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Contextualização
Material Teórico
Contextualizando a Língua Inglesa
Revisão técnica:
Profa. Ms. Karin Claudia Nin Brauer
Revisão Textual:
Profa. Ms. Maria Eugenia D’Esposito
Contextualizando a Língua Inglesa
• Introdução
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Unidade: Contextualizando a Língua Inglesa
Contextualização
Confira na tabela abaixo as traduções para o português das palavras que estão em verde no texto.
Como você deve ter notado, as palavras em verde são muito parecidas com suas traduções para
o português. A maioria delas também se parece muito com suas traduções para o francês também.
Porque será?
O conteúdo teórico desta unidade pretende oferecer respostas a essa pergunta e também
abrir caminho para nossos estudos da língua inglesa. Pretendemos aqui contar um pouco da
história do idioma inglês para que possamos compreender muitas de suas peculiaridades em
nossa jornada de aprendizado dessa língua.
Então, faça suas malas e venha nos acompanhar pelo rico processo de desenvolvimento da
língua mais falada no mundo.
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Introdução
O primeiro objetivo desta unidade é apresentar uma breve cronologia da trajetória da língua
inglesa através dos tempos e de contextualizá-la em nossos dias. Para iniciarmos nossos estudos
desta língua tão presente nas vidas de tantas pessoas em tantos continentes e países, é essencial
que conheçamos minimamente as origens, os percursos e os movimentos desse idioma. Além
disso é importante entender como ele chegou aos nossos dias impondo-se como língua
estrangeira obrigatória em muitos currículos escolares por todo o mundo.
Nosso segundo objetivo aqui, é preparar nossos alunos para lidarem com a gramática
da língua inglesa, como: os verbos, os plurais das palavras e além da gramática trataremos
também da pronúncia da língua em questão. Veremos ainda razões históricas, políticas e sociais
relacionados ao inglês.
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Unidade: Contextualizando a Língua Inglesa
As datas nos orientam, nos lembram de acontecimentos importantes, mas não devemos
nos esquecer que cada um desses acontecimentos trará sempre consigo uma extensa e
complicada “massa” de outros acontecimentos.
Assim como fazemos ao estudar a história de um povo, ao estudo da história de uma língua
precisamos ter consciência de que nunca poderíamos assegurar quando uma língua foi usada
pela primeira vez, saber exatamente quando mudou significativamente, ou saber precisamente
quando alguma comunidade ou povo passou a usá-la como sua língua principal. Por isso,
devemos estar conscientes de que as datas que serão apresentadas a seguir representam apenas
ilustrativamente momentos destacados no longo e complexo processo de desenvolvimento da
história do idioma inglês.
Nossa história começa aqui:
Thinkstock.com
Antes de iniciarmos nossa breve viagem pela história da língua inglesa, vamos observar a
linha do tempo abaixo, que traz algumas das datas (aproximadas) da história da língua inglesa:
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Termos da linha do tempo
Germanic tribes invade Tribos Germânicas invadem a Inglaterra
Old English Inglês Antigo
Missionaries Missionários
Vikings invade Invasões dos Vikings
OE written OE (Old English: “Inglês Antigo”) é escrito
Norman Conquest Conquista dos Normandos
Middle English Inglês Médio
Renaissance Renascimento
“Modern” English Primórdios do Inglês Moderno
Our English O Inglês de hoje
EOentão,
Inglês Antigo
vamos lá? ou Anglo-saxão (Old English or Anglo-Saxon)
(449-1100)
Como podemos observar na linha do tempo acima, o início da história da língua inglesa
associa-se, tradicionalmente, às invasões na Inglaterra de três tribos germânicas: Os Anglos,
os Saxões e os Jutos. Quatro séculos antes, a ilha havia sido invadida e dominada por legiões
romanas, que vinham conquistando territórios para Roma por todo sul da Europa e norte
da África. Com o colapso do Império Romano por volta do século V d.C., as legiões foram
gradualmente convocadas para retornar à Roma. Ao abandonar a ilha britânica, as legiões que
ali haviam se instalado deixaram para trás uma frágil população celta que havia sido romanizada,
conhecidos como Bretões. Por volta dessa época, essa população passou a sofrer constantes
ataques das tribos celtas mais violentas que habitavam a porção norte da ilha, os Pictos. Com
o intuito de fortalecerem suas defesas, os Bretões chamaram, para virem ao seu auxílio, tribos
germânicas mercenárias que habitavam regiões que hoje conhecemos como os Países Baixos,
Dinamarca e norte da Alemanha. Veja abaixo um mapa que ilustra essas primeiras invasões.
As habilidades guerreiras desses
mercenários germânicos contribuíram para
que pudessem afastar os violentos celtas
do norte de maneira muito eficaz. Após
um intenso período de lutas, os Anglos, os
Saxões e os Jutos, decidiram permanecer
na Grã Bretanha. Foi da conjunção dos
dialetos germânicos falados por essas três
tribos que a língua inglesa nasceu.
Sim, a língua inglesa tem origem
germânica!
commons.wikimedia.org
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Assim como o Português se desenvolveu a partir do Latim, ao lado de suas línguas irmãs o
italiano, o espanhol, o francês e o romeno, a língua inglesa surgiu de dialetos germânicos. Outras
línguas modernas que compartilham essa mesma origem germânica são o alemão, o holandês,
o sueco, o norueguês e o dinamarquês, que são línguas oficiais faladas respectivamente na
Alemanha (também na Áustria), na Holanda, na Suécia, na Noruega e na Dinamarca.
Trocando Ideias
Como veremos mais para frente, em estágios mais adiantados da língua inglesa, principalmente
durante o renascimento e com o surgimento da imprensa, o latim fez novas incursões na língua
inglesa e trouxe milhares de palavras latinas para o idioma.
O alfabeto latino passou, então, a ser usado para registrar, em inglês, os textos poéticos e
religiosos que começavam a ser produzidos na Inglaterra. Os monges trouxeram consigo o uso
do pergaminho; porções de peles de animais nas quais se escrevia com tinta. Com suas curvas
e arcos feitos pela tinta deslizando pelos pergaminhos, o alfabeto latino possibilitou que o inglês
fosse escrito com mais facilidade e com mais frequência.
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Unidade: Contextualizando a Língua Inglesa
Esse florescimento da língua, no entanto, não se daria sem alguns percalços; que quase
chegaram a decretar a morte do inglês. Uma das ameaças mais significativas veio de uma região
que chamamos hoje de Escandinávia: os temidos guerreiros vikings.
geográficos terminados em –by (povoado) como por exemplo, Derby – ou –toft – Lowestoft .
Trouxeram consigo sua cultura, e claro, sua língua, um dialeto também germânico: o nórdico
antigo. A presença de dezenas de palavras provenientes do nórdico antigo na língua inglesa
falada nos dias de hoje nos diz que, com o passar dos séculos, houve constante aproximação
entre os anglos, os saxões e os jutos e seus parentes distantes, os vikings.
Os vikings foram gradualmente se estabelecendo na ilha, e acredita-se que, com a convivência
entre as tribos foi se tornando pacífica, um número maior de palavras de origem nórdica passou
a fazer parte do inglês antigo. As palavras de origem nórdica que vieram para o inglês nessa
época eram palavras de diversas categorias, mais associadas à vida prática do dia-a-dia. Das
pesquisas dos professores Albert C. Baugh e Thomas Cable (2002) aprendemos que algumas
dessas palavras são os substantivos: band, bank, birth, bull, calf, crook, dirt, egg, fellow, freckle,
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gap, guess, kid, leg, link, loan, race, reindeer, root, scab, scrap, seat, sister, skill, skin, skirt,
sky, slaughter, steak, trust, want, window. (Respectivamente, em português: faixa, margem,
nascimento, touro, bezerro, bandido, sujeira, ovo, camarada, sarda, vão, adivinhação, criança,
perna, elo, empréstimo, raça, rena, raiz, escara, fragmento/pedaço, assento, irmã, habilidade,
pele, saia, céu, massacre, bife, confiança, falta, janela). Alguns exemplos de adjetivos são:
awkward, flat, ill, loose, low, meek, odd, rotten, scant, sly, tattered, tight, and weak. (Em português,
respectivamente: estranho/embaraçoso, achatado, doente, frouxo, baixo, humilde, ímpar, podre,
escasso, matreiro, puído/desgastado, justo/apertado e fraco.) Por fim, alguns exemplos de verbos:
to bait, call, cast, clip, crave, crawl, die, droop, gasp, get, give, lift, lug, raise, scare, take, thrive,
thrust. (Em português: jogar isca, chamar, atirar, cortar, desejar, rastejar, morrer, pingar, arfar,
conseguir/obter, dar, levantar, arrastar, criar, assustar, tomar, vingar, empurrar).
Como pudemos observar, eram palavras comuns do cotidiano, e que são ainda usadas com
muita frequência no inglês de hoje. Somos novamente, então, convidados a registrar em nossa
memória que, depois de um período de guerras e conflitos, os anglos, os saxões e os jutos, cujos
dialetos deram origem à língua inglesa, passaram a conviver, trocar e negociar com os vikings,
recebendo muitos empréstimos de sua língua nórdica. Vem desde esse tempo, então, uma das
características muito interessantes da língua inglesa que é a de receber e acomodar palavras
estrangeiras com muita facilidade.
Trocando Ideias
Não se preocupe em aprender essas palavras agora! Em outro momento de nossos estudos, elas
aparecerão novamente em contextos mais significativos. A longa lista de palavras acima pretende
somente ilustrar o aspecto váriado e ao mesmo tempo simples das palavras de origem viking que
vieram para o inglês.
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Administração
chancellor Chanceler Prince príncipe
council Conselho Royal real
government Governo Sovereign soberano
Liberty Liberdade Tax taxa
majesty Majestade Treasurer tesoureiro
minister Ministro Treaty tratado
parliament parlamento Tyrant tirano
Religião
Abbey Abadia Convent convento
baptism Batismo Crucifix crucifixo
cardinal Cardeal Friar frade
cathedral Catedral Heresy heresia
Chant Canto Immortality imortalidade
Charity Caridade Miracle milagre
communion comunhão Religion religião
confess Confessar Salvation salvação
Palavras do Latim
conspiracy conspiração History história
distract Distrair Include incluir
Genius Gênio Incredible incrível
gesture Gesto Lucrative lucrativo
Trocando Ideias
Se não nos esquecermos de que o francês é “língua irmã” do nosso português, pois ambas as línguas
são românicas, isto é, têm origem no latim, ficaremos muito otimistas a respeito de nosso progresso
nos estudos da língua inglesa, pois, de início, veja quantas palavras já sabemos!
Assim como nos conta Störig (1990), no percurso de desenvolvimento da língua inglesa
durante o período do Inglês Médio, um poeta muito importante, Geoffrey Chaucer (c. 1340
- 1400) registrou em sua obra, mais especialmente em Os Contos de Canterburry, esse novo
estágio evolutivo do inglês: a fusão dos estratos linguísticos românicos (a partir do latim e do
francês) e germânicos (a partir do que chamamos de Inglês Antigo). Segundo Störig (1990),
Chaucer dominava o francês (tão bem como o latim e o italiano), mas foi o primeiro poeta de
grande fôlego a utilizar a língua inglesa conscientemente.
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Unidade: Contextualizando a Língua Inglesa
Esse próximo estágio, a primeira fase do Inglês Moderno, tem como principais protagonistas
a chegada da imprensa na Inglaterra, o processo colonizador desse país em várias regiões do
mundo e o Renascimento.
O ano de 1476 marca a chegada da imprensa na Inglaterra, trazida por William Caxton. Esse
pioneiro na arte de imprimir livros e os desdobramentos dessa novidade trazida por ele para
Inglaterra foram grandes responsáveis por importantes mudanças na língua inglesa. Embora o
inglês já estivesse bem estabelecido por volta dessa época, havia muitas variações na maneira
de se grafá-lo de região para região. Levado a optar por uma das variações, Caxton escolheu
a variação que era usada na região de Londres, pois se tratava do maior centro de poder da
Inglaterra. Essa região era também economicamente mais importante para o país.
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A circulação dos livros sendo produzidos agora em maior quantidade e rapidez por toda
a Inglaterra intensificou-se ainda mais pelo interesse na cultura humanista. Vinda da Itália,
essa cultura, que estava em auge durante o Renascimento, fomentava o interesse dos nobres e
intelectuais ingleses a desenvolver o cultivo dos escritores clássicos latinos e gregos. A imprensa
se desenvolvia,então, imprimindo livros que já traziam em si não apenas uma única variação
do inglês (o que contribuiria para a padronização da língua), mas traziam também a influência
dos textos clássicos na língua inglesa, a maioria vinda do latim. Essa influência se faz sentir
principalmente pela entrada descomedida de mais palavras do grego e principalmente do latim
para a língua inglesa.
O Renascimento também influenciou fortemente o florescimento
cultural na corte inglesa. Especialmente durante o reino da rainha
Elizabeth I, grande amante das artes, a produção de poesia, música e
teatro se intensificou ainda mais. Entre outros importantes escritores e
poetas da época, destacaremos aqui um nome já bem conhecido nosso:
William Shakespeare. William Shakespeare - commons.wikimedia.org
A julgar pelas inúmeras apresentações de peças escritas por ele que acontecem pelo mundo
todo ainda hoje, sem contar com as dezenas de produções cinematográficas de suas peças
teatrais, é quase redundante apontarmos a sua importância. Romeu e Julieta, Hamlet, A megera
domada: ao menos uma dessas peças escritas pelo dramaturgo inglês já nos fez suspirar ou nos
trouxe risos.
Mas o que nos interessa agora é entender que papel teve esse escritor em nossa viagem pela
história da língua inglesa, certo?
“Ser ou não ser, eis a questão.”, “Isso é grego pra mim.”, “Há mais mistérios entre a terra
e o céu do que sonha a nossa vã filosofia.” Ou então: “O amor é cego.” Arriscaremos aqui ao
imaginar o seguinte: pelo menos alguma dessas frases famosas já fez parte de sua história, não?
Pois é, William Shakespeare não somente expressou seu profundo conhecimento da experiência
humana em seus poemas e peças, mas teve também um papel muito importante na história do
idioma inglês. Além de ser conhecido por seu vasto vocabulário, muitas expressões e palavras
da língua inglesa, ainda presentes nos dias de hoje, ou foram criadas por ele, ou apareceram
impressas pela primeira vez em sua obra. Para nós, falantes do português e estudiosos da língua
inglesa, mais uma boa notícia: a maioria dessas palavras tiveram inspiração em nossa língua
mãe, o latim, uma língua que, principalmente devido ao Renascimento, estava muito na moda
na Inglaterra durante a época de maior produção do escritor.
Veja alguns exemplos: assassination, accomodation, dislocate, premeditated e submerged.
Imaginamos que você conheça quase todas! Mas seguem aqui as traduções: “assassinato”,
“acomodação”, “deslocar”, “premeditado” e “submergiu”.
Mais tarde, a partir do século XVII, inúmeros navios ingleses já navegavam em direção a novas
terras que futuramente viriam a se tornar colônias da coroa inglesa. Ao final do século XVIII já
eram colônias da Inglaterra os Estados Unidos, O Canadá, a Índia e a Austrália. Juntamente
com sua política, seus aparatos administrativos e sua cultura, os ingleses trouxeram para as suas
colônias sua língua. E através dos livros a língua também se propagou, eles eram produzidos
em grandes quantidades.
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Material Complementar
Referências bibliográficas:
VIAN JUNIOR, Orlando. Língua e cultura inglesa, SãoPaulo: IESEDE, 2008
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Referências
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http://www.ricardocosta.com/traducoes/textos/historia-eclesiastica-das-gentes-dos-anglos-livro-i
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Press, 2008.
BRYSON, Bill. Mother Tongue. English and How it Got that Way. New York, USA: Avon
Books, Inc.,1990 .
DROUT, Michael. A History of the English Language. Course guide. Chicago, USA:
Recorded Books, LLC , 2006.
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oxforddictionaries.com/words/the-history-of-english
SINGH, Ishtla. The History of English. A Study Guide. London, UK: Hodder Education,
2005.Página 67.
STÖRIG, Hans Joachim. A Aventura das Línguas. São Paulo: Melhoramentos, 2006.
VAN GELDEREN, Elly. A history of the English language. Philadelphia, USA: John
Benjamins Publishing, 2006.
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Anotações
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