercado na data de mensuração.

Em síntese, o valor realizável líquido é o preço de venda deduzido das


despesas de vendas e gastos para conclusão. A exemplo disso, imagine uma pessoa
que queira adquirir um determinado carro, que na tabela da Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas (FIPE) de 2022, esse veículo custe vinte mil, todavia esse
indivíduo comprou o mesmo veículo por vinte e dois mil, devido algumas melhorias
acrescentadas ao carro, como vidros elétricos e som, aqui se encontra o valor justo,
uma vez que existe alguém disposto a vender e a outro a pagar nessas condições,
vale destacar que o valor líquido é específico para cada entidade.

2 – CUSTOS DE ESTOQUES

Segundo (CPC 16(R1)), item 10, o valor de custo de estoque deve incluir:O
valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de
transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua
condição e localização atuais

2.1 – Custo de Aquisições

Tendo como base o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC 16 (R1)),


define-se custo de aquisição como:
O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra,
os impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis
junto ao fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio
e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados,
materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens
semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de
aquisição.

No item 11 destaca-se que os impostos recuperáveis são aqueles que podem


ser compensados, sendo assim, não se soma ao custo de aquisição, será uma
dedução. Outros também que será deduzido vai ser os descontos comerciais e
abatimentos. Importante destacar, que se tem praticamente dois descontos para
trabalhar, que é o desconto comercial e o desconto financeiro. O desconto comercial
é o desconto incondicional, ele independe de qualquer requisito, de qualquer
condição, par ser aplicado, ocorrendo no momento da compra ou venda, é destacado
na Nota fiscal e deduzem o custo.

Em contrapartida, o desconto financeiro é o desconto condicional. É que


depende de algum requisito, sendo assim, a empresa precisa cumprir alguma
determinação, algum requisito para que esse desconto seja aplicado, ele corre após
a compra ou venda, não deduzem o custo e ele depende de algum fato para ocorrer.

2.1- Custos de Transformação

Segundo Comitê de Pronunciamentos Contábeis CPC 16(R1) Custos de


transformação incluem:

Os custos de transformação de estoques incluem os custos diretamente


relacionados com as unidades produzidas ou com as linhas de produção, como
pode ser o caso da mão de obra direta. Também incluem a alocação
sistemática de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que sejam
incorridos para transformar os materiais em produtos acabados. Os custos
indiretos de produção fixos são aqueles que permanecem relativamente
constantes independentemente do volume de produção, tais como a
depreciação e a manutenção de edifícios e instalações fabris, máquinas,
equipamentos e ativos de direito de uso utilizados no processo de produção e
o custo de gestão e de administração da fábrica. Os custos indiretos de
produção variáveis são aqueles que variam diretamente, ou quase diretamente,
com o volume de produção, tais como materiais indiretos e certos tipos de mão
de obra indireta.

Logo, o custo de transformação de forma bem clara é o custo que vai auxiliar
na transformação da matéria prima em um produto, então são todos os custos de
produção exceto a matéria prima. Alguns exemplos do esforço da empresa no
processo de elaboração de um determinado produto são a mão- de –obra direta e
indireta, energia elétrica, materiais de consumo industrial e seguro da empresa.

O custo de transformação ele serve para o processo de fabricação, ou seja,


quando é comprada uma mercadoria para revenda o custo de transformação não se
aplica. Para HORNGREN (1985, p. 494), alocação é a “associação de um ou mais
itens de custos, ou de receita, a um ou mais segmentos de uma organização, de
acordo com a causa, os benefícios obtidos, as responsabilidades ou outra medida
lógica de utilização”.

Os custos indiretos estão ligados diretamente a produção do produto, são


incorridos dentro do processo de fabricação, são os gastos que não podem ser
alocados de forma direta e objetiva aos produtos, são gastos que a empresa tem para
exercer suas atividades, mas que está relacionada com vários produtos ao mesmo
tempo, para serem atribuídos aos produtos necessita o uso do rateio.

Para melhor entendimento, suponhamos que o custo fixo indireto seja uma
depreciação, ou seja, os custos terão que ser atribuídos a diversos produtos. Exemplo,
uma máquina é determinada para produzir dois produtos, “A” e ‘’B”, a parti disso é
preciso fazer um rateio para descobrir o tempo de depreciação que vai ser atribuída
para cada produto.

Importante saber que quando produção aumenta o seu custo fixo unitário
diminui (sem problema nenhum). Agora se a produção diminui ela vai se apropriar o
custo fixo baseado na produtividade normal e a diferença será lança na DRE.
2.2- Produção conjunta

Outro ponto importante é a produção conjunta que é quando se tem diversos


produtos da mesma matéria prima, exemplo, a extração da madeira, dessa madeira
será produzido vários produtos como: cadeiras, mesas e outros itens diversos. A
produção pode resultar em mais de um produto fabricado simultaneamente como
expresso no diagrama abaixo.

Diagrama 01 – Diagrama da produção conjunta

Fonte: CPC 16 (R1) Elaboração própria

De acordo a CPC 16 (R1), são e exemplos de itens não incluídos no custo


dos estoques e reconhecidos como despesa do período em que são incorridos:

I- Valor anormal de desperdício de materiais, mão-de-obra ou outros insumos


de produção; II- gastos com armazenamento, a menos que sejam necessários
ao processo produtivo entre uma e outra fase de produção; III- despesas
administrativas que não contribuem para trazer o estoque ao seu local e
condição atuais; e IV- despesas de comercialização, incluindo a venda e a
entrega dos bens e serviços aos clientes.
De forma mais clara, as perdas anormais não fazem parte do custo de produção
e são lançadas na DRE, já as perdas normais fazem parte do custo de produção.
Alguns exemplos de perdas anormais são obsolescência de materiais, enchentes,
incêndios e etc.

No caso de armazenamentos se ele estiver armazenando matéria prima para o


processo produtivo esses gastos serão custo de estoque, se estiver armazenando
produtos acabados nesse caso será lançado na DRE. Os juros existentes no estoque
são despesas que devem ser lançadas na DRE, exceto se tratar-se de ativo
qualificado que são aqueles ativos que demandam o tempo substancial para ficar
pronto, nesse caso a despesa de juros ela é lançada dentro do custo daquele ativo.

2.3 - Outras formas para mensuração do custo

Conforme a CPC 16 (R1):

Outras formas para mensuração do custo de estoque, tais como o custo-padrão


ou o método de varejo, podem ser usadas por conveniência se os resultados
se aproximarem do custo. O custo-padrão leva em consideração os níveis
normais de utilização dos materiais e bens de consumo, da mão-de-obra e da
eficiência na utilização da capacidade produtiva. Ele deve ser regularmente
revisto à luz das condições correntes. As variações relevantes do custo-padrão
em relação ao custo devem ser alocadas nas contas e nos períodos adequados
de forma a se ter os estoques de volta a seu custo.

Ou seja, o custo-padrão pode ser utilizado para a escrituração contábil, desde


que sejam realizados os ajustes necessários. O método do varejo era mais usando a
alguns anos atrás, pois atualmente é muito mais fácil controlar o custo de
rodução. Os métodos do varejo consistem em avaliar os estoques pela aplicação,
sobre seu preço de venda, de percentual que represente a relação média do período
entre custo/preço.
3- CRITÉRIOS DE VALORAÇÃO DE ESTOQUES

Tendo como base o Comitê de Pronunciamento Contábil (CPC),


especificamente o CPC 16 (R1), nos apresenta métodos de valoração. São eles:

● PEPS
● Custo Média ponderada

Primeiramente observa-se, que em um ponto no tempo pudéssemos medir qual


é o valor que possuímos em estoque para um determinado item. Esse valor
certamente mudaria com frequência, pois a todo momento estamos recebendo e
retirando unidades desse item do estoque. Além disso, a cada vez que compramos
novas remessas desse item, o preço de compra pode ser diferente.

3.1- Método PEPS

O CPC 16 (R1) item 27 afirma que o método PEPS:

pressupõe que os itens de estoque que foram comprados ou


produzidos primeiro sejam vendidos em primeiro lugar e,
consequentemente, os itens que permanecerem em estoque no fim do
período sejam os mais recentemente comprados ou produzidos

Sobre este método, Schier (2011) diz que é realizada a baixa do estoque pelo
custo mais antigo, seguindo a ordem cronológica das entradas. Ele afirma, também,
que o método é aceito pelo fisco (Receita Federal e seus fiscais) por proporcionar
arrecadação adequada sobre visão tributária, pois este método aparenta ser o mais
adequado gerencialmente, pelo fato de apresentar os valores dos custos mais
próximos da realidade. Sendo assim, de acordo com o método são baixadas as
primeiras compras conforme as mercadorias são vendidas, ou seja, vendem-se,
primeiro, as mercadorias mais antigas.

Uma desvantagem nesse caso é o fato de as primeiras compras geralmente


terem um custo devido a inflação. Esse índice faz com que as aquisições tenham seu
valor aumentado com o passar do tempo. A consequência é a manutenção de um
valor elevado do estoque, lucro mais alto e custo menor. Contabilmente essa situação
demanda o pagamento maior de dividendos e impostos.
Algumas vantagens de se utilizar o método PEPS são:

- Estoques com valores próximos aos que estão sendo praticados pelo mercado;

- Aprovação pela legislação fiscal e Regulamento do Imposto de Renda;

- Manutenção do valor atualizado dos estoques em comparação com o custo de


entrada mais recente.

3.2- Custo Médio Ponderado

Sobre o Custo Médio Ponderado, o CPC 16 (R1) item 27, afirma que nesse
método: “o custo de cada item é determinado a partir da média ponderada do custo
de itens semelhantes no começo de um período e do custo dos mesmos itens
comprados ou produzidos durante o período”.

Schier (2011, p. 164) afirma que, por esse método, “cada entrada por custo,
diferente do custo médio anterior, altera o custo médio; cada saída altera o fator de
ponderação. A baixa é feita a cada venda ou comunicação de consumo”. Como nome
próprio já diz, o custo médio ponderado irá calcular a média ponderada para identificar
o valor de todos os produtos que estão no estoque. Para calcular o custo médio
ponderado, usamos uma fórmula simples:

Custo Médio Ponderado= Valor total dos estoques / Quantidade de itens


armazenados.

3.3 - Método UEPS

UEPS é a sigla que representa a expressão Last In, First Out, que traduzida
pela o português representa “Último a entrar, primeiro a sair”. (MARION, 2015). Este
método de avaliação de estoque, de acordo com Schier (2011, p. 164), “utiliza o último
preço de aquisição para fins de baixa de estoque”. Apesar de este método ser aceito
pelo fisco, ele não é aceito pela legislação e pelo Comitê de Pronunciamentos
Contábeis, segundo Warren et al (2009, p. 111), pelo seguinte fato:

Na adoção desse método, em um regime econômico em que há


inflação, a tendência é de que todos os estoques fiquem subavaliados,
o que diminui o lucro líquido do exercício social e, por consequência,
o valor dos tributos com o Imposto de Renda e com a contribuição
social

Esse critério considera o CMV (Custo das Mercadorias Vendidas) como o


correspondente ao custo de compra de mercadoria mais recente remanescente no
estoque. Esse critério se aproxima do custo de reposição e atende ao princípio do
conservadorismo, porém é considerado ilegal na legislação brasileira. (MARION,
2015).

3.4 - Reconhecimento como despesa

Quando os estoques são vendidos, o custo escriturado desses itens deve ser
reconhecido como despesa do período em que a respectiva receita é reconhecida. A
quantia de qualquer redução dos estoques para o valor realizável líquido e todas as
perdas de estoques devem ser reconhecidas como despesa do período em que a
redução ou a perda ocorrerem. A quantia de toda reversão de redução de estoques,
proveniente de aumento no valor realizável líquido, deve ser registrada como redução
do item em que for reconhecida a despesa ou a perda, no período em que a reversão
ocorrer.

De forma resuma de acordo com a CPC 16, item 36 afirma que os critérios para
as demonstrações Contábeis devem divulgar:

I- as políticas contábeis adotadas na mensuração dos estoques,


incluindo formas e critérios de valoração utilizados; II- o valor total
escriturado em estoques e o valor registrado em outras contas
apropriadas para a entidade; III- o valor de estoques escriturados pelo
valor justo menos os custos de venda; IV- o valor de estoques
reconhecido como despesa durante o período; V- o valor de qualquer
redução/reversão de estoques reconhecida no resultado do período
de acordo com o reconhecimento da despesa como resultado; VI - as
circunstâncias ou os acontecimentos que conduziram à reversão de
redução de estoques; VII- o montante escriturado de estoques dados
como penhor de garantia a passivos.
4 - INVENTÁRIO

No significado etimológico da palavra, inventário vem do termo em Latim


inventarium, que significa agenciar, o sufixo “ario”, geralmente é atribuído à ideia de
“agregar a”, como melhor explica Dimas Messias de Carvalho:

O termo inventário vem do latim inventarium, de invenire, que significa


agenciar, diligenciar, promover, achar, encontrar. No sentido amplo,
significa o processo ou a série de atos praticados com o objetivo de
ser apurada a situação econômica de uma pessoa ou instituição. No
sentido estrito, é o relacionamento de bens ou de valores pertencentes
a uma pessoa, ou existentes em determinado lugar, anotados e
arrolados com os respectivos preços sabidos ou estimados, tratando-
se, pois, de um mero arrolamento de bens (DIMAS, 2018, p. 543)

Mais brevemente, Oliveira e Amorin (2007, p. 293) descrevem o termo


simplesmente como: “o inventário representa o ato ou efeito de relacionar, enumerar,
registrar, catalogar ou descrever bens e coisas”, na mesma linha de pensamento,
Almada (2006, p. 323) afirma que, “em acepção comum, qualquer descrição
minuciosa e pormenorizada de bens ou direitos significa fazer-lhes um inventário”.

É difícil descrever com exatidão o momento histórico em que tal prática de


inventariar bens começou a ser utilizada pelas entidades, porém, é comum encontrar
na literatura autores afirmarem que a Revolução Francesa desencadeou numa
valorização dos bens e a necessidade de cataloga-los. Choay (2001) apontam que o
contexto de revolta e conflito civil, fizeram com que muitos monumentos da capital
francesas fossem destruídos pelos rebeldes, então, com a intenção de evitar o
vandalismo contra os objetos da sociedade, foi instituída, em 1790, a comissão dos
monumentos.

Em 1830 foi criado o que se tornaria o primeiro posto de inspeção do patrimônio


público francês, encabeçado por Ludovic Vitet e em seguida por Proster Mérimée, que
foram pioneiros em realizar um diagnóstico pelo país afim de inventariar e catalogar
os bens em perigo. Os rumores da Revolução Francesa foram imprescindíveis para a
elaboração de um modelo que se reproduziu e se perpetuou nos países ocidentais. A
partir dela, iniciou-se o inventário, preservação e proteção de artefatos caros à nação,
seja por seu valor econômico, interesse inicial, seja por seu valor simbólico (Choay,
2006)

Por ser um termo atrelado ao registro de bens, na literatura é comum encontrar-


se a expressão atribuída a ideia de herança, partilha e sucessão, neste sentido, sendo
dividida entre inventário judicial, feito por intermédio do poder judiciário, e extra
judicial, processo regularizado pelo novo Código Processual Civil, onde entende-se
que a sucessão de bens poderá ser feita diretamente por escritura pública, como
menciona o art. 610, §1:

Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a partilha poderão


ser feitos por escritura pública, a qual constituirá documento hábil para
qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância
depositada em instituições financeiras (BRASIL, 2015)

No âmbito empresarial, o inventário se destaca como uma ferramenta


importante na organização dos bens e direitos de uma entidade, sua função vai além
de apenas enumerar um rol de itens de sua posse, como também ajudar no controle
e quantidade de estoques para eventuais compras e auxílio na criação de relatórios
com base no montante vendido e ou consumido. Os dois sistemas mais utilizados de
inventário são: Periódico e Permanente.

4.1- Sistema de inventário periódico

Segundo (PADOVEZE, 2007, p 210), o sistema de inventário periódico consiste


em um método simplificado de apuração do custo de fabricação ou custo das
mercadorias vendidas, pois não exige a prática de controles minuciosos, nem a
utilização de pessoal especializado. É denominado de periódico, pois o levantamento
dos produtos acabados, matéria-prima e dos produtos em elaboração, só é levantado
no final de um determinado período, que pode ser um mês, um bimestre, um trimestre,
um semestre ou um ano, conforme o interesse da empresa.

Por ser permitido pela legislação, esse tipo de inventário é muito utilizado por
pequenas empresas e entidades, no entanto, sua facilidade simplifica a utilidade
gerencial para a tomada de decisão, pois só é possível apurar o custo unitário se a
empresa produzir um único tipo de produto. É possível observar as vantagens deste
sistema, como: fácil apuração e dispensa pessoal especializado, bem como softwares
complexos para a mensuração dos bens e ainda atende a exigência do fisco.

Como desvantagens tem-se que: seu uso para tomada de decisões é restrito.
Este sistema não permite que a empresa tenha, em qualquer momento, contabilmente
o registro do estoque de mercadorias, sendo este encontrado apenas periodicamente,
aos finais de exercícios, pela contagem física das quantidades existentes. No final do
exercício, é feito um inventário físico para apuração do estoque final (ROSA,
GONÇALVES, p.3, 2009).

4.2 - Inventário Permanente

No sistema de inventário permanente, a entidade mantém um controle


ininterrupto sobre o fluxo de mercadorias (em quantidades e valores), de forma que a
qualquer momento pode dispor da posição atualizada dos estoques e do custo das
mercadorias vendidas. Basicamente, este sistema consiste em contabilizar o valor do
estoque vendido logo após a venda ter sido realizada. Assim, o estoque inicial mais
as compras, menos o estoque vendido (custo das vendas) resultará no estoque final
em qualquer data (GOUVEIA, 2001, p 117).

No inventário permanente, a administração de uma entidade pode acompanhar


permanentemente de informações básicas para o planejamento das compras, de
forma a evitar que haja falta de mercadorias ou compras em excesso, bem como
acompanhar a evolução do resultado contábil no decorrer do exercício. Ainda segundo
GOUVEIA (2001), o sistema tem objetivo de apurar e contabilizar o valor do estoque
vendido logo após a realização da venda, assim o estoque inicial mais as compras
menos o estoque vendido (custo das vendas) resultara no estoque final em qualquer
data.

Com essa breve descrição é possível destacar as vantagens desse tipo de


inventário: como a apuração imediata dos níveis de estoques, controle de bens e
mercadorias, acurácia em qualquer momento para relatórios e tomadas de decisão.
Por outro lado, a adoção do inventário permanente tem a desvantagem de ser onerosa
pela contratação de pessoal especializado e assinatura de um software específico.
CONCLUSÃO

Com um aparato geral acerca do tema proposto por este trabalho, é ressaltado
o fato de que é imprescindível o controle dos estoques em uma entidade, sejam estes
com a finalidade de revenda, produção ou manutenção do negócio. Saber a extensão
dos bens de uma empresa é conhecê-la intimamente, sendo este um passo crucial na
tomada de decisões.
REFERÊNCIAS

ALMADA, Ney de Mello. Sucessões: legítima, testamentária, inventários e partilhas.


São Paulo: Malheiros Editores, 2006.

BORGES C. T.; CAMPOS S. M.; BORGES C. E. Implantação de um sistema para


o controle de estoques em uma gráfica/editora de uma universidade. Revista
Eletrônica Produção & Engenharia, v. 3, n. 1, p. 236-247, Jul./Dez. 2010. Disponível
em: file:///C:/Users/Usuário/Downloads/2733-8973-1-PB.pdf - Acesso em 25/05/2022

BRASIL. Código de Processo Civil (2015). Código de Processo Civil Brasileiro.


Brasília, DF: Senado, 2015 Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm> Acesso
em: 06 de abril de 2022.

CHOAY, F. A alegoria do patrimônio. Tradução de Luciano Vieira Machado. 3. ed. São


Paulo: Estação Liberdade/UNESP, 2001, Disponível em:<
https://www.ufjf.br/lapa/files/2008/08/Alegoria-do-patrim%C3%B3nio-Fran%C3%A7ois-
Choay.pdf> Acesso em 14/05/2022

Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC 16 (R1) (2009) – Dispõe sobre:


Estoques. Disponível em:<http://www.cpcorg.br/arquivos/documentos/243-
_CPC_16_R1_rev%2013.pdf> . Acesso em: 06/abr/2022 às 09:17.

DIMAS, Messias de carvalho. Direito das sucessões: inventário e partilha. São


Paulo, Saraiva, 2018. Disponível em:< https://www.direitodefamilia.adv.br/2020/wp-
content/uploads/2020/06/sucessoes-unid-i-a-ix.pdf> Acesso em 14/05/2022

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa sociais. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

GOUVEIA, N. Contabilidade Básica. 2. ed. São Paulo: Harbra, 2001.

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